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Língua Portuguesa MORFOLOGIA Prof.ª Letícia Delfino Braz Operacional Concursos 2 Apresentação “Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a chave? ” Procura da Poesia, Carlos Drummond de Andrade Caro (a) aluno (a), O universo das palavras é demasiadamente extenso e subjetivo, como muito bem colocado pelo grande poeta brasileiro, Drummond. Em resposta a essa amplitude, a necessidade de codificar, e criar uma lógica enunciativa tornou-se mais do que essencial. Desse modo, a Língua – instrumento de comunicação – obedece a um sistema de regras, com o intuito de que seus usuários preservem a coesão e coerência do idioma. Por conseguinte, é importante que saiba: o estudo da Morfologia está, justamente, na estruturação linguística. Nesta apostila nosso foco será conhecer um pouco sobre a formação das palavras na Língua Portuguesa e suas respectivas funções. Vamos juntos?! Abraços, Letícia Delfino Braz Operacional Concursos 3 Sumário Unidade I - Estrutura e formação de palavras 1. Elementos Mórficos (Radical) ........................................................... 04 2. Elementos Mórficos (Afixos) ............................................................. 04 3. Elementos Mórficos (Vogal temática e tema) ................................... 05 4. Elementos Mórficos (Desinências) ................................................... 07 5. Elementos Mórficos (Vogal e consoante de ligação) ....................... 09 Unidade II – Formação de palavras 1. Derivação ......................................................................................... 10 2. Composição ..................................................................................... 11 Unidade III – Classes de palavras 1. Substantivo ....................................................................................... 13 2. Adjetivo ............................................................................................. 16 3. Artigo ................................................................................................ 20 4. Numeral ............................................................................................ 21 5. Pronome ........................................................................................... 22 6. Verbo ................................................................................................ 29 7. Advérbio ........................................................................................... 35 8. Preposição ....................................................................................... 36 9. Interjeição ......................................................................................... 39 10. Conjunção ....................................................................................... 40 Referências Bibliográficas ..................................................................... 42 Operacional Concursos 4 Radical Afixos Unidade I Estrutura e formação das palavras Para entender a estrutura e formação das palavras, é preciso “desmontá- las”. Quando esse processo acontece, é chamado de Análise Mórfica, isso porque, nos deparamos com a menor unidade portadora de significado de uma palavra, que tem como nome Morfema. Como já dito, os morfemas são as menores unidades com significado das palavras. Agora, vamos ver cada uma dessas unidades, conhecidas como elementos mórficos, e suas especificidades, são eles: Indica o sentido principal da palavra, além de ser o elemento comum num grupo de palavras que pertencem à mesma família, proporcionando-lhes certa uniformidade de significado. Lembre-se que o radical é a parte não sofre alterações, ele permanece igual. Exemplos: NOVO Novidade – Inovador – Novamente – Renovar São elementos que modificam a significação básica do radical, podendo até mesmo operar mudanças de classe gramatical. São colocados antes e/ou depois do radical. Subdividem-se, basicamente, em: prefixos e sufixos. Operacional Concursos 5 Vogal temática e tema: PREFIXO RADICAL SUFIXO In Feliz mente Menin Nada PREFIXOS: são afixos que se agregam antes do radical Exemplos: Pôr – Repor. Quieto – Inquieto. Regular – Desregular. SUFIXOS: são afixos que se agregam depois do radical Exemplos: Parede – Paredão. Feliz – Infelizmente. Formiga – Formigueiro. Vogal temática é o elemento que se junta ao radical de um verbo ou de um nome (substantivo) para fazer a ligação entre este e a desinência. O radical acrescido da vogal temática recebe o nome de TEMA. O que isso significa? Vejamos o exemplo da palavra FALAR FAL = radical (que forma falante, falador, falava, etc.) R = desinência ! Operacional Concursos 6 Repare que ligar esses dois morfemas (FAL + R) é impossível. É necessário mais um elemento: A = vogal temática Assim, temos: A vogal temática marca grupos de nomes e verbos. Isso quer dizer que existem vogais temáticas nominais e vogais temáticas verbais. Vogais temáticas nominais: são “-a” “-e” e “-o”, quando átonas finais, como em mesa, artista, triste, livro. Nesses casos, não podemos pensar nessas terminações como desinências indicadoras de gênero, pois as palavras citadas não sofrem flexão de gênero. OBS: Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, caqui e cipó, por exemplo) não apresentam vogal temática; assim como os terminados em consoante (feliz, roedor). Vogais temáticas verbais: são “-a”, “-e” e “-i”, elas criam três grupos de verbos que conhecemos como conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é “-a”, pertencem à primeira conjugação; os que têm vogal temática “-e”, pertencem à segunda conjugação; e aqueles cuja vogal temática é “-i”, pertencem à terceira conjugação. FAL A + = Radical Vogal temática TEMA FALA + R = FALAR Tema + Desinência = verbo FALAR Operacional Concursos 7 Desinências: Perceba a atuação da vogal temática entre o radical e as desinências nos exemplos abaixo: - Primeira conjugação: cant-a-va; realiz-a-sse - Segunda conjugação: mex-e-rá; beb-e-sse - Terceira conjugação: defin-i-ra; curt-i-mos São morfemas que indicam as flexões de nomes e verbos, e por esse motivo, se dividem em desinências nominais e verbais. As flexões são obrigatórias quando precisamos inserir uma palavra numa sequência ou frase, a fim de que a concordância aconteça: O prefeito compareceu à reunião Os prefeitos compareceram à reunião Repare que “prefeitos” é apenas uma flexão, ou seja, uma das formas da palavra “prefeito”. O verbo “compareceram” e o artigo “os” também assumem essa forma de plural para concordar com o substantivo “prefeitos”. DESINÊNCIA NOMINAL: indicam o gênero (masculino ou feminino) e o número (singular ou plural) dos nomes. No Português, temos as desinências “-a” e “-o” para a indicação de gênero. Garota/Garoto OBS: A diferença da desinência para os afixos, é que, enquanto as desinências indicam apenas flexões de uma mesma palavra (como plural e singular, ou tempos verbais) os afixos são usados para formar novas palavras. Os afixos, portanto, não se devem a uma obrigatoriedade, mas sim a uma opção: O ex-prefeito compareceu à reunião No exemplo acima, não há nenhum mecanismo linguístico que torne obrigatório o uso do prefixo “-ex”. Repare que por “-ex” ser afixo, uma nova palavra (ex-prefeito)foi criada. Há, portanto, uma diferença notável entre afixos e desinências. Operacional Concursos 8 Morador/Moradora Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema -s, que indica o plural. Exemplos: casa/casas; gato/gatos; trapaça/trapaças No caso dos nomes terminados em “–r” e “–z”, a desinência de plural assume a forma -es: Mar/mares; Revólver/revólveres; Cruz/cruzes; Juiz/juízes. DESINÊNCIA VERBAL: na Língua Portuguesa, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aquelas que indicam o modo e o tempo verbais (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o número e a pessoa verbais (desinências número-pessoais). Observe os exemplos abaixo: Estud-á-va-mos - estud-: radical - a: vogal temática - va: desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicativo) - mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primeira pessoa do plural) Estud -a- ria- m - estud-: radical - a: vogal temática - ria: desinência modo-temporal (caracteriza o futuro do pretérito do indicativo) - m: desinência número-pessoal (caracteriza a terceira pessoa do plural) As vogais ou consoantes de ligação são elementos mórficos insignificativos que surgem para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade Vogal ou Consoante de ligação: Operacional Concursos 9 = de maneira que: a vogal “-i“ entre os sufixos “-ar” e “-dade” possibilita a emissão vocal da palavra. Temos um exemplo de consoante de ligação na palavra pezinho = de maneira que: a consoante “-z” entre o radical “-pé” e o sufixo “nho” possibilita a emissão da palavra. Operacional Concursos 10 Unidade II Formação de palavras Como vimos, podemos montar e desmontar uma palavra, à maneira de um jogo morfológico. Isso ocorre graças à propriedade que têm os morfemas de se encaixarem e desencaixarem, como peças de um brinquedo infantil. Na Língua Portuguesa, os processos de formação mais conhecidos são: Derivação é o processo pelo qual, a partir de uma base (palavra ou radical), se formam outras, por meio da junção de um afixo (prefixo ou sufixo). Dessa maneira, dizemos que uma palavra é derivada quando se constitui de uma base e um afixo. A palavra que dá formação a uma derivada recebe o nome de primitiva. Temos: 1- DERIVAÇÃO PREFIXAL Como o próprio nome sugere, ocorre quando há o acréscimo de um prefixo à base. 2- DERIVAÇÃO SUFIXAL Como o próprio nome também sugere, ocorre quando há o acréscimo de um sufixo à base. OBS: Na derivação sufixal, perceba que a palavra derivada pode se diferir da classe de sua palavra primitiva. Por exemplo, nesse caso, a palavra feliz pertence à classe dos adjetivos, porém, após o acréscimo do sufixo “mente”, a palavra derivada “felizmente” passa a pertencer à classe dos advérbios. Derivação INFELIZ IN + FELIZ FELIZMENTE FELIZ + MENTE Operacional Concursos 11 3- DERIVAÇÃO PREFIXAL E SUFIXAL Como o próprio nome sugere, ocorre quando há o acréscimo não simultâneo de um prefixo E um sufixo à base. 4- DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA Ocorre quando há o acréscimo não simultâneo de um prefixo E um sufixo à base. OBS: Na parassíntese, é impossível retirar um dos afixos sem que haja perda de sentido. Já no segundo processo, é possível retirar um deles e, ainda assim, a palavra manter seu significado. 5- DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA A derivação imprópria, mudança de classe ou conversão ocorre quando a palavra, pertencente a uma classe, é usada como fazendo parte de outra. Observe como a palavra estranho, pelo contexto da frase passa a pertencer a classes diferentes: primeiro verbo depois substantivo. Quando colocamos o artigo antes de um verbo ele passa a se tornar substantivo: O anoitecer estava bonito. O cantar dos pássaros é suave. Vimos que a derivação consiste, em essência, no acréscimo de um afixo a uma base lexical. A composição, por sua vez, não trabalha com afixos. A composição é o processo de formação de palavras que cria novas formas pela junção de uma base a outra base já existente, originando um novo significado. INFELIZMENTE IN + FELIZ + MENTE EMPOBRECER EM + POBRE + CER - Eu estranho o fato dele ser tímido - O estranho fato dele ser tímido Composição Operacional Concursos 12 1- COMPOSIÇÃO POR AGLUTINAÇÃO A aglutinação é feita pela supressão de alguma letra, isto é, pense no significado do verbo “aglutinar”: comer. Assim, a composição por aglutinação ocorre quando há perda e/ou alteração de fonemas. CENTAVO cento + avo (perda de “o”) PLANALTO Plano + alto (perda de “o”) 2- COMPOSIÇÃO POR JUSTAPOSIÇÃO Ocorre quando não há perda e/ou alteração de fonemas. As duas palavras são “encaixadas”. PASSATEMPO Passa + tempo AGUARDENTE Água + ardente Operacional Concursos 13 Substantivo: Unidade III As classes de palavras Sabemos que os vocábulos da Língua Portuguesa podem ser divididos em grupos de acordo com as suas características. Cada grupo recebe o nome de classe gramatical ou classe de palavras. Tradicionalmente, elas são: O substantivo é a classe que nomeia o ser. Sua função é nomear pessoas, objetos, sentimentos, ações. As gramáticas costumam classificar os substantivos como concretos, abstratos, próprios, comuns, coletivos, primitivos e derivados. Os substantivos também se flexionam em gênero, número e grau. 1. OS SUBSTANTIVOS SE SUBDIVIDEM EM: Substantivo comum: Refere-se a qualquer ser ou objeto de uma espécie, sem particulariza-lo. Exemplo: mulher; gato; cachorro; caneta; jornal. Substantivo próprio: Particulariza e destaca algum ser em particular dentro de determinada espécie. Geralmente é escrito com letra maiúscula. Exemplo: Maria; João; Ceará; Atlético. Substantivo coletivo: Existe para designar um conjunto de pluralidade de seres da mesma espécie. Exemplo: flora; multidão; cardume; manada. Substantivo abstrato: Nomeia ações, qualidades, sentimentos e estados que dependem de outro ser concreto para existir. Exemplo: beleza; ensino; bravura; pobreza; alegria. Substantivo concreto: Serve para nomear seres que possuem existência própria e independente. Exemplo: lápis; mulher; cachorro; gato Operacional Concursos 14 Substantivo composto: É formado por mais de um elemento, por meio da “composição de palavras”. Exemplo: couve-flor; louva-a-deus; guarda-roupa Substantivo simples: Representa nomes formados por apenas uma palavra. Exemplo: terra; sapato; água; amor; cheiro. Substantivo derivado: Formado a partir de outras palavras. O substantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se originou a partir da palavra limão. Exemplo: livraria-livro/ aguaceiro-água. Substantivo primitivo: Ao contrário do derivado, o substantivo primitivo é único e não deriva de outras palavras, mas pode originar diferentes termos. Exemplos: livro; água; limão. Essas subdivisões dos substantivos podem coexistir, por exemplo: A palavra “lápis” é, ao mesmo tempo, substantivo comum/ substantivo concreto/ substantivo simples e substantivo primitivo. 2. FLEXÃO DE GRAU DOS SUBSTANTIVOS: O grau do substantivo contribui para quantificar (para mais ou para menos) a força expressiva do significado. Existe para que não precisemos fazer construções como “ele era um gato grande” o tempo todo. No lugar disso, OBS: Atente-se! Um mesmo substantivo pode ser utilizado com diferentes sentidos. São chamados de substantivosbiformes. Isso é algo importante de saber, uma vez que eles podem mudar drasticamente o sentido da frase. Veja, por exemplo: Antônio é o cabeça do negócio (chefe) A minha cabeça está doendo (parte do corpo Ou ainda: Entrei com o capital para me tornar sócio da empresa (dinheiro) São Paulo não é a capital do país, mas sim sua maior cidade do (localização) Operacional Concursos 15 podemos optar pelo simples “ele era um gatão”. Os dois graus do substantivo são: Aumentativo: Efeito de elevação da dimensão considerada normal no substantivo. Geralmente representado pelos sufixos “-ão”, “-aço”, “-ona”. Exemplo: No futebol, Brasil e Argentina é sempre um jogão; diria mais: um jogaço. Diminutivo: em geral, indica tamanho inferior e cria efeito de sentido de depreciação. Contudo, a diminuição também pode estar associada à delicadeza, ao afeto. Costuma ser representado pelos sufixos “-inho”, “- inha”. Exemplo: - A nossa equipe de basquete foi chamada de timinho por um juiz. (Efeito Depreciativo). - Recebi uma cartinha decorada no Natal. (Delicadeza). 3. PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Eis as principais normas de como flexionar, em número (plural), os substantivos compostos (formados por mais de uma palavra): Norma geral: nos substantivos compostos, só vão para o plural os substantivos, artigos e as palavras adjetivas. As demais ficam invariáveis: Exemplos: - abelha-estra = abelhas-mestras (subst. + subst.). - erva-doce = ervas-doces (subst. + adj.). - abaixo-assinado = abaixo-assinados (adv. + adj.). - o bota-fora = os bota-fora (art. + verbo + adv.) Complementação à norma geral: - Compostos de substantivo + substantivo: ambos vão para o plural se a relação entre eles for explicável pela conjunção “e”. Exemplo: Cirurgião-dentista = cirurgiões-dentistas. (É possível pressupor cirurgião E dentista). Logo, se não é possível pressupor a conjunção “e” entre eles, só o primeiro vai para o plural) Exemplo: Mapa-múndi = mapas-múndi. (NÃO é possível pressupor mapa E múndi). - Compostos de verbo + verbo: se repetidos, ambos variam, ou só o segundo. Exemplo: Corre-corre = corres-corres ou corre-corres Operacional Concursos 16 Adjetivo: Contudo, se os verbos forem diferentes, de sentidos opostos, ambos ficam invariáveis. Exemplo: o leva e traz = os leva e traz. - Compostos de “grão”, “grã”, “bel” + substantivo: só vai para o plural o substantivo. Exemplo: grão-mestre = grão-mestres / grã-cruz = grã-cruzes/ bel-prazer = bel-prazeres. - Compostos ligados por preposição: só o primeiro vai para o plural. Exemplo: pé-de-moleque = pés-de-moleque. - Compostos por onomatopeia: só o último vai para o plural. Exemplo: reco-reco = reco-recos. - Compostos não separados por hífen: pluralizam-se como se fossem substantivos simples. Exemplo: vaivém = vaivéns. É a classe que dá uma propriedade ao ser. Pode apontar uma simples característica (Sua blusa é vermelha) ou um julgamento de valor (Sua amiga é simpática). O adjetivo é um dos modificadores do substantivo, isso significa que ele pode alterar o sentido do substantivo, acrescentando-lhe um algum traço de significado. Exemplo: Deslizamentos acontecem. Uma frase como essa, formada de apenas um substantivo e um verbo, produz um sentido muito vago e genérico. Alguém, porém, irritado com os possíveis danos no trânsito, causados pelos deslizamentos, num ato de protesto diria: Deslizamentos graves assim não deveriam ocorrer. Como pode ser observado, o adjetivo “graves” altera o sentido do substantivo “deslizamento”. Antes era qualquer deslizamento, mas agora passou a ser crítico e perigoso. Percebem a diferença?! Observe agora a oração abaixo: Operacional Concursos 17 Helena é minha amiga | Helena é minha melhor amiga Viram como o adjetivo “melhor” altera o sentido? Ele qualifica o substantivo “Helena”. TEXTO COMPLEMENTAR: União substantiva A metáfora do casamento é útil para entender a relação entre o substantivo e o adjetivo Ernani Pimentel Muita gente não sabe diferenciar num texto um adjetivo de um substantivo, dúvida que, não sendo sanada, impede a compreensão de tudo o que a isso se segue. Por exemplo: "beleza" é adjetivo ou substantivo? 1- Substantivo representa uma ideia-base, nomeia seres (homem, pedra, água, rio, comida...) e características ou qualidades de seres, vistas como ideia-base (utilidade, amabilidade, largura, beleza...) 2- Adjetivo representa ideia acompanhante, caracteriza o substantivo e com ele concorda em gênero e número, com exceção dos adjetivos uniformes (útil, amável...), que só concordam em número. 3- Como saber se as palavras "altura", "largura", "beleza"..., que designam características de seres, são substantivos ou adjetivos? 4- Sabendo que "homem" e "mulher" são substantivos, tome-as no plural e veja se "altura" concorda com elas: "homens altura, mulheres altura"... Como não concorda com os substantivos "homens" e "mulheres", sabe-se que "altura" é também substantivo, porque substantivo não casa (não concorda) com substantivo. Qual, então, o adjetivo correspondente ao substantivo "altura"? Alto? Vejamos... "homens altos"," mulheres altas"... isso! "Alto" casa com o substantivo, portanto, é adjetivo. ! Operacional Concursos 18 5- Veja agora se "largura" e "beleza" são substantivos ou adjetivos: "homens larguras", "mulheres larguras", "homens belezas", "mulheres belezas"... a conclusão é que "largura" e "beleza" não podem concordar com o substantivo, por isso são substantivos. Que adjetivos correspondem a eles? Se disser "homens largos", "mulheres largas", "homens belos", "mulheres belas" e que os adjetivos buscados são "largo" e "belo", acertou. 6- Conclusão: em gramática não há casamento homo, só hétero e tradicional: sem ferir o respeito devido, assim diz o antigo testamento gramatical: o adjetivo foi feito da costela do substantivo, para com ele casar e concordar. 7- Teste com: fidelidade, fiel; harmonia, harmonioso; gentileza, gentil; equilíbrio, equilibrado; consciência, consciente. * Ernani Pimentel é professor, escritor, conferencista e líder do Movimento Acordar Melhor. Texto disponível em: < http://revistalingua.uol.com.br/textos/63/artigo249014- 1.asp >. *(Resposta do item 7: em cada par, o 1o termo é substantivo e o 2o, adjetivo). 1- POSIÇÃO DO ADJETIVO: Na língua portuguesa, é comum utilizar o adjetivo depois do substantivo. Sim, ele pode antecipar o substantivo, tudo parte do efeito de sentido que você deseja criar na frase. Contudo, atente-se para isso: Numa sequência em que tem sentido interpretar a primeira palavra como substantivo e a segunda como adjetivo, e vice-versa, a ordem das palavras é que define a função – interpreta- se, em princípio, o primeiro como substantivo e o segundo adjetivo. Ou seja: Um amigo gato Substantivo Adjetivo Aqui, gato é equivalente à “bonito”. O sentido, portanto é que o amigo é bonito, de boa aparência. Um gato amigo Substantivo Adjetivo Operacional Concursos 19 Já nesse caso, o gato se refere ao animal. O sentido é que o animal é companheiro. Por assim dizer, é preciso tomar cuidado com a ideia que deseja transmitir, a fim de que não haja mal-entendidos. 2- GRAU DO ADJETIVO: Os graus dos adjetivos são “comparativo” e “superlativo”. Eles são utilizados para fazer comparações ou elevar as características atribuídas aos substantivos. Comparativo: Igualdade: Pedro é tão alto quanto Paulo. Inferioridade: Pedro é menos alto que Pedro. Superioridade: Pedro é mais alto que Pedro. Observações passíveis de nota: * Há formas sintéticas para o grau comparativo de superioridade noque se refere aos adjetivos “bom”, “mau”, “grande” e “pequeno”, as quais são representadas por “melhor”, “pior”, “maior” e “menor”, respectivamente. Exemplos: Este procedimento é melhor (do) que o outro. Meu desempenho foi pior (do) que o seu. A falta de segurança é maior (do) que a de saneamento básico. * As formas analíticas representadas por “mais bom”, “mais mau”, “mais grande” e “mais pequeno”, apenas devem ser utilizadas quando se comparam duas características de um mesmo ser. Exemplos: Pedro é mais bom (do) que esforçado. O garoto é mais mau (do) que esperto. Aquele cão é mais pequeno (do) que bravo. Superlativo: Absoluto (Sintético): Bom – boníssimo / Fácil – facílimo. (Analítico): Bom – muito bom / Fácil – muito fácil. Como podem ver, enquanto o grau superlativo analítico conta com a presença de um advérbio (muito, pouco, bastante), o superlativo absoluto sintético é formado por sufixos (-íssimo, por exemplo). Operacional Concursos 20 Relativo No que tange ao grau superlativo relativo, a intensificação é feita em relação a todos os demais seres de uma coletividade, sendo este assim subdividido: * Superlativo relativo de superioridade: Aquele aluno é o mais participativo de todos. * Superlativo relativo de inferioridade: Aquele aluno é o menos participativo de todos. A intensificação a que se refere o grau superlativo absoluto é demarcada pela ideia de excesso, subdividido em analítico e sintético. A classe dos artigos é fechada, isto é, formada por um número limitado e fixo de palavras: Artigos definidos: o, a, os, as Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas Do ponto de vista semântico, o principal papel do artigo é indicar se o significado do substantivo já é conhecido pelo interlocutor ou não. Exemplo: Papai comprou o carro. O artigo “o” antes do substantivo (carro) estabelece o pressuposto de que o interlocutor já sabe a que carro o falante se refere. Papai comprou um carro O artigo “um” antes do substantivo leva a pressupor que o interlocutor ainda não sabe a que carro o falante se refere. + Os artigos definidos e indefinidos combinam-se com preposições: de + o(a) = do(a) / de + um(a) = dum(a) / em + um(a) = no(a) ou num(a) / a + o = ao De forma que os dois sejam considerados corretos: Estava em uma casa grande Estava numa casa grande. Artigo: Operacional Concursos 21 1- OBSERVAÇÕES SOBRE O EMPREGO DO ARTIGO: Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o substantivo. Ambas as mãos estão perfeitas Numeral Substantivo Em princípio, não se usa artigo antes de nomes de cidade, a menos que venham determinados por adjetivos ou locuções adjetivas: Estou em Paris Estou na famosa Paris = (em + artigo a) + (adj. Famosa). Vim de Paris Vim da luminosa Paris = (de + artigo a) + (adj. Luminosa). Quando “todo” designa totalidade, usa-se artigo. Não se utiliza artigo quando “todo” se refere a qualquer: Conheci toda a cidade (a cidade inteira) Toda cidade pode concorrer (qualquer cidade) O artigo é facultativo antes de numeral não seguido de substantivo: Todos cinco são concorrentes. Todos os cinco são concorrentes. O artigo é facultativo antes dos pronomes possessivos: Aplaudimos tua decisão. Aplaudimos a tua decisão. É a classe gramatical que quantifica o ser. No texto, ele também pode retomar ou projetar elementos (São dois os envolvidos: um homem e uma mulher). Os numerais podem ser cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários. Numeral cardinal: indica a quantidade precisa dos elementos de um conjunto. Exemplo: Há cinco vagas para cem candidatos. Numeral: Operacional Concursos 22 Numeral ordinal: indica a posição que um ou vários elementos ocupam numa determinada sequência. Exemplo: Acione o quarto botão da esquerda para a direita. Numeral multiplicativo: indica quantas vezes uma quantidade é multiplicada. Exemplo: Os especuladores lucraram o triplo do capital investido. Numeral fracionário: indica em quantas partes uma quantidade é dividida. Exemplo: Os agricultores só colheram um terço das sementes plantadas. É a classe gramatical que se refere às pessoas do discurso: a primeira (eu, me, minha, esta, etc.), a segunda (tu, te, tua, essa etc.), a terceira (ele, a, o lhe, se, seu, aquele etc.). O pronome é também um importante elemento de coesão (ligação), pois retoma elementos já citados na frase (Julia esteve aqui, mas ela não quis ficar.). As gramáticas classificam os pronomes como: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos, relativos e de tratamento. (MELO, Carina Adriele Duarte. SILVA, Roberto. Língua Portuguesa - Morfologia II. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2017. Pag.27) 1- PRONOMES PESSOAIS: Os pronomes pessoais são aqueles que indicam a pessoa do discurso e são classificados em dois tipos: 1. Pronomes Pessoais do Caso Reto: exercem a função de sujeito. Exemplo: Eu gosto muito da Ana. (Quem gosta da Ana? Eu.) 2. Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo: substituem os substantivos e complementam os verbos. Vale lembrar que os pronomes oblíquos “o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos, nas” funcionam somente como objeto direto. Pronome: https://www.todamateria.com.br/pronomes-pessoais-do-caso-reto/ https://www.todamateria.com.br/pronomes-obliquos/ Operacional Concursos 23 ATENÇÃO!! É comum surgirem equívocos no uso dos pronomes pessoais, principalmente os do caso oblíquo. De acordo com a norma culta, após as preposições emprega- se a forma oblíqua dos pronomes pessoais. Veja: Isso fica entre eu e ela. (Errado) Isso fica entre mim e ela. / Isso fica entre mim e ti. (Certo) Isso acontece porque os pronomes do caso oblíquo exercem função de complemento, enquanto os pronomes pessoais do caso reto, de sujeito. Ela olhou para mim com olhos amorosos (olhou para quem? Complemento: mim.). Por favor, traga minha roupa para eu passar (quem irá praticar a ação de passar? Sujeito: eu.). (OBS: quando estivermos na parte de sintaxe, esses termos serão melhor explicados. Vocês verão que a Morfologia anda juntinho com a Sintaxe! Lembre- se de consultar esse material sempre que sentir necessidade.). 2- PRONOMES POSSESSIVOS: Os pronomes possessivos são aqueles que acompanham ou substituem o substantivo, indicando a relação de posse entre as pessoas do discurso e as coisas possuídas. Pessoas Verbais Pronomes do Caso Reto Pronomes do Caso Oblíquo 1ª pessoa do singular Eu me, mim, comigo 2ª pessoa do singular tu, você te, ti, contigo 3ª pessoa do singular ele, ela o, a, lhe, se, si, consigo 1ª pessoa do plural Nós nos, conosco 2ª pessoa do plural vós, vocês vos, convosco 3ª pessoa do plural eles, elas os, as, lhes, se, si, consigo. ! Operacional Concursos 24 Pessoas Verbais Pronomes Possessivos 1ª pessoa do singular (eu) meu, minha (singular); meus, minhas (plural) 2ª pessoa do singular (tu, você) teu, tua (singular); teus, tuas (plural) 3ª pessoa do singular (ele/ela) seu, sua (singular); seus, suas (plural) 1ª pessoa do plural (nós) nosso, nossa (singular); nossos, nossas (plural) 2ª pessoa do plural (vós, vocês) vosso, vossa (singular); vossos, vossas (plural) 3ª pessoa do plural (eles/elas) seu, sua (singular); seus, suas (plural) Observações: A forma seu não é um possessivo quando resultar da alteração fonética da palavra senhor. Por exemplo: Muito obrigado, seu José. Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Podem ter outros empregos, como: a) indicar afetividade. Por exemplo: Não faça isso, minha filha. b) indicar cálculo aproximado. Por exemplo: Ele já deve ter seus 40 anos. c) atribuir valor indefinido ao substantivo. Por exemplo: Marisatem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o pronome possessivo fica na 3ª pessoa. Por exemplo: Vossa Excelência trouxe sua mensagem? Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concorda com o mais próximo. Por exemplo: Trouxe-me seus livros e anotações. 3- PRONOMES DEMONSTRATIVOS: Operacional Concursos 25 Os pronomes demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo ou no espaço. São divididos em: Pronomes demonstrativos variáveis são aqueles flexionados (em número ou gênero), ou seja, são os que sofrem alterações na sua forma. Por exemplo: esse, este, aquele, aquela, essa, esta. Pronomes invariáveis são aqueles que não são flexionados, ou seja, que nunca sofrem alterações. Por exemplo: isso, isto, aquilo. Pronomes Demonstrativos Singular Plural Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles Dicas de uso dos pronomes demonstrativos: Quando o elemento está com a pessoa que se fala ou próximo dela utilizamos: este, esta, estes, estas e isto. Este computador é meu. Estas anotações foram feitas pela Carolina. Quando o elemento está com quem se fala ou próximo desta pessoa utilizamos: esse, essa, esses, essas e isso. Esses lugares estão reservados. De quem é essa bolsa que você está segurando? Quando o elemento não está com a pessoa que fala e nem com a pessoa com quem se fala utilizamos: aquele, aquela, aqueles, aquelas e aquilo. De quem são aquelas coisas ali jogadas? Aquele prédio é o mais alto da cidade. Operacional Concursos 26 4- PRONOMES DE TRATAMENTO: Os pronomes de tratamento são termos respeitosos empregados normalmente em situações formais. Mas, como toda regra tem exceção, “você” é o único pronome de tratamento utilizado em situações informais. Pronomes de Tratamento Abreviações Emprego Você V. Único pronome de tratamento utilizado em situações informais. Senhor (es) e Senhora (s) Sr, Sr.ª (singular) e Srs., Srª.s. (plural) Tratamento formal e respeitoso usado para pessoas mais velhas. Vossa Excelência V. Ex.ª/V. Ex.ªs Usados para pessoas com alta autoridade, como por exemplo: Presidente da República, Senadores, Deputados, Embaixadores. Vossa Magnificência V. Mag.ª/V. Mag.ªs Usados para os reitores das Universidades. Vossa Senhoria V. S.ª/V. S.ªs Empregado nas correspondências e textos escritos. Vossa Majestade VM/ VVMM Utilizado para Reis e Rainhas Vossa Alteza V.A.(singular) e V.V.A. A. (plural) Utilizado para príncipes, princesas, duques. Vossa Santidade V.S. Utilizado para o Papa Vossa Eminência V. Ex.ª/V. Em.ªs Usado para Cardeais. Vossa Reverendíssima V. Rev.m.ª/V. Rev.m.ªs Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral. Operacional Concursos 27 5- PRONOMES INDEFINIDOS: São pronomes que preenchem certo espaço dentro de uma oração, sem fornecer dados específicos. Substituem ou acompanham o substantivo de maneira vaga ou imprecisa. Classificação Pronomes Indefinidos Variáveis algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco, pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário, vária, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais, um, uma, uns, umas. Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada. Exemplos: Nenhum vestido serviu na Antônia. (O termo “nenhum” acompanha o substantivo “vestido” de maneira vaga, pois não sabemos de que vestido se fala). Alguém deve me explicar a matéria. (O termo “alguém” significa “uma pessoa cuja identidade não é especificada ou definida” e, portanto, substitui o substantivo da frase). 6- PRONOMES RELATIVOS: Os pronomes relativos se referem a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Classificação Pronomes Relativos Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas. Invariáveis quem, que, onde. Que, o qual e variáveis Quando essas palavras possuem função de pronome relativo, podem referir-se a pessoas ou a coisas, exercendo o papel de referente do antecedente. Quando a regência verbal exigir, os pronomes relativos podem vir antecedidos por uma preposição. Observe nos exemplos que eles substituem um termo mostrado antes: Operacional Concursos 28 Eu comprei uma casa que fica num bairro próximo daqui. Não vi a bolsa da qual você está falando. Quem Quando possui função de pronome relativo, refere-se apenas a pessoas ou a coisas personificadas. Embora o uso de que ou de o qual seja possível ao referir-se a pessoas, o mais indicado é utilizar quem. Esse pronome normalmente será antecedido por uma preposição. Observe nos exemplos: As pessoas de quem você falou são realmente muito talentosas. Eram muitos os clientes a quem eu atendi hoje. Cujo e variáveis Geralmente exigem antecedente e consequente expressos na sentença, pois indicam relação de posse (o antecedente possui o consequente). Note que a variação precisa ocorrer quando houver necessidade de concordância com o consequente, pois não se usa artigo após esse pronome: Este é o escritor cujo livro é muito lido. (O livro do escritor). Aquela é a dona da loja cujas vendas dispararam no último trimestre. (As vendas da loja). Quanto É um pronome relativo que virá antecedido por um pronome indefinido (tudo, todo, toda, todos, todas, tanto): Fez tanto quanto podia, mas não conseguiu. Tudo quanto era gente apareceu hoje. Onde Terá valor de em que e sempre se referirá a um lugar: Aquele foi o lugar onde nos conhecemos. Neste parque, eu gosto do brinquedo onde fomos por último. https://www.portugues.com.br/gramatica/uso-pronome-relativo-quem.html https://www.portugues.com.br/gramatica/pronomes-indefinidos.html Operacional Concursos 29 7- PRONOMES INTERROGATIVOS: Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis empregadas para formular perguntas diretas e indiretas. Classificação Pronomes Interrogativos Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas. Invariáveis quem, que. Quanto custa a entrada para o cinema? (Oração interrogativa direta). Informe quanto custa a entrada para o cinema. (Oração interrogativa indireta). Verbos é a classe de palavras que denota ação, estado (verbo de ligação) ou fenômeno da natureza. Na sintaxe, o verbo vai assumir o papel fundamental para toda a análise, afinal, a oração se constitui a partir do verbo. Dessa forma, aprender o que é verbo e todas as suas implicações dentro do português é fundamental. “Vida boa, brisa e paz Trocando olhares ao anoitecer Rir atoa é bom demais Olhar pro céu, sorrir e agradecer” Meu abrigo – Melim Os verbos possuem várias subclassificações. É importante, primeiro que se lembre das desinências, estudadas aqui, na Unidade I. 1ª conjugação = -ar 2ª conjugação = -er 3ª conjugação = -ir Aqui, na morfologia, veremos ainda: Verbo: Operacional Concursos 30 1- MODOS E TEMPOS VERBAIS: VERBOS REGULARES: São os verbos em que o radical não se altera na conjugação verbal. VERBOS IRREGULARES: São os verbos em que o radical se altera na conjugação verbal. Verbo ANDAR Eu – ando Tu – andas Ele – anda Nós – andamos Vós – andais Eles – andam Verbo HAVER Eu – Tu – hás Ele – há Nós – Vós – haveis Eles – Operacional Concursos 31 Temos, como puderam perceber, temos TRÊSmodos verbais: indicativo, subjuntivo e imperativo. Operacional Concursos 32 Exemplos: Presente Indicativo: Minha avó come banana todos os dias. Futuro do subjuntivo: Quando eu comprar meu celular, tirarei muitas fotos. Imperativo afirmativo: Coma verduras, para ter boa saúde! 2- FORMA NOMINAL DOS VERBOS: As Formas Nominais do verbo são três: infinitivo, gerúndio e particípio. São chamadas de nominais pelo fato de desempenhar um papel semelhante aos dos substantivos, dos adjetivos ou dos advérbios e, sozinhas, não serem capazes de expressar os modos e tempos verbais. INFINITIVO: pode ser pessoal e impessoal. a) O infinitivo impessoal não se refere a nenhuma pessoa, de modo que simplesmente manifesta a ação e, algumas vezes, pode ter valor de substantivo. Operacional Concursos 33 Exemplos: Ele tem um falar horrível! Ajudar é a melhor forma de gratidão. Rir é o melhor remédio. b) O infinitivo pessoal é flexionado, varia em número e pessoa. Exemplos: Ouvi eles levantarem devagarinho. Unirem esforços é o que têm de fazer. GERÚNDIO: Caracteriza-se pela terminação -ndo. Ele não se flexiona e pode exercer o papel de advérbio e de adjetivo Exemplos: Estava falando pelos cotovelos quando eu cheguei. Acenando, disse adeus. Passarinhos cantando era o que eu precisava para relaxar. PARTICÍPIO: indica uma ação já finalizada. Temos dois tipos: a) O particípio regular: se caracteriza pela terminação -ado, -ido. Exemplos: Tinha fritado batatas para o jantar. Tenho aceitado todos os presentes com carinho. A água tinha sido benzida há minutos. b) O particípio irregular: pode exercer o papel de adjetivo. Exemplos: Adoro batatas fritas! Aqui tudo é aceito com carinho. Bebeu água benta. Assim, o particípio é classificado como verbo abundante. Pois alguns verbos (como os apresentados acima) apresentam duas formas no particípio. Importa referir, porém, que nem todos os verbos apresentam duas formas de particípio. (Os verbos “aberto”, “coberto”, “escrever”). Isso quer dizer que não existe as formas “abrido”, “cobrido” ou “escrevido”! Operacional Concursos 34 Se atente ao quadro de conjugação dos verbos regulares: Operacional Concursos 35 Basicamente, podemos afirmar que advérbio é a palavra que modifica o sentido do verbo, acrescentando-lhe uma circunstância. Classificam-se em: Advérbio de lugar: abaixo, longe, debaixo, adentro, em cima, em volta, entre outros. Ex.: as fotografias foram feitas longe. Advérbio de tempo: cedo, logo, sempre, anteontem, ontem, depois e outros. Ex.: as sementes chegaram anteontem. Advérbio de modo: depressa, melhor, generosamente, calmamente, cuidadosamente, etc. Ex.: ela escrevia calmamente. Advérbio de afirmação: positivamente, sim, certamente, decerto, efetivamente, seguramente, etc. Ex.: certamente irei à aula amanhã. Advérbio de negação: não, nunca, negativamente, tão pouco, nem, jamais, etc. Ex.: os alunos não fizeram o trabalho. Advérbio: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/verbo.htm Operacional Concursos 36 Advérbio de dúvida: quiçá, provavelmente, talvez, possivelmente, acaso, etc. Ex.: talvez tenhamos prova na próxima semana. Advérbio de intensidade: tanto, demais, excessivamente, demasiado, quase, menos, etc. Ex.: Gosto demais dos poemas de Drummond. Advérbio de exclusão: exclusivamente, menos, exceto, apenas, salvo, sequer e outras. Ex.: gostei de todos os quadros, menos do último. Advérbio de inclusão: até, também, inclusive, mesmo, ainda, etc. Ex.: todos irão viajar, até a professora recém-contratada. Advérbio de ordem: primeiramente, ultimamente, depois, etc. Ex.: Primeiramente, agradeço a Deus; depois aos meus pais. A classe gramatical que tem como função ligar palavras ou orações. Não são formas que possuem significado suficiente ao serem isoladas de um enunciado. Em alguns casos, as preposições sofrem contrações ou combinações. São divididas em: Essenciais: São aquelas que só aparecem na língua propriamente como preposições, sem outra função. São preposições essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Exemplos: Caminhou até o parque para exercitar-se. Farei o trabalho com você. Colarei os cartazes com fita adesiva. Acidentais: São aquelas que não possuem originalmente a função de preposição, mas que podem acabar exercendo essa função em determinados contextos. São preposições acidentais: afora, como, conforme, durante, exceto, feito, fora, mediante, salvo, segundo, visto, entre outras. Exemplos Fora eu, todos foram bem. Preposição: Operacional Concursos 37 Fora seria, comumente, um advérbio de lugar (Ex.: O objeto estava fora da bolsa.). Entretanto, no contexto da primeira frase, torna-se preposição acidental, já que significa “com exceção de”. Segundo testemunhas, ficou tudo bem. Segundo seria, comumente, um numeral (Ex.: Cheguei em segundo lugar na corrida.). Contudo, no contexto da primeira frase, torna-se preposição acidental, já que significa “de acordo com”. 1- O USO DAS PREPOSIÇÕES: É importante ressaltar que as preposições podem combinar-se ou contrair-se com outras palavras, mesmo que sejam de classes gramaticais diferentes. A combinação ocorre quando, ao juntar-se a outra palavra, não ocorre redução da preposição, não havendo, portanto, alteração fonética. Ao ligarmos a preposição a ao artigo o, temos, por combinação, a preposição ao: a + o = ao A contração ocorre quando ao juntar-se a outra palavra, há redução da preposição, podendo, inclusive, haver alteração fonética (mudança no som da pronúncia da palavra) ou junção de sons – geralmente, estamos falando de preposição + artigo, ou pronome. Ao ligarmos a preposição a ao artigo a, temos, por contração, a preposição à (essa contração é chamada de crase). a) Preposição A Com artigo ou pronome demonstrativo a + a= à a + as= às a + aquele = àquele a + aqueles = àqueles a + aquela = àquela a + aquelas = àquelas b) Preposição DE Com o artigo definido masculino e feminino: de + o(s) = do, dos de + a(s) = da, das Com o artigo indefinido: de + um(s) = dum, duns de + uma(s)= duma, dumas Com o pronome demonstrativo: de + esse(s) = desse, desses Operacional Concursos 38 a + aquilo = àquilo de + essa(s) = dessas de + isto = disto de + esta(s) = desta, destas de + este(s) = destes de + aquele(s) = daquele, daqueles de + aquela(s) = daquelas de + aquilo = daquilo de + isso = disso c) Preposição DE Com pronome pessoal De + ele(s) = dele, deles De+ ela (s) = dela, delas d) Preposição DE Com pronome indefinido De + outro(s) = doutro, doutros De + outra(s) = doutra, doutras e) Preposição DE Com advérbio De + aqui = daqui De + aí = daí De + ali = dali f) Preposição EM Com artigo definido Em + a(s) = na, nas Em + o(s) = no, nos g) Preposição EM Com pronomes demonstrativos Em + esse(s) = nesse, nesses Em + essa(s) = nessa, nessas Em + isso = nisso Em + este(s) = neste, nestes Em + esta(s) = nesta, nestas Em + isto = nisto Em + aquilo = naquilo Em + aquele(s) = naqueles, naqueles Em + aquela(s) = naquela, naquelas h) Preposição EM Com pronome pessoal Em + ele(s) = nele, neles Em + ela (s) = nela, nelas i) Preposição PER (POR) Com as formas antigas do artigo definido (lo, la) Per + lo(s) = pelo, pelos Per + la(s) = pela, pelas j) Preposição PARA Com artigo definido Para + o(s) = pro, pros Para + a(s) = pra, pras Operacional Concursos 39 São as palavras ou um grupo delas que marcam,de maneira forte e abrupta, as reações, os sentimentos, as emoções. Exemplos: Puxa! Cuidado! Ufa! Nossa! Tomara! Credo! São muito utilizadas em quadrinhos, observe: Assim como a preposição, a conjunção liga palavras ou orações. As conjunções são vocábulos gramaticais que podem ser coordenativas (relacionam termos ou orações de idêntica função gramatical) ou subordinativas (ligam duas orações, uma das quais determina ou completa o sentido da outra). MELO, Carina Adriele Duarte. SILVA, Roberto. Língua Portuguesa - Morfologia II. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2017. Pag.52. Subordinativas: conecta duas orações, sendo uma delas fundamental para a construção do sentido completo da outra; Interjeição: Conjunção: https://www.portugues.com.br/gramatica/conjuncoes-subordinativas.html Operacional Concursos 40 Coordenativas: que liga elementos independentes, ou seja, une orações ou termos de idêntica função gramatical detentores de sentido completo. https://www.portugues.com.br/gramatica/conjuncoes-coordenativas.html Operacional Concursos 41 OBS: Caro aluno, você entenderá melhor as conjunções quando estivermos estudando a sintaxe. Os conceitos de Morfologia e Sintaxe andam juntos, por isso tentar entendê-los separadamente é complicado, às vezes. Operacional Concursos 42 Referências Bibliográficas MELO, Carina Adriele Duarte. SILVA, Roberto. Língua Portuguesa - Morfologia II. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2017. MELO, Carina Adriele Duarte de. Língua Portuguesa: Morfologia I. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2017. DIANA, Daniela. Pronomes. Toda Matéria. 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