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Aulas - Psicofarmacologia

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Psicofarmacologia
O SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO
Tecido Nervoso
• O tecido nervoso compreende
basicamente dois tipos celulares: os
neurônios e as células gliais ou neuroglia.
• O neurônio é a sua unidade fundamental,
com a função básica de receber, processar
e enviar informações.
• A neuróglia compreende células que
ocupam os espaços entre os neurônios,
com funções de sustentação, revestimento
ou isolamento, modulação da atividade
neuronal e defesa.
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Tecido Nervoso
• Neurônios:
• São células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com
células efetuadoras (células musculares e secretoras), usando
basicamente uma linguagem elétrica, qual seja, modificações do
potencial de membrana.
• A membrana celular separa dois ambientes que apresentam
composições iônicas próprias: o meio intracelular, onde
predominam íons orgânicos com cargas negativas e potássio; e o
meio extracelular, onde predominam sódio e cloro.
• As cargas elétricas dentro e fora da célula são responsáveis pelo
estabelecimento de um potencial elétrico de membrana (com
excesso de cargas negativas dentro da célula).
Ana Claudia
Realce
Ana Claudia
Sublinhado
Ana Claudia
Realce
Ana Claudia
Sublinhado
Ana Claudia
Sublinhado
Tecido Nervoso
• Neurônios:
• Corpo celular: o corpo celular é o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de
todas as proteínas neuronais, bem como pela maioria dos processos de degradação e renovação
de constituintes celulares, inclusive de membranas.
• Dendritos: são especializados em receber estímulos, traduzindo-os em alterações do potencial
de repouso da membrana. Tais alterações envolvem a entrada ou saída de determinados íons e
podem expressar-se por pequena despolarização ou hiperpolarização. A despolarização é
excitatória e significa diminuição da carga negativa do lado intracelular. A hiperpolarização é
inibitória e significa aumento da carga negativa do lado extracelular.
• Axônio: origina-se no corpo celular e apresenta comprimento muito variável, podendo chegar
a mais de um metro. É capaz de gerar, em seu segmento inicial, alteração do potencial de
membrana (impulso nervoso), ou seja, despolarização da membrana de grande amplitude,
capaz de repetir-se ao longo do axônio de forma regular, até alcançar a terminação axônica.
Estrutura dos neurônios
• Todos os neurônios têm um corpo celular e 
são organizados estruturalmente para 
receber informações de outros neurônios 
por meio de dendritos, às vezes por meio de 
espinhas dendríticas e, com frequência, por 
meio de uma “árvore” elaboradamente
ramificada de dendritos.
• Os neurônios também são organizados 
estruturalmente para enviar informações a 
outros neurônios por meio de um axônio 
que forma terminações pré-sinápticas 
durante o percurso do axônio ou onde o 
axônio termina.
Tecido Nervoso
• Células Gliais ou Neuróglia:
• Astrócitos: através de expansões conhecidas como pés vasculares,
apoiam-se a capilares sanguíneos (formando a barreira
hematoencefálica). Seus processos contatam também os corpos
neuronais, dendritos e axônios e envolvem as sinapses, isolando-as.
Têm, portanto, funções de sustentação e isolamento dos neurônios.
São também importantes para a função neuronal, uma vez que
participam do controle dos níveis de potássio extraneuronal,
ajudando na manutenção de sua baixa concentração extracelular.
Tecido Nervoso
Tecido Nervoso
• Células Gliais ou Neuróglia:
• Oligodendrócitos: são responsáveis pela formação da bainha de
mielina em axônios do sistema nervoso central.
• Microgliócitos: células com funções fagocitárias, responsáveis pela
defesa do tecido nervoso.
• Células ependimárias: revestem as paredes dos ventrículos
cerebrais e do canal central da medula espinhal. Constituem os
plexos coroides responsáveis pela produção do líquido cérebro-
espinhal.
Tecido Nervoso
Tecido Nervoso
• Substância cinzenta: regiões com alta concentração de corpos
celulares de neurônios. Estas regiões, quando observadas em fatias
de um tecido fresco, recebem coloração acinzentada.
• Substância branca: regiões com uma grande quantidade de
prolongamentos de neurônios, principalmente, de axônios. Estes
axônios são envolvidos por células da glia, formando as fibras
nervosas. Sua cor se deve a grande quantidade de mielina presente.
Tecido Nervoso
Tecido Nervoso
• Fibras nervosas: uma fibra nervosa compreende um axônio e seus
envoltórios de origem glial. O principal envoltório das fibras
nervosas é a bainha de mielina, que funciona como isolante
elétrico.
• Nervos: conjunto de fibras nervosas, organizadas em feixes que se
associam a estruturas conjuntivas (fibras colágenas).
Sistema Nervoso Central
• O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela medula 
espinhal.
- Cérebro (Telencéfalo e Diencéfalo)
- Encéfalo - Tronco Encefálico (Mesencéfalo, Ponte e Bulbo)
- Cerebelo
SNC
- Medula Espinhal 
Sistema Nervoso Central
• Telencéfalo:
• O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais, direito e
esquerdo. Os hemisférios possuem cavidades, os ventrículos
laterais direito e esquerdo.
• Possui cinco lobos: frontal, temporal, parietal, occipital e lobo da
ínsula.
• Funções corticais: sentidos (visão, audição, fala, tato, olfato),
controle motor, memória de longa duração, etc.
• Núcleos da base e centro branco medular do cérebro: os núcleos da
base estão relacionados a doenças como Parkinson (estriado) e
Alzheimer (núcleos de Meynert).
Sistema Nervoso Central
Sistema Nervoso Central
• Diencéfalo: 
Compreende as seguintes estruturas: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo.
• Tálamo: os tálamos são duas massas volumosas de substância cinzenta, de
forma ovóide, dispostas uma de cada lado na porção látero-dorsal do
diencéfalo. Suas funções estão relacionadas à sensibilidade, motricidade,
comportamento emocional e ativação do córtex.
• Hipotálamo: é uma área relativamente pequena do diencéfalo, situada abaixo
do tálamo, com importantes funções. Suas funções incluem: controle do
sistema nervoso autônomo (peristaltismo gastrointestinal, ritmo cardíaco,
pressão sanguínea, movimentos pupilares, etc); regulação da temperatura
corporal (mecanismos de perda ou conservação de calor); regulação do
comportamento emocional; regulação sono-vigília; regulação da ingestão de
alimentos e água (centro da sede); regulação da diurese (regulação da
quantidade de água no organismo) e regulação do sistema endócrino.
Sistema Nervoso Central
• Diencéfalo:
• Epitálamo: localizado na parte superior e posterior do diencéfalo e
contém formações endócrinas e não endócrinas. A formação
endócrina mais importante é a glândula pineal. Sua principal
função está relacionada à glândula pineal e, consiste na secreção de
melatonina (regula os ritmos circadianos e sono-vigília).
Sistema Nervoso Central
Sistema Nervoso Central
• Tronco Encefálico:
• O tronco encefálico é composto por três estruturas distintas: o
mesencéfalo (localizado entre o cérebro e a ponte); a ponte
(estrutura intermediária entre o mesencéfalo e o bulbo); e o bulbo
(localizado entre a ponte e a medula espinhal).
• No bulbo localiza-se o centro respiratório, muito importante para a
regulação do ritmo respiratório. Localizam-se, também, o centro
vasomotor e o centro do vômito. A presença dos centros
respiratório e vasomotor torna as lesões neste órgão especialmente
perigosas.
Sistema Nervoso Central
Sistema Nervoso Central
• Cerebelo:
• O cerebelo localiza-se dorsalmente ao bulbo e à ponte. Suas
principais funções são: manutenção do equilíbrio e da postura (ao
promover a contração adequada dos músculos axiais e proximais);
controle do tônus muscular; controle dos movimentos voluntários
(planejamento do movimento); e aprendizagem motora
(movimentos repetitivos).
Sistema Nervoso Central• Medula Espinhal:
• A medula espinhal é uma massa cilindroide de tecido nervoso
situada dentro do canal vertebral sem ocupa-lo completamente. No
homem adulto mede cerca de 45 cm. Cranialmente limita-se com o
bulbo e seu limite inferior no adulto situa-se na altura da vértebra
L2.
• Em geral, possui como função a mediação entre os estímulos
nervosos oriundos dos músculos, pele, articulações e o cérebro
(conduz informações). É responsável pelo arco reflexo e controle
da marcha.
Sistema Nervoso Periférico
• O sistema nervoso periférico pode ser dividido em somático e visceral.
• O sistema nervoso somático é aquele relaciona o organismo com o meio. Para
isto, a parte aferente do sistema nervoso somático conduz aos centros nervosos
impulsos gerados em receptores periféricos, informando estes centros sobre o
que se passa no meio ambiente. Por outro lado, a parte eferente do sistema
nervoso somático leva aos músculos esqueléticos o comando dos centros
nervosos, resultando movimentos integrados ao meio externo.
• O sistema nervoso visceral relaciona-se com a inervação das estruturas
viscerais e é muito importante na manutenção da homeostase. Assim como no
sistema somático, distinguem-se uma via aferente e outra eferente do sistema
nervoso visceral. O componente aferente conduz os impulsos nervosos
originados nas vísceras a partes específicas do SNC. O componente eferente
traz impulsos a certas estruturas viscerais, terminando em glândulas, músculos
lisos ou músculo cardíaco.
Sistema Nervoso Autônomo
• Por definição, denomina-se sistema nervoso autônomo apenas o
componente eferente do sistema nervoso visceral.
• O sistema nervoso autônomo divide-se em simpático (adrenérgico)
e parassimpático (colinérgico). De um modo geral, o sistema
simpático tem ação antagônica à do parassimpático em um
determinado órgão. É importante ressaltar que os dois sistemas,
apesar de terem características antagônicas, trabalham
harmonicamente na coordenação da atividade visceral.
Sistema Nervoso Autônomo
Sinapses
• Sinapses interneuronais: ocorrem entre dois neurônios.
• Sinapses neuroefetuadoras: no sistema nervoso periférico,
terminações axônicas podem relacionar-se também com células não
neuronais ou efetuadoras, como células musculares (esqueléticas,
cardíacas ou lisas) e células secretoras (ex: glândulas salivares).
• Quanto ao modo de funcionamento, destacam-se dois tipos de
sinapses: sinapses elétricas e sinapses químicas.
Sinapses
• Sinapses Elétricas:
• São exclusivamente interneuronais. Nessas sinapses, as membranas
plasmáticas dos neurônios envolvidos entram em contato,
conservando espaço mínimo entre elas. Ocorre comunicação entre
os dois neurônios, através de canais iônicos concentradas em cada
uma das membranas envolvidas. Esses canais projetam-se no
espaço intracelular, justapondo-se de modo a estabelecer
comunicação intercelulares que permitem a passagem direta de íons
do citoplasma de uma célula para outra. Ao contrario das sinapses
químicas, as sinapses elétricas não são polarizadas, ou seja, a
comunicação entre os neurônios se faz nos dois sentidos
(bidirecionais).
Sinapses
• Sinapses Químicas:
• Representam a grande maioria das sinapses interneuronais e todas
as sinapses neuroefetuadoras. Neste caso, a comunicação entre os
elementos em contato depende da liberação de substância química
(neurotransmissor).
• As sinapses químicas caracterizam-se por serem polarizadas, ou
seja, apenas um dos dois elementos em contato, o chamado
elemento pré-sináptico, possui o neurotransmissor. Este é
armazenado em vesículas especiais denominadas vesículas pré-
sinápticas.
Sinapses
• Sinapses Químicas:
• Sinapses químicas interneuronais: na maioria dessas sinapses, uma
terminação axônica entra em contato com qualquer parte de outro
neurônio, formando sinapses axodendríticas, axossomáticas e
axoaxônicas. Além disso, é possível que um dendrito ou mesmo o
corpo celular seja o elemento pré-sináptico, podendo ocorrer
sinapses dendrodendríticas, dendrossomáticas, somatossomáticas,
somatodendríticas e mesmo somatoaxônicas. Uma sinapse química
interneuronal compreende o elemento pré-sináptico (que armazena
e libera o neurotransmissor), o elemento pós-sináptico (que contém
os receptores para o neurotransmissor) e a fenda sináptica (que
separa as duas membranas sinápticas).
Sinapses
• Sinapses Químicas:
• Sinapses químicas neuroefetuadoras: envolvem os axônios dos
nervos periféricos e uma célula efetuadora não neuronal. Se a
junção se faz com células musculoesqueléticas (placa motora), tem-
se uma junção neuroefetuadora somática; se com células
musculares lisas ou cardíacas ou glandulares, tem-se uma junção
neuroefetuadora visceral (sistema nervoso autônomo simpático e
parassimpático).
Neurotransmissão
Neurotransmissão química: qual importância para o 
estudo da psicofarmacologia?
Compreender as ações dos fármacos sobre o 
cérebro; o impacto da doença sobre o Sistema 
Nervoso Central e as consequências dos 
medicamentos psiquiátricos.
Neurotransmissão
Afinal: o que é neurotransmissão?
Constituída pelos neurônios e as conexões entre 
eles, as sinapses;
As sinapses podem surgir em muitas partes de 
um neurônio;
O neurotransmissor fica acondicionado no 
terminal nervoso pré-sináptico e em seguida é 
disparado para o neurônio pós-sináptico para 
chegar aos seus receptores.
Neurotransmissão
• Os neurônios são as células de 
comunicação química do cérebro;
• O cérebro humano é constituído por 
dezenas de bilhões de neurônios, com cada 
um deles se ligando a milhares de outros.
Ou seja:
• O cérebro tem trilhões de sinapses!
Neurotransmissão
• Os neurônios tem diversos comprimentos, 
tamanhos e formatos que determinam suas 
funções, assim como sua localização no 
cérebro também determina.
• Quando a função neuronal é alterada por 
fármacos, sintomas comportamentais 
podem ser amenizados, agravados ou 
podem surgir a partir dessa alteração.
Neurotransmissores
Os principais neurotransmissores 
para saúde mental/psiquiatria são:
• serotonina
• noradrenalina
• dopamina
• acetilcolina
• glutamato
• GABA (ácido γ-aminobutírico).
Neurotransmissores
• Ácido Gama Aminobutírico (GABA): é o principal neurotransmissor
inibitório do encéfalo. O efeito inibitório ocorre quando o GABA se
liga ao receptor, produzindo maior aporte de Cloro para a célula.
Responsável pela sintonia fina e coordenação doa movimentos.
Agentes depressores do SNC aumentam sua liberação, podendo levar à
depressão clínica (ex: etanol, benzodiazepínicos e barbitúricos).
Neurotransmissores
• Glutamato: é encontrado em grande concentração no cérebro e exerce
função excitatória potente nos neurônios de quase todas as regiões
cerebrais. Está associado a morte de células neuronais pela ativação
excessiva dos receptores NMDA, possibilitando a entrada de grandes
concentrações de cálcio na célula neuronal. Vem sendo associado à
fisiopatologia dos quadros neurodegenerativos (doença de Alzheimer).
Neurotransmissores
• Acetilcolina (Ach): envolvido em diversos comportamentos como
atenção, memória e aprendizagem. Nas fibras musculares são
responsáveis pela estimulação (movimento). Possui relação com a
fisiopatologia da doença de Alzheimer – 90% dos casos da doença
existe perda de neurônios colinérgicos na região do hipocampo.
Neurotransmissores
• Dopamina (DA): controla níveis de estimulação e controle motor em muitas
áreas encefálicas. Quando os níveis de dopamina estão extremamente baixos
os pacientes são incapazes de se mover voluntariamente. Está envolvido,
também, nos mecanismos de recompensa (dependência química).
*Doença de Parkinson - acontece devido degeneração de neurônios
dopaminérgicos oriundos da substância negra, que enviam as suas projeções para o
estriado, o qual está envolvido no controle motor do movimento. A doença de
Parkinson é tratada com L-DOPA, o precursor da dopamina no encéfalo.
*Esquizofrenia - é uma patologia causada pelo excesso de dopamina liberada
para o terminal pós-sináptico. Há hipótese que exista uma excessiva estimulação
dopaminérgica no lobo frontal (causado talvez pela ativação de genes). É tratada
por drogas que bloqueiam a ligação da dopamina no receptor pós-sináptico.
Neurotransmissores
• Serotonina (5HT): neurotransmissor que possui interferências no
humor (depressão e ansiedade) e no comportamento agressivo.
Inibidores da recaptação deste neurotransmissor estão associados a
melhora significativa dos quadros de transtorno do humor (ansiedade e
depressão).
Neurotransmissores
• Noradrenalina (NA): esse neurotransmissor está relacionado a
excitação físico e mental. É produzido no locus coeruleos e atua como
mediador dos batimentos cardíacos, pressão sanguínea, conversão de
glicogênio em energia e outros. Possui atuação na memória,
aprendizado, humor e no estresse agudo (estresse crônico diminui sua
concentração no SNC).
Neurotransmissão
• Todos os neurônios recebem impulsos de 
uma série de neurotransmissores na 
neurotransmissão pré-sináptica clássica 
para a neurotransmissão assimétrica pós-
sináptica. 
• A neurotransmissão pré-sináptica para a 
pós-sináptica no trilhão de sinapses do 
cérebro constitui a base da 
neurotransmissão química, porém algumas 
neurotransmissões são retrógradas, do 
neurônio pós-sináptico para o neurônio pré-
sináptico, enquanto outros tipos de 
neurotransmissão, como a de volume, não 
necessitam de sinapse.
Neurotransmissão
• Um neurotransmissor precipita cascatas moleculares complexas, em
que a mensagem transmitida é transferida de molécula a molécula
dentro do neurônio que está recebendo essa informação, alterando,
por fim, os mecanismos bioquímicos dessa célula, a fim de atuar de
acordo com a mensagem que lhe foi enviada.
• A função da neurotransmissão química não é tanto ter um
neurotransmissor pré-sináptico que se comunique com seus
receptores pós-sinápticos, mas sim haver uma comunicação
do genoma pré-sináptico com o genoma pós-sináptico: do DNA com o
DNA, do “centro de comando” pré-sináptico com o “centro de
comando” pós-sináptico e de volta.
Neurotransmissão
• A mensagem da neurotransmissão química é transferida por três vias sequenciais
de “correio expresso molecular”: (1) uma via de síntese de neurotransmissores
pré-sinápticos do genoma pré-sináptico até a síntese e o acondicionamento do
neurotransmissor e de enzimas e receptores de sustentação; (2) uma via pós-
sináptica que se estende desde a ocupação dos receptores, por meio de
segundos mensageiros, até o genoma, que ativam genes pós-sinápticos; e (3)
outra via pós-sináptica que começa nos genes pós-sinápticos
recentemente expressos, que transferem a informação na forma de uma cascata
molecular de consequências bioquímicas em todo o neurônio pós-sináptico.
• Nesse estágio, deve ficar bem claro que a neurotransmissão não termina quando
um neurotransmissor se liga a um receptor ou, até mesmo, quando fluxos de íons
foram alterados ou houve formação de segundos mensageiros. Todos esses tipos
de eventos começam e terminam em milissegundos a segundos após a liberação
do neurotransmissor pré-sináptico. A meta final da neurotransmissão consiste em
alterar as atividades bioquímicas do neurônio-alvo pós-sináptico de maneira
profunda e duradoura.
Neurotransmissão
• Um breve impulso de neurotransmissão química de um neurônio pré-
sináptico desencadeia uma profunda reação pós-sináptica cujo
desenvolvimento leva várias horas ou dias, podendo se alongar por
dias a semanas ou mesmo a vida inteira.
• Cada um dos componentes concebíveis de todo esse processo de
neurotransmissão química é candidato à alteração por fármacos. Os
psicofármacos atuam, em sua maioria, sobre os processos que
controlam a neurotransmissão química nos próprios
neurotransmissores, em suas enzimas e, particularmente, em seus
receptores
Referências
• Goodman & Gilman: As bases farmacológicas da terapêutica/
[revisão e conteúdo Almir Lourenço da Fonseca] – Rio de Janeiro:
McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2006.
• Machado, Angelo B.M. Neuroanatomia funcional; prefácio
Gilberto Belisário Campos 2 ed. – São Paulo: Editora Atheneu,
2006.
• Stahl, Stephen M. Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e
aplicações práticas / Stephen M. Stahl; tradução Patricia Lydie
Voeux; revisão técnica Irismar Reis de Oliveira – 4.ed. – Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Psicofarmacologia
Princípios Gerais da Farmacologia
Princípios Gerais da Farmacologia
• Os medicamentos utilizados para tratar os 
transtornos psiquiátricos são conhecidos 
pelos termos: medicamentos 
psicotrópicos, medicamentos psicoativos 
e medicamentos psicoterapêuticos;
• Tradicionalmente, são divididos em: 
antipsicóticos ou 
neurolépticos,antidepressivos, 
estabilizadores de humor e ansiolíticos.
Princípios Gerais da Farmacologia
• Atualmente, essa separação por categorias,
torna-se menos válida, pelos seguintes motivos:
1) Vários medicamentos de uma classe são
utilizados para tratar problemas
anteriormente atribuídos a outra classe;
2) Medicamentos de todas as classes apontadas
são utilizados para tratar insônia, transtornos
da alimentação, transtornos de conduta
associados à demência e transtornos de
controle de impulsos;
3) Medicamentos como clonidina, propranolol e
verapamil, podem ter eficiência no
tratamento de vários transtornos
psiquiátricos e não se encaixam nessas
categorias.
Princípios Gerais da Farmacologia
• As ações farmacológicas são divididas em duas categorias: farmacodinâmica e
farmacocinética.;
• A farmacocinética descreve o que o organismo faz com o medicamento;
• A farmacodinâmica descreve o que o medicamento faz com o organismo.
FARMACOCINÉTICA FARMACODINÂMICA
Organismo Medicamento
Medicamento Organismo
Farmacocinética
1- Absorção:
• Medicamentos chegam ao cérebro através da corrente sanguínea. Os 
que são administrados via oral se dissolvem nos líquidos do trato 
gastrointestinal e depois são absorvidos pelo sangue.
• A acidez do estômago pode ser inibida por medicações como 
omeprazol e lanzoprazol, por exemplo.
Absorção Distribuição Metabolismo Excreção
Farmacocinética
Ainda na absorção...
• A motilidade gástrica e intestinal pode ser lentificada
por medicamentos anticolinérgicos ou aumentada
por antagonistas de receptores de dopamina, como a
metoclopramida;
• Os alimentos também podem aumentar ou reduzir a
taxa e grau de absorção dos medicamentos;
• A via de administração parenteral pode provocar
concentrações plasmáticas terapêuticas de forma
mais ágil que a via oral. Porém, algumas medicações
administradas por via intramuscular podem ter
liberação gradual por semanas;
• A via intravenosa é a mais rápida, porém apresenta
maior probabilidade de efeitos adversos.
Farmacocinética
2- Distribuição e biodisponilidade:
• Os medicamentos podem ligar-se a proteínas no plasma(denominados
ligados a proteínas) e podem circular sem ligação(denominados livres);
• Somente a fração livre atravessa a barreira hematoencefálica;
• A distribuição do medicamento é influenciada pelo fluxo sanguíneo
regional do cérebro, pela barreira hematoencefálica e pela afinidade do
medicamento com seus receptores no cérebro;
• A biodisponibilidade refere-se à fração da quantidade total do
medicamento administrado que pode ser subsequentemente recuperada
da corrente sanguínea.
Farmacocinética
3- Metabolismo e excreção:
• O fígado é o principal local de metabolismo;
• Em geral, o metabolismo produz metabólitos inativos que são prontamente
excretados. Também transforma pré-medicamentos inativos em
metabólitos ativos;
• A bile, as fezes e a urina são as principais vias de excreção;
• Os medicamentos psicotrópicos também são excretados no suor, saliva,
lágrima e leite materno.
• Parâmetros importantespara metabolismo e excreção: pico de
concentração no plasma, meia-vida, efeito de primeira passagem e
depuração.
Farmacocinética
• O tempo entre administração de um medicamento e o pico das
concentrações plasmáticas varia de acordo com via de administração e taxa
de absorção;
• Meia vida de um medicamento é o tempo necessário para que o
metabolismo e a excreção reduzam a concentração plasmática pela
metade;
• O efeito de primeira passagem refere-se ao metabolismo inicial de
medicamentos administrados por via oral, dentro da circulação porta do
fígado e é descrito como fração da medicação que atingiu a circulação
sistêmica sem ser metabolizado;
• Depuração é a medida da quantidade de medicamento excretado do
organismo em um período específico de tempo.
Farmacocinética
• Enzimas do citocromo P450: o sistema de enzimas P450(CYP) é
responsável pela inativação das maior parte dos medicamentos
psicotrópicos;
• Apesar de presente em todo organismo, essas enzimas atuam
principalmente nos hepatócitos e células dos intestinos;
• Uma alteração patológica da fisiologia celular, como causada por
hepatite viral ou cirrose, pode afetar a eficiência do metabolismo dos
medicamentos pelas enzimas CYP.
Farmacodinâmica
• As principais considerações da farmacodinâmica incluem: sítio molecular
de ação, curva dose-resposta, índice terapêutico e desenvolvimento de
tolerância, dependência e sintomas de abstinência;
• Sítio molecular de ação: os medicamentos psicotrópicos podem atuar
sobre vários sítios moleculares das células cerebrais. Alguns
ativam(AGONISTAS), outros inativam (ANTAGONISTAS) os receptores de um
neurotransmissor específico.
• Outros medicamentos, como antidepressivos, ligam-se aos transportadores
que normalmente levam serotonina ou norepinefrina da fenda sináptica
para os terminais nervosos pré-sinápticos(inibidores de recaptação) e os
bloqueiam.
Farmacodinâmica
• Curva dose-resposta: resposta clínica ao
medicamento em função de sua
concentração. A potência do medicamento
tem a ver com a comparação das dosagens
dos diferentes medicamentos para atingir
determinado efeito. Por exemplo:
haloperidol é mais potente que
clorpromazina, porque aproximadamente 2
mg de haloperidol são necessários para
atingir o mesmo efeito terapêutico que 100
mg de clorpromazina. Contudo, são iguais na
eficácia clínica.
Farmacodinâmica
• Índice terapêutico: medida relativa da toxicidade ou segurança do
medicamento. Exemplo: o haloperidol tem alto índice terapêutico, o
que é evidenciado pela ampla faixa de doses que é prescrito sem
monitorar a concentração no plasma. Já o lítio tem um índice
terapêutico baixo, exigindo uma monitoração das concentrações
plasmáticas para evitar a toxicidade.
• Uma pessoa pode ser hiporreativa, normalmente reativa ou hiper-
reativa a um determinado medicamento. Exemplo: alguns precisam
de 50 mg de sertralina por dia, outros precisam de 200 mg.
Farmacodinâmica
• Tolerância, dependência e sintomas de
abstinência: uma pessoa que torna-se
menos responsivo a um medicamento
específico com o passar do tempo,
desenvolveu tolerância.
• O desenvolvimento de tolerância pode
estar associado com o aparecimento de
dependência física, que é a necessidade
de ficar administrando o medicamento
para evitar os sintomas de abstinência.
Efeitos adversos
• Os efeitos colaterais são um risco inevitável do tratamento
medicamentoso, por isso a equipe de saúde precisa estar atenta com os
mais comuns;
• Nenhum texto ou documento, nem mesmo a informação sobre o produto,
contém uma lista completa dos eventos que podem emergir com o
tratamento;
• É importante considerar efeitos comuns e raros e avaliar em equipe se é
possível para o paciente. Em geral, as pessoas têm menos dificuldade se
souberem o que esperar;
• Os efeitos colaterais dos medicamentos, podem em grande parte ser
explicados por suas interações com vários sistemas de neurotransmissores,
tanto no cérebro quanto na periferia.
Dose excessiva(overdose) e Síndromes de 
Abstinência(retirada)
• Um efeito adverso extremo do tratamento
medicamentoso é tentativa de suicídio por
overdose de um psicotrópico;
• Quando o suicídio for uma preocupação, uma
boa prática clínica é liberar pequenas
quantidades de medicamentos para o paciente;
• O surgimento transitório de sintomas
moderados com a interrupção ou redução da
dosagem está associado a vários medicamentos
como paroxetina, venlafaxina, sertralina, entre
outros. Sintomas mais graves de interrupção
são associados ao lítio e benzodiazepínicos.
Transtornos Ansiosos e 
Abordagem Farmacológica
TRANSTORNOS ANSIOSOS
TRANSTORNOS ANSIOSOS
◦Os transtornos de ansiedade incluem transtornos que compartilham
características de medo e ansiedade excessivos e alterações
comportamentais relacionados.
◦São os transtornos mais comuns e frequentes.
◦Medo: é a resposta emocional a ameaça iminente real ou percebida.
Está associado a períodos de excitabilidade autonômica aumentada,
necessária para fuga ou luta.
◦Ansiedade: é a antecipação de ameaça futura. Está associada à
tensão muscular e vigilância em preparação para perigo futuro e
comportamentos de cautela e esquiva.
TRANSTORNOS ANSIOSOS
◦ Os transtornos de ansiedade se diferenciam do medo ou da ansiedade
adaptativos por serem excessivos ou persistirem além de períodos
apropriados ao nível de desenvolvimento. Eles diferem do medo ou da
ansiedade provisórios, com frequência induzidos por estresse, por serem
persistentes (p. ex., em geral durando seis meses ou mais).
◦ Muitos dos transtornos de ansiedade se desenvolvem na infância e
tendem a persistir se não forem tratados. A maioria ocorre com mais
frequência em indivíduos do sexo feminino do que no masculino (2:1).
◦ Os transtornos de ansiedade são: ansiedade de separação; mutismo
seletivo; fobia específica; ansiedade social (fobia social); transtorno do
pânico; agorafobia (ansiedade em situações como estar em ambiente
fechado, ambiente aberto, multidões, em transporte público, etc.);
transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno de estresse pós-
traumático e transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
TRANSTORNOS 
ANSIOSOS
 TRANSTORNO DO PÂNICO: é composto de episódios descontínuos de ataques de 
pânico, ou seja, 15 a 30 minutos de uma ansiedade rápida, intensa, progressiva, em que 
a pessoa experimenta enorme medo, assim como sintomas fisiológicos. Durante o 
ataque de pânico, sente-se uma ansiedade intensa e opressiva e apresentam-se quatro 
ou mais dos seguintes sintomas:
Palpitações; Taquicardia;
Sudorese; Tremores;
Sensação de falta de ar ou de sufocamento;
Sensação de engasgo; Calafrios ou ondas de calor;
Dor ou desconforto torácico; Náuseas ou desconforto abdominal ;
Sensação de tontura, vertigem ou desmaio
Desrealização (sensação de irrealidade) ou despersonalização (sentir-se distanciado de si 
mesmo)
Medo de perder o controle ou ficar louco
Medo de morrer
Parestesias
TRANSTORNOS ANSIOSOS
O transtorno de pânico é diagnosticado quando a pessoa tem 
ataques de pânico inesperados e recorrentes, seguidos de, 
pelo menos, um mês de preocupação ou inquietação 
persistente a respeito de ataques futuros ou de seu 
significado ou então uma mudança de comportamento 
significativa relacionadas com ele. 
TRANSTORNOS 
ANSIOSOS
• TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA(TAG):
O TAG caracteriza-se pela preocupação em excesso e sentimento de excessiva ansiedade durante pelo menos 
50% do tempo, por seis meses ou mais. Incapaz de controlar esse foco na preocupação, a pessoa tem três 
ou mais dos sintomas a seguir:
 Desassossego
 Irritabilidade
 Tensão muscular
 Fadiga
 Dificuldade de pensar
 Alterações do sono
 Dificuldade de concentração
As mulheres são duas vezes mais acometidas pela ansiedade generalizada do que os homens.
TRANSTORNOS 
ANSIOSOS
•TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO:
No transtorno de estresse pós-traumático o indivíduo foi exposto a
um evento traumático, no qual dois dos seguintes quesitos
estiverem presentes:
- o indivíduoviveu, testemunhou ou foi confrontado com um
evento que envolveu morte ou ferimento sério, real ou ameaçado,
ou uma ameaça à integridade física própria ou de outros.
- a resposta do indivíduo envolveu medo intenso, impotência ou
horror.
- o evento traumático é revivido, e existe uma esquiva dos
estímulos associados com o trauma e um entorpecimento da
capacidade geral de resposta.
TRANSTORNOS 
ANSIOSOS
•TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO – TOC:
Obsessões são pensamentos, imagens ou impulsos
decorrentes, persistentes, intrusivos e indesejados, que
causam intensa ansiedade e interferem no funcionamento
interpessoal, social e profissional. A pessoa sabe que os
pensamentos são excessivos e irracionais, mas acredita não
ter controle sobre eles.
Compulsões: são comportamentos repetitivos ou atos
mentais que a pessoa se sente compelida a executar para
diminuir ou eliminar a ansiedade ou o desconforto associado
às obsessões
TRANSTORNOS 
ANSIOSOS
• FOBIASOCIAL
A fobia social é um temor acentuado e persistente de situações
sociais ou de desempenho, nos quais o indivíduo é exposto a
pessoas desconhecidas ou ao possível exame por outras pessoas.
O indivíduo teme agir de modo que lhe seja humilhante ou
embaraçoso (ou mostrar sintomas de ansiedade). A exposição à
situação temida quase que invariavelmente provoca ansiedade.
O indivíduo reconhece que o temor é excessivo, e o sofrimento ou
esquiva interferem na rotina normal do indivíduo.
•FOBIAESPECÍFICA
A fobia específica é caracterizada pelo temor acentuado e
persistente, excessivo ou irracional, ativado pela presença ou
pela previsão de um objetivo ou de uma específicos (como andar
de avião, alturas, animais, tomar uma injeção ou ver sangue).
TRANSTORNOS ANSIOSOS
Fisiopatologia:
◦ Amígdala e neurobiologia do medo: a amígdala, núcleo cerebral com formato de
amêndoa localizado próximo ao hipocampo, apresenta conexões anatômicas
importantes, o que a torna capaz de integrar as informações sensoriais e cognitivas e,
em seguida, determinar se haverá resposta ao medo. A resposta ao medo podem ser de
fuga, luta ou paralisação.
*Conexões da amígdala: (1) com o sistema endócrino – a interação da amígdala com o
hipotálamo produz alterações no eixo HHSR e, portanto, nos níveis de cortisol. Uma
rápida elevação do cortisol pode aumentar a sobrevida quando existe uma ameaça real;
entretanto, quando esta elevação é crônica pode ocasionar dano neuronal e patologias
clínicas. (2) com os centros respiratórios – aumenta a frequência respiratória diante de
uma reação de luta/fuga para aumentar as chances de sobrevivência; entretanto, em
excesso causa sensação de falta de ar, como nos ataques de pânico; (3) com o sistema
nervoso autônomo (noradrenérgico) – deflagra o aumento do pulso, da pressão arterial,
para as reações de luta/fuga; entretanto, quando desencadeado de forma inadequada e
cronificada, pode levar ao desenvolvimento de hipertensão, infarto, etc.
TRANSTORNOS ANSIOSOS
Fisiopatologia:
◦ Ácido γ-aminobutírico (GABA): é um dos neurotransmissores essenciais
envolvidos na ansiedade e na ação ansiolítica de muitos fármacos usados no
tratamento dos transtornos de ansiedade. O GABA é o principal neurotransmissor
inibitório do cérebro, que normalmente desempenha um papel regulador
importante na redução da atividade de diversos neurônios, como os da amígdala.
◦ Serotonina e ansiedade: a serotonina é um neurotransmissor essencial, que inerva
a amígdala e, portanto, está envolvida na regulação da resposta ao medo. Os
antidepressivos inibidores do SERT (principalmente os ISRS) são muito eficazes
na redução dos sintomas ansiosos.
◦ Hiperatividade noradrenérgica: a estimulação noradrenérgica excessiva pode não
apenas resultar em diversas manifestações periféricas (aumento da frequência
cardíaca e da pressão arterial, por exemplo), mas também desencadear vários
sintomas nucleares de ansiedade e medo, como pesadelos, estados de
hiperexcitação e ataques de pânico.
TRANSTORNOS ANSIOSOS
Tratamento:
◦Os antidepressivos (principalmente os ISRS) têm se firmado como
primeira escolha no tratamento do TAG por algumas razões. Em
primeiro lugar vem a sua eficácia clínica no controle dos sintomas
físicos e psíquicos da ansiedade. Segundo, esses medicamentos
apresentam perfil de efeitos colaterais bastante favorável, que
proporciona condições mais confortáveis. Terceiro, esses
medicamentos não estão associados ao risco de abuso e
dependência, como os benzodiazepínicos.
◦Os benzodiazepínicos (BDZ) são uma classe de medicamentos
classicamente indicada para o controle agudo da ansiedade.
TRANSTORNOS ANSIOSOS
Tratamento
Benzodiazepínicos (BDZ)
◦ Fármacos: Clonazepam, Cloxazolam, Lorazepam, Bromazepam,
Alprazolam, Diazepam, Estazolam, Midazolam, Flurazepam,
Nitrazepam.
◦ Efeitos: quase todos os efeitos dos benzodiazepínicos resultam de suas
ações sobre o SNC. Seus efeitos são: sedação, hipnose, redução da
ansiedade, relaxamento muscular, amnésia e atividade anticonvulsivante.
TRANSTORNOS ANSIOSOS
Tratamento
Benzodiazepínicos (BDZ)
◦ Mecanismo de ação: acredita-se que os BDZs exerçam a maior parte de
seus efeitos interagindo com receptores de neurotransmissores inibitórios
ativados diretamente por GABA. Os receptores de GABA são proteínas
ligadas à membranas, que podem ser divididas em 2 tipos principais:
GABAa e GABAb. Os BDZs agem nos receptores GABAa, mas não nos
GABAb, ligando-se diretamente a local específico distinto do ponto de
ligação do GABA. Não ativam os receptores GABAa diretamente, mas
em vez, requerem GABA para expressar seus resultados, isto é, apenas
modulam os efeitos do GABA.
TRANSTORNOS ANSIOSOS
Tratamento:
Praticamente todos os benzodiazepínicos são completamente absorvidos no trato
gastrointestinal.
A absorção, o tempo necessário para atingir o pico das concentrações e o início
da ação são mais rápidos para o diazepam, lorazepam, alprazolam, triazolam e
estazolam.
O início rápido dos efeitos é importante para pessoas que usam uma única dose
de benzodiazepínico a fim de acalmar um surto episódico de ansiedade ou para
adormecer rapidamente.
TRANSTORNOS ANSIOSOS
Principais indicações terapêuticas do uso de BDZ:
• Insônia: Pode ser um sintoma de uma patologia física ou de um transtorno
psiquiátrico, por isso os benzodiazepínicos não podem ser usados por mais de 10
dias sem uma investigação ampla. Os hipnóticos ajudam muito em quem sofre
com dificuldade de sono de longa duração. Exemplos: temazepam e flurazepam,
são indicados exclusivamente para insônia.
•Transtorno de Ansiedade Generalizada(TAG): deve haver um tempo
determinado, específico e relativamente breve. Porém, o TAG normalmente tem
curso crônico, com alta taxa de recorrência, demandando um tratamento de longo
prazo muitas vezes.
TRANSTORNOS ANSIOSOS
Principais indicações terapêuticas do uso de BDZ:
Transtorno do Pânico: Alprazolam e clonazepam, ambos de alta potência, são
frequentemente utilizados. Os ISRS são amplamente utilizados também, porém o
efeito dos BDZ é mais rápido e não causa disfunção sexual e nem aumento de
peso. Muitas vezes, no tratamento é utilizada uma associação entre BDZ E ISRS
no início, e o BDZ vai sendo retirado a partir da terceira semana, quando o ISRS
começa a ter efeito terapêutico;
Fobia Social: o clonazepam tem sido um tratamento eficaz.
Transtorno Obsessivo Compulsivo e Transtorno de Estresse Pos-Traumático:
muitos BDZ têm mostrado ótimos resultados.
TRANSTORNOS ANSIOSOS
Tratamento
Benzodiazepínicos (BDZ)
◦ Dependência: o uso crônico de BDZs traz o risco de desenvolver dependência
e uso abusivo. Acredita-se que isso ocorre devido ao desenvolvimento de
tolerância ao fármaco.
◦ Abstinência: os sintomas podem incluir a temporária intensificação dos
problemas que originalmente levaram ao uso. Disforia, irritabilidade, suores,
sonhos desagradáveis, tremores, anorexia e tonteiras também podem ocorrer.
◦ A utilização a longo prazo deve ser acompanhada com psicoterapia.
Transtornos Ansiosos
Tratamento
Interações medicamentosas
A interaçãomais comum e perigosa é sedação excessiva e depressão respiratória
que ocorre quando os BDZ são administrados concomitantemente com outros
depressores do SNC, como álcool, barbitúricos, medicamentos tricíclicos,
opioides, entre outros;
Há probabilidade de ocorrer disartria e ataxia quando combinados com lítio e
antipsicóticos com clonazepam;
TRANSTORNOS ANSIOSOS
• Flumazenil para dose excessiva(overdose) de BDZ:
•O flumazenil é usado para reverter os efeitos adversos psicomotores, amnésicos e
sedativos dos BDZ.
•É administrado via IV.
•Seus efeitos adversos mais comuns: náuseas, vômitos, tonturas, agitação,
labilidade emocional, vasodilatação cutânea, dor no local da injeção, fadiga,
perturbação de visão e cefaleia. O efeito adverso mais sério é a precipitação de
convulsões.
REFERÊNCIAS
Goodman & Gilman: As bases farmacológicas da terapêutica/ [revisão e conteúdo Almir
Lourenço da Fonseca] – Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2006.
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª Edição (DSMV)
MIGUEL, Euripedes Constantino; GENTIL, Valentim; GATTAZ, Wagner Farid
(Editores). Clínica Psiquiátrica I. Barueri, SP: Manole, 2011.
Stahl, Stephen M. Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações práticas /
Stephen M. Stahl; tradução Patricia Lydie Voeux; revisão técnica Irismar Reis de Oliveira
– 4.ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Epilepsia e Abordagem 
Farmacológica
EPILEPSIA
◦O conceito atual de epilepsia é de uma condição caracterizada por uma
predisposição permanente para gerar crises epilépticas e por suas
consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais.
◦ Seu diagnóstico é baseado na presença de duas ou mais crises
recorrentes e espontâneas, sem levar em conta o contexto clínico.
◦As crises epilépticas são descritas pela ocorrência transitória de sinais
e/ou sintomas em consequência a uma atividade neuronal encefálica
excessiva e anormal.
EPILEPSIA
◦A apresentação clínica da crise epiléptica depende de uma grande
variedade de fatores, como do local de início da atividade epileptiforme no
córtex cerebral, dos seus padrões de propagação, da maturação encefálica,
dos processos patológicos associados, do ciclo sono-vigília e de
medicações em uso.
◦As crises epilépticas podem afetar a consciência, o estado emocional, a
memória, a cognição, o comportamento, bem como as funções sensoriais,
motoras e autonômicas.
EPILEPSIA
Classificação das Crises Epilépticas
◦Crises generalizadas: são conceituadas como crises originadas em
uma determinada região encefálica, com rápido envolvimento de
conexões distribuídas bilateralmente. Essas conexões bilaterais
podem envolver tanto estruturas corticais quanto subcorticais, mas
não necessariamente incluem todo o córtex.
◦Crises parciais/focais: são conceituadas como originárias de
cadeias neuronais limitadas a um hemisfério, podendo se originar
de estruturas subcorticais. Elas podem ter origem em áreas de
dimensões variadas, podendo ser bem restritas ou mais amplas.
EPILEPSIA
EPILEPSIA
Crises Parciais:
◦ Parciais simples: diversas manifestações determinadas pela região do córtex ativada pela
crise (ex: se for o córtex motor que representa o polegar esquerdo, ocorrem abalos
clônicos do polegar esquerdo). A característica chave é a preservação da consciência.
◦ Parciais complexas: há comprometimento da consciência, muitas vezes associado a
movimentos despropositados como estalar os lábios ou contorcer as mãos.
◦ Parciais com crises tônico-clônicas secundariamente generalizadas: uma crise parcial
simples ou complexa evolui para uma crise tônico-clônica com perda da consciência e
contrações persistentes (tônicas) dos músculos em todo o corpo, seguidas por períodos de
contrações musculares alternados com períodos de relaxamento (clônicas).
EPILEPSIA
EPILEPSIA
Crises Generalizadas:
◦Crises de ausência: início abrupto de comprometimento da consciência
associado a olhar fixo e interrupção da atividade corrente
◦Crises Mioclônicas: contração breve e semelhante a choque dos músculos,
que pode ser restrita a parte de um membro, ou generalizada.
◦Crises tônico-clônicas: conforme descrito nas crises parciais
secundariamente generalizadas, porém sem serem precedidas por crises
parciais.
EPILEPSIA
EPILEPSIA
Etiologia:
◦ Genética: epilepsia resultante de defeitos genéticos conhecidos ou presumidos, na
qual a crise epiléptica é o sintoma cardinal do distúrbio. A designação da natureza
fundamental do distúrbio como genética não exclui a possibilidade de fatores
ambientais, contribuindo para a expressão da doença.
◦ Estrutural/metabólica: entidade na qual existe uma lesão estrutural, metabólica ou
doença distinta, que esteja associada com um risco aumentado para o
desenvolvimento de epilepsia. As lesões estruturais podem ser adquiridas (p. ex.,
AVC, trauma, tumor).
◦ Causa desconhecida: epilepsia na qual a etiologia subjacente ainda é desconhecida.
EPILEPSIA
Tratamento:
◦ Fenitoína: seu mecanismo de ação consiste em limitar o disparo repetitivo de potenciais de
ação provocado pela despolarização persistente de neurônios (bloqueia canais de cálcio
sensíveis à voltagem). É eficaz contra todos os tipos de crises parciais e tônico-clônicas,
mas não contra as crises de ausência.
◦ Carbamazepina: é considerada um dos principais agentes para o tratamento das crises
parciais e tônico-clônicas. Possui mecanismo de ação similar à fenitoína, porém a
carbamazepina também possui efeito antimaníaco, ao contrário da fenitoína.
◦ Ácido Valpróico: além de produzir efeitos similares à fenitoína e à carbamazepina, o ácido
valpróico aumenta a concentração de GABA ao estimular a enzima responsável pela síntese
deste neurotransmissor inibitório, assim como inibir a enzima de sua degradação. Também
possui efeitos antimaníacos. Sua eficácia foi comprovada em crises de ausência, tônico-
clônicas e crises parciais.
EPILEPSIA
Tratamento:
◦Benzodiazepínicos: as ações anticonvulsivantes dos BDZs resultam em
grande parte de sua capacidade de aumentar a inibição sináptica mediada por
GABA.
◦Barbitúricos: podem produzir todos os graus de depressão do SNC, desde
uma leve sedação até anestesia geral. O mecanismo de ação dos barbitúricos
também se dá via receptores GABAa, assim como os BDZs. A diferença é que
os barbitúricos prolongam os efeitos do GABA e os benzodiazepínicos
aumentam a frequência desses efeitos. Um exemplo de fármaco desta classe é
o fenobarbital. É eficaz para crises tônico-clônicas generalizadas e parciais.
REFERÊNCIAS
Goodman & Gilman: As bases farmacológicas da terapêutica/ [revisão e conteúdo Almir
Lourenço da Fonseca] – Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2006.
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª Edição (DSMV)
MIGUEL, Euripedes Constantino; GENTIL, Valentim; GATTAZ, Wagner Farid
(Editores). Clínica Psiquiátrica I. Barueri, SP: Manole, 2011.
Stahl, Stephen M. Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações práticas /
Stephen M. Stahl; tradução Patricia Lydie Voeux; revisão técnica Irismar Reis de Oliveira
– 4.ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Transtornos Afetivos e 
Abordagem Farmacológica
DEPRESSÃO
DEPRESSÃO
◦O termo depressão pode designar um sintoma, uma síndrome ou
um transtorno mental.
◦Os transtornos depressivos são condições médicas sérias, cujo
quadro clínico é dominado por humor patológico e alterações
comportamentais, cognitivas e vegetativas.
◦Sem diagnóstico e tratamento adequados causam sofrimento
importante e incapacitam para o trabalho e vida social.
DEPRESSÃO
Epidemiologia:
◦ Na população em geral, a depressão maior possui prevalência variando entre 15,1% e
16,8% e a distimia entre 4,3% e 6,3%.
◦ Em nosso meio, a depressão maior possui prevalência de 16,8% e a distimia de 4,3%,
quando utilizados os critérios diagnósticos da CID 10.
◦ Acomete 2 a 3 vezes mais mulheres do que homens.
◦ A idade média de início em adultos na população geral variou de 27,2 anos em paísesem
desenvolvimento e 29,8 anos em países desenvolvidos.
◦ Sem tratamento um episódio leve a moderado dura 4 a 30 semanas e um episódio grave de
6 a 8 meses. Episódios tratados duram 3 meses.
DEPRESSÃO
Etiologia e Fisiopatologia:
◦As depressões resultariam da complexa interação de processos biológicos
(resposta ao estresse e fatores neurotróficos), psicológicos (personalidade,
relacionamentos pessoais), ambientais (dietas, álcool, ritmos biológicos),
genéticos e psicossociais (perda de emprego, de entes queridos, separações).
DEPRESSÃO
Etiologia e Fisiopatologia:
Fatores Biológicos:
◦ Hipótese Monoaminérgica da Depressão: a teoria clássica sobre a etiologia do
transtorno depressivo propõe a hipótese de que ele se deva a uma deficiência de
neurotransmissores monoamínicos. Hoje, a teoria monoaminérgica sugere que todo
o sistema de neurotransmissão monoaminérgica de todas as 3 monoaminas
(serotonina, noradrenalina e dopamina) pode estar disfuncional em vários circuitos
cerebrais.
DEPRESSÃO
Etiologia e Fisiopatologia:
Fatores Biológicos:
◦ Estresse e Depressão: no estresse, ocorre repressão do gene do BDNF (fator
neurotrófico derivado do cérebro); este fator é responsável por manter a viabilidade
dos neurônios cerebrais. Além disso, o estresse também altera os níveis de
serotonina, dopamina e noradrenalina. Assim, com a alteração dos níveis de
neurotransmissores e com a diminuição do BDNF, pode ocorrer atrofia e até morte
neuronal em várias áreas cerebrais, principalmente no hipocampo.
DEPRESSÃO
DEPRESSÃO
Etiologia e Fisiopatologia:
Fatores Biológicos:
◦ Estresse e Depressão: os neurônios da região hipocampal costumam suprimir o eixo
hipotálamo-hipófise-suprarrenal (HHSR). Assim, se o estresse causar atrofia dos
neurônios do hipocampo, com perda de sua função inibitória, isso pode levar à uma
hiper-reatividade do eixo HHSR. A não inibição do eixo HHSR por
retroalimentação, vai produzir a circulação de níveis aumentados de
glicocorticoides que podem ser inclusive tóxicos para os neurônios. Isso pode
contribuir para a sua atrofia em situações de estresse crônico.
DEPRESSÃO
DEPRESSÃO
Quadro Clínico:
◦ Humor: é depressivo ou irritável com anedonia (perda da capacidade de sentir prazer) e há a
perda da reatividade a estímulos positivos.
◦ Afetos: são de cunho negativo, representados por sentimentos de baixa autoestima, culpa
desesperança, tristeza, solidão, etc. Pode predominar apatia e indiferença a tudo ou sofrimento
com angústia e desespero.
◦ Cognição: pensamento pode se lentificar, há diminuição da atenção e da memória.
◦ Ideias: são deslocadas para o polo negativo, congruentes com o humor depressivo, por exemplo,
culpa, falta de sentido, ruína, fracasso, pessimismo e suicídio.
◦ Psicomotricidade: fica lentificada e há redução de energia mental e física. As queixas são de
fadigabilidade, preguiça, sono, etc.
◦ Sintomas Vegetativos: insônia (ou hipersonia na depressão atípica) e alterações do apetite
(menor ou maior nos casos atípicos), levando à perda ou ganho de peso.
DEPRESSÃO
Transtorno Depressivo Maior (DSM-V)
Critérios Diagnósticos
A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de duas semanas e
representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido
ou (2) perda de interesse ou prazer.
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo (p. ex., sente-se
triste, vazio, sem esperança) ou por observação feita por outras pessoas (p. ex., parece choroso). (Nota: Em crianças e
adolescentes, pode ser humor irritável.)
2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase
todos os dias (indicada por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas).
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., uma alteração de mais de 5% do peso corporal
em um mês), ou redução ou aumento do apetite quase todos os dias. (Nota: Em crianças, considerar o insucesso em
obter o ganho de peso esperado.)
DEPRESSÃO
Transtorno Depressivo Maior (DSM-V)
Critérios Diagnósticos
4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias.
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outras pessoas, não meramente sensações
subjetivas de inquietação ou de estar mais lento).
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias (não
meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente).
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou
observação feita por outras pessoas).
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano
específico, uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.
DEPRESSÃO
Transtorno Depressivo Maior (DSM-V)
Critérios Diagnósticos
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social,
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica.
D. A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem explicada por transtorno esquizoafetivo,
esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da
esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno da esquizofrenia e outro transtorno
psicótico não especificado.
E. Nunca houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco.
DEPRESSÃO
Classificação do Episódio Depressivo:
◦Sintomatologia: melancólica ou somática; psicótica; atípica
◦Polaridade: unipolar ou bipolar
◦Curso: recorrente ou crônica
◦Fatores desencadeantes: sazonal; puerperal
◦Gravidade: leve; moderada e grave
DEPRESSÃO
Tratamento Farmacológico:
Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS)
◦ Fármacos: Fluoxetina, Sertralina, Paroxetina, Citalopram, Escitalopram, Fluvoxamina
◦ Mecanismo de ação: todos os seis ISRS compartilham a mesma característica farmacológica:
inibição seletiva e potente da recaptação de serotonina, também conhecida como inibição do
transportador de serotonina (SERT). Essa inibição promove primeiramente um aumento da
concentração da serotonina na região somatodendrítica do neurônio e não na terminação axônica
(responsável pela neurotransmissão). Nesta região somatodendrítica encontram-se receptores de
serotonina do tipo 5HT1. Estes receptores possuem características inibitórias e, na depressão, estão
sensibilizados (hiper-reativos). Isso faz com que não haja liberação de serotonina pelo terminal
axônico do neurônio. Na presença do ISRS e do consequente aumento de serotonina, o receptor
5HT1 é dessensibilizado, permitindo aumento da concentração de serotonina na região axônica do
neurônio.
DEPRESSÃO
DEPRESSÃO
Tratamento Farmacológico:
Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS)
◦Efeitos colaterais: náuseas, cefaleia, diminuição do apetite, dor abdominal,
insônia, nervosismo e sudorese excessiva
◦Os efeitos colaterais geralmente acontecem antes dos efeitos terapêuticos. Isso
ocorre pelo fato de existirem receptores de serotonina em outras partes do
organismo e, também, pelo fato de que a dessensibilização dos receptores
5HT1 localizados na região somatodendrítica levar um tempo maior para
acontecer. Em média os efeitos terapêuticos podem demorar cerca de 2 a 4
semanas para aparecerem.
DEPRESSÃO
Tratamento Farmacológico:
Inibidores da Recaptação de Serotonina-Noradrenalina (IRSN)
◦ Fármacos: Venlafaxina, Desvenlafaxina, Duloxetina
◦ Mecanismo de ação: promovem a inibição do SERT, assim como a inibição do
transportador de noradrenalina em menor grau (NAT). Teoricamente, deve haver
alguma vantagem terapêutica na adição do inibidor do NAT ao inibidor do SERT,
visto que um mecanismocontribui para a eficácia do outro ao ampliar o alcance
desses antidepressivos nos sistemas de neurotransmissão monoaminérgica em mais
regiões cerebrais.
◦ Efeitos colaterais: náuseas, insônia, tremor, disfunção sexual, sudorese e boca seca.
DEPRESSÃO
Tratamento Farmacológico:
Inibidores da Recaptação de Noradrenalina e Dopamina (IRND)
◦Fármaco: Bupropiona
◦Mecanismo de ação: inibe a recaptação da noradrenalina (NAT) e da dopamina
pelo transportador de dopamina (DAT). É utilizada no tratamento para o
tabagismo, pois ocupa o DAT nas regiões cerebrais responsáveis pela fissura
(estriado e nucleus accumbens).
◦Efeitos colaterais: boca seca, cefaleia, dor de garganta, fadiga insônia,
inquietude, náuseas, perda de peso, taquicardia, tremores, vertigens, visão
borrada.
DEPRESSÃO
Tratamento Farmacológico:
Antidepressivos Tricíclicos (ADT)
◦ Fármacos: Clomipramina, Imipramina, Amitriptilina, Nortriptilina
◦ Mecanismo de ação: os ADTs foram assim designados em virtude de sua estrutura química,
que contém 3 anéis. Bloqueiam as bombas de recaptação de noradrenalina (NAT) ou
simultaneamente de noradrenalina e serotonina (SERT) – alguns são mais seletivos para o
NAT e outros mais seletivos para o SERT. No entanto, a maioria inibe, em certo grau, tanto
a recaptação de serotonina quanto de noradrenalina. Além disso, promovem inibição de
receptores colinérgicos, histamínicos, α-adrenérgicos e dos canais de sódio sensíveis à
voltagem. Esses efeitos adicionais são responsáveis por efeitos colaterais indesejáveis e a
precaução no uso destes antidepressivos. Apesar disso, são considerados fármacos potentes
no tratamento da depressão.
DEPRESSÃO
Tratamento Farmacológico:
Antidepressivos Tricíclicos (ADT)
◦Efeitos colaterais: sedação e ganho de peso (inibição dos receptores
histamínicos); boca seca, visão turva, retenção urinária e constipação (inibição
colinérgica); hipotensão e tontura (inibição adrenérgica); convulsões, coma,
arritmias cardíacas e parada cardíaca (inibição dos canais de sódio presentes no
sistema nervoso central e no coração).
DEPRESSÃO
Tratamento Farmacológico:
Inibidores da Monoamina Oxidase (MAO)
◦ Fármacos: Selegilina, Fenelzina, Tranilcipromina
◦ Mecanismo de ação: a monoamina oxidase é uma enzima presente em diversas células do
corpo e encontra-se em grande quantidade nos neurônios. Esta enzima é responsável pela
degradação das principais monoaminas relacionadas à depressão (serotonina,
noradrenalina e dopamina). Sua inibição promove o aumento dos níveis destes
neurotransmissores no cérebro.
◦ Interações e efeitos colaterais: os IMAOs interagem com diversos medicamentos,
principalmente aqueles envolvidos com o aumento dos níveis de noradrenalina e
serotonina (anestésicos, pseudoefedrina, ISRS e IRND, etc.). Seus efeitos adversos
incluem náuseas, vômitos, cefaleias, aumento da pressão arterial, agitação, tremores,
aumento da temperatura corporal, etc.).
DEPRESSÃO
Tratamento Farmacológico:
Inibidores da Monoamina Oxidase (MAO)
◦ Apesar dos IMAOs terem sido os primeiros antidepressivos descobertos, hoje em
dia não são tão utilizados na prática clínica. Isso se deve não apenas ao fato do
desenvolvimento de fármacos mais novos, mas também ao que diz respeito às suas
propriedades farmacológicas. Ao serem administrados, necessitam que o paciente
faça uma dieta com restrição de tiramina (presente em alimentos derivados da soja,
cervejas não pasteurizadas, queijos envelhecidos, vagens largas) e, também,
restrições a certos tipos de medicações (que possuem como efeito aumento da
noradrenalina e serotonina). Desta forma, o uso dos IMAOs vêm sendo admitido
em casos refratários de depressão, ou seja, pacientes que não responderam a
nenhuma outra classe de antidepressivos.
TRANSTORNO BIPOLAR
TRANSTORNO BIPOLAR
◦O transtorno bipolar (TB) é um distúrbio psiquiátrico caracterizado por
alternância de episódios de depressão e mania (euforia/expansividade).
◦Transtorno Bipolar tipo I: caracteriza-se pela ocorrência de episódios
maníacos com ou sem episódio depressivo maior.
◦Transtorno Bipolar Tipo II: caracteriza-se por pelo menos um episódio
depressivo, com ou sem episódio de hipomania.
◦ O TB inicia -se, em geral, no início da vida adulta, sendo um transtorno
recorrente, grave, que cursa com elevadas taxas de morbi-mortalidade e traz
prejuízos e custos significativos para o seu portador e para a sociedade.
TRANSTORNO BIPOLAR
Critérios Diagnósticos DSMV
Episódio Maníaco
A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e
persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte
do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização se fizer necessária).
B. Durante o período de perturbação do humor e aumento da energia ou atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas
(quatro se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo e representam uma mudança notável do
comportamento habitual:
1. Autoestima inflada ou grandiosidade.
2. Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas três horas de sono).
3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando.
4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados
TRANSTORNO BIPOLAR
Critérios Diagnósticos DSMV
Episódio Maníaco
5. Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes),
conforme relatado ou observado.
6. Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação
psicomotora (i.e., atividade sem propósito não dirigida a objetivos).
7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas (p. ex., envolvimento
em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos).
C. A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou
profissional ou para necessitar de hospitalização a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou existem
características psicóticas.
D. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, outro
tratamento) ou a outra condição médica.
TRANSTORNO BIPOLAR
Tratamento
Estabilizadores do humor
◦ Carbonato de lítio: é um íon que possui como mecanismo de ação locais de transdução de
sinais e receptores de neurotransmissores. Demonstra ser efetivo nos episódios maníacos, e
na prevenção de novos episódios maníacos; também atua na prevenção de episódios
depressivos porém em menor grau. Os níveis séricos considerados terapêuticos variam entre
0,8 a 1,2 mEq/ml. É necessário solicitar a dosagem sérica frequentemente pois possui janela
terapêutica apertada e a intoxicação por lítio pode ser fatal.
*Sinais de intoxicação por lítio: náuseas, vômitos, dor abdominal, boca seca, ataxia,
diarreia profusa, tremor grosseiro, letargia ou excitação, disartria, vertigens, alteração do
nível de consciência, arritmias cardíacas, hiper-reflexia, convulsões, nistagmo.
TRANSTORNO BIPOLAR
Tratamento
Anticonvulsivantes como estabilizadores do humor:
◦ Ácido Valpróico: seu mecanismo de ação consiste em: diminuição da
neurotransmissão, potencialização do GABA (neurotransmissor inibitório),
modulação da transdução de sinais. É eficaz na mania e na sua prevenção, porém
não é determinada sua ação na depressão ou na prevenção desta. Seus efeitos
colaterais mais comuns são dispepsia, diarreia, sedação, elevação benigna das
transaminases, leucopenia, trombocitopenia, perda de cabelo e ganho de peso.
TRANSTORNO BIPOLAR
Tratamento
Anticonvulsivantes como estabilizadores do humor:
◦ Carbamazepina: possui como mecanismo de ação o bloqueio dos canais de sódio,
promovendo estabilização das membranas neuronais. Seus efeitos colaterais mais comuns
são: ataxia, diplopia, náuseas, vômitos, sonolência,tontura; pode causar insuficiência
hepática e rash cutâneo. Não consiste em tratamento de primeira linha do transtorno
bipolar, porém alguns pacientes respondem bem a este fármaco.
◦ Lamotrigina: Seu mecanosmo de ação consiste na redução da liberação do
neurotransmissor excitatório glutamato. A redução da neurotransmissão glutamatérgica
excitatória, particularmente quando excessiva na depressão bipolar, pode explicar sua
indicação na depressão do transtorno bipolar. Não está indicada no tratamento da mania.
Seu principal efeito colateralsão erupções cutâneas.
REFERÊNCIAS
Goodman & Gilman: As bases farmacológicas da terapêutica/ [revisão e conteúdo Almir
Lourenço da Fonseca] – Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2006.
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª Edição (DSMV)
MIGUEL, Euripedes Constantino; GENTIL, Valentim; GATTAZ, Wagner Farid
(Editores). Clínica Psiquiátrica I. Barueri, SP: Manole, 2011.
Stahl, Stephen M. Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações práticas /
Stephen M. Stahl; tradução Patricia Lydie Voeux; revisão técnica Irismar Reis de Oliveira
– 4.ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Esquizofrenia e Abordagem 
Psicofarmacológica
PSICOSE
◦A psicose é uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas), que
pode estar associada a muitos transtornos psiquiátricos diferentes.
◦No mínimo, psicose significa delírios e alucinações, mas em geral
envolve também sintomas como discurso e comportamento
desorganizados e distorções graves da realidade.
◦A psicose pode ser considerada como um conjunto de sintomas nos
quais as a capacidade mental, a resposta afetiva e a capacidade do
indivíduo de reconhecer a realidade, de se comunicar e de se
relacionar com outras pessoas estão comprometidas.
PSICOSE
Transtornos onde a psicose é definidora:
◦Esquizofrenia
◦Transtornos psicóticos induzidos por substâncias
◦Transtorno esquizofreniforme
◦Transtorno esquizoafetivo
◦Transtorno delirante
◦Transtorno psicótico breve
◦Transtorno psicótico devido a condição médica geral
PSICOSE
Transtornos onde a psicose é característica associada:
◦Mania
◦Depressão
◦Transtornos cognitivos
◦Doença de Alzheimer
ESQUIZOFRENIA
Definição:
◦Apesar da esquizofrenia ser a doença psicótica mais comum e mais
conhecida, ela não é sinônimo de psicose.
◦É um transtorno que deve durar cerca de 6 meses ou mais, com pelo
menos 1 mês de delírios, alucinações, discurso desordenado,
comportamento desorganizado ou catatônico ou sintomas
negativos.
◦É um transtorno crônico, com curso que abrange uma fase
prodrômica, uma fase ativa e uma fase residual.
ESQUIZOFRENIA
Epidemiologia:
◦ Em todo o mundo, 2 milhões de novos casos surgem a cada ano.
◦ Sua prevalência é similar entre homens e mulheres; em geral o início
ocorre antes nos homens. A faixa etária de pico do início vai dos 15 aos
35 anos de idade.
◦ Entre 25% e 50% dos pacientes esquizofrênicos tentam suicídio e 10%
acabam conseguindo, contribuindo para uma taxa de mortalidade 8 vezes
maior do que a população geral.
◦ A expectativa de vida de um paciente esquizofrênico pode ser 20 a 30
anos mais curta que a da população em geral, não apenas devido ao
suicídio, mas por doença cardiovascular prematura (estilo de vida e
efeitos colaterais de medicação).
ESQUIZOFRENIA
Sintomas Positivos:
◦Delírios
◦Alucinações
◦Discurso desorganizado
◦Comportamento desorganizado
◦Agitação
ESQUIZOFRENIA
Sintomas Negativos:
◦Embotamento afetivo
◦Alogia: pobreza do discurso (ex: fala pouco, usa poucas palavras)
◦Retraimento social apático
◦Anedonia: redução da capacidade de sentir prazer
◦Avolição: redução da vontade, da motivação, do desejo
ESQUIZOFRENIA
Sintomas Cognitivos:
◦ Os sintomas cognitivos da esquizofrenia consistem em prejuízos da
atenção e do processamento de informações. Estes são manifestados pelo
comprometimento da fluência verbal (capacidade de produção de fala
espontânea), por problemas com a aprendizagem sequencial (de uma
lista de itens ou de uma série de eventos) e pela vigilância prejudicada
das funções executivas (dificuldades para manter e focar a atenção, de
concentração, de estabelecer prioridades e de modulação do
comportamento com base em pistas sociais).
◦ Disfunção Executiva: envolve problemas no estabelecimento e na
manutenção de metas, na alocação dos recursos de atenção, na avaliação
e no monitoramento do desempenho e no uso dessas habilidades para a
resolução de problemas.
ESQUIZOFRENIA
Neurônios Dopaminérgicos:
◦A dopamina (DA) é sintetizada nos terminais nervosos
dopaminérgicos, a partir do aminoácido tirosina após sua captação
do espaço extracelular e da corrente sanguínea no neurônio por uma
bomba ou transportador de tirosina.
◦A tirosina é convertida em DA pela ação de duas enzimas: tirosina
hidroxilase e DOPA descarboxilase. Depois de sua síntese, a DA é
armazenada em vesículas sinápticas até ser utilizada na
neurotransmissão.
ESQUIZOFRENIA
ESQUIZOFRENIA
Neurônios Dopaminérgicos:
◦O neurônio dopaminérgico tem um transportador pré-sináptico
(bomba de recaptação), denominado DAT, que é exclusivo para DA
e que interrompe a ação sináptica da DA ao retirá-la rapidamente da
fenda sináptica e transportá-la de volta ao terminal nervoso pré-
sináptico.
◦Após sua recaptação, a DA pode ser novamente armazenada para
reutilização em uma próxima neurotransmissão.
ESQUIZOFRENIA
ESQUIZOFRENIA
Neurônios Dopaminérgicos:
◦Existem vários tipos de receptores dopaminérgicos. O recptor de
DA mais investigado, no entanto, é o receptor D2, visto que é o tipo
de receptor bloqueado pelos fármacos antipsicóticos antagonistas
de dopamina.
◦Os receptores D2 podem estar localizados tanto no neurônio pós-
sináptico, quanto no neurônio pré-sináptico. Sua localização pré-
sináptica possui a função de regular a neutransmissão por um
mecanismo de feedback negativo.
ESQUIZOFRENIA
ESQUIZOFRENIA
Vias Dopaminérgicas:
Via Mesolímbica:
◦ A via mesolímbica projeta-se dos corpos celulares dopaminérgicos localizados
no tronco encefálico até terminais axônicos em uma das áreas límbicas do
cérebro, isto é, o nucleus accumbens.
◦ Esta via desempenha papel importante em vários comportamentos emocionais,
inclusive os sintomas positivos da psicose, como delírios e alucinações. É
também importante para a motivação, o prazer e a recompensa.
◦ Foi observado que as doenças ou drogas que aumentam a dopamina produzem
sintomas psicóticos positivos ou os amplificam, enquanto fármacos que
diminuem a dopamina reduzem esses sintomas positivos (ex: cocaína usada
repetidamente pode causar psicose paranoide com delírios persecutórios).
◦ Todos os antipsicóticos capazes de tratar os sintomas positivos, são
bloqueadores do receptor D2.
ESQUIZOFRENIA
Vias Dopaminérgicas:
Via Mesocortical:
◦ A via mesocortical surge de corpos celulares dopaminérgicos localizados
no tronco encefálico e projeta-se para áreas do córtex pré-frontal.
◦ Essa via regula a cognição, as funções executivas, as emoções e o afeto.
◦ Acredita-se que ocorra um déficit da atividade da dopamina nessa via em
pacientes com esquizofrenia, provocando, assim, sintomas cognitivos e
sintomas negativos do transtorno.
ESQUIZOFRENIA
Vias Dopaminérgicas:
Via Nigroestriatal:
◦A via nigroestriatal surge de corpos celulares dopaminérgicos
localizados no tronco encefálico e projeta-se através de axônios que
terminam em núcleos da base ou no estriado.
◦Essa via é responsável por controlar movimentos motores. A
deficiência de dopamina nessa via provoca distúrbios do
movimento, como na doença de Parkinson, a qual se caracteriza por
rigidez, acinesia/bradicinesia (falta ou lentidão de movimentos) e
tremor.
ESQUIZOFRENIA
Vias Dopaminérgicas:
Via Nigroestriatal:
◦ Esses distúrbios do movimento podem ser reproduzidos por fármacos
que bloqueiam os receptores D2, nessa via (alguns antipsicóticos). Na
esquizofrenia, a via nigroestriatal em pacientes não tratados pode estar
normal, ficando alterado apenas pela ação de algunsantipsicóticos.
◦ Acredita-se que a hiperatividade da DA na via nogroestriatal esteja na
base de vários distúrbios hipercinéticos do movimento, como coreia,
discenesias e tiques. O bloqueio crônico dos receptores D2, nessa via,
pode resultar em distúrbios de movimento hipercinético (discinesia
tardia induzida).
ESQUIZOFRENIA
Vias Dopaminérgicas:
Via Tuberoinfundibular:
◦ A via tuberoinfundibular consiste em neurônios dopaminérgicos que se
projetam do hipotálamo para a hipófise.
◦ Normalmente esses neurônios são ativos e inibem a liberação de prolactina.
Entretanto, no estado de pós-parto, a atividade desses neurônios
dopaminérgicos diminui. Assim os níveis de prolactina podem aumentar
durante a amamentação. Se o funcionamento dos neurônios dopaminérgicos
tuberoinfundibulares for interrompido, por lesões ou substâncias (ex:
antipsicóticos), pode ocorrer também aumento da liberação de prolactina. O
aumento da prolactina está associado à galactorreia, amenorreia e disfunção
sexual.
◦ Na esquizofrenia, sem tratamento, a função da via tuberoinfundibular está
preservada.
ESQUIZOFRENIA
ESQUIZOFRENIA
Antipsicóticos Convencionais:
◦ Conhecidos também por antipsicóticos clássicos, antipsicóticos típicos
ou antipsicóticos de primeira geração.
◦ Possuem a capacidade de bloquear os receptores de dopamina D2 em
todo o cérebro. Essa ação demonstrou ser responsável não apenas pela
sua eficácia, mas também pela maioria dos efeitos colaterais indesejáveis
◦ As ações terapêuticas dos antipsicóticos convencionais devem-se ao
bloqueio de D2 especificamente na via mesolímbica, envolvida nos
sintomas positivos da esquizofrenia.
◦ Exemplos: haloperidol; flufenazina; clorpromazina, levomepromazina,
tioridazina, sulpirida, zuclopentixol, pipotiazina, etc.
ESQUIZOFRENIA
Antipsicóticos Convencionais:
Sintomas Negativos e Sintomas Cognitivos:
◦ Via mesolímbica: além dos sintomas positivos, esta via também regula o
sistema de recompensa normal do cérebro – “centro do prazer”. Se os
receptores D2 forem estimulados em algumas partes desta via, isso pode levar
a experiência do prazer. Assim, se esses mesmos receptores no sistema
mesolímbico forem bloqueados, isso pode não apenas reduzir os sintomas
positivos da esquizofrenia, como também bloquear os mecanismos de
recompensa. Desse modo, os pacientes ficam apáticos, com anedonia e falta de
motivação e interesse nas relações sociais. O bloqueio necessário da via
mesolímbica para a inibição dos sintomas positivos pode, desta forma, agravar
os sintomas negativos da esquizofrenia.
ESQUIZOFRENIA
Antipsicóticos Convencionais:
Sintomas Negativos e Sintomas Cognitivos:
◦ Via mesocortical: os antipsicóticos também bloqueiam os receptores D2
na via mesocortical, em que a DA já pode estar deficiente na
esquizofrenia. Isso pode causar ou agravar os sintomas negativos e
cognitivos.
ESQUIZOFRENIA
Antipsicóticos Convencionais:
Distúrbios Motores (Via Nigroestriatal):
◦ Sintomas Extrapiramidais: também conhecidos como parkinsonismo induzido
por fármacos, por se assemelharem aos sintomas da doença de Parkinson.
Acredita-se que o bloqueio do receptor D2 na via nigroestriatal provoque um
aumento da atividade colinérgica nesta região, sendo esta a hipótese para esses
sintomas.
◦ Distonia Aguda: contratura muscular aguda, em geral da musculatura do
pescoço, da língua, da face e das costas.
◦ Acatisia: sensação de inquietude, desassossego, pernas inquietas, movimentos
repetidos alternando os pés (na posição ereta), incapacidade de se sentar.
ESQUIZOFRENIA
Antipsicóticos Convencionais:
Distúrbios Motores (Via Nigroestriatal):
◦ Discinesia Tardia: distúrbio de movimento hipercinético, constituído por
movimentos faciais e da língua, mastigação constante, protrusão da
língua, caretas e movimentos dos membros – que podem ser rápidos,
espasmódicos ou coreiforme. É causada pela administração prolongada
de antipsicóticos convencionais e acredita-se que seja mediada por
alterações irreversíveis em receptores D2, da via nigroestriatal. Estes
receptores se tornam supersensíveis ou supra regulados, na tentativa de
compensar o bloqueio.
ESQUIZOFRENIA
Antipsicóticos Convencionais:
Elevação da Prolactina:
◦ Causada pelo bloqueio de receptores D2 na via tuberoinfundibular, o que
aumenta os níveis de prolactina. Esta condição está associada a
galactorreia, amenorreia e disfunção sexual. O aumento da prolactina
pode interferir na fertilidade da mulher.
ESQUIZOFRENIA
Antipsicóticos Atípicos:
◦Exemplos: clozapina, olanzapina, risperidona, ziprazidona,
aripiprazol, quetiapina.
◦Atuam ao estabilizar a neutransmissão dopaminérgicaem um estado
entre o antagonismo silencioso e a estimulação completa/ação
agonista, atuando como agonistas parciais dos receptores de D2.
◦Os agonistas parciais tem a capacidade intrínseca de se ligar a
receptores, de modo a fazer com que a transdução de sinais do
receptor seja intermediária entre impulsos completos e ausência de
impulsos.
REFERÊNCIAS
Goodman & Gilman: As bases farmacológicas da terapêutica/ [revisão e conteúdo Almir Lourenço
da Fonseca] – Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2006.
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª Edição (DSMV)
MIGUEL, Euripedes Constantino; GENTIL, Valentim; GATTAZ, Wagner Farid (Editores). Clínica
Psiquiátrica I. Barueri, SP: Manole, 2011.
Stahl, Stephen M. Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações práticas / Stephen M.
Stahl; tradução Patricia Lydie Voeux; revisão técnica Irismar Reis de Oliveira – 4.ed. – Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Transtornos Neurocognitivos e 
Abordagem Farmacológica
TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO 
MAIOR
◦ A síndrome demencial pode ser causada por um grupo heterogêneo de doenças que
tem em comum a alteração das funções cognitivas – memória (amnésia),
linguagem (afasia), função motora (apraxia), capacidade de reconhecer e
identificar objetos (agnosia), abstração e função executiva (que inclui: memória de
trabalho, raciocínio, resolução de problemas, bem como capacidade de
planejamento e sequenciamento). Pode haver, também, alterações da
personalidade, às vezes até antes dos prejuízos na memória. Engloba doenças
degenerativas do sistema nervoso central (SNC) como a doença de Alzheimer,
lesões vasculares e infecciosas. O diagnóstico precoce pode, em alguns casos,
reverter o processo e, em outros, amenizar suas consequências.
TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO 
MAIOR
◦A prevalência de demência aumenta com o avanço da idade em todas as
regiões do mundo. Estudos mostraram que após os 65 anos de idade a
prevalência de demência dobra a cada 5 anos. No Brasil, essa taxa é de 7,1%
acima de 65 anos.
◦Em relação à influência do gênero, pesquisas indicaram certo predomínio do
número de casos em mulheres, porém restam dúvidas acerca desta
constatação; uma delas está relacionada à expectativa de vida aumentada no
sexo feminino.
Tipos de Demências
Dentre as Demências mais conhecidas podemos citar:
1 - Demência na Doença de Alzheimer;
2 - Demência Vascular de início agudo;
3 - Demência por múltiplos infartos;
4- Demência vascular subcortical;
5 - Demência vascular mista cortical e subcortical;
6 - Demência na Doença de Pick;
7 - Demência na doença de Creutzfeldt-Jakob (Vaca Louca);
8 - Demência na Doença de Huntington;
9 - Demência na doença de Parkinson;
10 - Demência na doença causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV);
11 - Demência decorrente de neurossífilis.
https://psicologado.com.br/psicopatologia/transtornos-psiquicos/demencias
1 - DOENÇA DE ALZHEIMER
◦A doença de Alzheimer (DA) é um tipo de doença neurodegenerativa,
progressiva e, até o presente momento inexorável.
◦ . A fase clínica da doença, quando o diagnóstico sindrômico de demência já
pode ser feito, inclui o comprometimento cognitivo de todos os domínios,
iniciando pelos transtornos de memória e atingindo também a atenção e
concentração, linguagem, gnosias, praxias e as funções executivas com
ocorrência hierarquizada temporal e de intensidade

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