Prévia do material em texto
Didatismo e Conhecimento C a rg o E s c r i t u r á r i o BANCO DO BRASIL Didatismo e Conhecimento Índice CONHECIMENTOS BÁSICOS LÍNGUA PORTUGUESA Compreensão e interpretação de textos. .................................................................................................................................................. 01 Tipologia textual. ....................................................................................................................................................................................... 10 Ortografia oficial........................................................................................................................................................................................ 17 Acentuação gráfica. ................................................................................................................................................................................... 29 Emprego das classes de palavras.............................................................................................................................................................. 33 Emprego do sinal indicativo de crase. ..................................................................................................................................................... 65 Sintaxe da oração e do período. ............................................................................................................................................................... 69 Pontuação. .................................................................................................................................................................................................. 91 Concordância nominal e verbal. .............................................................................................................................................................. 94 Regência nominal e verbal. .....................................................................................................................................................................110 Significação das palavras. .......................................................................................................................................................................116 Redação de correspondências oficiais. ....................................................................................................................................................118 ATUALIDADES Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável, responsabilidade sócio-ambiental, segurança e ecologia, e suas vinculações históricas. ...................................................................................................................................................................................................... 01/38 MATEMÁTICA Números inteiros ........................................................................................................................................................................................ 01 Racionais .................................................................................................................................................................................................... 06 Reais ............................................................................................................................................................................................................ 09 Problemas de contagem ............................................................................................................................................................................ 01 Sistema legal de medidas ...........................................................................................................................................................................11 Razões e proporções .................................................................................................................................................................................. 15 Divisão proporcional ................................................................................................................................................................................. 24 Regras de três simples e compostas ......................................................................................................................................................... 21 Porcentagens .............................................................................................................................................................................................. 19 Equações e inequações de 1.º e 2.º graus ................................................................................................................................................. 29 Sistemas lineares ........................................................................................................................................................................................ 29 Funções; gráficos ....................................................................................................................................................................................... 44 Seqüências numéricas ............................................................................................................................................................................... 55 Funções exponenciais e logarítmicas ....................................................................................................................................................... 44 Noções de probabilidade e estatística. ..................................................................................................................................................... 55 Juros simples e compostos: capitalização e descontos............................................................................................................................ 64 C a rg o E s c r i t u r á r i o BANCO DO BRASIL Didatismo e Conhecimento Índice Taxas de juros: nominal, efetiva, equivalentes, proporcionais, real e aparente................................................................................... 64 Rendas uniformes e variáveis ................................................................................................................................................................... 64 Planos de amortização de empréstimos e financiamentos ..................................................................................................................... 64 Cálculo financeiro: custo real efetivo de operações de financiamento, empréstimo e investimento. ................................................. 64 Avaliação de alternativas de investimento. ............................................................................................................................................. 64 Taxas de retorno. ....................................................................................................................................................................................... 64 RACIOCÍNIO LÓGICO Lógica sentencial e de primeira ordem. Enumeração por recurso. Contagem: princípio aditivo e multiplicativo. Arranjo. Permutação. Combinação simples e com repetição.. ............................................................................................................................... 01/40 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS INFORMÁTICA Conceitos de informática, hardware e software. .................................................................................................................................... 01 Ambientes operacionais Windows eLinux. ............................................................................................................................................ 09 Processador de texto (Word) .................................................................................................................................................................... 20 BrOffice.org Writer. .................................................................................................................................................................................. 20 Planilhas eletrônicas (Excel) ..................................................................................................................................................................... 45 BrOffice.org Calç ....................................................................................................................................................................................... 71 Editor de Apresentações (PowerPoint) .................................................................................................................................................... 71 BrOffice.org Impress ................................................................................................................................................................................. 71 Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e Intranet, Protocolos Web, World Wide Web, Navegador Internet (Internet Explorer e Mozilla Firefox), busca e pesquisa na Web. ................................................................................................................................. 80 Conceitos de tecnologias e ferramentas de colaboração, correio eletrônico, grupos de discussão, fóruns e wikis........................... 80 Conceitos de proteção e segurança, realização de cópias de segurança (backup), vírus e ataques a computadores. ...................... 98 Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas. ........................................................ 09 Conceitos de educação à distância. ........................................................................................................................................................ 105 Conceitos de acesso à distância a computadores. ................................................................................................................................... 80 Conceitos de tecnologias e ferramentas multimídia, de reprodução de áudio e vídeo. ..................................................................... 105 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional; COPOM – Comitê de Política Monetária; BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; Bancos Múltiplos; Bancos de Câmbio; Companhias Hipotecárias; Agências de Fomento; CCB – Cédula de Crédito Bancário; Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários; ................................... 01 Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional; bancos comerciais; caixas econômicas; cooperativas de crédito; bancos comerciais cooperativos; bancos de investimento; bancos de desenvolvimento; sociedades de crédito, financiamento e investimento; sociedades de arrendamento mercantil; sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários; bolsas de valores; bolsas de mercadorias e de futuros; Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC); Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos (CETIP); sociedades de crédito imobiliário; associações de poupança e empréstimo. ....................................................................................................................................................................................................... 03 Sistema de Seguros Privados e Previdência Complementar: Conselho Nacional de Seguros Privados; Superintendência de Seguros Privados; Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC; Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC; Resseguradores; sociedades seguradoras; sociedades de capitalização; entidades abertas e entidades fechadas de previdência privada; corretoras de seguros; sociedades administradoras de seguro-saúde. ......................................................................................... 08 Sociedades de fomento mercantil (factoring); sociedades administradoras de cartões de crédito. .................................................. 12 Didatismo e Conhecimento Índice Produtos e serviços financeiros: depósitos à vista; depósitos a prazo (CDB e RDB); letras de câmbio; cobrança e pagamento de títulos e carnês; transferências automáticas de fundos; commercial papers; arrecadação de tributos e tarifas públicas; home/office banking, remote banking, banco virtual, dinheiro de plástico; conceitos de corporate finance; Fundos de Investimento; hot money; contas garantidas; crédito rotativo; descontos de títulos; financiamento de capital de giro; vendor finance/compror finance; leasing (tipos, funcionamento, bens); financiamento de capital fixo; crédito direto ao consumidor; crédito rural; cadernetas de poupança; financiamento à importação e à exportação – repasses de recursos do BNDES; cartões de crédito; títulos de capitalização; planos de aposentadoria e pensão privados; planos de seguros. ................................................................................................................................... 13 Mercado de capitais: ações – características e direitos; debêntures; diferenças entre companhias abertas e companhias fechadas; operações de underwriting; funcionamento do mercado à vista de ações; mercado de balcão; operações com ouro. Mercado de câmbio: instituições autorizadas a operar; operações básicas; contratos de câmbio – características; taxas de câmbio; remessas; SISCOMEX. ...................................................................................................................................................................................................... 30 Operações com derivativos: características básicas do funcionamento do mercado a termo, do mercado de opções, do mercado futuro e das operações de swap. ........................................................................................................................................................................... Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias; Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. ....................................................................... 38 Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alterações, Circular Bacen 3.461/2009 e suas alterações e Carta-Circular Bacen 2.826/98. Autorregulação Bancária ...................................................................................................... 66 HABILIDADES NO ATENDIMENTO Legislação: Lei n.º 8.078/90; Código de Defesa do Consumidor; Resolução CMN n.º 3.694; Código de Defesa do Consumidor Bancário; Lei nº 10.048/00; Lei nº 10.098/00; Decreto nº 5.296/04. ............................................................................................................. 01 Marketing em empresas de serviços. Satisfação, valor e retenção de clientes. Como lidar com a concorrência. Propaganda e promoção. Venda. Telemarketing. Etiqueta empresarial: comportamento, aparência, cuidados no atendimento pessoal e telefônico. 28 Decreto Lei nº 6523 - Regulamenta a Lei nº 8078, de 11 de setembro de 1990, para fixar normas gerais sobre o Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC. ..............................................................................................................................................................37 Resolução CMN nº 3849 de 25/03/10 - Dispõe sobre a instituição de componente organizacional de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil .......................................................................... 38 Didatismo e Conhecimento Índice ATENÇÃO SAC DÚVIDAS DE MATÉRIA A NOVA APOSTILA oferece aos candidatos um serviço diferenciado - SAC (Serviço de Apoio ao Candidato). O SAC possui o objetivo de auxiliar os candidatos que possuem dúvidas relacionadas ao conteúdo do edital. O candidato que desejar fazer uso do serviço deverá enviar sua dúvida somente através do e-mail: professores@ novaapostila.com.br. Todas as dúvidas serão respondidas pela equipe de professores da Editora Nova, conforme a especialidade da matéria em questão. Para melhor funcionamento do serviço, solicitamos a especificação da apostila (apostila/concurso/cargo/Estado/ matéria/página). Por exemplo: Apostila do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo - Cargo Escrevente. Português - paginas 82,86,90. Havendo dúvidas em diversas matérias, deverá ser encaminhado um e-mail para cada especialidade, podendo demorar em média 05 (cinco) dias para retornar. Não retornando nesse prazo, solicitamos o re-envio do mesmo. ERROS DE IMPRESSÃO Alguns erros de edição ou impressão podem ocorrer durante o processo de fabricação deste volume, caso encontre algo, por favor, entre em contato conosco, pelo nosso e-mail, nova@novaapostila.com.br. Alertamos aos candidatos que para ingressar na carreira pública é necessário dedicação, portanto a NOVA APOSTILA auxilia no estudo, mas não garante a sua aprovação. Como também não temos vínculos com a organizadora dos concursos, de forma que inscrições, data de provas, lista de aprovados entre outros independe de nossa equipe. Havendo a retificação no edital, por favor, entre em contato pelo nosso e-mail, pois a apostila é elaborada com base no primeiro edital do concurso, teremos o COMPROMISSO de enviar gratuitamente a retificação APENAS por e-mail e também disponibilizaremos em nosso site, www.novaapostila.com.br, na opção ERRATAS. Lembramos que nosso maior objetivo é auxiliá-los, portanto nossa equipe está igualmente à disposição para quaisquer dúvidas ou esclarecimentos. RESSALTAMOS QUE DÚVIDAS E ESCLARECIMENTOS SERÃO RESPONDIDOS APENAS POR E-MAIL, nossos atendentes telefônicos são treinados apenas para vendas e follow-up de pedidos. Atenciosamente, NOVA APOSTILA Equipe Nova Apostila 1 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS A maioria das pessoas fala enquanto faz alguma coisa. Numa partida de futebol, os jogadores não só correm e chutam, mas gritam, advertem, perguntam. Difícil é ler e ao mesmo tempo fazer outra coisa. Ao lermos, a realidade em torno de nós tende a sumir de nossa atenção, porque ficamos concentrados naquilo que o texto nos diz. “Na leitura, é importante descobrir o que é relevante em cada texto e conseguir situar-se convenientemente no ponto de observação escolhido pelo autor, compreendendo suas intenções e propósitos”. A importância dada a questões de interpretação de textos deve-se ao caráter interdisciplinar, o que equivale dizer que a competência de ler texto interfere decididamente no aprendizado em geral, já que boa parte do conhecimento mais importante nos chega por meio da linguagem escrita. A maior herança que a escola pode legar aos seus alunos é a competência de ler com autonomia, isto é, de extrair de um texto os seus significados. Num texto, cada uma das partes está combinada com as outras, criando um todo que não é mero resultado da soma das partes, mas da sua articulação. Assim, a apreensão do significado global resulta de várias leituras acompanhadas de várias hipóteses interpretativas, levantadas a partir da compreensão de dados e informações inscritos no texto lido e do nosso conhecimento do mundo. Como instrução geral, podemos dizer que uma hipótese interpretativa é aceitável sempre que o texto apresenta pista ou pistas que a confirmam e sustentam. O texto abaixo é bastante apropriado. “Aquela senhora tem um piano. Que é agradável, mas não é o correr dos rios. Nem o murmúrio que as árvores fazem... Por que é preciso ter um piano? O melhor é ter ouvidos E amar a Natureza.” Que simboliza o piano no poema? Dentro do contexto que se insere o piano, representa um bem cultural, o que se percebe pela oposição que o texto estabelece entre o som do piano (bem cultural) e o correr dos rios e o murmúrio das árvores (bens naturais). O poema descarta a necessidade do piano, dando preferência à fruição dos sons da Natureza. Para que serve a linguagem? (...) Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! Todo o sentido da vida principia à vossa porta; o mel do amor cristaliza seu perfume em vossa rosa; sois o sonho e sois a audácia, calúnia, fúria, derrota... A liberdade das almas, ai! Com letras se elabora... E dos venenos humanos sois a mais fina retorta: frágil, frágil como o vidro e mais que o aço poderosa! Reis, impérios, povos, tempos, pelo vosso impulso rodam... (...) Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. In: Obra poética. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1985, p. 442. Esses versos foram extraídos do poema “Romance LIII ou das palavras aéreas”, em que Cecília Meireles fala sobre o poder da palavra. Mostram que a palavra, apesar de frágil, por ser constituída de sons, é ao mesmo tempo extremamente forte, porque, com seu significado, derruba reis e impérios; serve para construir a liberdade do ser humano e também para envenenar a sua vida; serve para sussurrar declarações de amor, para exprimir os sonhos, para impulsionar os desejos mais grandiosos, mas também para caluniar, para expor a raiva, para impor a derrota. A linguagem é o traço definidor do ser humano, é a aptidão que o distingue dos animais. O provérbio popular “Palavra não quebra osso”, contrapondo a palavra à ação, insinua que a linguagem não tem nenhum poder: um golpe, mas não uma palavra, é capaz de quebrar osso. Ora podemos desfazer facilmente essa visão simplista das coisas, analisando para que serve a linguagem. A linguagem é uma maneira de perceber o mundo “Este deve ser o bosque”, murmurou pensativamente (Alice), “onde as coisas não têm nomes”. (...) Ia devaneando dessa maneira quando chegou à entrada do bosque, que parecia muito úmido e sombrio. “Bom, de qualquer modo é um alívio”, disse enquanto avançava em meio às árvores, “depois de tanto calor, entrar dentro do... dentro do... dentro do quê?” Estava assombrada de não poder se lembrar do nome. “Bom, isto é, estar debaixo das... debaixo das... debaixo disso aqui, ora!”, disse, colocando a mão no tronco da árvore. “Como é que essa coisa se chama? É bem capaz de não TR nome nenhum... ora, com certeza não tem mesmo!” Ficou calada durante um minuto, pensando. Então, de repente, exclamou: - Ah, então isso terminou acontecendo! E agora quem sou eu? Eu quero me lembrar, se puder. Lewis Carroll. Aventuras de Alice. Trad. Sebastião Uchôa Leite. 3ª Ed. São Paulo, Summus, p 165-166 Esse texto, reproduzido do livro Através do espelho e o que Alice encontrou lá, mostra que a protagonista, ao entrar no bosque em que as coisas não têm nome, é incapaz de apreender a realidade em torno dela, de saber o que as coisas são. Isso significa que as coisas do mundo exterior só têm existência para os homens quando são nomeadas. A linguagem é uma forma de apreender a realidade: só percebemos aquilo a que a língua dá nome. Roberto Pompeu de Toledo, articulista da Veja, comenta essa questão na edição de 26 de junho de 2002 (p. 130), ao falar da expressão “risco país”, usada para traduzir o grau de confiabilidadede um país entre credores ou investidores internacionais: 2 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 (...) As coisas não são coisas enquanto não são nomeadas. O que não se expressa não se conhece. Vive na inocência do limbo, no sono profundo da inexistência. Uma vez identificado, batizado e devidamente etiquetado, o “risco país” passou a existir. E lá é possível viver num país em risco? Lá é possível dormir em paz num país submetido à medição do perigo que oferece com a mesma assiduidade com que a um paciente se tira a pressão? É como viajar num navio onde se apregoasse, num escandaloso placar luminoso, sujeito a tantas oscilações como as das ondas do mar, o “risco naufrágio”. A linguagem é uma forma de interpretar a realidade O segundo projeto era representado por um plano de abolir completamente todas as palavras, fossem elas quais fossem (...). Em vista disso, propôs-se que, sendo as palavras apenas nomes para as coisas, seria mais conveniente que todos os homens trouxessem consigo as coisas de que precisassem falar ao discorrer sobre determinado assunto (...). ...muitos eruditos e sábios aderiram ao novo plano de se expressarem por meio de coisas, cujo único inconveniente residia em que, se um homem tivesse que falar sobre longos assuntos e de vária espécie, ver-se-ia obrigado, em proporção, a carregar nas costas um grande fardo de coisas, a menos de poder pagar um ou dois criados robustos para acompanhá-lo (...). Outra grande vantagem oferecida pela invenção consiste em que ela serviria de língua universal, compreendida em todas as nações civilizadas, cujos utensílios e objetos são geralmente da mesma espécie, ou tão parecidos que o seu emprego pode ser facilmente percebido. Jonathan Swift. Viagens de Gulliver. Rio de Janeiro/São Paulo, Ediouro/Publifolha, p. 194-195. Esse trecho do livro Viagens de Gulliver narra um projeto dos sábios de Balnibarbi: substituir as palavras – que, no seu entender, têm o inconveniente de variar de língua para língua – pelas coisas. Quando alguém quisesse falar de uma cadeira, mostraria uma cadeira, quem desejasse discorrer sobre uma bolsa, mostraria uma bolsa, etc. Trata-se de uma ironia de Swift às concepções vulgares de que a compreensão da realidade independe da língua que a nomeia, como se as palavras fossem etiquetas aplicadas a coisas classificadas independentemente da linguagem, quando, na verdade, a língua é uma forma de categorizar o mundo, de interpretá-lo. O que inviabiliza o sistema imaginado pelos sábios de Balnibarbi não é apenas o excesso de peso das coisas que cada falante precisaria carregar: é o fato de que as coisas não podem substituir as palavras, porque a língua é bem mais que um sistema de mostração de objetos ou mera cópia do mundo natural. As coisas não designam tudo que uma língua pode expressar. Mostrar um objeto, por exemplo, não indica sua inclusão numa dada classe. No léxico de uma língua, agrupamos os nomes em classes. Maçã, pêra, banana e laranja pertencem à classe das frutas. Ao mostrar uma fruta qualquer, não consigo exprimir a idéia da classe fruta; não posso, então, expressar idéias mais gerais. Não produzimos palavras somente para designar as coisas, mas para estabelecer relações entre elas e para comentá-las. Mostrar um objeto não exprime as categorias de quantidade, de gênero (masculino e feminino), de número (singular e plural); não permite indicar sua localização no espaço (aqui/aí/lá), etc. A língua não é um sistema de mostração de objetos, pois permite falar do que está presente e do que está ausente, do que existe e do que não existe; permite até criar novas realidades, mundos não existentes. A linguagem é uma atividade simbólica, o que significa que as palavras criam conceitos, e eles ordenam a realidade, categorizam o mundo. Por exemplo, criamos o conceito de pôr-do-sol. Sabemos que, do ponto de vista científico, o Sol não “se põe”, uma vez que é a Terra que gira em torno dele. Contudo esse conceito, criado pela linguagem, determina uma realidade que nos encanta a todos. Outro exemplo: apagar uma coisa escrita no computador é uma atividade diferente de apagar o que foi escrito a lápis, a caneta ou mesmo a máquina. Por isso, surgiu uma nova palavra para denominar essa nova realidade, deletar. No entanto, se essa palavra não existisse, não perceberíamos a atividade de apagar no computador como uma ação diferente de apagar o que foi escrito a lápis. Uma nova realidade, uma nova invenção, uma nova idéia exigem novas palavras, e estas é que lhes conferem existência para toda a comunidade de falantes. As palavras formam um sistema independente das coisas nomeadas por elas, tanto é que cada língua pode ordenar o mundo de maneira diversa, exprimir diferentes modos de ver a realidade. O inglês, por exemplo, para expressar o que denominamos carneiro, tem duas palavras: sheep, que designa o animal, e mutton, que significa a carne do carneiro preparada e servida à mesa. Em português, dizemos as duas coisas numa palavra só: Este carneiro tem muita lã e Este carneiro está apimentado – ou seja, não aplicamos a distinção que os falantes da língua inglesa têm incorporada à sua visão de mundo. Isso mostra que a linguagem é uma maneira de interpretar o universo natural e segmentá-lo em categorias, segundo as particularidades de cada cultura. Por essa razão, a linguagem modela nossa maneira de perceber e de ordenar a realidade. A linguagem expressa também as diferentes maneiras de interpretar uma ocorrência. Querendo desculpar-se, o filho diz para a mãe: O jarro de porcelana caiu e quebrou. A mãe replica: Você derrubou o jarro e, por isso, ele quebrou. Observe-se que, na primeira formulação, não existe um responsável pela queda e pela quebra do objeto. É como se isso se devesse ao acaso. Na segunda formulação, atribui-se a responsabilidade pelo acontecimento a um agente. A linguagem é uma forma de ação Existem certas fórmulas lingüísticas que servem para agir no mundo. Quando um padre diz aos noivos Eu vos declaro marido e mulher, quando alguém diz Prometo estar aqui amanhã, quando um leiloeiro proclama Arrematado por mil reais, quando o presidente de alguma câmara municipal afirma Declaro aberta a sessão, eles não estão constatando alguma coisa do mundo, mas realizando uma ação. O ato de abrir uma sessão realiza-se quando seu presidente a declara aberta; o ato da promessa realiza-se quando se diz Prometo. Em casos como esses, o dizer se confunde com a própria ação e serve para demonstrar que a linguagem não é algo sem conseqüência, porque ela também é ação. As funções da linguagem Quando se pergunta a alguém para que serve a linguagem, a resposta mais comum é que ela serve para comunicar. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas transmitir informações. É também exprimir emoções, dar ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve a linguagem? 3 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 A linguagem serve para informar (função referencial) ESTADOS UNIDOS INVADEM O IRAQUE Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos sobre um acontecimento do mundo. Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na memória, transmitimos esses conhecimentos na memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pessoas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, somos prevenidos contra as tentativas malsucedidas de fazer alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite- os. Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como aprendemos desde as mais banais informações do dia-a-dia até as teorias científicas,as expressões artísticas e os sistemas filosóficos mais avançados. A função informativa da linguagem tem importância central na vida das pessoas, consideradas individualmente ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite conhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo de conhecimentos e a transferência de experiências. Por meio dessa função, a linguagem modela o intelecto. É a função informativa que permite a realização do trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender. A função informativa costuma ser chamada também de função referencial, pois seu principal propósito é fazer com que as palavras revelem da maneira mais clara possível as coisas ou os eventos a que fazem referência. A linguagem serve para influenciar e ser influenciado (função conativa) Vem pra Caixa você também. Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a adotar esse comportamento, formulou-se um convite com uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta quando se usa você. Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer determinadas coisas, a crer em determinadas idéias, a sentir determinadas emoções, a ter determinados estados de alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode-se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiteradamente a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso aprende a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, num tom pejorativo, Isso é coisa de mulher, aprendemos os preconceitos contra a mulher. Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expressas pela linguagem também servem para fazer fazer. Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem questionar. Emprega-se a expressão função conativa da linguagem quando esta é usada para interferir no comportamento das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma sugestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo). A linguagem serve para expressar a subjetividade (função emotiva) Eu fico possesso com isso! Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetivamos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas vezes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem A intenção do Fernando é levar o país à prosperidade ou O Fernando tem mudado o país. Essa maneira informal de se referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de insinuarem intimidade com ele e, portanto, de exprimirem a importância que lhes seria atribuída pela proximidade com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou nossa competência na conquista amorosa. Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não raro inconscientemente. Emprega-se a expressão função emotiva para designar a utilização da linguagem para a manifestação do enunciador, isto é, daquele que fala. A linguagem serve para criar e manter laços sociais (função fática) __Que calorão, hein? __Também, tem chovido tão pouco. __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos outros. __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor. Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram num elevador e devem manter uma conversa nos poucos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, apenas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou parecer hostil. Quando estamos num grupo, numa festa, não podemos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros. Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso, quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas. A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função que não seja manter os laços sociais. Quando encontramos alguém e lhe perguntamos Tudo bem?, em geral não queremos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se está doente, se está com problemas. A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo social. 4 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa que as pessoas não entendam bem o significado da letra do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes da comunidade de brasileiros. Na nomenclatura da lingüística, usa-se a expressão função fática para indicar a utilização da linguagem para estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um falante e seu interlocutor. A linguagem serve para falar sobre a própria linguagem (função metalingüística) Quando dizemos frases como A palavra “cão” é um substantivo; É errado dizer “a gente viemos”; Estou usando o termo “direção” em dois sentidos; Não é muito elegante usar palavrões, não estamos falando de acontecimentos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a própria linguagem. É o que chama função metalingüística. A atividade metalingüística é inseparável da fala. Falamos sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos outros. Quando afirmamos Como diz o outro, estamos comentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Parodiando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica, vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não podem pescar”. A linguagem serve para criar outros universos A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros universos podem existir. O filme de Woody Allen A rosa púrpura do Cairo (1985) mostra isso de maneira bem expressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus- tratos infligidos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e ambos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o amor nunca diminui e assim por diante. A linguagem serve como fonte de prazer (função poética) Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e os sons são formasde tornar a linguagem um lugar de prazer. Divertimo- nos com eles. Manipulamos as palavras para delas extrair satisfação. Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz Tupi or not tupi; trata-se de um jogo com a frase shakespeariana To be or not to be. Conta-se que o poeta Emílio de Menezes, quando soube que uma mulher muito gorda se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho: É a primeira vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos. A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel comprido para sentar- se” e “casa bancária”. Também está empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”. Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas, com significados diferentes, nesta frase do deputado Virgílio Guimarães (PT-MG): ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu continência para os militares, bateu palmas para o Collor e quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de consciência e bata em retirada. (Folha de S. Paulo) Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitariamente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada para informar, para influenciar, para manter os laços sociais, etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de descoberta de sentidos. Em função estética, o mais importante é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc. Na estrofe abaixo, retirada do poema “A cavalgada”, de Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/, /k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos: E o bosque estala, move-se, estremece... Da cavalgada o estrépito que aumenta Perde-se após no centro da montanha... Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª Ed. Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos. Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o barulho dos cavalos aumenta. Quando se usam recursos da própria língua para acrescentar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se que estamos usando a linguagem em sua função poética. Potencialidades da linguagem Depois de analisar as funções da linguagem, conclui-se que ela é onipresente na vida de todos nós. Cerca-nos desde o despertar da consciência, ainda no berço, segue-nos durante toda a vida e acompanha-nos até a hora da morte. Sem a linguagem, não se pode estruturar o mundo do trabalho, pois é ela que permite a troca de informações e de experiências e a cooperação entre os homens. Sem ela, o homem não pode conhecer-se nem conhecer o mundo. Sem ela, não se exerce a cidadania, porque os eleitores não podem influenciar o governo. Sem ela não se pode aprender, expressar os sentimentos, imaginar outras realidades, construir as utopias e os sonhos. No entanto, a linguagem parece-nos uma coisa natural. Não prestamos muita atenção a ela. Nem sempre dedicamos muito tempo ao seu estudo. Conhecer bem a língua materna e línguas estrangeiras é uma necessidade. Que é saber bem uma língua? Evidentemente, não é saber descrevê-la. A descrição gramatical de uma língua é um meio de adquirir sobre ela um domínio crescente. Saber bem uma língua é saber usá-la bem. No entanto, o emprego de palavras raras e a correção gramatical não são sinônimos do uso adequado da língua. Falar bem é atingir os propósitos de comunicação. Para isso, é preciso usar um nível de língua adequado, é necessário construir textos sem ambigüidades, coerentes, sem repetições que não acrescentam nada ao sentido. O texto que segue foi dito por um locutor esportivo: Adentra o tapete verde o facultativo esmeraldino a fim de pensar a contusão do filho do Divino Mestre, mola propulsora do eleven periquito. (Álvaro da Costa e Silva. In: Bundas, p.33.) O que o locutor quis dizer foi: Entra em campo o médico do Palmeiras a fim de cuidar da contusão de Ademir da Guia (filho de Domingos da Guia), jogador de meio de campo do time do Parque Antártica. Certamente, aquele texto não seria entendido pela maioria dos ouvintes. Portanto não é um bom texto, porque não usa um nível de língua adequado à situação de comunicação. 5 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Outros exemplos: As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas fitas de sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de dezembro de 1991, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeo aluguem, exponham e vendam fitas pornográficas a menores de 18 anos. A portaria proíbe ainda os menores de 18 anos de irem a motéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais. (Jornal Folha do Sudoeste) Certamente a portaria não deveria obrigar os pais a acompanhar os filhos aos motéis nem a dar-lhes uma autorização por escrito para ser exibida na entrada desse tipo de estabelecimento. O jornal da USP publicou uma série de textos encontrados em comunicados de paróquias e templos. Todos são mal escritos, embora neles não se encontrem erros de ortografia, concordância, etc.: - Não deixe a preocupação acabar com você. Deixe que a Igreja ajude. - Terça-feira à noite: sopão dos pobres, depois oração e medicação. - (...) lembre-se de todos que estão tristes e cansados de nossa igreja e de nossa comunidade. - Para aqueles que têm filhos e não sabem, nós temos uma creche no segundo andar. - Quinta-feira às 5:00 haverá reunião do Clube das Jovens Mamães. Todos aqueles que quiserem se tornar uma Jovem Mamãe, devem contatar padre Cavalcante em seu escritório. (...) (Jornal da USP, 9, p. 15) Humor à parte, esses exemplos comprovam que aprender não só a norma culta da língua, mas também os mecanismos de estruturação do texto. A palavra texto é bastante usada na escola e também em outras instituições sociais que trabalham com a linguagem. É comum ouvirmos expressões como O texto constitucional desceu a detalhes que deveriam estar em leis ordinárias; Seu texto ficou muito bom; O texto da prova de Português era muito longo e complexo; Os atores de novelas devem decorar textos enormes todos os dias. Apesar de corrente, porém, o termo não é de fácil definição: quando perguntamos qual é o seu significado, percebemos que a maioria das pessoas é incapaz de responder com precisão e clareza. Texto é um todo organizado de sentido, delimitado por dois brancos e produzido por um sujeito num dado tempo e num determinado espaço. O texto é um todo organizado de sentido, isso quer dizer que ele não é um amontoado de frases simplesmente colocadas umas depois das outras, mas um conjunto de frases costuradas entre si. Por isso o sentido de cada parte depende da sua relação com as outras partes, isto é, o sentido de uma palavra ou de uma frase depende das outras palavras ou frases com que mantêm relação. Em síntese, o sentido depende do contexto, entendido como a unidade maior que compreende uma unidade menor, a oração é contexto da palavra, o período é contexto da oração e assim sucessivamente. O contexto pode ser explícito (quando é exposto em palavras) ou implícito (quando é percebido na situação em que o texto é produzido). Observe os três pequenos textos abaixo: I- Todos os dias ele fazia sua fezinha. Na noite de segunda- feira sonhou com um deserto e jogou seco no camelo. II- Nos desertos da Arábia, o camelo é ainda o principal meio de transporte dos beduínos. III- O camelo aqui carrega a família inteira nas costas, porque lá ninguém trabalha. Em cada uma dessas frases a palavra camelo tem um sentido diferente. Na primeira, significa “o oitavo grupo do jogo no bicho, que corresponde ao número 8 e inclui as dezenas 29, 30, 31 e 32”; na segunda, “animal originário das regiões desérticas, de grande porte, quadrúpede, de cor amarelada, de pescoço longo e com duas saliênciasno dorso”; na terceira, “pessoa que trabalha muito”. O que determina essa diferença de sentido da palavra é exatamente o contexto, o todo em que ela está inserida. No texto, portanto, o sentido de cada parte não é independente, tudo são relações. Aliás, a palavra texto significa “tecido”, que não é um amontoado de fios, mas uma trama arranjada de maneira organizada. O sentido não é solitário, é solidário. Vejamos outros dois períodos: I- Marcelinho é um bom atacante, mas é desagregador. II- Marcelinho é desagregador, mas é um bom atacante. Esses períodos relacionam diferentemente as orações. No primeiro, a oração é desagregador é introduzida por mas, enquanto no segundo é a oração é um bom atacante que é iniciada por essa conjunção. O sentido é completamente diferente, pois o mas introduz o argumento mais forte e, por conseguinte, determina a orientação argumentativa da frase. Isso significa que, quando afirmo I, não quero o jogador no meu time; quando digo II, acredito que todos os seus defeitos devem ser desculpados. Observe agora o poema “Canção do Exílio” de Murilo Mendes: Minha terra tem macieiras da Califórnia onde cantam gaturamos de Veneza. Os poetas da minha terra são pretos que vivem em torres de ametista, os sargentos de exército são monistas, cubistas, os filósofos são polacos vendendo a prestações. A gente não pode dormir com os oradores e os pernilongos. Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda. Eu morro sufocado em terra estrangeira. Nossas flores são mais bonitas nossas frutas mais gostosas mas custam cem mil réis a dúzia. Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade e ouvir um sabiá com certidão de idade! Poesias (1925-1953). Rio de Janeiro, José Olympio, 1959, p. 5. Tomando apenas os dois primeiros versos, pode-se pensar que esse poema seja uma apologia do caráter universalista e cosmopolita da brasilidade: macieiras e gaturamos representam a natureza vegetal e animal, respectivamente; Califórnia e Veneza são a imagem do espaço estrangeiro, e minha terra, a do solo pátrio. No Brasil, até a natureza acolhe o que é estrangeiro. 6 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Pode-se ainda acrescentar, em apoio a essa tese, que esses versos são calcados nos dois primeiros do poema homônimo de Gonçalves Dias, que é uma glorificação da terra pátria: Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; Apud: Manuel Bandeira. Gonçalves Dias: Poesia. 7ª Ed. Rio de Janeiro Agir, 1976, p. 18. Coleção Nossos Clássicos. Essa hipótese de leitura, se não é absurda quando isolamos os versos em questão, não encontra amparo quando os confrontamos com o restante do texto. Murilo Mendes mostra, na verdade, que as características da brasilidade não têm valor positivo, não concorrem para a exaltação da pátria: o poeta denuncia que a cultura brasileira é postiça, é uma miscelânea de elementos advindos de vários países. Ele mostra que os poetas são pretos que vivem em torres de ametista, alienados num mundo idealizado, evitando as mazelas do mundo real, sem se preocupar com os negros, que vivem, em geral, em condições muito precárias (trata-se de uma referência irônica ao Simbolismo e, principalmente, a Cruz e Sousa); que os sargentos do exército são monistas, cubistas, ou seja, em vez da preocupação com seu ofício de garantir a segurança do território nacional, têm pretensões de incursionar por teorias filosóficas e estéticas; que os filósofos são polacos vendendo a prestações, são prostituídos (polaca é termo designativo de prostituta) pela venalidade barata; que os oradores se identificam com os pernilongos em sua oratória repetitiva; que o romantismo gonçalvino estava certo ao afirmar que a natureza brasileira é pródiga, só que essa prodigalidade não é acessível à maioria da população. A exclamação do final é, ao mesmo tempo, a manifestação do desejo de ter contato com coisas genuinamente brasileiras e um lamento, pois o poeta sabe que não se tornará realidade. O texto de Murilo faz referência ao de Gonçalves Dias, mas, diferentemente do poema gonçalvino, não celebra ufanisticamente a pátria. Ao contrário, ironiza-a, lamenta a invasão estrangeira. O exílio é a própria terra, desnaturada a ponto de parecer estrangeira. Desse modo, os dois primeiros versos não podem ser interpretados como um elogio ao caráter cosmopolita da cultura brasileira. Ao contrário, devem ser lidos como uma crítica ao caráter postiço da nossa cultura. Isso porque só a segunda interpretação se encaixa coerentemente dentro do contexto. Por exemplo, comprova-se que o significado das frases não é autônomo. Num texto, o significado das partes depende do todo. Por isso, cada frase tem um significado distinto, dependendo do contexto em que está inserida. Que é que faz perceber que um conjunto de frases compõe um texto? O primeiro fator é a coerência, ou seja, a compatibilidade de sentido entre elas, de modo que não haja nada ilógico, nada contraditório, nada desconexo. Outro fator é a ligação das frases por certos elementos que recuperam passagens já ditas ou garantem a concatenação entre as partes. Assim, em Não chove há vários meses. Os pastos não poderiam, pois, estar verdes, a palavra pois estabelece uma relação de decorrência lógica entre uma e outra frase. O segundo fator, entretanto, é menos importante que o primeiro, pois mesmo sem esses elementos de conexão, um conjunto de frases pode ser coerente e, portanto, um todo organizado de sentido. Delimitações e Sujeito do Texto O texto é delimitado por dois brancos. Se ele é um todo organizado de sentido, ele pode ser verbal, visual (um quadro), verbal e visual (um filme), sonoro (uma música), etc. Mas em todos esses casos ele será delimitado por dois espaços de não-sentido, dois brancos, um antes de começar o texto e outro depois. É o branco do papel; é o tempo de espera para que um filme comece e o que está depois da palavra FIM; é o silêncio que precede os primeiros acordes de uma melodia e que sucede às notas finais, etc. O texto é produzido por um sujeito num dado tempo e num determinado espaço. Esse sujeito, por pertencer a um grupo social que vive num dado tempo e num certo espaço, expõe em seus textos as idéias, os anseios, os temores, as expectativas desse grupo. Todo texto, assim, relaciona-se com o contexto histórico e geográfico em que foi produzido, refletindo a realidade apreendida por seu autor, que sobre ela se pronuncia. O poema de Murilo Mendes que comentamos anteriormente mostra o anseio de uma geração, no Brasil, em certa época, de conhecer bem o país e revelar suas mazelas para transformá-lo. Não há texto que não reflita o seu tempo e o seu lugar. Cabe lembrar, no entanto, que uma sociedade não produz uma única forma de ver a realidade, um modo único de analisar os problemas estabelecidos num dado contexto. Como a sociedade é dividida em grupos sociais, que têm interesses muitas vezes antagônicos, ela produz idéias divergentes entre si. A mesma sociedade que gera a idéia de que é preciso pôr abaixo a floresta amazônica para explorar suas riquezas, produz a idéia de que preservá-la é mais rentável. É bem verdade, no entanto, que algumas idéias, em certas épocas, exercem domínio sobre outras. É necessário entender as concepções correntes na época e na sociedade em que o texto foi produzido, para não correr o risco de entendê-lo de maneira distorcida. Como não há idéias puras, todas as idéias estão materializadas em textos, analisar a relação de um texto com sua época é estudar a sua relação com outros textos. É preciso que fiquem bem claras estas conclusões: I- No texto, o sentido não é solitário, mas solidário. II- O texto está delimitado por dois espaços de não-sentido. III- O texto revela ideais, concepções, anseios, expectativas e temores deum grupo social numa determinada época, em determinado lugar. Apreensão e Compreensão do Sentido Quando Lula disse a Collor no primeiro debate do segundo turno das eleições presidenciais de 1989: Eu sabia que você era collorido por fora, mas caiado por dentro. Os brasileiros colocaram essa frase no âmbito dos “discursos da campanha presidencial” e entenderam não “Você tem cores fora, mas é revestido de cal por dentro”, mas “Você apresenta um discurso moderno e de centro-esquerda, mas é um reacionário”. Observe que há duas operações diferentes no entendimento do texto. A primeira é a apreensão, que é a captação das relações que cada parte mantém com as outras no interior do texto. No entanto, ela não é suficiente para entender o sentido integral. Uma pessoa que conhecesse todas as palavras da frase acima, mas não conhecesse o universo dos discursos da campanha presidencial, não entenderia o significado da frase. Por isso, é preciso colocar o texto dentro do universo discursivo a que ele pertence e no interior do qual ganha sentido. Alguns teóricos chamam conhecimento 7 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 de mundo ao universo discursivo. Na frase acima, collorido e caiado não pertencem ao universo da pintura, mas da vida política: a primeira palavra refere-se a Collor e ao modo como ele se apresentava, um político moderno e inovador; a segunda diz respeito a Ronaldo Caiado, político conservador que o apoiava. A essa operação chamamos compreensão. Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: informativa e de reconhecimento. A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras- chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à idéia- central de cada parágrafo. A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras como não, exceto, respectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha adequada. Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor. Um texto para ser compreendido deve apresentar idéias seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela idéia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a idéia central extraída de maneira clara e resumida. Atentando-se para a idéia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto. Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um tecido. O fio deve ser trabalhado com muito cuidado para que o trabalho não se perca. O mesmo acontece com o texto. O ato de escrever toma de empréstimo uma série de palavras e expressões amarrando, conectando uma palavra uma oração, uma idéia à outra. O texto precisa ser coeso e coerente. Coesão É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais elementos de coesão são os conectivos, vocábulos gramaticais, que estabelecem conexão entre palavras ou partes de uma frase. O texto deve ser organizado por nexos adequados, com seqüência de idéias encadeadas logicamente, evitando frases e períodos desconexos. Para perceber a falta de coesão, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto, procurando estabelecer as possíveis relações entre palavras que formam a oração e as orações que formam o período e, finalmente, entre os vários períodos que formam o texto. Um texto bem trabalhado sintática e semanticamente resultam num texto coeso. Coerência A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é o que faz com que o texto faça sentido para quem lê, devendo, portanto, ser entendida, interpretada. Na avaliação da coerência da redação, será levada em conta o tipo de texto. Em um texto dissertativo, será avaliada a capacidade de relacionar os argumentos e de organizá- los de forma a extrair deles conclusões apropriadas; num texto narrativo, será avaliada sua capacidade de construir personagens e de relacionar ações e motivações. Tipos de Composição Descrição: descrever é representar verbalmente um objeto, uma pessoa, um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas. Narração: é um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos constitutivos: personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da descrição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. A Narração envolve: • Quem? Personagem; • Quê? Fatos, enredo; • Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos; • Onde? O lugar da ocorrência; • Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos; • Por quê? A causa dos acontecimentos; Dissertação: dissertar é apresentar idéias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho. EXERCÍCIOS Nas provas, você terá tempo limitado para responder às questões. Por isso, treine obedecendo fielmente às indicações de tempo máximo. Quando estiver terminando o tempo, chute; não deixe questão sem resposta. Contudo, nos concursos, dependendo da banca, se tiver dúvida, é melhor deixar a questão em branco, pois uma resposta errada anula uma correta. Este é o caminho: leitura, exercício, correção, entendimento dos erros. Quanto mais você entender porque errou, mais estará aprendendo. Esaf: Leia atentamente o texto para responder às questões de 1 a 4. (Tempo máximo: 14 minutos) Parques em chamas Saudados por ecologistas como arcas de Noé para o futuro, por serem repositórios de espécies animais e vegetais em extinção acelerada noutras áreas do país, alguns dos 25 parques nacionais do Brasil tiveram, na semana passada, a sua paisagem mutilada pelo fogo. A rigorosa estiagem que acompanha o inverno no Centro-Sul ressecou a vegetação e abriu caminho para que as chamas tragassem 6 dos 33 quilômetros quadrados do Parque Nacional da Tijuca, pegado à cidade do Rio de Janeiro, e convertessem em carvão 10% dos 300 quilômetros quadrados do Parque Nacional do Itatiaia, na divisa de Minas Gerais com o Estado do Rio. 8 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Contido pelos bombeirosjá no fim de semana, na Tijuca, e abafado por uma providencial chuva no ltaXiaia, na quarta-feira o fogo pipocou em outro extremo do país. Naquele dia, o incêndio começou no Parque da Serra da Capivara, no sertão do Piauí, calcinado há seis anos pela seca, e avançou pela caatinga, que esconde as pinturas rupestres inscritas na rocha, há pelo menos 31.500 anos, pelo homem brasileiro pré-histórico. (Isto é, 221811984) 1. O autorjustifica o fato de os ecologistas referirem-seaos parques nacionais como “arcas de Noé para o futuro” da seguinte maneira: a) Porque são áreas preservadas da caça e pesca i ndiscri minadas. b) Porque ocupam espaços administralívamente delimitados pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. c) Porque espécies animais e vegetais que estão se extinguindo em outras regiões têm preservada sua sobrevivência nesses parques. d) Porque nesses parques colecionam-se casais de espécies animais e vegetais em extinção noutras áreas. e) Porque há agentes florestais incumbidos de zelar pelos animais e vegetais dos parques. 2. A respeito dos incêndios referidos pelo autor, depreende-se do texto que: a) Embora tivessem ameaçado espécies animais e vegetais raras, apresentaram um lado positivo: aumentaram a produção de carvão. b) Foram provocados pela rigorosa estiagem do inverno, no Centro-Sul, e pela seca prolongada no sertão nordestino. c) Não foram combatidos com presteza e eficiência pelos bombeiros. d) Só foram debelados por providenciais chuvas que eventualmente vieram a cair sobre os parques. e) Destruíram parte da flora e fauna das reservas, desfigurando sua paisagem. 3. Depreende-se que o autor do texto, em relação ao fato descrito, manifesta: a) Descaso b) Hesitação c) Desesperança d) Pesar e) Indiferença 4. Aponte a única conclusão que é estrita e licitamente deduzível do texto: a) As chamas serviram para mostrar a precária situação dos parques brasileiros. b) Devem ser tomadas providências para dotar os parques de meios para se protegerem dos incêndios. c) Devem ser desencadeadas campanhas para conscientizar a população de como evitar incêndio nos parques. d) Parte da culpa dos incêndios cabe às autoridades responsáveis pelas reservas e parques. e) 0 incêndio no Parque da Serra da Capivara ameaçou valioso patrimônio histórico e antropológico. MPU ‑ auxiliar‑ Esaf: Para responder às questões de 5 a 9, leia o texto a seguir. (Tempo máximo: 16 minutos) Procura‑se uma explicação Um mundo de mistérios se esconde por trás dos pequenos anúncios. Nunca pude avaliar, pelas suas fórmulas, quais as suas verdadeiras intenções. Fico a imaginar se o desespero de quem vende está na mesma proporção emocional de quem quer comprar. Objetos perdidos, quase sempre de estimação, documentos importantes, cachorrinhos desaparecidos, tudo na base do “gratifica-se bem”. Mas o que é gratificar bem, por exemplo, a uma pessoa que acha uma carteira com pouco dinheiro? Acho que há um pouco de ironia e de deboche da parte de toda pessoa que põe um anúncio - e muito boa vontade da parte de quem acha que ali está a sua oportunidade. Há vários anos que encontro promessas de Iugar de futuro” e acho incompreensível que esse futuro não chegue nunca, e que as vagas continuem sempre disponíveis. Ou as pessoas acabam por descobrir que o seu futuro está fora dali ou são outras firmas que estão se iniciando para oferecer novos futuros a futuros candidatos. Há uma certa ilusão de lado a lado: quem anuncia o futuro dos outros está pensando no seu presente e quem procura o seu futuro no presente de quem anuncia acaba é fazendo o futuro dos outros. Até que ponto é sincero um anúncio que procura moças de “boa aparência”, de 18 a 25 anos, com prática de datilografia e um mínimo de 150 batidas certas por minuto? É tão necessário que sejam todas as batidas certas? E esses que vivem vendendo objetos, um de cada vez, «por motivo de viagem”? Será que o dinheirinho de um aparelho de televisão ou de uma máquina de costura ou de um gravador último tipo lhes pagará a passagem? Talvez a viagem seja conseqüência: depois de vender os objetos, o melhor será mesmo abandonar a cidade. E os técnicos? É impressionante como tem gente especializada anunciando sua especialidade. Mecânicos e eletricistas montam e desmontam qualquer aparelho em menos de cinco minutos, e no fim sempre nos entregam três ou quatro parafusos que não têm a menor utilidade. Penso na economia monstruosa que as fábricas fariam se, ao montarem seus aparelhos, houvessem contratado os técnicos do “atende-se a domicílio”. (Eliachar, Leon. O Homem ao Cubo. Rio deJaneiro: Francisco Alves S.A., 6ª ed., adoptado) 5. Ao falar de “pequenos anúncios”, o autor refere-se a) Essencialmente aos que tratam de empregos. b) Especificamente aos que oferecem serviços. c) Exclusivamente aos que falam de objetos perdidos. d) Genericamente a vários tipos de anúncios. e) Somente aos anúncios de compra e venda. 6. A expressão que não aparece nos anúncios que o autor menciona é: a) “lugar de fututo” b) “gratifica-se bem” c) “procura-se uma explicação” d) “atende-se a domicílio” e) “por motivo de viagem” 9 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 7. Conforme o texto, os técnicos que anunciaram sua especialidade: a) Trabalham com rapidez, mas não conseguem encaixar todas as peças de um aparelho. b) Trabalham melhor que os das fábricas, resultando disto maior economia para as montadoras. c) Entendem mais da montagem dos aparelhos que os técnicos das fábricas de eletrodomésticos. d) Duvidam da competência dos mecânicos e eletricistas das grandes fábricas. e) Pretendem conseguir uma contratação como mecânicos ou eletricistas em firmas conceituadas. 8. As “fórmulas” dos anúncios a que se refere o autor dizem respeito: a) À especificação b) À quantidade c) Ao argumento d) Ao conteúdo e) À correção 9. Assinale a opção que expressa o significado da seguinte frase do texto: “... quem procura o seu futuro no presente de quem anuncia acaba é fazendo o futuro dos outros”. a) Quem oferece melhoria de vida aos outros através de anúncios pretende melhorar a própria vida. b) Aquele que pretende encontrar boas oportunidades nos anúncios proporciona lucros ao anunciante. c) O anunciante projeta seus atuais objetivos nas pretensões dos leitores. d) Quem busca o seu futuro no futuro dos outros prejudica irremediavelmente seu presente. e) O anunciante procura melhorar a vida do leitor independentemente de suas intenções. MPU – nível técnico – MF: Leia o trecho abaixo para responder às questões de 10 a 14 (Tempo máximo: 15 minutos) A rigor, se cometêssemos para com a publicidade o ingênuo extremismo de acreditar plenamente no seu discurso, teríamos à nossa frente a mais desvairada das utopias. A sua eficiência, elevada ao absurdo, consistiria em fazer com que o consumidor, ao consumir um produto, incorporasse à sua percepção sensorial um deleite Sublime, um estado nirvânico, um gozo celetial. A se ressalvar e a se ressaltar, porém, a defasagem entre a promessa publicitária e o real preenchimento proporcionado pelos bens de consumo, conclui-se tristemente que o saldo é bastante negativo: a felicidade prometida é muito fugaz e o retorno ao abismo da lacuna primordial – da consciência da finitude – é ainda maior, uma vez que a busca do sublime esteve exacerbada por estímulos fantasiosos. Cada vez que o paraíso é prometido, represema-se (ritualiza-se) o drama do retorno. Cada vez que esse retorno é frustrado, dramatiza-se, outra vez, o mito da queda. A promessa de preenchimento dá lugar ao vazio. Existência e angústia retornam à sua condição de paralelismo. Compreende-se então o quanto a retórica publicitária era irreal, sublimadora. E uma leitura literalizante desse discurso delirante coloca-se de imediato lidando com uma elaboração profundamente onírica. Literalmente, a publicidade é uma fábrica de sonhos. (Extraído de A promessa do paraíso já, Luís Martins, Humanidades, Ano IV, 1987/88, nº15, p. 110/111) 10. O tema central do fragmento acima é: a) A publicidade desequilibra a relação de forças existente entre a demanda e a oferta de bens de consumo.b) Dramatizar o mito da queda é o objetivo perseguido pela retórica publicitária. c) Há uma similaridade estrutural entre a elaboração publicitária e a elaboração onírica. d) Os comerciais veiculados pelos meios de comunicação cumprem o papel de informar o consumidor em potencial sobre as reais qualidades dos produtos. e) Ao adquirir bens de consumo, o consumidor sublima suas carências afetivas num estado de deleite sublime. 11. À leitura literal da retórica publicitária associam-se vários termos no texto, exceto: a) Deleite sublime b) Estado nirvânico c) Gozo celestial d) Consciência da finitude e) Estímulos fantasiosos 12. Uma leitura errada do texto levaria a afirmar que: a) Interpretar literalmente o discurso publicitário é uma atitude ingénua. b) A publicidade elabora um cenário onírico para os objetos da sociedade industrial. c) O discurso publicitário é formulado com mensagens que se sustentam no princípio do prazer. d) A felicidade prometida nas propagandas dá ao homem a consciência de sua finitude. e) Está incorporado à publicidade o componente mítico de retorno ao paraíso. 13. “Drama do retorno” e “mito da queda”, no texto, referem-se a: a) Elaboração da primeira versão da publicidade e sua recusa pelo cliente que a encomendou. b) Retorno dos comerciais aos meios de comunicação devido à queda do faturamento das empresas. c) Promessas fantasiosas contidas nos anúncios e decepção do consumidor por não vê-ias realizadas ao adquirir o produto. d) Estado nirvânico do publicitário no momento de criação da propaganda e posterior decepção ao vê-lo rejeitado pelo diretor de marketing. e) Mitos de povos primitivos a respeito das concepções de Paraíso e Inferno. 14. Assinale a letra que contém o enunciado falso. a) Colocadas em sequência, as expressões “a se ressalvar” e “a se resaltar” são equivalentes quanto ao conteúdo. b) O segmento - da consciência da finitude – explica a expressão lacuna primordial. c) O termo “(ritualiza-se)” especifica o sentido de “representa-se”. d) As expressões “deleite sublime”, “estado nirvânico”, “gozo celestial”, colocadas em sequência, reiteram a mesma idéia. e) Em “sua eficiência”, o possessivo refere-se à eficiência da publicidade. 10 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 RESPOSTAS COMENTADAS “Parque em chamas” 1. c 2. e a) Errado. O texto não fala que a produção de carvão é positiva. b) Errado. Segundo o texto, a estiagem “abriu caminho para que as chamas tragassem...”; de acordo com esta alternativa a estiagem provocou o incêndio. Abrir caminho não é provocar. c) Errado. Se os bombeiros apagaram o fogo, pelo menos foram eficientes. d) Errado. e) Certo. 3. d - “paisagem mutilada pelo fogo”. 4. b - No comando deveria estar escrito “dedutível” (que se deduz) porque não existe a palavra “deduzível”. a) Errado. Não se pode deduzir estrita e licitamente que se “alguns dos 25 parques” (o texto só fala em três deles) estão em situação difícil, todos estarão. Três não são vinte e cinco. b) Certo. O que seria competência, por exemplo, dos legisladores. Os responsáveis pelos parques não são culpados de não terem condições. c) Errado. O texto não culpa a população nem as autoridades responsáveis pelos parques e reservas. d) Errado. O texto não culpa a população nem as autoridades responsáveis pelos parques e reservas. e) Errado. Se as pinturas rupestres existem há pelo menos 31.500 anos, certamente já resitiram a inúmeros incêndios, o que não justifica dizer que um incêndio constitua ameaça a elas. “Procura‑se uma explicação” 5. d - Objetos perdidos, lugar de futuro = emprego, técnicos = serviços (venda). 6. c 7. a 8. c - Nunca pude avaliar, pelas suas fórmulas (=pelo que argumental – “gratifica-se bem”, “lugar de futuro”, “por motivo de viagem”), quais as suas verdadeiras intenções (= o que realmente querem dizer). 9. b - Observe que a frase “... quem procura seu futuro no presente de quem anuncia acaba é fazendo o futuro dos outros” pode ser reduzida a “quem procura” ... faz “o futuro dos outros”, em que o sujeito “quem procura” é o leitor e os “outros” são os anunciantes. A única alternativa que põe na ordem certa de importância do texto “leitor – anunciante” é a letra b. Compare: letra a) anunciante – anunciante; c) anunciante – leitor; d) leitor – leitor; e) anunciante – leitor. “A rigor, se cometêssemos...” 10. c - Reler as quatro últimas linhas do texto (onírico = de sonho). 11. d - É a única alternativa de significado negativo. A publicidade, no texto, só busca ressaltar o lado positivo. 12. d - A “consciência de finitude” acontece só depois que a ilusão despertada pela publicidade acaba. A felicidade prometida nas propagandas dá ao homem a ilusão. 13. c - Por exclusão, chega-se a esta resposta, porém, como o comando se refere a “Drama do retorno” e “mito da queda”, a alternativa melhor seria: “decepção do consumidor por não ver realizadas as promessas da propaganda”. 14. a - Ressalvar = corrigir, prevenir com ressalva, excetuar... Ressaltar = destacar, sobressair, dar relevo... TIPOLOGIA TEXTUAL Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor que também é transmitida através de figuras, impregnado de subjetivismo. Ex: um romance, um conto, uma poesia... Texto Não‑Literário: preocupa-se em transmitir uma mensagem da forma mais clara e objetiva possível. Ex: uma notícia de jornal, uma bula de medicamento. Basicamente existem três tipos de texto: Texto Narrativo; Texto Descritivo; Texto Dissertativo. Cada um desses textos possui características próprias de construção. Narração Ao longo de nossa vida, tomamos contato com os mais variados tipos de textos: literários e jornalísticos, em verso e em prosa, políticos, religiosos e muitos outros. Há uma classificação que, por revelarse útil tanto para a produção escrita quanto para a leitura, enraizouse na tradição escolar. Tratase do agrupamento dos textos em narrativos, descritivos e dissertativos. Antes de mais nada, é preciso deixar claro que esses tipos não são encontrados em estado puro. Narração, descrição e dissertação podem alternarse num mesmo texto. Isso não impede que, por razões didáticas, estudemos cada uma delas separadamente. Vamos ocuparnos da narração. Leia o texto que segue: Porquinhodaíndia Quando eu tinha seis anos Ganhei um porquinhodaíndía. Que dor de coração me dava Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! Levava ele pra sala Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos Ele não gostava: Queria era estar debaixo do fogão. Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas... 0 meu porquinhodaíndia foi a minha primeira [namorada. Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1973, pág. 110. 11 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Narrativas são Transformações Observe que, no texto acima, há um conjunto de transformações de situação: ganhar um porquinhodaíndia é passar da situação de não ter o animalzinho para a de têlo; leválo para a sala ou para outros lugares é passar da situação de ele estar debaixo do fogão para a de estar em outros lugares; ele não gostava: queria era estar debaixo do fogão implica a volta à situação anterior; não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas dá a entender que o menino passava de uma situação de não ser terno com o animalzinho para uma situação de ser; no último verso temse a passagem da situação de não ter namorada para a de ter. Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande conjunto de mudanças de situação. É isso que define o que se chama o componente narrativo do texto, ou seja, narrativa é uma mudança de estado pela ação de alguma personagem,é uma transformação de situação. Mesmo que essa personagem não apareça no texto, ela está logicamente implícita. Assim, por exemplo, se o menino ganhou um porquinhodaíndia, é porque alguém lhe deu o animalzinho. Tipos de Narrativa Há, basicamente, dois tipos de mudança: aquele em que alguém recebe alguma coisa (o menino passou a ter o porquinhoda índia) e aquele em que alguém perde alguma coisa (o porquinho perdia, a cada vez que o menino o levava para outro lugar, o espaço confortável de debaixo do fogão). Assim, temos dois tipos de narrativas: de aquisição e de privação. A Sequência Narrativa Prototípica Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: uma coordenase a outra, uma implica a outra, uma subordinase a outra. A narrativa típica tem quatro mudanças de situação: • uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo); • uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma competência para fazer algo); • uma em que a personagem executa aquilo que queria ou devia fazer (é a mudança principal da narrativa); • uma em que se constata que uma transformação se deu e em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens (geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os maus). Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela efetuase porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazêla. Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um apartamento: quando se assina a escritura, realizase o ato de compra; para isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer ou dever comprar (respectivamente, querer deixar de pagar aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido despejado, por exemplo). Algumas mudanças são necessárias para que outras se dêem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar um bambu ou outro instrumento para derrubála. Para ter um carro, é preciso antes conseguir o dinheiro. Narrativa e Narração Até agora estamos falando em narrativa. Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narratividade é um componente narrativo que pode existir em textos que não são narrações. A narrativa é a transformação de situações. Por exemplo, quando se diz Depois da abolição, incentivouse a imigração de europeus, temos um texto dissertativo, que, no entanto, apresenta um componente narrativo, pois contém uma mudança de situação: do não incentivo ao incentivo da imigração européia. Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto, o que é narração? A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características: • é um conjunto de transformações de situação (o texto de Manuel Bandeira do começo deste capítulo, como vimos, preenche essa condição); • é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e fatos concretos (o texto «Porquinho-daíndia” preenche também esse requisito); • as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e posterioridade (no texto «Porquinhodaíndia” o fato de ganhar o animal é anterior ao de ele estar debaixo do fogão, que por sua vez é anterior ao de o menino leválo para a sala, que por seu turno é anterior ao de o porquinhoda-índia voltar ao fogão). Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre pertinente num texto narrativo, mesmo que a seqüência linear da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas, quando o narrador começa contando sua morte para em seguida relatar sua vida, a seqüência temporal foi modificada. No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações de anterioridade e de posterioridade. Resumindo: na narração, as três características explicadas acima (transformação de situações, figuratividade e relações de anterioridade e posterioridade entre os episódios relatados) devem estar presentes conjuntamente. Um texto que tenha só uma ou duas dessas características não é uma narração. Narração é uma modalidade de redação que envolve sucessivas ações desencadeadas por personagens, constituídas por uma sequencia temporal, que leva a uma tensão narrativa crescente e culmina com o clímax ou desfecho. O narrador, portanto, é aquele que conta fatos, reais ou imaginários, organizados numa sucessão que visa provocar o interesse do leitor pela solução da trama. A narração envolve vários elementos: • o narrador, foco narrativo ou ponto de vista, que define a posição de quem narra em relação à matéria narrada. 0 narrador pode ser protagonista ou personagem, construindo a narrativa em primeira pessoa. Pode ser testemunha ou observador, narrando em terceira pessoa, mas se identificando como ente narrativo. Pode, ainda, estar fora da matéria narrada, em posição onisciente, narrando em terceira pessoa, com distanciamento em relação ao acontecido. • personagens, que se revelam por meio de características físicas ou psicológicas. Os personagens podem ser lineares (previsíveis), complexos, tipos sociais (trabalhador, estudante, burguês etc.) ou tipos humanos (o medroso, o tímido, o avarento etc.), heróis ou antiheróis, protagonistas ou antagonistas. • outros elementos fundamentais são a caracterização do espaço e a do tempo, que servem como molduras da ação narrada. 12 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Caracterização Formal Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O narrar surge da busca wansmitir, de comunicar qualquer acontecimento ou situação em que o em tenha sido protagonista de forma direta ou indireta. O aspecto narrativo apresenta, até certo ponto, alguma subjetividade, porquanto a criação e o colorido do contexto estão em função da individualidade e do estilo do narrador. Dependendo do enfoque do redator, a narração terá diversas abordagens. Assim é de grande importância saber se o relato é feito em primepessoa ou terceira pessoa. No primeiro caso, há a participação do narrador; segundo, há uma inferência do último através da onipresença e onisciência. Por outro lado, já que o elemento fundamental da estrutura narrativa é a ação, dáse lugar de realce aos verbos de ação, sendo esses muito utilizad no pretérito perfeito do indicativo. Conceituação A estruturação narrativa é uma seqüência de fatos relacionados entre em que há uma ordem temporal e uma ordem causal. A ordem temporal implica referência à cronologia, e a ordem causal, tabelece uma relação causaefeito. Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dos acontecimentos: esses podem oscilar no tempo, transgredindo o aspecto linear e constituindo o que se denomina “flashback”. O narrador que usa essa técnica (característica comum no cinema) demonstra maior criatividade e originalidade. Elementos da narrativa Personagens Quem? Protagonista/Antagonista Acontecimento O quê?Fato Tempo Quando? Época em que ocorreu o fato Espaço Onde? Lugar onde ocorreu o fato Modo Como? De que forma ocorreu o fato Causa Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato Resultado: previsível ou imprevisível. Final: Fechado ou Aberto. Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão, obrigatoriamente sempre presentes no discurso, exceto as personagens ou o fato a ser narrado. Assim, no contexto narrativo, temos: • importância das personagens, que se movimentam, se relacionam e dão lugar à trama que se estabelece na ação; • importância do espaço, no qual se entrechocam as personagens e que se apresenta limitado ou ilimitado, real ou suprareal; • importância do tempo, que poderá ser psicológico ou cronológico. Exemplo A NOITE EM QUE OS HOTÉIS ESTAVAM CHEIOS O casal chegou à cidade tarde da noite.Estavam cansados da viagem; ela, grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lugar onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria, desde que não fosse muito caro. Não seria fácil, como eles logo descobriram. No primeiro hotel, o gerente, homem de maus modos, foi logo dizendo que não havia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com desconfiança o casal e resolveu pedir documentos. O homem disse que não tinha; na pressa da viagem esquecera os documentos. E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel, se não tem documentos? disse o encarregado. Eu nem sei se o senhor vai pagar a conta ou não! O viajante não disse nada. Tomou a esposa pelo braço e seguiu adiante. No terceiro hotel também não havia vaga. No quarto que era mais uma modesta hospedaria havia, mas o dono desconfiou do casal e resolveu dizer que o estabelecimento estava lotado. Contudo, para não ficar mal, resolveu dar uma desculpa: O senhor vê, se o governo nos desse incentivos, como dão para os grandes hotéis, eu já teria feito uma reforma aqui. Poderia até receber delegações estrangeiras. Mas até hoje não consegui nada. Se eu conhecesse alguém influente... O senhor não conhece ninguém nas altas esferas? O viajante hesitou, depois disse que sim, que talvez conhecesse alguém nas altas esferas. Pois então disse o dono da hospedaria fale para esse seu conhecido da minha hospedaria. Assim, da próxima vez que o senhor vier, talvez já possa lhe dar um quarto de primeira classe, com banho e tudo. O viajante agradeceu, lamentando apenas que seu problema fosse mais urgente: precisava de um quarto para aquela noite. Foi adiante. No hotel seguinte, quase tiveram êxito. O gerente estava esperando um casal de conhecidos artistas, que viajavam incógnitos. Quando os viajantes apareceram, pensou que fossem os hóspedes que aguardava e disse que sim, que o quarto já estava pronto, ainda fez um elogio: O disfarce está muito bom. Que disfarce? perguntou o viajante. Essas roupas velhas que vocês estão usando, disse o gerente. Isso não é disfarce, disse o homem, são as roupas que nós temos. O gerente aí percebeu o engano: Sinto muito desculpouse. Eu pensei que tinha um quarto vago, mas parece que já foi ocupado. O casal foi adiante. No hotel seguinte, também não havia vaga, e o gerente era metido a engraçado. Ali perto havia uma manjedoura, disse, que não se hospedavam lá? Não seria muito confortável, mas em compensação não pagariam diária. Para surpresa dele, o viajante achou a idéia boa, até agradeceu. Saíram. Não demorou muito, apareceram os três Reis Magos, perguntando sobre um casal de forasteiros. E foi aí que o gerente começou a achar que vez tivesse perdido os hóspedes mais importantes já chegados a Belém. (SCLIAR, Moacyr. A massagista japonesa. Porto Alegre: L&PM, 1984, p. 495O) DescriçãoChamavase Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinqüenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retiravase antes. 0 mestre era mais severo com ele do que conosco. Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed. São Paulo, Ática, 1974, págs. 3132. Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da escola que o narrador freqüentava. 13 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Devese notar: • que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os outros levavam trinta ou cinqüenta minutos, Raimundo tinha grande medo ao pai); • por isso, não existe uma ocorrência que possa ser considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é cronologicamente anterior a retirarse dela; no nível do relato, porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: o que o narrador quer é explicitar uma característica do menino, e não traçar a cronologia de suas ações); • ainda que se fale de ações (como entrava, retiravase), todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância em relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano de 1840, em que o narrador freqüentava a escola da rua da Costa) e, portanto, não denota nenhuma transformação de estado; • se invertêssemos a seqüência dos enunciados, não correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológica poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar e ler o texto do fim para o começo: 0 mestre era mais severo com ele do que conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes... Evidentemente, quando se diz que a ordem dos enunciados pode ser invertida, está-se pensando apenas na ordem cronológica, pois, como veremos adiante, a ordem em que os elementos são descritos produz determinados efeitos de sentido. Quando alteramos a ordem dos enunciados, precisamos fazer certas modificações no texto, pois este contém anafóricos (palavras que retomam o que foi dito antes, como ele, os, aquele, etc. ou catafóricos (palavras que anunciam o que vai ser dito, como este, etc.), que podem perder sua função e assim não ser compreendidos. Se tomarmos uma descrição como As flores manifestavam todo o seu esplendor. O Sol fazia-as brilhar, ao invertermos a ordem das frases, precisamos fazer algumas alterações, para que o texto possa ser compreendido: O Sol fazia as flores brilhar. Elas manifestavam todo o seu esplendor. Como, na versão original, o pronome oblíquo as é um anafórico que retoma flores, se alterarmos a ordem das frases ele perderá o sentido. Por isso, precisamos mudar a palavra flores para a primeira frase e retomá-la com o anafórico elas na segunda. Por todas essas características, dizse que o fragmento do conto de Machado é descritivo. Descrição é o tipo de texto em que se expõem características de seres concretos (pessoas, objetos, situações, etc.) consideradas fora da relação de anterioridade e de posterioridade. Características da Descrição As características do texto descritivo são: • como o texto narrativo, é figurativo; • ao contrário do texto narrativo, não relata mudanças de situação, mas propriedades e aspectos simultâneos dos elementos descritos, considerados, pois, numa única situação; • como o que nele se reproduz é simultâneo, não existe relação de anterioridade e posterioridade entre seus enunciados. A característica fundamental de um texto descritivo é essa inexistência de progressão temporal – isto é, o que se expõe é simultâneo, e não se pode, portanto, considerar um enunciado anterior a outro. Podese apresentar, numa descrição, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejam sempre simultâneos, não indicando progressão de uma situação anterior para outra posterior. Tanto é que uma das marcas lingüísticas da descrição é o predomínio de verbos no presente ou no pretérito imperfeito do indicativo: o primeiro expressa concomitância em relação ao momento da fala; o segundo, em relação a um marco temporal pretérito instalado no texto. Para transformar uma descrição numa narração, bastaria introduzir um enunciado que indicasse a passagem de um estado anterior para um posterior. No caso do texto inicial, para transformá-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso grande medo do pai. Mais tarde, Iibertouse desse medo... Os efeitos de sentido criados pela disposição dos elementos descritivos Como se disse acima, do ponto de vista da progressão temporal, a ordem dos enunciados na descrição é indiferente, uma vez que eles indicam propriedades ou característicasque ocorrem simultaneamente. No entanto, ela não é indiferente do ponto de vista dos efeitos de sentido: descrever de cima para baixo ou viceversa, do detalhe para o todo ou do todo para o detalhe cria efeitos de sentido distintos. Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, de Bocage: Magro, de olhos azuis, carão moreno, bem servido de pés, meão de altura, triste de facha, o mesmo de figura, nariz alto no meio, e não pequeno. Incapaz de assistir num só terreno, mais propenso ao furor do que à ternura; bebendo em níveas mãos por taça escura de zelos infernais letal veneno. Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão, 1968, pág. 497 / Vunesp1993. O poeta descrevese das características físicas para as características morais. Se fizesse o inverso, o sentido não seria o mesmo, pois as características físicas perderiam qualquer relevo. O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a visualizar uma cena. É como traçar com palavras o retrato de um objeto, lugar, pessoa etc., apontando suas características exteriores, facilmente identificáveis (descrição objetiva), ou suas características psicológicas e até emocionais (descrição subjetiva). Uma descrição deve privilegiar o uso freqüente de adjetivos, também denominado adjetivação. Para facilitar o aprendizado desta técnica, sugerese que o concursando, após escrever seu texto, sublinhe todos os substantivos, acrescentando antes ou depois deste um adjetivo ou uma locução adjetiva. 14 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Descrição de Ambientes 1 - Introdução: comentário de caráter geral. 2 - Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura global do ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, luminosidade e aroma (se houver). 3 - Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a objetos lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, esculturas ou quaisquer outros objetos. 4 - Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira no ambiente. Descrição de Paisagens 1 - Introdução: comentário sobre sua localização ou qualquer outra referência de caráter geral. 2 - Desenvolvimento: observação do plano de fundo (explicação do que se vê ao longe). 3 - Desenvolvimento: observação dos elementos mais próximos do observador explicação detalhada dos elementos que compõem a paisagem, de acordo com determinada ordem. 4 - Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo acerca da impressão que a paisagem causa em quem a contempla. Descrição de Pessoas variação 1 1 - Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer aspecto de caráter geral. 2 - Desenvolvimento: características físicas (altura, peso, cor da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas). 3 - Desenvolvimento: características psicológicas (personalidade, temperamento, caráter, preferências, inclinações, postura, objetivos). 4 - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter geral Descrição de Pessoas variação 2 1 - Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer aspecto de caráter geral. 2 - Desenvolvimento: análise das características físicas, associadas às características psicológicas (1ª parte). 3 - Desenvolvimento: análise das características físicas, associadas às características psicológicas (2ª parte). 4 - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter geral. A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais predominam. Porque toda técnica descritiva implica contemplação e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de sensibilidade. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou interior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade. Tipos A descrição, conforme o objetivo que se propõe, pode ser literária ou não-literária. Na primeira, não deve haver preocupação quanto à exatidão da imagem descrita, porque a finalidade é transmitir a impressão sensorial. Isso não implica preocupação com detalhes. O que importa é que o conjunto, ao deixar sobressair os traços principais, seja enfatizado. É importante a seleção desses traços, para que o trabalho não dê a impressão de uma fotografia, mas seja a imagem do objeto (como o autor ve e sente esse objeto). Na descrição literária, predomina o aspecto subjetivo. O autor transfigura o ser de acordo com suas vivências psicossensoriais. Aqui predomina a conotação. Com relação à descrição de tipos, podese descrevêlos física ou psicologicamente. A primeira será uma descrição em que predomina a objetividade, na segunda, porém, predominará a subjetividade. Às vezes, o autor, através da caricatura intencional dos traços físicos personagem, deixa entrever o retrato psicológico da mesma, caracterizam suas idiossincrasias. Basta lembrar Quincas Borba, em Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Quanto à descrição nãoliterária, aqui sim, há grande preocupação com a exatidão dos detalhes e precisão vocabular. É uma descrição objetiva, o autor descreve o ser tal qual ele se apresenta na realidade. Há predomínio de denotação. Qualquer manual de instruções de aparelhos ou mecanismos é uma descrição técnica. Poderíamos também citar outros exemplos, como: descrição de um mineral, descrição anatômica de um corpo, etc. Caracterização Formal Com relação ao aspecto formal da descrição, devemse evitar os verbos e, se isso não for possível, que se usem então as formas nominais, o presente e o pretério imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência aos verbos que indiquem estado ou fenômeno. Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto. Esquema da Descrição O que se descreve (real ou imaginário). Como se descreve (objetivamente ou subjetivamente). Texto Literário com Descrição Real Subjetiva A CASA MATERNA Vinicius de Morais Há, desde a entrada, um sentimento de tempo na casa materna. As grades do portão têm uma velha ferrugem e o trinco se oculta num lugar que só a mão filial conhece. O jardim pequeno parece mais verde e úmido que os demais, com suas palmas, tinhorões e samambaias que a mão filial, fiel a um gesto de infância, desfolha ao longo da haste. É sempre quieta a casa materna, mesmo aos domingos, quando as mãos filiais se pousam sobre a mesa farta do almoço, repetindo uma antiga imagem. Há um tradicional silêncio em suas salas e um dorído repouso em suas poltronas. O assoalho encerado, sobre o qual ainda escorrega o fantasma da cachorrinha preta, guarda as mesmas manchas e o mesmo taco solto de outras primaveras. As coisas vivem como em prece, nos mesmos lugares onde as situaram as mãos maternas quando eram moças e lisas. Rostos irmãos se olham dos portaretratos, a se amarem e compreenderem mudamente. O piano fechado, com uma longa tira de flanela sobre as teclas, repete ainda passadas valsas, de quando as mãos maternas careciam sonhar. 15 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 A casa materna é o espelho de outras, em pequenas coisas que o olhar filial admirava ao tempo que tudo era belo: o licoreiro magro, a bandeja triste, o absurdo bibelô. E tem um corredor à escuta de cujo teto à noite pende uma luz morta, com negras aberturas para quartos cheios de sombras. Na estante, junto à escada, há um Tesouro da Juventude com o dorso puído de tato e de tempo. Foi ali que o olhar filial primeiro viu a forma gráfica de algo que passaria a ser para ele a forma suprema de beleza: o verso. Na escada há o degrau que estala e anuncia aos ouvidos maternos a presença de passos filiais. Pois a casa materna se divide em dois mundos: o térreo,onde se processa a vida presente, e o de cima, onde vive a memória. Embaixo há sempre coisas fabulosas na geladeira e no armário da copa: roquefort amassado, ovos frescos, mangasespadas, untuosas compotas, bolos de chocolate, biscoitos de araruta pois não há lugar mais propício do que a casa materna para uma boa ceia noturna. E porque é uma casa velha há sempre uma barata que aparece e é morta com uma repugnancia que vem de longe. Em cima ficaram guardados antigos, os livros que lembram a infância, o pequeno oratório em frente ao qual ninguém, a não ser a figura Texto NãoLiterário com Descrição Real Subjetiva Meu primo tinha olhos grandes e profundos e neles espelhavamse a suas mágoas e a sua desconfiança. Texto NãoLitérário com Descrição Real Objetiva “Com a finalidade de compensar as possíveis irregularidades do piso, seu freezer possui, na parte inferior dianteira, dois pés niveladores para servir de perfeito apoio no chão.” (Manual de Instruções) Texto Literário com Descrição Imaginária Subjetiva “Não sei nada dela, apenas penso saber. Na realidade, dela só sei o que parece ser. Ela é para mim uma sombra que viajou por dentro de mim, pois sou, foi embora, mas, paradoxalmente, ficou e continua. Sim, ela é uma sombra. Uma sombra carregada de carinho, de amor, de compreensão, de amizade. Uma sombra que não possui: somente é. (Trecho de redação de aluno) A descrição nãoliterária real e objetiva predomina no texto técnico, e no exemplo acima, comprovase o compromisso com a precisão e a economia lingüística. Já na descrição literária, seja real ou imaginária, os pormenores, as figuras de linguagem vão tornála mais pitoresca estilisticamente, fazendo cor que ela seja mais ou menos objetiva ou subjetiva. A partir dos recursos literários utilizados num texto descritivo, não se pode esquecer que os mesmos variam de acordo com as épocas em que foram redigidos. Desse modo, numa descrição romântica, há uma recorrência ao cromatismo, aos aspectos sonoros e visuais, aos pormenores, à idealização, poder, do escritor exercitar toda a sua capacidade para criar mundos imaginários. Já na descrição realista, percebe-se certo equilíbrio da observação e na análise. Por outro lado, a descrição modernista apresentanos a libertação da linguagem através de temas, motivos e formas inovadores. Dissertação Observe agora o texto que segue: Há três métodos pelos quais pode um homem chegar a ser primeiroministro. 0 primeiro é saber, com prudência, como servirse de uma pessoa, de uma filha ou de uma irmã; o segundo, como trair ou solapar os predecessores; e o terceiro, como clamar, com zelo furioso, contra a corrupção da corte. Mas um príncipe discreto prefere nomear os que se valem do último desses métodos, pois os tais fanáticos sempre se revelam os mais obsequiosos e subservientes à vontade e às paixões do amo. Tendo à sua disposição todos os cargos, conservamse no poder esses ministros subordinando a maioria do senado, ou grande conselho, e, afinal, por via de um expediente chamado anistia (cuja natureza lhe expliquei), garantemse contra futuras prestações de contas e retiramse da vida pública carregados com os despojos da nação. Jonathan Swift. Viagens de Gulliver. São Paulo, Abril Cultural, 1979, págs. 234235. Esse texto explica os três métodos pelos quais um homem chega a ser primeiroministro, aconselha o príncipe discreto a escolhêlo entre os que clamam contra a corrupção na corte e justifica esse conselho. Observese que: • o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um homem particular e do que faz para chegar a ser primeiroministro, mas do homem em geral e de todos os métodos para atingir o poder); • existe mudança de situação no texto (por exemplo, a mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da corte no momento em que se tornam primeirosministros); • a progressão temporal dos enunciados não tem importância, pois o que importa é a relação de implicação (clamar contra a corrupção da corte implica ser corrupto depois da nomeação para primeiroministro). Esse texto é dissertativo. Dissertação é o tipo de texto que comenta, analisa, interpreta e explica os dados da realidade. Caracerísticas do Texto Dissertativo As características do texto dissertativo são: • ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é temático; • como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação; • ao contrário do texto narrativo, nele as relações de anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm maior importância o que importa são suas relações lógicas: analogia, pertinência, causalidade, coexistência, correspondência, implica- ção, etc. A estética e a gramática são comuns a todos os tipos de redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem características próprias a cada tipo de texto. Diante disso, a seguir, apresentase a aplicabilidade de cada um desses critérios à dissertação. Estrutura Introdução: Os principais autores de redação em língua portuguesa no Brasil sugerem os conhecidos esquemas de acordo com cada tipo de texto. Seguir as instruções de introdução dá ao candidato o ponto pertinente. 16 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Desenvolvimento: Siga as orientações do esquema adequado à tipologia textual. Conclusão: Siga as orientações do esquema adequado à tipologia textual. Gênero textual: Este quesito contempla a adequação ao gênero em foco. Por exemplo, caso o candidato se exprima, em uma dissertação, com subjetividade própria de textos literários como a narração e a descrição , perderá pontos. Esquema: Cada tipo de texto requer esquema próprio. A utilização correta de um esquema vale ponto na prova. Leia com atenção e siga todos os passos a seguir. Quanto à introdução, Hildebrando A. de André (1998, p. 67) sugere frasesíntese acrescida de tópicos frasais do segundo e terceiro parágrafos. Por sua vez, Branca Granatic (1996, p. 80) aborda a redação dividida em esquemas, independentemente da tipologia textual. Dissertação: esquema 1 1 - Introdução: expressão inicial (facultativa) + tema com objetivo + citação dos argumentos 1, 2 e 3 2 - Desenvolvimento do argumento 1 3 - Desenvolvimento do argumento 2 4 - Desenvolvimento do argumento 3 5 - Conclusão: expressão conclusiva (facultativa) +tema com objetívo + observação final (impessoal, positiva, otimista, que solucione o problema e apresente viés humanístíco) Em primeiro lugar, leia o(s) texto(s) apresentado(s) na prova várias vezes, até sua perfeita compreensão. Lembrese de que não há necessariamente relação direta dos textos com o tema. A seguir, identifique o tema, caso este não tenha sido explicitado. Depois, crie seu objetivo, ou seja, sem fugir do tema, posicionese. Alguns autores chamarão o tema com o objetivo de tese. Por fim, de acordo com seu posicionamento e sem fugir do tema, busque dois ou três argumentos para desenvolver a redação. Para ilustrar, seguem alguns exemplos. Tema: Sexo antes do casamento. Objetivo: Apresentar visões favoráveis ao sexo antes do casamento. Argumentos: (1) Maior conhecimento íntimo do parceiro; (2) Novo conceito de liberdade; (3) Ruptura da ideologia vigente. Tema: Problema hídrico no Distrito Federal. Objetivo: Mostrar a real e trágica situação e apresentar soluções. Argumentos: (1) A construção de poços artesianos sem nenhuma fiscalização e planejamento em condomínios irregulares; (2) A conivência do GDF; (3) A construção de uma nova barragem (Corumbá 4) para abastecimento de água do DF e entorno. Tema: MST Objetivo: Apresentar a existência de várias correntes dentro do MST e suas posições. Argumentos: (1) Propostas de reforma agrária pelas quaiseles lutam; (2) Posição das correntes mais radicais; (3) Soluções do governo ao MST. A seguir, duas sugestões extraídas da coluna Língua Solta, de Dad Squarisi, do jornal Correio Braziliense. Assunto: Velhice Leitor: Grupo de pessoas com idade entre 60 e 65 anos. Delimitação do assunto: O perigo da ociosidade na velhice. Objetivo: Apresentar sugestões de atividades capazes de prevenir a ociosidade na velhice. Idéias do desenvolvimento: (1) A aposentadoria do trabalho não significa aposentadoria de mãos, pés e cabeça; (2) Há muitas ofertas de atividades para pessoas que já passaram dos 60 anos: grupos de estudo, viagens, cerâmica, contadores de histórias; (3) Atividade física é importante, mas não deve ser vista como tortura. Escolha a que mais lhe dá prazer: caminhada, musculação, hidroginástica, natação. Assunto:Falar em público. Leitor: Alunos do curso de expressão oral. Delimitação do assunto: Falar bem é dom ou habilidade aprendida? Objetivo: Demonstrar que, com treino, qualquer pessoa pode falar em público com desenvoltura e sem medo. Idéias do desenvolvimento: ( 1) Falar, como escrever, é habilidade melhorar depende de treino; (2) Exemplo de pessoas que, graças ao treino, venceram as dificuldades. O principal deles: Demóstenes, pai da Oratória. Ele venceu até a gagueira; (3) Como melhorar a expressão oral. Dissertação: esquema 2 1 - Introdução: expressão inicial + tema com objetivo + citação dos argumentos 1 e 2. 2 - Desenvolvimento do argumento 1 3 - Desenvolvimento do argumento 2 4 - Conclusão: expressão conclusiva + tema com objetívo + observação final (impessoal, positiva, otimista, que solucione o problema e apresente viés humanístíco) Quanto ao esquema 2, que apresenta somente dois argumentos, o candidato deve seguir as orientações do esquema 1, com atenção ainda maior aos dois argumentos para fundamentar o texto. Exemplo de Dissertação MEGALÓPOLE: UM BEM OU UM MAL? Apresentação do assunto proposto: Quando uma cidade cresce vertiginosa e desenfreadamente, assume as características de uma megalópole. Assim, Nova Iorque, Tóquio, São Paulo e outros centros urbanos espalhados pelo mundo têm conseguido diariamente aumentar a sua densidade demográfica, apresentando os pontos positivos e negativos para os seus habitantes. Frase‑ponte (ligação) Vejamos primeiramente os aspectos positivos numa grande cidade. Elemento relacionador + pró + justificativa Com relação ao setor econômico, há maiores possibilidades de emprego, melhores salários, mais chance de ascensão profissional, conferindo tudo isso ao trabalhador da megalópole a oportunidade, por tantos desejada, de atingir um “status” social. Elemento relacionador + pró + justificativa Se focarmos o assunto através do prisma cultural, observaremos que a megalópole, possuindo vários teatros, museus, universidades e casas de cultura, poderá oferecer grandes oportunidades para a aquisição de conhecimentos na área artístico-cultural. Elemento relacionador + pró + justificativa Quanto ao lazer, podemos afirmar que a megalópole proporciona uma vida social intensa, possuindo boas casas de diversão, muitos clubes, restaurantes com comidas das mais variadas origens, lugares aprazíveis para passear e toda a sorte de atrativos. 17 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Elemento relacionador + pró + justificativa Finalmente, se levarmos em consideração as facilidades que a megalópole oferece aos seus moradores, podemos aventar toda a gama de conforte conquistada pela moderna tecnologia científica, como o metrô, o aperfeiçoamento da aparelhagem doméstica nos prédios residenciais, hipermercados, alimentos prontos, etc. Frase‑ponte (separação) Se focarmos porém, o lado negativo da megalópole, veremos que a mesma apresenta diversos pontos cruciais. Elemento relacionador + contra + justificativa Em primeiro lugar, podemos citar a falta de solidariedade humana e o egoísmo que habitam o coração dos indivíduos da grande metrópole. Sendo pessoas sem tempo para dialogar, os moradores da megalópole tornam-se praticamente insensíveis à dor e aos problemas dos que os cercam. Elemento reacionador + contra + justificativa Como decorrência desse fato, o habitante da megalópole, embora cercado por alguns milhões de indivíduos, sente-se, paradoxalmente, muito só; o ambiente lhe é estranho, o meio lhe é hostil. Elemento relacionador + contra + justificativa Acrescente-se a isto o problema da poluição ambiental. Numa cidade, onde a indústria prolifera, lançando, no ar, rios e mares, toda sorte de detritos químicos, um indivíduo que aqui se desenvolva terá maior chance de adoecer física e psiquicamente. Frase‑ponte (ligação) + Conclusão propriamente dita De tudo que se expôs acima, infere-se que a megalópole apresentará mais pontos positivos do que negativos, se a pessoa que nela habita for ambiciosa (econômica e culturalmente) e apreciar o movimento das grandes cidades, a rapidez e o conforto. Se, por outro lado, tratar-se de indivíduo preso à natureza e à vida pacata, o aspecto negativo da megalópole pesará muito mais na sua balança valorativa, porquanto não atenderá às suas necessidades vitais. Crônica É o texto curto, publicado com periodicidade regular em jornais e revistas, e que explora literariamente, por meio do lirismo ou do humor, um fato do cotidiano. Distinguese a crônica jornalística (social, esportiva, econômica etc.), de caráter puramente informativo, da crônica literária, que revela um trabalho artístico, lingüístico sobre a matéria tratada. A crônica é o gênero mais aberto e maleável da prosa. Pode ser indistintamente descritiva, narrativa ou reflexiva, muitas vezes aproximandose do conto, ou do poema em prosa, ou de outros gêneros. Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Nélson Rodrigues estão entre nossos grandes cronistas. ORTOGRAFIA OFICIAL A palavra ortografia é formada pelos elementos gregos orto “correto” e grafia “escrita” sendo a escrita correta das palavras da língua portuguesa, obedecendo a uma combinação de critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) e fonológicos (ligados aos fonemas representados). Somente a intimidade com a palavra escrita, é que acaba trazendo a memorização da grafia correta. Deve-se também criar o hábito de consultar constantemente um dicionário. Desde o dia 01/01/2009 já estão em vigor as novas regras ortográficas da língua portuguesa, por isso temos até 2012 para nos “habituarmos” com as novas regras, pois somente em 2013 que a antiga será abolida. Certifique se no edital do concurso que irá participar está explícito que irão cobrar as novas regras, pois caso contrário ainda estão valendo as velhas. Relembrando Vogal: a, e, i, o, u. Consoante: b,c,d,f,g,h,j,l,m,n,p,q,r,s,t,v,x,z. Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,x,z. O alfabeto será formado por 26 letras. As letras “k”, “w” e “y” não são consideradas integrantes do alfabeto (agora serão). Essas letras serão usadas em unidades de medida, nomes próprios, palavras estrangeiras e outras palavras em geral. Exemplos: km, kg, watt, playground, William, Kafka, kafkiano. 1‑ Emprego das letras K, W e Y Usam-se apenas: a) Em abreviaturas e como símbolos de termos científicos de uso internacional: km (quilômetro), kg (quilograma), K (potássio), w (watt), W (oeste), Y (ítrio), yd (jarda), etc. b) Na transcrição de palavras estrangeiras não aportuguesadas: kart, kibutz, smoking, show, watt, playground, playboy, hobby, etc. c) Em nomes próprios estrangeiros não aportuguesados e seus derivados: Kant, Franklin, Shakespeare, Wagner, Kennedy, Mickey, Newton, Darwin, Hollywood, byroniano, etc. 2‑ Emprego da letra H Esta letra, em início ou fim de palavras,não tem valor fonético; conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e da tradição escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta palavra vem do latim hodie. Emprega-se o H: a) Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia, hesitar, haurir, etc. b) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh e nh: chave, boliche, telha, flecha companhia, etc. c) Final e inicial, em certas interjeições: ah!, ih!, hem?, hum!, etc. d) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo elemento, se etimológico: sobre-humano, anti-higiênico, super- homem, etc. e) Algumas palavras iniciadas com a letra H: hálito, harmonia, hangar, hábil, hélice, hemorragia, herói, hemisfério, heliporto, heliporto, hematoma, hérnia, hesitar, hífen, hilaridade, hipocondria, hipótese, hipocrisia, homenagear, humor, hora, história, hera, hospital, húmus; OBS: Sem h, porém, os derivados baiano, baianinha, baião, baianada, etc. Não se usa H: a) No início ou no fim de certos vocábulos, no passado escritos com essa letra, embora sem fundamento etimológico: ontem, úmido, iate, ombro, etc. b) No início de alguns vocábulos em que o h, embora etimológico, foi eliminado por se tratar de palavras que entraram na língua por via popular, como é o caso de erva, inverno, e 18 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Espanha, respectivamente do latim, herba, hibernus e Hispania. Os derivados eruditos, entretanto, grafam-se com h: herbívoro, herbicida, hispânico, hibernal, hibernar, etc. c) Em palavras derivadas e em compostos sem hífen: reaver (re + haver), reabilitar, inábil, desonesto, desonra, exaurir, etc. 3‑ Emprego das letras E, I, O e U Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i/, /o/ e /u/ nem sempre é nítida. É principalmente desse fato que nascem as dúvidas quando se escrevem palavras como quase, intitular, mágoa, bulir, etc., em que ocorrem aquelas vogais. Escrevem‑se com a letra E: a) A sílaba final de formas dos verbos terminados em –uar: continue, habitue, pontue, etc. b) A sílaba final de formas dos verbos terminados em –oar: abençoe, magoe, perdoe, etc. c) As palavras formadas com o prefixo ante– (antes, anterior): antebraço, antecipar, antedatar, antediluviano, antevéspera, etc. d) Os seguintes vocábulos: e) ZeferinoQuepeLacrimogêneoDisenteriaConfete UmedecerQuaseIrrequietoDestilarCireneu SeringaPeruIndígenaDesperdícioCemitério SeriemaOrquídeaEncarnaçãoDesperdiçarCandeeiro SequerMimeógrafoEncarnarCumeeiraCadeado SenãoMexericoEmpecilhoCreolinaArrepiar ZeferinoQuepeLacrimogêneoDisenteriaConfete UmedecerQuaseIrrequietoDestilarCireneu SeringaPeruIndígenaDesperdícioCemitério SeriemaOrquídeaEncarnaçãoDesperdiçarCandeeiro SequerMimeógrafoEncarnarCumeeiraCadeado SenãoMexericoEmpecilhoCreolinaArrepiar Emprega‑se a letra I: a) Na sílaba final de formas dos verbos terminados em – air/–oer /–uir: cai, corrói, diminuir, influi, possui, retribui, sai, etc. b) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra): antiaéreo, Anticristo, antitetânico, antiestético, etc. c) Nos seguintes vocábulos: Virgíliopontiagudoinclinaçãodisplicentecimento Tibiriçápenicilinainclinardisplicênciachefiar terebintinapátioIfigêniadigladiarCasimiro sirilampiãofrontispíciocrioulocamoniano silvícolalajianoFilipecriaçãoartimanha Sicília (ilha)invólucrofemininocriadorartifício requisitoinigualávelescárniocriaraçoriano privilégioincinerarerisipelacrânioaborígine Virgíliopontiagudoinclinaçãodisplicentecimento Tibiriçápenicilinainclinardisplicênciachefiar terebintinapátioIfigêniadigladiarCasimiro sirilampiãofrontispíciocrioulocamoniano silvícolalajianoFilipecriaçãoartimanha Sicília (ilha)invólucrofemininocriadorartifício requisitoinigualávelescárniocriaraçoriano privilégioincinerarerisipelacrânioaborígine Grafam‑se com a letra O: triboRomêniaocorrêncianódoa romenorebotalhoóbolonévoa mosquitomágoacobiçarboletim molequegoelacobiçabolacha moelaengolirchoverboate mocambocostumebússolabanto magoarconcorrênciabotequimabolir triboRomêniaocorrêncianódoa romenorebotalhoóbolonévoa mosquitomágoacobiçarboletim molequegoelacobiçabolacha moelaengolirchoverboate mocambocostumebússolabanto magoarconcorrênciabotequimabolir Grafam‑se com a letra U: urtigamutucaentupirchuviscar tréguaManuelcutucarcamundongo tonitruantelóbulocurtumeburburinho tabuadajabuticabacúpulabulir tábuajabuticumbucabuliçoso rebuliçoínguachuviscobulício urtigamutucaentupirchuviscar tréguaManuelcutucarcamundongo tonitruantelóbulocurtumeburburinho tabuadajabuticabacúpulabulir tábuajabuticumbucabuliçoso rebuliçoínguachuviscobulício Parônimos Registramos alguns parônimos que se diferenciam pela oposição das vogais /e/ e /i/, /o/ e /u/. Fixemos a grafia e o significado dos seguintes: imergir = mergulhar emergir = vir à tona vadiar = viver na vadiagem, vagabundear, levar vida de vadio discrição = qualidade de quem é discreto vadear = atravessar (rio) por onde dá pé, passar a vau descrição = ato de descrever surtido = produzido, causado dilatar = distender, aumentar sortido = abastecido, bem provido, variadodelatar = denunciar surtir = produzir (efeito ou resultado) diferir = ser diferente, divergir sortir = abastecerdeferir = conceder, atender suar = expelir suor pelos poros, transpirar custear = pagar as custas, financiar soar = emitir som, ecoar, repercutir costear = navegar ou passar junto à costa recriar = criar novamente cumprimento = saudação, ato de cumprir recrear = divertircomprimento = extensão iminente = que ameaça acontecer cumprido = particípio de cumprir eminente = elevado, ilustrecomprido = longo imigrante = que ou quem imigra arriar = abaixar, pôr no chão, cair emigrante = que ou quem emigraarrear = pôr arreios, enfeitar imigrar = entrar num país estranhoária = melodia, cantiga emigrar = sair do paísárea = superfície imergir = mergulhar emergir = vir à tona vadiar = viver na vadiagem, vagabundear, levar vida de vadio discrição = qualidade de quem é discreto vadear = atravessar (rio) por onde dá pé, passar a vau descrição = ato de descrever surtido = produzido, causado dilatar = distender, aumentar sortido = abastecido, bem provido, variadodelatar = denunciar surtir = produzir (efeito ou resultado) diferir = ser diferente, divergir sortir = abastecerdeferir = conceder, atender suar = expelir suor pelos poros, transpirar custear = pagar as custas, financiar soar = emitir som, ecoar, repercutir costear = navegar ou passar junto à costa recriar = criar novamente cumprimento = saudação, ato de cumprir recrear = divertircomprimento = extensão iminente = que ameaça acontecer cumprido = particípio de cumprir eminente = elevado, ilustrecomprido = longo imigrante = que ou quem imigra arriar = abaixar, pôr no chão, cair emigrante = que ou quem emigraarrear = pôr arreios, enfeitar imigrar = entrar num país estranhoária = melodia, cantiga emigrar = sair do paísárea = superfície 4‑ Emprego das letras G e J Para representar o fonema /j/ existem duas letras ; g e j. Grafa- se este ou aquele signo não de modo arbitrário, mas de acordo com a origem da palavra. Exemplos: gesso (do grego gypsos), jeito (do latim jactu) e jipe ( do inglês jeep). 19 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Escrevem-se com G: a) Os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem: garagem, massagem, viagem, origem, vertigem, ferrugem, lanugem. Exceção: pajem b) As palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: contágio, estágio, egrégio, prodígio,relógio, refúgio. c) Palavras derivadas de outras que se grafam com g: massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem), ferruginoso (de ferrugem), engessar (de gesso), faringite (de faringe), selvageria (de selvagem), etc. d) Os seguintes vocábulos: tigelamongegizgibiauge tangerinamegeragíriagestoapogeu sugestãoheregeginetegengivaangico rabugentohegemoniagileteestrangeiroalgema tigelamongegizgibiauge tangerinamegeragíriagestoapogeu sugestãoheregeginetegengivaangico rabugentohegemoniagileteestrangeiroalgema Escrevem-se com J: a) Palavras derivadas de outras teminadas em –já: laranja (laranjeira), loja (lojista, lojeca), granja (granjeiro, granjense), gorja (gorjeta, gorjeio), lisonja (lisonjear, lisonjeiro), sarja (sarjeta), cereja (cerejeira). b) Todas as formas da conjugação dos verbos terminados em –jar ou –jear: arranjar (arranje), despejar (despejei), gorjear (gorjeia), viajar (viajei, viajem) – (viagem é substantivo). c) Vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j: laje (lajedo), nojo (nojento), jeito (jeitoso, enjeitar, projeção, rejeitar, sujeito, trajeto, trejeito). d) Palavras de origem ameríndia (principalmente tupi- guarani) ou africana: canjerê, canjica, jenipapo, jequitibá, jerimum, jibóia, jiló, jirau, pajé, etc. e) As seguintes palavras: varejistarijezamajestosojericocerejeira ultrajepegajentomajestadeJeremiascafajeste trajeojerizajiu-jítsujegueberinjela sujeiramanjericãojérseijecaalforje sabujicemanjedouraJerônimointrujicealfanje varejistarijezamajestosojericocerejeira ultrajepegajentomajestadeJeremiascafajeste trajeojerizajiu-jítsujegueberinjela sujeiramanjericãojérseijecaalforje sabujicemanjedouraJerônimointrujicealfanje 5‑ Representação do fonema /S/ O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por: a) C, Ç: vicissitudepaçocamaçoexceçãocensura suíçomuçuranamaçarocacontorçãoanoitecer Suíçamuçulmanomaçaricodançaralmaço pinçamiçangaIguaçudançaaçafrão pançamaciçoendereçocimentoacetinado vicissitudepaçocamaçoexceçãocensura suíçomuçuranamaçarocacontorçãoanoitecer Suíçamuçulmanomaçaricodançaralmaço pinçamiçangaIguaçudançaaçafrão pançamaciçoendereçocimentoacetinado b) S: utensíliopropensãogansodescansoansiedade tensopretensiosofarsadescansaransioso sebopretensãoexcursãocansadoansiar remorsohortênsiadiversãocansarânsia utensíliopropensãogansodescansoansiedade tensopretensiosofarsadescansaransioso sebopretensãoexcursãocansadoansiar remorsohortênsiadiversãocansarânsia c) SS: .sessentaobsessãoexpressãocarrossel .ressurreiçãonecessárioessencialassinar .profissionalmissãoescassoasseio sucessivoprofissãomassagistaescassezassar submissãoprocissãomassadiscussãoacessível sossegopêssegoimpressãoconcessãoacessório sossegaropressãofracassocassinoacesso .sessentaobsessãoexpressãocarrossel .ressurreiçãonecessárioessencialassinar .profissionalmissãoescassoasseio sucessivoprofissãomassagistaescassezassar submissãoprocissãomassadiscussãoacessível sossegopêssegoimpressãoconcessãoacessório sossegaropressãofracassocassinoacesso d) SC, SÇ: vísceraseiscentosnésciodiscernirdesço suscitarressuscitarimprescindíveldiscípulodescer suscetibilidadepiscinaflorescerdisciplinacresço suscetíveloscilarfascinardesçacrescer conscienteconsciênciaascensãoadolescenteacréscimo vísceraseiscentosnésciodiscernirdesço suscitarressuscitarimprescindíveldiscípulodescer suscetibilidadepiscinaflorescerdisciplinacresço suscetíveloscilarfascinardesçacrescer conscienteconsciênciaascensãoadolescenteacréscimo e) X: aproximar, auxiliar, auxílio, máximo, próximo, proximidade, trouxe, trouxer, trouxeram, etc. f) XC: exceção, excedente, exceder, excelência, excelente, excelso, excêntrico, excepcional, excesso, excessivo, exceto, excitar, etc. Homônimos .sismo = terremoto .cismo = pensão russo = natural da Rússiasírio = natural da Síria ruço = pardacentocírio = grande vela de cera interseção = ponto em que duas linhas se cruzam sexta = ordinal referente a seis intercessão = ato de interceder cesta = utensílio de vime ou outro material insipiente = ignorante ascético = referente ao ascetismo, místico incipiente = principiante acético = referente ao ácido acético (vinagre) empossar = dar posse a assento = lugar para sentar-se empoçar = formar poça acento = inflexão da voz, sinal gráfico .sismo = terremoto .cismo = pensão russo = natural da Rússiasírio = natural da Síria ruço = pardacentocírio = grande vela de cera interseção = ponto em que duas linhas se cruzam sexta = ordinal referente a seis intercessão = ato de interceder cesta = utensílio de vime ou outro material insipiente = ignorante ascético = referente ao ascetismo, místico incipiente = principiante acético = referente ao ácido acético (vinagre) empossar = dar posse a assento = lugar para sentar-se empoçar = formar poça acento = inflexão da voz, sinal gráfico 20 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 4‑ Emprego de S com valor de Z Escrevem-se com S com som de Z: a) Adjetivos com os sufixos –oso, -osa: gostoso, gostosa, gracioso, graciosa, teimoso, teimosa, etc. b) Adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa: português, portuguesa, inglês, inglesa, milanês, milanesa, etc. c) Substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa: burguês, burguesa, burgueses, camponês, camponesa, camponeses, freguês, freguesa, fregueses, etc. d) Verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s: analisar (de análise), apresar (de presa), atrasar ( de atrás), extasiar (de êxtase), extravas (de vaso), alisar (de liso), etc. e) Formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados: pus, pusemos, compôs, impuser, quis, quiseram, etc. f) Os seguintes nomes próprios de pessoas: .TeresinhaQueirósIsabelEliseu .TeresaLuísaInêsBrás ValdêsSousaLuísHeloísaBaltasar TomásResendeIsauraGarcêsAvis .TeresinhaQueirósIsabelEliseu .TeresaLuísaInêsBrás ValdêsSousaLuísHeloísaBaltasar TomásResendeIsauraGarcêsAvis g) Os seguintes vocábulos e seus cognatos: visitarequisitoobusfraseconvés vigésimorepresaobséquiofasecolisão vaselinaraposamesadaevasivabesouro vasilhaquerosenemêsespontâneoaviso usinapresídiomanganêsesplendoravisar trêspresépiohesitaresplêndidoatravés tesouropresaheresiaempresaatrás tesourapesquisagroselhadespesaás, ases surpresapêsamesGoiásdescortesiaarnês revés, revesesparaísogásdefesaanis retróspaísfusívelcortesiaanálise rês, resespaisagemfreguesiacortêsaliás visitarequisitoobusfraseconvés vigésimorepresaobséquiofasecolisão vaselinaraposamesadaevasivabesouro vasilhaquerosenemêsespontâneoaviso usinapresídiomanganêsesplendoravisar trêspresépiohesitaresplêndidoatravés tesouropresaheresiaempresaatrás tesourapesquisagroselhadespesaás, ases surpresapêsamesGoiásdescortesiaarnês revés, revesesparaísogásdefesaanis retróspaísfusívelcortesiaanálise rês, resespaisagemfreguesiacortêsaliás 5‑ Emprego da letra Z Grafam-se com Z: a) Os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito, avezita, etc. b) Os derivados de palavras cujo radical termina em –z: cruzeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar (de vazio), etc. c) Os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cognatas: fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização, etc. d) Substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e denotando qualidade física ou moral: pobreza (de pobre), limpeza (de limpo), frieza (de frio), etc. e) As seguintes palavras: S ou Z? .vazanteprezadobazaramizade .vazãoprezarbuzinarazedo .vazamentoojerizabuzinaazáfama xadrezvazarcicatrizbalizaazeite vizinhoproezachafarizaprazívelazar .vazanteprezadobazaramizade.vazãoprezarbuzinarazedo .vazamentoojerizabuzinaazáfama xadrezvazarcicatrizbalizaazeite vizinhoproezachafarizaprazívelazar Sufixo –ÊS e –EZ a) O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes substantivos) derivados de substantivos concretos: montês (de monte), cortês (de corte), burguês (de burgo), montanhês (de montanha), francês (de França), chinês (de China), etc. b) O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos: aridez (de árido), acidez (de ácido), rapidez (de rápido), estupidez (de estúpido), mudez (de mudo) avidez (de ávido) palidez (de pálido) lucidez (de lúcido), etc. Sufixo –ESA e –EZA Usa-se –esa (com s): a) Nos seguintes substantivos cognatos de verbos terminados em –ender: defesa (defender), presa (prender), despesa (despender), represa (prender), empresa (empreender), surpresa (surpreender), etc. b) Nos substantivos femininos designativos de títulos nobiliárquicos: baronesa, dogesa, duquesa, marquesa, princesa, consulesa, prioresa, etc. c) Nas formas femininas dos adjetivos terminados em – ês: burguesa (de burguês), francesa (de francês), camponesa (de camponês), milanesa (de milanês), holandesa (de holandês), etc. d) Nas seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa, lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa, toesa, turquesa, etc. Usa-se –eza: a) Usa se –eza (com z) nos substantivos femininos abstratos derivados de adjetivos e denotado qualidades, estado, condição: beleza (de belo), franqueza (de franco), pobreza (de pobre), leveza (de leve), etc. Verbos terminados em –ISAR e ‑IZAR Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes correspondentes termina em –s. Se o radical não terminar em –s, grafa-se –izar (com z): matizar (matiz + izar)canalizar (canal + izar) deslizar (deslize + izar)civilizar (civil + izar) cicatrizar (cicatriz + izar)anarquizar (anarquia + izar) escravizar (escravo + izar)grisar (gris + ar) motorizar (motor + izar)frisar (friso + ar) vulgarizar (vulgar + izar)pisar, repisar (piso + ar) colonizar (colono + izar)pesquisar (pesquisa + ar) amenizar (ameno + izar)paralisar (paralisia + ar) improvisar (improviso + ar)alisar (a + liso + ar) catalisar (catálise + ar)analisar (análise + ar) bisar (bis + ar)avisar (aviso + ar) matizar (matiz + izar)canalizar (canal + izar) deslizar (deslize + izar)civilizar (civil + izar) cicatrizar (cicatriz + izar)anarquizar (anarquia + izar) escravizar (escravo + izar)grisar (gris + ar) motorizar (motor + izar)frisar (friso + ar) vulgarizar (vulgar + izar)pisar, repisar (piso + ar) colonizar (colono + izar)pesquisar (pesquisa + ar) amenizar (ameno + izar)paralisar (paralisia + ar) improvisar (improviso + ar)alisar (a + liso + ar) catalisar (catálise + ar)analisar (análise + ar) bisar (bis + ar)avisar (aviso + ar) 6‑ Emprego do X a) Esta letra representa os seguintes fonemas: Ch – xarope, enxofre, vexame, etc. CS – sexo, látex, léxico, tóxico, etc. Z – exame, exílio, êxodo, etc. SS – auxílio, máximo, próximo, etc. S – sexto, texto, expectativa, extensão, etc. 21 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 b) Não soa nos grupos internos –xce- e –xci-: exceção, exceder, excelente, excelso, excêntrico, excessivo, excitar, inexcedível, etc. c) Grafam-se com x e não com s: expectativa, experiente, expiar, expirar, expoente, êxtase, extasiado, extrair, fênix, texto, etc. d) Escreve-se x e não ch: • Em geral, depois de ditongo: caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo, etc. Excetuam-se caucho e os derivados cauchal, recauchutar e recauchutagem. • Geralmente, depois da sílaba inicial en-: enxada, enxame, enxamear, enxagar, enxaqueca, enxergar, enxerto, enxoval, enxugar, enxurrada, enxuto, etc. Excepcionalmente, grafam-se com ch: encharcar (de charco), encher e seus derivados (enchente, preencher), enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim, toda vez que se trata do prefixo en- + palavra iniciada por ch. • Em vocábulos de origem indígena ou africana: abacaxi, xavante, caxambu, caxinguelê, orixá, maxixe, etc. • Nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer, mexerico, puxar, rixa, oxalá, praxe, vexame, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, xampu. 7‑ Emprego do dígrafo CH Escreve-se com ch, entre outros os seguintes vocábulos: bucha, charque, charrua, chavena, chimarrão, chuchu, cochilo, cochilar, fachada, ficha, flecha, mecha, mochila, pechincha, tocha. Homônimos Bucho = estômago Buxo = espécie de arbusto Cocha = recipiente de madeira Coxa = capenga, manco Tacha = mancha, defeito; pequeno prego; prego de cabeça larga e chata, caldeira. Taxa = imposto, preço de serviço público, conta, tarifa Chá = planta da família das teáceas; infusão de folhas do chá ou de outras plantas Xá = título do soberano da Pérsia (atual Irã) Cheque = ordem de pagamento Xeque = no jogo de xadrez, lance em que o rei é atacado por uma peça adversária 8‑ Consoantes dobradas a) Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoantes C, R, S. b) Escreve-se com CC ou CÇ quando as duas consoantes soam distintamente: convicção, occipital, cocção, fricção, friccionar, facção, sucção, etc. c) Duplicam-se o R e o S em dois casos: • Quando, intervocálicos, representam os fonemas /r/ forte e /s/ sibilante, respectivamente: carro, ferro, pêssego, missão, etc. • Quando a um elemento de composição terminado em vogal seguir, sem interposição do hífen, palavra começada com /r/ ou /s/: arroxeado, correlação, pressupor, bissemanal, girassol, minissaia, etc. 9‑ CÊ - cedilha É a letra C que se pôs cedilha. Indica que o Ç passa a ter som de /S/: almaço, ameaça, cobiça, doença, eleição, exceção, força, frustração, geringonça, justiça, lição, miçanga, preguiça, raça. Nos substantivos derivados dos verbos: TER e TORCER e seus derivados: ater, atenção; abster, abstenção; reter, retenção; torcer, torção; contorcer, contorção; distorcer, distorção. O Ç só é usado antes de A,O,U. 10‑ Emprego das iniciais maiúsculas a) A primeira palavra de período ou citação. Diz um provérbio árabe: “A agulha veste os outros e vive nua”. No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da letra maiúscula. b) Substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil, Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc. O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno. c) Nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc. d) Nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República, etc. e) Nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação, Estado, Pátria, União, República, etc. f) Nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações, órgãos públicos, etc.: Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc. g) Nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da Manhã, Manchete, etc. h) Expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc. i) Nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do Oriente, o falar do Norte. Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste. j) Nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc. 11‑ Emprego das iniciais minúsculasa) Nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos, nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval, ingleses, ave-maria, um havana, etc. b) Os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando empregados em sentido geral: São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria. c) Nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc. d) Palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta: “Qual deles: o hortelão ou o advogado?” (Machado de Assis) 22 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 “Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra.” (Manuel Bandeira) e) Atenção: no interior dos títulos, as palavras átonas, como: o, a, com, de, em, sem, grafam-se com inicial minúscula. 15‑ Algumas palavras ou expressões costumam apresentar dificuldades colocando em maus lençóis quem pretende falar ou redigir português culto. Esta é uma oportunidade para você aperfeiçoar seu desempenho. Preste atenção e tente incorporar tais palavras certas em situações apropriadas. A anos: a indica tempo futuro: Daqui a um ano iremos à Europa. Há anos: há indica tempo passado: não o vejo há meses. “Procure o seu caminho Eu aprendi a andar sozinho Isto foi há muito tempo atrás Mas ainda sei como se faz Minhas mãos estão cansadas Não tenho mais onde me agarrar.” (gravação: Nenhum de Nós) Atenção: Há muito tempo já indica passado. Não há necessidade de usar atrás, isto é um pleonasmo. Acerca de: equivale a a respeito de: Falávamos acerda de uma solução melhor. Há cerca de: equivale a faz tempo. Há cerca de dias resolvemos este caso. Ao encontro de: equivale estar a favor de: Sua atitude vai ao encontro da verdade. De encontro a: equivale a oposição, choque: Minhas opiniões vão de encontro às suas. A fim de: locução prepositiva que indica finalidade: Vou a fim de visitá-la. Afim: é um adjetivo e equivale a igual, semelhante: Somos almas afins. Ao invés de: equivale ao contrário de: Ao invés de falar começou a chorar (oposição). Em vez de: equivale a no lugar de: Em vez de acompanhar- me, ficou só. A par: equivale a bem informado, ciente: Estamos a par das boas notícias. Ao par: indica relação de igualdade ou equivalência entre valores financeiros (câmbio): O dólar e o euro estão ao par. Aprender = tomar conhecimento de. Ex. O menino aprendeu a lição. Apreender = prender. Ex. O fiscal apreendeu a carteirinha do menino. À toa: é uma locução adverbial de modo, equivale a inutilmente, sem razão: Andava à toa pela rua. À‑ toa: é um adjetivo (refere-se a um substantivo), equivale a inútil, desprezível. Foi uma atitude à‑ toa e precipitada. Baixar: os preços quando não há objeto direto; os preços funcionam como sujeito: Baixaram os preços (sujeito) nos supermercados. Vamos comemorar, pessoal! Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os postos (sujeito) de combustível abaixaram os preços (objeto direto) da gasolina. Bebedor: é a pessoa que bebe: Tornei-me um grande bebedor de vinho. Bebedouro: é o aparelho que fornece água. Este bebedouro está funcionando bem. Bem‑Vindo: é um adjetivo composto: Você é sempre bem vindo aqui, jovem. Benvindo: é nome próprio: Benvindo é meu colega de classe. Berruga/Verruga: as duas formas estão corretas: Olhe só a sua berruga/verruga, menina! Boêmia/Boemia: são formas variantes (usadas normalmente): Vivia na boêmia/boemia. Botijão/Bujão de gás: ambas formas corretas: Comprei um botijão/bujão de gás. Câmara: equivale ao local de trabalho onde se reúnem os vereadores, deputados: Ficaram todos reunidos na Câmara Municipal. Câmera: aparelho que fotografa, tira fotos: Comprei uma câmera japonesa. Champanha/Champanhe (do francês): O champanha/ champanhe está bem gelado. Cessão: equivale ao ator de doar, doação: Foi confirmada a cessão do terreno. Sessão: equivale ao intervalo de tempo de uma reunião: A sessão do filme durou duas horas. Seção/Secção: repartição pública, departamento: Visitei hoje a seção de esportes. Demais: é advérbio de intensidade, equivale a muito, aparece intensificando verbos, adjetivos ou o próprio advérbio. Vocês falam demais, caras! Demais: pode ser usado como substantivo, seguido de artigo, equivale a os outros. Chamaram mais dez candidatos, os demais devem aguardar. De mais: é locução prepositiva, opõe-se a de menos, refere-se sempre a um substantivo ou a um pronome: Não vejo nada de mais em sua decisão. Dia‑a‑dia: é um substantivo, equivale a cotidiano, diário, que faz ou acontece todo dia. Meu dia‑a‑dia é cheio de surpresas. Dia a dia: é uma expressão adverbial, equivale a diariamente. O álcool aumenta dia a dia. Pode isso? Descriminar: equivale a inocentar, absolver de crime. O réu foi descriminado; pra sorte dele. 23 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Discriminar: equivale a diferençar, distinguir, separar. Era impossível discriminar os caracteres do documento. Cumpre discriminar os verdadeiros dos falsos valores. /Os negros ainda são discriminados. Descrição: ato de descrever: A descrição sobre o jogador foi perfeita. Discrição: qualidade ou caráter de ser discreto, reservado: Você foi muito discreto. Entrega em domicílio: equivale a lugar: Fiz a entrega em domicílio. Entrega a domicílio com verbos de movimento: Enviou as compras a domicílio. Espectador: é aquele que vê, assiste: Os espectadores se fartaram da apresentação. Expectador: é aquele que está na expectativa, que espera alguma coisa: O expectador aguardava o momento da chamada. Estada: permanência de pessoa (tempo em algum lugar): A estada dela aqui foi gratificante. Estadia: prazo concedido para carga e descarga de navios ou veículos: A estadia do carro foi prolongada por mais algumas semanas. Fosforescente: adjetivo derivado de fósforo; que brilha no escuro: Este material é fosforescente. Fluorescente: adjetivo derivado de flúor, elemento químico, refere-se a um determinado tipo de luminosidade: A luz branca do carro era fluorescente. Haja - do verbo haver - É preciso que não haja descuido. Aja - do verbo agir - Aja com cuidado, Carlinhos. Houve: pretérito perfeito do verbo haver, 3ª pessoa do singular Ouve: presente do indicativo do verbo ouvir, 3ª p. do singular Levantar:é sinônimo de erguer: Ginês, meu estimado cunhado, levantou sozinho a tampa do poço. Levantar‑se: pôr de pé: Luís e Diego levantaram‑se cedo e, dirigiram-se ao eroporto. Mal: advérbio de modo, equivale a erradamente, é oposto de bem: Dormi mal. (bem) Mal: equivale a nocivo, prejudicial, enfermidade; oposto de bem; pode vir antecedido de artigo, adjetivo ou pronome: A comida fez mal para mim. Seu mal é crer em tudo. Mal: conjunção subordinativa temporal, equivale a assim que, logo que: Mal chegou começou a chorar desesperadamente. Mau: adjetivo, equivale a ruim, oposto de bom; plural=maus; feminino=má. Você é um mau exemplo (bom). Mau: substantivo: Os maus nunca vencem. Mas: conjunção adversativa (idéia contrária), equivale a porém, contudo, entretanto: Telefonei-lhe mas ela não atendeu. Mais: pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a menos: Há mais flores perfumadas no campo. Nem um: equivale a nem um sequer, nem um único; a palavra um expressa quantidade: Nem um filho de Deus apareceu para ajudá-la. Nenhum: pronome indefinido variável em gênero e número; vem antes de um substantivo, é oposto de algum: Nenhum jornal divulgou o resultado do concurso. Obrigada: As mulheres devem dizer: muito obrigada, eu mesma, eu própria. Obrigado: Os homens devem dizer: muito obrigado, eu mesmo, eu próprio. Onde: indica o lugar em que seestá; refere-se a verbos que exprimem estado, permanência: Onde fica a farmácia mais próxima? Aonde: indica idéia de movimento; equivale para onde (somente com verbo de movimento desde que indique deslocamento, ou seja, a+onde). Aonde vão com tanta pressa? “Pode seguir a tua estrada o teu brinquedo de star fantasiando um segredo o ponto aonde quer chegar...” (gravação: Barão Vermelho) Por ora: equivale a por este momento, por enquanto: Por ora chega de trabalhar. Por hora: locução equivale a cada sessenta minutos: Você deve cobrar por hora. Por que: escreve se separado; quando ocorre: preposição por+que - advérbio interrogativo (Por que você mentiu?); preposição por+que – pronome relativo pelo/a qual, pelos/as quais (A cidade por que passamos é simpática e acolhedora.) (=pela qual); preposição por+que – conjunção subordinativa integrante; inicia oração subordinada substantiva (Não sei por que tomaram esta decisão. (=por que motivo, razão) Por quê: final de frase, antes de um ponto final, de interrogação, de exclamação, reticências; o monossílabo que passa a ser tônico (forte), devendo, pois, ser acentuado: __O show foi cancelado mas ninguém sabe por quê. (final de frase); __Por quê? (isolado) Porque: conjunção subordinativa causal: equivale a: pela causa, razão de que, pelo fato, motivo de que: Não fui ao encontro porque estava acamado; conjunção subordinativa explicativa: equivale a: pois, já que, uma vez que, visto que: “Mas a minha tristeza é sossego porque é natural e justa.” (Fernando Pessoa) ; conjunção subordinativa final (verbo no subjuntivo, equivale a para que): “Mas não julguemos, porque não venhamos a ser julgados.” (Rui Barbosa) Porquê: funciona como substantivo; vem sempre acompanhado de um artigo ou determinante: Não foi fácil encontrar o porquê daquele corre-corre. Senão: equivale a caso contrário, a não ser: Não fazia coisa nenhuma senão criticar. Se não: equivale a se por acaso não, em orações adverbiais condicionais: Se não houver homens honestos, o país não sairá desta situação crítica. Tampouco: advérbio, equivale a também não: Não compareceu, tampouco apresentou qualquer justificativa. 24 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos tão pouco esta semana. Trás ou Atrás = indicam lugar, são advérbios Traz - do verbo trazer Vultoso: volumoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui. Vultuoso: atacado de congestão no rosto: Sua face está vultuosa e deformada. 16‑ Hífen O hífen representa um sinal gráfico, cujas funções estão associadas a uma infinidade de ocorrências lingüísticas, tais como: - ligar palavras compostas; - fazer a junção entre pronomes oblíquos e algumas formas verbais, representadas pela mesóclise e ênclise; - separar as sílabas de um dado vocábulo; - ligar algumas palavras precedidas de prefixos. Com o advento da Nova Reforma Ortográfica, houve mudanças em relação à sua aplicabilidade. Sendo assim, dada a complexidade que se atribui ao sinal em questão, temos por finalidade evidenciá-las, procurando enfatizar, em alguns casos, o que antes prevalecia e o que atualmente vigora. Mediante tais pressupostos, constatemos, pois: Circunstâncias lingüísticas a que se deve o emprego do hífen: - O hífen passa a ser usado quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com a mesma vogal: antiinflamatório/ anti-inflamatório; antiinflacionário/anti-inflacionário; microondas/ micro-ondas; microorganismo/micro-organismo. Essa regra padroniza algumas exceções já vigentes antes do Acordo: auto-observação; auto-ônibus; contra-atacar. Tal regra não se aplica aos prefixos “-co”, “-pro”, “-re”, mesmo que a segunda palavra comece com a mesma vogal que termina o prefixo: coobrigar, coadquirido, coordenar, reeditar, proótico, proinsulina. - Com prefixos, emprega-se o hífen diante de palavras iniciadas com “h”: anti-higiênico, anti-histórico, co-herdeiro, extra-humano, pró-hidrotópico, super-homem. - Emprega-se o hífen quando o prefixo terminar em consoante e a segunda palavra começar com a mesma consoante: inter- regional, sub-bibliotecário, super-resistente. - Com o prefixo “-sub”, diante de palavras iniciadas por “r”, usa-se o hífen: sub-regional, sub-raça, sub-reino. - Diante dos prefixos “-além”, “-aquém”, “-bem”, “-ex”, “-pós”, “-recém”, “-sem”, “-vice”, usa-se o hífen: além-mar, aquém-mar, recém-nascido, sem-terra, vice-diretor. - Diante do advérbio “mal”, quando a segunda palavra começar por vogal ou “h”, o hífen está presente: mal-humorado, mal-intencionado, mal-educado. - Com os prefixos “-circum” e “-pan”, diante de palavras iniciadas por “vogal, m, n ou h”, emprega-se o hífen: circum- navegador, pan-americano, circum-hospitalar, pan-helenismo. - Usa-se o hífen em casos relacionados à ênclise e à mesóclise: entregá-lo, amar-te-ei, considerando-o. - Com sufixos de origem tupi-guarani, representados por “-açu”, “-guaçu”, “-mirim”, usa-se o hífen: jacaré-açu, cajá-mirim, amoré-guaçu. - Não se usa mais o hífen quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar por uma vogal diferente: auto- avaliação/autoavaliação; auto-escola/autoescola; auto-estima/ autoestima; co-autor/coautor; infra-estrutura/infraestrutura; semi- árido/semiárido. Essa nova regra padroniza algumas exceções existentes antes do Acordo: aeroespacial, antiamericano, socioeconômico. - Não se usa mais o hífen em determinadas palavras que perderam a noção de composição: manda-chuva/mandachuva; pára-quedas/paraquedas; pára-quedista/paraquedista. O hífen ainda permanece em palavras compostas desprovidas de elemento de ligação, como também naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: azul-escuro, bem-te-vi, couve- flor, guarda-chuva, erva-doce, pimenta-de-cheiro. - Não se usa mais o hífen em locuções substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas: fim de semana, café com leite, cão de guarda. Exceções: o hífen ainda permanece em alguns casos, expressos por: água-de-colônia, água- de-coco, cor-de-rosa. - Quando a segunda palavra começar com “r” ou “s”, depois de prefixo terminado em vogal, retira-se o hífen e essas consoantes são duplicadas: ante-sala/antessala, anti-rugas/antirrugas, anti- social/antissocial, auto-retrato/autorretrato, extra-sensorial/ extrassensorial, contra-reforma/contrarreforma, supra-renal/ suprarrenal, ultra-secreto/ultrassecreto, ultra-som/ultrassom. O hífen será mantido quando os prefixos terminarem com “r” e o segundo elemento começar pela mesma letra: hiper-requintado, inter-regional, super-romântico, super-racista. A nova regra padroniza algumas exceções já existentes antes do acordo, como é o caso de: minissaia, minissubmarino, minissérie. - Não se usa mais o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de “r” ou “s”: anteprojeto, autopeça, contracheque, extraforte, ultramoderno. - Não se usa mais o hífen quando o prefixo termina em consoante e a segunda palavra começa por vogal ou outra consoante diferente: hipermercado, hiperacidez, intermunicipal, subemprego, superinteressante, superpopulação. - Não se usa mais o hífen diante do advérbio “mal”, quando a segunda palavra começa por consoante: malfalado, malgovernado, malpassado, maltratado, malvestido. 25 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 EXERCÍCIOS 1. Observe a ortografia correta das palavras: privilégio; disenteria; programa; mortadela; mendigo; beneficente; caderneta; problema. Empregue as palavras acima nas frases: a) O.....................teve..............................porque comeu...........................estragada. b) O superpai protegeu demais seu filho e este lhetrouxe um.......................: sua..............................escolar indicou péssimo aproveitamento. c) A festa.........................teve um bom..........................e, por isso, um bom aproveitamento. 2. Passe as palavras para o diminutivo: asa; japonês; pai; homem; adeus; português; só; anel; Beleza; rosa; país; avô; arroz; princesa; café; flor; Oscar; rei; bom; casa; lápis; pé. 3. Passe para o plural diminutivo: trem; pé; animal; só; papel; jornal; mão; balão; automóvel; pai; cão; mercadoria; farol; rua; chapéu; flor. 4. Preencha as lacunas com as seguintes palavras: seção, sessão, cessão, comprimento, cumprimento, conserto, concerto a) O pequeno jornaleiro foi à.....................do jornal. b) Na........................musical os pequenos cantores apresentaram-se muito bem. c) O......................do jornaleiro é amável. d) O........................ das roupas é feito pela mãe do garoto. e) O..........................do sapato custou muito caro. f) Eu.............................meu amigo com amabilidade. g) A.................................de cinema foi um sucesso. h) O vestido tem um.................................bom. i) Os pequenos violinistas participaram de um.......................... . 5. Dê a palavra derivada acrescentando os sufixos ESA ou EZA: Portugal; certo; limpo; bonito; pobre; magro; belo; gentil; duro; lindo; China; frio; duque; fraco; bravo; grande. 6. Forme substantivos dos adjetivos: honrado; rápido; escasso; tímido; estúpido; pálido; ácido; surdo; lúcido; pequeno. 7. Use o H quando for necessário: alucinar; élice, umilde, esitar, oje, humano, ora, onra, aver, ontem, êxito, ábil, arpa, irônico, orrível, árido, óspede, abitar. 8. Complete as lacunas com as seguintes formas verbais: Houve e Ouve. a) O menino ..............muitas recomendações de seu pai. b) ..............muita confusão na cabeça do pequeno. c) A criança não....................a professora porque não a compreende. d) Na escola.................festa do Dia do Índio. 9. A letra X representa vários sons. Veja: • e-X-agero - som de Z • au-X-ílio - som de S • comple-X-o - som de KS Leia atentamente as palavras oralmente: trouxemos, exercícios, táxi, executarei, exibir-se, oxigênio, exercer, proximidade, tóxico, extensão, existir, experiência, êxito, sexo, auxílio, exame. Separe as palavras em três seções, conforme o som do X: Som de Z: Som de KS: Som de S: 10. Complete com X ou CH: en.....er; dei.....ar; ......eiro; le......a; ei.....o; frou.....o; ma.....ucar; .....ocolate; en..... da; en.....ergar; cai......a; .....iclete; fai......a; .....u......u; alsi......a; bai.......a; capri......o; me......erica; ria.......o; .....ingar; .......aleira; amei......a; ......eirosos; abaca.....i. 11. Complete com MAL ou MAU: a) Disseram que Caloca passou.............ontem. b) Ele ficou de.................humor após ter agido daquela forma. c) O time se considera.................preparado para tal jogo. d) Caloca sofria de um....................curável. e) O...................é se ter afeiçoado às coisas materiais. f) Ele não é um...................sujeito. g) Mas o ..........não durou muito tempo. 12. Complete as frases com porque ou por que corretamente: a).................. você está chateada? b)Cuidar do animal é mais importante......................ele fica limpinho. c).......................... você não limpou o tapete? d) Concordo com papai.......................ele tem razão. e).........................precisamos cuidar dos animais de estimação. 13. Preencha as lacunas com MAS = PORÉM MAIS = INDICA QUANTIDADE MÁS = FEMININO DE MAU a) A mãe e o filho discutiram, ...........não chegaram a um acordo. b) Você quer..............razões para acreditar em seu pai? c) Pessoas..................deveriam fazer reflexões para acreditar ........... na bondade do que no ódio. d) Eu limpo,................depois vou brincar. e) O frio não prejudica................o Tico. f) Infelizmente Tico morreu, ..............comprarei outro cãozinho. g) Todas as atitudes .............devem ser perdoadas,........... jamais ser repetidas, pois, quanto....................se vive,.................. se aprende. 14. Preencha as lacunas com: Trás, atrás e Traz. a)..................... de casa havia um pinheiro. b) A poluição.................consigo graves conseqüências. c) Amarre-o por................ da árvore. d) Não vou............. de comentários bobos.. 26 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 15. Preencha as lacunas com: HÁ - indica tempo passado A - tempo futuro e espaço a) A loja fica....... pouco quilômetros daqui. b)................instantes li sobre o Natal. c) Eles não vão à loja porque........... mais de dois dias a mercadoria acabou. d)...............três dias que todos se preparam para a festa do Natal. e) Esse fato aconteceu ....... muito tempo. f) Os alunos da escola dramatizarão a história do Natal daqui ......oito dias. g) Ele estava......... três passos da casa de André. h) ........ dois quarteirões existe uma bela árvore de Natal. 16. Atenção para as palavras: por cima; devagar; depressa; de repente; por isso. Agora, empregue-as nas frases: a)....................... uma bola atingiu o cenário e o derrubou. b) Bem...........................o povo começou a se retirar. c) O rei descobriu a verdade,............................ficou irritado. d) Faça sua tarefa........................, para podermos ir ao dentista. e) ......................... de sua vestimenta real, o rei usava um manto. 17. Use mal ou mau: a) Caiu de..................jeito. b) Antes só do que ...............acompanhado c) Calção..........................feito. d) Não leves a .............o que o fiscal disse. e) Que fiscal................-educado. f) Não lhes dês....................conselho! g) Um ....................colega procede................e é .............. amigo. h) O caso está .................... contado. i) Ele .................sabe o que o espera. j) Pratique o bem e evite o ......................... . 18. -ISAR ou -IZAR? Veja: aviso - avisar moderno - modernizar análise - analisar civil - civilizar • Usamos ISAR nos verbos cuja palavra primitiva possui S. Ex. aviso - avisar Cuidado: síntese - sintetizar/ catequese - catequizar/ batismo - batizar • Usamos IZAR no outros casos. Forme novas palavras usando ISAR ou IZAR: análise; pesquisa; anarquia; canal; civilização; colônia; humano; suave; revisão; real; nacional; final; oficial; monopólio; sintonia; central; paralisia; aviso. 19. Uso do H. Use o h, quando necessário. ábil, arém, esitar, orário, umano; iate; abitar, iato, orrível, erva, ontem, arpa, álito, aver, oje, óspede, espanhol, úmido, angar, élice, ora, umildade, ombro, umedecer. 20. Haja ou aja. Use haja ou aja para completar as orações: a) ............. com atenção para que não............ muitos erros. b) Talvez................ greve; é preciso que................... cuidado e atenção. c) Desejamos que .................... fraternidade nessa escola. d) .............. com docilidade, meu filho! 21. Muito obrigada, eu mesma, eu própria • As mulheres devem dizer: muito obrigada, eu mesma, eu própria. • Os homens devem dizer: muito obrigado, eu mesmo, eu próprio. Complete corretamente: a) Muito................................, meu filho, disse vovó. (obrigado - obrigada) b) Mamãe, muito.......................... pela paciência que você teve com minhas amigas, disse Marina. (obrigado - obrigada) c) Eu............................ não sei como resolver o problema. (mesmo-mesma) d) O garoto disse: - Eu ......................fareios sanduíches. (mesmo ou mesma) e) Eu............................não sei quando poderei entregar os sanduíches. (próprio, própria) 22. A palavra MENOS não deve ser modificada para o feminino. Veja: Naquele instante não tive menos coragem do que antes. Complete as frases com a palavra MENOS: a) Conheço todos os Estados brasileiros, ................a Bahia. b) Todos eram calmos, ....................mamãe. c) Quero levar ..............sanduíches do que na semana passada. d) Mamãe fazia doces e salgados..................tortas grandes. 23. A GENTE e AGENTE a) A gente = nós; o povo, as pessoas. Veja: Nós vamos à praia este fim de semana. A gente vai à praia este final de semana. b) Agente = indivíduo encarregado, responsável por determinada ação; aquele que age. Observação : a expressão agente tem ainda outros significados. Complete as frases com a gente ou agente : a) Gosto de ver filmes de ..........................secreto. b) ......................... daquela cidade não é hospitaleira. c) A dor que.........................sente, quando perde alguém muito querido, vai passando com o tempo. d) ......................... paranaense é dada, amiga e hospitaleira. e) Quando................................. gosta, faz com prazer. f) Meu pai é.......................... de viagens da VARIG. g) Quero estudar para ser..........................policial, para defender o povo. 24. Use por que , por quê , porque e porquê : a) ............................ninguém ri agora? b) Eis....................... ninguém ri. c) Eis os princípios ...........................luto. 27 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 d) Ela não aprendeu, .........................? e) Aproximei-me .....................todos queriam me ouvir. f) Você está assustado, ........................? g) Eis o motivo............................errei. h) Creio que vou melhorar.........................estudei muito. i) O.......................... é difícil de ser estudado. j) ....................... os índios estão revoltados? l) O caminho ...............................viemos era tortuoso. 25. Uso do S e Z. Complete as palavras com S ou Z. A seguir, copie as palavras na forma correta: pou....ando; pre....ença; arte..... anato; escravi.....ar; nature.....a; va.....o; pre.....idente; fa.....er; Bra.....il; civili....ação; pre....ente; atra....ados; produ......irem; a....a; hori...onte; torrão....inho; fra....e; intru ....o; de....ejamos; po....itiva; podero....o; de...envolvido; surpre ....a; va.....io; ca....o; coloni...ação. 26. Complete com X ou S e copie as palavras com atenção: e....trangeiro; e....tensão; e....tranho; e....tender; e....tenso; e.... pontâneo; mi...to; te....te; e....gotar; e....terior; e....ceção; e... plêndido; te....to; e....pulsar; e....clusivo. 27. TÃO POUCO / TAMPOUCO Complete as frases corretamente: a) Eu tive .............................oportunidades! b) Tenho.................................. alunos, que cabem todos naquela salinha. c) Ele não veio; .......................virão seus amigos. d) Eu tenho .............................tempo para estudar. e) Nunca tive gosto para dançar; ....................para tocar piano. f) As pessoas que não amam, ..........................são felizes. g)As pessoas têm.....................atitudes de amizade. h) O governo daquele país não resolve seus problemas, ........................... se preocupa em resolvê-los. RESPOSTAS 1. a) O mendigo teve disenteria porque comeu mortadela estragada. b) O superpai protegeu demais seu filho e este lhe trouxe um problema: sua caderneta escolar indicou péssimo aproveitamento. c) A festa beneficente teve um bom programa e, por isso, um bom aproveitamento. 2. Passe as palavras para o diminutivo: asa: asinha; japonês: japonesinho; pai: paizinho; homem: homenzinho; adeus: adeusinho; português: portuguesinho; só: sozinho; anel: anelzinho; beleza: belezinha; rosa: rosinha; país: paísinho; avô: avozinho; arroz: arrozinho; princesa: princesinha; café: cafezinho; flor: florzinha; Oscar: Oscarzinho; rei: reizinho; bom: bonzinho; casa: casinha; lápis: lapisinho; pé: pezinho 3. Passe para o plural diminutivo: trem: trenzinhos; pé: pezinhos; animal: animaizinhos; só: sozinhos; papel: papeizinhos; jornal: jornaizinhos; mão: mãozinhas; balão: balõezinhos; automóvel: automoveisinhos; pai: paisinhos; cão: cãezinhos; mercadoria: mercadoriazinhas; farol: faroisinhos; rua: ruazinhas; chapéu: chapeuzinhos; flor: florezinhas. 4. a) O pequeno jornaleiro foi à seção do jornal. b) Na sessão musical, os pequenos cantores apresentaram-se muito bem. c) O cumprimento do jornaleiro é amável. d) O conserto das roupas é feito pela mãe do garoto. e) O conserto do sapato custou muito caro. f) Eu cumprimento meu amigo com amabilidade. g) A sessão de cinema foi um sucesso. h) O vestido tem um comprimento bom. i) Os pequenos violinistas participaram de um concerto. 5. Dê a palavra derivada acrescentando os sufixos ESA ou EZA: Portugal: portuguesa; certo: certeza; limpo: limpeza; bonito: boniteza; pobre: pobreza; magro: magreza; belo: beleza; gentil: gentileza; duro: dureza; lindo: lindeza; China: Chinesa; frio: frieza; duque: duquesa; fraco: fraqueza; bravo: braveza; grande: grandeza. 6. Forme substantivos dos adjetivos: honrado: honradez; rápido: rapidez; escasso: escassez; tímido: timidez; estúpido: estupidez; pálido: palidez; ácido: acidez; surdo: surdez; lúcido: lucidez; pequeno: pequenez. 7. Use o H quando for necessário: alucinar, ontem, Hélice, êxito, Humilde, Hábil, Hesitar, Harpa, Hoje, irônico, Humano, Horrível, Hora, árido, Honra, Hóspede, Haver, Habitar. 8. a) O menino ouve muitas recomendações de seu pai. b) Houve muita confusão na cabeça do pequeno. c) A criança não ouve a professora porque não a compreende. d) Na escola, houve festa do Dia do Índio. 9. Som de Z: exercícios, executarei, exibir-se, exercer, existir, êxito e exame. Som de KS: táxi, oxigênio, tóxico e sexo. Som de S: trouxemos, proximidade, extensão, experiência e auxílio. 10. Complete com X ou CH: encher, deixar, cheiro, flecha, eixo, frouxo, machucar, chocolate, enxada, enxergar, caixa, chiclete, faixa, chuchu, salsicha, baixa, capricho, mexerica, riacho, xingar, chaleira, ameixa, cheirosos, abacaxi. 11. a) Disseram que Caloca passou mal ontem. b) Ele ficou de mau humor após ter agido daquela forma. c) O time se considera mal preparado para tal jogo. d) Caloca sofria de um mal curável. e) O mal é se ter afeiçoado às coisas materiais. f) Ele não é um mau sujeito. g) Mas o mal não durou muito tempo. 12. a) Por que você está chateada? b) Cuidar do animal é mais importante porque ele fica limpinho. c) Por que você não limpou o tapete? d) Concordo com papai porque ele tem razão. e) Porque precisamos cuidar dos animais de estimação. 28 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 13. a) A mãe e o filho discutiram, mas não chegaram a um acordo. b) Você quer mais razões para acreditar em seu pai? c) Pessoas más deveriam fazer reflexões para acreditar mais na bondade do que no ódio. d) Eu limpo, mas depois vou brincar. e) O frio não prejudica mais o Tico. f) Infelizmente Tico morreu, mas comprarei outro cãozinho. g) Todas as atitudes más devem ser perdoadas, mas jamais ser repetidas, pois, quanto mais se vive, mais se aprende. 14. a) Atrás de casa havia um pinheiro. b) A poluição traz consigo graves conseqüências. c) Amarre-o por trás da árvore. d) Não vou atrás de comentários bobos.. 15. a) A loja fica a poucos quilômetros daqui. b) Há instantes li sobre o Natal. c) Eles não vão à loja porque há mais de dois dias a mercadoria acabou.d) Há três dias que todos se preparam para a festa do Natal. e) Esse fato aconteceu há muito tempo. f) Os alunos da escola dramatizarão a história do Natal daqui a oito dias. g) Ele estava a três passos da casa de André. h) A dois quarteirões existe uma bela árvore de Natal. 16. a) De repente uma bola atingiu o cenário e o derrubou. b) Bem devagar o povo começou a se retirar. c) O rei descobriu a verdade, por isso ficou irritado. d) Faça sua tarefa depressa, para podermos ir ao dentista. e) Por cima de sua vestimenta real, o rei usava um manto. 17. a) Caiu de mau jeito. b) Antes só do que mal acompanhado c) Calção mal feito. d) Não leves a mal o que o fiscal disse. e) Que fiscal mal-educado. f) Não lhes dês maus conselhos! g) Um mau colega procede mal e é mau amigo. h) O caso está mal contado. i) Ele mal sabe o que o espera. j) Pratique o bem e evite o mal. 18. Forme novas palavras usando ISAR ou IZAR: análise: analisar; pesquisa:pesquisar; anarquia: anarquizar; canal: canalizar; civilização: civilizar; colônia: colonizar; humano: humanizar; suave: suavizar; revisão: revisar; real: realizar; nacional: nacionalizar; final: finalizar; oficial: oficializar; monopólio: monopolizar; sintonia: sintonizar; central: centralizar; paralisia: paralisar; aviso: avisar. 19. Use o h, quando necessário: Hábil, Hálito, Harém, Haver, Hesitar, Hoje, Horário, Hóspede, Humano, Espanhol, Iate, Úmido, Habitar, Hangar, Hiato, Hélice, Horrível, Hora, Erva, Humildade, Ontem, Ombro, Harpa, Umedecer. 20. a) Aja com atenção para que não haja muitos erros. b) Talvez haja greve; é preciso que aja com cuidado e atenção. c) Desejamos que haja fraternidade nessa escola. d) Aja com docilidade, meu filho! 21. a) Muito obrigada, meu filho, disse vovó. (obrigado - obrigada) b) Mamãe, muito obrigada pela paciência que você teve com minhas amigas, disse Marina. (obrigado - obrigada) c) Eu mesma não sei como resolver o problema. (mesmo- mesma) d) O garoto disse: - Eu mesmo farei os sanduíches. (mesmo ou mesma) e) Eu própria não sei quando poderei entregar os sanduíches. (próprio, própria) - Obs.: de acordo com o gênero da pessoa que estiver fazendo o exercício. 22. a) Conheço todos os Estados brasileiros, menos a Bahia. b) Todos eram calmos, menos mamãe. c) Quero levar menos sanduíches do que na semana passada. d) Mamãe fazia doces e salgados menos tortas grandes. 23. a) Gosto de ver filmes de agente secreto. b) A gente daquela cidade não é hospitaleira. c) A dor que a gente sente, quando perde alguém muito querido, vai passando com o tempo. d) A gente paranaense é dada, amiga e hospitaleira. e) Quando a gente gosta, faz com prazer. f) Meu pai é agente de viagens da VARIG. g) Quero estudar para ser agente policial, para defender o povo. 24. Use por que , por quê , porque e porquê : a) Por que ninguém ri agora? b) Eis por que ninguém ri. c) Eis os princípios por que luto. d) Ela não aprendeu, por quê? e) Aproximei-me porque todos queriam me ouvir. f) Você está assustado, por quê? g) Eis o motivo por que errei. h) Creio que vou melhorar porque estudei muito. i) O porquê é difícil de ser estudado. j) Por que os índios estão revoltados? l) O caminho por que viemos era tortuoso. 25. Pousando: Pousando; Presença: Presença; Artesanato: Artesanato; Escravizar: Escravizar; Natureza: Natureza; Vaso: Vaso; Presidente: Presidente; Fazer: Fazer; Brasil: Brasil; Civilização: Civilização; Presente: Presente; Atrasados: Atrasados; Produzirem: Produzirem; Asa: Asa; Horizonte: Horizonte; Torrãozinho: Torrãozinho; Frase: Frase; Intruso: Intruso; Desejamos: Desejamos; Positiva: Positiva; Poderoso: Poderoso; Desenvolvido: Desenvolvido; Surpresa: Surpresa; Vazio: Vazio; Caso: Caso; Colonização: Colonização. 26. Estrangeiro: estrangeiro; Extensão: extensão; Estranho: estranho; Estender: estender; Extenso: extenso; Espontâneo: Espontâneo; Misto: Misto; Teste: Teste; Esgotar: Esgotar; Exterior: Exterior; Exceção: Exceção; Esplêndido: Esplêndido; Texto: Texto; Expulsar: Expulsar; Exclusivo: Exclusivo. 29 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 27. a) Eu tive tão poucas oportunidades! b) Tenho tão poucos alunos, que cabem todos naquela salinha. c) Ele não veio; tampouco virão seus amigos. d) Eu tenho tão pouco tempo para estudar. e) Nunca tive gosto para dançar; tampouco para tocar piano. f) As pessoas que não amam, tampouco são felizes. g) As pessoas têm tão poucas atitudes de amizade. h) O governo daquele país não resolve seus problemas, tampouco se preocupa em resolvê-los. ACENTUAÇÃO GRÁFICA Tonicidade Num vocábulo de duas ou mais sílabas, há, em geral, uma que se destaca por ser proferida com mais intensidade que as outras: é a sílaba tônica. Nela recai o acento tônico, também chamado acento de intensidade ou prosódico. Exemplos: café, janela, médico, estômago, colecionador. O acento tônico é um fato fonético e não deve ser confundido com o acento gráfico (agudo ou circunflexo) que às vezes o assinala. A sílaba tônica nem sempre é acentuada graficamente. Exemplo: cedo, flores, bote, pessoa, senhor, caju, tatus, siri, abacaxis. As sílabas que não são tônicas chamam-se átonas (=fracas), e podem ser pretônicas ou postônicas, conforme estejam antes ou depois da sílaba tônica. Exemplo: montanha, facilmente, heroizinho. De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos com mais de uma sílaba classificam-se em: Oxítonos: quando a sílaba tônica é a última: café, rapaz, escritor, maracujá. Paroxítonos: quando a sílaba tônica é a penúltima: mesa, lápis, montanha, imensidade. Proparoxítonos: quando a sílaba tônica é a antepenúltima: árvore, quilômetro, México. Os monossílabos, conforme a intensidade com que se proferem, podem ser tônicos ou átonos. Monossílabos tônicos são os que têm autonomia fonética, sendo proferidos fortemente na frase em que aparecem: é, má, si, dó, nó, eu, tu, nós, ré, pôr, etc. Monossílabos átonos são os que não têm autonomia fonética, sendo proferidos fracamente, como se fossem sílabas átonas do vocábulo a que se apóiam. São palavras vazias de sentido como artigos, pronomes oblíquos, elementos de ligação, preposições, conjunções: o, a, os, as, um, uns, me, te, se, lhe, nos, de, em, e, que. Acentuação dos Vocábulos Proparoxítonos Todos os vocábulos proparoxítonos são acentuados na vogal tônica: • Com acento agudo se a vogal tônica for i, u ou a, e, o abertos: xícara, úmido, queríamos, lágrima, término, déssemos, lógico, binóculo, colocássemos, inúmeros, polígono, etc. • Com acento circunflexo se a vogal tônica for fechada ou nasal: lâmpada, pêssego, esplêndido, pêndulo, lêssemos, estômago, sôfrego, fôssemos, quilômetro, sonâmbulo etc. • Acentuam-se também os vocábulos que terminam por encontro vocálico e que podem ser pronunciados como proparoxítonos: área, conterrâneo, errôneo, enxáguam, etc. Acentuação dos Vocábulos Paroxítonos Acentuam-se com acento adequado os vocábulos paroxítonos terminados em: • ditongo crescente, seguido, ou não, de s: sábio, róseo, planície, nódua, Márcio, régua, árdua, espontâneo, etc. • i, is, us, um, uns: táxi, lápis, bônus, álbum, álbuns, jóquei, vôlei, fáceis, etc. • l, n, r, x, ons, ps: fácil, hífen, dólar, látex, elétrons, fórceps, etc. • ã, ãs, ão, ãos, guam, güem: ímã, ímãs, órgão, bênçãos, enxáguam, enxágüem, etc. Não se acentuam os vocábulos paroxítonos terminados em ens: imagens, edens, itens, jovens, nuvens, etc. Não se acentuam os prefixos anti, semi e super, por serem considerados elementos átonos: semi-selvagem, super-homem, anti-rábico. Não se acentua um paroxítono só porque sua vogal tônica é aberta ou fechada. Descabido seria o acento gráfico, por exemplo, em cedo, este, espelho,aparelho, cela, janela, socorro, pessoa, dores, flores, solo, esforços. Acentuação dos Vocábulos Oxítonos Acentuam-se com acento adequado os vocábulos oxítonos terminados em: • a, e, o,seguidos ou não de s: xará, serás, pajé, freguês, vovô, avós, etc. Seguem esta regra os infinitivos seguidos de pronome: cortá-los, vendê-los, compô-lo, etc. • em, ens: ninguém, armazéns, ele contém, tu conténs, ele convém, ele mantém, eles mantêm, ele intervém, eles intervêm, etc. • a 3ª pessoa do presente do indicativo dos verbos derivados de ter e vir leva acento circunflexo: eles contêm, detêm, obtêm, sobrevêm, etc • éis, éu(s), ói(s): fiéis, chapéu, herói. Não devem ser acentuados os oxítonos terminados em i(s), u(s): aqui, juriti, juritis, saci, bambu, zebu, puni-los, reduzi-los, etc. Acentuação dos Monossílabos Acentuam-se os monossílabos tônicos: • a, e, o, seguidos ou não de s: há, pá, pé, mês, nó, pôs, etc. • que encerram os ditongos abertos éi, éu, ói: véu, véus, dói, réis, sóis, etc. • acentuam-se os verbos pôr, têm (plural) e vêm (plural) porque existem os homógrafos por (preposição átona), tem (singular) e vem (singular): Eles têm autoridade: vêm pôr ordem na cidade. Não se acentuam os monossílabos tônicos com outras terminações: ri, bis, ver, sol, pus, mau, Zeus, dor, flor, etc. 30 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Acentuação dos Ditongos Acentuam-se a vogal dos ditongos abertos éi, éu, ói, quando tônicos: papéis, idéia, estréio, estréiam, chapéu, céus, herói, Niterói, jibóia, sóis, anzóis, tireóide, destrói, eu apóio, eles apóiam, etc. Estes ditongos não se acentuam quando fechados: areia, ateu, joio, tamoio, o apoio, etc; e quando subtônicos: ideiazinha, chapeuzinho, heroizinho, tireodite, heroicamente, etc. Não se acentua a vogal tônica dos ditongos iu e ui, quando precedida de vogal: saiu, atraiu, contraiu, contribuiu, distribuiu, pauis, etc. Segundo as novas regras os ditongos abertos “éi” e “ói” não serão mais acentuados em palavras paroxítonas: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, Coréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico, etc. Ficando: Assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, Coreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico, etc. Nos ditongos abertos de palavras oxítonas terminadas em éi, éu e ói e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis, troféu, céu, chapéu. Acentuação dos Hiatos A razão do acento gráfico é indicar hiato, impedir a ditongação. Compare: caí e cai, doído e doido, fluído e fluido. Acentuam-se em regra, o /i/ e o /u/ tônicos em hiato com vogal ou ditongo anterior, formando sílabas sozinhos ou com s: saída (sa- í-da), saúde (sa-ú-de), feiúra (fei-ú-ra), faísca, caíra, saíra, egoísta, heroína, caí, Xuí, Luís, uísque, balaústre, juízo, país, cafeína, baú, baús, Grajaú, saímos, eletroímã, reúne, construía, proíbem, Bocaiúva, influí, destruí-lo, instruí-la, etc. Não se acentua o /i/ e o /u/ seguidos de nh: rainha, fuinha, moinho, lagoinha, etc; e quando formam sílaba com letra que não seja s: cair (ca-ir), sairmos, saindo, juiz, ainda, diurno, Raul, ruim, cauim, amendoim, saiu, contribuiu, instruiu, etc. Coloca-se acento circunflexo na primeira vogal dos hiatos ôo e êe, quando tônica: vôo, vôos, enjôo, abençôo, abotôo, crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, prevêem, provêem, etc. Escreveremos sem acento: Saara, caolho, aorta, semeemos, semeeis, mandriice, vadiice, lagoa, boa, abotoa, Mooca, moeda, poeta, meeiro, voe, perdoe, abençoe, etc. Segundo as novas regras da Língua Portuguesa de 01/01/2009 não se acentuarão mais o “i” e “u” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo: baiúca, boiúna, feiúra, feiúme, bocaiúva, etc. Ficarão: baiuca, boiuna, feiura, feiume, bocaiuva, etc. Se a palavra for oxítona e o “i” ou “u” estiverem em posição final o acento permanece: tuiuiú, Piauí. Nos demais “i” e “u” tônicos, formando hiato, o acento continua. Exemplo: saúde, saída, gaúcho. Os hiatos “ôo” e “êe” não serão mais acentuados: enjôo, vôo, perdôo, abençôo, povôo, crêem, dêem, lêem, vêem, relêem. Ficarão: enjoo, voo, perdoo, abençoo, povoo, creem, deem, leem, veem, releem. Acentuação dos Grupos gue, gui, que, qui Coloca-se acento agudo sobre o “u” desses grupos, quando é proferido e tônico: averigúe, averigúeis, averigúem, apazigúe, apazigúem, obliqúe, obliqúes, argúis, argúi, argúem, etc. Quando átono, o referido “u” receberá trema: agüentar, argüir, argüia, freqüente, delinqüência, tranqüilo, cinqüenta, enxagüei, pingüim, seqüestro, etc. Segundo o decreto de modificação e regulamentação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, não existe mais o trema em língua portuguesa, apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano, etc. Ficarão: aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça. Acento Diferencial Emprega-se o acento diferencial (que pode ser circunflexo ou agudo) como sinal distintivo de vocábulos homógrafos, nos seguintes casos: • pôde (pretérito perfeito do indicativo) para diferenciá-la de pode (presente do indicativo); • côa(s) (do verbo coar) - para diferenciar de coa, coas (com + a, com + as); • pára (3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo parar) - para diferenciar de para (preposição); • péla, pélas (do verbo pelar) e em péla (jogo) - para diferenciar de pela, pelas (combinação da antiga preposição per com os artigos ou pronomes a, as); • pêlo, pêlos (substantivo) e pélo (v. pelar) - para diferenciar de pelo, pelos (combinação da antiga preposição per com os artigos o, os); • péra (substantivo - pedra) - para diferenciar de pera (forma arcaica de para - preposição); • pêra (substantivo) para diferenciar de pera (forma arcaica de para - preposição); • pólo, pólos (substantivo) - para diferenciar de polo, polos (combinação popular regional de por com os artigos o, os); • pôlo, pôlos (substantivo - gavião ou falcão com menos de um ano) - para diferenciar de polo, polos (combinação popular regional de por com os artigos o, os); • pôr (verbo) - para diferenciar de por (preposição). Segundo as novas regras da Língua Portuguesa de 01/01/2009 não existirá mais o acento diferencial em palavras homônimas (grafia igual, som e sentido diferentes) como: pára/para, péla/pela, pêlo/pelo, pêra/pera, pólo/polo, etc. Ficarão: para, pela, pelo, pera, polo, etc. O acento diferencial ainda permanece no verbo poder (pôde, quando usado no passado) e no verbo pôr (para diferenciar da preposição por). É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo? Emprego do Til O til sobrepõe-se às letras “a” e “o” para indicar vogal nasal. Pode figurar em sílaba: tônica: maçã, cãibra, perdão, barões, põe, etc; pretônica: ramãzeira, balõezinhos, grã-fino, cristãmente, etc; e átona: órfãs, órgãos, bênçãos, etc. 31 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Resumo: de acordo com as Novas Regras Proparoxítonas Quando acentuar: Sempre. Como eram: simpática, lúcido, sólido, cômodo. Como ficaram: Continua tudo igual ao que era antes da nova ortografia: Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de acordo com a pronúncia da região: acadêmico, fenômeno (Brasil); académico, fenómeno (Portugal). Paroxítonas Quando acentuar: Se terminadas em: R, X, N, L, I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS; ditongo oral, seguido ou não de S. Como eram: fácil, táxi, tênis, hífen, próton, álbum(ns), vírus, caráter, látex, bíceps, ímã, órfãs,bênção, órfãos, cárie, árduos, pólen, éden. Como ficaram: Continua tudo igual. Observe: 1) Terminadas em ENS não levam acento: hifens, polens. 2) Usa- se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: sêmen, fêmur (Brasil) ou sêmen, fémur (Portugal). 3) Não usa acento nos prefixo paroxítonos que terminam em R nem nos que terminam em I: inter-helênico, super-homem, anti-herói, semi-internato. Oxítonas Quando acentuar: Se terminadas em: A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS. Como eram: vatapá, igarapé, avô, avós, refém, parabéns. Como ficaram: Continua tudo igual. Observe: 1) terminadas em I, IS, U, US não levam acento: tatu, Morumbi, abacaxi. 2) Usa- se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: bebê, purê (Brasil); bebé, puré (Portugal). Monossílabos Tônicos Quando acentuar: terminados em A, AS, E, ES, O,OS. Como eram: vá, pás, pé, mês, pó, pôs. Como ficaram: Continua tudo igual. Atente para os acentos nos verbos com formas oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc. Í e Ú em palavras Oxítonas e Paroxítonas Quando acentuar: Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos na sílaba (hiato). Como eram: saída, saúde, miúdo, aí, Araújo, Esaú, Luís, Itaú, baús, Piauí. Como ficaram: 1) Se o i e u forem seguidos de s, a regra se mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís. 2) Não se acentuam i e u se depois vier ‘nh’: rainha, tainha, moinho. 3) Esta regra é nova: nas paroxítonas, o i e u não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio). 4) Mas, se, nas oxítonas, mesmo com ditongo, o i e u estiverem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, teiú. Ditongos Abertos em palavras Paroxítonas Quando acentuar: EI, OI. Como eram: idéia, colméia, bóia. Como ficaram: Esta regra desapareceu (para palavras paroxítonas). Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia. Observe: há casos em que a palavra se enquadrará em outra regra de acentuação. Por exemplo: contêiner, Méier, destróier serão acentuados porque terminam em R. Ditongos Abertos em Palavras Oxítonas Quando acentuar: ÉIS, ÉU(S), ÓI(S). Como eram: papéis, herói, heróis, troféu, céu, mói (moer). Como ficaram: Continua tudo igual (mas, cuidado: somente para palavras oxítonas com uma ou mais sílabas). Verbos Arguir e Redarguir (agora sem trema) Quando acentuar: arguir e redarguir usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo. Como ficaram: Esta regra desapareceu. Os verbos arguir e redarguir perderam o acento agudo em várias formas (rizotônicas): eu arguo (fale: ar-gú-o, mas não acentue); ele argui (fale: ar-gúi), mas não acentue. Verbos terminados em guar, quar e quir Quando acentuar: aguar, enxaguar, averiguar, apaziguar, delinquir, obliquar usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo. Como ficaram: Esta regra sofreu alteração. Observe: Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando a ou i tônicos, aí acentuamos estas vogais: eu águo, eles águam e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico); tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas. Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado: Eu averiguo (diga averi-gú-o, mas não acentue) o caso; eu aguo a planta (diga a-gú-o, mas não acentue). ôo, ee Quando acentuar: vôo, zôo, enjôo, vêem. Como ficaram: Esta regra desapareceu. Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo, voo. Verbos Ter e Vir Quando acentuar: na terceira pessoa do plural do presente do indicativo. Como eram: eles têm, eles vêm. Como ficaram: Continua tudo igual. Ele vem aqui; eles vêm aqui. Eles têm sede; ela tem sede. Derivados de Ter e Vir (obter, manter, intervir) Quando acentuar: na terceira pessoa do singular leva acento agudo; na terceira pessoa do plural do presente levam circunflexo. Como eram: ele obtém, detém, mantém; eles obtêm, detêm, mantêm. Como ficaram: Continua tudo igual. Acento Diferencial Como ficaram: Esta regra desapareceu, exceto para os verbos: PODER (diferença entre passado e presente. Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje. PÔR (diferença com a preposição por): Vamos por um caminho novo, então vamos pôr casacos; TER e VIR e seus compostos (ver acima). Observe: 1) Perdem o acento as palavras compostas com o verbo PARAR: Para-raios, para-choque. 2) FÔRMA (de bolo): O acento será opcional; se possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja forma de pagamento é parcelada. 32 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Trema (O trema não é acento gráfico.) Como ficaram: Desapareceu o trema sobre o U em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico. Exceto as de língua estrangeira: Günter, Gisele Bündchen, müleriano. EXERCÍCIOS 01 - (UFES) O acento gráfico de “três” justifica-se por ser o vocábulo: a) Monossílabo átono terminado em ES. b) Oxítono terminado em ES c) Monossílabo tônico terminado em S d) Oxítono terminado em S e) Monossílabo tônico terminado em ES 02 - (UFES) Coloca-se trema sobre o “U” átono (pronunciando), como no vocábulo UNGÜENTO, sempre que estiver. a) no grupo “gu” seguido de “E” nasal. b) No grupo “gu” ou “qu” seguido de E, I, A c) O grupo “gu” seguido de “E” ou “I”. d) Precedido de “g “ou “q “seguido de “E” ou “I” e) Nos grupos de “gu” e “qu” 03 - (UFES) Se o vocábulo CONCLUIU não tem acento gráfico, tal não acontece com uma das seguinte formas do verbo CONCLUIR: a) concluia b) concluirmos c) concluem d) concluindo e) concluas 04 - (Med./Itajubá) Nenhum vocábulo deve receber acento gráfico, exceto: a) sururu b) peteca c) bainha d) mosaico e) beriberi 05 - (Med./ Itajubá) Todos os vocábulos devem ser acentuados graficamente, exceto: a) xadrez b) faisca c) reporter d) oasis e) proteina 06) (UFES) Assinale a opção em que o par de vocábulos não obedece à mesma regra de acentuação gráfica. a) sofismático/ insondáveis b) automóvel/fácil c) tá/já d) água/raciocínio e) alguém/comvém 07) (Med/Itajubá) Os dois vocábulos de cada item devem ser acentuado graficamente, exceto: a) herbivoro-ridiculo b) logaritmo-urubu c) miudo-sacrificio d) carnauba-germem e) Biblia-hieroglifo 08) (PUC-Campinas) Assinale a alternativa de vocábulo corretamente acentuado: a) hífen b) ítem c) rúbrica d) rítmo e) nidia 09 - (RJ) “Andavam devagar, olhando para trás... (J.A. de Almeida-Américo A. Bagaceira) Assinale o item em que nem todas as palavras são acentuadas pelo mesmo motivo da palavra grifada no texto. a) Más – vês b) Mês – pás c) Vós – Brás d) Pés – atrás e) Dês – pés 10) (RJ) Assinale o item em que há dois vocábulos acentuados inadequadamente. a) fôste – íris b) estrêla – lângüido c) íris – lângüido d) fôste – estrêla e) hifens – mágoa 11) (RJ) “Como ele não vem ao seu encontro, ela pára” (Autran Dourado) O vocábulo grifado leva acento agudo porque: a) Há necessidade de diferençá-lo de outro vocábulo, pela tonicidade. b) É um vocábulo paroxítono terminado em-a; c) É um vocábulo oxítono terminado em-a; d) Há necessidade de diferençá-lo; e) É um vocábulo erudito. 12 - (Mackenzie) Indique a única alternativa em que nenhuma palavra é acentuada graficamente: a) lapis, canoa, abacaxi, jovens, b) ruim, sozinho, aquele, traiu c) saudade, onix, grau, orquidea d) flores, açucar, album, virus, e) voo, legua, assim, tenis 13 - Marque o item em que o “i” e o “u” em hiato devem ser acentuados em todas as palavras. a) Jesuita, juizo, juiz, faisca, juizes, b) Sairam, caires, cairam, caistes, sairdes c) Balaustre, reuno, reunem, saude, bau d) “a “e “b” todas aspalavras são acentuadas e) “b” e “c” todas as palavras são acentuadas 33 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 14 - Nas alternativas, a acentuação gráfica está correta em todas as palavras, exceto: a) jesuíta, caráter b) viúvo, sótão c) baínha, raíz d) Ângela, espádua e) gráfico, flúor 15 - (F. C. chagas – RJ) Até ........ momento, ........ se lembrava de que o antiquário tinha o ......... que procurávamos. a) Aquêle-ninguém-baú b) Aquêle-ninguém-bau c) Aquêle-ninguem-baú d) Aquele-ninguém-baú e) Aquéle-ninguém-bau RESPOSTAS (1-E) (2-D) (3-A) (4-E) (5-A) (6-A) (7-B) (8-A) (9-D) (10-D) (11-A) (12-B) (13-C) (14-C) (15-D) EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS ARTIGO “O orvalho vem caindo Vai molhar o meu chapéu E também vão sumindo As estrelas lá no céu Tenho passado tão mal A minha cama é uma folha de papel” (Noel Rosa e Kid Pepe) Artigo é a palavra que acompanha o substantivo, indicando- lhe o gênero e o número, determinando-o ou generalizando-o. Os artigos podem ser: - definidos: o, a, os, as; determinam os substantivos, trata de um ser juá conhecido; denota familiaridade: “A grande reforma do ensino superior é a reforma do ensino fundamental e do médio.” (Veja – maio de 2005) - indefinidos: um, uma, uns, umas; estes; trata-se de um ser desconhecido, dá ao substantivo valor vago: “...foi chegando um caboclinho magro, com uma taquara na mão.” (A. Lima) Emprego do Artigo 1- Usa-se o artigo definido: – com a palavra ambos: falou-nos que ambos os culpados foram punidos. – com nomes próprios geográficos de estado, pais, oceano, montanha, rio, lago: o Brasil, o rio Amazonas, a Argentina, o oceano Pacífico, a Suíça, o Pará, a Bahia. / Conheço o Canadá mas não conheço Brasília. – com nome de cidade se vier qualificada: Fomos à histórica Ouro Preto. – depois de todos/todas + numeral + substantivo: Todos os vinte atletas participarão do campeonato. – com toda a/todo o, a expressão que vale como totalidade, inteira. Toda cidade será enfeitada para as comemorações de aniversario. Atenção: sem o artigo, o pronome todo/toda vale como qualquer. Toda cidade será enfeitada para as comemorações de aniversário. (qualquer cidade) – com o superlativo relativo: Mariane escolheu as mais lindas flores da floricultura. – com a palavra outro, com sentido determinado: Marcelo tem dois amigos: Rui é alto e lindo, o outro é atlético e simpático. – antes dos nomes das quatro estações do ano: Depois da primavera vem o verão. – com expressões de peso e medida: O álcool custa um real o litro. (=cada litro) 2- Não se usa o artigo definido: – antes de pronomes de tratamento iniciados por possessivos: Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Vossa Majestade, Vossa Alteza. Vossa Alteza estará presente ao debate? “Nosso Senhor tinha o olhar em pranto / Chorava Nossa Senhora.” – antes de nomes de meses: O campeonato aconteceu em maio de 2002. MAS: O campeonato aconteceu no inesquecível maio de 2002. (modificado) – alguns nomes de países, como Espanha, França, Inglaterra, Itália podem ser construídos sem o artigo, principalmente quando regidos de preposição. “Viveu muito tempo em Espanha.” / “Pelas estradas líricas de França.” Mas: Sônia Salim, minha amiga, visitou a bela Veneza. (modificado) – antes de todos / todas + numeral: Eles são, todos quatro, amigos de João Luís e Laurinha. MAS: Todos os três irmãos eu vi nascer. (o substantivo está claro) – antes de palavras que designam matéria de estudo, empregadas com os verbos: aprender, estudar, cursar, ensinar: Estudo Inglês e Cristiane estuda Francês. 3- O uso do artigo é facultativo: – antes do pronome possessivo: Sua / A sua incompetência é irritante. – antes de nomes próprios de pessoas: Você já visitou Luciana / a Luciana? – “Daqui para a frente, tudo vai ser diferente.” (para a frente: exige a preposição) 4- Formas combinadas do artigo definido: Preposição + o = ao / de + o,a = do, da / em + o, a = no, na / por + o, a = pelo, pela. 5- Usa-se o artigo indefinido: – para indicar aproximação numérica: Nicole devia ter uns oito anos / Não o vejo há uns meses. – antes dos nomes de partes do corpo ou de objetos em pares: Usava umas calças largas e umas botas longas. – em linguagem coloquial, com valor intensivo: Rafaela é uma meiguice só. / – para comparar alguém com um personagem célebre: Luís August é um Rui Barbosa. 34 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 6- O artigo indefinido não é usado: – em expressões de quantidade: pessoa, porção, parte, gente, quantidade: Reservou para todos boa parte do lucro. – com adjetivos como: escasso, excessivo, suficiente: Não há suficiente espaço para todos. – com substantivo que denota espécie: Cão que ladra não morde. 7- Formas combinadas do artigo indefinido: Preposição de e em + um, uma = num, numa, dum, duma. Atenção: o artigo (o, a, um, uma) anteposto a qualquer palavra transforma-a em substantivo. O ato literário é o conjunto do ler e do escrever. SUBSTANTIVO Lições Opostas A professora ensinava: substantivo abstrato é o que existe mas nós não vemos. Exemplificava: penúria, angústia, dor, fome, tristeza, miséria, Tudo é substantivo abstrato. Hoje, com a minha experiência, eu lhe responderia: ¾ Então, professora, na favela não existe substantivo abstrato. (Marilita Pozzoli) Substantivo é a palavra que dá nomes aos seres. Inclui os nomes de pessoas, de lugares, coisas, entes de natureza espiritual ou mitológica: vegetação, sereia, cidade, anjo, árvore, passarinho, abraço, quadro, universidade, saudade, amor, respeito, criança. Os substantivos exercem, na frase, as funções de: sujeito, predicativo do sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, adjunto adverbial, agente da passiva, aposto e vocativo. Os substantivos classificam-se em: Comuns - nomeiam os seres da mesma espécie: menina, piano, estrela, rio, animal, árvore. Próprios - referem-se a um ser em particular: Brasil, América do Norte, Deus, Paulo, Lucélia. Concretos - são aqueles que têm existência própria; são independentes; reais ou imaginários: mãe, mar, água, anjo, mulher, alma, Deus, vento DVD, fada, criança, saci. De gramática e de linguagem (Mário Quintana) E havia uma gramática que dizia assim: “Substantivo (concreto) é tudo quanto indica Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta.” Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!... As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. [Multiplicam-se em excesso. As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.” Abstrato - são os que não têm existência própria; depende sempre de um ser para existir: é necessário alguém ser ou estar triste para a tristeza manifestar-se; é necessário alguém beijar ou abraçar para que ocorra um beijo ou um abraço; designam qualidades, sentimentos, ações, estados dos seres: dor, doença, amor, fé, beijo, abraço, juventude, covardia, coragem, justiça. Os substantivos abstratos podem ser concretizados dependendo do seu significado: Levamos a caça para a cabana. (caça = ato de caçar, substantivo abstrato; a caso, neste caso, refere-se ao animal, portanto, concreto). Simples - como o nome diz, são aqueles formados por apenas um radical: chuva, tempo, sol, guarda, pão, raio, água, ló, terra, flor, mar, raio, cabeça. Compostos - são os que são formados por mais de dois radicais: guarda-chuva, girassol, água-de-colônia, pão-de-ló, pára-raio, sem-terra, mula-sem-cabeça. Primitivos - são os que não derivam de outras palavras; vieram primeiro,deram origem a outras palavras: ferro, Pedro, mês, queijo, chave, chuva, pão, trovão, casa. Derivados – são formados de outra palavra já existente; vieram depois: ferradura,pedreiro, mesada, requeijão, chaveiro, chuveiro, padeiro, trovoada, casarão, casebre. Coletivos – os substantivos comuns que, mesmo no singular, designam um conjunto de seres de uma mesma espécie: bando, povo, frota, batalhão, biblioteca, constelação. Eis alguns substantivos coletivos: álbum – de fotografias; alcatéia – de lobos; antologia – de textos escolhidos; arquipélago – ilhas; assembléia – pessoas, professores; atlas – cartas geográficas; banda – de músicos; bando – de aves, de crianças; baixela – utensílios de mesa; banca – de examinadores; biblioteca – de livros; biênio – dois anos; bimestre – dois meses; boiada – de bois; cacho – de uva; cáfila – camelos; caravana – viajantes; cambada – de vadios, malvados; cancioneiro – de canções; cardume – de peixes; casario – de casas; código – de leis; colméia – de abelhas; concílio – de bispos em assembléia; conclave – de cardeais; confraria – de religiosos; constelação – de estrelas; cordilheira – de montanhas; cortejo – acompanhantes em comitiva; discoteca – de discos; elenco – de atores; enxoval – de roupas; fato – de cabras; fornada – de pães; galeria – de quadros; hemeroteca – de jornais, revistas; horda – de invasores; iconoteca – de imagens; irmandade – de religiosos; mapoteca – de mapas; milênio – de mil anos; miríade – de muitas estrelas, insetos; nuvem – de gafanhotos; panapaná – de borboletas em bando; penca – de frutas; pinacoteca – de quadros; piquete – de grevistas; plêiade – de pessoas notáveis, sábios; prole – de filhos; quarentena – quarenta dias; qüinqüênio – cinco anos; renque – de árvores, pessoas, coisas; repertório – de peças teatrais, música; resma – de quinhentas folhas de papel; século – de cem anos; sextilha – de seis versos; súcia – de malandros, patifes; terceto – de três pessoas, três versos; tríduo – período de três dias; trinênio – período de três anos; tropilhas – de trabalhadores, alunos; vara – de porcos; videoteca – de videocassetes; xiloteca – de amostras de tipos de madeiras. Reflexão do Substantivo “Na feira livre do arrabaldezinho Um homem loquaz apregoa balõezinhos de cor ¾ O melhor divertimento para crianças! Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres, Fitando com olhos muito redondos os grandes Balõezinhos muito redondos.” (Manoel Bandeira) 35 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Observe que o poema apresenta vários substantivos e apresentam variações ou flexões de gênero (masculino/feminino), de número (plural/singular) e de grau (aumentativo/diminutivo). Na língua portuguesa há dois gêneros: masculino e feminino. Latim, Grego e Inglês, possuem um terceiro gênero: o neutro. A regra para a flexão do gênero é a troca de o por a, ou o acréscimo da vogal a, no final de final da palavra: mestre, mestra. FORMAÇÃO DO FEMININO O feminino se realiza de três modos: 1. Flexionando-se o substantivo masculino: filho, filha / mestre, mestra / leão, leoa; 2. acrescentando-se ao masculino a desinência “a” ou um sufixo feminino: autor, autora / deus, deusa / cônsul, consulesa / cantor, cantora / reitor, reitora. 3. utilizando-se uma palavra feminina com radical diferente: pai, mãe / homem, mulher / boi, vaca / carneiro, ovelha / cavalo, égua. Observe como são formados os femininos: parente, parenta / hóspede, hospeda / monge, monja / presidente, presidenta / gigante, giganta / oficial, oficiala / peru, perua / cidadão, cidadã / aldeão, aldeã / ancião, anciã / guardião, guardiã / charlatão, charlatã / escrivão, escrivã / papa, papisa / faisão, faisoa / hortelão, horteloa / ilhéu, ilhoa / mélro, mélroa / folião, foliona / imperador, imperatriz / profeta, profetiza / píton, pitonisa / abade, abadessa / czar, czarina / perdigão, perdiz / cão, cadela / pigmeu, pigméia / ateu, atéia / hebreu, hebréia / réu, ré / cerzidor, cerzideira / frade, freira / frei, sóror / rajá, rani / dom, dona / cavaleiro, dama / zangão, abelha / Substantivos Uniformes Os substantivos uniformes apresentam uma única forma para ambos os gêneros: dentista, vítima. Os substantivos uniformes dividem-se em: Epicenos: designam certos animais e têm um só gênero, quer se refiram ao macho ou à fêmea. – jacaré macho ou fêmea / a cobra macho ou fêmea / a formiga macho ou fêmea. Comuns de dois gêneros: apenas uma forma e designam indivíduos dos dois sexos. São masculinos ou femininos. A indicação do sexo é feita com uso do artigo masculino ou feminino: o, a intérprete / o, a colega / o, a médium / o, a personagem / o, a cliente / o, a fã / o, a motorista / o, a estudante / o, a artista / o, a repórter / o, a menequim / o, a gerente / o, a imigrante / o, a pianista / o, a rival / o a jornalista. Sobrecomuns: designam pessoas e têm um só gênero para homem ou a mulher: a criança (menino, menina) / a testemunha (homem, mulher) / a pessoa (homem, mulher) / o cônjuge (marido, mulher) / o guia (homem, mulher) / o ídolo (homem, mulher). 1 – Substantivos que mudam de sentido, quando se troca o gênero: o lotação (veículo) - a lotação (efeito de lotar); o capital (dinheiro) - a capital (cidade); o cabeça (chefe, líder) - a cabeça (parte do corpo); o guia (acompanhante) - a guia (documentação); o moral (ânimo) - a moral (ética); o grama (peso) - a grama (relva); o caixa (atendente) - a caixa (objeto); o rádio (aparelho) - a rádio (emissora); o crisma (óleo salgado) - a crisma (sacramento); o coma (perda dos sentidos) - a coma (cabeleira); o cura (vigário) - a cura; (ato de curar); o lente (prof. Universitário) - a lente (vidro de aumento); o língua (intérprete) - a língua (órgão, idioma); o voga (o remador) - a voga (moda). 2 – Alguns substantivos oferecem dúvida quanto ao gênero. São masculinos: O eclipse / o dó / o dengue (manha) / o champanha / o soprano / o clã / o alvará / o sanduíche / o clarinete / o hosana / o espécime / o guaraná / o diabete ou diabetes / o tapa / o lança-perfume / o praça (soldado raso) / o pernoite / o formicida / o herpes / o sósia / o telefonema / o saca-rolha / o plasma / o estigma. 3 – São geralmente masculinos os substantivos de origem grega terminados em – ma: o dilema / o teorema / o emblema / o trema / o eczema / o edema / o enfisema / o fonema / o anátema / o tracoma / o hematoma / o glaucoma / o aneurisma / o telefonema / o estratagema / 4 – São femininos: a dinamite / a derme / a hélice / a aluvião / a análise / a cal / a omoplata / a gênese / a entorse / a faringe / a cólera (doença) / a cataplasma / a pane / a mascote / a libido (desejo sexual) / a rês / a sentinela / a sucuri / a usucapião / a omelete / a hortelã / a fama / a xerox / a aguardante / Plural dos Substantivos Há várias maneiras de se formar o plural dos substantivos: Acrescentam-se: ‑ S – aos substantivos terminados em VOGAL ou DITONGO: povo, povos / feira, feiras. ‑ S – aos substantivos terminados em N: líquen, liquens / abdômen, abdomens / hífen, hífens. Também: líquenes, abdômenes, hífenes. ‑ ES – aos substantivos terminados em R, S, Z: cartaz, cartazes / motor, motores / mês, meses. Alguns terminados em R mudam sua sílaba tônica, no plural: júnior, juniores / caráter, caracteres / sênior, seniores. ‑ IS – aos substantivos terminados em al, el, ol, ul: jornal, jornais / sol, sóis / túnel, túneis / mel, meles, méis. Exceções: mal, males / cônsul, cônsules / real, réis (antiga moeda portuguesa). ‑ ÃO – aos substantivos terminados em S: cidadão, cidadãos / irmão, irmãos / mão, mãos. Trocam-se: ‑ ão por ões: botão, botões / limão, limões / portão, portões / mamão, mamões. ‑ ão por ãe: pão, pães / charlatão, charlatães / alemão, alemães / cão, cães. ‑ il por is (oxítonas): funil, funis / fuzil, fuzis / canil, canis / pernil, pernis, e por EIS (Paroxítonas): fóssil, fósseis / réptil, répteis / projétil, projéteis.‑ m por ns: nuvem, nuvens / som, sons / vintém, vinténs / atum, atuns. ‑ zito, zinho ‑ 1º coloca-se o substantivo no plural: balão, balões; 2º elimina-se o S + zinhos. Balão – balões – balões + zinhos: balõzinhos; Papel – papéis – papel + zinhos: papeizinhos; Cão – cães - cãe + zitos: Cãezitos. ‑ alguns substantivos terminados em X são invariáveis (valor fonético = cs): os tórax, os tórax / o ônix, os ônix / a fênix, as fênix / uma Xerox, duas Xerox / um fax, dois fax. ‑ Outros (fora de uso) têm o mesmo plural que suas variantes em ice (ainda em vigor): apêndix ou apêndice, apêndices / cálix o ucálice, cálices (x, som de s) / látex, látice ou láteces / códex ou códice, códices / córtex ou córtice, córtices / índex ou índice, índices (x, som de cs). 36 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 ‑ substantivos terminados em ÃO com mais de uma forma no plural: aldeão, aldeões, aldeãos; verão, verões, verãos; anão, anões, anãos; guardião, guardiões, guardiães; corrimão, corrimãos, corrimões; hortelão, hortelões, hortelãos; ancião, anciões, anciães, anciãos; ermitão, ermitões, ermitães, ermitãos. A tendência é utilizar a forma em ÕES. - Há substantivos que mudam o timbre da vogal tônica, no plural. Chama-se metafonia. Apresentam o “o” tônica fechado no singular e aberto no plural: caroço (ô), coroços (ó) / imposto (ô), impostos (ó) / forno (ô), fornos (ó) / miolo (ô), miolos (ó) / poço (ô), poços (ó) / olho (ô), olhos (ó) / povo (ô), povos (ó) / corvo (ô), corvos (ó). Também são abertos no plural (ó): fogos, ovos, ossos, portos, porcos, postos, reforços. Tijolos, destroços. - Há substantivos que mudam de sentido quando usados no plural: Fez bem a todos (alegria); Houve separação de bens. (patrimônio); Conferiu a féria do dia. (salário); As férias foram maravilhosas. (descanso); Sua honra foi exaltada. (dignidade); Recebeu honras na solenidade. (homenagens); Outros: bem = virtude, benefício / bens = valores / costa = litoral / costas = dorso / féria = renda diária / férias = descanso / vencimento = fim / vencimento = salário / letra = símbolo gráfico / letras = literatura. - Muitos substantivos conservam no plural o “o” fechado: acordos / adornos / almoços / bodas / bojos / bolos / cocos / confortos / dorsos / encontros / esposos / estojos / forros / globos / gostos / moços / molhos / pilotos / piolhos / rolos / rostos / sopros / sogros / subornos. - Substantivos empregados somente no plural: Arredores / belas-artes/ bodas (ô) / condolências / cócegas / costas / exéquias / férias / olheiras / fezes / núpcias / óculos / parabéns / pêsames / viveres / idos, afazeres, algemas. - A forma singular das palavras ciúme e saudade são também usadas no plural, embora a forma singular seja preferencial, já que a maioria dos substantivos abstratos não se pluralizam. Aceita-se os ciúmes, nunca o ciúmes. “Quando você me deixou, meu bem, me disse pra eu ser feliz e passar bem Quis morrer de ciúme, quase enloqueci mas depois, como era de costume, obedeci” (gravado por Maria Bethânia) “Às vezes passo dias inteiros imaginando e pensando em você e eu fico com tanta saudade que até parece que eu posso morrer. Pode creditar em mim. Você me olha, eu digo sim...” (Fernanda Abreu) Atenção: 1 – avô – avôs (o avô materno e o avô paterno; avôs, fechado) avô avós (o avô e a avó). 2 – Termos no singular com valor de plural: Muito negro ainda sofre com o preconceito social. / Tem morrido muito pobre de fome. Plural dos Substantivos Compostos Não é muito fácil a formação do plural dos substantivos compostos. Vamos lá, prestem atenção! 1 – Somente o segundo (ou último) elemento vai para o plural: - palavra unida sem hífen: pontapé = pontapés / girassol = girassóis / autopeça = autopeças. 1.1 – verbo + substantivo: saca-rolha = saca-rolhas / arranha-céu = arranha-céus / bate- bola = bate-bolas / guarda-roupa = guarda-roupas / guarda-sol = guarda-sóis / vale-refeição = vale-refeições. 1.2 – elemento invariável + palavra variável: sempre-viva = sempre-vivas / abaixo-assinado = abaixo-assinados / recém-nascido = recém-nascidos / ex-marido = ex-maridos / auto-escola = auto-escolas. 1.3 – palavras repetidas: o reco-reco = os reco-recos / o tico-tico = os tico-ticos / o corre-corre = os corre-corres 1.4 Substantivo composto de três ou mais elementos não ligados por preposição: o bem-me-quer = os bem-me-queres o bem-te-vi = os bem-te-vis o sem-terra = os sem-terra o fora-da-lei = os fora-da-lei o João-ninguém = os joões-ninguém o ponto-e-vírgula = os ponto-e-vírgula o bumba-meu-boi = os bumba-meu-boi 1.5 Quando o primeiro elemento for: grão, grã (grande), bel: grão-duque = grão-duques / grã-cruz = grã-cruzes / bel-prazer = bel-prazeres. 2 – Somente o primeiro elemento vai para o plural: 2.1 – substantivo + preposição + substantivo: água de colônia = águas-de-colônia mula-sem-cabeça = mulas-sem-cabeça pão-de-ló = pães-de-ló sinal-da-cruz = sinais-da-cruz 2.2 – quando o segundo elemento limita o primeiro ou dá idéia de tipo, finalidade: samba-enredo = sambas-enredos pombo-correio = pombos-correio salário-família = salários-família banana-maçã = bananas-maçã vale-refeição = vales-refeição (vale = ter valor de, substantivo+especificador) Atenção: A tendência na língua portuguesa atual é pluralizar os dois elementos: bananas-maçãs / couves-flores / peixes-bois / saias-balões. (ver Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa) 3 – Os dois elementos ficam invariáveis quando houver: 3.1 – verbo + advérbio: o ganha-pouco = os ganha-pouco o cola-tudo = os cola-tudo o bota-fora = os bota-fora 37 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 3.2 – os compostos de verbos de sentido oposto: o entra-e-sai = os entra-e-sai o leva-e-traz = os leva-e-traz o vai-e-volta = os vai-e-volta 4 – Os dois elementos, vão para o plural: 4.1 – substantivo + substantivo: decreto-lei = decretos-leis abelha-mestra = abelhas-mestras tia-avó = tias-avós temente-coronel = tenentes-coronéis redator-chefe = redatores-chefes Dicas: coloque entre dois elementos a conjunção e, observe se é possível a pessoa ser o redator e chefe ao mesmo tempo / cirurgião e dentista / tia e avó / decreto e lei / abelha e mestra. 4.2 – substantivo + adjetivo: amor-perfeito = amores-perfeitos capitão-mor = capitães-mores carro-forte = carros-fortes obra-prima = obras-primas cachorro-quente = cachorros-quentes 4.3 – adjetivo + substantivo: boa-vida = boas-vidas curta-metragem = curtas-metragens má-língua = más-línguas 4.4 – numeral ordinal + substantivo: segunda-feira = segundas-feiras quinta-feira = quintas-feiras 5 – Composto com a palavra guarda só vai para o plural se for pessoa: guarda-noturno = guardas-noturnos guarda-florestal = guardas-florestais guarda-civil = guardas-civis guarda-marinha = guardas-marinha 6 – Plural das palavras de outras classes gramaticais usadas como substantivo (substantivadas), são flexionadas como substantivos: Gritavam vivas e morras. Fiz a prova dos noves. Pesei bem os prós e contras. Atenção: Numerais substantivos terminados em s ou z não variam no plural. Este semestre tirei alguns seis e apenas um dez. 7 – Plural dos nomes próprios personalizados: os Almeidas / os Oliveiras / os Picassos / os Mozarts / os Kennedys / os Silvas. 8 – Plural dos substantivos estrangeiros: Inglês: os shorts / os shows / os icebergs / os watts / os pit bulls / os magazines. Latim: os déficits / os superávits / os habitats / os campi. Italiano: as pizzas. 9 – Plural das siglas, acrescenta-se um s minúsculo: CDs / DVDs / ONGs / PMS / Ufirs. Grau do Substantivo Os substantivos podem ser modificados a fim de exprimir intensidade, exagero ou diminuição.A essas modificações é que damos o nome de grau do substantivo. São dois os graus dos substantivos: aumentativo e diminutivo. Os graus aumentativos e diminutivos são formados por dois processos: 1 – sintético com o acréscimo de um sufixo aumentativo ou diminutivo: peixe – peixão (aumentativo sintético) peixe-peixinho (diminutivo sintético)l; sulfixo inho ou lisinho 2 – Analítico: a) formado com palavras de aumento: grande, enorme, imensa, gigantesca: obra imensa / lucro enorme / carro grande / prédio gigantesco; b) formado com as palavras de diminuição: diminuto, pequeno, minúscula, casa pequena, peça minúscula / saia diminuta. Atenção: - Sem falar em aumentativo e diminutivo alguns substantivos exprimem também desprezo, crítica, indiferença em relação a certas pessoas e objetos: gentalha, mulherengo, narigão, gentinha, coisinha, povinho, livreco. - Já alguns diminutivos dão idéia de afetividade: filhinho, Toninho, mãezinha. - Em conseqüência do dinamismo da língua, alguns substantivos no grau diminutivo e aumentativo adquiriram um significado novo: portão, cartão, fogão, cartilha, folhinha (calendário). - As palavras proparoxítonas e as palavras terminadas em sílabas nasal, ditongo, hiato ou vogal tônica recebem o sufixo zinho(a): lâmpada (proparoxítona) = lampadazinha; irmão (sílaba nasal) = irmãozinho; herói (ditongo) = heroizinho; baú (hiato) = bauzinho; café (voga tônica) = cafezinho. - As palavras terminadas em s ou z, ou em uma dessas consoantes seguidas de vogal recebem o sufixo inho: país = paisinho; rapaz = rapazinho; rosa = rosinha; beleza = belezinha. - Há ainda aumentativos e diminutivos formados por prefixação: minissaia, maxissaia, supermercado, minicalculadora. Funções Sintáticas do Substantivo O substantivo pode apresentar-se na oração como: 1. sujeito: A instituição onde estudo é a FAI. 2. predicativo do sujeito: Paulo já não é mais adolescente. 3. predicativo do objeto direto: O técnico considerou o julgador um herói. 4. predicativo do objeto indireto: Foi capaz de dar- lhe um empurrão. 5. objeto direto: Cadastre seu telefone aqui. 6. objeto indireto: Nunca deixei de confiar em Deus. 7. complemento nominal: Tenho confiança na sua honestidade. 8. adjunto adverbial: Alô, é da pizzaria? 38 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 9. agente da passiva: Os campos estavam cobertos de flores silvestres. 10. aposto: Gilberto Gil, ministro e músico, continua brilhando no mundo artística. 11. vocativo: Mãe, já tô saindo. 12. adjunto adnominal: Escreveu o artigo do mês (=mensal) preposição = substantivo = locução adjetiva. Substantivo caracterizador de adjetivo Os adjetivos referentes a cores podem ser modificados por um substantivo: verde piscina, azul petróleo, amarelo ouro, roxo batata, verde garrafa. ADJETIVO Não digas: “o mundo é belo.” Quando foi que viste o mundo? Não digas: “o amor é triste.” Que é que tu conheces do amor? Não digas: “a vida é rápida.” Com foi que mediste a vida? (Cecília Meireles) Os adjetivos belo, triste e rápida expressa uma qualidade dos sujeitos: o mundo, o amor, a vida. Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que modifica um substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade, estado, ou modo de ser: laranjeira florida / céu azul / mau tempo / cavalo baio / comida saudável / político honesto / professor competente / funcionário consciente / pais responsáveis. Os adjetivos classificam-se em: 1. simples – apresentam um único radical, uma única palavra em sua estrutura: alegre / medroso / simpático / covarde / jovem / exuberante / teimoso; 2. compostos – apresentam mais de radicais, mais de duas palavras em sua estrutura: estrelas azul-claras / sapatos marrom-escuros / garoto surdo-mudo; 3. primitivos – são os que vieram primeiro; dão origem a outras palavras: atual / livre / triste / amarelo / brando / amável / confortável; 4. derivados – são aqueles formados por derivação, vieram depois dos primitivos: amarelado / ilegal / infeliz / desconfortável / entristecido / atualizado; 5. pátrios – indicam procedência ou nacionalidade, referem-se a cidades, estados, países Locução Adjetiva A locução adjetiva é a expressão que tem o mesmo valor de um adjetivo. A locução adjetiva é formada por preposição + um substantivo. Vejamos algumas locuções adjetivas: angelical = de anjo; abdominal = de abdômen; apícola = de abelha; aquilino = de águia; argente = de prata; áureo = de ouro; auricular = da orelha; bucal = da boca; bélico = de guerra; cervical = do pescoço; cutâneo = de pele; discente = de aluno; docente = de professor; estelar = de estrela; etário = de idade; fabril = de fábrica; filatélico = de selos; urbano = da cidade; gástrica = do estômago; hepático = do fígado; matutino = da manhã; vespertino = da tarde; inodoro = sem cheiro; insípido = sem gosto; pluvial = da chuva; humano = do homem; umbilical = do umbigo; têxtil = de tecido. Atenção: Algumas locuções adjetivas não possuem adjetivos correspondentes: lata de lixo / sacola de papel / parede de tijolo / folha de papel, e outros. Cidade, Estado, País e Adjetivo Pátrio: Amapá: amapense; Amazonas: amazonense ou baré; Anápolis: anapolino; Angra dos Reis: angrense; Aracajú: aracajuano ou aracajuense; Bahia: baiano; Bélgica: belga; Belo Horizonte: belo-horizontino; Brasil: brasileiro; Brasília: brasiliense; Buenos Aires: buenairense ou portenho; Cairo: cairota; Cabo Frio: cabo-friense; Campo Grande: campo-grandese; Ceará: cearense; Curitiba: curitibano; Distrito Federal: candango ou brasiliense; Espírito Santo: espírito- santense ou capixaba; Estados Unidos: estadunidense ou norte americano; Florianópolis: florianopolitano; Florença: florentino; Fortaleza: fortalezense; Goiânia: goianiense; Goiás: goiano; Japão: japonês ou nipônico; João Pessoa: pessoense; Londres: londrino; Maceió: maceioense; Manaus: manauense ou manauara; Maranhão: maranhense; Mato Grosso: mato-grossense; Mato Grosso do Sul: mato-grossense-do-sul; Minas Gerais: mineiro; Natal: natalense ou papa-jerimum; Nova Iorque: nova-iorquino; Niterói: niteroiense; Novo Hamburgo: hamburguense; Palmas: palmense; Pará: paraense; Paraíba: paraibano; Paraná: paranaense; Pernambuco: pernambucano; Petrópolis: petropolitano; Piauí: piauiense; Porto Alegre: porto-alegrense; Porto Velho: porto- velhense; Recife: recifense; Rio Branco: rio-branquense; Rio de Janeiro: carioca/ fluminense (estado); Rio Grande do Norte: rio- grandense-do-norte ou potiguar; Rio Grande do Sul: rio-grandense ou gaúcho; Rondônia: rondoniano; Roraima: roraimense; Salvador: soteropolitano; Santa Catarina: catarinense ou barriga-verde; São Paulo: paulista/paulistano (cidade); São Luís: são-luisense ou ludovicense; Sergipe: sergipano; Teresina: teresinense; Tocantins: tocantinense; Três Corações: tricordiano; Três Rios: trirriense; Vitória: vitoriano. - pode-se utilizar os adjetivos pátrios compostos, como: afro-brasileiro; Anglo-americano, franco-italiano, sino-japonês (China e Japão); Américo-francês; luso-brasileira; nipo-argentina (Japão e Argentina); teuto-argentinos (alemão). - “O professor fez uma simples observação.” O adjetivo, simples, colocado antes do substantivo observação, equivale à banal. - “O professor fez uma observação simples.” O adjetivo simples colocado depois do substantivo observação, equivale à fácil. Flexões do Adjetivo O adjetivo, como palavra variável, sofre flexões de: gênero, número e grau. Gênero do Adjetivo Quanto ao gênero os adjetivos classificam-se em: - uniformes: têm forma única para o masculino e o feminino. Funcionário incompetente = funcionária incompetente Homens desonestos = mulheres desonestas - biformes: troca-se a vogal o pela vogal a ou com o acréscimoda vogal a no final da palavra: ator famoso = atriz famosa / jogador brasileiro = jogador brasileira. Atenção: Os adjetivos compostos recebem a flexão feminina apenas no segundo elemento: sociedade luso-brasileira / festa cívico-religiosa / saia verde-escura. Vejamos alguns adjetivos biformes que apresentam uma flexão especial: ateu – atéia / europeu – européia / glutão – glutona / hebreu – hebréia / Judeu – judia / mau – má / plebeu – plebéia / são – sã / vão – vã. 39 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Atenção: - às vezes, os adjetivos são empregados como substantivos u como advérbios: Agia como um ingênuo. (adjetivo como substantivo: acompanha um artigo). - A cerveja que desce redondo. (adjetivo como advérbio: redondamente). - substantivos que funcionam como adjetivos, num processo de derivação imprópria, isto é, palavra que tem o valor de outra classe gramatical, que não seja a sua: Alguns brasileiros recebem um salário-família. (substantivo com valor de adjetivo). - substituto do adjetivo: palavras / expressões de outra classe gramatical podem caracterizar o substantivo, ficando a ele subordinadas na frase. Semântica e sintaticamente falando, valem por adjetivos. Vale associar ao substantivo principal outro substantivo em forma de aposto. O rio Tietê atravessa o estado de São Paulo. Plural do Adjetivo O plural dos adjetivos simples flexionam de acordo co mo substantivo a que se referem: menino chorão = meninos chorões / garota sensível = garotas sensíveis / vitamina eficaz = vitaminas eficazes / exemplo útil = exemplos úteis. Atenção: - substantivos empregados como adjetivos para nomear cores permanecem invariáveis, surdo-mudo = surdos-mudos, variam os dois elementos. - Composto formado de adjetivo + substantivo referindo-se a cores, o adjetivo cor e o substantivo permanecem invariáveis, não vão para o plural: terno azul-petróleo = ternos azul-petróleo (adjetivo azul, substantivo petróleo); saia amarelo-canário = saias amarelo-canário (adjetivo, amarelo; substantivo canário). - As locuções adjetivas formadas de cor + de + substantivo, ficam invariáveis: papel cor-de-rosa = papéis cor-de-rosa / olho cor-de-mel = olhos cor-de-mel. - São invariáveis os adjetivos raios ultravioleta / alegrias sem- par, piadas sem-sal. Grau do Adjetivo Grau comparativo de: igualdade, superioridade (Analítico e Sintético) e Inferioridade; Grau superlativo: absoluto (analítico e sintético) ou relativo (superioridade e inferioridade). Exemplificando O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades dos seres. O adjetivo apresenta duas variações de grau: comparativo e superlativo. I – O grau comparativo é usada para comparar uma qualidade entre dois ou mais seres, ou duas ou mais qualidades de um mesmo ser. O comparativo pode ser: 1. de igualdade: iguala duas coisas ou duas pessoas: Sou tão alto quão / quanto / como você. (as duas pessoas têm a mesma altura) 2. de superioridade: iguala duas pessoas / coisas sendo que uma é mais do que a outra: Minha amiga Many é mais elevante do que / que eu. (das duas, a Many é mais) 2.1 – O grau comparativo de superioridade possui duas formas: a) analítica – mais bom / mais mau / mais grande / mais pequeno O salário é mais pequeno do que / que justo. (salário pequeno e justo) ATENÇÃO: quando comparamos duas qualidades de um mesmo ser, podemos usar as formas: mais grande, mais mau, mais bom,mais pequeno. b) sintética – bom, melhor / mau, pior / grande, maior / pequeno, menor: Esta sala é melhor do que / que aquela. 3. de inferioridade – um elemento é menor do que outro: Somos menos passivos do que / que tolerantes. II – O grau superlativo: a característica do adjetivo se apresenta intensificada: O superlativo pode ser absoluto ou relativo. 1. superlativo absoluto – atribuída a um só ser; de forma absoluta. Pode ser: 1.1 – analítico: advérbio de intensidade muito, intensamente, bastante, extremamente, excepcionalmente + adjetivo: Nicola é extremamente simpático. 1.2 – sintético – adjetivo + issimo, imo, ílimo, érrimo: Minha comadre Mariinha é agradabilíssima. Atenção: - o sufixo -érrimo é restrito aos adjetivos latinos terminados em r; pauper (pobre) = paupérrimo; macer (magro) = macérrimo; - forma popular: radical do adjetivo português + íssimo: pobríssimo; - adjetivos terminados em vel + bilíssimo: amável = amabilíssimo; - adjetivos terminados em eio formam o superlativo apenas com i: feio = feíssimo / cheio = cheíssimo. - os adjetivos terminados em io forma o superlativo em iíssimo: sério = seriíssimo / necessário = necessariíssimo / frio = friíssimo. Algumas formas do superlativo absoluto sintético erudito (culto): ágil = agílimo; agradável = agradabilíssimo; agudo = acutíssimo; amargo = amaríssimo; amigo = amicíssimo; antigo = antiqüíssimo; áspero = aspérrimo; atroz = atrocíssimo; benévolo = benevolentíssimo; bom = boníssimo, ótimo; capaz = capacíssimo; célebre = celebérrimo; cruel = crudelíssimo; difícil = deficílimo; doce = dulcíssimo; eficaz = eficacíssimo; fácil = facílimo; feliz = felicíssimo; fiel = fidelíssimo; frágil = fragílimo; frio = frigidíssimo, friíssimo; geral = generalíssimo; humilde = humílimo; incrível = incredibilíssimo; inimigo = inimicíssimo; jovem = juvenilíssimo; livre = libérrimo; magnífico = magnificentíssimo; magro = macérrimo, magérrimo; mau = péssimo; miserável = miserabilíssimo; negro = nigérrimo, negríssimo; nobre = nobilíssimo; pessoal = personalíssimo; pobre = paupérrimo, pobríssimo; sábio = sapientíssimo; sagrado = sacratíssimo; simpático = simpaticíssimo; simples = simplícimo; tenro = teneríssimo; terrível = terribilíssimo; veloz = velocíssimo. 40 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Atenção: usa-se também, no superlativo: - prefixos: maxinflação / hipermercado / ultrassonografia / supersimpática. - expressões: suja à beça / pra lá de sério / duro que nem sola / podre de rico / linda de morrer / magro de dar pena. - adjetivos repetidos: fofinho, fofinho (=fofíssimo) / linda, linda (=lindíssima). - diminutivo ou aumentativo: cheinha / pequenininha / grandalhão / gostosão / bonitão. - linguagem informa, sufixo érrimo, em fez de íssimo: chiquérrimo, chiquentérrimo, elegantérrimo. 2 – superlativo relativo: ressalta a qualidade de um ser entre muitos, com a mesma qualidade. Pode ser: 2.1 – superlativo relativo de superioridade: Wilma é a mais prendada de todas as suas amigas. (ela é a mais de todas) 2.2 – superlativo relativo de inferioridade: Paulo César é o menos tímido dos filhos. Funções Sintáticas do Adjetivo O adjetivo desempenha as funções sintáticas de: - predicativo: a qualidade expressa pelo adjetivo transmite- se ao substantivo através de um verbo. O adjetivo em função predicativa apresenta-se como: - predicativo do sujeito: O jardim tornou-se um cenário fantástico./ Sua voz parecia macia, de veludo. - predicativo do objeto: A paciente considerou o atendimento hospitalar precário. - adjunto adnominal: o adjetivo refere-se, sem intermediário, ao substantivo. A bela Fernanda entregou os convites aos amigos. Emprego Adverbial do Adjetivo Vejamos as seguintes orações. 1. O menino dorme tranqüilo. / As meninas dormem tranqüilas. - em ambas as frases o adjetivo concorda em gênero e número com o sujeito. 2. O menino dorme tranquilamente. / As meninas dormem tranquilamente. - o adjetivo assume um valor adverbial, com o acréscimo do sufixo mente, sendo, portanto, invariável, não vai para o plural. 3. Sorriu amarelo e saiu. / Ficou meio chateada e calou-se. - o adjetivo amarelo modificou um verbo, portanto, assume a função de advérbio; oadjetivo meio + chateada (adjetivo) assume, também, a função de advérbio. NUMERAL Guerra diferente das tradicionais Guerra de astronautas nos espaços siderais E tudo isso em meio às discussões Muitos palpites, mil opiniões Um fato só já existe Que ninguém pode negar 7, 6, 4, 3,2, 1, já! Lá se foi o homem Conquistar os mundos Lá se foi Lá se foi buscando A esperança que aqui já se foi. (Gilberto Gil) Os numerais exprimem quantidade, posição em uma série, multiplicação e divisão. Daí a sua classificação, respectivamente, em: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários. - Cardinal: indica número, quantidade: um, dois, três, oito, vinte, cem, mil; - Ordinal: indica ordem ou posição: primeiro, segundo, terceiro, sétimo, centésimo; - Fracionário: indica uma fração ou divisão: meio, terço, quarto, quinto, um doze avos; - Multiplicativo: indica a multiplicação de um número: duplo, dobro, triplo, quíntuplo. Os numerais que indicam conjunto de elementos de quantidade exata são os coletivos: bimestre: período de dois meses; centenário: período de cem anos; decálogo: conjunto de dez leis; decúria: período de dez anos; dezena: conjunto de dez coisas; dístico: dois versos; dúzia: conjunto de doze coisas; grosa: conjunto de doze dúzias; lustro: período de cinco anos; milênio: período de mil anos; milhar: conjunto de mil coisas; novena: período de nove dias; quarentena: período de quarenta dias; qüinqüênio: período de cinco anos; resma: quinhentas folhas de papel; semestre: período de seis meses; septênio: período de sete meses; sexênio: período de seis anos; terno: conjunto de três coisas; trezena: período de treze dias; triênio: período de três anos; trinca: conjunto de três coisas. QUADRO DOS NUMERAIS Algarismos: Arábicos e Romanos, respectivamente: 1-I, 2-II, 3-III, 4-IV, 5-V, 6-VI, 7-VII, 8-VIII, 9-IX, 10-X, 11-XI, 12-XII, 13-XIII, 14-XIV, 15-XV, 16-XVI, 17-XVII, 18-XVIII, 19-XIX, 20-XX, 30-XXX, 40-XL, 50-L, 60-LX, 70-LXX, 80-LXXX, 90- XC, 100-C, 200-CC, 300-CCC, 400-CD, 500-D, 600-DC, 700- DCC, 800-DCCC, 900-CM, 1.000-M. Numerais Cardinais: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, catorze ou quatorze, quinze, dezesseis, dezessete, dezoito, dezenove, vinte..., trinta..., quarenta..., cinqüenta..., sessenta..., setenta..., oitenta..., noventa..., cem..., duzentos..., trezentos..., quatrocentos..., quinhentos..., seiscentos..., setecentos..., oitocentos..., novecentos..., mil. Numerais Ordinais: primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, décimo primeiro, décimo segundo, décimo terceiro, décimo quarto, décimo quinto, décimo sexto, décimo sétimo, décimo oitavo, décimo nono, vigésimo..., trigésimo..., quadragésimo..., qüinquagésimo..., sexagésimo..., septuagésimo..., ctogésimo..., nonagésimo..., centésimo..., ducentésimo..., trecentésimo..., quadrigentésimo..., qüingentésimo..., sexcentésimo..., septingentésimo..., ctingentésimo..., nongentésimo..., milésimo. Numerais Multiplicativos: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo, óctuplo, nônuplo, décuplo, undécuplo, duodécuplo, cêntuplo. Numerais Fracionários: meia, metade, terço, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, onze avos, doze avos, treze avos, catorze avos, quinze avos, dezesseis avos, dezessete avos, dezoito avos, dezenove avos, vinte avos..., trinta avos..., quarenta avos..., cinqüenta avos..., sessenta avos..., setenta avos..., oitenta avos..., noventa avos..., centésimo..., ducentésimo..., trecentésimo..., quadrigentésimo..., qüingentésimo..., sexcentésimo..., septingentésimo..., octingentésimo..., nongentésimo..., milésimo. 41 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Flexão dos Numerais Gênero - os numerais cardinais um, dois e as centenas a partir de duzentos apresentam flexão de gênero: Um menino e uma menina foram os vencedores. / Comprei duzentos gramas de presunto e duzentas rosquinhas. - os numerais ordinais variam em gênero: Marcela foi a nona colocada no vestibular. - os numerais multiplicativos, quando usados com o valor de substantivos, são variáveis: A minha nota é o triplo da sua. (triplo – valor de substantivo) - quando usados com valor de adjetivo, apresentam flexão de gênero: Eu fiz duas apostas triplas na lotofácil. (triplas valor de adjetivo) - os numerais fracionários concordam com os cardinais que indicam o número das partes: Dois terços dos alunos foram contemplados. - o fracionário meio concorda em gênero e número com o substantivo no qual se refere: O início do concurso será meio-dia e meia. (hora) / Usou apenas meias palavras. Número - os numerais cardinais milhão, bilhão, trilhão, e outros, variam em número: Venderam um milhão de ingressos para a festa do peão. / Somos 180 milhões de brasileiros. - os numerais ordinais variam em número: As segundas colocadas disputarão o campeonato. - os numerais multiplicativos são invariáveis quando usados com valor de substantivo: Minha dívida é o dobro da sua. (valor de substantivo – invariável) - os numerais multiplicativos variam quando usados como adjetivos: Fizemos duas apostas triplas. (valor de adjetivo – variável) - os numerais fracionários variam em número, concordando com os cardinais que indicam números das partes. - Um quarto de litro equivale a 250 ml; três quartos equivalem a 750 ml. Grau Na linguagem coloquial é comum a flexão de grau dos numerais: Já lhe disse isso mil vezes. / Aquele quarentão é um “gato”! / Morri com cincão para a “vaquinha”, lá da escola. Emprego dos Numerais - Para designar séculos, reis, papas, capítulos, cantos (na poesia épica), empregam-se: os ordinais até décimo: João Paulo II (segundo). Canto X (décimo) / Luís IV (nono); os cardinais para os demais: Papa Bento XVI (dezesseis); Século XXI (vinte e um). - se o numeral vier antes do substantivo, usa-se o ordinal. O XX século foi de descobertas científicas. (vigésimo século) - com referência ao primeiro dia do mês, usa-se o numeral ordinal: O pagamento do pessoal será sempre no dia primeiro. - na enumeração de leis, decretos, artigos, circulares, portarias e outros textos oficiais, emprega-se o numeral ordinal até o nono: O diretor leu pausadamente a portaria 8ª. (portaria oitava) - emprega-se o numeral cardinal, a partir de dez: O artigo 16 não foi justificado. (artigo dezesseis) - enumeração de casa, páginas, folhas, textos, apartamentos, quartos, poltronas, emprega-se o numeral cardinal: Reservei a poltrona vinte e oito. / O texto quatro está na página sessenta e cinco. - se o numeral vier antes do substantivo, emprega-se o ordinal. Paulo César é adepto da 7ª Arte. (sétima) - não se usa o numeral um antes de mil: Mil e duzentos reais é muito para mim. - o artigo e o numeral, antes dos substantivos milhão, milhar e bilhão, devem concordar no masculino: - Quando o sujeito da oração é milhões + substantivo feminino plural, o particípio ou adjetivo podem concordar, no masculino, com milhões, ou com o substantivo, no feminino. Dois milhões de notas falsas serão resgatados ou serão resgatadas (milhões resgatados / notas resgatadas) - Os numerais multiplicativos quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo e óctuplo valem como substantivos para designar pessoas nascidas do mesmo parto: Os sêxtuplos, nascidos em Lucélia, estão reagindo bem. - Emprega-se, na escrita das horas, o símbolo de cada unidade após o numeral que a indica, sem espaço ou ponto: 10h20min – dez horas, vinte minutos. - Não se emprega a conjunção e entre os milhares e as centenas: mil oitocentos e noventa e seis. MAS 1.200 – mil e duzentos (o número termina numa centena com dois zeros) Saiba mais sobre os Numerais - Aquela mulher é dez. Por que dez? Porque vem de nota dez,nota máxima. O numeral deixa de ter valor numérico e passa a ter valor de adjetivo. 1- Zero é numeral cardinal. 2- Ambos e ambas são numerais significam: um e outro, os dois. 3- Par é coletivo. 4- As equivale a primeiro. (nomeia os campeões – no esporte) 5- Um é numeral cardinal quando indica quantidade exata, plural dois. 6- Um é artigo indefinido quando indica um ser indeterminado, plural uns. 7- Diz-se catorze ou quatorze. 8- Cento precedido de artigo tem valor de substantivo: um cento de abacaxis. 9- Flexionam-se os numerais cardinais substantivados: dois cinquentas / três setes / dois oitos / quatro uns. 10- permanecem invariáveis os que finalizam por fonema consonantal: Luane tirou quatro seis e dois dez, na prova final. 11- Cuidado para não confundir numeral com substantivo. - Flou emocionado sobre sua juventude nos anos sessentas. - Tirou a prova dos noves. - O número 777 é formado por três setes. - O número 1111 é formado por quatro uns. Sessentas, noves, setes, uns são substantivos. CORAÇÕES A MIL “Minhas ambições são dez dez corações de uma vez pra eu poder me apaixonar dez vezes a cada dia setenta a cada semana trezentas a cada mês...” (Gilberto Gil) Corações a mil, expressão muito usada, significando hoje; estou a mil por hora, estou com o gás todo. 42 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 PRONOME “O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, Que é santo de romaria, Deram então de me chamar Severino de Maria.” (João Cabal de Melo NJeto) É a palavra que acompanha ou substitui o nome, relacionando-o a uma das três pessoas do discurso. As três pessoas do discurso são: 1ª pessoa: eu (singular) nós (plural): aquela que fala ou emissor; 2ª pessoa: tu (singular) vós (plural): aquela com quem se fala ou receptor; 3ª pessoa: ele, ela (singular) eles, elas (plural): aquela de quem se fala ou referente. Dependendo da função de substituir ou acompanhar o nome, o pronome é, respectivamente: pronome substantivo ou pronome adjetivo. Os pronomes são classificados em: pessoais, de tratamento, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos. Pronomes Pessoais. Os pronomes pessoais dividem-se em: - retos - exercem a função de sujeito da oração: eu, tu, ele, nós, vós, eles: - oblíquos - exercem a função de complemento do verbo (objeto direto / objeto indireto) ou complemento nominal. São: tônicos com preposição: mim, comigo, ti, contigo,si, consigo, conosco, convosco; átonos sem preposição: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes. - Ela não vai conosco. (ela-pronome reto / vai-verbo / conosco-pronome oblíquo) - Eu dou atenção a ela. (eu-pronome reto / dou-verbo / atenção-nome / ela-pronome oblíquo) Saiba mais sobre os Pronomes Pessoais - Colocados ANTES do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pessoa, apresentam sempre a forma: o, a, os, as: Eu os vi saindo do teatro. - As palavras SÓ - TODOS sempre acompanham os pronomes pessoais do caso reto: - Eu vi só ele ontem. - Colocados DEPOIS do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pessoa apresentam as formas: 1- o, a, os, as: se o verbo terminar em VOGAL ou DITONGO ORAL: Encontei - a sozinha. Vejo - os diariamente. 2- o, a, os, as, precedidos de verbos terminados em: R/S/Z, assumem as formas: lo, Ia, los, las, perdendo, conseqüenterriente, as terminações R, S, Z. - Preciso pagar ao verdureiro. = pagá-lo. - Fiz os exercícios a lápis. = Fi-los a lápis. 3- lo, la, los, las: se vierem DEPOIS de: EIS / NOS / VOS - EIS a prova do suborno. = Ei-la. - O tempo nos dirá. = no-lo dirá. (eis, nos, vos perdem o S) 4- no, na, nos, nas: se o verbo terminar em ditongo nasal: m, ão, õe: - Deram-na como vencedora. - Põe-nos sobre a mesa. 5- lhe, lhes colocados depois do verbo na 1ª pessoa do plural, terminado em S não modificado: Nós entregamoS-lhe a cópia do contrato. (o S permanece) 6- nos: colocado DEPOIS DO VERBO na 1ª pessoa do plural, perde o S: Sentamo-nos à mesa para um café rápido. 7- me, te, lhe, nos, vos: quando colocado com verbos TRANSITIVOS DIRETOS (TD), têm sentido POSSESSIVO, equivalendo a meu, teu, seu, dele, nosso, vosso: Os anos roubaram-lhe a esperança. (sua, dele, dela possessivo) 8- as formas conosco e convosco são substituídas por: com + nós, com + vós. seguidos de: ambos, todos, próprios, mesmos, outros, numeral: Marianne garantiu que viajaria com nós três. 9- o pronome oblíquo funciona como SUJEITO com os verbos: DEIXAR, FAZER, OUVIR, MANDAR, SENTIRe VER+verbo no infinitivo. DEIXE-me sentir seu perfume. (Deixe que eu sinta seu perfume me-- sujeito do verbo deixar - MANDEI-O calar. (= Mandei que ele calasse), o= sujeito do verbo mandar. 10- os pronomes pessoais oblíquos nos, vos, e se recebem o nome de pronomes recíprocos quando expressam uma ação mútua ou recíproca: Nós nos encontramos emocionados. (pronome recíproco, nós mesmos). NUNCA diga: Eu SE apavorei. / Euj à SE arrumei. - Eu ME apavorei. / Eu ME arrumei. (certos) - Os pronomes pessoais retos eu e tu serão substituidos por mim e ti após prepõsição: - 0 segredo ficará somente entre mim e ti. - E obrigatório o emprego dos pronomes pessoais eu e tu, quando funcionarem como Sujeito : Todos pediram para eu relatar os fatos cuidadosamente. (pronome reto + verbo no infinitivo). Lembre - se de que MIM não fala, não escreve, não compra, não anda. Somente o Tarzã e o Capitão Caverna dizem: MIM gosta / MIM tem / MIM faz. /MIM QUER. - As formas oblíquas o, a, os, as são sempre empregadas como complemento de verbos transitivos diretos ao passo que as formas lhe, lhes são empregadas como complementos de verbos transitivos indiretos. - Dona Cecília, querida amiga, chamou-a. (verbo transitivo direto, VTD) - Minha saudosacomadre, Nircléia, obedeceu-lhe. (verbo transitivo indireto,VTI) - É comum, na linguagem coloquial, usar o brasileiríssimo a gente, substituindo o pronome pessoal nós: A gente deve fazer caridade com os mais necessitados. - Os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas, nós e vós serão pronomes pessoais oblíquos quando empregados como complementos de um verbo e vierem precedidos de preposição. O conserto da televisão foi feito por ele. (ele= pronome oblíquo) - Os pronomes pessoais ele, eles e ela, elas podem se contrair com as preposições de e em: Não vejo graça nele./ Já freqüentei a casa dela. - Se os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas estiverem funcionando como SUJEITO, e houver uma preposição ANTES deles, NÃO PODERÁ HAVER UMA CONTRAÇÃO: Está na hora de ela decidir seu caminho. (ela -sujeito de decidir; sempre com verbo no infinitivo) - Chamam-se pronomes pessoais reflexivos os pronomes pessoais que se referem ao sujeito: Eu me feri com o canivete. (eu - 1ª pessoa- sujeito / me- pronome pessoal reflexivo) - Os pronomes pessoais oblíquos se, si e consigo devem ser empregados somente como pronomes pessoais reflexivos e funcionam como complementos de um verbo na 3ª pessoa, cujo sujeito é também da 3ª pessoa: Nicole levantou-se com elegância e levou consigo (com ela própria) todos os olhares. (Nicole-sujeito, 3ª pessoa/ levantou -verbo 3ª pessoa / se- complemento 3ª pessoa / levou- verbo- 3ª pessoa / consigo - complemento 3ª pessoa) 43 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 - O pronome pessoal oblíquo NÃO funciona como reflexivo se não se referir ao sujeito: Ela me protegeu do acidente. (ela - sujeito 3ª pessoa me complemento 1ª pessoa) - Você é segunda ou terceira pessoa? Na estrutura da fala, você é a pessoa a quem se fala e, portanto, da 2ª pessoa. Por outro lado, você, como os demais pronomes de tratamento - senhor, senhora, senhorita, dona, pede o verbo na 3ª pessoa, e não na 2ª. -Os pronomes oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes (formas de objeto indireto, 0I) juntam-se a o, a, os, as (formas de objeto direto), assim: me+o: mo/+a: ma/+ os: mos/+as: mas: - Recebi a carta e agradeci aojovem, que ma trouxe. nos +o: no-lo / + a: no-la / + os: no-los / +as: no-las: -Venderíamos a casa, se no‑la exigissem. te+ o: to/+ a: ta/+ os: tos/+ as: tas: -Dei-te os meus melhores dias. Dei-tos. lhe+ o: lho/+ a: lha/+ os: lhos/+ as:lhas: -Ofereci -lhe flores. Ofereci-lhas. vos+ o: vo-lo/+ a: vo-la/+ os: vo-los/+ as: vo-las: - Pedi-vos conselho. Pedi vo-lo. Atençao: No Brasil, quase não se usam essas combinações (mo, to, lho, no lo, vo-lo), são usadas somente em escritores mais sofisticados. Pronomes de Tratamento São usados no trato com as pessoas. Dependendo da pessoa a quem nos dirigimos, do seu cargo, idade, título, o tratamento será familiar ou cerimonioso: Vossa Alteza-V.A.-príncipes, duques; Vossa Eminência-V.Ema-cardeais; Vossa Excelência-V.Ex.a- altas autoridades, presidente, oficiais; Vossa Magnificência-V. Mag.a-reitores de universidades; Vossa Majestade-V.M.-reis, imperadores; Vossa Santidade-V.S.-Papa; Vossa Senhoria-V.Sa- tratamento cerimonioso. Atençao: - São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, a senhorita, dona, você. - Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Nas comunicações oficiais devem ser utilizados somente dois fechos: - Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive para o presidente da República. - Atenciosamente: para autoridades de mesmahierarquia oude hierarquia inferior. - A forma VOSSA (Senhoria, Excelência) é empregada quando se fala com a própria pessoa: Vossa Senhoria não compareceu à reunião dos sem-terra? (falando com a pessoa) - A forma SUA (Senhoria, Excelência ) é empregada quando se fala sobre a pessoa: - Sua Eminência, o cardeal, viajouparaum Congresso. (falando a respeito do cardeal) - Os pronomes de tratamento com a forma Vossa (Senhoria, Excelência, Eminência, Majestade), embora indiquem a 2ª pessoa (com quem se fala), EXIGEM que outros pronomes e o verbo sejam usados na 3ª pessoa.Vossa Excelência sabe que seus ministros o apoiarão. Pronomes Possessivos São os pronomes que indicam posse em relação às pessoas da fala. Singular: 1ª pessoa: meu, meus, minha, minhas; 2ª pessoa: teu, teus, tua, tuas; 3ª pessoa: seu, seus, sua, suas; Plural: 1ª pessoa:nosso/os nossa/as, 2ª pessoa:vosso/os vossa/ as. 3ª pessoa: seu, seus, sua, suas. Emprego dos Pronomes Possessivos “Tuas palavras antigas deixei-as todas, deixei-as, junto com as minhas cantigas, desenhadas nas areias.” (Cecília Meireles) - O uso do pronome possessivo da 3ª pessoa pode provocar, às vezes, a ambigüidade da frase. João Luís disse que Laurinha estava trabalhando em seu consultório. - O pronome seu toma o sentido ambíguo, pois pode referir - se tanto ao consultório de João Luís como ao de Laurinha. No caso, usa-se o pronome dele, dela para desfazer a ambigüidade. - Os possessivos, às vezes, podem indicar aproximações numéricas e não posse: Cláudia e Haroldo devem ter seus trinta anos. - Na linguagem popular, o tratamento seu como em: Seu Ricardo, pode entrar!, não tem valor possessivo, pois é uma alteração fonética da palavra senhor - Os pronomes possessivos podem ser substantivados: Dê lembranças a todos os seus. - Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e anotações. - Usam-se elegantemente certos pronomes oblíquos: me, te, lhe, nos, vos, com o valor de possessivos. Vou seguir-lhe os passos. (os seus passos) - Deve-se observar as correlações entre os pronomes pessoais e possessivos. - “Sendo hoje o dia do TEU aniversário, apresso-me em apresentar-TE os meus sinceros parabéns. Peço a Deus pela TUA felicidade. - Abraça-TE o TEU amigo que TE preza.” - Não se emprega o pronome possessivo (seu, sua) quando se trata de parte do corpo. Veja: - “Um cavaleiro todo vestido de negro, com um falcão em seu ombro esquerdo e uma espada em sua, mão. “ (usa-se: no ombro; na mão) Pronomes Demonstrativos Indicam a posição dos seres designados em relação às pessoas do discurso, situando-os no espaço ou no tempo. Apresentam-se em formas variáveis e invariáveis. Emprego dos Pronomes Demonstrativos 1- Em relação ao espaço: - Este (s), esta (s), isto: indicam o ser ou objeto que está PRÓXIMO da pessoa que fala. - Esse (s), essa (s), isso: indicam o ser ou objeto que está PRÓXIMO da pessoa,com quem se fala, que ouve (2ª pessoa) - Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam o ser ou objeto que está longe de quem fala e da pessoa de quem se fala (3ª pessoa) 2 - Em relação ao tempo: - Este (s), esta (s), isto: indicam o tempo PRESENTE em relação ao momento em que se fala. Este mês terrnina o prazo das inscrições para o vestibular da FAL - Esse (s), essa (s), isso: indicam o tempo PASSADO há pouco ou o FUTURO em relação ao momento em se fala.Onde você esteve essa semanatoda? 3- Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam um tempo distante em relação ao momento em que se fala. Bons tempos aquele em que brincávamos descalços na rua... 44 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Atenção: - dependendo do contexto, também são considerados pronomes demonstrativos o, a, os, as, mesmo, próprio, semelhante, tal, equivalendo a aquele, aquela, aquilo. - O próprio homem destrói a natureza. - Depois de muito procurar, achei o que queria. - O professor fez a mesma observação. - Estranhei semelhante coincidência. - Tal atitude é inexplicável. - para retomar elementos já enunciados, usamos aquele (e variações) para o elemento que foi referido em 1º Iugar e este (e variações) para o que foi referido em último lugar. Pais e mães vieram à festa de encerramento; aqueles, sérios e orgulhosos, estas, elegantes e risonhas. - dependendo do contexto os demonstrativos também servem como palavras de função intensificadora ou depreciativa. Júlia fez o exercício com aquela calma! (= expressão intensificadora). Não se preocupe; aquilo é uma tranqueira! (=expressão depreciativa) - as forrnas nisso e nisto podem ser usadas com valor de então ou nesse momento. A festa estava desanimada; nisso, a orquestra atacou um samba é todos caíram na dança. - os demonstrativos esse, essa, são usados para destacar um elemento anterionnente expresso. Ninguém ligou para o incidente, mas os pais, esses resolveram tirar tudo a limpo. Pronomes Indefinidos São aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso de modo vago indefinido, impreciso: Alguém disse que Paulo César seria o vencedor. Alguns desses pronomes são variáveis em gênero e número; outros são invariáveis. Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vário~ vários, tanto, quanto, um, bastante, qualquer. Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, outrem, algo, quem, nada, cada., mais, menos, demais. Emprego dos Pronomes Indefinidos Não sei de pessoa alguma capaz de convencê-lo. (alguma, equivale a nenhum) - Em frases de sentido negativo, nenhum (e variações) equivale ao pronome indefinido um: Fiquei sabendo que ele não é nenhum ignorante. - O indefinido cada deve sempre vir acompanhado de um substantivo ou numeral, nunca s: Ganharam cem dólares cada um. (inadequado: Ganharam cem dólares cada.) - Colocados depois do substantivo, os pronomes algum / alguma ganham sentido negativo. Este ano, funcionário público algum terá aumento digno. - Colocados antes do substantivo, os pronomes algum / alguma ganham sentido positivo. Devemos sempre ter alguma esperança. - Certo, certa, certos, certas, vários, várias, são indefinidos quando colocados ANTES do substantivo e adjetivos, quando colocados DEPOIS do substantivo: - Certodia perdi o controle da situação. (antes do substantivo= indefinido). - Eles voltarão no dia certo. (depois do substantivo= adj etivo). - Todo, toda (somente no singular) sem artigo, equivale a qualquer: Todo ser nasce chorando. (= qualquer ser; indetermina, generaliza). - Outrem significa outra pessoa: Nunca se sabe o pensamento de outrem. - Qualquer, plural quaisquer: Fazemos quaisquer negócios. Locuções Pronominais Indefinidas São locuções pronominais indefinidas duas ou mais palavras que equiva em ao pronome indefinido: cada qual / cada um / quem quer que seja / seja quem for / qualquer um / todo aquele que / um ou outro / tal qual (= certo) /tal e, ou qual / Pronomes Relativos São aqueles que representam, numa 2ª oração, alguma palavra que já apareceu na oração anterior. Essa palavra da oração anterior chama-se antecedente. - Comprei um carro que é movido a álcool e à gasolina. É Flex Power. Percebe-se que o pronome relativo que, substitui na 2 oração, o carro, por isso a palavra que é um pronome relativo. Dica: substituir que por o, a, os, as, qual / quais. Os pronomes relativos estão divididos em variáveis e invariáveis. Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quanto, quantos; Invariáveis: que, quem, quando, como, onde. Emprego dos Pronomes Relativos - O relativo que, por ser o mais usado, é chamado de relativo universal. Ele pode ser empregado com referência à pessoa ou coisa, no plural ou no singular: - Este é o CD novo que acabei de comprar. - João Adolfo é o cara que pedi a Deus. - O relativo que pode ter por seu antecedente o pronome demonstrativo o, a, os, as: Não entendi o que você quis dizer. (o que = aquilo que). - O relativo quem refere se a pessoa e vem sempre precedido de preposição: Marco Aurélio é o advogado a quem eu me referi. - O relativo cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual, de quem e estabelecem relação de posse entre o antecedente e o termo seguinte. (cujo, vem sempre entre dois substantivos) Atenção: - O pronome relativo pode vir sem antecedente claro, explícito; é classificado, portanto, como relativo indefinido, e não vem precedido de preposição: - Quem casa quer casa. - Feliz o homem cujo objetivo é a honestidade. - Estas são as pessoas de cujos nomes nunca vou me esquecer. - Só se usa o relativo cujo quando o conseqüente é diferente do antecedente: 0 escritor cujo livro te falei é paulista. - O pronome cujo não admite artigo nem antes nem depois de si. - O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a: em que, no qual: Desconheço o lugar onde vende tudo mais barato. (= lugar em que) - Quanto, quantos e quantas são relativos quando usados DEPOIS de tudo, todos, tanto: Naquele momento, a querida comadre Naldete, falou tudo quanto sabia. Pronomes Interrogativos São os pronomes em frases ínterrogativas diretas ou indiretas. Os principais interrogativos são: que, quem, qual, quanto: - Afinal, quem foram os prefeitos desta cidade? (interrogativa direta, com o ponto de interrogação) - Gostaria de saber quem foram os prefeitos desta cidade. (interrogativa direta, sem a interrogação) 45 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 VERBO “Amou daquela vez como se fosse máquina Beijou sua mulher como se fosse lógico Ergueu no patamar quatro paredes flácidas Sentou pra descansar como se fosse um pássaro E flutuou no ar como se fosse um príncipe E se acabou no chão feito um pacote bêbado. Morreu na contramão atrapalhando o sábado.” (Chico Buarque de Hollanda) Nos versos acima, Chico Buarque relata poeticamente o drama de um operário, a partir de uma seqüência de ações: amou, beijou, ergueu, sentou, flutuou, acabou, morreu. Essas palavras, que utilizamos para exprimir ações, recebem o nome de verbos. Verbo é a palavra que indica ação, movimento, fenômenos da natureza, estado, mudança de estado. Flexiona- se em número (singular e plural), pessoa (primeira, segunda e terceira), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo, formas nominais: gerúndio, infinitivo e particípio), tempo (presente, passado e futuro) e apresenta voz (ativa, passiva, reflexiva). De acordo com a vogal temática, os verbos estão agrupados em três conjugações: 1ª conjugação – ar: cantar, dançar, pular. 2ª conjugação – er: beber, correr, entreter. 3ª conjugação – ir: partir, rir, abrir. Atenção! O verbo pôr e seus derivados (repor, depor, dispor, compor, impor) pertencem a 2ª conjugação devido à sua origem latina poer. Elementos Estruturais do Verbo As formas verbais apresentam três elementos em sua estrutura: Radical, Vogal Temática e Tema. Radical: elemento mórfico (morfema) que concentra o significado essencial do verbo. Observe as formas verbais da 1ª conjugação: contar, esperar, brincar. Flexionando esses verbos, nota-se que há uma parte que não muda, e que nela está o significado real do verbo. cont é o radical do verbo contar; esper é o radical do verbo esperar; brinc é o radical do verbo brincar. Atenção: Se tiramos as terminações ar, er, ir do infinito dos verbos, teremos o radical desses verbos. Também podemos antepor prefixos ao radical: dês nutr ir / re conduz ir. Vogal Temática: é o elemento mórfico que designa a qual conjugação pertence o verbo. Há três vogais temáticas: 1ª conjugação: a; 2ª conjugação: e; 3ª conjugação: i. Tema: é o elemento constituído pelo radical mais a vogal temática: contar: ‑cont (radical) + a (vogal temática) = tema Atenção: se não houver a vogal temática, o tema será apenas o radical: contei = cont ei. Desinências: são elementos que se juntam ao radical – ou ao tema – para indicar as flexões de modo e tempo – desinências modo temporais e número pessoa – desinências número pessoais. Contávamos Cont = radical a = vogal temática va = desinência modo temporal mos = desinência número pessoal Formas Rizotônicas e Arrizotônicas Rizotônicas: radical grego riz (o) = raiz + radical grego tonos = força, altura de um som, deriva daí a palavra tônica, usada para indicar a sílaba mais forte de uma palavra. Arrizotônica: a mesma palavra + o prefixo a, indicando ausência ou negação. Portanto, formas rizotônicas são as formas verbais cujo acento tônico cai no radical: levo, estudo; formas arrizotônicas são aquelas cujo acento tônico cai fora do radical: estudei, venderão, levais. Flexões Verbais Flexão de número e de pessoa: o verbo varia para indicar o número e a pessoa. - eu estudo – 1ª pessoa do singular; - nós estudamos – 1ª pessoa do plural; - tu estudas – 2ª pessoa do singular; - vós estudais – 2ª pessoa do singular; - ele estuda – 3ª pessoa do singular; - eles estudam – 3ª pessoa do plural. Atenção: - Algumas regiões do Brasil, usam o pronome tu de forma diferente da fala culta, exigida pela gramática oficial, ou seja, tu foi, tu pega, tu tem, em vez de: tu fostes, tu pegas, tu tens. O pronome vós aparece somente em textos literários ou bíblicos. Os pronomes: você, vocês, que levam o verbo na 3ª pessoa, é o mais usado no Brasil. - Flexão de tempo e de modo – os tempos situam o fato ou a ação verbal dentro de determinado momento; pode estar em plena ocorrência, pode já ter ocorrido ou não. Essas três possibilidades básicas, mas não únicas, são: presente, pretérito, futuro. O modo indica as diversas atitudes do falante com relação ao fato que enuncia. São três os modos: - modo indicativo: a atitude do falante é de certeza, precisão: o fato é ou foi uma realidade; Apresenta presente, pretérito perfeito, imperfeito e mais que perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito. - modo subjuntivo: a atitude do falante é de incerteza, de dúvida, exprime uma possibilidade; O subjuntivo expressa uma incerteza, dúvida, possibilidade, hipótese. Apresenta presente,pretérito imperfeito e futuro. Ex: Tenha paciência, Lourdes. - Se tivesse dinheiro compraria um carro zero. - Quando o vir, dê lembranças minhas. - modo imperativo: a atitude do falante é de ordem, um desejo, uma vontade, uma solicitação. Indica uma ordem, um pedido, uma súplica. Apresenta imperativo afirmativo e imperativo negativo 46 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Emprego dos Tempos do Indicativo Presente do Indicativo: - Para enunciar um fato momentâneo. Ex: Estou feliz hoje - Para expressar um fato que ocorre com freqüência. Ex: Eu almoço todos os dias na casa de minha mãe. - Na indicação de ações ou estados permanentes, verdades universais. Ex: A água é incolor, inodora, insípida. Pretérito Imperfeito: Para expressar um fato passado, não concluído. Ex: - Nós comíamos pastel na feira. - Eu cantava muito bem. Pretérito Perfeito: É usado na indicação de um fato passado concluído. Ex: Cantei, dancei, pulei, chorei, dormi... Pretérito Mais‑Que‑Perfeito: Expressa um fato passado anterior a outro acontecimento passado. Ex: Nós cantáramos no congresso de música. Futuro do Presente: Na indicação de um fato realizado num instante posterior ao que se fala. Ex: Cantarei domingo no coro da igreja matriz. Futuro do Pretérito: Para expressar um acontecimento posterior a um outro acontecimento passado. Ex: Compraria um carro se tivesse dinheiro 1ª conjugação: ‑AR Presente: danço, danças, dança, dançamos, dançais, dançam. Pretérito perfeito: dancei, dançaste, dançou, dançamos, dançastes, dançaram. Pretérito imperfeito: dançava, dançavas, dançava, dançávamos, dançáveis, dançavam. Pretérito mais que perfeito: dançara, dançaras, dançara, dançáramos, dançáreis, dançaram. Futuro do presente: dançarei, dançarás, dançará, dançaremos, dançareis, dançaram. Futuro do Pretérito: dançaria, dançarias, dançaria, dançaríamos, dançaríeis, dançariam. 2ª Conjugação: ‑ER Presente: como, comes, come, comemos, comeis, comem. Pretérito perfeito: comi, comeste, comeu, comemos, comestes, comeram. Pretérito imperfeito: comia, comias, comia, comíamos, comíeis, comiam. Pretérito mais que perfeito: comera, comeras, comera, comêramos, comêreis, comeram. Futuro do presente: comerei, comerás, comerá, comeremos, comereis, comerão. Futuro do pretérito: comeria, comerias, comeria, comeríamos, comeríeis, comeriam. 3ª Conjugação: ‑IR Presente: parto, partes, parte, partimos, partis, partem. Pretérito perfeito: parti, partiste, partiu, partimos, partistes, partiram. Pretérito imperfeito: partia, partias, partia, partíamos, partíeis, partiam. Pretérito mais que perfeito: partira, partiras, partira, partíramos, partíreis, partiram. Futuro do presente: partirei, partirás, partirá, partiremos, partireis, partirão. Futuro do pretérito: partiria, partirias, partiria, partiríamos, partiríeis. Emprego dos Tempos do Subjuntivo Presente: é empregado para indicar um fato incerto ou duvidoso, muitas vezes ligados ao desejo, à suposição: - Duvido de que apurem os fatos. – Que surjam novos e honestos políticos. Pretérito Imperfeito: é empregado para indicar uma condição ou hipótese: Se recebesse o prêmio, voltaria à universidade. Futuro: é empregado para indicar um fato hipotético, pode ou não acontecer. – Quando/Se você fizer o trabalho, será generosamente gratificado. 1ª Conjugação –AR Presente: que eu dance, que tu dances, que ele dance, que nós dancemos, que vós danceis, que eles dancem. Pretérito perfeito: se eu dançasse, se tu dançasses, se ele dançasse, se nós dançássemos, se vós dançásseis, se eles dançassem. Futuro: quando eu dançar, quando tu dançares, quando ele dançar, quando nós dançarmos, quando vós dançardes, quando eles dançarem. 2ª Conjugação ‑ER Presente: que eu coma, que tu comas, que ele coma, que nós comamos, que vós comais, que eles comam. Pretérito perfeito: se eu comesse, se tu comesses, se lê comesse, se nós comêssemos, se vós comêsseis, se eles comessem. Futuro: quando eu comer, quando tu comeres, quando ele comer, quando nós comermos, quando vós comerdes, quando eles comerem. 3ª conjugação – IR Presente: que eu parta, que tu partas, que ele parta, que nós partamos, que vós partais, que eles partam. Pretérito perfeito: se eu partisse, se tu partisses, se ele partisse, se nós partíssemos, se vós partísseis, se eles partissem. Futuro: quando eu partir, quando tu partires, quando ele partir, quando nós partirmos, quando vós partirdes, quando eles partirem. Emprego do Imperativo Imperativo Afirmativo: - Não apresenta a primeira pessoa do singular. - É formado pelo presente do indicativo e pelo presente do subjuntivo. - O Tu e o Vós saem do presente do indicativo sem o –s. - O Restante é cópia fiel do presente do subjuntivo. Presente do indicativo: eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos, vós amais, eles amam. Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem. Imperativo afirmativo: (X), ama tu, ame você, amemos nós, amai vós, amem vocês. Imperativo Negativo: - É formado através do presente do subjuntivo sem a primeira pessoa do singular. - Não retira os –s do tu e do vós. Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem. Imperativo negativo: (X), não ames tu, não ame você, não amemos nós, não ameis vós, não amem vocês. 47 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Além dos três modos citados, os verbos apresentam ainda as formas nominais: infinitivo – impessoal e pessoal, gerúndio e particípio. Infinitivo Impessoal: Exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta) - É indispensável combater a corrupção. (= combate à) O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo: - É preciso ler este livro. - Era preciso ter lido este livro. Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, isso significa que ele apresenta sentido genérico ou indefinido, não relacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável. Assim, considera-se apenas o processo verbal. Por exemplo: - Amar é sofrer. - O infinitivo pessoal, por sua vez, apresenta desinências de número e pessoa. Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª pessoas do singular (cujas formas são iguais às do infinitivo impessoal), elas não deixam de referir-se às respectivas pessoas do discurso (o que será esclarecido apenas pelo contexto da frase). Por exemplo: - Para ler melhor, eu uso estes óculos. (1ª pessoa) - Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa) Note: As regras que orientam o emprego da forma variável ou invariável do infinitivo não são todas perfeitamente definidas. Por ser o infinitivo impessoal mais genérico e vago, e o infinitivo pessoal mais preciso e determinado, recomenda-se usar este último sempre que for necessário dar à frase maior clareza ou ênfase. O infinitivo impessoal é usado: - Quando apresenta uma idéia vaga, genérica, sem se referir a um sujeito determinado; Por exemplo: - Querer é poder. ‑ Fumar prejudica a saúde. - É proibido colar cartazes neste muro. - Quando tiver o valor de Imperativo; Por exemplo: Soldados, marchar! (= Marchai!) - Quando é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior; Por exemplo: - Eles não têm o direito de gritar assim. - As meninas foram impedidas de participar do jogo. - Eu os convenci a aceitar. No entanto, na voz passiva dos verbos “contentar”, “tomar” e “ouvir”, por exemplo, o Infinitivo (verbo auxiliar) deve ser flexionado. Porexemplo: - Eram pessoas difíceis de serem contentadas. - Aqueles remédios são ruins de serem tomados. - Os CDs que você me emprestou são agradáveis de serem ouvidos. Nas locuções verbais; Por exemplo: - Queremos acordar bem cedo amanhã. - Eles não podiam reclamar do colégio. - Vamos pensar no seu caso. Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da oração anterior; Por exemplo: - Eles foram condenados a pagar pesadas multas. - Devemos sorrir ao invés de chorar. - Tenho ainda alguns livros por (para) publicar. Observação: Quando o infinitivo preposicionado, ou não, preceder ou estiver distante do verbo da oração principal (verbo regente), pode ser flexionado para melhor clareza do período e também para se enfatizar o sujeito (agente) da ação verbal. Por exemplo: - Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos. - Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem futebol. - Para estudarmos, estaremos sempre dispostos. - Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas crianças. Com os verbos causativos “deixar”, “mandar” e “fazer” e seus sinônimos que não formam locução verbal com o infinitivo que os segue; Por exemplo:Deixei-os sair cedo hoje. Com os verbos sensitivos “ver”, “ouvir”, “sentir” e sinônimos, deve-se também deixar o infinitivo sem flexão. Por exemplo: - Vi- os entrar atrasados. - Ouvi-as dizer que não iriam à festa. Observações: a) É inadequado o emprego da preposição “para” antes dos objetos diretos de verbos como “pedir”, “dizer”, “falar” e sinônimos; - Pediu para Carlos entrar (errado), - Pediu para que Carlos entrasse (errado). - Pediu que Carlos entrasse (correto). b) Quando a preposição “para” estiver regendo um verbo, como na oração “Este trabalho é para eu fazer”, pede-se o emprego do pronome pessoal “eu”, que se revela, neste caso, como sujeito. Outros exemplos: - Aquele exercício era para eu corrigir. - Esta salada é para eu comer? - Ela me deu um relógio para eu consertar. Atenção: Em orações como “Esta carta é para mim!”, a preposição está ligada somente ao pronome, que deve se apresentar oblíquo tônico. Infinitivo Pessoal: É o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira: 2ª pessoa do singular: Radical + es Ex.: teres (tu) 1ª pessoa do plural: Radical + mos Ex.: termos (nós) 2ª pessoa do plural: Radical + des Ex.: terdes (vós) 3ª pessoa do plural: Radical + em Ex.: terem (eles) Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação. Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso significa que ele atribui um agente ao processo verbal, flexionando- se. O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos: 1- Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso; Por exemplo: - Se tu não perceberes isto... - Convém vocês irem primeiro. - O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeito desinencial, sujeito implícito = nós). 48 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 2- Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal; Por exemplo: - O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos estudarem bastante para a prova. - Perdôo-te por me traíres. - O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade. - O guarda fez sinal para os motoristas pararem. 3- Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na terceira pessoa do plural); Por exemplo: - Faço isso para não me acharem inútil. - Temos de agir assim para nos promoverem. - Ela não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua conduta. 4- Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação; Por exemplo: - Vi os alunos abraçarem‑se alegremente. - Fizemos os adversários cumprimentarem‑se com gentileza. - Mandei as meninas olharem‑se no espelho. Nota: Como se pode observar, a escolha do Infinitivo Flexionado é feita sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo. DICAS: a) Se o infinitivo de um verbo for escrito com “j”, esse “j” aparecerá em todas as outras formas. Por exemplo: ‑ Enferrujar: enferrujou, enferrujaria, enferrujem, enferrujarão, enferrujassem, etc. (Lembre, contudo, que o substantivo ferrugem é grafado com “g”.). ‑ Viajar: viajou, viajaria, viajem (3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo, não confundir com o substantivo viagem) viajarão, viajasses, etc. b) Quando o verbo tem o infinitivo com “g”, como em “dirigir” e “agir” este “g” deverá ser trocado por um “j” apenas na primeira pessoa do presente do indicativo. Por exemplo: eu dirijo/ eu ajo c) O verbo “parecer” pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo. - Quando “parecer” é verbo auxiliar de um outro verbo: Elas parecem mentir. - Elas parece mentirem - Neste exemplo ocorre, na verdade, um período composto. “Parece” é o verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo “elas mentirem”. Como desdobramento dessa reduzida, podemos ter a oração “Parece que elas mentem.” Gerúndio: O gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo: - Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio) - Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo) Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: - Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. - Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro. Particípio: Quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos saíram. Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para representar a escola. 1ª Conjugação –AR Infinitivo Impessoal: dançar. Infinitivo Pessoal: dançar eu, dançares tu; dançar ele, dançarmos nós, dançardes vós, dançarem eles. Gerúndio: dançando. Particípio: dançado. 2ª Conjugação –ER Infinitivo impessoal: comer. Infinitivo pessoal: comer eu, comeres tu, comer ele, comermos nós, comerdes vós, comerem eles. Gerúndio: comendo. Particípio: comido. 3ª Conjugação –IR Infinitivo impessoal: partir. Infinitivo pessoal: partir eu, partires tu, partir ele, partirmos nós, partirdes vós, partirem eles. Gerúndio: partindo. Particípio: partido. Verbos Auxiliares: Ser, estar, ter, haver SER Indicativo: Presente: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são. Pretérito Imperfeito: eu era, tu eras, ele era, nós éramos, vós éreis, eles eram. Pretérito Perfeito Simples: eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós fostes, eles foram. Pretérito Perfeito Composto: tenho sido. Mais‑que‑perfeito simples: eu fora, tu foras, ele fora, nós fôramos, vós fôreis, eles foram. Pretérito Mais‑que‑Perfeito Composto: tinha sido. Futuro do Pretérito simples: eu seria, tu serias, ele seria, nós seríamos, vós seríeis, eles seriam. Futuro do Pretérito Composto: terei sido. Futuro do Presente: eu serei, tu serás, ele será, nós seremos, vós sereis, eles serão. Futuro do Pretérito Composto: Teria sido. Subjuntivo: Presente do Subjuntivo: que eu seja, que tu sejas, que ele seja, que nós sejamos, que vós sejais, que eles sejam. Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse, se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem. Pretérito Mais‑que‑Perfeito Composto: Tivesse sido. Futuro do Subjuntivo simples: quando eu for, quando tu fores, quando ele for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem.Futuro do Subjuntivo Composto: Tiver sido. Imperativo: Imperativo Afirmativo: sê tu, seja ele, sejamos nós, sede vós, sejam eles. Imperativo Negativo: não sejas tu, não seja ele, não sejamos nós, não sejais vós, não sejam eles. Infinitivo Pessoal: por ser eu, por seres tu, por ser ele, por sermos nós, por serdes vós, por serem eles. 49 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Formas Nominais: • infinitivo: ser • gerúndio: sendo • particípio: sido ESTAR Indicativo: Presente: eu estou, tu estás, ele está, nós estamos, vós estais, eles estão. Pretérito Imperfeito: eu estava, tu estavas, ele estava, nós estávamos, vós estáveis, eles estavam. Pretérito Perfeito Simples: eu estive, tu estiveste, ele esteve, nós estivemos, vós estivestes, eles estiveram. Pretérito Perfeito Composto: Tenho estado. Pretérito Mais‑que‑Perfeito simples: eu estivera, tu estiveras, ele estivera, nós estivéramos, vós estivéreis, eles estiveram. Mais‑que‑perfeito composto: Tinha estado Futuro do Presente Simples: eu estarei, tu estarás, ele estará, nós estaremos, vós estareis, eles estarão. Futuro do Presente Composto: Terei estado. Futuro do Pretérito Simples: eu estaria, tu estarias, ele estaria, nós estaríamos, vós estaríeis, eles estariam. Futuro do Pretérito Composto: Teria estado. Subjuntivo: Presente: que eu esteja, que tu estejas, que ele esteja, que nós estejamos, que vós estejais, que eles estejam. Pretérito Imperfeito: se eu estivesse, se tu estivesses, se ele estivesse, se nós estivéssemos, se vós estivésseis, se eles estivessem. Pretérito Mais‑que‑Perfeito‑composto: Tivesse estado Futuro Simples: quando eu estiver, quando tu estiveres, quando ele estiver, quando nós estivermos, quando vós estiverdes, quando eles estiverem. Futuro Composto: Tiver estado. Imperativo: Imperativo Afirmativo: está tu, esteja ele, estejamos nós, estai vós, estejam eles. Imperativo Negativo: não estejas tu, não esteja ele, não estejamos nós, não estejais vós, não estejam eles. Infinitivo Pessoal: por estar eu, por estares tu, por estar ele, por estarmos nós, por estardes vós, por estarem eles. Formas Nominais: • infinitivo: estar • gerúndio: estando • particípio: estado TER Indicativo: Presente: eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós tendes, eles têm. Pretérito Imperfeito: eu tinha, tu tinhas, ele tinha, nós tínhamos, vós tínheis, eles tinham. Pretérito Perfeito simples: eu tive, tu tiveste, ele teve, nós tivemos, vós tivestes, eles tiveram. Pretérito Perfeito Composto: Tenho tido. Pretérito Mais‑que‑Perfeito simples: eu tivera, tu tiveras, ele tivera, nós tivéramos, vós tivéreis, eles tiveram. Pretérito Mais‑que‑Perfeito composto:Tinha tido. Futuro do Presente simples: eu terei, tu terás, ele terá, nós teremos, vós tereis, eles terão. Futuro do Presente: Terei tido. Futuro do Pretérito simples: eu teria, tu terias, ele teria, nós teríamos, vós teríeis, eles teriam. Futuro do Pretérito composto: Teria tido. Subjuntivo: Presente: que eu tenha, que tu tenhas, que ele tenha, que nós tenhamos, que vós tenhais, que eles tenham. Imperfeito: se eu tivesse, se tu tivesses, se ele tivesse, se nós tivéssemos, se vós tivésseis, se eles tivessem. Pretérito Mais‑que‑Perfeito composto: Tivesse tido. Futuro: quando eu tiver, quando tu tiveres, quando ele tiver, quando nós tivermos, quando vós tiverdes, quando eles tiverem. Futuro Composto: Tiver tido. Imperativo: Imperativo Afirmativo: tem tu, tenha ele, tenhamos nós, tende vós, tenham eles. Imperativo Negativo: não tenhas tu, não tenha ele, não tenhamos nós, não tenhais vós, não tenham eles. Infinitivo Pessoal: por ter eu, por teres tu, por ter ele, por termos nós, por terdes vós, por terem eles. Formas Nominais: • infinitivo: ter • gerúndio: tendo • particípio: tido HAVER Indicativo: Presente: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis, eles hão. Pretérito Imperfeito: eu havia, tu havias, ele havia, nós havíamos, vós havíeis, eles haviam. Pretérito Perfeito Simples: eu houve, tu houveste, ele houve, nós houvemos, vós houvestes, eles houveram. Pretérito Perfeito Composto: Tenho havido. Pretérito Mais‑que‑Perfeito simples: eu houvera, tu houveras, ele houvera, nós houvéramos, vós houvéreis, eles houveram. Pretérito Mais‑que‑Prefeito composto: Tinha havido. Futuro do Presente simples: eu haverei, tu haverás, ele haverá, nós haveremos, vós havereis, eles haverão. Futuro do presente composto: Terei havido. Futuro do Pretérito do Indicativo: eu haveria, tu haverias, ele haveria, nós haveríamos, vós haveríeis, eles haveriam. Futuro do pretérito composto: Teria havido. Subjuntivo: Presente: que eu haja, que tu hajas, que ele haja, que nós hajamos, que vós hajais, que eles hajam. 50 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Pretérito Imperfeito: se eu houvesse, se tu houvesses, se ele houvesse, se nós houvéssemos, se vós houvésseis, se eles houvessem. Pretérito Mais‑que‑Perfeito composto: Tivesse havido. Futuro simples: quando eu houver, quando tu houveres, quando ele houver, quando nós houvermos, quando vós houverdes, quando eles houverem. Futuro composto: Tiver havido. Imperativo: Imperativo Afirmativo: haja ele, hajamos nós, havei vós, hajam eles. Imperativo Negativo: não hajas tu, não haja ele, não hajamos nós, não hajais vós, não hajam eles. Infinitivo Pessoal: por haver eu, por haveres tu, por haver ele, por havermos nós, por haverdes vós, por haverem eles. Formas Nominais: • infinitivo: haver • gerúndio: havendo • particípio: havido Verbos Regulares Não sofrem modificação no radical durante toda conjugação (em todos os modos) e as desinências seguem as do verbo paradigma (verbo modelo) Amar: (Eu amo) - Am-o, Am-ei, Am-ava, Am-ara, Am-arei, Am-aria, Am-e, Am-asse, Am-ar. Comer: (radical: com) - Com-o, Com-i, Com-ia, Com-era, Com-erei, Com-eria, Com-a, Com-esse, Com-er. Partir: (radical: part) - Part-o, Part-I, Part-ia, Part-ira, Part- irei, Part-iria, Part-a, Part-isse, Part-ir. Verbos Irregulares São os verbos que sofrem modificações no radical ou em suas desinências. 1ª Conjugação: DAR Indicativo: Presente: eu dou, tu dás, ele dá, nós damos, vós dais, eles dão. Pretérito Imperfeito: eu dava, tu davas, ele dava, nós dávamos, vós dáveis, eles davam. Pretérito Perfeito: eu dei, tu deste, ele deu, nós demos, vós destes, eles deram. Pretérito Mais-que-perfeito: eu dera, tu deras, ele dera, nós déramos, vós déreis, eles deram. Futuro do Presente: eu darei, tu darás, ele dará, nós daremos, vós dareis, eles darão. Futuro do Pretérito: eu daria, tu darias, ele daria, nós daríamos, vós daríeis, eles dariam. Subjuntivo: Presente: que eu dê, que tu dês, que ele dê, que nós demos, que vós deis, que eles dêem. Pretérito Imperfeito: se eu desse, se tu desses, se ele desse, se nós déssemos, se vós désseis, se eles dessem. Futuro: quando eu der, quando tu deres, quando ele der, quando nós dermos, quando vós derdes, quando eles derem. Imperativo Afirmativo: dá tu, dê ele, demos nós, dai vós, dêem eles. Imperativo Negativo: não dês tu, não dê ele, não demos nós, não deis vós, não dêem eles. Infinitivo Pessoal: por dar eu, por dares tu, por dar ele, por darmos nós, por dardes vós, por darem eles. Formas Nominais: Infinitivo: dar. Gerúndio: dando. Particípio: dado. AGUAR Indicativo: Presente: eu águo, tu águas, ele água, nós aguamos, vós aguais, eles águam. Pretérito Perfeito: eu agüei, tu aguaste, ele aguou, nós aguamos, vós aguastes, eles aguaram. Pretérito Perfeito: eu agüei, tu aguaste, ele aguou, nós aguamo, vós aguastes, eles aguaram. Pretérito Perfeito: eu agüei, tu aguaste, ele aguou, nósaguamos, vós aguastes, eles aguaram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu aguara, tu aguaras, ele aguara, nós aguáramos, vós aguáreis, eles aguaram. Futuro do Presente: eu aguarei, tu aguarás, ele aguará, nós aguaremos, vós aguareis, eles aguarão. Futuro do Pretérito: eu aguaria, tu aguarias, ele aguaria, nós aguaríamos, vós aguaríeis, eles aguariam. Subjuntivo Presente: que eu ágüe, que tu ágües, que ele ágüe, que nós agüemos, que vós agüeis, que eles ágüem. Pretérito Imperfeito: se eu aguasse, se tu aguasses, se ele aguasse, se nós aguássemos, se vós aguásseis, se eles aguassem. Futuro: quando eu aguar, quando tu aguares, quando ele aguar, quando nós aguarmos, quando vós aguardes, quando eles aguarem. Imperativo Afirmativo: agua tu, ague ele, aguemos nós, aguai vós, aguem eles. Imperativo Negativo: não agues tu, não ague ele, não aguemos nós, não agueis vós, não aguem eles. Infinitivo Pessoal: por aguar eu, por aguares tu, por aguar ele, por aguarmos nós, por aguardes vós, por aguarem eles. Formas Nominais: Infinitivo: aguar. Gerúndio: aguando. Particípio: aguado. ABENÇOAR Os verbos magoar, voar e perdoar seguem a conjugação de abençoar. 51 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Indicativo: Presente: eu abençôo, tu abençoas, ele abençoa, nós abençoamos, vós abençoais, eles abençoam. Pretérito Imperfeito: eu abençoava, tu abençoavas, ele abençoava, nós abençoávamos, vós abençoáveis, eles abençoavam. Pretérito Perfeito: eu abençoei, tu abençoaste, ele abençoou, nós abençoamos, vós abençoastes, eles abençoaram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu abençoara, tu abençoaras, ele abençoara, nós abençoáramos, vós abençoáreis, eles abençoaram. Futuro do Presente: eu abençoarei, tu abençoarás, ele abençoará, nós abençoaremos, vós abençoareis, eles abençoarão. Futuro do Pretérito: eu abençoaria, tu abençoarias, ele abençoaria, nós abençoaríamos, vós abençoaríeis, eles abençoariam. Subjuntivo: Presente: que eu abençoe, que tu abençoes, que ele abençoe, que nós abençoemos, que vós abençoeis, que eles abençoem. Pretérito Imperfeito: se eu abençoasse, se tu abençoasses, se ele abençoasse, se nós abençoássemos, se vós abençoásseis, se eles abençoassem. Futuro: quando eu abençoar, quando tu abençoares, quando ele abençoar, quando nós abençoarmos, quando vós abençoardes, quando eles abençoarem. Imperativo Afirmativo: abençoa tu, abençoe ele, abençoemos nós, abençoai vós, abençoem eles. Imperativo Negativo: não abençoes tu, não abençoe ele, não abençoemos nós, não abençoeis vós, não abençoem eles. Infinitivo Pessoal: por abençoar eu, por abençoares tu, por abençoar ele, por abençoarmos nós, por abençoardes vós, por abençoarem eles. Formas Nominais: Infinitivo: abençoar Gerúndio: abençoando Particípio: abençoado PASSEAR Todos os verbos terminados em –ear seguem o paradigma do verbo passear. E os verbos em Mario (mediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar). Indicativo: Presente: eu passeio, tu passeias, ele passeia, nós passeamos, vós passeais, eles passeiam. Pretérito Imperfeito: eu passeava, tu passeavas, ele passeava, nós passeávamos, vós passeáveis, eles passeavam. Pretérito Perfeito: eu passeei, tu passeaste, ele passeou, nós passeamos, vós passeastes, eles passearam. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu passeara, tu passearas, ele passeara, nós passeáramos, vós passeáreis, eles passearam. Futuro do Pretérito: eu passearia, tu passearias, ele passearia, nós passearíamos, vós passearíeis, eles passeariam. Futuro do Presente: eu passearei, tu passearás, ele passeará, nós passearemos, vós passeareis, eles passearão. Subjuntivo: Presente: que eu passeie, que tu passeies, que ele passeie, que nós passeemos, que vós passeeis, que eles passeiem. Pretérito Imperfeito: se eu passeasse, se tu passeasses, se ele passeasse, se nós passeássemos, se vós passeásseis, se eles passeassem. Futuro: quando eu passear, quando tu passeares, quando ele passear, quando nós passearmos, quando vós passeardes, quando eles passearem. Imperativo Afirmativo: passeia tu, passeie ele, passeemos nós, passeai vós, passeiem eles. Imperativo Negativo: não passeies tu, não passeie ele, não passeemos nós, não passeeis vós, não passeiem eles. Infinitivo Pessoal: por passear eu, por passeares tu, por passear ele, por passearmos nós, por passeardes vós, por passearem eles. Formas Nominais: Infinitivo: passear. Gerúndio: passeando. Particípio: passeado. NEGOCIAR Indicativo: Presente: eu negocio, tu negocias, ele negocia, nós negociamos, vós negociais, eles negociam. Pretérito Imperfeito: eu negociava, tu negociavas, ele negociava, nós negociávamos, vós negociáveis, eles negociavam. Pretérito Perfeito: eu negociei, tu negociaste, ele negociou, nós negociamos, vós negociastes, eles negociaram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu negociara, tu negociaras, ele negociara, nós negociáramos, vós negociáreis, eles negociaram. Futuro do Presente: eu negociarei, tu negociarás, ele negociará, nós negociaremos, vós negociareis, eles negociarão. Futuro do Pretérito: eu negociaria, tu negociarias, ele negociaria, nós negociaríamos, vós negociaríeis, eles negociariam. Subjuntivo: Presente: que eu negocie, que tu negocies, que ele negocie, que nós negociemos, que vós negocieis, que eles negociem. Pretérito Imperfeito: se eu negociasse, se tu negociasses, se ele negociasse, se nós negociássemos, se vós negociásseis, se eles negociassem. Futuro: quando eu negociar, quando tu negociares, quando ele negociar, quando nós negociarmos, quando vós negociardes, quando eles negociarem. Imperativo Afirmativo: negocia tu, negocie ele, negociemos nós, negociai vós, negociem eles. Imperativo Negativo: não negocies tu, não negocie ele, não negociemos nós, não negocieis vós, não negociem eles. Infinitivo Pessoal: por negociar eu, por negociares tu, por negociar ele, por negociarmos nós, por negociardes vós, por negociarem eles. 52 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Formas Nominais: Infinitivo: negociar. Gerúndio: negociando. Particípio: negociado. 2ª Conjugação CABER Indicativo: Presente: eu caibo, tu cabes, ele cabe, nós cabemos, vós cabeis, eles cabem. Pretérito Imperfeito: eu cabia, tu cabias, ele cabia, nós cabíamos, vós cabíeis, eles cabiam. Pretérito Perfeito: eu coube, tu coubeste, ele coube, nós coubemos, vós coubestes, eles couberam. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu coubera, tu couberas, ele coubera, nós coubéramos, vós coubéreis, eles couberam. Futuro do Presente: eu caberei, tu caberás, ele caberá, nós caberemos, vós cabereis, eles caberão. Futuro do Pretérito: eu caberia, tu caberias, ele caberia, nós caberíamos, vós caberíeis, eles caberiam. Subjuntivo: Presente: que eu caiba, que tu caibas, que ele caiba, que nós caibamos, que vós caibais, que eles caibam. Pretérito Imperfeito: se eu coubesse, se tu coubesses, se ele coubesse, se nós coubéssemos, se vós coubésseis, se eles coubessem. Futuro: quando eu couber , quando tu couberes, quando ele couber , quando nós coubermos, quando vós couberdes, quando eles couberem. Imperativo Afirmativo: cabe tu, caiba ele, caibamos nós, cabei vós, caibam eles. Imperativo Negativo: não caibas tu, não caiba ele, não caibamos nós, não caibais vós, não caibam eles. Infinitivo Pessoal: por caber eu, por caberes tu, por caber ele, por cabermos nós, por caberdes vós, por caberem eles. Formas Nominais: Infinitivo: caber. Gerúndio: cabendo. Particípio: cabido. CRER Indicativo: Presente: eu creio, tu crês, ele crê, nós cremos, vós credes, eles crêem. Pretérito Imperfeito: eu cria, tu crias, ele cria, nós críamos, vós críeis, eles criam. Pretérito Perfeito: eu cri,tu creste, ele creu, nós cremos, vós crestes, eles creram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu crera, tu creras, ele crera, nós crêramos, vós crêreis, eles creram. Futuro do Presente: eu crerei, tu crerás, ele crerá,nós creremos, vós crereis, eles crerão. Futuro do Pretérito: eu creria, tu crerias, ele creria, nós creríamos, vós creríeis, eles creriam. Subjuntivo: Presente: que eu creia, que tu creias, que ele creia, que nós creiamos, que vós creiais, que eles creiam. Pretérito Imperfeito: se eu cresse, se tu cresses, se ele cresse, se nós crêssemos, se vós crêsseis, se eles cressem. Futuro: quando eu crer, quando tu creres, quando ele crer, quando nós crermos, quando vós crerdes, quando eles crerem. Imperativo Afirmativo: crê tu, creia ele, creiamos nós, crede vós, creiam eles. Imperativo Negativo: não creias tu, não creia ele, não creiamos nós, não creiais vós, não creiam eles. Infinitivo Pessoal: por crer eu, por creres tu, por crer ele, por crermos nós, por crerdes vós, por crerem eles. Formas Nominais: Infinitivo: crer Gerúndio: crendo Particípio: crido DIZER Indicativo: Presente: eu digo, tu dizes, ele diz, nós dizemos, vós dizeis, eles dizem. Pretérito Imperfeito: eu dizia, tu dizias, ele dizia, nós dizíamos, vós dizíeis, eles diziam. Pretérito Perfeito: eu disse, tu disseste, ele disse, nós dissemos, vós dissestes, eles disseram. Pretérito Mais-que-perfeito: eu dissera, tu disseras, ele dissera, nós disséramos, vós disséreis, eles disseram. Futuro do Presente: eu direi, tu dirás, ele dirá, nós diremos, vós direis, eles dirão. Futuro do Pretérito: eu diria, tu dirias, ele diria, nós diríamos, vós diríeis, eles diriam. Subjuntivo: Presente: que eu diga, que tu digas, que ele diga, que nós digamos, que vós digais, que eles digam. Pretérito Imperfeito: se eu dissesse, se tu dissesses, se ele dissesse, se nós disséssemos, se vós dissésseis, se eles dissessem. Futuro: quando eu disser , quando tu disseres, quando ele disser, quando nós dissermos, quando vós disserdes, quando eles disserem. Imperativo Afirmativo: diz tu, diga ele, digamos nós, dizei vós, digam eles. Imperativo Negativo: não digas tu, não diga ele, não digamos nós, não digais vós, não digam eles. Infinitivo Pessoal: por dizer eu, por dizeres tu, por dizer ele, por dizermos nós, por dizerdes vós, por dizerem eles. Formas Nominais: Infinitivo: dizer. Gerúndio: dizendo. Particípio: dito. FAZER Seguem o mesmo paradigma: desfazer, satisfazer, refazer Indicativo: Presente: eu faço, tu fazes, ele faz, nós fazemos, vós fazeis, eles fazem. Pretérito Imperfeito: eu fazia, tu fazias, ele fazia, nós fazíamos, vós fazíeis, eles faziam. 53 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Pretérito Perfeito: eu fiz, tu fizeste, ele fez, nós fizemos, vós fizestes, eles fizeram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu fizera, tu fizeras, ele fizera, nós fizéramos, vós fizéreis, eles fizeram. Futuro do Presente: eu farei, tu farás, ele fará, nós faremos, vós fareis, eles farão. Futuro do Pretérito: eu faria, tu farias, ele faria, nós faríamos, vós faríeis, eles fariam. Subjuntivo: Presente: que eu faça, que tu faças, que ele faça, que nós façamos, que vós façais, que eles façam. Pretérito Imperfeito: se eu fizesse, se tu fizesses, se ele fizesse, se nós fizéssemos, se vós fizésseis, se eles fizessem. Futuro: quando eu fizer, quando tu fizeres, quando ele fizer, quando nós fizermos, quando vós fizerdes, quando eles fizerem. Imperativo Afirmativo: faze tu, faça ele, façamos nós, azei vós, façam eles. Imperativo Negativo: não faças tu, não faça ele, não façamos nós, não façais vós, não façam eles. Infinitivo Pessoal: por fazer eu, por fazeres tu, por fazer ele, por fazermos nós, por fazerdes vós, por fazerem eles. Formas Nominais: Infinitivo: fazer. Gerúndio: fazendo. Particípio: feito. JAZER Indicativo: Presente: eu jazo, tu jazes, ele jaz, nós jazemos, vós jazeis, eles jazem. Pretérito Imperfeito: eu jazia, tu jazias, ele jazia, nós jazíamos, vós jazíeis, eles jaziam. Pretérito Perfeito: eu jazi, tu jazeste, ele jazeu, nós jazemos, vós jazestes, eles jazeram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu jazera, tu jazeras, ele jazera, nós jazêramos, vós jazêreis, eles jazeram. Futuro do Presente: eu jazerei, tu jazerás, ele jazerá, nós jazeremos, vós jazereis, eles jazerão. Futuro do Pretérito: eu jazeria, tu jazerias, ele jazeria, nós jazeríamos, vós jazeríeis, eles jazeriam. Subjuntivo: Presente: que eu jaza, que tu jazas, que ele jaza, que nós jazamos, que vós jazais, que eles jazam. Pretérito Imperfeito: se eu jazesse, se tu jazesses, se ele jazesse, se nós jazêssemos, se vós jazêsseis, se eles jazessem. Futuro: quando eu jazer, quando tu jazeres, quando ele jazer, quando nós jazermos, quando vós jazerdes, quando eles jazerem. Imperativo Afirmativo: jaze tu, jaza ele, jazamos nós, jazei vós, jazam eles. Imperativo Negativo: não jazas tu, não jaza ele, não jazamos nós, não jazais vós, não jazam eles. Infinitivo Pessoal: por jazer eu, por jazeres tu, por jazer ele, por jazermos nós, por jazerdes vós, por jazerem eles. Formas Nominais: Infinitivo: jazer Gerúndio: jazendo Particípio: jazido PÔR Indicativo: Presente: eu posso, tu podes, ele pode, nós podemos, vós podeis, eles podem. Pretérito Imperfeito: eu podia, tu podias, ele podia, nós podíamos, vós podíeis, eles podiam. Pretérito Perfeito: eu pude, tu pudeste, ele pôde, nós pudemos, vós pudestes,eles puderam. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu pudera, tu puderas, ele pudera, nós pudéramos, vós pudéreis, eles puderam. Futuro do Presente: eu poderei, tu poderás, ele poderá, nós poderemos, vós podereis, eles poderão. Futuro do Pretérito: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós poderíamos, vós poderíeis, eles poderiam. Subjuntivo Presente: que eu possa, que tu possas, que ele possa, que nós possamos, que vós possais, que eles possam. Pretérito Imperfeito: se eu pudesse, se tu pudesses, se ele pudesse, se nós pudéssemos, se vós pudésseis, se eles pudessem. Futuro: quando eu puder, quando tu puderes, quando ele puder, quando nós pudermos, quando vós puderdes, quando eles puderem. Imperativo Afirmativo: (X). Imperativo Negativo: (X). Infinitivo Pessoal: poder eu, poderes tu, poder ele, podermos nós, poderdes vós, poderem eles. Formas Nominais: Infinitivo: poder. Gerúndio: podendo. Particípio: podido. QUERER Indicativo: Presente: eu quero, tu queres, ele quer, nós queremos, vós quereis, eles querem. Pretérito Imperfeito: eu queria, tu querias, ele queria, nós queríamos, vós queríeis, eles queriam. Pretérito Perfeito: eu quis, tu quiseste, ele quis, nós quisemos, vós quisestes, eles quiseram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu quisera, tu quiseras, ele quisera, nós quiséramos, vós quiséreis, eles quiseram. Futuro do Presente: eu quererei, tu quererás, ele quererá, nós quereremos, vós querereis, eles quererão. Futuro do Pretérito: eu quereria, tu quererias, ele quereria, nós quereríamos, vós quereríeis, eles quereriam. Subjuntivo: Presente: que eu queira, que tu queiras, que ele queira, que nós queiramos, que vós queirais, que eles queiram. Pretérito Imperfeito: se eu quisesse, se tu quisesses, se ele quisesse, se nós quiséssemos, se vós quisésseis, se eles quisessem. Futuro: quando eu quiser, quando tu quiseres, quando ele quiser, quando nós quisermos, quando vós quiserdes, quando eles quiserem. Imperativo Afirmativo: quere/quer – tu, queira – você, queiramos – nós, querei – vós, queiram – vocês. Imperativo Negativo: não queiras – tu, não queira – você, não queiramos – nós, não queirais – vós, não queiram – vocês. Infinitivo Pessoal: querer eu, quereres tu,querer ele, querermos nós, quererdes vós, quererem eles. 54 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Formas Nominais: Infinitivo: querer. Gerúndio: querendo. Particípio: querido. REQUERER Indicativo: Presente: eu requeiro, tu requeres, ele requer, nós requeremos, vós requereis, eles requerem. Pretérito Imperfeito: eu requeria, tu requerias, ele requeria, nós requeríamos, vós requeríeis, eles requeriam. Pretérito Perfeito: eu requeri, tu requereste, ele requereu, nós requeremos, vós requereis, eles requereram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu requerera, tu requereras, ele requerera, nós requerêramos, vós requerêreis, eles requereram. Futuro do Presente: eu requererei, tu requererás, ele requererá, nós requereremos, vós requerereis, eles requererão. Futuro do Pretérito: eu requereria, tu requererias, ele requereria, nós requereríamos, vós requereríeis, eles requereriam. Subjuntivo: Presente: que eu requeira, que tu requeiras, que ele requeira, que nós requeiramos, que vós requeirais, que eles requeiram. Pretérito Imperfeito: se eu requeresse, se tu requeresses, se ele requeresse, se nós requerêssemos, se vós requerêsseis, se eles requeressem. Futuro: quando eu requerer, quando tu requereres, quando ele requerer, quando nós requerermos, quando vós requererdes, quando eles requererem. Imperativo Afirmativo: requere – tu, requeira – você, requeiramos – nós, requerei – vós, requeiram – vocês. Imperativo Negativo: não requeiras – tu, não requeira – você, não requeiramos – nós, não requeirais – vós, não requeiram – vocês. Infinitivo Pessoal: requerer eu, requereres tu, requerer ele, requerermos nós, requererdes vós, requererem eles. Formas Nominais: Infinitivo: requerer. Gerúndio: requerendo. Particípio: requerido. VALER Indicativo: Presente: eu valho, tu vales, ele vale, nós valemos, vós valeis, eles valem. Pretérito Imperfeito: eu valia, tu valias, ele valia, nós valíamos, vós valíeis, eles valiam. Pretérito Imperfeito: eu valia, tu valias, ele valia, nós valíamos, vós valíeis, eles valiam. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu valera, tu valeras, ele valera, nós valêramos, vós valêreis, eles valeram. Futuro do Pretérito: eu valeria, tu valerias, ele valeria, nós valeríamos, vós valeríeis, eles valeriam. Futuro do Pretérito: eu valeria, tu valerias, ele valeria, nós valeríamos, vós valeríeis, eles valeriam. Subjuntivo: Presente: que eu valha, que tu valhas, que ele valha, que nós valhamos, que vós valhais, que eles valham. Pretérito Imperfeito: se eu valesse, se tu valesses, se ele valesse, se nós valêssemos, se vós valêsseis, se eles valessem. Futuro: quando eu valer, quando tu valeres, quando ele valer, quando nós valermos, quando vós valerdes, quando eles valerem. Imperativo Afirmativo: vale tu, valha ele, valhamos nós, valei vós, valham eles. Imperativo Negativo: não valhas tu, não valha ele, não valhamos nós, não valhais vós, não valham eles. Infinitivo Pessoal: por valer eu, por valeres tu, por valer ele, por valermos nós, por valerdes vós, por valerem eles. Formas Nominais: Infinitivo: valer. Gerúndio: valendo. Particípio: valido. VER Indicativo: Presente: eu vejo, tu vês, ele vê, nós vemos, vós vedes, eles vêem. Pretérito Imperfeito: eu via, tu vias, ele via, nós víamos, vós víeis, eles viam. Pretérito Perfeito: eu vi, tu viste, ele viu, nós vimos, vós vistes, eles viram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu vira, tu viras, ele vira, nós víramos, vós víreis, eles viram. Futuro do Presente: eu verei, tu verás, ele verá, nós veremos, vós vereis, eles verão. Futuro do Pretérito: eu veria, tu verias, ele veria, nós veríamos, vós veríeis, eles veriam. Subjuntivo: Presente: que eu veja, que tu vejas, que ele vejamos, que nós vejais, que vós vejam. Pretérito Imperfeito: se eu visse, se tu visses, se ele visse, se nós víssemos, se vós vísseis, se eles vissem. Futuro: quando eu vir, quando tu vires, quando ele vir, quando nós virmos, quando vós virdes, quando eles virem. Imperativo Afirmativo: vê tu, veja ele, vejamos nós, vede vós, vejam eles. Imperativo Negativo: não vejas tu, não veja ele, não vejamos nós, não vejais vós, não vejam eles. Infinitivo Pessoal: por ver eu, por veres tu, por ver ele, por vermos nós, por verdes vós, por verem eles. Formas Nominais: Infinitivo: ver. Gerúndio: vendo. Particípio: visto. REAVER Indicativo: Presente: nós reavemos, vós reaveis. Pretérito Imperfeito: eu reavia, tu reavias, ele reavia, nós reavíamos, vós reavíeis, eles reaviam. 55 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Pretérito Perfeito: eu reouve, tu reouveste, ele reouve, nós reouvemos, vós reouvestes, eles reouveram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu reouvera, tu reouveras, ele reouvera, nós reouvéramos, vós reouvéreis, eles reouveram. Futuro do Presente: eu reaverei, tu reaverás, ele reaverá, nós reaveremos, vós reavereis, eles reaverão. Futuro do Pretérito: eu reaveria, tu reaverias, ele reaveria, nós reaveríamos, vós reaveríeis, eles reaveriam. Subjuntivo: Presente: (X). Pretérito Imperfeito: se eu reouvesse, se tu reouvesses, se ele reouvesse, se nós reouvéssemos, se vós reouvésseis, se eles reouvessem. Futuro: quando eu reouver, quando tu reouveres, quando ele reouver, quando nós reouvermos, quando vós reouverdes, quando eles reouverem. Imperativo Afirmativo: reavei vós. Imperativo Negativo: (X). Infinitivo Pessoal: reaver eu, reaveres tu, reaver ele, reavermos nós, reaverdes vós, reaverem eles. Formas Nominais: Infinitivo: reaver. Gerúndio: reavendo. Particípio: reavido. 3ª CONJUGAÇÃO AGREDIR Indicativo: Presente: eu agrido, tu agrides, ele agride, nós agredimos, vós agredis, eles agridem. Pretérito Imperfeito: eu agredia, tu agredias, ele agredia, nós agredíamos, vós agredíeis, eles agrediam. Pretérito Perfeito: eu agredi, tu agrediste, ele agrediu, nós agredimos, vós agredistes, eles agrediram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu agredira, tu agrediras, ele agredira, nós agredíramos, vós agredíreis, eles agrediram. Futuro do Presente: eu agredirei, tu agredirás, ele agredirá, nós agrediremos, vós agredireis, eles agredirão. Futuro do Pretérito: eu agrediria, tu agredirias, ele agrediria, nós agrediríamos, vós agrediríeis, eles agrediriam. Subjuntivo: Presente: que eu agrida, que tu agridas, que ele agrida, que nós agridamos, que vós agridais, que eles agridam. Pretérito Imperfeito: se eu agredisse, se tu agredisses, se ele agredisse, se nós agredíssemos, se vós agredísseis, se eles agredissem. Futuro: quando eu agredir, quando tu agredires, quando ele agredir, quando nós agredirmos, quando vós agredirdes, quando eles agredirem. Imperativo Afirmativo: agride tu, agrida ele, agridamos nós, agredi vós, agridam eles. Imperativo Negativo: não agridas tu, não agrida ele, não agridamos nós, não agridais vós, não agridam eles. Infinitivo Pessoal: agredir eu, agredires tu, agredir ele, agredirmos nós, agredirdes vós, agredirem eles. Formas Nominais: Infinitivo: agredir. Gerúndio: agredindo. Particípio: agredido. ABOLIR Indicativo: Presente: tu aboles, ele abole, nós abolimos, vós abolis, eles abolem. Pretérito Imperfeito: eu abolia, tu abolias, ele abolia, nós abolíamos, vós abolíeis eles aboliam. Pretérito Perfeito: eu aboli, tu aboliste, ele aboliu, nós abolimos, vós abolistes, eles aboliram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu abolira, tu aboliras, ele abolira, nós abolíramos, vós abolíreis, eles aboliram. Futuro do Presente: eu abolirei, tu abolirás, ele abolirá, nós aboliremos, vós abolireis, eles abolirão. Futuro do Pretérito: eu aboliria, tu abolirias, ele aboliria, nós aboliríamos, vós aboliríeis, eles aboliriam.Subjuntivo: Presente: (X). Pretérito Imperfeito: se eu abolisse, se tu abolisses, se ele abolisse, se nós abolíssemos, se vós abolísseis, se eles abolissem. Futuro: quando eu abolir, quando tu abolires, quando ele abolir, quando nós abolirmos, quando vós abolirdes, quando eles abolirem. Imperativo Afirmativo: abole tu, aboli vós. Imperativo Negativo: (X). Infinitivo Pessoal: abolir eu, abolires tu, abolir ele, abolirmos nós, abolirdes vós, abolirem eles. Formas Nominais: Infinitivo: abolir Gerúndio: abolindo Particípio: abolido CAIR Indicativo: Presente: eu caio, tu cais, ele cai, nós caímos, vós caís, eles caem. Pretérito Imperfeito: eu caía, tu caías, ele caía, nós caíamos, vós caíeis, eles caíam. Pretérito Perfeito: eu caí, tu caíste, ele caiu, nós caímos, vós caístes, eles caíram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu caíra, tu caíras, ele caíra, nós caíramos, vós caíreis, eles caíram. Futuro do Presente: eu cairei, tu cairás, ele cairá, nós cairemos, vós caireis, eles cairão. Futuro do Pretérito: eu cairia, tu cairias, ele cairia, nós cairíamos, vós cairíeis, eles cairiam. Subjuntivo: Presente: que eu caia, que tu caias, que ele caia, que nós caiamos, que vós caiais, que eles caiam. Pretérito Imperfeito: se eu caísse, se tu caísses, se ele caísse, se nós caíssemos, se vós caísseis, se eles caíssem. 56 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Futuro: quando eu cair, quando tu caíres, quando ele cair, quando nós cairmos, quando vós cairdes, quando eles caírem. Imperativo Afirmativo: cai tu, caia ele, caiamos nós, caí vós, caiam eles. Imperativo Negativo: não caias tu, não caia ele, não caiamos nós, não caiais vós, não caiam eles. Infinitivo Pessoal: cair eu, caíres tu, cair ele, cairmos nós, cairdes vós, caírem eles. Formas Nominais: Infinitivo: cair Gerúndio: caindo Particípio: caído COBRIR Indicativo: Presente: eu cubro, tu cobres, ele cobre, nós cobrimos, vós cobris, eles cobrem. Pretérito Imperfeito: eu cobria, tu cobrias, ele cobria, nós cobríamos, vós cobríeis, eles cobriam. Pretérito Perfeito: eu cobri, tu cobriste, ele cobriu, nós cobrimos, vós cobristes, eles cobriram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu cobrira, tu cobriras, ele cobrira, nós cobríramos, vós cobríreis, eles cobriram. Futuro do Presente: eu cobrirei, tu cobrirás, ele cobrirá, nós cobriremos, vós cobrireis, eles cobrirão. Futuro do Pretérito: eu cobriria, tu cobririas, ele cobriria, nós cobriríamos, vós cobriríeis, eles cobririam. Subjuntivo: Presente: que eu cubra, que tu cubras, que ele cubra, que nós cubramos, que vós cubrais, que eles cubram. Pretérito Imperfeito: se eu cobrisse, se tu cobrisses, se ele cobrisse, se nós cobríssemos, se vós cobrísseis, se eles cobrissem. Futuro: quando eu cobrir, quando tu cobrires, quando ele cobrir, quando nós cobrirmos, quando vós cobrirdes, quando eles cobrirem. Imperativo Afirmativo: cobre tu, cubra ele, cubramos nós, cobri vós, cubram eles. Imperativo Negativo: não cubras tu, não cubra ele, não cubramos nós, não cubrais vós, não cubram eles. Infinitivo Pessoal: cobrir eu, cobrires tu, cobrir ele, cobrirmos nós, cobrirdes vós, cobrirem eles. Formas Nominais: infinitivo: cobrir gerúndio: cobrindo particípio: cobrido FERIR Indicativo: Presente: eu firo, tu feres, ele fere, nós ferimos, vós feris, eles ferem. Pretérito Imperfeito: eu feria, tu férias, ele feria, nós feríamos, vós feríeis, eles feriam. Pretérito Perfeito: eu feri, tu feriste, ele feriu, nós ferimos, vós feristes, eles feriram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu ferira, tu feriras, ele ferira, nós feríramos, vós feríreis, eles feriram. Futuro do Pretérito: eu feriria, tu feririas, ele feriria, nós feriríamos, vós feriríeis, eles feririam. Futuro do Presente: eu ferirei, tu ferirás, ele ferirá, nós feriremos, vós ferireis, eles ferirão. Subjuntivo: Presente: que eu fira, que tu firas, que ele fira, que nós firamos, que vós firais, que eles firam. Pretérito Imperfeito: se eu ferisse, se tu ferisses, se ele ferisse, se nós feríssemos, se vós ferísseis, se eles ferissem. Futuro: quando eu ferir, quando tu ferires, quando ele ferir, quando nós ferirmos, quando vós ferirdes, quando eles ferirem. Imperativo Afirmativo: fere tu, fira ele, firamos nós, feri vós, firam eles. Imperativo Negativo: não firas tu, não fira ele, não firamos nós, não firais vós, não firam eles. Infinitivo Pessoal: ferir eu, ferires tu, ferir ele, ferirmos nós, ferirdes vós, ferirem eles. Formas Nominais: Infinitivo: ferir. Gerúndio: ferindo. Particípio: ferido. FUGIR Indicativo: Presente: eu fujo, tu foges, ele foge, nós fugimos, vós fugis, eles fogem. Pretérito Imperfeito: eu fugia, tu fugias, ele fugia, nós fugíamos, vós fugíeis, eles fugiam. Pretérito Perfeito: eu fugi, tu fugiste, ele fugiu, nós fugimos, vós fugistes, eles fugiram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu fugira, tu fugiras, ele fugira, nós fugíramos, vós fugíreis, eles fugiram. Futuro do Pretérito: eu fugiria, tu fugirias, ele fugiria, nós fugiríamos, vós fugiríeis, eles fugiriam. Futuro do Presente: eu fugirei, tu fugirás, ele fugirá, nós fugiremos, vós fugireis, eles fugirão. Subjuntivo: Presente: que eu fuja, que tu fujas, que ele fuja, que nós fujamos, que vós fujais, que eles fujam. Pretérito Imperfeito: se eu fugisse, se tu fugisses, se ele fugisse, se nós fugíssemos, se vós fugísseis, se eles fugissem. Futuro: quando eu fugir, quando tu fugires, quando ele fugir, quando nós fugirmos, quando vós fugirdes, quando eles fugirem. Imperativo Afirmativo: foge tu, fuja ele, fujamos nós, fugi vós, fujam eles. Imperativo Negativo: não fujas tu, não fuja ele, não fujamos nós, não fujais vós, não fujam eles. Infinitivo Pessoal: fugir eu, fugires tu, fugir ele, fugirmos nós, fugirdes vós, fugirem eles. Formas Nominais Infinitivo: fugir. Gerúndio: fugindo. Particípio: fugido. 57 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 VIR Indicativo: Presente: eu venho, tu vens, ele vem, nós vimos, vós vindes, eles vêm. Pretérito Imperfeito: eu vinha, tu vinhas, ele vinha, nós vínhamos, vós vínheis, eles vinham. Pretérito Perfeito: eu vim, tu vieste, ele veio, nós viemos, vós viestes, eles vieram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu viera, tu vieras, ele viera, nós viéramos, vós viéreis, eles vieram. Futuro do Presente: eu virei, tu virás, ele virá, nós viremos, vós vireis, eles virão. Futuro do Pretérito: eu viria, tu virias, ele viria, nós viríamos, vós viríeis, eles viriam. Subjuntivo: Presente: que eu venha, que tu venham, que ele venha, que nós venhamos, que vós venhais, que eles venham. Pretérito Imperfeito: se eu viesse, se tu viesses, se ele viesse, se nós viéssemos, se vós viésseis, se eles viessem. Futuro: quando eu vier, quando tu vieres, quando ele vier, quando nós viermos, quando vós vierdes, quando eles vierem. Imperativo Afirmativo: vem tu, venha ele, venhamos nós, vinde vós, venham eles. Imperativo Negativo: não venhas tu, não venha ele, não venhamos nós, não venhais vós, não venham eles. Infinitivo Pessoal: vir eu, vires tu, vir ele, virmos nós, virdes vós, virem eles. Formas Nominais: Infinitivo: vir. Gerúndio: vindo. Particípio: vindo. ATRIBUIR Conjugam-se pelo paradigma de atribuir: fruir, usufruir, anuir, argüir, concluir, contribuir, constituir, destituir, diluir, distribuir, diminuir, evoluir, excluir, imbuir, instituir, instruir, obstruir, poluir, possuir, restituir, substituir, possuir. Indicativo: Presente: eu atribuo, tu atribuis, ele atribui, nós atribuímos, vós atribuís, eles atribuem. Pretérito Imperfeito: eu atribuía tu atribuías, ele atribuía, nós atribuíamos,vós atribuíeis, eles atribuíam. Pretérito Perfeito: eu atribuí, tu atribuíste, ele atribuiu, nós atribuímos, vós atribuístes, eles atribuíram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu atribuíra , tu atribuíras, ele atribuíra, nós atribuíramos, vós atribuíreis , eles atribuíram. Futuro do Presente: eu atribuirei, tu atribuirás, ele atribuirá, nós atribuiremos, vós atribuireis eles atribuirão. Futuro do Pretérito: eu atribuiria, tu atribuirias, ele atribuiria, nós atribuiríamos, vós atribuiríeis, eles atribuiriam. Subjuntivo: Presente: que eu atribua, que tu atribuas, que ele atribua, que nós atribuamos, que vós atribuais, que eles atribuam. Pretérito Imperfeito: se eu atribuísse, se tu atribuísses, se ele atribuísse, se nós atribuíssemos, se vós atribuísseis, se eles atribuíssem. Futuro: quando eu atribuir, quando tu atribuíres, quando ele atribuir, quando nós atribuirmos, quando vós atribuirdes, quando eles atribuírem. Imperativo Afirmativo: atribui tu, atribua ele, atribuamos nós, atribuí vós, atribuam eles. Imperativo Negativo: não atribuas tu, não atribua ele, não atribuamos nós, não atribuais vós, não atribuam eles. Infinitivo Pessoal: atribuir eu, atribuíres tu, atribuir ele, atribuirmos nós, atribuirdes vós, atribuírem eles. Formas Nominais: Infinitivo: atribuir. Gerúndio: atribuindo. Particípio: atribuído. FRIGIR Indicativo: Presente: eu frijo, tu freges, ele frege, nós frigimos, vós frigis, eles fregem. Subjuntivo: Presente: que eu frija, que tu frijas, que ele frija, que nós frijamos, que vis frijais, que eles frijam. OUVIR Indicativo: Presente: eu ouço, tu ouves, ele ouve, nós ouvimos, vós ouvis, eles ouvem. Pretérito Perfeito: eu ouvi, tu ouviste, ele ouviu, nós ouvimos, vós ouvistes, eles ouviram. Subjuntivo: Presente: que eu ouça, que tu ouças, que ele ouça, que nós ouçamos, que vós ouçais, que eles ouçam. Imperativo Afirmativo: ouve tu, ouça ele, ouçamos nós, ouçais vós, ouçam eles. POLIR Sortir segue o mesmo paradigma. Indicativo: Presente: eu pulo, tu pules, ele pule, nós polimos, vós polis, eles pulem. Subjuntivo: Presente: que eu pula, que tu pulas, que ele pula, que nós pulamos, que vós pulais, que eles pulam. PEDIR Seguem o mesmo paradigma: desimpedir, despedir, expedir, impedir e medir. 58 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Indicativo: Presente: eu peço, tu pedes, ele pede, nós pedimos, vós pedis, eles pedem. Pretérito Imperfeito: eu pedia, tu pedias, ele pedia, nós pedíamos, vós pedíeis, eles pediam. Pretérito Perfeito: eu pedi, tu pediste, ele pediu, nós pedimos, vós pedistes, eles pediram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu pedira, tu pediras, ele pedira, nós pedíramos, vós pedíreis, eles pediram. Futuro do Presente: eu pedirei, tu pedirás, ele pedirá, nós pediremos, vós pedireis, eles pedirão. Futuro do Pretérito: eu pediria, tu pedirias, ele pediria, nós pediríamos, vós pediríeis, eles pediriam. Subjuntivo: Presente: que eu peça, que tu peças, que ele peça, que nós peçamos, que vós peçais, que eles peçam. Pretérito Imperfeito: se eu pedisse, se tu pedisses, se ele pedisse, se nós pedíssemos, se vós pedísseis, se eles pedissem. Futuro: quando eu pedir, quando tu pedires, quando ele pedir, quando nós pedirmos, quando vós pedirdes, quando eles pedirem. Imperativo Afirmativo: pede tu, peça ele, peçamos nós, pedi vós, peçam eles. Imperativo Negativo: não peças tu, não peça ele, não peçamos nós, não peçais vós, não peçam eles. Infinitivo Pessoal: pedir eu, pedires tu, pedir ele, pedirmos nós, pedirdes vós, por pedirem eles. Formas Nominais: Infinitivo: pedir. Gerúndio: pedindo. Particípio: pedido. FALIR Indicativo: Presente: nós falimos, vós falis. Pretérito Imperfeito: eu falia, tu falias, ele falia, nós falíamos, vós falíeis, eles faliam. Pretérito Perfeito: eu fali, tu faliste, ele faliu, nós falimos, vós falistes, eles faliram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu falira, tu faliras, ele falira, nós falíramos, vós falíreis, eles faliram. Futuro do Presente: eu falirei, tu falirás, ele falirá, nós faliremos, vós falireis, eles falirão. Futuro do Pretérito: eu faliria, tu falirias, ele faliria, nós faliríamos, vós faliríeis, eles faliriam. Subjuntivo: Presente: (X). Pretérito Imperfeito: se eu falisse, se tu falisses, se ele falisse, se nós falíssemos, se vós falísseis, se eles falissem. Futuro: quando eu falir, quando tu falires, quando ele falir, quando nós falirmos, quando vós falirdes, quando eles falirem. Imperativo Afirmativo: fali vós. Imperativo Negativo: (X). Infinitivo Pessoal: falir eu, falires tu, falir ele, falirmos nós, falirdes vós, falirem eles. Formas Nominais: Infinitivo: falir. Gerúndio: falindo. Particípio: falido. ANÔMALOS: SER, IR É aquele que tem uma anomalia no radical. IR Indicativo: Presente: eu vou, tu vais, ele vai, nós vamos, vós ides, eles vão. Pretérito Imperfeito: eu ia, tu ias, ele ia, nós íamos, vós íeis, eles iam. Pretérito Perfeito: eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós fostes, eles foram. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu fora, tu foras, ele fora, nós fôramos, vós fôreis, eles foram. Futuro do Presente: eu irei, tu irás, ele irá, nós iremos, vós ireis, eles irão. Futuro do Pretérito: eu iria, tu irias, ele iria, nós iríamos, vós iríeis, eles iriam. Subjuntivo: Presente: que eu vá, que tu vás, que ele vá, que nós vamos, que vós vades, que eles vão. Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse, se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem. Futuro: quando eu for, quando tu fores, quando ele for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem. Imperativo Afirmativo: vai tu, vá ele, vamos nós, ide vós, vão eles. Imperativo Negativo: não vás tu, não vá ele, não vamos nós, não vades vós, não vão eles. Infinitivo Pessoal: ir eu, ires tu, ir ele, irmos nós, irdes vós, irem eles. Formas Nominais: Infinitivo: ir. Gerúndio: indo. Particípio: ido. Verbos Defectivos São aqueles que possuem um defeito. Não têm todos os modos, tempos ou pessoas. Verbo Pronominal É aquele que é conjugado com o pronome oblíquo. Ex: Eu me despedi de mamãe e parti sem olhar para o passado. Verbos Abundantes “São os verbos que têm duas ou mais formas equivalentes, geralmente de particípio.” (Sacconi) 59 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular Aceitar Aceitado Aceito Acender Acendido Aceso Anexar Anexado Anexo Benzer Benzido Bento Desenvolver Desenvolvido Desenvolto Despertar Despertado Desperto Dispersar Dispersado Disperso Distinguir Distinguido Distinto Eleger Elegido Eleito Emergir Emergido Emerso Encher Enchido Cheio Entregar Entregado Entregue Envolver Envolvido Envolto Enxugar Enxugado Enxuto Erigir Erigido Ereto Expelir Expelido Expulso Expressar Expressado Expresso Exprimir Exprimido Expresso Expulsar Expulsado Expulso Extinguir Extinguido Extinto Findar Findado Findo Fixar Fixado Fixo Fritar Fritado Frito Ganhar Ganhado Ganho Gastar Gastado Gasto Imergir Imergido Imerso Imprimir Imprimido Impresso Incluir Incluído Incluso Isentar Isentado Isento Juntar Juntado Junto Limpar Limpado Limpo Malquerer Malquerido Malquisto Matar Matado Morto Misturar Misturado Misto Morrer Morrido Morto Murchar Murchado Murcho Ocultar Ocultado Oculto Omitir Omitido Omisso Pagar Pagado Pago Pegar Pegado Pego Prender Prendido Preso Romper Rompido Roto Salvar Salvado Salvo Secar Secado Seco Segurar Segurado Seguro Soltar Soltado Solto Submergir Submergido Submerso Sujeitar Sujeitado Sujeito Suprimir Suprimido Supresso Suspender Suspendido Suspenso Tingir TingidoTinto Vagar Vagado Vago Tempos Compostos São formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver e como principal, qualquer verbo no particípio. São eles: Pretérito Perfeito Composto do Indicativo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Indicativo e o principal no particípio, indicando fato que tem ocorrido com freqüência ultimamente. Por exemplo: Eu tenho estudado demais ultimamente. Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Subjuntivo e o principal no particípio, indicando desejo de que algo já tenha ocorrido. Por exemplo: Espero que você tenha estudado o suficiente, para conseguir a aprovação. Pretérito Mais‑que‑perfeito Composto do Indicativo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo simples. Por exemplo: Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci Magali. Pretérito Mais‑que‑perfeito Composto do Subjuntivo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo simples. Por exemplo: Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade. Obs.: Perceba que todas as frases remetem a ação obrigatoriamente para o passado. A frase Se eu estudasse, aprenderia é completamente diferente de Se eu tivesse estudado, teria aprendido. Futuro do Presente Composto do Indicativo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Presente simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Presente simples do Indicativo. Por exemplo: Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido. 60 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pretérito simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do Indicativo. Por exemplo: Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade. Futuro Composto do Subjuntivo: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo simples e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples. Por exemplo: Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km. Veja os exemplos: - Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel. - Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Manuel. Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as frases apresentadas. No primeiro caso, esperarei “você” praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio “já”. Assim, observe que o mesmo ocorre nas frases a seguir: Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Manuel. Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a Manuel. Infinitivo Pessoal Composto: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal simples e o principal no particípio, indicando ação passada em relação ao momento da fala. Por exemplo: Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro Vozes Verbais Voz Ativa: O sujeito pratica a ação, ele é o agente da ação verbal. O menino chorou raivosamente. As crianças jogavam futebol na rua. Os namorados passeavam na praça. Voz Passiva: O sujeito sofre a ação verbal, ele é paciente. A voz passiva apresenta as formas: analítica e sintética. * PASSIVA ANALÍTICA: é formada pelo verbo auxiliar (VA) + particípio do verbo principal (VPP). Ocorre com VTD ou VTDI. Atenção! As crianças (sujeito) jogavam (verbo principal, VTD) futebol (OD) na rua (AA Lugar) Futebol (sujeito paciente) era jogado (VA + VPP) pelas crianças (agente da passiva) na rua (AA Lugar). *PASSIVA SINTÉTICA É formada com VTD ou VTDI na 3ª pessoa do singular ou na 3ª pessoa do plural. O SE recebe o nome de pronome apassivador. Ex: Vende-se pão caseiro. Pão caseiro é vendido. Compram-se carros usados. Carros usados são comprados. * Voz Reflexiva: O sujeito recebe e pratica simultaneamente a ação. Ex: O menino cortou-se. A menina penteava-se. * Voz do verbo é a forma que este assume para indicar que a ação verbal é praticada ou sofrida pelo sujeito. Três são as vozes dos verbos: a ativa, a passiva e a reflexiva. * Um verbo está na voz ativa quando o sujeito é agente, isto é, faz a ação expressa pelo verbo. Exemplos: • O caçador abateu a ave. • O vento agitava as águas. • Os pais educam os filhos. * Um verbo está na voz passiva quando o sujeito é paciente, isto é, sofre ou desfruta a ação expressa pelo verbo. Exemplos: • A ave foi abatida pelo caçador. • As águas eram agitadas pelo vento. • Os filhos são educados pelos pais. Obs: Só verbos transitivos podem ser usados na voz passiva. Formação da voz passiva: * A voz passiva, mais freqüentemente, é formada: a) Pelo verbo auxiliar /ser/ seguido do particípio do verbo principal. Nesse caso, a voz é passiva analítica. Exemplos: O homem é afligido pelas doenças. A criança era conduzida pelo pai. As ruas serão enfeitadas. Seriam abertas novas escolas. Na voz passiva analítica, o verbo pode vir acompanhado de um agente, como nos dois primeiros exemplos deste parágrafo. Menos freqüentemente, pode-se exprimir a passiva analítica com outros verbos auxiliares. Exemplos: A aldeia estava isolada pelas águas. A presa estava sendo devorada pelo leão. O cachorro ficou esmagado pela roda do ônibus. A noiva vinha acompanhada pelo pai. O preso ia escoltado pelos guardas. b) Com o pronome apassivador /se/ associado a um verbo ativo da 3º pessoa. Nesse caso, temos voz passiva pronominal. Exemplos: Regam-se plantas de manhã cedo. Organizou-se o campeonato. Abrir-se-ão novas escolas de artes e ofícios. Ainda não se lançaram as redes. Já se têm feito muitas experiências. Por amor da careza, preferir-se-á a passiva analítica toda vez que o sujeito for uma pessoa ou animal que possa ser o agente da ação verbal. Exemplo: Foi retirada a guarda. “Retirou-se a guarda”: tanto pode ser voz passiva como reflexiva. 61 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Voz reflexiva: * Na voz reflexiva o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente: faz uma ação cujos efeitos ele mesmo sofre ou recebe. Exemplos: O caçador feriu-se. A menina penteou-se e saiu com as colegas. Sacrifiquei-me por ele. Os pais contemplam-se nos filhos. * O verbo reflexivo é conjugado com os pronomes reflexivos me, te, se, nos, vos, se. Esses pronomes são reflexivos quando se lhes pode acrescentar a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, a nós mesmos, a vós mesmos, a si mesmos, respectivamente. Exemplos: Consideras-te aprovado? (a ti mesmo) Classes sociais arrogam-se (a si mesmas) direitos que a lei lhes nega. Às vezes nos intoxicamos com alimentos deteriorados. Errando, prejudicamo-nos a nós mesmos. Aquele escritor fez-se por si mesmo. Por que vos atribuís tanta importância? Observações: a) Não se deve atribuir sentido reflexivo a verbos que designam sentimentos, como queixar-se, alegrar-se, arrepender- se, zangar-se, indignar-se e outros meramente pronominais. O pronome átono como que se dilui nesses verbos, dos quais é parte integrante. A prova de que não são reflexivos é que não se pode dizer, por exemplo, zango-me a mim mesmo. b) Observe-setambém que em frases como “João fala de si” há reflexividade, mas não há voz reflexiva, porque o verbo não é reflexivo. * Uma variante da voz reflexiva é a que denota reciprocidade, ação mútua ou correspondida. Os verbos dessa voz, por alguns chamados recíprocos, usam-se, geralmente, no plural e podem ser reforçados pelas expressões um ao outro, reciprocamente, mutuamente. Exemplos: Amam-se como irmãos. (amam um ao outro). Os dois pretendentes insultam-se. Ó povos, porque vos guerreais tão barbaramente? Os dois escritores carteavam-se assiduamente. Observação: Em muitos verbos reflexivos a idéia de reciprocidade é reforçada pelo prefixo entre: entreamar-se, entrechocar-se, entrebater-se, entredevorar-se, entrecruzar-se, entredilacerar-se, entrematar-se, entremorder-se, entreolhar-se, entrequerer-se, entrevistar-se. Conversão da voz ativa na passiva 1) Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase. Exemplo: Gutenberg inventou a imprensa (voz ativa). A imprensa foi inventada por Gutemberg (voz passiva). Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. Outros exemplos: Os calores intensos provocam as chuvas. / As chuvas são provocadas pelos calores intensos. Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos. / Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mestres. Eu o acompanharei. / Ele será acompanhado por mim. Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, como nos dois últimos exemplos, não haverá complemento agente da passiva. Importante: * Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos alguns gramáticos chamam neutros: • O vinho é bom. • Aqui chove muito. *Há formas passivas com sentido ativo: É chegada a hora (= chegou a hora). Eu ainda não era nascido (= eu ainda não tinha nascido) * Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos por alguns autores, por isso que o sujeito é paciente: Chamo-me Luís. Operou-se de hérnia. Batizei-me na Igreja São Judas. Vacinaram-se contra A1N1. ADVÉRBIO Advérbio é a palavra invariável que modifica um verbo (- Chegou cedo), um outro advérbio (- Falou muito bem), um adjetivo (- Estava muito bonita). De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio pode ser de: 1 - tempo - ainda, agora, antigamente, antes, amiúde (=sempre), amanhã, breve, brevemente, cedo, diariamente, depois, depressa, hoje, imediatamente, já, lentamente, logo, novamente, outrora. 2 - lugar - aqui, acolá, atrás, acima, adiante, ali, abaixo, além, algures (= em algum lugar), aquém, alhures (= em outro lugar), aquém,dentro, defronte, fora, longe, perto. 3 - modo - assim, bem, depressa, aliás (= de outro modo ), devagar, mal, melhor pior, e a maior parte dos advérbios que termina em mente: calmamente: suavemente, rapidamente, tristemente. 4 - afirmação - certamente, decerto, deveras, efetivamente, realmente, sim, seguramente. 5 - negação - absolutamente, de modo algum, de jeito nenhum, nem, não, tampouco (= também não). 6 - intensidade - apenas, assaz bastante bastante, bem, demais,mais, meio, menos, muito, quase, quanto, tão, tanto, pouco. 7 - dúvida - acaso, eventuamente, por ventura, quiçá, possivelmente, talvez. Adverbios Interrogativos São empregados em orações interrogativas diretas ou indiretas. Podem exprimir: lugar, tempo, modo, ou causa. - Onde fica o Clube das Acácias ? (direta) - Preciso saber onde fica o Clube das Acássias. (indireta) - Quando minha amiga Delma chegará de Campinas? (direta) - Gostaria de saber quando minha amiga Delma chegará de Campinas. (indireta) 62 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 - Como osjovens vêem a natureza? (direta) - Quero saber como os jovens vêem a natureza. (indireta) - Por que o povo aceita tudo passivamente. (direta) - Pergunto-lhe por que o povo aceita tudo passivamente. (indireta) Locuçoes Adverbiais São duas ou mais palavras que têm o valor de = advérbio: às cegas, às claras, às toa, às pressas, às escondidas, à noite, à tarde, às vezes, ao acaso, de repente, de chofre, de cor, de improviso, de propósito, de viva voz, de medo, com certeza, por perto, por um triz, de vez em quando, sem dúvida, de forma alguma, em vão, por certo, à esquerda, à direta, a pé, a esmo, por ali, a distância. - De repente o dia se fez noite. - Por um triz eu não me denunciei. - Sem dúvida você é o melhor. Graus dos Advérbios Como já vimos o advérbio não vai para o plural, são palavras invariáveis, mas alguns admitem a flexão de grau: 1 – comparativo, 2 – superlativo. 1- comparativo de: igualdade > tão + advérbio + quanto, como: Sou tão feliz quanto / como você. superioridade > analítico: mais do que: Raquel é mais elegante do que eu. > sintético: melhor, pior que: Amanhã será melhor do que hoje. inferioridade > menos do que: Falei menos do que devia. 2- superlativo absoluto: analítico > mais, muito, pouco,menos: O candidato defendeu-se muito mal. sintético > íssimo, érrimo: Localizei-o rapídíssimo. Palavras e Locuções Denotativas São palavras semelhantes a advérbios e que não possuem classificação especial. Não se enquadram em nenhuma das dez (10) classes de palavras. São chamadas de denotativas e exprimem: 1- Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem: Ainda bem que você veio. 2- designação, indicação: eis: Eis aqui o herói da turma. 3- exclusão: exclusive, menos, exceto, fora, salvo, senão, sequer: Não me disse sequer uma palavra de amor. 4- inclusão: inclusive, também, mesmo, ainda, até, além disso, de mais a mais: Também há flores no céu. 5- limitação: só, apenas, somente, unicamente: Só Deus é perfeito. 6- realce: cá, lá, é que, sobretudo, mesmo: Sei lá o que ele quis dizer! 7- retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes: Irei à Bahia na próxima semana, ou melhor, no próximo mês. 8- explicação: por exemplo, a saber: Você, por exemplo, tem bom caráter. Emprego do Advérbio - Na linguagem coloquial, familiar, é comum o emprego do sufixo diminutivo dando aos advérbios o valor de superlativo sintético: agorinha, cedinho, pertinho, devagarinho, depressinha, rapidinho (bem rápido): - Rapidinho chegou a casa. - Moro pertinho da universidade. - Freqüenternente empregamos adjetivos com valor de advérbio: A cerveja que desce redondo. (redondamente) - Bastante - antes de adjetivo, é advérbio, portanto, não vai para o plural; equivale a muito / a: Aquelas jovens são bastante simpáticas e gentis. - Bastante, antes de substantivo, é adjetivo, portanto vai para o plural, equivale a muitos / as: Contei bastantes estrelas no céu. - Não confunda mal (advérbio, oposto de bem) com mau (adjetivo, oposto de bom): Mal cheguei a casa, encontrei- a de mau humor. - Antes de verbo no particípio, diz-se mais bem, mais mal: Ficamos mais bem informados depois do noticiário notumo. - Em frase negativa o advérbio já equivale a mais: Já não se fazem professores como antigamente. (= não se fazem mais) - Na locução adverbial a olhos vistos (= claramente), o particípio permanece no masculino plural: Minha irmã Zuleide emagrecia a olhos vistos. - Dois ou mais advérbios terminados em mente, apenas no último permanece mente: Educada e pacientemente, falei a todos. - Arepetição de um mesmo advérbio assume o valor superlativo: Levantei cedo, cedo. PREPOSIÇÃO É a palavra invariável que liga um termo dependente a um termo principal, estabelecendo uma relação entre ambos. As preposições podem ser: essenciais ou acidentais. As preposições essenciais atuam exclusivamente como preposições.São: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. - Não dê atençâo a fofocas. - Perante todos disse, sim. As preposições acidentais são palavras de outras classes que atuam eventualmente como preposições. São: como (= na qualidade de), conforme (= de acordo com), consoante, exceto, mediante, salvo, visto, segundo, senão, tirante. - Agia conforme sua vontade. (= de acordo com) Atenção: - O artigo definido a que vem sempre acompanhado de um substantivo, é flexionado: - a casa, as casas, a árvore, as árvores, a estrela, as estrelas. A preposição a nunca vai para o plural e não estabelece concordância com o substantivo.Veja o exemplo: Fiz todo o percurso a pé. (não há concordância com o substantivo masculino pé) - As preposições essenciais são sempre seguidas dos pronomes pessoais oblíquos: - Despediu-se de mim rapidamente. - Não vá sem mim. 63 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Locuções Prepositivas É o conjunto de duas ou mais palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra é sempre uma preposição. Veja quais são: abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, dentro de, embaixo de, em cima de, em frente a, em redor de, graças a, junto a, junto de, perto de, por causa de, por cima de, por trás de, a fim de, além de, antes de, a par de, a partir de, apesar de, através de, defronte de, em favor de, em lugar de, em vez de, (= no lugar de), ao invés de (= ao contrário de), para com, até a. Atenção: - Não confunda locução prepositiva com locução adverbial. Na locução adverbial, nunca há uma preposição no final, e sim no começo. - Vimos de perto o fenômeno do “tsunami”. (locução adverbial) - O acidente ocorreu perto de meu atelier. (locução prepositiva) - Uma preposição ou locução prepositiva pode vir com outra preposição: - Abola passou por entre as pernas do goleiro. MAS é inadequado dizer: - Proibido para menores de até 18 anos. - Financiamento em até 24 meses. Combinações e Contrações Pensão familiar “Jardim da pensãozinha burguesa. Gatos espapaçados ao sol. A tiririca sitia os canteiros chatos O sol acaba de crestar as boninas que murcharam. Os girassóis amarelos resistem. E as dálias, reconchuvas, plebéias, dominicais. (Manuel Bandeina) Combinação - ocorre combinação quando não há perda de fonemas, a preposição perde fonema: - a+o,os= ao, aos / a+onde = aonde. Contração - ocorre contração quando a preposição perde fonemas: - de+a, o, as, os, esta, este, isto =da, do, das, dos, desta, deste, disto. - em+ um, uma, uns, umas,isto, isso, aquilo, aquele, aquela, aqueles, aquelas = num, numa, nuns, numas, nisto, nisso, naquilo, naquele, naquela, naqueles. - de+ entre, aquele, aquela, aquilo = dentre, daquele, daquela, daquilo. - para+ a = pra. A contração da preposição a com os artigos ou pronomes demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo recebe o nome de crase e é assinalada na escrita pelo acento grave ficando assim: - à, às, àquele, àquela, àquilo. Valores das Preposições A - movimento = direção: - Foram a Lucélia comemorar os Anos Dourados. modo: -Partiu às pressas. tempo: - Iremos nos ver ao entardecer. Apreposição a indica deslocamento rápido: - Vanios à praia. (idéia de passear) Ante - diante de: - Parou ante mim sem dizer nada, tanta era a emoção. tempo (substituídaporantes de): - Preciso chegarao encontro antes das quatro horas. Após- depois de: Após alguns momentos desabou num choro arrependido. Até - aproximação: - Correu até mim. tempo: - Certamente teremos o resultado do exame até a semana que vem. Atenção: Se a preposição até equivaler a inclusive, será palavra de inclusão e não preposição. Os sonhadores amam até quem os despreza. (inclusive) Com - companhia: - Rir de alguém é falta de caridade; deve-se rir com alguém. causa: - A cidade foi destruída com o temporal. instrumento: - Feriu-se com as próprias armas. modo: - Marfinha, minha comadre, veste-se sempre com elegância. Contra - oposição, hostilidade: - Revoltou-se contra a decisão do tribunal. direção a um limite: - Bateu contra o muro e caiu. De - origem: - Descendi de pais trabalhadores e honestos. lugar: - Os corruptos vieram da capital. causa: - O bebé chorava de fome. posse: - Dizem que o dinheiro do povo sumiu. assunto: - Falávamos do casamento da Mariele. matéria: - Era uma casa de sapé. Atenção: A preposição de não deve contrair-se com o artigo, que precede o sujeito de um verbo. É tempo de os alunos estudarem. (e não: dos alunos estudarem) Desde - afastamento de um ponto no espaço: Essa neblina vem desde São Paulo. tempo: - Desde o ano passado quero mudar de casa. Em- lugar: - Moramos em Lucélia há alguns anos. matéria: - As queridas amigas Nilcéia e Nadélgia moram em Curitiba. especialidade: - Minha amiga Cidinha formou-se em Letras. tempo: - Tudo aconteceu em doze horas. Entre – posição entre dois limites: - Convém colocar o vidro entre dois suportes. Para- direção: -Não lhe interessava mais ir para a Europa. tempo: - Pretendo vê-lo lá para o final da semana. finalidade: - Lute sempre para viver com dignidade. Apreposição para indica de permanência definitiva. Vou para o litoral. (idéia de morar) Perante- posição anterior: Permaneceu calado perante todos. Por – percurso, espaço,lugar: - Caminhava por ruas desconhecidas. causa: - Por ser muito caro, não compramos um DVD novo. espaço: - Por cima dela havia um raio de luz. Sem- ausência: - Eu vou sem lenço sem documento. Sob – debaixo de / situação: - Prefiro cavalgar sob o luar. Viveu, sob pressão dos pais. Sobre – em cima de, com contato: - Colocou ás taças de cristal sobre a toalha rendada. assunto: - Conversávamos sobre política financeira. Trás – situação posterior; é preposição fora de uso. É substituída por atrás de, depois de: - Por trás desta carinha vê-se muita falsidade. Curiosidade: O símbolo @ (arroba) significa AT em Inglês, que em Português significa em. Portanto, o nome está at, em algum provedor. 64 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 CONJUNÇÃO O mundo é grande e cabe Nesta anela sobre o mar. 0 mar é grande e cabe Na cama e no colchão de amar. Oamor égrande e cabe No breve espaço de beijar. (Carlos Drummond de Andrade) É a palavra invariável que liga duas orações ou duas palavras de função semelhante numa mesma oração. - Miséria e medo são a preocupação da população carente. A palavra e está ligando duas palavras equivalentes, ou seja, duas palavras da mesmafunção. Chegamos a Lucélia quando anoitecia. (quando, está ligando duas orações) Locução Conjuntiva É o conjunto de palavras que equivalem a uma conjunção. As principais são: a fim de que, assim que, à medida que, à proporção que, ainda que, a não ser que, logo que, se bem que, desde que, no entanto, por mais que, visto que, ao mesmo tempo que. Classificação das Conjunções Classificam-se as conjunções em: - coordenativas: ligam orações de sentido completos e independentes: Não estudo, /mas trabalho. - subordinativas: ligam orações de sentido incompleto a uma principal: Parece/que tudo vai bem. As conjunções coordenativas são classificadas em: - Aditivas - dão idéia de soma: e, nem, mas também, mas ainda,senão também, como também. Alguns programas de televisão não só instruem, mas também divertem. - Adversativas - exprimem oposição:antes (=pelo contrário), mas, todavia, contudo, entretanto, senão, ao passo que, não obstante (= apesar disso), em todo caso. Beatriz revirou todas as gavetas, porém não encontrou o lápis de sobrancelhas. - Alternativas- exprimem altemância: ou, ou.... ou, ora ... ora já ... já, quer ... quer. Ou vai ou racha, disse ela aflita.- Conclusivas - exprimem conclusão: logo, portanto, por conseguinte, pois (depois do verbo), por isso, assim. Você está preparado para o que der e vier, portanto fique calmo. - Explicativas - exprimem explicação, motivo: pois (antes do verbo), que, porque, porquanto. Fale mais alto, que eu também quero ouvir. As conjunções subordinativas são: - Causais - exprimem causa: porque, como (= porque), uma vez que, visto que, já que, pois. A recessão do país cresceu, porque o dólar aumentou. - Condicionais - exprimem condição ou hipótese: se, caso, contanto que, salvo se, a menos que, a não ser que, desde que, dado que. Nós poderemos ajudá-lo, a menos que você não queira. - Concessivas - dá a entender que se admite ou se concede um fato contrário à declaração contida na na oração principal: ainda que, apesar de, embora, mesmo que, posto, por mais que, se bem que, por pouco que, nem que, em que pese, por muito que. Embora fizesse muito calor, levei meu agasalho. - Conformativas - exprimem conformidade, adequação: conforme, segundo, consoante, como. Tudo saiu conforme o combinado. - Comparativas- exprimem idéia de comparação: como, tal qual , assim como, do que, quanto. Era jogadopelavida como uma folha ao vento. - Consecutivas - exprimem conseqüência: que + tal, tão, tanto, tamanho; de modo que, que, sem que, deforma que, de maneira que. A fome era tanta que comeu com casca e tudo. - Finais - exprimem finalidade:para que, afim de que, que. Aprefeitura interditou a rua, a fim de que as obrasse iniciassem. - Integrantes - introduzem orações subordinadas substantivas: que, se, como. Todos nós esperamos que haja igualdade social. - Proporcionais - expressam proporção ou simultaneidade: à medida que, à proporção que, menos, enquanto, quanto mais... mais. À medida que o via, mais me sentia apaixonada. - Temporais - indicam o tempo ou o momento em que determinado fato ocorreu: quando, enquanto, depois que, logo que, assim que, antes que, desde que. Enquanto caminhávamos, falávamos da nossajuventude. INTERJEIÇÃO É a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito ou apelos: As interjeições são como que frases resumidas: - Ué ! =Eu não esperava essa! São proferidas com entonação especial, que se representa, na escrita, com o ponto de exclamação(!) Locução Interjetiva É o conjunto de duas ou mais palavras com valor de uma interjeição: - Muito bem! Que pena! Quem me dera! Puxa, que legal! Classificaçao das Interjeições e Locuções Interjetivas As intejeições e as locuções interjetivas são classificadas,’de acordo com o sentido que elas expressam em determinado contexto. Assim, uma mesma palavra ou expressão pode exprimir emoções variadas. admiração ou espanto - Oh!, Caramba!, Oba!, Nossa!, Meu Deus!, Céus! advertência - Cuidado!, Atenção!, Alerta!, Calma!, Alto!, Olha lá! alegria - Viva!, Oba!, Que bom!, Oh!, Ah!; ânimo - Avante!, Ânimo!, Vamos!, Força!, Eia!, Toca! aplauso - Bravo!, Parabéns!, Muito bem! chamamento -Olá!, Alô!, Psiu!, Psit! aversão - Droga!, Raios!, Xi!, Essa não!, lh! medo - Cruzes!, Credo!, Ui!, Jesus!, Uh! Uai! pedido de silêncio - Quieto!, Bico fechado!, Silêncio!, Chega!, Basta! saudação – Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau! concordância - Claro!, Certo!, Sim!, Sem dúvida! desejo - Oxalá!, Tomara!, Pudera!, Queira Deus! Quem me dera! Atenção: observe na relação acima, que as interjeições muitas vezes são formadas por palavras de outras classes gramaticais: Cuidado! Não beba ao dirigir! (cuidado é substantivo). 65 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE Crase é a superposição de dois “a”, geralmente a preposição “a” e o artigo a(s), podendo ser também a preposição “a” e o pronome demonstrativo a(s) ou a preposição “a” e o “a” inicial dos pronomes demonstrativos aqueles(s), aquela(s) e aquilo. Essa superposição é marcada por um acento grave (`). Assim, em vez de escrevermos “entregamos a mercadoria a a vendedora”, “esta blusa é igual a a que compraste” ou “eles deveriam ter comparecido a aquela festa”, devemos sobrepor os dois “a” e indicar esse fato com um acento grave: “Entregamos a mercadoria à vendedora”. “Esta blusa é igual à que compraste”. “Eles deveriam ter comparecido àquela festa.” O acento grave que aparece sobre o “a” não constitui, pois, a crase, mas é um mero sinal gráfico que indica ter havido a união de dois “a” (crase). Para haver crase, é indispensável a presença da preposição “a”, que é um problema de regência. Por isso, quanto mais conhecer a regência de certos verbos e nomes, mais fácil será para ele ter o domínio sobre a crase. Não existe Crase • Antes de palavra masculina (o “a” é apenas uma preposição): Chegou a tempo ao trabalho; Vieram a pé; Vende-se a prazo. • Antes de verbo (o “a” é apenas uma preposição): Ficamos a admirá-los; Ele começou a ter alucinações. • Antes de artigo indefinido (o “a” é apenas uma preposição): Levamos a mercadoria a uma firma; Refiro-me a uma pessoa educada. • Antes de expressão de tratamento introduzida pelos pronomes possessivos Vossa ou Sua ou ainda da expressão Você, forma reduzida de Vossa Mercê (o “a” é apenas uma preposição): Enviei dois ofícios a Vossa Senhoria; Traremos a Sua Majestade, o rei Hubertus, uma mensagem de paz; Eles queriam oferecer flores a você. • Antes dos pronomes demonstrativos esta e essa (o “a” é apenas uma preposição): Não me refiro a esta carta; Os críticos não deram importância a essa obra. • Antes dos pronomes pessoais (o “a” é apenas uma preposição): Nada revelei a ela; Dirigiu-se a mim com ironia. • Antes dos pronomes indefinidos com exceção de outra (o “a” é apenas uma preposição): Direi isso a qualquer pessoa; A entrada é vedada a toda pessoa estranha. Com o pronome indefinido outra(s), pode haver crase porque ele, às vezes, aceita o artigo definido a(s): As cartas estavam colocadas umas às outras (no masculino, ficaria “os cartões estavam colocados uns aos outros”). • Quando o “a” estiver no singular e a palavra seguinte estiver no plural (o “a” é apenas uma preposição): Falei a vendedoras desta firma; Refiro-me a pessoas curiosas. • Quando, antes do “a”, existir preposição (o “a” é apenas um artigo): Ela compareceu perante a direção da empresa; Os papéis estavam sob a mesa. Exceção feita, às vezes, para até, por motivo de clareza: A água inundou a rua até à casa de Maria (= a água chegou perto da casa); se não houvesse o sinal da crase, o sentido ficaria ambíguo: a água inundou a rua até a casa de Maria (= inundou inclusive a casa). Quando até significa “perto de”, é preposição; quando significa “inclusive”, é partícula de inclusão. • Com expressões repetitivas (o “a” é apenas uma preposição): Tomamos o remédio gota a gota; Enfrentaram-se cara a cara. • Com expressões tomadas de maneira indeterminada (o “a” é apenas uma preposição): O doente foi submetido a dieta leve (no masc. = foi submetido a repouso, a tratamento prolongado, etc.); Prefiro terninho a saia e blusa (no masc. = prefiro terninho a vestido). A Crase é Facultativa • Antes de nomes próprios feminino: Enviamos um telegrama à Marisa; Enviamos um telegrama a Marisa. Em português, antes de um nome de pessoa, pode-se ou não empregar o artigo “a” (“A Marisa é uma boa menina”. Ou “Marisa é uma boa menina”). Por isso, mesmo que a preposição esteja presente, a crase é facultativa. Quando o nome próprio feminino vier acompanhado de uma expressão que o determine, haverá crase porque o artigo definido estará presente. Dedico esta canção à Candinha do Major Quevedo. [A (artigo) Candinha do Major Quevedo é fanática por seresta.] • Antes de pronome adjetivo possessivo feminino singular: Pediu informaçõesà minha secretária; Pediu informações a minha secretária. A explicação é idêntica à do item anterior: o pronome adjetivo possessivo aceita artigo, mas não o exige (“Minha secretária é exigente.” Ou: “A minha secretária é exigente”). Portanto, mesmo com a presença da preposição, a crase é facultativa. Com o pronome substantivo possessivo feminino singular, o uso de acento indicativo de crase não é facultativo (conforme o caso, será proibido ou obrigatório): A minha cidade é melhor que a tua. O acento indicativo de crase é proibido porque, no masculino, ficaria assim: O meu sítio é melhor que o teu (não há preposição, apenas o artigo definido). Esta gravura é semelhante à nossa. O acento indicativo de crase é obrigatório porque, no masculino, ficaria assim: Este quadro é semelhante ao nosso (presença de preposição + artigo definido). Casos Especiais • Nomes de localidades: Dentre as localidades, há as que admitem artigo antes de si e as que não o admitem. Por aí se deduz que, diante das primeiras, desde que comprovada a presença de preposição, pode ocorrer crase; diante das segundas, não. Para se saber se o nome de uma localidade aceita artigo, deve-se substituir o verbo da frase pelos verbos estar ou vir. Se ocorrer a combinação “na” com o verbo estar ou “da” com overbo vir, haverá crase com o “a” da frase original. Se ocorrer “em” ou “de”, não haverá crase: Enviou seus representantes à Paraíba (estou na Paraíba; vim da Paraíba); O avião dirigia-se a Santa Catarina (estou em Santa Catarina; vim de Santa Catarina); Pretendo ir à Europa (estou na Europa; vim da Europa). Os nomes de localidades que não admitem artigo passarão a admiti-lo, quando vierem determinados. Porto Alegre indeterminadamente não aceita artigo: Vou a Porto Alegre (estou em Porto Alegre; vim de Porto Alegre); Mas, acompanhando-se de uma expressão que a determine, passará a admiti-lo: Vou à grande Porto Alegre (estou na grande Porto Alegre; vim da grande Porto Alegre); Iríamos a Madri para ficar três dias; Iríamos à Madri das touradas para ficar três dias. 66 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 • Pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: quando a preposição “a” surge diante desses demonstrativos, devemos sobrepor essa preposição à primeira letra dos demonstrativos e indicar o fenômeno mediante um acento grave: Enviei convites àquela sociedade (= a + aquela); A solução não se relaciona àqueles problemas (= a + aqueles); Não dei atenção àquilo (= a + aquilo). A simples interpretação da frase já nos faz concluir se o “a” inicial do demonstrativo é simples ou duplo. Entretanto, para maior segurança, podemos usar o seguinte artifício: Substituir os demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo pelos demonstrativos este(s), esta(s), isto, respectivamente. Se, antes destes últimos, surgir a preposição “a”, estará comprovada a hipótese do acento de crase sobre o “a” inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo. Se não surgir a preposição “a”, estará negada a hipótese de crase. Enviei cartas àquela empresa./ Enviei cartas a esta empresa. A solução não se relaciona àqueles problemas./ A solução não se relaciona a estes problemas. Não dei atenção àquilo./ Não dei atenção a isto. A solução era aquela apresentada ontem./ A solução era esta apresentada ontem. • Palavra “casa”: quando a expressão casa significa “lar”, “domicílio” e não vem acompanhada de adjetivo ou locução adjetiva, não há crase: Chegamos alegres a casa; Assim que saiu do escritório, dirigiu-se a casa; Iremos a casa à noitinha. Mas, se a palavra casa estiver modificada por adjetivo ou locução adjetiva, então haverá crase: Levaram-me à casa de Lúcia; Dirigiram-se à casa das máquinas; Iremos à encantadora casa de campo da família Sousa. • Palavra “terra”: Não há crase, quando a palavra terra significa o oposto a “mar”, “ar” ou “bordo”: Os marinheiros ficaram felizes, pois resolveram ir a terra; Os astronautas desceram a terra na hora prevista. Há crase, quando a palavra significa “solo”, “planeta” ou “lugar onde a pessoa nasceu”: O colono dedicou à terra os melhores anos de sua vida; Voltei à terra onde nasci; Viriam à Terra os marcianos? • Palavra “distância”: Não se usa crase diante da palavra distância, a menos que se trate de distância determinada: Via-se um monstro marinho à distância de quinhentos metros; Estávamos à distância de dois quilômetros do sítio, quando aconteceu o acidente. Mas: A distância, via-se um barco pesqueiro; Olhava- nos a distância. • Pronome Relativo: Todo pronome relativo tem um substantivo (expresso ou implícito) como antecedente. Para saber se existe crase ou não diante de um pronome relativo, deve-se substituir esse antecedente por um substantivo masculino. Se o “a” se transforma em “ao”, há crase diante do relativo. Mas, se o “a” permanece inalterado ou se transforma em “o”, então não há crase: é preposição pura ou pronome demonstrativo: A fábrica a que me refiro precisa de empregados. (O escritório a que me refiro precisa de empregados.); A carreira à qual aspiro é almejada por muitos. (O trabalho ao qual aspiro é almejado por muitos.). Na passagem do antecedente para o masculino, o pronome relativo não pode ser substituído, sob pena de falsear o resultado: A festa a que compareci estava linda (no masculino = o baile a que compareci estava lindo). Como se viu, substituímos festa por baile, mas o pronome relativo que não foi substituído por nenhum outro (o qual etc.). A Crase é Obrigatória • Sempre haverá crase em locuções prepositivas, locuções adverbiais ou locuções conjuntivas que tenham como núcleo um substantivo feminino: à queima-roupa, à maneira de, às cegas, à noite, às tontas, à força de, às vezes, às escuras, à medida que, às pressas, à custa de, à vontade (de), à moda de, às mil maravilhas, à tarde, às oito horas, às dezesseis horas, etc. É bom não confundir a locução adverbial às vezes com a expressão fazer as vezes de, em que não há crase porque o “as” é artigo definido puro: Ele se aborrece às vezes (= ele se aborrece de vez em quando); Quando o maestro falta ao ensaio, o violinista faz as vezes de regente (= o violinista substitui o maestro). Sempre haverá crase em locuções que exprimem hora determinada: Ele saiu às treze horas e trinta minutos; Chegamos à uma hora. Cuidado para não confundir a, à e há com a expressão uma hora: Disseram-me que, daqui a uma hora, Teresa telefonará de São Paulo (= faltam 60 minutos para o telefonema de Teresa); Paula saiu daqui à uma hora; duas horas depois, já tinha mudado todos os seus planos (= quando ela saiu, o relógio marcava 1 hora); Pedro saiu daqui há uma hora (= faz 60 minutos que ele saiu). • Quando a expressão “à moda de” (ou “à maneira de”) estiver subentendida: Nesse caso, mesmo que a palavra subseqüente seja masculina, haverá crase: No banquete, serviram lagosta à Termidor; Nos anos 60, as mulheres se apaixonavam por homens que tinham olhos à Alain Delon. • Quando as expressões “rua”, “loja”, “estação de rádio”, etc. estiverem subentendidas: Dirigiu-se à Marechal Floriano (= dirigiu-se à Rua Marechal Floriano); Fomos à Renner (fomos à loja Renner); Telefonem à Guaíba (= telefonem à rádio Guaíba). • Quando está implícita uma palavra feminina: Esta religião é semelhante à dos hindus (= à religião dos hindus). Excluída a hipótese de se tratar de qualquer um dos casos anteriores, devemos substituir a palavra feminina por outra masculina da mesma função sintática. Se ocorrer “ao” no masculino, haverá crase no “a” do feminino. Se ocorrer “a” ou “o” no masculino, não haverá crase no “a” do feminino. O problema, para muitos, consiste em descobrir o masculino de certas palavras como “conclusão”, “vezes”, “certeza”, “morte”, etc. É necessárioentão frisar que não há necessidade alguma de que a palavra masculina tenha qualquer relação de sentido com a palavra feminina: deve apenas ter a mesma função sintática: Fomos a cidade comprar carne. (ao supermercado); Pedimos um favor à diretora. (ao diretor); Muitos são incensíveis à dor alheia. (ao sofrimento); Os empregados deixam a fábrica. (o escritório); O perfume cheira a rosa. (a cravo); O professor chamou a aluna. (o aluno). • Não confundir devido com dado (a, os, as): a primeira expressão pede preposição “a”, havendo crase antes de palavra feminina determinada pelo artigo definido: Devido à discussão de ontem, houve um mal-estar no ambiente (= devido ao barulho de ontem, houve...); A segunda expressão não aceita preposição “a” (o “a” que aparece é artigo definido, não havendo, pois, crase): Dada a questão primordial envolvendo tal fato (= dado o problema primordial...); Dadas as respostas, o aluno conferiu a prova (= dados os resultados...). • Antes de pronome interrogativo, não ocorre crase: A que artista te referes? • Na expressão valer a pena ( no sentido de valer o sacrifício, o esforço), não ocorre crase, pois o “a” é artigo definido: Parodiando Fernando Pessoa, tudo vale a pena quando a alma não é pequena... 67 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 EXERCÍCIOS 01 – A crase não é admissível em: a) Comprou a crédito. b) Vou a casa de Maria. c) Fui a Bahia. d) Cheguei as doze horas. e) A sentença foi favorável a ré. 02 - (PRF/N.M./ANP) Assinale a opção em que falta o acento de crase: a) O ônibus vai chegar as cinco horas. b) Os policiais chegarão a qualquer momento. c) Não sei como responder a essa pergunta. d) Não cheguei a nenhuma conclusão. 03 - (ALCL-DF/N.S./IDR) Assinale a alternativa correta: a) O ministro não se prendia à nenhuma dificuldade burocrática. b) O presidente ia a pé, mas a guarda oficial ia à cavalo. c) Ouviu-se uma voz igual à que nos chamara anteriormente. d) Solicito à V. Exa. Que reconheça os obstáculos que estamos enfrentando. 04 - (ATCL-DF/N.S./IDR) Marque a alternativa correta quanto ao acento indicativo da crase: a) A cidade à que me refiro situa-se em plena floresta, a algumas horas de Manaus. b) De hoje à duas semanas estaremos longe, a muitos quilômetros daqui, a gozar nossas merecidas férias. c) As amostras que servirão de base a nossa pesquisa estão há muito tempo à disposição de todos. d) À qualquer distância percebia-se que, à falta de cuidados, a lavoura amarelecia e murchava. 05 - Em qual das alternativas o uso do acento indicativo de crase é facultativo? a) Minhas idéias são semelhantes às suas. b) Ele tem um estilo à Eça de Queiroz c) Dei um presente à Mariana. d) Fizemos alusão à mesma teoria. e) Cortou o cabelo à Gal Costa. 06 - “O pobre fica ___ meditar, ___ tarde, indiferente ___ que acontece ao seu redor”. a) à - a - aquilo b) a - a - àquilo c) a - à - àquilo d) à - à - aquilo e) à - à - àquilo 07 - “A casa fica ___ direita de quem sobe a rua, __- duas quadras da Avenida Central”. a) à - há b) a - à c) a - há d) à - a e) à - à 08 - “O grupo obedece ___ comando de um pernambucano, radicado ___ tempos em São Paulo, e se exibe diariamente ___ hora do almoço”. a) o - à - a b) ao - há - à c) ao - a - a d) o - há - a e) o - a - a 09 - “Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ problemas já expostos ___ V. Sª ___ alguns dias”. a) à - àqueles - a - há b) a - àqueles - a - há c) a - aqueles - à - a d) à - àqueles - a - a e) a - aqueles - à - há 10 - Assinale a frase gramaticalmente correta: a) O Papa caminhava à passo firme. b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz. c) Chegou à noite, precisamente as dez horas. d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas. e) Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada. 11 - O Ministro informou que iria resistir _____ pressões contrárias _____ modificações relativas _____ aquisição da casa própria. a) às - àquelas _ à b) as - aquelas - a c) às àquelas - a d) às - aquelas - à e) as - àquelas - à 12 - A alusão _____ lembranças da casa materna trazia _____ tona uma vivência _____ qual já havia renunciado. a) às - a - a b) as - à - há c) as - a - à d) às - à - à e) às - a - há 13 - Use a chave ao sair ou entrar __________ 20 horas. a) após às b) após as c) após das d) após a e) após à 14 - _____ dias não se consegue chegar _____ nenhuma das localidades _____ que os socorros se destinam. a) Há - à - a b) A - a - a c) À - à - a d) Há - a - a e) À - a - a 15 - Fique _____ vontade; estou _____ seu inteiro dispor para ouvir o que tem _____ dizer. a) a - à - a b) à - a - a c) à - à - a d) à - à - à e) a - a - a 68 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 RESPOSTAS (1-A) (2-A) (3-C) (4-C) (5-C) (6-C) (7-D) (8-B) (9-B) (10-D) (11-A) (12-D) (13-B) (14-D) (15-B) EXERCÍCIOS 1 (CESGRANRIO) Assinale o período em que aparece forma verbal incorretamente empregada em relação à norma culta da língua: a) Se o compadre trouxesse a rabeca, a gente do ofício ficaria exultante. b) Quando verem o Leonardo, ficarão surpresos com os trajes que usava. c) Leonardo propusera que se dançasse o minuete da corte. d) Se o Leonardo quiser, a festa terá ares aristocráticos. e) O Leonardo não interveio na decisão da escolha do padrinho do filho. 2 (FUVEST) ....... em ti; mas nem sempre ....... dos outros. a) Creias – duvidas c) Creias – duvida b) Crê – duvidas d) Creia – duvide e) Crê - duvides 3. (CESGRANRIO) Assinale a frase em que há erro de conjugação verbal: a) Os esportes entretêm a quem os pratica. b) Ele antevira o desastre. c) Só ficarei tranqüilo, quando vir o resultado. d) Eles se desavinham freqüentemente. e) Ainda hoje requero o atestado de bons antecedentes. 4. (PUC) Dê, na ordem em que aparecem nesta questão, as seguintes formas verbais: advertir - no imperativo afirmativo, segunda pessoa do plural compor - no futuro do subjuntivo, segunda pessoa do plural rever - no perfeito do indicativo, segunda pessoa do plural prover - no perfeito do indicativo, segunda pessoa do singular a) adverti, componhais, revês, provistes b) adverti, compordes, revestes, provistes c) adverte, compondes, reveis, proviste d) adverti, compuserdes, revistes, proveste e) n.d.a 5 (FUVEST) “Eu não sou o homem que tu procuras, mas desejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato.” Se o pronome tu fosse substituído por Vossa Excelência, em lugar das palavras destacadas no texto acima transcrito teríamos, respectivamente, as seguintes formas: a) procurais, ver-vos, vosso b) procura, vê-la, seu c) procura, vê-lo, vosso d) procurais, vê-la, vosso e) procurais, ver-vos, seu 6 (UNESP) “Explicou que aprendera aquilo de ouvido.” Transpondo para a voz passiva, o verbo assume a seguinte forma: a) tinha sido aprendido b) era aprendido c) fora aprendido d) tinha aprendido e) aprenderia 7 (DASP) Assinale a única alternativa que contém erro na passagem da forma verbal, do imperativo afirmativo para o imperativo negativo: a) parti vós - não partais vós b) amai vós - não ameis vós c) sede vós - não sejais vós d) ide vós - não vais vós e) perdei vós - não percais vós 8 (ITA) Vi, mas não ............; o policial viu, e também não ............, dois agentes secretos viram, e não ............ Se todos nós ............ , talvez .......... tantas mortes. a)intervir - interviu - tivéssemos intervido - teríamos evitado b)me precavi - se precaveio - se precaveram - nos precavíssemos - não teria havido c)me contive - se conteve - contiveram - houvéssemos contido - tivéssemos impedido d)me precavi - se precaveu- precaviram - precavêssemo-nos não houvesse e)intervim - interveio - intervieram - tivéssemos intervindo - houvéssemos evitado 9. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma forma verbal foi empregada incorretamente: a) O superior interveio na discussão, evitando a briga. b) Se a testemunha depor favoravelmente, o réu será absolvido. c) Quando eu reouver o dinheiro, pagarei a dívida. d) Quando você vir Campinas, ficará extasiado. e) Ele trará o filho, se vier a São Paulo. 10 (FUVEST) Assinale a frase que não está na voz passiva: a) O atleta foi estrondosamente aclamado. b) Que exercício tão fácil de resolver! c) Fizeram-se apenas os reparos mais urgentes. d) Escolheu-se, infelizmente, o homem errado. e) Entreolharam-se agressivamente os dois competidores. 11 (TRT) Assinale a alternativa incorreta quanto à forma verbal: a) Ele reouve os objetos apreendidos pelo fiscal. b) Se advierem dificuldades, confia em Deus. c) Se você o vir, diga-lhe que o advogado reteve os documentos. d) Eu não intervi na contenda porque não pude. e) Por não se cumprirem as cláusulas propostas, as partes desavieram-se e requereram rescisão do contrato. 69 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 12 (TRT) Indique a incorreta: a)Estão isentados das sanções legais os citados no artigo 6º. b)Estão suspensas as decisões relativas ao parágrafo 3º do artigo 2º. c)Fica revogado o ato que havia extinguido a obrigatoriedade de apresentação dos documentos mencionados. d)Os pareceres que forem incursos na Resolução anterior são de responsabilidade do Governo Federal. e)Todas estão incorretas. 13 (FUVEST) Assinale a frase em que aparece o pretérito- mais-que-perfeito do verbo ser: a) Não seria o caso de você se acusar? b) Quando cheguei, ele já se fora, muito zangado. c) Se não fosses ele, tudo estaria perdido. d) Bem depois se soube que não fora ele o culpado. e) Embora não tenha sido divulgado, soube-se do caso. RESPOSTA 1‑B 2‑E 3‑E 4‑D 5‑B 6‑C 7‑D 8‑E 9‑B 10‑E 11‑D 12‑A 13‑D SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Frase – Oração – Período A análise sintática examina a estrutura do período, divide e classifica as orações que o constituem e reconhece a função sintática dos termos de cada oração. Daremos uma idéia do que seja frase, oração, período, termo, função sintática e núcleo de um termo da oração. As palavras, tanto na expressão escrita como na oral, são reunidas e ordenadas em frases. Pela frase é que se alcança o objetivo do discurso, ou seja, da atividade lingüística: a comunicação com o ouvinte ou o leitor. Frase, Oração e Período são fatores constituintes de qualquer texto escrito em prosa, pois o mesmo compõe-se de uma seqüência lógica de idéias, todas organizadas e dispostas em parágrafos minuciosamente construídos. FRASE Frase é todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos ou sentimos. Pode revestir as mais variadas formas, desde a simples palavra até o período mais complexo, elaborado segundo os padrões sintáticos do idioma. São exemplos de frases: Socorro! Muito obrigado! Que horror! Sentinela, alerta! Cada um por si e Deus por todos. Grande nau, grande tormenta. Por que agridem a natureza? “Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos) “Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos) “Fumaça nas chaminés, o céu tranqüilo, limpo o terreiro.” (Adonias Filho) “As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Veríssimo) “Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos seus aliados brancos de além mar, tinham sido levadas em helicópteros para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo, mas este se havia sumido por completo.” (Érico Veríssimo) OBS: - As frases são proferidas com entoação e pausas especiais, indicadas na escrita pelos sinais de pontuação. - Muitas frases, principalmente as que se desviam do esquema sujeito + predicado, só pode ser entendidas dentro do contexto (= o escrito em que figuram) e na situação (= o ambiente, as circunstâncias) em que o falante se encontra. - Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem o verbo. Exemplo: Tudo parado e morto. Quanto ao sentido, as frases podem ser: Declarativas – É aquela através da qual se enuncia algo, de forma afirmativa ou negativa. Encerram a declaração ou enunciação de um juízo acerca de alguém ou de alguma coisa: Paulo parece inteligente. (afirmativa) A retificação da velha estrada é uma obra inadiável. (afirmativa) Nunca te esquecerei. (negativa) Neli não quis montar o cavalo velho, de pêlo ruço. (negativa) Interrogativas – É aquela da qual se pergunta algo, direta (com ponto de interrogação) ou indiretamente (sem ponto de interrogação). São uma pergunta, uma interrogação: Por que chegaste tão tarde? Gostaria de saber que horas são. “Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando Pessoa) “Não sabe, ao menos, o nome do pequeno?” (Machado de Assis) Imperativas – É aquela através da qual expressamos uma ordem, pedido ou súplica, de forma afirmativa ou negativa. Contêm uma ordem, proibição, exortação ou pedido: “Cale-se! Respeite este templo.” (Érico Veríssimo) (afirmativa) Não cometa imprudências. (negativa) “Vamos, meu filho, ande depressa!” (Herberto Sales) (afirmativa) “Segue teu rumo e canta em paz.” (Cecília Meireles) (afirmativa) “Não me leves para o mar.” (Vicente de Carvalho) (negativa) Exclamativas – É aquela através da qual externamos uma admiração. Traduzem admiração, surpresa, arrependimento, etc.: Como eles são audaciosos! Não voltaram mais! “Uma senhora instruída meter-se nestas bibocas!” (Graciliano Ramos) Optativas – É aquela através da qual se exprime um desejo: Bons ventos o levem! Oxalá não sejam vãos tantos sacrifícios! “E queira Deus que te não enganes, menino!” (Carlos de Laet) “Quem me dera ser como Casimiro Lopes!” (Graciliano Ramos) 70 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 Imprecativas – Encerram uma imprecação (praga, maldição): “Esta luz me falte, se eu minto, senhor!” (Camilo Castelo Branco) “Não encontres amor nas mulheres!” (Gonçalves Dias) “Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho!” (Domingos Carvalho da Silva) Como se vê dos exemplos citados, os diversos tipos de frase podem encerrar uma afirmação ou uma negação. No primeiro caso, a frase é afirmativa, no segundo, negativa. O que caracteriza e distingue esses diferentes tipos de frase é a entoação, ora ascendente ora descendente. Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser integralmente captados se atentarmos para o contexto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se explora a ironia. Pense, por exemplo, na frase “Que educação!”, usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa de pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que aparentemente diz. A entoação é um elemento muito importante da frase falada, pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão. Dependendo de como é dita, uma frase simples como “É ela.” pode indicar constatação, dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc. A mesma frase pode assumir sentidos diferentes, conforme o tom com que a proferimos. Observe: Olavo esteve aqui. Olavo esteve aqui? Olavo esteve aqui?! Olavo esteve aqui! EXERCÍCIOS 1. Marque apenas as frases nominais: a) Que voz estranha! b) A lanterna produzia boa claridade. c) As risadas não eram normais. d) Luisinho, não! 2. Classifique as frases em declarativa, interrogativa, exclamativa, optativa ou imperativa. a) Você está bem? b) Não olhe; não olhe, Luisinho! c) Que alívio! d) Tomara que Luisinho não fique impressionado! e) Você se machucou? f) A luz jorrou na caverna. g) Agora suma, seu monstro! h) O túnel ficava cada vez mais escuro.3. Transforme a frase declarativa em imperativa. Siga o modelo: Luisinho ficou pra trás. (declarativa) Lusinho, fique para trás. (imperativa) a) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos. b) Luisinho procurou os fósforos no bolso. c) Os meninos olharam à sua volta. 4. Sabemos que frases verbais são aquelas que têm verbos. Assinale, pois, as frases verbais: a) Deus te guarde! b) As risadas não eram normais. c) Que ideia absurda! d) O fósforo quebrou – se em três pedacinhos. e) Tão preta como o túnel! f) Quem bom! g) As ovelhas são mansas e pacientes. h) Que espírito irônico e livre! 5. Escreva para cada frase o tipo a que pertence: declarativa, interrogativa, imperativa e exclamativa: a) Que flores tão aromáticas! b) Por que é que não vais ao teatro mais vezes? c) Devemos manter a nossa escola limpa. d) Respeitem os limites de velocidade. e) Já alguma vez foste ao Museu da Ciência? f) Atravessem a rua com cuidado. g) Como é bom sentir a alegria de um dever cumprido! h) Antes de tomar banho no mar, deve-se olhar para a cor da bandeira. i) Não te quero ver mais aqui! j) Hoje saímos mais cedo. RESPOSTAS 1-“a” e “d” 2- a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d) optativa; e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h) declarativa 3- a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho, procure os fósforos no bolso!; c) Meninos, olhem à sua volta! 4- a/b/d/g 5- a) exclamativa; b) interrogativa; c) declarativa; d) imperativa; e) interrogativa; f) imperativa; g) exclamativa; h) declarativa; i) imperativa; j) declarativa ORAÇÃO É todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há, necessariamente, a presença do verbo. A oração encerra uma frase (ou segmento de frase), várias frases ou um período, completando um pensamento e concluindo o enunciado através de ponto final, interrogação, exclamação e, em alguns casos, através de reticências. Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes elípticos). Não têm estrutura sintática, portanto não são orações, não podem ser analisadas sintaticamente frases como: Socorro! Com licença! Que rapaz impertinente! Muito riso, pouco siso. “A bênção, mãe Nácia!” (Raquel de Queirós) Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos ou as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração desempenha uma função sintática. Geralmente apresentam dois grupos de palavras: um grupo sobre o qual se declara alguma coisa ( o sujeito), e um grupo que apresenta uma declaração (o predicado), e, excepcionalmente, só o predicado. Exemplo: A menina banhou-se na cachoeira. A menina – sujeito banhou-se na cachoeira – predicado Choveu durante a noite. (a oração toda predicado) 71 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É normalmente o “ser de quem se declara algo”, “o tema do que se vai comunicar”. O predicado é a parte da oração que contém “a informação nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere ao sujeito, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é “O amor”. A declaração referente a “o amor”, ou seja, o predicado, é “é eterno”. Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é “Os rapazes”, que identificamos por ser o termo que concorda em número e pessoa com o verbo “jogam”. O predicado é “jogam futebol”. Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essência de sua significação. Nos exemplos seguintes, as palavras amigo e revestiu são o núcleo do sujeito e do predicado, respectivamente: “O amigo retardatário do presidente prepara-se para desembarcar.” (Aníbal Machado) A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas. Os termos da oração da língua portuguesa são classificados em três grandes níveis: • Termos Essencias da Oração: Sujeito e Predicado. • Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Agente da Passiva). • Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo. Termos Essenciais da Oração São dois os termos essenciais (ou fundamentais) da oração: sujeito e predicado. Exemplos: Sujeito Predicado Pobreza não é vileza. Os sertanistas capturavam os índios. Um vento áspero sacudia as árvores. Sujeito - É equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto estilístico (o tópico da sentença). Já que o sujeito é depreendido de uma análise sintática, vamos restringir a definição apenas ao seu papel sintático na sentença: aquele que estabelece concordância com o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal, o núcleo é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é sempre um nome. Então têm por características básicas: • estabelecer concordância com o núcleo do predicado; • apresentar-se como elemento determinante em relação ao predicado; • constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo ou, ainda, qualquer palavra substantivada. Exemplos: A padaria está fechada hoje. está fechada hoje: predicado nominal fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado a padaria: sujeito padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular Nós mentimos sobre nossa idade para você. mentimos sobre nossa idade para você: predicado verbal mentimos: verbo = núcleo do predicado nós: sujeito No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante, ao passo que o predicado é o termo determinado. Essa posição de determinante do sujeito em relação ao predicado adquire sentido com o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma sentença sem sujeito, mas nunca uma sentença sem predicado. Exemplos: As formigas invadiram minha casa. as formigas: sujeito = termo determinante invadiram minha casa: predicado = termo determinado Há formigas na minha casa. há formigas na minha casa: predicado = termo determinado sujeito: inexistente O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma nominal , isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto (eu, tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa, sua representação pode ser feita através de um substantivo, de um pronome substantivo ou de qualquer conjunto de palavras, cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo. Exemplos: Eu acompanho você até o guichê. eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa Vocês disseram alguma coisa? vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa Marcos tem um fã-clube no seu bairro. Marcos: sujeito = substantivo próprio Ninguém entra na sala agora. ninguém: sujeito = pronome substantivo O andar deve ser uma atividade diária. o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de oração substantiva subjetiva: É difícil optar por esse ou aquele doce... É difícil: oração principal optar por esse ou aquele doce: oração substantiva subjetiva 72 Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA BANCO DO BRASIL 01/2011 O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos: O sino era grande. Ela tem uma educação fina. Vossa Excelência agiu como imparcialidade. Isto não me agrada. Morrer pela pátria é glorioso. “Ouvia-se