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Medicina Veterinária Introdução e Conceitos Melhoramento Genético Eler em 1999 definiu melhoramento genético animal como “Conjunto de processos seletivos que visam o aumento da frequência de genes desejáveis numa população”. Desse modo, o objetivo é reduzir os genes indesejáveis numa população e favorecer genes que ajudam a melhorar a produção do animal, obtendo um desempenho ótimo ou próximo a isso, já que varia conforme as necessidades do produtor, do consumidor, do sistema de produção e assim por diante. Com ele é possível aumentar a uniformidade, o que é positivo, pois facilita o manejo. Ele segue 3 princípios básicos: o de produção para que se tenham características especificas, o ambiental no intuito de garantir sua conservação, reduzindo os danos e o principio de companhia mantendo um bom visual e comportamento do animal. Para que o melhoramento genético aconteça é necessário duas ferramentas essenciais, são elas a seleção e o acasalamento. Seleção: Processo que indica quais animais darão origem a próxima geração. Com ela objetiva conservar características fortes de cada progenitor Selecionar os melhores. Acasalamento: Ato do macho e fêmea procriarem. Resulta em concepção, gestação e nascimento de filhotes. Cruzamento: Usado para acasalamento entre espécies ou raças diferentes. Porém, as melhorias nas características quantitativas dependem da herdabilidade do gene em questão para cada animal, logo, mesmo que essa seja uma forma de favorecer mudanças, não há uma garantia certeira, pois a genética é a base para o melhoramento genético e esse fator limita a capacidade de resposta dos animais durante os processos seletivos. Herdabilidade: Mede o grau de correspondência entre fenótipo e valor genético que em ultima instancia influencia a próxima geração. Além do mais a expressão desse gene será fortemente influenciado pelo ambiente em que ele vive o que chamamos de fenótipo. Fenótipo = Genótipo + Ambiente. Fenótipo: Características observáveis ou nível de desempenho para uma característica em um indivíduo (pelagem, 1000 Kg de leite/mês...). Genótipo: Composição genética do individuo Combinação de genes em um único locus ou em vários loci. Efeito de Ambiente: Efeito de fatores externos, ou seja, não genéticos (NG), atuando sobre o desempenho do animal (manejo, nutrição, clima...). Medicina Veterinária Característica: Qualquer aspecto observável ou mensurável em um indivíduo. Outro fator que pode interferir no fenótipo do animal é a interação genótipo-ambiente. Ela resulta em alteração na resposta expressada, isso porque a mudança de ambiente ocasiona em um fenótipo distinto do apresentado inicialmente. Fenótipo = Genótipo + Ambiente + IGA Interação Genótipo-Ambiente (IGA): Ocorre quando a diferença de desempenho entre dois ou mais genótipos muda de um ambiente para outro Um genótipo sendo dependente de um ambiente. ATENÇÃO: O melhoramento ambiental é rápido, sendo um bom aliado, porém seus efeitos são transitórios. Já o melhoramento genético embora seja lento, possui um efeito permanente. Seleção Como a seleção caminha junto com acasalamento, são usados diferentes tipos de sistema de acasalamento, entre eles: Fenotípico: Baseado nas avaliações visuais e conforme as preferências do produtor. Ele possui como ponto positivo o baixo custo e trás como negativo a não garantia de que o fenótipo desejado será expresso. Endogamia: Relaciona-se a consaguinidade no qual os indivíduos selecionados possuem certo grau parentesco. Deve ser usado com cautela. Exogamia (henterose): São os cruzamentos entre raças ou espécies que se complementam (complementariedade). Assim os cruzamentos são feitos combinando características entre raças de uma forma em que o que fraco em uma é forte em outra e assim obtém um descendente mais resistente. Também é marcado pelos selecionados não possuírem nenhuma ligação genética (sem parentesco entre si). Um exemplo comum são os bovinos da raça girolando. E como determinar quais animais serão selecionados? Inicialmente é preciso ter em mente que o interesse deve ser nos genes e não na aparência do animal, portanto é preciso fazer mensuração + avaliação genética nos indivíduos. Em seguida é preciso levar em consideração qual o objetivo desse melhoramento, também é importante conhecer a “árvore genealógica” do animal para poder prever suas características. Pedigree + Desempenho = DEP (diferença esperada na progênie). Para isso existem diversos métodos a serem utilizados, variando dos mais tradicionais (oferecem mudanças graduais, porém dramáticas obtidas ao longo das décadas) até os mais modernos e tecnológicos. Atualmente existe grande pressão econômica para que mudanças ocorram rapidamente, de forma que atenda as necessidades da sociedade. Medicina Veterinária FERRAMENTAS DISPONÍVEIS Observação visual; Informação do pedigree; Medidas tradicionais (crescimento, fertilidade, produção de leite...); Medidas avançadas (carcaça, conversão alimentar, técnicas reprodutivas...). TRABALHO DO MELHORISTA Para que o plantel consiga evoluir geneticamente, o melhorista deve seguir alguns passos e organizar seu programa da melhor forma para alcançar a população alvo. Entre os principais temos: Identificação do sistema, de modo que se conheçam bem os animais a serem trabalhados; Definição dos objetivos a serem alcançados; Coletar as informações da população (fenótipo, parentescos, genótipos...); Identificar os melhores animais na população em questão e selecioná-los; Utilização de tecnologias, entre elas a inseminação artificial, transferência de embriões e marcadores moleculares. REFERÊNCIA KLEPER, E. F. Melhoramento Genético Animal no Brasil: Fundamentos, História e Importância. Campo Grande/MS: Embrapa Gado de Corte, 1999.
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