Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO FARIAS BRITO CURSO DE PSICOLOGIA ANA CLÉSSIA DE SOUZA NASCIMENTO LAIANA EVELYN FERREIRA ALVES RELATÓRIO DE PRÁTICA INTEGRATIVA I A Demanda da Depressão na Clínica nos tempos de Pandemia Fortaleza - Ceará 2021 ANA CLÉSSIA DE SOUZA NASCIMENTO LAIANA EVELYN FERREIRA ALVES RELATÓRIO DE PRÁTICA INTEGRATIVA I Relatório de Pesquisa apresentado à disciplina de Prática Integrativa I, do Curso de Psicologia do Centro Universitário Farias Brito. Fortaleza - Ceará 2021 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 4 2. REFERENCIAL TEÓRICO 6 2.1. Um breve resumo sobre o início da psicanálise 6 2.2. A transferência e suas classificações 8 2.3. A interpretação dos sonhos e a propagação da psicanálise 9 2.4. A depressão na área clínica 10 2.5. A relação da pandemia com a Depressão 12 3. ROTEIRO DE ENTREVISTA 14 4. DESCRIÇÃO DA ENTREVISTA 15 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 20 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21 7. ANEXOS 23 1. INTRODUÇÃO Neste trabalho será apresentado em forma de relatório da disciplina de Prática Integrativa I, com o objetivo de estudar a demanda clínica psicanalítica da depressão no contexto de pandemia devido a COVID-19. No atual contexto de pandemia, inúmeras problemáticas se agravam cada vez mais. Com o isolamento social, a crise econômica e os diversos falecimentos de parentes e amigos, a sociedade se encontra em um momento notoriamente difícil de manter-se mentalmente saudável. De antemão, devemos lembrar que nas últimas décadas a população mundial já se encontrava em uma espécie de crise da saúde mental, com a famosa depressão tornando-se uma das principais doenças do século XXI. A depressão é um transtorno psicológico que possui como principal característica uma espécie de tristeza profunda, esse sintoma incapacita o sujeito, fazendo com que atividades simples do dia a dia, tornem-se muito mais complexas. Além desses sintomas, o indivíduo também pode apresentar alterações do seu ritmo de sono, ansiedade, mudanças de apetite e, em casos mais graves, tendências a pensamentos suicidas. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 322 milhões de pessoas sofriam com depressão em 2015. Como já citado, o contexto atual fragiliza ainda mais a saúde mental da população, além do fator da dificuldade dos psicólogos de prosseguir com seus tratamentos terapêuticos, devido às questões de prevenção da doença. Dessa forma, faz-se necessário o estudo a respeito dessa problemática, observando de uma maneira histórica e social, os fatores que acarretam o tratamento da doença na clínica a partir da abordagem psicanalítica. Iremos por meio deste trabalho, observar primeiramente, o desenvolvimento da psicanálise, para assim, compreender de maneira geral, como se originam as formas de observação e a análise do psicanalista. Em seguida, iremos examinar os meios pelos quais os psicoterapeutas procuram estudar e trabalhar com a doença, utilizando como principais teóricos, o fundador da teoria, Sigmund Freud, a inglesa Melanie Klein, que abriu portas para sua própria corrente de estudos seguindo os ensinamentos de Freud, e também o francês Pierre Fédida, psicólogo contemporâneo, adepto do lacanismo. Este relatório está organizado com cinco subdivisões: a introdução, onde encontra-se uma contextualização do quadro clínico da depressão no período atual; o referencial teórico, onde iremos observar a respeito da clínica psicanalítica e da depressão, examinando seus principais aspectos e características; o roteiro da entrevista realizada com um profissional de psicologia na mesma abordagem e área do trabalho; consequentemente, uma descrição da entrevista, onde iremos esmiuçar os detalhes desse momento, e por último as considerações finais. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. Um breve resumo sobre o início da psicanálise A psicanálise enquanto teoria nasce através de uma série de experiências observadas e estudadas por Sigmund Freud1 entre os séculos XIX e XX. Dois fatores marcam profundamente a construção da teoria psicanalítica: primeiro, os inúmeros aspectos da vida pessoal de seu criador; segundo, o período histórico, político e social no qual a população intelectual se encontrava na metade final do século XIX e os anos iniciais do século XX. E será a partir desses fatores que iremos observar o início da psicanálise. Sigmund Schlomo Freud, nasceu em 6 de maio de 1856, em Freiberg (atual Pribor, na República Tcheca). Foi o fruto primogênito do terceiro casamento de seu pai, Kallamon Jacob Freud (1815-1896) com Amalia Nathansohn (1835-1930). Quando Freud tinha três anos, sua família mudou-se para Viena, capital da Áustria, e foi nesse ambiente onde o futuro psicanalista morou por quase toda sua vida, se formando em medicina na Universidade de Viena em março de 1881, e após cinco anos, casando-se com Martha Bernays, com quem construiria uma família de seis filhos. Criado dentro da religião judaica, Freud desde sua juventude estudou as passagens bíblicas, a literatura, a mitologia grega e as artes. Esse repertório sócio-cultural estará presente nas suas obras, onde em diversos momentos, ele explicará e nomeará conceitos baseados nesses saberes. Vivendo em um período no qual o “ódio antissemita” estava disseminado na região europeia, Freud também passará por momentos de preconceito e discriminação, que somados as suas afirmações teóricas não-tradicionais, como a teoria da sexualidade infantil, acabou por armazenar diversas críticas a suas ideias. 1 Pode-se encontrar uma excelente biografia do pai da psicanálise, em Sigmund Freud na sua época e em nosso tempo por Elisabeth Roudinesco. Desse modo, iremos retornar ao início dos estudos que futuramente atribuíram a Freud, o título de pai da psicanálise: os estudos sobre as histéricas2. Em 1882, cerca de um ano após a conclusão de seu doutorado, Freud inicia sua carreira como médico no Hospital Geral de Viena, onde se depara com as doenças nervosas. Assim, em 1885, Freud viaja a Paris para assistir ao curso do mais famoso neurologista da época, Jean-Martin Charcot3, que trabalhava diretamente com as histéricas na grande La Salpêtrière. Charcot costumava reunir seus alunos, e utilizar da hipnose em suas pacientes para fazê-las entrar em crises histéricas, de modo que os demais médicos pudessem observar as características dos surtos da doença e seu caráter traumático. Essas reuniões tornaram-se conhecidas como o teatro das histéricas. O especialista francês não possuía o intuito de formular um tratamento, mas sim, de compreender a origem da doença, que para ele, estava relacionada a eventos traumáticos de cunho sexual. Dessa forma, a histeria estava ligada ao psíquico, e não se tratava de um problema uterino, sendo assim, uma doença que poderia ocorrer em homens e mulheres. Em fevereiro de 1886, Freud retorna a Viena, extasiado com os novos conhecimentos e pronto para aprofundar-se cada vez mais sobre o assunto. É nesse período que Freud reencontra seu amigo e colega, Josef Breuer4. Médico e fisiologista austríaco, Breuer utilizava do método catártico para o tratamento de seus pacientes. Para compreendermos o método catártico é necessário estar ciente de dois fatores: primeiro, para os estudiosos da época, as histéricas, eram pessoas que em algum momento da sua vida haviam passado por um trauma, de cunho sexual; o segundo fator é que no momento em que esse trauma lhe 4 Josef Breuer (1842-1925) foi um médico e fisiologista austríaco, amigo de Freud. Seus trabalhos com as histéricas exerceram uma forte influência em Freud, e juntos publicaram o livro Estudos sobre a histeria em 1895. Também foi o responsável pelo caso Anna O. (nome fictício para Bertha Pappenheim). 3 Jean-Martin Charcot (1825-1893) ficou conhecido como o fundador da neurologia moderna. Seus ensinos marcaram profundamente Freud, e tanto, que em 1889, Freud e sua esposa, Martha, o homenagearam batizando seu segundo filho com o nome de Jean-Martin. 2 A histeria era uma conhecida doença nervosana qual os estudiosos da época acreditavam que estava relacionada ao útero, portanto, para eles a doença só atingia a população feminina. Possuindo múltiplos sintomas psicossomáticos, foi o primeiro objeto de estudo da psicanálise. ocorreu, o indivíduo, por uma ou mais circunstâncias, não pode expressar sua reação, retendo assim, um sofrimento psíquico. Dessa forma, o método catártico consistia em por meio da hipnose, reviver esse evento traumático, assim, o paciente poderia, enfim, expressar seus sentimentos em relação a esse evento. Essa manifestação de reações foi denominada de ab-reação, e é a partir dela que a vivência traumática perderia seu valor de sofrimento psíquico. A década de 1890 foi um período marcante para o que futuramente seria a psicanálise. Em coautoria com Breuer, Freud publica o livro Estudos sobre a histeria em 1895, apresentando assim seus métodos de trabalho e os casos de alguns de seus pacientes. Nesse livro está um dos casos psicanalíticos mais famosos: o caso da senhorita Anna O., analisado por Breuer. Por possuir diversos aspectos básicos do conteúdo psicanalítico, os relatos sobre o tratamento da senhorita Anna O, são trabalhados como estudo de caso até hoje. Infelizmente seu tratamento foi interrompido por problemas na sua transferência com seu médico. 2.2. A transferência e suas classificações É um fenômeno universal do qual não é próprio da psicanálise, além de existir diferentes tipos de transferência, onde consiste em transferências de perversa, idealizadora, positivas, negativas, erótica e erotizada, especular e impasse. Porém, antigamente Freud somente classificava a transferência em dois tipos de definição: em positiva ou negativa, mas com as mudanças que ocorreram no decorrer do tempo, automaticamente isso ocorreu em outras áreas, assim como na psicanálise, resolveram atualizar alguns de seus métodos de acordo com a atualidade, desse modo organizaram cada transferência em sua classificação devida. Em relação de como funciona de fato na prática, a transferência pode ser usada como uma forma de resistência do analisando, mas deixando claro que ela em si não é uma resistência, à existência da transferência de fato já começa a existir assim que a sessão da terapia se inicia, a importância desse fenômeno é tanta, que sem ele a terapia não existe, a transferência é um “vínculo” entre psicólogo e paciente do qual pode ter uma carga positiva ou negativa, como por exemplo o analisando pode achar que se apaixonou pelo psicólogo ou simplesmente não se sentir confortável por aquela pessoa que estar na frente dele(a) se parecer com alguém que o analisando não gosta. Por isso é muito importante o cuidado na hora da intervenção do psicólogo em suas sessões, para não ocorrer algo desagrádavel ou até mesmo a perda do paciente por alguma intervenção errada. Assim, podendo ter um avanço muito grande ou simplesmente a sessão não ter continuidade e possuir um fim antes mesmo de se iniciar de fato, já que as primeiras sessões não é o começo da terapia, mas sim, onde o psicólogo irá começar a conhecer o seu paciente e apresentar como é a sua forma de trabalho. 2.3. A interpretação dos sonhos e a propagação da psicanálise Como dito anteriormente, a década de 1890 foi marcante. Pouco após a publicação de Estudos sobre a histeria, Freud constrói o método da associação livre. É no final de 1899, Freud havia concluído seu primeiro livro psicanalítico, A interpretação dos sonhos, que foi lançado no ano seguinte. A obra apresenta diversos conceitos novos, como a regressão, a interpretação dos sonhos e a primeira estrutura do aparelho psíquico. Essas ideias se caracterizam como parte principal da base da teoria psicanalítica. Em 1902, dois anos após o lançamento do seu primeiro livro psicanalítico, Freud começa uma série de reuniões com estudiosos a fim de debater questões relacionadas à psicanálise. Nomearam esses encontros como Sociedade Psicológica das Quartas-Feiras (Psychologische Mittwochs-Gesellschaft, PMG). A partir desse momento, inicia, gradualmente, a formação de diversas instituições, reuniões e associações psicanalíticas. No final da década de 1930 e início da década de 1940, a teoria psicanalítica perde alguns dos seus primeiros estudiosos. Primeiramente temos o seu criador, Sigmund Freud, que após vários anos sendo vítima de um câncer que deteriorava sua saúde cada vez mais, resolveu falecer de uma overdose de morfina, aplicada por seu amigo e médico Max Schur, em 23 de setembro de 1939. Vale ressaltar, que nos anos iniciais da psicanálise, os principais discípulos de Freud eram oriundos do povo judeu, assim, durante a segunda guerra mundial, muitos emigraram para os Estados Unidos e Reino Unido. A psicanálise que ainda durante a década de 1920 e 1930 já se encontrava em formação de nova fase, passa a se subdividir em seis correntes pós-freudismo: annafreudismo, que tem como principal estudiosa, Anna Freud, filha caçula de Freud; kleinismo, onde Melanie Klein5, iria desenvolver uma nova teoria psicossexual diferente da desenvolvida por seu mestre; os independentes, formados por diversos psicanalistas com suas próprias linhas de pesquisa; o lacanismo, onde o francês Jacques Lacan foi o principal representante; a psicologia do ego e a psicologia do self, ambas desenvolvidas principalmente nos Estados Unidos. 2.4. A depressão na área clínica A psicopatologia que mais se destaca nos últimos anos tanto no Brasil como fora do país é a depressão, a doença que está na classificação das que mais levam a óbito os indivíduos, principalmente jovens adultos, do qual os motivos são diversos e subjetivos. Por conta desse crescimento de grande demanda na área psicológica e psiquiátrica, os estudos sobre esse assunto estão cada vez mais recebendo novas atualizações e conhecimentos sobre a doença. Normalmente essa doença aparece correlacionada com outras psicopatologias, como por exemplo à ansiedade, uma das mais comuns junto com a depressão. Esta é considerada um transtorno de humor, onde podemos encontrar uma variação de subdivisões como: transtornos depressivos, bipolares e entre outros. Nem sempre o nome depressão existiu, Freud nomeou no seu tempo de melancolia, para a explicação do luto e tristeza, já que esta é uma das características depressivas, mas a tristeza em si não é patológica e durante algum tempo os sentimentos são abstraídos. Desse modo, diferenciado depressão de melancolia, onde por sua vez possui o mesmo segmento que o estado de luto, cujo os sentimentos não é passageiro, sendo uma reação subjetiva do indivíduo, que podem sentir tanto a melancolia pela perda do ente querido como uma tristeza pelo o luto em si, única diferença é que na melancolia o indivíduo tem a perda da autoestima e do luto não. 5 Melanie Klein (1882-1960) foi uma psicanalista austríaca conhecida por sua influência na origem da psicanálise com crianças e na ampliação nos estudos sobre as psicoses, tornando-se assim, umas das principais psicanalistas da sua época. Melanie Klein elaborou as posições de desenvolvimento do indivíduo, onde, cada sujeito passa por duas posições, a esquizo-paranóide e a depressiva, e ambas estão relacionadas à angústia. Com base nisso, explicaremos um pouco mais a fundo sobre uma delas: a depressiva. É nessa fase ainda no início do desenvolvimento do bebê, que se instaura a melancolia, essa é fruto do medo, da angústia da criança em se distanciar do seu primeiro objeto de amor, sua mãe. Segundo Campos (2016), Klein argumentava que a angústia depressiva surge da perda temporária desse objeto de amor, dessa relação mãe-bebê, e nessa posição, o neném passa a criar seus mecanismos de reparação. É um período de grande importância, pois se ocorrer alguma falha na criação desses mecanismos, iniciará a formação de um conjunto de defesas maníacas. “Nesta esteira, a depressão originária é vista como uma função constituinte do aparelho psíquico.” (Fédida, 1999 apud. Campos,É.B.V. 2016, p. 9). Nesse sentido, os sintomas depressivos se constituem como parte da própria identidade do sujeito, sendo algo comum. A questão da depressão como uma psicopatologia entra nessa falha durante o período de criação dos mecanismos de defesas. Na depressão como patologia podemos observar, em alguns diagnósticos, um acompanhamento de outras doenças psicológicas. Na clínica psicanalítica nos tempos atuais são observadas a banalização no diagnóstico em relação a depressão e seu tratamento, a visão da abordagem parte da observação que o sujeito possui uma falta, do qual para que aconteça uma mudança com um resultado significativo primeiramente tenha que ter uma confrontação na castração, onde o sujeito se encontra na análise, reconhecer a falta e não se deixar imobilizar por conta disso. Um ponto importante no tratamento é a compreensão do tempo que leva o analisando a reconstruir e a reorganizar o seu próprio vazio, como uma busca para o seu ambiente próprio, caso não se sinta com segurança suficiente nesse ambiente, o analisado pode entrar em um estado de desamparo e se sentir desconfortável na sessão (Berlinck, 2008). O sentimento de vazio é um estado que o sujeito deprimido sente durante o acontecimento do tratamento, se tratando de uma experiência psíquica e da espera do sentido, o vazio pode-se considerar como uma necessidade de se refugiar, ou um passado que não se pode recordar, sendo constatado como um desejo antes do desejo de refúgio, ou um desejo passado que não se pode recordar, alguns autores concluem que essa descoberta sobre a depressão poderia ser a prova que esse vazio pode ser a resposta pela cura, portanto, provando que esse vazio que foi encontrando durante os tratamentos realizados, na verdade não é a morte (Fédida, 2003). 2.5. A relação da pandemia com a Depressão Com o surgimento do Covid-19 ingressando nas rotinas das pessoas, principalmente no Brasil, não foram só as estatísticas de óbitos que consequentemente aumentaram, mas também os casos de doenças psicológicas, especificamente a depressão, foram ficando cada vez maiores ou pessoas acabaram desenvolvendo na pandemia, surgindo como um gatilho para muitos casos clínicos. Por conta da nova forma de se habituar ao novo contexto, muitas pessoas se viram em situações depressivas, seja por terem perdido os empregos, por receberem informações erradas sobre a pandemia, entre outros fatores. Os estudos feitos nessa nova forma de viver, informaram que no sexo feminino houve os maiores aumentos nos quadros clínicos depressivos. Muitas mulheres que não possuíam uma desregularização no sono passaram a ter ou houve um agravante, processo este bastante típico da depressão, porém com essa diversidade de fatores surgindo ou piorando, a preocupação com a saúde mental começou a ficar cada vez mais em evidência, já que antes desse fator pandêmico as pessoas não se importavam muito com o psicológico, mas além desse crescimento de procura pelo serviço psicológico das pessoas, também temos mais informações psicoeducativas, sociais e históricas da doença. O aparecimento de serviço em relação à saúde além da alta procura, tiveram um olhar dos governantes responsáveis maiores nessa área, como informações diversas divulgadas para os profissionais e para a população, para os equipe da linha de frente reparamos uma nova forma de atendimento, que em muitos casos são de forma online, evitando assim uma aglomeração, protegendo dessa forma o profissional e o paciente. De acordo com a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) informaram que é de suma importância que os indivíduos que possuem uma necessidade para tratamento ou utilização dos serviços de saúde tenham disponibilidade contínua, assim encontrando maneiras de dar assistência e apoio psicossocial para a população, que sofre com essa consequência psicológica da pandemia, tentando ao máximo diminuir os impactos. Para uma informação mais precisa, no Estado do Ceará encontramos um aumento de casos da nova variante do Covid-19, onde pesquisas apontam cerca de 114.918 infectados, 56.085 recuperados e 4.634 óbitos, números considerados alarmantes, já que as infecções estão em níveis de transmissão comunitárias (casos sem vínculos a um caso confirmado). Depois das comemorações de final de ano as aglomerações feitas pela comunidade teve como consequência o aumento de casos, levando a aceleração da transmissão do vírus, explicando estatisticamente em uma determinada população o agravamento do vírus e da forma que ocorreu entre as pessoas e a consequência disso em pacientes depressivos. 3. ROTEIRO DE ENTREVISTA 1. Você poderia falar acerca do seu percurso acadêmico na psicologia ? O porquê da escolha desse curso, e mais especificamente o porquê da psicanálise como abordagem? 2. Segundo seu currículo lattes, a senhora trabalha como psicóloga há mais de uma década. Gostaríamos de saber como foi esse período inicial da sua carreira como psicólogo. 3. Do início da sua prática clínica para cá, existe algum momento que marcou, de forma positiva ou negativa ? 4. Acredita que ainda existe muito tabu da sociedade em relação à depressão? 5. O que diria para alguém que está iniciando o curso de psicologia e que pensa em atuar nessa área? 6. Desde do início da pandemia, tem ocorrido um aumento nos debates sobre saúde mental nas redes sociais. O que a senhora pensa sobre isso? Acredita que está havendo realmente um aumento na valorização da saúde mental ? 4. DESCRIÇÃO DA ENTREVISTA 1. Você poderia falar acerca do seu percurso acadêmico na psicologia ? O porquê da escolha desse curso, e mais especificamente o porquê da psicanálise como abordagem? Resposta: A minha primeira graduação foi em pedagogia, então antes de chegar a psicologia tive um bom percurso na área da educação e tenho especializações relacionadas a área. Fiz essas especializações porque observava que muitas crianças na escola possuíam dificuldade na aprendizagem, essa inclusive foi uma das questões que me fez buscar a psicologia. Pude observar que a psicopedagogia, com todos os seus parâmetros pilares, não conseguia suprir com todas as dificuldades que chegavam à escola, já que muitas dessas dificuldades estavam relacionadas com o emocional dos alunos, assim a psicopedagogia não possui subsídios suficientes para atuar. Então foi quando estava trabalhando como psicopedagoga clínica que observei que meus “aprendentes” (termo certo para chamar as crianças com quem se trabalha na psicopedagogia é aprendentes) muitas vezes possuíam todo um potencial para aprender, mas tinham um entrave, que era justamente no campo emocional. Foi assim que resolvi abandonar a educação e me dedicar à psicologia. Entrei no curso de psicologia na UNIFOR (Universidade de Fortaleza), e foi um curso maravilhoso, realmente me encantei pela área. Durante o curso, nós sabemos que os alunos têm contato com várias abordagens, apesar disso a psicanálise me chamou a atenção, primeiro porque eu tive ótimos professores psicanalistas, no qual eu admirava muito as posturas, eram muito diferenciadas, fugiam de qualquer padrão de comportamento, de tudo das outras abordagens. Outro ponto é que a psicanálise me mostrou como eu poderia ver o sujeito como um todo, desde o desejo, a gestação, o nascimento, o desenvolvimento até chegar a vida adulta. A psicanálise me deu grande parte dos subsídios que precisava para entender o sujeito, e foi minha grande paixão. Isso claro, com todo respeito às outras abordagens, até porque se eu não fosse psicanalista, provavelmente seria da TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental). Tenho admiração por todas, mas a psicanálise é realmente minha grande paixão. 2. Segundo seu currículo lattes, a senhora trabalha como psicóloga há mais de uma década. Gostaríamos de saber como foi esse período inicial da sua carreira como psicólogo. Resposta: Bom, existem dificuldades iniciais que todos psicólogos clínicos possuem, por exemplo, escolheruma clínica, uma sala, as dúvidas de compartilhar ou não. Considero que na psicanálise é necessário todo um ambiente para que possamos atender as demandas que chegam, respeitando tudo o que tanto estudamos. Mas eu particularmente vejo que o início para o meio, depois de ter vencido toda essa etapa de construção do ambiente, considero que não foi difícil, foi até mais fácil do que hoje, no sentido em que as pessoas que procuravam (a psicoterapia) tinham um maior poder aquisitivo, para poder efetuar o pagamento de forma mais tranquila. Vejo que atualmente estamos um pouco mais livres de preconceitos e tabus relacionados à prática da terapia, acredito que a maior dificuldade atual é realmente de poder aquisitivo, de financeiro. Estamos sempre entrando em acordos, temos um valor fixo, mas vejo que dos dois últimos anos para cá, até por uma questão da pandemia, o poder aquisitivo das pessoas tem diminuído significativamente, e elas estão buscando mais por apoios (psicossociais), então acho que houve essa transformação. 3. Do início da sua prática clínica para cá, existe algum momento que marcou, de forma positiva ou negativa ? Resposta: De positivo vejo o começo, até faço uma observação, no curso somos preparados para diversas situações, e entre elas essa questão da dificuldade, ouvi muito alguns psicólogos dizerem que a psicanálise é uma atuação muito solitária, então quase que fui preparada para esse tipo de situação, mas comigo não ocorreu. Gosto dessa situação, onde envolve o analista e o analisando, quando você têm o seu consultório, a sua sala em uma clínica, mas sempre existe aquele momento do cafezinho, aquele momento dos encontros e reencontros pelos corredores, isso é muito bacana, e vejo que é positivo. Um marco que eu considero nem positivo e nem negativo é que nessa pandemia nós tivemos que nos reconstruir, aprender novas ferramentas para atender a demanda. Então tivemos o início dos atendimentos online, eu não compartilho muito dessa ideia, mas estou atendendo dessa forma também. Assim, para a psicanálise, o analista funciona como um semblante, como uma presença, e não uma figura “de forma concreta”, e tanto que no processo de atendimento a posição do analista fica sem ser na frente do analisando, por exemplo, a minha cadeira fica atrás do divã, então o meu analisando me tem como uma presença, como um semblante, e é uma forma de intervenção. Por isso como psicanalista atendo online, mas apenas por áudio, não apareço para o meu analisando. Para mim isso foi um marco, uma maneira de me reinventar levando em consideração a fundamentação teórica da psicanálise. 4. Acredita que ainda existe muito tabu da sociedade em relação à depressão? Resposta: Não diria que ainda existe muito tabu, o que percebo é que atualmente existem muitos psicodiagnósticos de depressão dados de forma exagerada. Observo a depressão como um sentimento de uma tristeza ampla, quando não existe nenhum fator desencadeante dessa tristeza, então você pode ter tudo na sua vida, ter um bom emprego, um namorado perfeito, uma família maravilhosa, tudo caminhando bem, mas você se vê em uma tristeza tão grande, causando um autoabandono de uma forma que você fica até sem fazer sua higiene pessoal, seja ela em termos de físico ou de lazer, é um completo abandono, e a partir disso vai uma série de sintomatologia. Mas para mim, a depressão é isso, uma tristeza imensa sem um motivo aparente. Quando você me diz que está triste porque terminou com o namorado, isso não é depressão, é uma forma de sofrimento por uma perda. Se você me diz “doutora eu estou tranquila com essa pandemia, mas estou me sentindo em depressão porque eu estou trancada”, se você está privado de sua liberdade, é uma perda, você perdeu sua liberdade. Então se você está triste e tem um motivo, você está triste. Então é isso, vejo um psicodiagnóstico de forma exagerada e também uma autoanálise. Tem paciente que chega, e já me diz que está com depressão, e a partir disso temos que analisar tudo que imaginamos na psicanálise para explorar esse discurso do paciente. 5. O que diria para alguém que está iniciando o curso de psicologia e que pensa em atuar nessa área? Resposta: Durante o meu curso ouvi muito dos meus maravilhosos professores, que temos que trabalhar muito a questão ética. Quando falo que a nossa busca como profissional, seja a área que você optar, é que acima de tudo temos que buscar ética. Outra dica, é fazer a sua análise pessoal, de preferência que o estudante tenha em mente qual é a abordagem que queiram seguir, e busquem o melhor profissional que encontrarem dentro dessa abordagem. Porque é um investimento feito tanto a nível pessoal como profissional. O meu analista, de ontem, de hoje e de sempre, é o doutor Leonardo Danziato. Ele é um psicanalista lacaniano, assim como eu, e professor na graduação e mestrado na UNIFOR (Universidade de Fortaleza), inclusive foi meu professor durante o curso. Quando resolvi fazer a minha análise, já estava no penúltimo semestre, conversei com Leonardo, e ele disse que não teria problema ser meu psicólogo e professor. Então minha dica é essa, busquem fazer a sua psicoterapia pessoal que seja dentro da sua abordagem, porque para conseguir ser um bom analista, primeiro você precisa fazer sua análise. 6. Desde do início da pandemia, tem ocorrido um aumento nos debates sobre saúde mental nas redes sociais. O que a senhora pensa sobre isso? Acredita que está havendo realmente um aumento na valorização da saúde mental ? Resposta: Sim, acredito, inclusive percebi que em algumas séries, novelas e até filmes têm abordado a questão da psicologia e mais especificamente do cuidado da saúde mental. Nesse ponto das redes sociais em si, observo que a divulgação dentro dela consegue ao mesmo tempo auxiliar e prejudicar essas temáticas, visto que, e através delas que muitas vezes as pessoas conseguem perceber e entender melhor sobre o tratamento psicológico, às vezes ocorre a desmistificação de tabus sobre alguns problemas, mas em relação a exploração de debates levando em consideração a saúde mental, tenho um certo receio porque muitos conteúdos não estão exatamente corretos e as pessoas se influenciam muito pelo que vêem e escutam,. Então vejo que temos que ter um certo cuidado com o acesso a essas informações. A dica que posso dar é veja qual é o profissional que está divulgando, procurem saber qual é a fundamentação teórica que ele utiliza. Não vejam como leigos. Os leigos costumam acreditar em tudo que vêem, escutam e leem, e às vezes as pessoas estão muito sensibilizadas, e isso faz com que elas fiquem vulneráveis, então temos que ter esse cuidado com o conteúdo que temos nas nossas mãos. O sujeito vulnerável, a palavra já diz tudo, ele é passivo de manipulação, e sabemos como os meios de comunicação de massa são manipuladores. Então da mesma forma que acho positivo a divulgação do trabalho do psicólogo na saúde mental, também vejo um sinal de alerta em relação aos conteúdos divulgados e ao sujeito leigo. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste relatório de Prática Integrativa I, tivemos a oportunidade de pesquisar e estudar a respeito da área clínica psicanalítica dentro do contexto da pandemia da COVID-19, além disso, nos foi oportuno realizar uma entrevista com uma profissional neste campo de atuação. Conseguimos observar que nosso objetivo na realização deste trabalho foi alcançado, visto que, conseguimos assimilar diversos elementos relacionados à psicanálise. Em virtude dos aspectos abordados, iniciamos o trabalho explanando de forma breve sobre história da psicanálise, adentrando nos principais pontos que formam esta abordagem, suas características e formas de análise, introduzindo aspectos característicos da visão de Sigmund Freud, Melanie Klein e Pierre Fédida. Ao longo da pesquisa também discorremos acerca da depressão, esmiuçando seus aspectos na prática clínica e evidenciando o impacto que gerou a pandemia daCOVID-19 no acréscimo/agravamento da doença. Ademais, convidamos a profissional de pedagogia e psicologia Ana Claúdia Matos Ventura para relatar um pouco sobre seu percurso na área da psicanálise. Durante esse momento, a participante salientou a importância da ética, da autoanálise e da observação de psicodiagnósticos equivocados. Além disso, a psicóloga trouxe pontos chaves sobre a relação da tristeza como algo patológico e como emoção. Também foi destacado a importância da posição do psicanalista como um semblante para aquele analisando. Por fim, ao final deste relatório conseguimos esclarecer diversas particularidades relacionadas a psicanálise, a psicoterapia e a depressão. Também nos foi propício, durante o processo de pesquisa e estudo, conhecer o trabalho de diferentes especialistas da área, estes nos quais utilizamos como referências para construir nosso embasamento teórico. Pretendemos nos aprofundar mais a respeito desta temática ao longo da continuidade deste trabalho na disciplina de Prática Integrativa II, onde iremos conhecer e observar uma instituição que atua na área. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Audiência busca sensibilizar brasileiros sobre a depressão. CFP - Conselho Federal de Psicologia, 2017. Disponível em: https://site.cfp.org.br/audiencia-na-camara-busca-sensibilizar-brasileiros-sobre- depressao/. Acesso em: 24 mar. 2021. BARROS, Marilisa Berti de Azevedo et al . Relato de tristeza/depressão, nervosismo/ansiedade e problemas de sono na população adulta brasileira durante a pandemia de COVID-19. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília , v. 29, n. 4, e2020427, set. 2020. Disponível em: <http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742020000 400021&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 24 mar. 2021. BERLINCK, Manoel Tosta; FEDIDA, Pierre. A clínica da depressão: questões atuais. Rev. latinoam. psicopatol. fundam. , São Paulo, v. 3, n. 2, pág. 9 a 25 de junho de 2000. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-4714200000020 0009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 24 mar. 2021. BOCK, Ana M. Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. BUENO, Débora Siqueira. Melanie Klein - uma mulher, uma psicanalista. São Paulo: Escuta, 2004. CAMPOS, Érico Bruno Viana. Uma perspectiva psicanalítica sobre as depressões na atualidade. Est. Inter. Psicol., Londrina , v. 7, n. 2, p. 22-44, dez. 2016 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-640720160 00200003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 24 mar. 2021. CARVALHO, D. C. P. ; ASSIS, M. F. P. A depressão na clínica psicanalítica: ressonâncias da atualidade. Perspectivas em Psicologia, v. 20, p. 153-171, 2016. Depressão: o que você precisa saber. Brasil - OPAS/OMS | Organização Pan-Americana da Saúde, 2016-2017. Disponível em: https://site.cfp.org.br/audiencia-na-camara-busca-sensibilizar-brasileiros-sobre-depressao/ https://site.cfp.org.br/audiencia-na-camara-busca-sensibilizar-brasileiros-sobre-depressao/ https://site.cfp.org.br/audiencia-na-camara-busca-sensibilizar-brasileiros-sobre-depressao/ https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5372:depressao-o-que-voce-precisa-saber&Itemid=822 https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=537 2:depressao-o-que-voce-precisa-saber&Itemid=822. Acesso em: 24 mar. 2021. FREUD, Sigmund. Sigmund Freud: obras completas, volume 10 - Observações psicanalíticas sobre um caso de paranoia relatado em autobiografia (“o caso Schreber”), artigos sobre técnica e outros textos (1911-1913). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. GARCIA-ROZA, Luiz Alfredo. Freud e o inconsciente. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1987. JACÓ-VILELA, Ana Maria; FERREIRA, Arthur Arruda Leal; PORTUGAL, Francisco Teixeira. História da psicologia : rumos e percursos. 1. ed. Rio de Janeiro: Nau, 2006 ONU destaca necessidade urgente de aumentar investimentos em serviços de saúde mental durante a pandemia de COVID-19. Brasil - OPAS/OMS | Organização Pan-Americana da Saúde, 2020. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=617 0:onu-destaca-necessidade-urgente-de-aumentar-investimentos-em-servicos-d e-saude-mental-durante-a-pandemia-de-covid-19&Itemid=839. Acesso em: 24 mar. 2021. ROUDINESCO, Elisabeth. Sigmund Freud na sua época e em nosso tempo. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2016. ZIMERMAN, David E. Manual de técnica psicanalítica: uma re-visão. Porto Alegre: Artmed, 2008. https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5372:depressao-o-que-voce-precisa-saber&Itemid=822 https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5372:depressao-o-que-voce-precisa-saber&Itemid=822 7. ANEXOS ANEXO A - RESUMO DO CURRÍCULO LATTES DA ENTREVISTADA Nome: Ana Claudia Matos Ventura Nome em citações bibliográficas: VENTURA, A. C. M. Lattes iD: http://lattes.cnpq.br/5956168940948631 Possui Título de Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Título de Especialista em Alfabetização pela Faculdade Sete de Setembro-FA7,(interrompido na fase final). Graduação em Psicologia e Pedagogia, pela Universidade de Fortaleza-UNIFOR. Concluiu Formação Básica em Psicanálise no Corpo Freudiano Escola de Psicanálise - Seção Ceará. Atende como Psicóloga Clínica e Psicopedagoga no Pátio Dom Luís, 1200. Sala: 1707.Tem experiência na área de Psicologia,com ênfase em Psicanálise. É Colaboradora no âmbito da Psicologia Organizacional no Posto de Combustível Petrocar Petróleo e Carros LTDA. http://lattes.cnpq.br/5956168940948631
Compartilhar