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1 Centro Universitário Leonardo da Vinci Curso Bacharelado em Serviço Social BEATRIZ MARQUES DE LIMA (FF05682) SITUAÇÃO DA POPULAÇÃO DE RUA: (Abordagem Social) MANAUS 2021 CIDADE ANO 2 BEATRIZ MARQUES DE LIMA SITUAÇÃO DA POPULAÇÃO DE RUA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de TCC – do Curso de Serviço Social – do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. Nidya Soares de Menezes - Orientadora MANAUS 2021 3 SITUAÇÃO DA POPULAÇÃO DE RUA POR BEATRIZ MARQUES DE LIMA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de TCC – do Curso de Serviço Social – do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. ___________________________________________ Presidente: Prof. Nidya Soares de Menezes – Orientadora Local ____________________________________________ Membro: Elizangela Barros da Silva - Supervisor de Campo ____________________________________________ Membro: - Profissional da área MANAUS Data da Realização da Banca 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus filhos João Victor Marques de Lima da Luz, Milena Deonicia Lima Carvalho que estão presentes me incentivando, me impulsionando e apoiando-me em cada momento da minha vida. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, pela oportunidade de construir a minha história por dias melhores, pela inteligência, sabedoria, saúde e força para superar as adversidades que aparecem na vida humana. Agradeço aos meus pais, os meus filhos e aos meus irmãos, por todo o apoio que me deram amor que dedicaram a mim. Por ser uma família que transmite muita energia, alegria e que me inspira a seguir em frente todos os dias da minha vida. VOCÊS SÃO MEU PORTO SEGURO! Ao meu e grande amigo Paulo Oliveira que me deu um suporte financeiro e teve uma nobre atitude de reconhecer o meu perfil social, me incentivando a continuar nessa nobre área de auxiliar o próximo. A minha primeira tutora Maria da Glória, pelo incentivo e dedicação com a nossa turma de serviço social. Ao meu grande amigo Gérson Serrão por me auxiliar e ser paciente comigo nessa trajetória. 6 NÃO SOMOS LIXO Não somos lixo. Não somos lixo e nem bicho. Somos humanos. Se na rua estamos é porque nos desencontramos. Não somos bicho e nem lixo. Nós somos anjos, não somos o mal. Nós somos arcanjos no juízo final. Nós pensamos e agimos, calamos e gritamos. Ouvimos o silêncio cortante dos que afirmam serem santos. Não somos lixo. Será que temos alegria? Às vezes sim... Temos com certeza o pranto, a embriaguez, A lucidez dos sonhos da filosofia. Não somos profanos, somos humanos. Somos filósofos que escrevem Suas memórias nos universos diversos urbanos. A selva capitalista joga seus chacais sobre nós. Não somos bicho nem lixo, temos voz. Por dentro da caótica selva, somos vistos como fantasmas. Existem aqueles que se assustam. Não somos mortos, estamos vivos. Andamos em labirintos. Depende de nossos instintos. Somos humanos nas ruas, não somos lixo. Carlos Eduardo (Cadu), Morador de rua em Salvador. Carlos Eduardo (Cadu), Morador de rua em Salvador 7 EPÍGRAFE MARQUES, Beatriz. População em Situação de Rua: Abordagem Social. Trabalho de Conclusão de Curso em Serviço Social – Centro Universitário Leonardo da Vince, Manaus, 2021. RESUMO O presente resumo refere-se à população em situação de rua na cidade de Manaus especificamente no Bairro do Coroado (Zona Leste), que tem uma temática relevante para a realização do meu importante Trabalho de Conclusão do - Curso - TCC no período da faculdade, perpetrando uma importante investigação qualitativa e quantitativa voltada às condições de vida e saúde de pessoas em situação de rua que são invisíveis pela sociedade na cidade de Manaus e no Brasil. Porém as Instituições ofertam esse serviço ainda é um número reduzido, tendo em vista que a demanda é grande para minimizar tal cenário, no momento contamos em Manaus apenas com um Centro de Referência Especializada para a População em situação de rua – CENTRO POP. Entretanto pude vivenciar que a Associação de Desenvolvimento e Bem Estar do Estado do Amazonas-SOCEAMA tem uma expertise com essa temática para esse público, desenvolvendo projetos, programas e atividades de desenvolvimento humano e social, nas áreas de saúde, educação, cultura, esporte, lazer, jurídica, comunicação comunitária. Todas suas ações são voltadas para uma metodologia aplicada e participativa através de um acompanhamento contínuo visando mobilizar, fortalecer e desenvolver uma conscientização com as famílias, tendo como objetivo a minimização do sofrimento, o preconceito e o estigma pela sociedade com a população em situação de rua. Pensando nessa linha de raciocínio procuramos estrategicamente ter um olhar coerente para essa problemática, tendo em vista que a grande concentração dessa população se encontra nos parâmetros da Instituição. Entretanto procurei sistematizar de forma pertinente com a realidade local, com os pés no chão, buscando mecanismos para a captação de recursos com objetivo de apoiar e implementar politicas publicas voltadas a esses indivíduos para a convivência na sociedade, mudando assim esse cenário caótico que assola as famílias, é importante desenvolver um plano de ação bem elaborado, com uma equipe multidisciplinar engajados e que possam realizar uma metodologia inovadora que consiga conscientiza-los para uma interação com a sociedade, compreendendo assim uma percepção para uma qualidade de vida. 8 Palavras Chaves: População em Situação de Rua; Sociedade; Instituição; Preconceito; Estigma. ABSTRACT This summary refers to the homeless population in the city of Manaus specifically in the Bairro do Coroado (East Zone), which has a relevant theme for the completion of my important Conclusion of the - Course - TCC in the period of college, perpetrating an important qualitative and quantitative investigation focused on the living and health conditions of people on the street who are invisible by society in the city of Manaus and in Brazil. However, the Institutions offer this service is still a small number, considering that the demand is great to minimize such scenario, at the moment we only have in Manaus a Specialized Reference Center for the homeless population - CENTRO POP. However, I was able to experience that the Amazonas State Development and Welfare Association- SOCEAMA has expertise with this theme for this audience, developing projects, programs and activities for human and social development, in the areas of health, education, culture, sports, leisure, legal, community communication. All of its actions are focused on an applied and participatory methodology through continuous monitoring aimed at mobilizing, strengthening and developing awareness with families, with the objective of minimizing suffering, prejudice and stigma by society with the homeless population. . Thinking about this line of reasoning, we strategically try to have a coherent look at this problem, considering that the large concentration of this population is within the parameters of the Institution. However, I tried to systematize pertinently with the local reality, with my feet on the ground,looking for mechanisms to raise funds in order to support and implement public policies aimed at these individuals for coexistence in society, thus changing this chaotic scenario that plagues people. Families, it is important to develop a well-designed action plan, with a multidisciplinary team engaged and able to carry out an innovative methodology that manages to make them aware of an interaction with society, thus understanding a perception for a quality of life. Key words: Homeless Population; Society; Institution; Preconception; Stigma. 9 LISTAS DE ILUSTRAÇÕES TABELA 1: VALORES MORAL E ÉTICA 23 TABELA 2: PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DA POPULAÇÃO ATENDIDA PELA INSTITUIÇÃO 30 TABELA 3: FICHA DE CADASTRO DE ASSOCIADO 33 TABELA 3: ANALISE DOS DADOS DA PESQUISA 36 10 LISTA DE SIGLAS CAPS AD Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas CENTRO POP Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua CNAS Conselho Nacional de Assistência Social CRAS Centro de Referência de Assistência Social CREAS Centro de Referência Especializado de Assistência Social IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LOAS Lei Orgânica de Assistência Social MDS Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome NOB RH Norma Operacional Básica de Recursos Humanos de Assistência Social NOB SUAS Norma Operacional Básica do Sistema único de Assistência Social PNAS Política Nacional de Assistência Social PSR População em Situação de Rua SMAS Secretaria Municipal de Assistência Social SNAS Secretaria Nacional de Assistência Social SUAS Sistema único de Assistência Social SOCEAMA Associação de Desenvolvimento e Bem Estar Social - SOCEAMA CRESS-AM Código de Ética do Serviço Social PAIF Programa de Atenção Integral à Família SEAS-AM Secretaria de assistência Social CEAS-AM Conselho Estadual de Assistência Social SEJUSC-AM Secretaria de Justiça e Direitos Humanos IGDSUAS Índice de Gestão Descentralizadas do Sistema Único de Assistência Social 11 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 13 1.1-Histórico do serviço social 13 1.2-Código de Ética Profissional 14 1.3-O que é Serviço Especializado em Abordagem Social 14 1.4-Normativas para população em situação de Rua 15 1.5-Onde vive a população em situação de Rua 16 1.6 Como vive a população em situação de Rua 17 1.7 Quais os Direitos da população em situação de rua 17 2. APRESENTAÇÃO DO TEMA 21 3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL 22 3.1. Questão Social 23 3.2 Como vivem a população em situação de rua 25 4. JUSTIFICATIVA 27 4.1. Histórico Institucional 28 4.2.Área de atuação, objetivos e finalidade 29 4.3 Demandas atendidas pela a Instituição 30 4.4 Principais características da população em situação de rua atendida pela a Instituição 28 5. OBJETIVOS DAS PESQUISAS 30 5.1. Objetivo Geral 31 5.2. Objetivo Especifico 31 6. METODOLOGIA DE PESQUISAS 32 7. ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA 35 7.1. APRESENTAÇÃO DOS DADOS 37 7.2. ANÁLISE DOS DADOS 37 12 7.3. RESULTADOS: 37 7.4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 37 8. CONCLUSÕES 38 REFERÊNCIAS 39 APÊNDICES 43 ANEXOS 46 13 1 INTRODUÇÃO Por que existe tal realidade sofrida pela população em situação de rua? Quais as verdadeiras causas? Na busca por respostas, faço uma breve reflexão incógnita da vida. Nesse relato de questionamento apresento o Projeto de Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) introduzindo a abordagem social que estará norteando o cenário social dentro de uma complexidade que envolve diversos segmentos que desestruturam as famílias e como consequência tem um leque de situações como: desemprego, individualidade, indiferenças no convívio familiar, drogas, uso de álcool, desigualdade econômica e social. A população em situação de rua ao longo do tempo, vivem em uma busca de sobrevivência no dia a dia, lutando, sofrendo, acreditando na esperança de sair dessa situação de carência, penúria, dessa falta de humanidade. Ressalto ainda, sobre o sonho de moradia como uma garantia de direitos. Neste artigo, pesquisaram os meios causadores que levaram as pessoas estarem nas ruas. Os estudos com pessoas em situação de rua são cada vez mais escassos, mas temos alguns artigos científicos e pesquisas de caráter censitário com aspectos metodológicos que ajudaram futuramente os programas de politicas publicas voltada a esse público alvo. 1.1. HISTÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL A HISTÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL SURGIU NA DECADA DE 1930. Nesse período, o país passava por um período turbulento, com diversas manifestações da classe trabalhadora, que reivindicava por melhoria de condiçõesde trabalho. Com a pressão, do governo decide controlar através da criação os mecanismo de estudo com ministério do trabalho de serviço social no Brasil. Assim surgiu em 1936 a primeira Escola em São Paulo, coordenada por Albertina Ferreira Ramos e Maria Kiehl, ambas sócias do Centro de Estudo de Ação Social, vinculado a Igreja Católica. Ao longo do período a Igreja passou a ofertar uma formação especifica para jovens, moças das famílias tradicionais daquela época com intuito de exercer ações filantrópicas. Nos anos de 1940 a 1950, o Serviço Social Brasileiro passou a receber grande influência Americana, sendo assim marcado pelo tecnicismo. Nos anos seguintes de 1960 a 1970, deu início a um movimento de renovação da profissão do serviço social no Brasil. Naquele período o tradicionalismo profissional era do conservadorismo. No final da década ocorreu 14 uma virada no Congresso, que foi um divisor para o serviço social no Brasil. A partir desse evento a profissão se tornou laica e fazer parte das ciências sociais. Acreditamos a ser importante, quando estudamos a História do Serviço Social, aprofundamos as pesquisas de estudo sobre a presença e o papel dos diferentes protagonistas, atores políticos para ativação da continuidade do Serviço Social. A participação feminina nessa história foi fundamental nos caminhos percorridos visivelmente por mulheres pioneiras. 1.2. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL Com base no Código de Ética Profissional do Serviço Social aprovado em 17 de março de 1993, com as alterações introduzidas pelas Resoluções CFESS Nº 290/94 e 93. O campo de conhecimento de ação do serviço social remete, desde sua institucionalização, para as questões da desigualdade social e dos grupos que compõem a sociedade, isso tem implicações nas funções do Estado, no contato social, que substitui os valores de responsabilidade social. Na sua emergência, a interferência do serviço social esta associada, onde a comunidade, a solidariedade e a identidade decorrida dos princípios do dever moral. Neste contexto de mudança de valores, cabe ao serviço social estar atento, refletir, criticar e definir táticas de atuação as condições de desigualdade social, é fundamental outra percepção para além do dever, são necessárias abordagens renovadas dos parâmetros da capacidade profissional, que efetivam a garantia de direitos dos indivíduos com autonomia e liberdade, deveres e obrigações, através da ética como reza código profissional. 1.3 O QUE É SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ABORDAGEM SOCIAL! Segundo a tipificação nacional de serviços sócios assistenciais (2009), o serviço em abordagem social é ofertado de forma continua e programada com a finalidade de assegurar a busca ativa de forma ordenada a abordagem social. A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) foi criada em 2004 com o objetivo de nortear as ações do governo, definindo diretrizes, princípios, estratégias e instrumentos para gestão das atividades sociais, além de apresentar ideias para a construção e consolidação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). O SUAS, criado com a finalidade de tornar a Política de Assistência Social mais competente e eficaz, proporcionando uma organização político administrativa visando 15 organizar as ações sociais. A proteção social da assistência social está constituída, em seguranças, sejam elas de acolhida, de convívio familiar, geração de renda e desenvolvimento de autonomia. As instituições públicas estatais que acolhem essa população são denominadas CRAS (Centro de Referência da Assistência Social), que usualmente ofertam a assistência social básica e os CREAS (Centro de Referência Especializado da Assistência Social), que prestam serviço de proteção especial de média complexidade. 1.4 NORMATIVAS PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA O Ministério do Desenvolvimento Social e combate à Fome, tem em suas diretrizes nove normativas básicas destinadas à População em Situação de Rua, apresentadas em seu documento sobre orientações a respeito dos CREAS e sobre os serviços particularizados para as pessoas que se encontram situação de rua. Essas normativas visam um melhor atendimento e assegurar os direitos dessa população como cidadãos. A partir disso, foram destacadas e apresentadas algumas delas a seguir: A Política Nacional de Assistência Social distingue a necessidade de assistência que a População de rua possui. Segundo a Instituição “no caso da proteção social especial, à população em situação de rua serão priorizados os serviços que possibilitem a organização de um novo projeto de vida, visando criar condições para adquirirem referências na sociedade brasileira, enquanto sujeitos de direitos” (PNAS, 2004, p.37 apud MDS). A PNAS é regida pelos princípios de: I. – Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; II. – Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; III. – Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade; IV. – Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas rurais; V. – Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão. (PNAS, 2004, p. 33) A PNAS visa o enfrentamento às desigualdades sociais, a garantia dos direitos sociais, a profusão de condições para atender incidentes sociais e a universalização dos direitos sociais. (PNAS, 2004). Ela objetiva: 16 Prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e, ou, especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem. Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços sócio assistenciais básicos e especiais, em áreas urbana e rural.. Assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária. (PNAS, 2004, p. 34) LEI Nº 11.258, DE 2005, INCLUINDO PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 23 DA LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (LOAS) Essa Lei parte do princípio de que deverão ser criados nos serviços sociais, programas destinados especialmente às pessoas em situação de rua. DECRETO S/Nº, DE 25 DE OUTUBRO DE 2006 Institui um grupo coordenado pelo próprio MDS denominado Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), que tem por finalidade elaborar e apresentar estudos e propostas de políticas públicas que visam a inclusão social da População em Situação de Rua. PORTARIA MDS Nº 381, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2006, DO MDS Essa portaria garante recursos para apoio às ofertas de serviço destinadas à população em situação de rua, por meio de recursos financiados pelo governo federal. 1.5 ONDE VIVE A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA? “Veem em nós apenas objetos, uma espécie de coisa que está ali e que pode ser removida a qualquer momento para um lado e para outro... por vezes somos alvo de projetos, tratados como se fôssemos uma ponte ou uma obra qualquer que precisa de licitação, aprovação, entre outras burocracias”. Eles vivem nos lugares públicos, por que sobrou do sistema econômico, excluídos dos seus direitos, não conseguem se encaixar no cruel modelo de produção e distribuição de bens e riquezas. Pernoitam em albergues na maioria das vezes considerados verdadeiros armazéns humanos. Os moradores de rua ocupam os vãos e desvãos das cidades: ruas e becos, viadutos e pontes, praças e marquises e rodoviárias. 17 1.6 COMO VIVE A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA?“É o que eu acho, que eu faço parte de outra sociedade. Você faz parte de uma, eu faço parte de outra. Porque agora você vai sair daqui, você vai deitar no seu colchãozinho. Não vai? Não vai tomar o seu banhinho? Eu não vou poder. Se eu quiser, eu vou ter que ir lá no BG: “chuuu!” Água gelada. Certo? [...] Você vive, eu vegeto. Eu estou tentando e é o que acontece com todo mundo, você tenta se manter vivo. [...] Agora, já, já você vai sair daqui, não vai? Eu vou deitar ali. Eu faço parte da cidadania? Não, eu sou um número a mais. Eu sou um zero à esquerda. Porque eu acho que nem no IBGE eu estou passando. Então, é triste. É a realidade, mas é triste. Entendeu? Nem no IBGE.” Entendo que como vivem sem os seus direitos, mesmo assim, eles lutam à exclusão pela sobrevivência no dia a dia, na esperança, na fé de dias melhores. Estão em toda a cidade, mas a cidade não os enxerga. São invisíveis em meio as pessoas. É como se houvesse uma parede invisível, fazendo a divisão ou separando duas cidades. Uma, onde tudo é possível. Outra, onde tudo é negado: proteção, privacidade, água, alimentação, aconchego, banho. São estigmatizados, sofrendo todo tipo de preconceito “higienizadoras”, que têm como objetivo “limpar” a cidade, expulsando os moradores de rua de todos os lugares. A população em situação de rua se caracteriza por ser um grupo populacional heterogêneo, composto por pessoas com diferentes realidades, mas que têm em comum a condição de pobreza absoluta, vínculos interrompidos ou fragilizados e falta de habitação. Conforme definição da Secretaria Nacional de Assistência Social, Imenso é o reflexo do descaso com a exclusão social desse público tão vulnerável, que estão a mercê da própria sorte nas ruas, calçadas, praças públicas e marquises de lojas, algumas dessas pessoas em situação de rua têm dentro de si a fé, a esperança de que as esferas do estado possam ter olhar de âmparo, um anseio de mudar esse cenário social desse povo que é tão sofrido pelas circunstâncias em suas vidas. “A rua, concreta, discreta Nos mostra a frieza da sociedade E a tristeza de um povo esquecido.” (Trecho do Poema “A Rua” de Mariana Zayat Chammas) 1.7 QUAIS OS DIREITOS DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA? 18 Toda pessoa que mora na rua tem direito à vida com saúde, trabalho, educação, segurança, moradia, assistência social e lazer. Em 1948, esses direitos foram reconhecidos por vários países, na Declaração Universal de Direitos Humanos. _______________________________________ Cartilha do morador de rua. http://www.mpsp.mp.br › page › pessoasrua › pes_cartilhas Felizmente, nos últimos anos tem-se observado um amadurecimento nas investigações relativas a esta população. Começaram a ser realizadas pesquisas de caráter mais estritamente censitário, envolvendo e permitindo o desenvolvimento de conceitos e metodologias aplicadas, que subsidiaram as politicas públicas, mensuraram e aprofundaram o conhecimento deste grupo social. Neste sentido, vários municípios procuraram realizar seus censos, porém, cada acabou por desenvolver conceitos e metodologias próprias. por Frederico Poley Martins (1998- 2005,p.2) 19 Nesse sentido o tema apresentado foi motivado há mais dez anos em um natal solidário no centro de Manaus, era uma ação para ajudar a população em situação de rua, a partir desse envolvimento de mobilização social, senti dentro de mim a necessidade de ajudar aquelas pessoas em vulnerabilidade social, então a partir daquele momento decide ajuda-los, mais senti a necessidade de fazer uma graduação que pudesse nortear acerca dessa problemática social local, então senti na pele, pois percebi que não é só doar, roupas, alimentos, e sim dar afeto, dedicação, se envolver humanitariamente. Imagem: Google O reflexo negativo desnorteador mostra que a população em situação de rua é taxada como pessoas invisíveis, com isso percebi à necessidade da participação dos profissionais multidisciplinar, para desenvolver plano de ações para abolir o preconceito e o estigma da população em situação de rua tão assolado pela omissão das politicas públicas. A partir disso, o objetivo geral deste Trabalho de Conclusão do - Curso - TCC é sinalizar quais os fatores que geram esse sentimento de preconceito e estigma da população em situação de rua. Assim sendo, proponho aqui um trabalho que tem como objetivos específicos, colaborar para a desconstrução do paradigma quanto aos moradores em situação de rua; conscientizar o sentimento de aceitar quanto à realidade dessas pessoas; propor uma roda de conversa para extinguir o preconceito e a exclusão social; fortalecer os vínculos familiares para o convívio social. 20 Os diversos aspectos desse cenário atualmente são comuns na vida desses seres invisíveis pela sociedade, propõem-se estrategicamente fazer uma abordagem social orientadora, dinâmica e participativa, visando coletar dados para subsidiar informações para que possam ser elaboradas futuras parcerias com as Organizações do Terceiro Setor – OSC’s, tendo em vista que os equipamentos ofertados para esse público é precária para a execução dos objetivos do plano de ação, e das estratégias aqui descritas para diminuir o impacto dessa população tão vulnerável e esquecida por todos. A metodologia aplicada foi através de entrevistas com 100% Homens estavam alterados devido ao uso de alguma substancia química, nesse contexto só foi possível entrevistar 20 pessoas, pois o nível de tolerância é baixo e eles não gostam de muitas perguntas se irritam facilmente; à analise dos dados coletados foi suficiente para que chegassem os resultados esperados. Para os indivíduos em situação de rua, álcool e drogas trazem um alivio do sofrimento físico e psíquico, e remete por memorias e emoções trazendo processos regressivos de mediação entre as relações sociais e a sobrevivência nas ruas. As politicas publica que abrange aos serviços de amparo são situados apenas no acolhimento e encaminhamento do indivíduo. Com o foco principal que deveria ser na inserção dessas pessoas no mercado de trabalho e convívio social. _____________________________ ¹ Apenas como referência inicial apresentamos os conceitos indicados no dicionário “Conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos que o contestam” (AURÉLIO). 2 Uma forte desaprovação de características ou crenças pessoais que vão contra normas culturais. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Estigma_social). A assistência social com proteção social configura-se como uma nova situação no Brasil. Ela significa garantia a todos ,que dela necessitam, é sem contribuição prévia a provisão dessa proteção. Está perspectiva significa aportar quem, quantos, quais é onde estão os brasileiros destinatários de serviços e atenção de assistência social. Numa nova situação, na dispõe de imediato é pronto a análise de sua incidência. A opção que se construiu para o contexto da política de assistência social na realidade brasileira parte então da defesa de um certo modo de olhar quantificar a realidade . Uma visão social inovadora, dando continuidade ao inaugurado pela constituição Federal de 1988 é pela Lei orgânica de Assistência social de 1993, pautada na dimensão ética de incluir os inacessíveis, transformando em casos individuais, enquanto de fato são parte de 21 uma situação social coletivas diferenças e os diferentes, as desigualdades. Uma compreensão social de proteção, que supõe conhecer os riscos, as vulnerabilidades sociais a questão sujeitos, bem como os recursos com que conta para enfrentar tais situações com menor dando social possível. 2. APRESENTAÇÃO DO TEMA Apresento este importante trabalho com uma determinação de sensibilizar e conscientizar toda a sociedade para ver a realidade que muitasvezes não é palco de discursão nas conversas de roda, para entender melhor a condição das pessoas que se encontram em situação de rua, faço uma referência aos Direitos Humanos sob a olhar das pessoas em situação de rua que são visto como marginalizados por uma sociedade e econômica excludente, consumidora e preconceituosa, vejo que é preciso mudar esse cenário que tem uma dura realidade. Buscar a garantia de dignidade e cidadania é uma forma de reconhecê-los como parte da sociedade. Infelizmente ainda existem pessoas que não enxergam essa realidade de que somos iguais, somos seres humanos e devemos considera-los como cidadãos, com acesso à saúde, à moradia, à alimentação e ao trabalho. Por esses motivos, nessa linha de raciocínio e sensibilidade é que unimos forças para trabalhar por todos, e em diversas abordagens sociais, através de visitas in loco na área periférica de Manaus composta de uma equipe multidisciplinar de dez profissionais que não medimos esforços para que o plano de trabalho fosse realizado no período de 15 dias. Durante as atividades, a equipe multidisciplinar motivada pela vontade de auxiliar o próximo participou de diversos panoramas das famílias em dificuldade, localizada na zona leste (praças, viadutos, lojas e outros), compreendendo a realidade, a complexidade critica em que a população em situação de rua, porém construtivo para entender e buscar meios para minimizar tal questão que acontece há tanto tempo nas cidades e no interior, por isso a nossa participação nas áreas sinalizadas é fundamental fomentar e planejar meios de elaborar programas, projetos, envolver as esferas municipal, estadual e federal para desenvolver atividades que possam mudar todo esse cenário no Brasil. colaborando para uma reflexão crítica, através da qual as pessoas em situação de rua possam ser vistas e reconhecidas como cidadãos pela nossa sociedade e assim superar a situação de vulnerabilidade social. Usar a expressão LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, define muito bem a solução para entender a liberdade do PSR e torna-los parte da sociedade. 22 Palavras-chaves: Serviço Social; Assistência Social; Políticas Públicas; Exclusão Social; População em Situação de Rua.
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