Buscar

A_histria_seguro_no_Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

1 
A HISTÓRIA DO SEGURO NO BRASIL 
Material didático da disciplina DDA0002/UFRN, preparado com base em 2 fontes: 
SOUZA, Silney. Seguros: contabilidade, atuária e auditoria. 2. ed. rev. e atual. São 
Paulo: Saraiva, 2009 e site da SUSEP (http://www.susep.gov.br/menu/a-susep/historia-
do-seguro?_ga=2.220284120.1909522762.1594474428-2049304509.1594474428) 
INTRODUÇÃO 
A atividade seguradora no Brasil teve início com a abertura dos portos ao comércio 
internacional, em 1808. A primeira sociedade de seguros a funcionar no país foi a 
"Companhia de Seguros BOA-FÉ", com sede na Bahia, em 24 de fevereiro daquele ano, 
que tinha por objetivo operar no seguro marítimo. Essa seguradora foi findada com a 
chegada da corte de Portugal. 
Neste período, a atividade seguradora era regulada pelas leis portuguesas. Somente em 
1850, com a promulgação do "Código Comercial Brasileiro" (Lei n° 556, de 25 de 
junho de 1850) é que o seguro marítimo foi pela primeira vez estudado e regulado em 
todos os seus aspectos. 
O advento do "Código Comercial Brasileiro" foi de fundamental importância para o 
desenvolvimento do seguro no Brasil, incentivando o aparecimento de inúmeras 
seguradoras, que passaram a operar não só com o seguro marítimo, expressamente 
previsto na legislação, mas, também, com o seguro terrestre. A Argos Fluminense foi a 
primeira seguradora a realizar seguros terrestre no Brasil. 
O seguro de vida, até meados do século XIX, era proibido pelo Código Comercial 
Brasileiro, com exceção dos escravos que eram considerados “objetos passíveis de 
propriedade”. Em 1855, foi autorizado o funcionamento da Seguradora Tranquilidade 
que assegurava vidas de pessoas livres e escravos, sob o fundamento de que o Código 
Comercial só proibia o seguro de vida quando feito juntamente com o seguro marítimo. 
Com a expansão do setor, as empresas de seguros estrangeiras começaram a se 
interessar pelo mercado brasileiro, surgindo, por volta de 1862, as primeiras filiais de 
seguradoras sediadas no exterior. 
Estas filiais transferiam para suas matrizes os recursos financeiros obtidos pelos 
prêmios cobrados, provocando uma significativa evasão de divisas → visando proteger 
http://www.susep.gov.br/menu/a-susep/historia-do-seguro?_ga=2.220284120.1909522762.1594474428-2049304509.1594474428
http://www.susep.gov.br/menu/a-susep/historia-do-seguro?_ga=2.220284120.1909522762.1594474428-2049304509.1594474428
 
 2 
os interesses econômicos do País, foi promulgada, em 5 de setembro de 1895, a Lei n° 
294, dispondo exclusivamente sobre as companhias estrangeiras de seguros de vida, 
determinando que suas reservas técnicas fossem constituídas e tivessem seus recursos 
aplicados no Brasil, para fazer frente aos riscos aqui assumidos. 
Algumas empresas estrangeiras mostraram-se discordantes das disposições contidas no 
referido diploma legal e fecharam suas sucursais. 
O mercado segurador brasileiro já havia alcançado desenvolvimento satisfatório no final 
do século XIX. Contribuíram para isso, em primeiro lugar, o Código Comercial, 
estabelecendo as regras necessárias sobre seguros marítimos, aplicadas também para os 
seguros terrestres e, em segundo lugar, a instalação no Brasil de seguradoras 
estrangeiras, com vasta experiência em seguros terrestres. 
A CRIAÇÃO DA SUPERINTENDÊNCIA GERAL DE SEGUROS 
O Decreto n° 4.270, de 10/12/1901, e seu regulamento anexo, conhecido como 
"Regulamento Murtinho", regulamentaram o funcionamento das companhias de seguros 
de vida, marítimos e terrestres, nacionais e estrangeiras, já existentes ou que viessem a 
se organizar no território nacional. 
O Regulamento Murtinho criou a "Superintendência Geral de Seguros", subordinada 
diretamente ao Ministério da Fazenda. 
Superintendência → concentrou todas as questões atinentes à fiscalização de seguros, 
antes distribuídas entre diferentes órgãos. 
Posteriormente, em 12 de dezembro de 1906, através do Decreto n° 5.072, a 
Superintendência Geral de Seguros foi substituída por uma Inspetoria de Seguros, 
também subordinada ao Ministério da Fazenda. 
O CONTRATO DE SEGURO NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO 
Foi em 1º de janeiro de 1916 que se deu o maior avanço de ordem jurídica no campo do 
contrato de seguro, ao ser sancionada a Lei n° 3.071, que promulgou o "Código Civil 
Brasileiro", com um capítulo específico dedicado ao "contrato de seguro". Os preceitos 
formulados pelo Código Civil e pelo Código Comercial passaram a compor, em 
conjunto, o que se chama Direito Privado do Seguro. 
 
 3 
Esses preceitos fixaram os princípios essenciais do contrato e disciplinaram os direitos e 
obrigações do segurado e do segurador, de modo a evitar e dirimir conflitos entre os 
interessados. 
Foram esses princípios fundamentais que garantiram o desenvolvimento da instituição 
do seguro. 
 
SURGIMENTO DA PRIMEIRA EMPRESA DE CAPITALIZAÇÃO 
A primeira empresa de capitalização do Brasil foi fundada em 1929, chamada de "Sul 
América Capitalização S.A". Entretanto, somente 3 anos mais tarde, em 10 de março de 
1932, é que foi oficializada a autorização para funcionamento das sociedades de 
capitalização através do Decreto n° 21.143, posteriormente regulamentado pelo Decreto 
n° 22.456, de 10 de fevereiro de 1933, também sob o controle da Inspetoria de Seguros. 
CRIAÇÃO DO DNSPC 
Em 28 de junho de 1933, o Decreto n° 22.865 transferiu a "Inspetoria de Seguros" do 
Ministério da Fazenda para o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. 
No ano seguinte, através do Decreto n° 24.782, de 14/07/1934, foi extinta a Inspetoria 
de Seguros e criado o Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização -
DNSPC, também subordinado àquele Ministério. 
PRINCÍPIO DE NACIONALIZAÇÃO DO SEGURO 
Com a promulgação da Constituição de 1937 (Estado Novo), foi estabelecido o 
"Princípio de Nacionalização do Seguro", já preconizado na Constituição de 1934. Em 
consequência, foi promulgado o Decreto n° 5.901, de 20 de junho de 1940, criando os 
seguros obrigatórios para comerciantes, industriais e concessionários de serviços 
públicos, pessoas físicas ou jurídicas, contra os riscos de incêndios e transportes 
(ferroviário, rodoviário, aéreo, marítimo, fluvial ou lacustre), nas condições 
estabelecidas no mencionado regulamento. 
CRIAÇÃO DO INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL - IRB 
 
 4 
 Em 1939, foi criado o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), através do Decreto-lei 
n° 1.186, de 3 de abril de 1939. O objetivo do IRB que detinha o monopólio do 
resseguro (seguro do seguro) e dos mecanismos de cosseguro (repartir riscos com outras 
seguradoras) e retrocessão (resseguro de um resseguro), era fortalecer as seguradoras 
nacionais por meio de pulverização do risco em resseguro automático e reter no Brasil 
atividades de resseguros feitas em outros países. 
As sociedades seguradoras ficaram obrigadas, desde então, a ressegurar (seguro do 
seguro) no IRB as responsabilidades que excedessem sua capacidade de retenção 
própria, que, através da retrocessão (resseguro do resseguro), passou a compartilhar o 
risco com as sociedades seguradoras em operação no Brasil. Com esta medida, o 
Governo Federal procurou evitar que grande parte das divisas fosse consumida com a 
remessa, para o exterior, de importâncias vultosas relativas a prêmios de resseguros em 
companhias estrangeiras. 
É importante reconhecer o saldo positivo da atuação do IRB, propiciando a criação 
efetiva e a consolidação de um mercado segurador nacional, ou seja, 
preponderantemente ocupado por empresas nacionais, sendo que as empresas com 
participação estrangeira deixaram de se comportar como meras agências de captação de 
seguros para suas respectivas matrizes, sendo induzidas a se organizar como empresas 
brasileiras, constituindo e aplicando suas reservas no País. 
CRIAÇÃO DA SUSEP 
Em 1966, através do Decreto-lei n° 73, de 21 de novembro de 1966, foram reguladas 
todas as operações de segurose resseguros e instituído o Sistema Nacional de Seguros 
Privados (SNSP) que tinha como objetivo coordenar a política de seguros e preservar a 
liquidez das seguradoras. 
O SNSP é constituído por um orgão normativo - Conselho Nacional de Seguros 
Privados (CNSP) – e dois executivos: a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) 
que é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, 
previdência privada aberta, capitalização e resseguro; Instituto de Resseguros do Brasil 
(IRB). 
O Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização - DNSPC -foi 
substituído pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP -entidade autárquica, 
 
 5 
dotada de personalidade jurídica de Direito Público, com autonomia administrativa e 
financeira, jurisdicionada ao Ministério da Indústria e do Comércio até 1979, quando 
passou a estar vinculada ao Ministério da Fazenda. 
Em 28 de fevereiro de 1967, o Decreto n° 22.456/33, que regulamentava as operações 
das sociedades de capitalização, foi revogado pelo Decreto-lei n° 261, passando a 
atividade de capitalização a subordinar-se, também, a numerosos dispositivos do 
Decreto-lei n° 73/66. Adicionalmente, foi instituído o Sistema Nacional de 
Capitalização, constituído pelo CNSP, SUSEP e pelas sociedades autorizadas a operar 
em capitalização. 
SUSEP- órgão controlador e fiscalizador da constituição e funcionamento das 
sociedades seguradoras e entidades abertas de previdência privada. Apura a 
responsabilidade e penaliza corretores de seguros que atuem culposa ou dolosamente 
em prejuízo das seguradoras ou do mercado, a SUSEP assume, pela primeira vez no 
Brasil, a tutela direta dos interesses dos consumidores de seguros. 
O IRB, que até então praticamente exercera funções hegemônicas na definição dos 
modos de operação de seguros no Brasil, passa a dividir com a SUSEP algumas 
atribuições que, embora distintas nos termos da legislação, por quase duas décadas 
acabaram se superpondo em importantes aspectos. 
Assumindo na plenitude suas funções de reguladora do mercado segurador, a SUSEP: 
✓ Implanta o sistema de audiência pública e aberta a todos os segmentos, para a 
formulação de medidas gerais e tomada de decisões. 
✓ Promove a desregulação gradual da atividade seguradora, e atendendo a 
expresso desejo das empresas, que pediam mais liberdade para suas operações, 
dá autonomia à criação de produtos. 
✓ Estimula a formação de empresas regionais. 
✓ Modifica os critérios e requisitos para aplicação de reservas técnicas em ativos 
mobiliários. 
✓ Acaba com a exigência de carta-patente (documento oficial que garante um 
direito, um monopólio ou um ofício) para o funcionamento das seguradoras. 
 
 6 
✓ E para enfrentar a realidade da inflação que corroia valores segurados, promove 
a indexação dos contratos, que passam a ser atualizados com base na correção 
monetária. 
Estavam criadas as condições de liberdade e realismo contratual, que possibilitariam o 
crescimento do mercado num ambiente de justa e desejável concorrência. 
A CONSTITUIÇÃO DE 88, A CARTA DE BRASÍLIA E O PLANO DIRETOR 
DO MERCADO 
No processo de discussão da proposta de texto constitucional de 1988, as empresas 
seguradoras acabaram por conseguir alguns avanços discretos. Nos termos do Art. 21, 
item VIII da Constituição Federal, tinham ultrapassado os limites estritos da seguridade 
e evoluído para o de investidores institucionais, passando a integrar o sistema financeiro 
nacional, ao lado das demais instituições que, desde então, aguardam a regulamentação 
de suas atividades, previstas no art.192 da Constituição. 
Quatro anos depois, em cerimônia de posse de sua Presidência, a Fenaseg 1( Federação 
Nacional das Empresas de Seguros Privados, fundada desde 1951) dá publicidade a uma 
declaração de princípios norteadores da atividade seguradora, a Carta de Brasília. 
Primeira manifestação conjunta e consensual das empresas de seguro, publicamente 
apresentada como plataforma de demandas e propostas ao Governo, a Carta se construía 
em torno de três princípios: compromisso com a economia de mercado e a livre 
competição, responsabilidade econômica e social do setor de seguros diante dos agentes 
produtivos e da população brasileira, e opção pela modernidade que se baseia na 
experiência do próprio mercado, cuja voz deve ser mais ouvida. 
Como propostas de mudanças, a Carta enfatizava a necessidade da ampliação da 
imagem pública do seguro, a desregulamentação do setor, a colaboração com o Governo 
 
1 É uma associação sindical, para f ins de estudo, coordenação, proteção e 
representação legal do setor de seguros, previdência complementar aberta e capitalização. A 
FENASEG congrega os oito sindicatos de seguros privados, estabelecidos nos Estados da 
Bahia, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina 
e São Paulo. Estas empresas respondem por 99,2% da arrecadação do mercado de seguros, 
previdência complementar aberta e capitalização. 
 
 7 
em assuntos e operacionalização da previdência no Brasil, a desestatização do seguro de 
acidente de trabalho, e maior liberdade na operação do seguro-saúde. 
Dois meses após a Carta de Brasília, numa ação conjunta do IRB, SUSEP e Secretaria 
de Política Econômica, é lançado um Plano Diretor do Sistema de Seguros, 
Capitalização e Previdência Complementar. Esse documento reafirmava a importância 
da desregulamentação do setor, e apresentava propostas de modernização da atividade 
seguradora: política de liberação de tarifas, controle de solvência das empresas, abertura 
do setor ao capital estrangeiro, redefinição do papel do corretor, reestruturação do IRB 
com a gradual redução do monopólio do resseguro até sua final extinção, retorno do 
seguro de acidente de trabalho ao setor privado, e regulamentação de novas 
modalidades de seguros, como o de crédito agrícola e crédito à exportação. 
 INTERNACIONALIZAÇÃO DO MERCADO: OS NOVOS TEMPOS 
Repercutindo as propostas constantes da Carta de Brasília e do Plano Diretor do Sistema 
de Seguros, Capitalização e Previdência Complementar, duas importantes medidas, de 
natureza legal e administrativa, marcam a história do seguro no Brasil no ano de 1996: a 
liberação da entrada de empresas estrangeiras no mercado, e a quebra do monopólio 
ressegurador do IRB. 
A primeira, consubstanciada num parecer da Advocacia Geral da União, em resposta a 
consulta do Ministro da Fazenda sobre a possibilidade de autorização para o 
funcionamento de empresa seguradora estrangeira nos ramos vida/previdência → 
decidiu como inconstitucional a Resolução CNSP nº 14/86, que impedia que o capital 
estrangeiro participasse com mais de 50% do capital ou um terço das ações de 
seguradora brasileira, o Parecer GO-104 foi o respaldo legal para que, imediatamente, 
mais de 20 empresas estrangeiras entrassem no Brasil a partir de junho de 1996. 
A segunda medida consta da Emenda nº 13 feita à Constituição federal, e recebeu 
declarado acolhimento pelo Governo e apoio da Fenaseg, ao por fim ao monopólio do 
resseguro pelo IRB, e ao dar nova redação ao Art. 192, item II do texto constitucional. 
Com mais resseguradoras no país o risco da operação de seguros pode diminuir, 
proporcionando às seguradoras a possibilidade de redução do prêmio das apólices. 
Essa abertura do mercado brasileiro às seguradoras estrangeiras mantém estrita sintonia 
com a tendência de globalização dos mercados, que nos últimos anos vem ocorrendo em 
 
 8 
escala planetária. Trata-se de um processo que, abrangendo o mundo inteiro, induz à 
quebra das barreiras e dos isolamentos geográficos, e ao surgimento de um novo quadro 
de relações produtivas, em que o capital a cada dia torna-se menos político e mais 
financeiro que nunca. E o Brasil, pelo porte de sua economia, desponta com irresistível 
apelo aos capitais globalizados, e tem sabido aproveitar essa vantagemconjuntural: 
somente em 1998 o país recebeu mais de U$ 28,7 bilhões em investimentos estrangeiros 
diretos. 
Efeitos da abertura do mercado segurador ao capital externo → acentuada 
movimentação institucional e inúmeros processos de fusões de seguradoras brasileiras e 
estrangeiras → a participação dessas empresas no total de prêmios arrecadados no 
Brasil, que em 1994 representava apenas 4,16%, sobe para 6,33% em 1996, 17,94% em 
1997, e 21,12% no primeiro semestre de 1998. 
DESENVOLVIMENTO DO MERCADO SEGURADOR 
Em épocas de inflação alta, a moeda desvalorizava-se tanto que mesmo a correção 
monetária das apólices não era suficiente para repor os bens sinistrados. A ilusão do 
ganho e a desvalorização das coisas invertia a ordem de valor dos bens, possibilitando 
ao proprietário de um veículo, por exemplo, repô-lo, sem necessitar de um seguro para 
pagar a indenização no caso de uma perda total. 
O Plano Real causou uma explosão dos seguros no Brasil. Consumidores antes 
esquecidos e com baixo poder de compra, principalmente no que se refere ao um 
produto intangível como o seguro, foram trazidos pela estabilidade econômica para o 
mercado de seguros, assim como para muitos outros. Isso gerou um incremento 
significativo no faturamento do setor e uma nova cultura de consumo e poupança no 
país, trazendo de volta a oportunidade de investir a médio e longo prazo. 
A evolução dos seguros no Brasil passa pela conscientização da importância do seguro 
pelas classes média e baixa. A classe média, antes preocupada em apenas proteger seu 
automóvel, vem aumentando gradualmente seu interesse em seguros para patrimônios, 
saúde e vida. Já a classe baixa procura apólices com coberturas simples e de custo 
baixo. 
 
 9 
Com o Plano Real, o seguro vem crescendo a taxas altíssimas, a taxa média de 
crescimento era em torno de 3% ao ano em 1990, e em 1999 esse valor passou para 
7,7%. 
Mercados promissores: seguros de vida, previdência privada, resseguros e acidentes 
pessoais do trabalho. 
Participação do mercado de seguros no PIB → 1% antes e de 1994. O setor teve em 
2018 uma participação de 3,6% no produto interno bruto (PIB), com potencial para 
atingir valores da ordem de 6% a 10% - valores observados em países com mercado 
segurador maduro. Registre-se que o mercado de seguros no Brasil, de acordo com a 
publicação “World Insurance in 2017” (Swiss Re Institute), ocupa a 12ª posição no 
ranking mundial, em termos de emissão de prêmios totais (vida e não vida). 
A participação do seguro no PIB é importante não só para o setor como para a própria 
economia do país → porque gera empregos, dá segurança, garante renda, bens e 
propriedades, e as reservas técnicas (os recursos que as seguradoras acumulam para 
garantir o pagamento de indenizações aos segurados) são reinvestidas no mercado 
gerando um efeito multiplicador que dinamiza a produção do país.

Continue navegando

Outros materiais