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Correlação clínica Infarto agudo do miocárdio; métodos diagnósticos As doenças cardiovasculares são todas consequências de alteração no sistema vascular. Principais manifestações clínicas aterotrombóticas: insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio, AVE isquêmico, AVE hemorrágico transitório, angina. Observe na imagem o processo trombótico, um acidente vascular encefálico isquêmico com obstrução de artéria. Esse processo isquêmico pode evoluir desde uma leve isquemia transitória até um processo de necrose (como acontece no infarto do miocárdio). As propostas terapêuticas tentam reestabelecer o processo de perfusão tecidual. O coração vai oferecer para todos os tecidos do corpo um fluxo num tempo e numa pressão considerada adequada, além de estar pronto para atender as alterações de demanda dos nossos tecidos. Na intimidade dos tecidos, há células teciduais, através de produção de substâncias (consequência do metabolismo tecidual) ela vai tentar equilibrar a oferta e a descarga dessas substâncias. E, então, o fluxo sanguíneo dentro da intimidade desses capilares vão fazer chegar substratos que estão em consumo e carrear substratos que estão em excesso. O fluxo coronariano nasce na raiz da aorta e, lá, se encontra a valva aorta, a qual possui 3 válvulas. Essas, por conseguinte, tem uma conformação anatômica especial que, durante a diástole, vão se fechar formando os seios coronarianos onde nós vamos ter o retorno do sangue para a raiz da aorta e, consequentemente, esse sangue fluindo. O cateterismo é um recurso diagnóstico que utiliza da [consequência da função da] anatomia para identificar a presença ou não e o grau de obstrução de possíveis lesões na luz desses vasos. De uma forma mais anatômica, a irrigação do coração vai através das coronárias e, lá na intimidade do tecido, ela vai se ramificando formando os capilares e retornam pelas veias coronárias. Na coronária esquerda tem o tronco da coronária esquerda que é a porção da origem da aorta até a bifurcação na artéria coronária interventricular anterior, a qual vai irrigar a parede anterior do ventrículo esquerdo e, através dos ramos septais, vão irrigar o septo interventricular. Ademais, tem também os ramos diagonais que vão irrigar a parede lateral e lá por trás, correndo no sulco atrioventricular, tem a artéria circunflexa que dá Valcellos Correlação clínica Infarto agudo do miocárdio; métodos diagnósticos origem a ramos obtusos marginais (irrigam a parede lateral e posterior do ventrículo esquerdo). Por outro lado, a coronária esquerda se origina do óstio coronariano direito e ela corre entre o sulco atrioventricular direito, dando origem a artérias denominadas agudos marginais. Lembrando que o primeiro ramo da artéria coronária direita, em torno de 55% dos indivíduos, vai irrigar a região do nó sinusal (marcapasso cardíaco). Além disso, ela dá origem a um ramo (em torno de 95% dos indivíduos) que vai irrigar o nó atrioventricular. Por isso, impactos relacionados à coronária direita, geralmente, vem acompanhados de bloqueio (bradicardia) [isquemia]. Quando há um bloqueio em uma região mais proximal, a região mais distal do tecido excitocondutor assume o controle da frequência cardíaca, sendo denominado marcapasso migratório. A coronária esquerda está mais relacionada com a perfusão do ventrículo esquerdo (sistêmico) (de maior importância). Fluxo coronariano O fluxo sanguíneo vai da parte epicárdica para a parte endocárdica. Todo o processo isquêmico inicia do endocárdio em direção ao epicárdio. Ou seja, a parte endocárdica é a primeira a sofrer com a isquemia, por conta da diminuição do fluxo coronariano. Quanto maior for a redução do fluxo, mais essa isquemia vai progredindo. O coração, dentro da sua fisiologia, é capaz de otimizar o máximo possível tudo aquilo que pode ser readaptado para melhorar a isquemia que o indivíduo está sofrendo. A isquemia do tecido miocárdico é dependente do fluxo coronariano. O fluxo coronariano depende da diferença de pressão entre a raiz da aorta e o átrio direito e da resistência das coronárias, além de ser influenciado por fatores extrínsecos. FSC=PAo – PAD/resistência Esse fluxo vai sofrer uma resistência ao longo do vaso, daí a importância da variação principal Valcellos Correlação clínica Infarto agudo do miocárdio; métodos diagnósticos relacionada ao calibre do vaso (vasodilatação, vasoconstricção dessas coronárias), que serão influenciadas por vários fatores. De todo o volume do fluxo coronariano, 80% dele ocorre durante a diástole. O gradiente de pressão entre a pressão sistólica e diastólica é um fator que vai determinar o gradiente de pressão entre a raiz da aorta e o átrio direito. Pacientes com uma insuficiência da valva aórtica, apresentarão um fluxo sanguíneo reduzido, uma vez que a pressão diastólica estará comprometida por conta do não funcionamento da valva aórtica, que permitirá o refluxo do sangue para o ventrículo esquerdo e, consequentemente, reduzirá a pressão na raiz da aorta e no gradiente de pressão e o fluxo sanguíneo. O que é um balão intra aórtico? É um mecanismo de contra pulsação para que o indivíduo possa ajudar no trabalho cardíaco durante o processo de isquemia miocárdica. O fluxo coronariano é fundamental para manter o débito cardíaco, a função contrátil. Em algumas situações, observa-se as coronárias com processos de obstrução importante. Então o que faz? Uma punção na artéria femural com um cateter – o qual é colocado na aorta torácica descendente (na parte distal) – com um balão que, por sua vez, é conectado com uma máquina para fazer uma insuflação e uma desinsuflação. Se colocar, em um paciente com um comprometimento no fluxo coronariano, um balão dentro da aorta, na hora que insuflar esse balão, aumentará a pressão e o fluxo coronariano. Esse trabalho com o balão é feito durante a diástole para aumentar a pressão, aumentando o fluxo coronariano e, portanto, perfundindo melhor esse coração. A importância do diâmetro do vaso: Assim, quando temos um paciente com um eletrocardiograma que revela necrose, é necessário aumentar o fluxo. E, isso só pode ser feito desobstruindo o estreitamento da coronária. Valcellos Quanto maior o raio, menor a resistência e maior será o fluxo. Se houver um estreitamento da coronária (trombo, por exemplo), aumentará a resistência e, portanto, diminuirá o fluxo, dificultando a perfusão do tecido miocárdico (→ isquemia). Correlação clínica Infarto agudo do miocárdio; métodos diagnósticos E como saber qual é a coronária que está obstruída? No laboratório de hemodinâmica é colocado um contraste nas coronárias para identificar essa obstrução. Em uma situação aguda, de impacto, de necrose, pode-se fazer [para aumentar o fluxo] um processo químico de trombólise, um processo mecânico das angioplastias primárias ou o processo cirúrgico. Então, em uma situação de infarto agudo (paciente que chega com dor, e está com necrose no tecido miocárdio), o paciente precisa de fluxo sanguíneo, ou seja, precisa desobstruir as coronárias. 6 horas do início do sintoma é a janela ótima para encaminhar o paciente para um laboratório de hemodinâmica. Os cardiomiócitos provocam uma resistência ao fluxo do sangue no momento da sistole ventricular (comprime o vaso e aumenta a resistência). Muitos pacientes que possuem alguma obstrução na coronária, existe uma regulação local desempenhada principalmente pelo endotélio, adequando a demanda do fluxo para os tecidos. O endotélio é extremamente importante, mantendo a integridade da parede vascular, difusão e trocas ou transporte ativo de substâncias, etc. Na angioplastia se introduz um cateter na artéria até a raiz da aorta para injetar o contraste para identificar a artéria obstruída. Na ponta desse cateter há um balão (como antes descrito) que será insuflado e esse balão, na maioria das vezes, está envolvido por uma molinha que será distendida comprimindo essa obstrução emdireção externa a parede do vaso. Ou seja, essa desobstrução ocorre de forma mecânica. Observação: por se comprimir a obstrução na parede do vaso, o endotélio irá ser pressionado, gerando uma inflamação, uma nova obstrução. Por isso, muitas vezes a angioplastia é realizada mais de uma vez. Já no mecanismo farmacêutico, os medicamentos estabilizarão este endotélio (órgão de extrema importância na autorregulação do fluxo tecidual). Na clínica ou no consultório com o paciente, é necessário sabermos para quais sinais devemos estar atentos para a identificar a isquemia aguda. – Quadro de dor apresentado pelo paciente. [O ácido lático, produzida na glicólise anaeróbica por conta da pouca oferta do oxigênio, é responsável pela ativação de receptores responsáveis pela dor]. Valcellos Correlação clínica Infarto agudo do miocárdio; métodos diagnósticos – Características da dor. [retroesternal, em aperto/pressão/ardência, irradiação para o braço esquerdo ou mandíbula]. Fatores desencadeantes: estresse, esforço físico, exposição ao frio. Mais frequente em indivíduos de meia idade. Nós precisamos saber construir as prioridades do nosso paciente. Assim, é preciso seriar os exames para, primeiro, identificar se a dor é de origem cardíaca. Ergometria: eletrocardiograma com o paciente em movimento. Ecocardiograma de estresse: mostra o processo de contração das paredes do ventrículo (isquemia motilidade comprometida).→ Cintilografia: mostra se há alguma obstrução de fluxo. Valcellos !
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