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Psicologia das Desordens Psiquiátricas

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- GENÉTICA E TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS - 
 
Fenótipo = gens + ambiente 
 (condição) (genótipo) (gatilhos/disparadores ambientais) 
(transtorno) (vulnerabilidade herdada) (fatores de risco e proteção) 
 
 
DNA 
Molécula que contém as informações genéticas (genes) de um 
indivíduo (genoma (conjunto de genes)). 
Essas informações são transcritos para a formação de 
proteínas responsáveis pelo funcionamento do organismo. 
As regiões específicas do DNA em que estão localizados os genes 
são chamadas loci (lócus – local). 
 
 
 
Gene: trecho da molécula de DNA. Entretanto, nem todo o DNA é 
formado por genes. 
Para que nosso organismo funcione corretamente, é preciso que 
os genes realize o processo de produção de proteínas.. 
 
A molécula de DNA está organizada em sequências de 
informações denominadas gene. 
 
 mRna 
 
 proteínas 
 
 
 
 
➢ Gene transcreve proteínas! 
 
 
Conforme dados do projeto Genoma Humano, sabe se que o ser 
humano possui cerca de 20000 a 25000 genes (International 
Human Genome Sequencing Consortium, 2004). 
Diferentes formas de um gene são denominados alelos. 
 
Alelo: informação genética alojada em um lócus do cromossomo. 
forma de um gene se manifestar. 
 
Um gene transcreve mais de uma proteína. se tiver problemas 
nesse gene, pode-se ter mais problemas na célula. 
 
se todas as pessoas possuem os mesmos genes, o que diferem 
umas das outras? Esse gene pode se manifestar de 
diferentes formas. que é o que chamamos de Alelo. é o mesmo 
trecho que irá se manifestar de diferentes formas, podendo ser 
recessivo ou dominante. 
 
Cromossomo: DNA condensado. 
 
 
Fenótipos 
Resultado da interação entre gene e o ambiente. 
Exemplo: diabetes, asma, hipertensão, Alzheimer... 
 
Transtornos multifatoriais e complexos não relacionados à 
manifestação de um único gene. 
 
Endofenótipo 
Fenótipo intermediário entre pessoas que apresentam um 
transtorno e pessoas sem transtornos. 
Exemplo: a mãe tem esquizofrenia, sua filha tem as 
características que não traz prejuízo a ela, mas que aparece 
com mais frequência comparado com a população em geral. 
Exemplo: alteração de memória conservada de forma significativa 
em pacientes esquizofrênicos. 
 parentes que não apresentam fenótipos para 
esquizofrenia (não afetados), apresentam alteração de memória 
em maior intensidade se comparados à população geral. Porém, 
essa é uma característica da doença que não os torna aptos 
para serem diagnosticados. 
PSICOLOGIA DOS TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS 
Transcrição 
 
 Tradução 
 
 
É possível fazer o paciente lidar com os manejos ambientais, mas 
não com os genes. 
 
Endofenótipo de esquizofrenia 
 
Pode ser necessário que a pesquisa se afaste de definições 
sindrômicas (sinais e sintomas) e mova-se para uma maior ênfase 
em endofenótipos de doenças. 
apenas os sinais e sintomas não são suficientes para elaborar 
uma hipótese. é necessário olhar para esse sujeito (genótipo), 
onde ele vive (ambiente), com quem convive (ambiente). 
 
Interação genético – ambiental 
Desenvolvimento de fenótipos ligados a doenças pode depender 
do desenvolvimento e/ou envelhecimento. 
Sabe-se que mudanças estruturais e funcionais (plasticidade) 
ocorrem em neurônios durante o período de desenvolvimento 
pós-natal. 
SNC plástico = sensível à estimulação ambiental. 
Como produtos gênicos normais e suas variantes se comportam 
no contexto de um cérebro em processo de envelhecimento? 
O SNC é o primeiro a se formar após a fertilização no óvulo, e o 
último a se formar no fim da adolescência (quando a neurogénese 
entra em nível estável - quando o frontal já conclui seu 
desenvolvimento). 
 
Genes X fatores de risco ambientais 
Evento vital significativo: ataques, divórcio, separação, morte de 
parente próximo. 
 Um transtorno multifatorial pode se desenvolver, 
portanto, a partir da exposição de poucos genes a risco 
ambientais. 
 
Possibilidades da interação entre genótipo X ambiente: 
1) Os genes apresentam efeitos sobre o traço, sem que 
haja efeito do ambiente (síndrome de Down); 
2) O ambiente tem efeito, mas sem participação genética 
(sobre peso - ambiente oferta alimentos em excesso); 
3) Os genes e o ambiente apresentam efeitos (pessoas 
com Síndrome de Down com sobrepeso pela oferta 
excessiva de alimento pelo ambiente); 
4) Os genes e o ambiente apresentam efeitos, com 
interação entre eles (transtornos multifatoriais - 
distúrbios afetivos, esquizofrenia). 
 
Exemplos de como se dá genes X ambiente: 
• Depressão Maior - estudos com gêmeos idênticos 
apontaram concordância média de 43% gêmeos 
monozigóticos (idênticos, com o mesmo DNA e genes 
que se comportam da mesma forma. um têm 
probabilidade de 43% de apresentar depressão maior 
se o outro apresentou - significa que há outras 
variáveis para determinar essa depressão maior). 28% 
gêmeos dizigóticos (temos mesmos genes e DNA que se 
manifestam de maneira diferente. Se um tem 
Depressão Maior, o outro tem 28% de probabilidade. 
As questões ambientais ganham maior valor). 
 
Poliformismo (o gene pode se manifestar de diferentes formas) 
para transportador de 5-HT (alelo S e L): alelo S foi associado 
com ansiedade relacionado a características temperamentais e 
constitui um fator de risco potencial para Depressão Maior na 
presença de adversidades ambientais (Caspi, et al. 2003). 
Estudos mostraram que portadores do alelo S apresentam 
menores taxas de resposta a depressão maior sob tratamento 
com antidepressivos inibidores seletivos de recaptação de 
serotonina em comparação com portadores do alelo L (Rato, 
Serreti, 2010). 
(Se o paciente não responde ao medicamento, não adiantará 
fazer psicoterapia. por isso deve-se olhar além dos sinais e 
sintomas - olhar quem é ele, onde e com quem vive, como é a 
mãe, o pai, etc.). 
 
• Transtorno Bipolar - estudos já constataram que o 
risco de manifestação do transtorno em parentes de 
primeiro grau de pessoas afetadas é de 10% a 20%. 
para gêmeos idênticos este índice varia entre 80% e 
90%. 
 (Parece que fatores genéticos contribuem de 
modo substancial com a etiologia do transtorno. 
diferente da depressão maior, a taxa do transtorno 
bipolar é maior. Parece que aqui o genétipo é mais 
incidente). 
 
• Ansiedade - com relação ao transtorno de pânico, 
estudos mostraram um risco de cerca de 13% para 
parentes de primeiro grau de pessoas afetadas pela 
doença. 
Para gêmeos monozigóticos este índice vai para 31% e 
para gêmeos dizigóticos 10%. 
 
• Esquizofrenia - cerca de 1% da população geral é 
afetada. Risco de 48% caso haja irmão gêmeo 
monozigóticos afetado. Risco de 17% em gêmeos 
dizigótico e de 9% no caso de parente de primeiro grau 
afetado. 
 
Todos esses dados apontam a importância de fatores além da 
genética, como os psicossociais. 
 
Neoplasticidade - o cérebro está sujeito a fatores de proteção e 
de risco. O ambiente interfere na transcrição genética e pode 
produzir novos fenótipos. 
a psicoterapia propicia recursos para lidar com situações de 
adversidade. 
 
Kandel - habituação e sensibilização - funções que ocorrem 
decorrentes de aprendizagem. 
- Habituação: uma resposta reflexa diminui em função 
da estimulação repetida de um estímulo. Temos 
capacidade de reconhecer ignorar um estímulo 
significativo. 
Por exemplo: nos assustamos com os primeiros rojões 
de Ano-Novo, mas se o barulho ocorrer várias vezes, 
iremos nos habituar a ele e não assustaremos mais. 
 
- Sensibilização: ocorre o aumento de uma resposta 
reflexa como resultado de um estímulo novo ou um 
estímulo nocivo. Quando o organismo é exposto a um 
estímulo nocivo repetidas vezes, a tendência deste 
organismo se sensibilizar e emitir respostas motoras ou 
glandulares (emocionais) aumenta a frequência. 
Por exemplo: choques repetidos no Ratinho na caixa de 
Skinner. por ser um estímulo nocivo, o rato não irá se 
habituar a ele, pois a filogenia nos preparou para 
sobreviver a estímulos nocivos.O fenótipo é baseado na neuroplasticidade. se tem um ambiente 
produzindo modificações na transcrição genética, a ciência que 
estuda esses fatores se chama epigenética. 
A neuroplasticidade no período de desenvolvimento infantil é 
muito intensa. 
Fatores ambientais como privação ou exposição prolongada a um 
evento podem alterar conexões sinápticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- TRANSTORNOS DE ANSIEDADE - 
 
Ansiedade: sentimento de apreensão, sensação de que algo está 
para acontecer, um contínuo estado de alerta aliado a um 
conjunto de alterações fisiológicas e comportamentais. 
 
Ancestrais Modernidade 
 
Sobrevivência da espécie Competitividade social, se- 
(ataques animais, guerras, busca gurança, perspectivas fu- 
Alimentos, alterações climáticas) turas, competência pro-
fissional, sobrevivência 
econômica 
 
A ansiedade tem valor adaptativo. 
Tempo suficiente para a recuperação desse esforço psíquico, o 
qual restabeleceria saúde (persistência dos estímulos 
estressores). 
 
Esgotamento 
 
Alterações fisiológicas, comportamentais e psicológicas: 
• hipervigilância 
• dificuldade de concentração 
• dificuldade de conciliação do sono 
 
• dor toráxica 
• falta de ar 
• tontura 
• aumento da sudorese 
• taquicardia 
• tenção muscular 
 
• apreensão 
• incerteza 
• irritabilidade 
 
Os Transtornos de Ansiedade impõem ônus individuais e sociais; 
tendem ser crônicos e incapacitantes. 
Acredita-se que os Transtornos de Ansiedade resultem em 
alterações em sistemas de neurotransmissão, neuroendócrinas e 
neuroanatômicas. 
 
Classificação Transtornos de Ansiedade 
segundo classificação do DSM-V: 
• Transtorno Ansiedade De Separação 
• Mutismo Seletivo (restrito a contexto de segurança) 
• Fobia Específica 
• Transtorno Ansiedade Social (Fobia Social) 
• Transtorno De Pânico 
 Foram incluí- 
 dos no DSM-V 
• Agorafobia 
• Transtorno Ansiedade Generalizada 
• Transtorno Ansiedade Induzido Por Substância Ou 
Medicamento 
• Transtorno Ansiedade Devido a Outras Condições Médicas 
(exemplo: indivíduo tem tumor no cérebro e por isso 
desenvolveu ansiedade) 
• Transtorno Ansiedade Não Especificado 
 
• Transtorno de Pânico: caracterizado por ataques de 
pânico recorrentes e inesperados - episódios de medo 
intenso e desconforto, com a ativação cognitiva e 
autonômica. 
Os ataques seriam decorrentes de uma disfunção na 
rede cerebral do medo (estruturas do tronco 
encefálico, amígdala e hipotálamo) (Gorman et al., 2000). 
 
Sistema de defesa 
 
Amígdala 
Estruturas Tronco Encefálico 
Estruturas do Eixo Neuroendócrino 
Hipotálamo + Hipófise + Adrenocorticóides 
SNC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A função da percepção é organizar e integrar aquilo que é 
captado pelos órgãos dos sentidos. é função do tálamo distribuir 
as informações sensoriais para 2 lugares: amígdala e córtex 
(onde iremos trabalhar na terapia, mas só depois, quando o 
sujeito de fato atribuiu um sentido). 
Exemplo: sujeito está em um porão, escuro, cheio de teias de 
aranha. um ataque de pânico começa na amígdala, que é ativada. o 
ataque de pânico é inesperado, pois não existem pistas ou 
gatilhos identificados que o indivíduo possa pelo menos prever – 
por isso ele desenvolve ansiedade antecipatória em relação ao 
pânico). 
ô tálamo envia projeções para a amígdala e para o córtex. a 
amígdala envia projeções para o núcleo parabranqueal (localizado 
na ponte, no tronco encefálico), que está ligado às funções 
autonômicas, principalmente frequência respiratória, promovendo 
um aumento na mesma. quando há aumento na frequência 
respiratória em função da ativação do núcleo parabranqueal, 
ativa ainda mais a amígdala, passando a perceber mudanças no 
próprio corpo e ficando hiper sensível, surge pensamentos 
negativos e aumenta mais ainda a frequência respiratória. É 
neste momento que se consegue fazer o teste de CO² e medir o 
quanto de aumento real da atividade simpática está acontecendo 
nesse sujeito. 
O núcleo central da amígdala também envia projeções (axônios) 
para o lócus celuleus (também está localizado no tronco 
encefálico, na ponte), que é responsável pela produção de 
noradrenalina (que é importante para os estados de alerta), 
aumenta a liberação de noradrenalina no encéfalo, tendo 
consequentemente um aumento em sistema nervoso simpático, 
aumento na pressão sanguínea, aumento do batimento cardíaco e 
no comportamento de defesa. a amígdala ativada também envia 
projeções para as substâncias cinzentas paraquedutal (localizada 
no mesencéfalo), responsável pelo freezing/congelamento, um 
conjunto de corpos celulares de neurônios que são ativados os 
promovendo esse comportamento de defesa muito primitivo. a 
amígdala também envia projeções para o hipotálamo, ativando o 
eixo neuroendócrino (núcleo paraventricular do hipotálamo) tendo 
aumento na liberação de adrenocorticoides (adrenalina e cortisol). 
esse núcleo paraventricular potencializa ainda mais a ativação 
autonômica, promovendo maior ativação do sistema nervoso 
simpático. 
Tudo isso acontece ao mesmo tempo, em função dos núcleos da 
amigdala que envia projeções. 
 
O problema desse mecanismo adaptativo passa a ser ativado de 
forma crônica. 
 
Obs. 1: As estruturas do tronco encefálico controlam as funções 
do sistema nervoso autônomo (homeostase), aumentando pressão 
arterial, sudorese etc. 
Obs. 2: se há modificação de transcrição gênica, a longo prazo 
terá alterações duradouras dos padrões de sinapses. 
 
Neurotransmissores: a maior evidência para a hipótese 
de alteração na neurotransmissão serotoninérgica 
provém do fato de fármacos inibidores seletivos de 
recaptação de serotonina serem muito eficazes no 
tratamento do pânico. 
O indivíduo 
não atribui 
sentido de 
ameaça, a 
substância 
ou medica-
mento que 
induz 
São 
ativados 
Freezing e padrão 
defensivo adicional 
Substância cinzenta 
periaquedutal 
Núcleo central 
da amígdala 
Núcleo 
parabranqueal 
Teste 
de 
CO² 
Mudanças 
na 
respiração 
Pensamentos 
negativos 
Lócus 
ceruleus 
Hipotálamo núcleo 
lateral 
paraventricular 
Aumento na taxa 
respiratória 
Aumento na 
liberação de 
adrenocorticóides 
Ativação 
autonômico e 
descarga 
simpática 
Aumento na 
liberação de 
noradrenalina 
Aumento da 
pressão sanguí-
nea, batimento 
cardíaco e do 
comportamento 
de defesa 
Além disso, o tratamento a longo prazo com esses 
medicamentos parece reduzir a liberação hipotalâmica 
de CRP – ativação de áreas do medo. 
CRF = liberação de fator cortecotrófica, ocorre que o 
hipotálamo liberta o fator de liberação corticotrófico, 
estimular a adrenal a liberar adrenalina, antidepressivos 
regulam a hiperativação do eixo neuroendócrino. 
Estudos também mostram diminuições nas 
concentrações de GABA (principalmente no córtex). 
 
Genética: o TP é considerado o mais hereditário dos 
transtornos de ansiedade. Parentes em primeiro grau 
apresentam risco de 5% a 16% de desenvolvê-lo. 
Estudos com gêmeos idênticos apontam prevalência de 
30% a 40% determinada por fatores genéticos – 
regiões cromossômicas 13q, 14q, 22q, 4q31-34, 9q31. 
 
 
 
 
 
Estímulos ambientais são capazes de ativar genes pois 
podem alterar a transcrição gênica (não 
necessariamente desenvolverei o transtorno, só porque 
herdo o gene). 
 
• Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): 
caracterizado por preocupa ações excessivas 
referentes a acontecimentos e atividades na maioria 
dos dias. 
Hipótese etiológica: desregulação do receptor 
GABA. 
Os sintomas são mais amenos comparando ao pânico, 
tendo uma tendência a ser mais cronificante. 
Evidências a favor dessa hipótese: eficácia 
benzodiazepínicos e barbitúricos no tratamento TAG. 
Receptor GABA > neurotransmissor gaba > inibitório de 
SNC, pois quando o gaba se liga ao receptor, ocorre 
fluxo de neocloreto por via sináptica, ficando. o conjunto 
TA envolve desequilíbrio no receptor gabaérgico, tendo 
prejuízo e inibição de sinapses. 
 
O benzodiazepínico facilita neurotransmissores 
gabaérgicos, aumentaessa neurotransmissão. por isso, 
tem efeito na supressão dos sintomas, por aumentar 
os inibitórios. 
 
Neurotransmissores: 
1) TAG como resultado da atividade diminuída 
dos receptores BZD. 
2) Fármacos com efeitos serotoninérgicos 
também diminuem os sintomas – 
psicológicos/comportamentais. 
 
Envolvimento da neurotransmissão 
serotoninérgica 
 
• Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social): medo 
excessivo de ser observado, avaliado negativamente ou 
humilhado em situações sociais. 
acompanhado de sintomas físicos e/ou de evitação da 
situação temida. (fuga ou esquiva). 
os 2 sistemas envolvidos na fobia social parecem ser o 
serotoninérgico (inibidores seletivos parecem atenuar os 
sintomas) e o dopaminérgico. 
Na TAG, os sintomas são generalizados, por qualquer 
estímulo do ambiente, já a fobia social é apenas em 
interação social. 
 
 Neurotransmissores: a principal classe de 
medicamentos utilizada no tratamento da fobia social 
são os ISRS (antidepressivos) e ISRN. 
BZD também atenuam sintomas, mas não são 
considerados os medicamentos de primeira escolha - 
abuso e dependência. 
 
• Transtorno Obsessivo Compulsivo: este transtorno está 
classificado no DSM-V dentro da categoria “Transtorno 
Obsessivo-Compulsivo e Transtornos Relacionados”. 
Não é mais considerado como transtorno de ansiedade. 
O TOC estava nos transtornos de ansiedade porque 
quando o sujeito é invadido pelas ideias intrusivas, gera 
desconforto. o sujeito é invadido pelas obsessões e não 
tem controle sobre elas e se engajaria nos 
comportamentos compulsivos para atenuar. 
O TOC sai dos transtornos de ansiedade porque essa 
era a única característica de ansiedade. 
 
- Transtorno Obsessivo Compulsivo 
- Transtorno Dismórfico Corporal (celulite no joelho) 
- Transtorno Acumulação 
- Tricotilomania (arranca cabelos, pelos, cílios...) 
Ex.: cromossomo 4 de 
braço longo, banda 31 
até banda 34 
- Transtorno de Escoriação (sujeito infringe uma lesão 
na pele, como arranhar; comportamentos que não 
chega a lesionar, mas que fica evidente na pele 
(mancha roxa, coçar...). 
Comum: ideias e comportamentos obsessivos. 
 
 Obsessões Compulsões 
 
 Plano das ideias comportamento 
 (pensamento) (rituais) 
 
As ideias obsessivas surgem de forma recorrente na 
consciência; são vivenciados com angústia e como algo 
que “invade”, que é intrusivo. 
pesquisas apontam o envolvimento de estruturas 
corticais e sub corticais e seus circuitos. 
estudos de neuroimagem estrutural encontraram 
redução volumétrica do córtex orbitofrontal, bilateral ou 
esquerdo. 
estes autores demonstraram aumento da hipófise, 
menor volume do hipocampo e amígdala e deformidades 
talâmicas. 
 
Neurotransmissores: fez a melhora dos 
sintomas obsessivo compulsivos com o uso de 
ISRS aponta o envolvimento do sistema 
serotonérgico na fisiopatologia do TOC. 
Apesar da eficácia do ISRS, cerca de 40% a 
60% dos pacientes com TOC não respondem 
de modo eficaz ao tratamento. 
envolvimento de outras vias na etiologia do 
TOC - níveis elevados de glutamato em 
diversas regiões do cérebro. 
 
• Transtorno de Estresse Pós-Traumático: este 
transtorno está classificado no DSM-V dentro da 
categoria “Transtornos Relacionados à Trauma e a 
Outros Estressores”. 
Nova classificação é justificada pela presença, nestas 
condições, de sintomas anedônicos e disfóricos, além 
dos sintomas de ansiedade. 
 
• Transtornos Relacionados à Trauma e a Outros 
Estressores: 
• Transtorno de Apego Reativo (quando as 
demandas mais básicas da criança não são 
atendidas, elas desenvolvem uma atitude de 
não gastar energia chorando como estratégia 
para se adaptarem ao meio no qual viveram. 
inibição emocional e afetiva em relação aos 
cuidadores). 
• Transtorno de Interação Social desinibida 
(conduta excessivamente familiar e 
culturalmente inapropriada com pessoas 
estranhas, dos 2 anos até a adolescência). 
• Transtorno de Estresse Pós-Traumático 
• Transtorno de Estresse Agudo (breve período 
de lembranças intrusivas que ocorre logo após 
um evento extremamente traumático) 
• Transtornos de Adaptação (tem problemas 
em sua classificação, pois, o tempo 
determinado para que os sujeitos se adaptem 
a uma nova situação irá variar de sujeito para 
sujeito. Mas em sua classificação, o sujeito 
tem que se adaptar a uma nova situação 
dentro de um determinado tempo). 
• Outro transtorno relacionado a trauma ou 
estressores especificado: o jeito consegue 
falar sobre. 
• Transtorno relacionado a trauma ou 
estressores não especificado: o sujeito não 
consegue falar sobre. 
 
E no transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), é 
desencadeado por exposição a evento traumático que resulte em: 
• revivência da experiência traumática – flashbacks, 
pesadelos 
• sintomas dissociativos (despersonalização + 
desrealização + perda de memória em relação às 
informações pessoais importantes) 
• excitabilidade aumentada (hipervigilância, distúrbios 
do sono, dificuldades de concentração). 
O TEPT saiu do transtorno de ansiedade e foi incluído nos 
estressores porquê de fato o conjunto de sinais e sintomas foi 
desencadeado pela exposição a um evento traumático, a ameaça 
de fato ocorreu, perdendo o caráter da interpretação de 
ameaça potencial, como na ansiedade. 
 
O hipocampo tem sido a principal estrutura investigada no TEPT – 
memória. (em função de o hipocampo ser relacionado a retenção 
e evocação de memória (daí a característica de ter flashbacks 
da vivência traumática) e o hipocampo pertence ao sistema 
límbico, portanto, modula reações emocionais (associadas à 
memória afetiva). 
Foi constatada a diminuição hipocampal após exposição a múltiplos 
estressores em animais e seres humanos. 
O TEPT também tem sido associado a alterações no 
funcionamento do eixo HHA (Hipotálamo, Hipófise, Adrenal) (Ou 
eixo HPA) resultando em alterações no sistema endócrino de 
resposta ao estresse. 
quando o indivíduo é exposto a estressores agudo, ocorre a 
liberação da adrenalina que ativa o eixo HHA. persistindo o 
estímulo estressor, sai do padrão de liberação de adrenalina para 
a liberação de cortisol. muito provavelmente são os efeitos do 
cortisol no SNC que gera a diminuição do volume hipocampal. 
 
Neurotransmissores: acredita-se que a 
neurotransmissão serotoninérgica esteja envolvida no 
enfrentamento do estresse. essa hipótese acaba 
encontrando apoio na eficácia de antidepressivos (ISRS) 
que atua inibindo seletivamente a recuperação de 
serotonina no tratamento do TEPT. 
BZD parecem diminuir os sintomas relacionados 
principalmente a ativação autonômica que ocorre no 
TEPT, mas para a remissão dos outros sintomas (como 
a revivência da experiência traumática e sintomas 
dissociativos) os BZD não atuam. 
O TEPT associado a uma diminuição do campo hipotálamo 
parece estar relacionada a neurotransmissão 
serotoninérgica. 
 
 
TRANSTORNOS AFETIVOS / HUMOR 
Aspectos clínicos: os transtornos de humor estão entre as 
principais causas de prejuízo funcional e suicídio. 
indivíduos com Depressão apresentam apenas episódios de 
rebaixamento acentuado do humor, enquanto aqueles com 
Transtorno Bipolar, apresentam pelo menos um episódio de mania. 
 
Transtorno Afetivo = Ciclotimia, Depressão Maior e Distimia 
(principais manifestações). 
 
DSM-V (2014) tem um capítulo transtornos depressivos e um 
capítulo de transtorno bipolar e transtornos relacionados. ambos 
são transtornos afetivos, porém, os dividiram apenas para 
facilitar a compreensão das manifestações sintomáticas. 
 
Transtornos Depressivos (DSM-V) 
• Transtorno Disruptivo de Desregulação do Humor 
• Transtorno Depressivo Maior 
• Transtorno Depressivo Persistente (Distimia) 
• Transtorno Depressivo Induzido por 
Substância/Medicamento (esteroides, quimioterápicos) 
• Transtorno Depressivo relacionado a outra condição 
médica (condição médica prévia fisiologicamente 
relacionado do aos transtornos de humor) – (doença de 
Parkinson, Huntington, lesões no crânio encefálico). o 
problemadesses transtornos como Parkinson, Huntington, 
Alzheimer, é que não existe um exame de imagem que faça 
um diagnóstico da condição, sendo apenas clínico. tem 
Aparecido nas literaturas que alguns indivíduos têm 
apresentado rebaixamento de humor antes dos tremores 
do Parkinson. muito provavelmente isso acontece como 
indícios de que há problemas neurotransmissão. 
• Transtorno depressivo não especificado 
• Transtorno Disruptivo (sujeito apresenta rebaixamento 
de humor, mas faltam critérios para ser diagnosticado 
como Depressão Maior e Depressão Persistente (não se 
preenche todos os critérios)). 
 
Transtorno bipolar (DSM-V) 
• Transtorno Bipolar I (com manifestação psicótica) 
• Transtorno Bipolar II (sem manifestação psicótica) 
• Transtorno Ciclotímico (envolve oscilações de humor mas 
não se caracteriza um episódio maníaco e nem depressão 
maior, um transtorno de humor que não afeta tanto esse 
sujeito, mas tem caráter crônico/persistente) 
• Transtorno Bipolar Induzido por 
Substância/Medicamento (estimulantes – anfetamina, 
cocaína) 
• Transtorno Bipolar relacionado a outra condição 
médica (hipertireoidismo, esclerose múltipla, AVE e 
traumas crânio encefálico) 
• Transtorno Bipolar não especificamente 
 
Genética: de acordo com estudos com gêmeos monozigóticos e 
dizigóticos, cerca de 65% a 80% do risco de desenvolvimento de 
transtorno bipolar é atribuível a fatores genéticos. utiliza se 
normalmente anticonvulsionantes e antipsicóticos para 
tratamento de transtorno bipolar, para potencializar sinapses 
gabaérgicos. 
pesquisas permitem inferir uma herdabilidade de cerca de 40% 
na depressão e de 70% no transtorno bipolar. 
 
Neurotransmissores: pesquisas têm focado alterações nos 
sistemas monoaminérgicos como possível causa para os 
transtornos de humor dada a eficácia de antidepressivos no seu 
tratamento. 
Muito provavelmente a neurotransmissão serotoninérgica e 
noradrenérgica estejam relacionadas ao transtorno de humor, e 
dopaminérgico (menos comum). 
 
Antidepressivos: inibidores da MAO (enzima integrada a 
monoamidos) é inibidores seletivos de recaptação aumentam a 
biodisponibilidade de neurotransmissores nas sinapses o que 
leva a hipótese de que a depressão é resultado de transmissões 
sinápticas disfuncionais. 
No entanto, tal hipótese não explica por que são necessárias 
semanas de tratamento para o aparecimento dos ganhos 
terapêuticos. 
Esse atraso no efeito terapêutico leva a crer que é necessário 
um tempo para que neuroadaptações ocorram. 
As ideias atuais são de que o aumento nasce concentrações de 
monoaminas cause mudanças adaptativas em neurônios alvo. 
Uma das principais teorias é a de que essas neuro adaptações 
ocorre devido a alterações nas cascatas de reações 
intracelulares, o que leva a alterações na expressão gênica. 
entendesse que o uso crônico de antidepressivos gere alterações 
nas sinapses. 
Basicamente, quando se tem inibição do transportador de 
serotonina ou noradrenalina, você aumenta a biodisponibilidade da 
monoamina do neurotransmissor da fenda, e é justamente esse 
aumento que gera um maior contato do neurotransmissor com o 
receptor. 
Lembrando que toda vez que o neurotransmissor se liga ao 
receptor, essa ligação precisa ser altamente seletiva e produz 
uma mudança conformacional. quando o neurotransmissor se liga 
ao receptor, ocorre uma série de cascatas e ações 
intracelulares que vão modificar transcrição gênica no interior do 
neurônio. 
 
No caso da mania, a principal hipótese envolvendo 
neurotransmissores é a desregulação dopaminérgica: entende-se 
que aumentos nos níveis de dopamina nas sinapses mediaria os 
sintomas maníacos. 
Redução da Transmissão dopaminérgica por meio do 
bloqueio de receptores D2 seria o mecanismo associado 
a efeitos antimaníacos. 
 
Vias de sinalização intracelular: os efeitos clínicos dos 
antidepressivos são, obviamente, causados por sua habilidade em 
induzir mudanças adaptativas na neurotransmissão, 
principalmente na serotoninérgica e noradrenérgica. 
Acredita-se que os responsáveis pelos efeitos terapêuticos finais 
sejam os processos celulares que levam ao aumento da 
expressão gênica de BDNF (fator neutrófico derivado do 
cérebro). 
 
BDNF: os fatores neutróficos (neurotrofinas) são responsáveis 
pelo crescimento, sobrevivência, desenvolvimento e a função de 
neurônios. 
Neutrofinas também inibem a morte programada (apoptose) em 
resposta a estímulos extracelulares, como por exemplo o 
estresse. 
Tanto antidepressivos quanto estabilizadores de humor aumentam 
os níveis de BDNF in vitro (na placa de vidro) e in vivo (o sujeito 
que faz uso do medicamento). 
Vários estudos já demonstraram o valor desta neutrofina nos 
mecanismos de neuroplasticidade e cognição. 
Os níveis séricos de BDNF estão diminuídos em pacientes com 
depressão maior e em pacientes com transtorno bipolar em 
episódio maníaco ou depressivo. 
As alterações nos níveis de neurotrofinas podem explicar, em 
parte, as modificações cerebrais estruturais observadas nesses 
pacientes. 
 
 
 
ESQUIZOFRENIA 
 
Um dos mais graves transtornos psiquiátricos que afeta cerca de 
1% da população mundial. 
Bleuler (1911) = Skizo (cisão) e Phrenos (mente) 
Kraepelin (1913) = Demência precoce 
 
Por se manifestar no final da adolescência/início da vida adulta. 
há uma fragmentação da cognição (pensamento), afeto (emoção) 
e comportamento (ação). 
Atribuímos um significado explicados as situações que vivemos 
(por exemplo, se o preço do produto x está mais caro do que 
deveria, isso gera essa noção de preço, gera afeto de raiva e 
não compra o produto). O sujeito com esquizofrenia tem 
dificuldade em articular os 3, pois não há ligação entre eles. 
 
DSM-V (2014) - Presença de pelo menos 2 dos seguintes 
sintomas (durante a maior parte do tempo em um período de 1 
mês): 
• Sintomas Positivos: delírios e alucinações. 
• Sintomas Negativos: embotamento afetivo, falta de 
iniciativa (avolição), isolamento social. 
• Desorganização/fragmentação do pensamento: 
discurso organizado e sem coerência. 
• Comportamento grosseiramente desorganizado. 
 
 
- Metade de todos os pacientes esquizofrênicos apresentam 
sucessão de episódios agudos, ao longo de vários anos, 
intercalados com fases de normalidade. Os próprios surtos são 
neurotóxicos para os sujeitos. 
- Vivência da realidade não comum: o mundo parece distorcido, 
instável e sem pontos de referência confiáveis. 
como não há consonância entre cognição e afeto, só sobra 
ansiedade e confusão pela incapacidade de o sujeito 
compreender. 
a pessoa parece distante, isolada ou preocupada, podendo 
permanecer sentada durante horas sem se mover, ou move-se 
constantemente, sempre vigilante e alerta. 
 
• Distúrbios do pensamento: dificuldade para pensar 
estruturadamente. Os pensamentos podem ir e vir 
rapidamente que não é possível “retê-los”. Podem saltar 
de tema em tema. O indivíduo distrai-se facilmente e 
não é capaz de fixar a atenção. 
Atesta-se esse pensamento acelerado diante do 
discurso do sujeito, saltando de tema em tema. 
• Expressão das emoções: acaba sendo manifestado de 
forma inadequada - o sujeito demonstra uma emoção 
que não tem relação com o que a pessoa diz/expressa. 
frequentemente apresenta afeto embotado, 
apresentando severa incapacidade de demonstrar 
emoções (tom de voz monótono e ausência de 
expressão facial). 
Alguns pacientes apresentam fases prolongadas de 
elação ou depressão, que requerem diagnóstico 
diferencial com distúrbios afetivos. 
 
Em torno de 10% dos pacientes esquizofrênicos cometem 
suicídio. 
Estudos recentes mostram que a esquizofrenia é um quadro 
marcado por anomalias presentes no neurodesenvolvimento 
(Ocorrem antes do primeiro episódio psicótico). 
 
Progressão dessas anormalidades após a instalação da doença - 
caráter crônico. 
 
Fatores genéticos 
Risco relativo em gêmeos monozigóticos: 50%. 
Traço complexo: herança não mendeliana (não é monogenética) 
com significativas interações com fatores ambientais. 
Não há herança dadoença em si. Herda-se uma pré-disposição 
aumentada para o desenvolvimento do transtorno. 
Fatores genéticos que conferem maior susceptibilidade à 
esquizofrenia são transmitidos, mas podem não ser expressos. 
múltiplos genes com pequenos efeitos e penetrância incompleta 
podem interagir entre si e com diversos fatores ambientais. 
(Miyamoto et al., 2003; Bertolino; Blasi, 2009). 
 
• Gene DTNBP1: Identificado em famílias com alta 
densidade de indivíduos com esquizofrenia. gene que 
está relacionado a processos de plasticidade sináptica e 
transdução do sinal. 
• Gene NRG1: (Neurorregulina-1): papel importante nos 
processos de migração neural e desenvolvimento 
cerebral. 
• Gene DISC-1 (Disrupted In Schizophrenia 1): Papel tanto 
no desenvolvimento cerebral como no funcionamento 
neural adulto. 
 
Fatores ambientais 
1) Fatores ambientais precoces: precoces complicações 
obstétricas, infecções maternas, nascimento em zona 
urbana. 
Infecções maternas durante a gestação: respostas 
inflamatórias (produção citocinas pela mãe) > essas 
citocinas podem ter efeitos neurotóxicos no 
desenvolvimento cerebral do feto. 
Outras complicações obstétricas podem resultar em 
dano isquêmico cerebral - resulta em pequenas 
hemorragias. 
 - Alargamento dos ventrículos (quanto mais 
alargado, menos massa cerebral) 
 - Redução do volume hipocampal 
 - Anormalidades no corpo caloso (ele que une 
os 2 hemisférios, então informações que deveria 
trafegar corretamente entre eles, não ocorre). 
 
É necessário que a mãe tenha um rebaixamento na resposta 
imunológica gestante porque os genes que descrevem o bebê não 
pertencem somente a mãe, mas ao pai, sendo proteínas 
estranhas no corpo da mãe – assim, o corpo dela não “dispare o 
alarme” para os outros agentes de moléculas, células, proteínas 
etc., avisando que há um invasor (proteínas do pai) e rejeite o 
bebê. 
 
2) Fatores ambientais tardios: abuso de drogas (cannabis), 
eventos de vida adversos e estresse. 
uso precoce e pesado de cannabis aumenta de forma 
significativa o risco de desenvolvimento posterior da 
esquizofrenia. 
Estudos longitudinais: o uso cannabis pode 
precipitar um episódio psicótico em pessoas 
vulneráveis. uso de cannabis aos 15 anos 
representou um aumento de 4,5 tendência 
desses indivíduos serem diagnosticados com 
esquizofrenia aos 26 anos. (Arsenault et al., 
2002) 
DTHC (princípio ativo da cannabis) que contribui 
para desenvolvimento da esquizofrenia em 
encéfalos em desenvolvimento (de crianças e 
adolescentes). 
 
Hipóteses de neutransmissores esquizofrenia 
Há diversas evidências que apontam para alterações em vários 
sistemas de neurotransmissores na esquizofrenia: 
Dopamina (o principal sistema prejudicado): 
hiperatividade aumentada na Transmissão 
dopaminérgica, mais especificamente sobre receptores 
D2 na via mesolímbica. (o que está acontecendo na via 
do mesencéfalo até o sistema límbico: uma 
hiperatividade do sistema dopaminérgico, está sendo 
liberado muita dopamina (excesso). 
 
O tronco encefálico é composto por mesencéfalo 
 ponte 
 bulbo 
 
A maior parte dos corpos celulares dos neurônios do painel 
angicos estão justamente no tronco encefálico, ou seja, toda 
elevação do painel de caqui vai para todo o encéfalo, parte do 
tronco encefálico. 
 
 
A dopamina neurotransmissor é produzido no corpo celular. A 
sinapse acontecerá na terminação nervosa (axônio e dendrito). 
 
Vias dopaminérgicas 
 
 
Via 1: os corpos celulares dos neurônios dopaminérgicos saem do 
tronco encefálico (mesencéfalo) e chegam para liberar dopamina 
no estriato. 
Via 2: sai do mesencéfalo e vai até o sistema límbico (conjunto de 
estruturas que modula reações emocionais). 
Via 3: sai do mesencéfalo e chega ao córtex, principalmente 
córtex frontal e pré-frontal (importantes para as funções 
perceptivas, como raciocínio lógico, tomada de decisão, 
apreensão...). 
Via 4: sai do hipotálamo e chega a hipófise, relacionada a questão 
de hormônios. 
 
Os corpos celulares dos neurônios então no tronco encefálico e 
as terminações nervosas desses neurônios vão se dirigir para 
estruturas como o estriato (que leva o nome de nigro-estriato 
(via 1), porque é uma via que sai da substância negra, localizada no 
tronco encefálico, mais especificamente no mesencéfalo). A 
substância negra envia projeções para o estreato, um dos 
núcleos da base. os núcleos da base que estão bem no centro do 
encéfalo, são estruturas importantes para o desenvolvimento de 
movimentos finos. 
 
1ª via: neurônios dopaminérgicos estão saindo do mês encéfalo e 
estão liberando dopamina no estriato. 
2ª via: sai do mesencéfalo e vai até estruturas do sistema límbico 
(que são um conjunto de estruturas responsáveis pela modulação 
de respostas emocionais). 
3ª via: sai do mês encéfalo até o córtex frontal e pré-frontal 
(responsáveis pelo raciocínio lógico, pela atribuição de 
sentido/julgamento). 
4ª via: parte do mês encéfalo e vai até a hipófise (com o uso de 
antipsicóticos podem surgir anomalias hormonais). 
 
Quando o sujeito toma antipsicótico, todas essas vias 
dopaminérgicas estão sendo afetados. 
 
As evidências a favor dessas hipóteses são farmacológicas: 
• Antipsicóticos típicos antagonizam receptores D2 (de 
primeira geração, como o Alperidol): O fármaco vai lá, 
se liga no receptor, o bloqueia, mas não promove 
atividade intrínseca – o antipsicótico se liga ao receptor 
e não deixa a dopamina que está em excesso se ligar no 
receptor. 
• Agonistas dopaminérgicos (Como anfetamina e cocaína) 
podem precipitar psicose em indivíduos saudáveis. os 
agonistas eram substâncias que funcionam da mesma 
forma que o neurotransmissor: ele vai lá, se liga ao 
receptor e promove atividade intrínseca. 
 
Hipóteses dopaminérgica: 
• Sintomas Positivos: decorrente de um excesso de 
dopamina na via mesolímbica. 
• Sintomas Negativos e Cognitivos: deficit de dopamina no 
córtex frontal. 
A desregulação dopaminérgica parece ser o 
estágio final do desenvolvimento da Psicose 
em indivíduos suscetíveis. 
daí a dificuldade de a psiquiatria 
conseguir suprimir sintomas 
esquizofrénicos. 
 
Os antipsicóticos típicos ou de primeira geração eram 
medicamentos eficazes para controlar sintomas positivos porque 
antagonizam receptores do tipo D2, ou seja, a substância se liga 
ao receptor, não deixa a dopamina se ligar e inativa aquele 
receptor. 
Quando tomamos medicamento via oral ou endovenosa, esse 
medicamento vai atuar em todas as vias. se o medicamento é 
antagonista dopaminérgico, ele vai antagonizar receptores de 
dopamina em todo o encéfalo. 
Onde tem dopamina em excesso, ok, está sendo liberada muita 
dopamina na via mesolímbica. Lá na via mesolímbica, o 
antagonismo de receptores D2 é eficaz, controla os sintomas 
positivos, porque não deixa aquele excesso de dopamina que está 
no sistema límbico se ligar ao receptor. Mas esse medicamento 
que é agonista de receptor D2 também vai antagonizar (bloquear) 
o receptor em outras regiões, principalmente nas regiões onde já 
está faltando dopamina. Quanto aos sintomas negativos: eles 
pioram ou não aagemsobre eles. 
Antipsicóticos de segunda geração, o mais moderno, como 
Aripiprazol, é um agonista parcial, ou seja, ele tem atividade 
Intrínseca maior que 0 maiores é e menor que 1; considerando 1 
atividade intrínseca máxima. ele ativa o receptor parcialmente, 
não totalmente. 
O agonista parcial se liga ao receptor, mas não o ativa ao ponto 
de promover atividade intrínseca igual a uma atividade intrínseca 
máxima. ou seja, onde há excesso de dopamina, não se tem 
controle da ativação do receptor que está acontecendo em 
excesso. 
Nas áreas que está faltando dopamina (na via mesocortical), um 
agonista parcial vai lá, ativa razoavelmente um receptor que não 
estava sendo ativado. 
A dificuldade de se controlar tanto os sintomas positivos quanto 
os sintomas negativos da esquizofrenia, é que os sintomas 
positivos são decorrentes do excesso de dopamina no sistema 
límbico, e os sintomas negativossão decorrentes de uma falta de 
dopamina no córtex. 
 
Se você der um antagonista, você vai diminuir dopamina em todo 
o encéfalo, até nas regiões que estão faltando. Se você der um 
antagonista parcial, ele ativará o receptor parcialmente. Ele 
regula a neurotransmissão (são neuromoduladores) por uns nas 
áreas onde há neurotransmissor em excesso e ativa o receptor 
que não estava sendo ativado nas áreas onde o neurotransmissor 
falta. 
 
Um dos efeitos colaterais do Haloperidol é induzir Parkinson 
(sintomas do Parkinson), como tremores e alterações 
importantes na marcha. Quando se dá um antagonista D2 e ele 
age na via nigro-estriatal (uma via que não está ligada à 
esquizofrenia), ele antagoniza (bloqueia) receptores do estriato, 
diminuindo a quantidade de dopamina do estriato, que é um dos 
núcleos base importante para a execução e planejamento de 
movimentos finos e complexos. 
Então, além dê o medicamento só controlar sintomas positivos, 
não agir sobre os negativos, ele tem efeitos colaterais 
importantes. 
Temos, portanto, a hipótese da desregulação/desequilíbrio 
dopaminérgico em seu estágio final do desenvolvimento da Psicose 
em sujeitos suscetíveis. 
A esquizofrenia seria uma doença do neurodesenvolvimento, ou 
seja, ocorre alterações importantes tanto na estrutura quanto 
na função do SNC, durante o desenvolvimento embrionário. 
Quem toma antipsicóticos típico pode ter alterações importantes 
neuroendócrinas. 
 
O que se descobriu a respeito da hipótese etiológica da 
esquizofrenia? que mesmo os antipsicóticos de segunda geração, 
aqueles que atuam como parciais, nem eles por si só suprimem 
todos os sintomas da esquizofrenia (sintomas positivos, negativos 
e fragmentação cognitivo). 
A partir disso, descobriram que além do desequilíbrio da 
desregulação dopaminérgica, também existe um desequilíbrio na 
neurotransmissão glutamatérgico. 
(Glutamato = principal neurotransmissor excitatório do SNC). 
 
• Glutamato 
Em 2009 descobriram que a esquizofrenia também é 
marcada por hipofunção glutamatérgico e hiperfunção 
glutamatérgico. 
Só que as vias glutamatérgicos são diferentes das vias 
dopaminérgicas (composta por aquelas 4 vias). Quando 
se fala de glutamato não se fala de vias específicas, 
mas de um conjunto de redes que está distribuída por 
todo o encéfalo. 
O que acontece na esquizofrenia além do desequilíbrio 
dopaminérgico: algumas regiões do encéfalo têm muito 
glutamato, e outras regiões do encéfalo têm pouco 
glutamato. 
Postula-se que há uma diminuição na neurotransmissão 
glutamatérgica que seria mediada pelos receptores 
NMDA. 
Existem 2 tipos de receptores: os NMDA e os não-
NMDA. 
Nos receptores NMDA, na esquizofrenia postula-se que 
há uma diminuição na neurotransmissão – pouco 
glutamato se ligando nesse tipo de receptor, ocorrendo 
um aumento compensatório na liberação de glutamato 
nos receptores que não são NMDA (Por mais que haja 
desequilíbrio, o encéfalo tenta trabalhar para manter a 
homeostase). 
 
Hipótese do neurodesenvolvimento da esquizofrenia 
É cada vez maior o número de evidências que apontam a 
presença de alterações no neurodesenvolvimento que precedem 
(provavelmente no período gestacional) a manifestação da 
doença. 
Temos então alterações patológicas de neurônios específicos in 
circuitos neurais que costuma se apresentar após um período de 
tempo de latência de 2 a 3 décadas. 
Primeiro episódio psicótico passa a ser considerado um 
estado tardio da doença, e não o seu início. 
Sabe se que crianças que desenvolvem esquizofrenia apresentam 
atrasos e déficit no desenvolvimento motor e cognitivo - 
costumam ser mais isoladas/solitárias e ansiosas. 
Quanto mais conseguir atrasar o surto, melhor o prognóstico. 
quanto maior surto, maior lesão neural. 
Além disso, os sintomas negativos estão presentes no início da 
doença (infância) - segue-se um processo de deterioração das 
funções cognitivas. 
 
Curso deteriorativo da esquizofrenia 
O curso e a leva alguns autores a considerarem que o primeiro 
episódio psicótico tem um efeito neurotóxico. 
Piora dos sintomas ao longo do tempo, assim como a perda do 
funcionamento global - deterioração clínica significativa. 
 
Neuroimagem e Esquizofrenia 
Nós entendemos essa deterioração a partir dos estudos de 
neuroimagem. 
Os estudos de neuroimagem apresentam que pacientes crônicos 
(que apresentam vários surtos) tendem a apresentar 
modificações morfológicas em estruturas do SNC: 
• redução da amígdala, hipocampo, córtex frontal e 
temporal, tálamo. 
• alargamento dos ventrículos laterais. 
• alargamento dos giros corticais. 
• alargamento do espaço subaracnóideo. 
Estudos de neuroimagem também demonstraram alterações 
neuro anatômicas em familiares (endofenótipos) assintomáticos 
de pacientes esquizofrênicos. 
Alterações com gravidade intermediária entre indivíduos 
saudáveis e pacientes com esquizofrenia (endofenótipos). 
Alteração importante que ocorre é a redução do volume 
hipocampal. 
Estudos de neuroimagem funcional demonstraram que pacientes 
crônicos exibem hipofrontalidade (funcionamento rebaixado do 
córtex frontal) durante execução de tarefas cognitivas. 
Hipofrontalidade está associada à manifestação de 
sintomas negativos e ao déficit cognitivo. 
Parentes assintomáticos de esquizofrénicos também 
apresentaram redução na função lobo frontal (embora 
intensidade menor se comparada ao paciente esquizofrénico). 
Estudos de espectroscopia por ressonância magnética permitem 
avaliar os níveis de metabólitos do cérebro vivo: pacientes 
esquizofrénicos possuem níveis de NAA (N-acetilaspartato), 
considerando um marcador de integridade neuronal. 
O mesmo acontece em pacientes com doença de Alzheimer.

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