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Tutoria 5 UC8- Sistema limbico e transtorno bipolar

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Lucianne Albuquerque| P3 UC8 
 
 
 
OBJETIVO 1: Entender a anatomofuncionalidade do sistema límbico no controle das emoções (circuito de Papez e sistema de 
recompensa) 
O termo “sistema límbico” é o nome arbitrário de um sistema funcional de neurônios corticais e subcorticais. As interconexões entre esses neurônios 
formam circuitos complexos que exercem papel importante na memória e no comportamento. O termo “límbico” significa “borda”. 
Localização: O lobo límbico engloba o giro do cíngulo e sua extensão anterior, a área septal, ambos margeando o corpo caloso e o giro para-
hipocampal do lobo temporal, que faz limite com a extremidade rostral do tronco encefálico. 
 
Os dois centros mais estreitamente relacionados ao lobo límbico são o hipocampo, localizado medialmente à parte posterior do giro para-hipocampal, 
e a amígdala ou núcleo amigdaloide, situado medialmente em relação à parte anterior do giro para-hipocampal. Essas duas estruturas são os centros 
funcionais essenciais do sistema límbico. Do mesmo modo, em estreita associação com o sistema límbico, está o hipotálamo, que tem conexões 
abundantes com o hipocampo e o núcleo amigdaloide. 
 
Hipocampo: exerce papel fundamental na memória e no aprendizado. É composto por três partes: giro denteado, hipocampo propriamente dito 
e subículo. O hipocampo é essencial para a consolidação da memória e do aprendizado. O hipocampo é o centro inicial em uma via reverberante 
chamada circuito de Papez (Fig. 17.4). Uma das principais partes do circuito de Papez é o fórnice, que conecta o hipocampo ao hipotálamo. 
 
Em 1937, o neuroanatomista James Papez publicou um trabalho famoso no qual propunha um novo mecanismo para explicar as emoções. Este 
mecanismo apenas relata as emoções. O avanço das pesquisas mostrou que: O circuito de Papez, com exceção da parte anterior do giro do cíngulo, 
está relacionado com a memória e não com as emoções. O centro do sistema límbico não é mais o hipocampo, como pensava Papez, mas a 
amígdala. Em 1952, MacLean introduziu na literatura a expressão sistema límbico, que inclui o circuito de Papez e algumas novas estruturas, como 
AMÍGDALA E ÁREA SEPTAL. 
Assim, o sistema límbico pode ser conceituado como um conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e 
funcionalmente, relacionadas com as emoções e a memória. Do ponto de vista anatômico, o sistema límbico tem como centro o lobo límbico e as 
estruturas com ele relacionadas. Do ponto de vista funcional, pode-se distinguir, no sistema límbico, dois subconjuntos de estruturas, ligadas às 
emoções e à memória. 
 Amigdala é o centro do sistema límbico. 
 
 
Tutoria 5 
os mistérios da neuropsiquiatria, funcionalidade do sistema límbico e 
transtorno bipolar. 
 Lucianne Albuquerque| P3 UC8 
 
 
 
Amígdala ou núcleo amigdaloide: exerce papel importante no comportamento e nas emoções. É semelhante a uma amêndoa e está 
localizada abaixo do unco, perto da extremidade dorsomedial do lobo temporal. Consiste em alguns subnúcleos divididos em um grande grupo 
basolateral e em dois pequenos grupos, corticomedial e central. A amígdala associa as experiências com as consequências e, então, programa a 
resposta comportamental apropriada a uma experiência. 
Conexões: O grupo de núcleos basolateral (amígdala basolateral) é especialmente bem desenvolvido nos seres humanos e recebe conexões 
robustas das áreas de associação temporal, pré-frontal e parietal, bem como do giro do cíngulo. O núcleo corticomedial (amígdala corticomedial) é 
pouco desenvolvido no homem e recebe aferências olfatórias diretamente do bulbo olfatório, via estria olfatória lateral. O núcleo central (amígdala 
central) recebe aferências das vias viscerais do tronco encefálico e do núcleo basolateral. Uma das principais eferências da amígdala é a via 
amigdalofugal ventral. Essa eferência segue na substância perfurada anterior e fornece aferências para o hipotálamo, os núcleos septais e o núcleo 
medial dorsal do tálamo. O núcleo medial dorsal tem conexões recíprocas robustas com o córtex pré-frontal medial. Outra eferência da amígdala é 
a estria terminal, que segue adiante no ângulo entre o núcleo caudado e o tálamo, terminando no hipotálamo, no núcleo accumbens e nos núcleos 
septais. 
 
O comportamento humano, porém, é baseado principalmente nas experiências não olfativas projetadas a partir do córtex cerebral para a grande 
amígdala basolateral. Após avaliar a natureza dos sinais aferentes, ou seja, determinar se é amigável, não amigável, ameaçadora e perigosa, a 
amígdala basolateral envia sinais por meio do núcleo central aos centros hipotalâmicos que, por sua vez, deflagram as respostas autonômicas e 
motoras apropriadas. Sinais também são enviados via núcleo medial dorsal do tálamo para o córtex orbitofrontal. Este último proporciona a percepção 
das emoções, enquanto o hipotálamo providencia a expressão das emoções. 
 
Hipotálamo: relaciona-se com as emoções e coordena manifestações periféricas das emoções através da conexão com o SNA. 
Área septal: fica abaixo do corpo caloso e compreende conjunto de neurônios que se estendem até o septo pelúcido conhecido como núcleos septais. 
Através do feixe prosencefálico medial recebe fibras dopaminérgicas da área tegmentar ventral e faz parte do sistema mesolímbico ou 
RECOMPENSA. 
OBS: a destruição da área septal resulta em reação anormal aos estímulos sexuais e a raiva. Lesões na área septal causa o 
COMPORTAMENTO DE RAIVA. E estimulações da área septal causam alterações de PA e ritmo respiratório. 
 
Esse sistema é estimulado como a sensação de prazer através do sistema dopaminérgico (liberação do neurotransmissor DOPAMINA) e núcleo 
accumbens, porém quando ocorre a estimulação exagerada dos neurônios do sistema diminui a sensibilidade dos receptores e redução dos números 
gerando a dependência, isso explica que porque quando usa uma droga é necessário o aumento da dose para sentir o mesmo prazer e isso gera o 
risco. 
OBS: algumas drogas opioides conseguem se ligar a esses receptores. 
 
Núcleo accumbens: uma parte importante do estriado ventral, está localizado entre a cabeça do núcleo caudado e o putamen nas adjacências 
da comissura anterior. Os núcleos accumbens e septais estão associados aos mecanismos de recompensa e prazer. 
A estimulação elétrica da região septal ou do feixe prosencefálico medial, que contém fibras dopaminérgicas, está associada ao fenômeno do prazer. 
Sob estimulação com eletrodos implantados na região septal, os pacientes descreveram sensações sexuais. O núcleo accumbens está relacionado 
à euforia associada ao uso de psicoestimulantes como anfetamina e cocaína. Essas drogas viciantes aumentam os níveis de dopamina no 
accumbens. As projeções dopaminérgicas da área tegmentar ventral do mesencéfalo exercem função importante nesse fenômeno. As conexões 
recíprocas entre o córtex pré-frontal orbitofrontal e o accumbens e a área tegmentar ventral também são importantes nos mecanismos de recompensa 
e prazer. (SISTEMA DE RECOMPENSA). 
 Lucianne Albuquerque| P3 UC8 
 
Várias áreas do córtex cerebral estão fortemente associadas aos fenômenos do sistema límbico. O córtex orbitofrontal, considerando tanto sua 
porção ventral como medial, está associado ao comportamento social. A lobotomia pré-frontal, comumente realizada nos anos 1930 em pacientes 
com psicoses graves, depressão e até mesmo neuroses, em muitos casos resultava em “curas” piores do que a anormalidade originais, de modo 
que os pacientes lobotomizados desenvolviam comportamento inadequado e rebaixamento dos padrões morais, como se observou em Phineas 
Gage.A parte anterior do giro do cíngulo contém um centro de controle inibitório. Esse centro pode deflagrar pensamentos secundários, alternativos 
a outros, ou prudência e cautela antes da execução de uma ação. Relatos sugerem que a área de controle inibitório pode se tornar anormal em 
dependentes químicos, incapazes de controlar sua dependência (química) mesmo estando conscientes das consequências. Em outras palavras, 
esses indivíduos perderam um pouco do seu livre-arbítrio. A parte subcalosa do giro do cíngulo está associada à tristeza, e a estimulação cerebral 
profunda dessa área está sendo usada com algum sucesso para aliviar a depressão grave. 
 
 
Habênula: fica abaixo do epitálamo. Sua função é regular os níveis de DOPAMINA nos neurônios do sistema de recompensa, assim tem ação 
inibitória sobre sistema dopaminérgico e serotoninérgico de projeção difusa. 
 Ativada pela NÃO RECOMPENSA. 
 
 
 
 Correlação com área de Broca e Wernicke: são áreas corticais que se relacionam com a linguagem. A área de Broca encontra-se anterior 
e corresponde a expressão da linguagem, já Wernicke está posterior e relaciona-se com a percepção da linguagem. São áreas ligadas pelo fascículo 
longitudinal superior ou arqueado. Lesões nessa área são conhecidas como afasias, e podem ser do tipo sensitivas ou motoras envolvidas na 
fonação. Vale atentar que as afasias motoras ou de expressão são lesões na área de Broca e as sensitivas ou de percepção são na área de Wernicke. 
- Afasia motora: há a compreensão da linguagem fala ou escrita e dificuldade de expressão na fala ou escrita. 
- Afasia sensitiva: há dificuldade na compreensão da fala e escrita. 
OBS: lesão no giro angular pode causar um tipo de afasia que é a dislexia (dificuldade de ler) e pode acompanhar a disgrafia (dificuldade 
de escrever). 
 
 Não há região de dominância entre os lobos do hemisfério cerebral visto que eles não são compostos pela mesma coisa (geralmente são 
contínuos), mas se usa para a clínica o termo dominante. 
 
https://www1.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Fisiologia/Neuro/aula27.sistema_limbico_silvia.pdf 
 
OBJETIVO 2: Conhecer o transtorno bipolar, suas classificações, quadro clínico, diagnóstico diferencial, tratamento. 
O humor pode ser definido como uma emoção ou um tom de sentimento difuso e persistente que influencia o comportamento de uma pessoa e 
colore sua percepção de ser no mundo. Os transtornos do humor – às vezes chamados de transtornos afetivos – constituem uma categoria importante 
de doença psiquiátrica, consistindo em transtorno depressivo, transtorno bipolar e outros transtornos. 
O humor tem influencia nos transtornos, para definir há 2 maneiras: 1 como característica normal que pode ser descrita pelo paciente ou observada 
pelo médico (ex: triste) e outra devido a sinais e sintomas mudando o nível de atividade, capacidade cognitiva, fala e funções vegetativas (ex: sono, 
apetite). 
Pacientes apenas com episódios depressivos maiores têm transtorno depressivo maior ou depressão unipolar. Aqueles com episódios tanto 
maníacos quanto depressivos ou somente com episódios maníacos são considerados com transtorno bipolar. Os termos “mania unipolar” e “mania 
pura” às vezes são usados para pacientes bipolares que não têm episódios depressivos. Três categorias adicionais de transtornos do humor são 
https://www1.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Fisiologia/Neuro/aula27.sistema_limbico_silvia.pdf
 Lucianne Albuquerque| P3 UC8 
 
hipomania, ciclotimia e distimia. Hipomania é um episódio de sintomas maníacos que não satisfaz os critérios para episódio maníaco. Ciclotimia e 
distimia são transtornos que representam formas menos graves de transtorno bipolar e de depressão maior, respectivamente. O campo da psiquiatria 
tem considerado a depressão maior. 
Depressão: transtorno depressivo maior ocorre sem uma história de um episódio maníaco, misto ou hipomaníaco. O episódio depressivo maior 
deve durar pelo menos duas semanas, e normalmente uma pessoa com esse diagnóstico também experimenta pelo menos quatro sintomas de uma 
lista que inclui alterações no apetite e peso, alterações no sono e na atividade, falta de energia, sentimentos de culpa, problemas para pensar e 
tomar decisões e pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. 
 
Mania: episódio maníaco é um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável que dura pelo menos uma 
semana, ou menos se o paciente tiver de ser hospitalizado. Um episódio hipomaníaco dura pelo menos quatro dias e é semelhante a um episódio 
maníaco, exceto por não ser grave o suficiente para causar comprometimento no funcionamento social ou ocupacional e por aspectos psicóticos 
não estarem presentes. Tanto a mania como a hipomania estão associadas com autoestima inflada, necessidade de sono diminuída, distratibilidade, 
grande atividade física e mental e envolvimento excessivo em comportamento prazeroso. O transtorno bipolar I é definido como tendo um curso 
clínico de um ou mais episódios maníacos e, às vezes, episódios depressivos maiores. Um episódio misto é um período de pelo menos uma semana 
no qual tanto um episódio maníaco quanto um episódio depressivo maior ocorrem quase diariamente. Uma variante de transtorno bipolar 
caracterizada por episódios de depressão maior e hipomania, em vez de mania, é conhecida como transtorno bipolar II. 
 
Distimia e ciclotimia: dois transtornos do humor adicionais, ambos são caracterizados pela presença de sintomas menos graves do que os de 
transtorno depressivo maior e de transtorno bipolar I, respectivamente. A distimia é caracterizada por pelo menos dois anos de humor deprimido não 
grave o suficiente para receber o diagnóstico de episódio depressivo maior. O transtorno ciclotímico é caracterizado por pelo menos dois anos de 
ocorrência frequente de sintomas hipomaníacos que não podem ser diagnosticados como um episódio maníaco e de sintomas depressivos que não 
podem ser diagnosticados como um episódio depressivo maior. 
Etiologia: 
Aminas biogênicas: serotonina e norepinefrina. 
- Norepinefrina: entre a down regulation dos receptores -adrenérgicos e as respostas clínicas aos antidepressivos é provavelmente a evidência 
isolada mais convincente indicando um papel direto do sistema noradrenérgico na depressão. Outras evidências implicaram também os receptores 
2 pré-sinápticos na depressão, visto que sua ativação resulta em redução da quantidade de norepinefrina liberada. Esses receptores também estão 
localizados nos neurônios serotonérgicos e regulam a quantidade de serotonina liberada. 
- Serotonina: A depleção da serotonina pode precipitar depressão, e alguns pacientes com impulsos suicidas têm concentrações baixas de 
metabólitos da serotonina no líquido cerebrospinal (LCS) e concentrações baixas de zonas de captação de serotonina nas plaquetas. 
OBS: Com o forte efeito que os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) – por exemplo, a fluoxetina – têm tido sobre o 
tratamento da depressão, a serotonina se tornou a amina biogênica neurotransmissora mais comumente associada à depressão. 
 
Dopamina: dados indicam que sua atividade pode estar reduzida na depressão e aumentada na mania. A descoberta de novos subtipos de receptores 
de dopamina e o aumento no entendimento da regulação pré e pós-sináptica de sua função enriqueceram ainda mais a pesquisa sobre a relação 
entre a dopamina e os transtornos do humor. Os medicamentos que reduzem as concentrações da dopamina– por exemplo, a reserpina – e as 
doenças que também têm esse efeito (p. ex., doença de Parkinson) estão associados com sintomas depressivos. 
Outros neurotransmissores: Acetilcolina, GABA, glutamato e glicina. 
Diagnóstico: 
Transtorno depressivo maior (episódio único): A depressão pode ocorrercomo um episódio único ou ser recorrente. A diferenciação entre esses 
pacientes e os que têm dois ou mais episódios de transtorno depressivo maior é justificada pelo curso incerto do transtorno dos primeiros. 
Transtorno depressivo maior (recorrente): Indivíduos que estão vivenciando pelo menos um segundo episódio de depressão são classificados com 
transtorno depressivo maior, recorrente. O principal problema ao diagnosticar episódios recorrentes de transtorno depressivo maior é escolher o 
critério para designar a resolução de cada período. As duas variáveis são o grau de resolução dos sintomas e a duração da resolução. O DSM-5 
exige que episódios distintos de depressão sejam separados por pelo menos dois meses, durante os quais o paciente não tenha sintomas significativo 
de depressão. 
Transtorno bipolar tipo I: A designação transtorno bipolar I é sinônimo do que antes era conhecido como transtorno bipolar – uma síndrome em que 
um conjunto completo de sintomas de mania ocorre durante o curso do transtorno. Os critérios diagnósticos para transtorno bipolar II são 
caracterizados por episódios depressivos e hipomaníacos durante o curso do transtorno, mas os episódios de sintomas maníaco-símiles não 
satisfazem por completo os critérios diagnósticos para uma síndrome maníaca completa. Episódios maníacos claramente precipitados por tratamento 
antidepressivo (p. ex., farmacoterapia, eletroconvulsoterapia [ECT]) não indicam transtorno bipolar I. 
Transtorno bipolar I (episódio maníaco único): requisito baseia-se no fato de que pacientes que estão tendo seu primeiro episódio de depressão do 
transtorno bipolar I não podem ser distinguidos daqueles afetados por transtorno depressivo maior. 
Transtorno bipolar I (recorrente): as questões relativas à definição do fim de um episódio de depressão também se aplicam à definição do fim de um 
episódio de mania. Os episódios maníacos são considerados distintos quando são separados por pelo menos dois meses sem sintomas significativos 
de mania ou hipomania. 
Transtorno bipolar II: Os critérios diagnósticos para transtorno bipolar II especificam gravidade, a frequência e a duração dos sintomas hipomaníacos. 
Os critérios diagnósticos para um episódio hipomaníaco são listados junto com os critérios para transtorno bipolar II. Os critérios foram estabelecidos 
para diminuir o excesso de diagnósticos de episódios hipomaníacos e a classificação incorreta de transtorno bipolar II para pacientes com transtorno 
depressivo maior. De uma perspectiva clínica, os psiquiatras podem achar difícil distinguir eutimia de hipomania em um paciente que esteve 
cronicamente deprimido por muitos meses ou anos. Como ocorre no transtorno bipolar I, os episódios hipomaníacos induzidos por antidepressivos 
não são diagnósticos de transtorno bipolar II. 
Diagnóstico diferencial: 
Para depressão maior deve-se observar na história clínica a idade, o tipo de relacionamento, funções metabólicas, pois, doenças como 
mononucleose, aids, pneumonias, drogas podem iniciarem sintomáticos e com quadro relativamente próximo ao depressivo. Para condições 
neurológicas avalia-se Parkinson, demências, epilepsia, doença cerebrovasculares e tumores. Em pseudodemência, observa o maior estado de 
demência de uma doença. Também se diferencia de outros transtornos mentais, principalmente esquizofrenia. 
OBS: vale ressaltar que a condição de luto (geralmente não resolvido) pode ocasionar quadro depressivo maior. 
 
No transtorno bipolar I tem o mesmo diagnóstico depressivo maior, porém se estiver maníaco inclui transtorno bipolar I, II, ciclitímio e de humor 
por substâncias. 
 Lucianne Albuquerque| P3 UC8 
 
OBS: Para sintomas maníacos, exigem consideração especial os transtornos da personalidade borderline, narcisista, histriônica e 
antissocial. 
 
No transtorno bipolar II, o diagnóstico diferencial de pacientes que estão sendo avaliados para um transtorno do humor deve incluir outros 
transtornos do humor, transtornos psicóticos e transtorno de personalidade borderline. A diferenciação entre transtorno depressivo maior e transtorno 
bipolar I, por um lado, e transtorno bipolar II, por outro, baseia-se na avaliação clínica dos episódios semelhantes a mania. Os médicos não devem 
confundir a eutimia de um paciente afetado por depressão crônica com um episódio hipomaníaco ou maníaco. Indivíduos com transtorno da 
personalidade borderline muitas vezes têm vidas gravemente perturbadas, semelhantes às dos pacientes com transtorno bipolar II, devido aos 
múltiplos episódios de sintomas significativos de transtorno do humor. 
OBS: o transtorno de boderline é transtorno de personalidade tipo B, mas o que pode ajudar a diferenciar entre esses tipos é a duração 
das crises, as características apresentadas. 
 
OBJETIVO 3: Conhecer a prevalência dos transtornos psiquiátricos (bipolaridade, depressão, humor). 
O transtorno depressivo maior tem a prevalência mais alta ao longo da vida (quase 17%) de todos os transtornos psiquiátricos. A incidência anual 
de doença bipolar é geralmente considerada inferior a 1%, mas ela é difícil de estimar, porque formas mais leves desse transtorno muitas vezes 
passam despercebidas. 
Vale ressaltar que a prevalência da depressão maior é maior em mulheres devido aos fatores hormonais, efeitos do parto e estressores psicossociais, 
já no transtorno bipolar I é igual entre homem e mulher. Os episódios maníacos são mais comuns em homens (e podem apresentar quadro misto – 
mania e depressão) e os depressivos em mulheres (com ciclagem mais rápida). 
A idade de início do transtorno bipolar I é mais precoce do que a do depressivo maior, variando da infância (a partir dos 5 ou 6 anos) aos 50 anos, 
ou até mais, em casos raros, com idade média de 30 anos. A idade média de início para transtorno depressivo maior é em torno dos 40 anos, com 
50% de todos os pacientes tendo início entre os 20 e os 50 anos. Esse transtorno também pode iniciar na infância ou na velhice. Dados 
epidemiológicos recentes revelam que a incidência de transtorno depressivo maior pode estar aumentando entre pessoas com menos de 20 anos. 
É possível que isso esteja relacionado ao aumento do uso de álcool e do abuso de drogas nessa faixa etária. 
O transtorno depressivo maior ocorre mais frequentemente em pessoas sem relacionamentos interpessoais íntimos e naquelas que são divorciadas 
ou separadas. O transtorno bipolar I é mais comum em pessoas divorciadas e solteiras do que entre as casadas, mas essa diferença pode refletir o 
início precoce e a discórdia conjugal resultante característica do transtorno. 
Não foi encontrada correlação entre condição socioeconômica e transtorno depressivo maior. Uma incidência mais alta do que a média de transtorno 
bipolar I é encontrada entre os grupos socioeconômicos mais altos; entretanto, ele é mais comum em pessoas que não têm curso superior do que 
naquelas com diploma universitário, o que também pode refletir a idade de início relativamente precoce para o transtorno. A depressão é mais 
comum em áreas rurais do que em áreas urbanas. A prevalência de transtorno do humor não difere entre as raças. Contudo, existe uma tendência 
dos examinadores a diagnosticar menos transtorno do humor e mais esquizofrenia em pacientes cuja base racial ou cultural difira da sua. 
Indivíduos com transtornos depressivos maiores têm maior risco de apresentar um ou mais transtornos comórbidos. Os mais frequentes são abuso 
ou dependência de álcool, transtornos de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtorno de ansiedade social. De modo inverso, 
indivíduos com transtornos por uso de substâncias e de ansiedade também têm um risco elevado de transtorno do humor comórbido atual ou ao 
longo da vida. 
 
Fatores genéticos: Dados familiares indicam que, se umdos genitores tem um transtorno do humor, um dos filhos tem um risco entre 10 e 25% de 
também apresentá-lo. Se ambos os genitores são afetados, o risco praticamente duplica. Quanto mais membros da família forem afetados, maior o 
risco para um filho. O risco é maior se os afetados forem parentes em primeiro grau do que mais distantes. Uma história familiar de transtorno bipolar 
confere um risco maior para transtornos do humor em geral e, em particular, um risco muito maior para transtorno bipolar. O transtorno unipolar 
costuma ser a forma mais comum de transtorno do humor em famílias de probandos bipolares. 
Fatores de ligação: Marcadores do DNA são segmentos de DNA de localização conhecida no cromossomo, muito variáveis entre os indivíduos. Eles 
são usados para rastrear a segregação de regiões cromossômicas específicas em famílias afetadas com o transtorno. Quando um marcador é 
identificado com doença em famílias, diz-se que a doença é geneticamente ligada. 
 Lucianne Albuquerque| P3 UC8 
 
 
 
OBJETIVO 4: Compreender o mecanismo de ação do carbonato de lítio, limitação e complicações. (OBS: qual o risco? E há outros 
medicamentos que substituem?) 
Características gerais: 
- Íon orgânico administrado por via oral na forma de carbonato de lítio 
- Não é sedativo, depressor nem euforizante. O mecanismo preciso de ação estabilizadora do humor é desconhecido, mas algumas ações já foram 
observadas. 
 Provável mecanismo de ação: 
- Interferência na formação de IP3: inositol trifosfato é um 2º mensageiro formado a partir de fosfatidil inositol. 
- Interferência na formação de AMPc: 2º mensageiro formado a partir de adenilato ciclase 
- Substitui Na+ intracelular reduzindo eficiência da bomba Na+ /k+ 
 
Indicações: 
- Transtorno afetivo bipolar: Terapia de manutenção (profilaxia de crises). Mais eficaz nas fases de mania. Fases depressão: auxilia os fármacos 
antidepressivos. Redução do risco de suicídios. 
 
Farmacocinética: 
- Boa absorção no TGI, apesar de ser um íon orgânico 
- Meia vida plasmática longa 
- Acumula-se em alguns tecidos: deve-se fazer periodicamente a dosagem de lítio no sangue, pois pode haver reserva nos tecidos e essa reserva 
pode voltar e agir no SNC a qualquer momento. 
- A passagem pela barreira hematoencefálica (BHE) é lenta. 
- Estado de equilíbrio em 5-6 dias: aparecimento lento dos efeitos 
- Baixo índice terapêutico: proximidade entre a dose tóxica (letal) e a dose eficaz 
- Excreção renal e pelo leite materno: é melhor a mãe deixar de amamentar e continuar usando lítio do que continuar amamentando e deixar de 
tomar lítio. 
 
Efeitos indesejáveis: - Náuseas, polidipsia, poliúria, hipotireoidismo, tremor, fraqueza, confusão mental e risco de teratogênese. 
 
Cuidados e contraindicações: 
- Insuficiência renal aguda, hipertensão arterial, distúrbios cardíacos, hiponatremia, gravidez e lactação. 
- Mulheres que usam lítio não devem amamentar. 
- O lítio atravessa a barreira placentária e pode provocar teratogênese (quando começa a diferenciação dos órgãos, na organogênese = 1º trimestre). 
 
OUTRAS DROGAS ESTABILIZADORAS DO HUMOR: geralmente, o lítio não é usado sozinho. Fluoxetina é muito utilizada com lítio. Pode ser 
utilizado em associação com: Neurolépticos e Anticonvulsivantes (valproato e carbamazepina) - usados na fase de mania e como auxiliares da 
litioterapia. Antidepressivos (ISRS, IMAO): usados na fase de depressão. 
 
OBJETIVO 5: Definir os mecanismos de ação dos antidepressivos: inibidores seletivos da recaptacão da serotonina, inibidores da 
receptação serotonina-noradrenalina e inibidores não seletivos de receptação de monoaminas. 
Os antidepressivos elevam o humor deprimido até atingir o nível normal e os psicoestimulantes elevam o humor acima do normal, excitam o SNC. 
Os antidepressivos diferem dos psicoestimulantes por que aumentam o humor depressivo sem interferir significativamente com o humor normal. 
Transtornos do humor ou transtornos afetivos: 
- Unipolar: ocorrência apenas de episódios depressivos 
- Bipolar: ocorrência de episódios depressivos e de mania (com euforia, agitação), pois alterna uma fase de depressão com uma fase de excitação. 
Os antidepressivos são usados nesses dois tipos de transtorno do humor, porém, no bipolar, ele será administrado na fase de depressão. 
 
 Alterações neuroquímicas na depressão: Na depressão, os principais neurotransmissores afetados são a noradrenalina e a serotonina. 
- Diminuição da transmissão de noradrenalina (NA) no SNC 
- Diminuição da transmissão de serotonina (5-HT) no SNC Por causa dessas alterações, o tratamento deve ser farmacológico, para corrigir essas 
diminuições. A psicoterapia, nesses casos, deve vir associada à farmacologia. 
 
Mecanismo da neurotransmissão: O neurônio noradrenérgico libera noradrenalina para agir nos receptores noradrenérgicos e o neurônio 
serotoninérgico libera serotonina para agir nos receptores serotoninérgicos. Na neurotransmissão normal, parte dos neurotransmissores é liberada 
e outra parte é recaptada. A noradrenalina pode controlar tanto a liberação dela quanto de serotonina. A noradrenalina pode agir no autoreceptor α 
2, fazendo feedback negativo, e pode agir nos e receptores α 2 dos neurônios serotoninérgicos. Um excesso de noradrenalina pode fazer feedback 
negativo e, consequentemente, diminuir a liberação de noradrenalina ou de serotonina. 
 
 Lucianne Albuquerque| P3 UC8 
 
E como agem? 
Os agentes antidepressivos agem no sistema límbico, que é o principal centro cerebral das emoções. Eles produzem aumento funcional (aumento 
da ação) dos neurotransmissores na fenda sináptica (noradrenalina, serotonina e/ou dopamina). Esse aumento funcional pode ser obtido por meio 
da diminuição (ou inibição) da recaptação dos neurotransmissores, diminuição da degradação, inibição do feedback negativo ou aumento da 
secreção dos mesmos. 
Podem ser classificados em 4 grupos: 
 Inibidores da captação de noradrenalina: 
- Inibem as bombas de captação de noradrenalina. Também podem interferir na recaptação de serotonina. E são muito utilizados 
- Antidepressivos Tricíclicos (ADT): 
 
Mecanismo de ação a Inibição da recaptação de noradrenalina e/ou serotonina: sempre inibem recaptação de noradrenalina, podendo inibir ou não 
a recaptação de serotonina. Não aumentam a secreção. Causa aumento da concentração de neurotransmissor na fenda sináptica. - A maioria tem 
ação prolongada por causa de sua meia-vida longa. Demoram para ser eliminados, pois seus metabólitos são ativos. Por esse motivo, deve-se ter 
cuidado ao trocar de fármaco, para não provocar efeitos adversos. - O fármaco se liga à bomba de recaptação, pois tem estrutura semelhante ao 
neurotransmissor, e impede que a bomba carreie esse neurotransmissor de volta para o neurônio. Haverá, assim, acúmulo significativo de 
neurotransmissor, pois a recaptação foi inibida e a MAO não é tão potente nem muito eficiente. 
Ex: Imipramina, Amitriptilina, G (Tryptanol), Clomipramina, G, Maprotilina (Ludiomil). 
 
 Inibidores seletivos da recaptação da serotonina: 
- Possuem menos efeitos adversos, mas não produzem muito efeito em todos os indivíduos; não resolvem todos os casos. 
 
Mecanismo de ação: Inibem a recaptação de serotonina (5-HT) . São seletivos, por isso não interferem nos níveis de noradrenalina. Ocorre aumento 
só de serotonina. 
Ex: Fluoxetina, G (Prozac, Nortec, Verotina): muito prescrita; Citalopram, G (Cipramil, Parmil); Nefazodona, G (Serzona); Paroxetina, G (Aropax, 
Pondera, Cebrilin); Sertralina, G (Zoloft, Novativ, Tolrest) 
 
 Inibidores da monoaminaoxidase (IMAO): 
 - A MAO degrada serotonina, noradrenalina... Logo, um inibidor da MAO irá inibir a degradação desses neurotransmissores. Dessa forma, haverá 
maior concentração desses neurotransmissores na fenda sináptica. 
 
Mecanismo de ação: - Inibem uma ou ambas as formas de MAO (MAOA e MAOB) no cérebro, aumentando assim, as reservas de noradrenalina, 
dopamina e serotonina. MAOB degrada principalmente dopamina. MAOA degrada mais catecolaminas na periferia. - Resposta terapêutica: 2-4 
semanas. 
Ex: - Tranilcipromina (Parnate, Stelapar): inibe basicamente MAOA; maior afinidade com MAOA. Aumenta concentração de noradrenalina e 
serotonina. 
- Moclobemida, G (Aurorix): inibe basicamente MAOA; maior afinidade com MAOA. Aumenta concentração de noradrenalina e serotonina. 
- Selegilina, G (Elepril, Jumexil): é seletiva para MAOB. Aumenta concentração de dopamina. 
 
 Antidepressivos “atípicos”: a escolha do fármaco deve ser feita mediante análise da situação de cada paciente em particular. 
 
OBJETIVO 6: Conhecer o cálculo da carga tabágica. 
Critério de Fumante e de Dependência Física à Nicotina: É considerado fumante o indivíduo que fumou mais de 100 cigarros, ou 5 maços de 
cigarros, em toda a sua vida e fuma atualmente (OPAS, 1995). 
Se o paciente é fumante, o primeiro passo é saber se ele utiliza cigarro, charuto, cachimbo ou narguilé como fonte de tabaco. O número de cigarros 
ao dia é um dado que permitirá calcular a carga tabágica (grau de exposição ao tabaco) e os gastos com cigarros. O cálculo da carga tabágica é 
realizado pela multiplicação do número de maços fumados por dia pelo número de anos de tabagismo. Por exemplo, uma pessoa que fumou 40 
cigarros por dia (2 maços) por período de 30 anos possui uma carga tabágica de 60 anos-maço (2 x 30). 
 
Referência: http://www.sopterj.com.br/calculo-do-fumo/ 
 
http://www.sopterj.com.br/calculo-do-fumo/

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