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p. 1 Rafael Calvano PATOLOGIA II Neoplasias pulmonares São neoplasias que geralmente estão associadas ao fumo. Quando descobertas, a maioria está sem possibilidade de tratamento apenas com a cirurgia, necessitando de um acompanhamento médico e outros tratamentos pois já tem estadiamento. As mulheres têm maior tendência em ter neoplasias pulmonares no geral. Tipos histológicos (Neoplasias Primárias) Carcinoma de células escamosas: Presentes em epitélio de revestimento do pulmão, mas pertence ao tecido epitelial pavimentoso estratificado queratinizado, o qual não existe no pulmão. Então esse tipo de neoplasia se origina de um epitélio metaplásico adaptado. Possui crescimento centralizado, é mais comum em homens, está diretamente ligado ao fumo, a metástase é mais tardia e o crescimento é mais rápido. (Tem risco de desenvolver cavidade pela descamação e drenagem das células com o tempo). Possui manifestações clínicas antes do adenocarcinoma. Adenocarcinoma: Origem de tecido glandular, possui crescimento periférico, possui uma maior probabilidade de metástase, crescimento mais tardio de forma a serem menores, produz muco (mucina) pelas células tumorais e os padrões de crescimento podem ser acinar, lepídico, papilar, micropapilar e sólido. Células de clara de pneumócitos tipo 2 são afetados. Bronquíolo alveolar: É a fase inicial do adenocarcinoma. É menos diferenciado e em estado precoce é in situ. Tem maior probabilidade de cura cirúrgica.Por ser uma fase inicial, este vai, posteriormente, se diferenciar nos outros padrões de crescimento de um adenocarcinoma. Crescimento nos espaços aéreos. Relação núcleo citoplasma maior. Carcinoma indiferenciado: Ambos não possuem diferenciação celular/funcional/tecidual.É o que possui pior prognóstico. É importante salientar o tipo de célula dessa patologia, que são células em formato de grãos de aveia, OAT CELL. Esse tipo de carcinoma pode subdividir-se em dois tipos: pequenas células e grandes células. Pequenas células: É o mais frequente. Possui alta proliferação, alta atividade de mitoses atípicas, prognóstico nada bom, tem crescimento central, maior probabilidade de metástase, tem boa resposta à quimio e tem associação com síndromes paraneoplásicas. Grandes células: É menos frequente. Possui proliferação moderada e também moderadas mitoses atípicas. O prognóstico não é bom mas é melhor do que nas pequenas células. Tem boa resposta à quimio e é mais rara sua metástase. p. 2 Rafael Calvano Síndromas paraneoplásicas: Sintomas que precedem o desenvolvimento de uma lesão ou neoplasia pulmonar, geralmente é endrócrina. Ex: produção de calcitonina, gerando hipocalcemia. Nesse caso desconfia-se de um problema na paratireoide, mas não é. Assim desconfia-se da neoplasia. Características microscópicas das pequenas células: OAT CELL. Citoplasma escasso, pleomorfismo, núcleo volumoso, ovalados, irregulares e indiferenciados. Classificação Clínica Quanto à clínica pode ser um carcinoma de pequenas células ou até mesmo um carcinoma de não pequenas células. Já quanto à localização ele pode ser central ou periférico. Tipos de crescimento da neoplasia pulmonar Pode ser por invasão local ou metástase. Essa metástase pode ser por implantação, transcelômica – invasão das células neoplásicas periféricas na pleura – hematogênica – fígado, osso, cérebro e adrenais – e linfática. É importante dizer que um tumor de pulmão é diferente de um tumor no pulmão – é uma metástase de outras regiões. A maioria dos tumores no pulmão não são primários e sim metastáticos. Patologias secundárias Podem ser síndromes paraneoplásicas, uma obstrução parcial – enfisema – obstrução total – atelectasia – ou até mesmo infecções respiratórias. Tumor pleural Pode ser um mesotelioma maligno, que aparece na pleura, pode causar dispneia e insuficiência respiratória e é causado pela exposição ao asbesto. Os tumores metastáticos são secundários e mais comuns. Os nódulos pulmonares podem ser múltiplos ou solitários e o pulmão tem maior risco por ser muito vascularizado. Diagnóstico Pode ser histológico, de modo a encontrar um carcinoma de pequenas células ou um carcinoma de não pequenas células, ou pode- se utilizar marcadores para diferenciar células escamosas do adenocarcinoma. Pneumonias As pneumonias são adquiridas por inalação de microorganismos em ambientes como a comunidade, hospitais – microorganismos mais resistentes – e clínicas de assistência à saúde. São subdivididas em 3 tipos, sendo eles: broncopneumonia/lobular, lobar e intersticial. A pergunta que fica é, o que inflama na pneumonia? O que inflama na pneumonia são os alvéolos – ácinos pulmonares. Eles possuem capilares ao redor e são a fase terminal das vias respiratórias. Mecanismos de defesa respiratória Fossa nasal, por meio do aquecimento, umidificação e purificação do ar, movimento cilicar, muco, músculo liso e macrófagos alveolares – que promovem a inflamação. Uma bronquite crônica altera a capacidade de defesa do organismo, aumentando a oportunidade de outras infecções. Logo um paciente com bronquite crônica tem maior probabilidade de ter pneumonia do que uma pessoa sem essa patologia. p. 3 Rafael Calvano Inflamação alveolar Basicamente se resume na presença de exsudato em locais aonde era para ter apenas ar, no espaço aéreo alveolar. A presença do edema faz com que o alvéolo perca sua função respiratória. Essa inflamação alveolar da pneumonia difere da bronquite pois o exsudato inflamatório fica dentro da luz aonde há a hematose, e na bronquite esse exsudato não vai para a luz, causando um aumento do tecido e estreitamento da luz de modo a causar deficiência na passagem do ar e um som de sibilo. Microscopia da pneumonia Broncopneumonia: focos espalhados e isolados, árvore brônquica e vias aéreas superiores são comprometidos, pode gerar pneumonia confluente e é mais comum em idosos e crianças. Lobar: difere da lobular pois é apenas um foco com um segmento acometido, ácinos pulmonares, e não compromete o parênquima. Tem disseminação pelos poros de Kohn por contiguidade. Poros de Kohn: São poros entre os alvéolos que realizam suas comunicações. Orifícios entre duas estruturas alveolares. Diagnóstico Radiografia esbranquiçada/hipotransparente devido ao edema. Na ausculta há um ruído adventício extertante, devido à entrada de ar “em edema”, pode ser um som bolhoso ou crepitante (ausência de murmúria vesicular). Já na percussão normalmente o som é semi- timpânico, mas na pneumonia é maciço devido ao edema. A área de consolidação pneumônica é a área esbranquiçada aonde deveria ter ar. Fases das pneumonias lobular e lobar Congestão: consistência esponjosa do pulmão, neutrófilos chegam para iniciar a inflamação. Hepatização vermelha: aparecimento de hemácias no exsudato. Macroscopicamente o pulmão fica realmente com a aparência de um fígado, Hepatização cincenta: é quando já acontece a degradação das hemácias e presença de fibrina. O metabolismo da hemoglobina deixa um subproduto que é a hemossiderina, que é da cor marrom- acinzentado. Resolução ou complicação: é a fase final, podendo ter dois finais. A resolução seria diminuiro edema e o volume do abscesso dos alvéolos, e a complicação seria como um enfisema, septicemia, derrame pleural ou até necrose liquefativa. Pneumonite (Pneumonia Intersticial) Difere da pneumonia lobar e lobular pois a pneumonite é causada por vírus! A entrada do microorganismo já causa diretamente a necrose do pneumócito tipo 1. Com isso, o pneumócito tipo 2 tenta recuperar gerando uma resposta inflamatória. A resposta gera um exsudato com monócitos e linfócitos, de modo a se acumularem no interstício (entre o capilar e o pneumócito tipo 2). Como consequência, pode haver a resolução ou a fibrose intersticial, gerando uma pneumonite aguda. O diagnóstico é feito com a radiografia, de modo a ver a hipotransparência, e com o espessamento da parede acinar de modo rendilhado, que é característico da pneumonite. É importante salientar que a pneumonite causa lesão alveolar, enquanto as pneumonias não causam! p. 4 Rafael Calvano
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