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e-Book 1
Flávio Pajanian
PESQUISA EM 
EDUCAÇÃO FÍSICA
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
METODOLOGIAS DE PESQUISA EM 
EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES ������������������� 5
CONHECIMENTO ������������������������������������������������������������������ 5
PESQUISA ������������������������������������������������������������������������������ 9
TIPOS DE PESQUISA EM ATIVIDADES FÍSICAS E ES-
PORTES �������������������������������������������������������������������������������� 13
METODOLOGIAS E TÉCNICAS DE PESQUISA ������������������� 15
INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE COLETA E ANÁLISE 
DE DADOS ���������������������������������������������������������������������������� 20
TÉCNICA DE SÍNTESE ��������������������������������������������������������� 22
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������25
3
INTRODUÇÃO
Quando navegamos pela internet em busca de um 
determinado conteúdo, entramos em uma biblio-
teca à procura de um ou mais livros, perguntamos 
a um amigo sobre determinado assunto, entre 
outros métodos� Em todos esses casos, estamos 
realizando uma pesquisa� No universo acadêmi-
co, os procedimentos normativos, as regras e os 
padrões transformam esses procedimentos em 
uma pesquisa científica.
Para o fisiologista húngaro Albert von Szent-Györgyi 
Nagyrápolt (Figura 1), vencedor do Prêmio Nobel 
de Medicina em 1937, “pesquisar é ver o que todo 
mundo já viu e pensar o que ninguém tinha pensado”.
Figura 1: Albert von Szent-Györgyi Nagyrápolt.
Fonte: Chemistryexplained
4
E para você, o que é pesquisar?
A fim de obtermos uma resposta para essa per-
gunta, neste módulo iniciaremos discussões sobre 
a produção acadêmica no contexto da educação 
física e dos esportes�
Em seguida, falaremos sobre o conceito de pes-
quisa científica, explorando as características dos 
trabalhos acadêmicos. Diferenciaremos os tipos e 
de que modo ocorre a produção do conhecimento.
Por fim, abordaremos as diferentes metodologias 
e técnicas de pesquisa utilizadas no campo dos 
estudos acadêmicos, dentro do contexto da edu-
cação física e dos esportes�
Preparado para embarcar nesta fascinante viagem 
através do conhecimento? Então, vamos lá!
55
METODOLOGIAS DE 
PESQUISA EM EDUCAÇÃO 
FÍSICA E ESPORTES
Neste tópico, abordaremos elementos essenciais 
referentes ao conceito de pesquisa, como sua na-
tureza, objetivos e tipos� Com isso, conseguiremos 
mais detalhes sobre os tipos de conhecimento, 
além dos métodos e das principais técnicas rela-
cionadas ao pensamento científico.
CONHECIMENTO
Para Cervo, Bervian e Silva (2007), o conhecimen-
to é o resultado de um processo desenvolvido a 
partir do momento em que o sujeito que conhece 
se apropria da “coisa” conhecida. Tal apropriação 
se chama sensitiva, quando é física e envolve os 
sentidos, ou intelectual, quando se restringe ao 
campo cognitivo�
O conhecimento surge, portanto, da relação esta-
belecida entre o sujeito e o seu objeto de estudo, e 
essa relação visa a se apropriar do objeto estudado 
(MASCARENHAS, 2012). Em outras palavras, para 
que o conhecimento se desenvolva, é imprescindí-
vel que existam de forma independente o sujeito 
e a coisa, que só passa a ser conhecida após a 
apropriação por parte do sujeito�
66
Os diferentes níveis de conhecimento e as formas 
de conhecer a coisa variam em função do contexto 
em que é analisada ou conhecida (Figura 2):
Figura 2: O conhecimento e seus níveis.
Sujeito ObjetoConhecimento
ConhecimentoEmpírico
Científico
Filosófico
Teológico
Fonte: Adaptado de Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 18).
Conhecimento empírico
O conhecimento empírico se constrói a partir da 
interação do sujeito com o meio ambiente ou meio 
social, ou seja, desenvolve-se das experiências 
vividas, que resultam em erros e acertos, sendo 
transmitidos de pessoa para pessoa e de geração 
para geração, a partir do constante processo de 
interação social (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). É 
77
construído independentemente de métodos e siste-
matizações� É objeto da curiosidade, das relações 
humanas, das interações e experiências vividas.
Conhecimento científico 
Se, por um lado, o conhecimento empírico é cons-
truído por meio da interação pura e simples do su-
jeito com o objeto, por outro lado, o conhecimento 
científico vai além da característica aparente do 
fenômeno, aprofundando a investigação nos ele-
mentos ocultos�
A esse respeito, Galliano (1986) informa que o 
conhecimento científico resulta de investigação 
metódica e sistemática da realidade, com isso, 
transcende os fatos e os fenômenos em si mesmos, 
analisa-os para descobrir suas causas e concluir 
as leis gerais que os regem�
O conhecimento científico apresenta as seguintes 
características, segundo Silva (2015):
 y É real (factual) e verificável: ocupa-se em veri-
ficar fenômenos reais e ocorrências observáveis.
 y É metódico: é construído a partir de uma pes-
quisa organizada por ferramentas metodológicas�
 y É sistemático: o pesquisador tem sempre a 
preocupação de registrar os dados e resultados 
de forma organizada, a fim de poder analisá-los e 
posteriormente replicá-los.
88
 y É falível e aproximadamente exato: o conhe-
cimento científico não é definitivo. Assim, permite 
novos achados sobre o mesmo tema, a partir de 
diferentes perspectivas�
Conhecimento filosófico
Para iniciar este tópico, leia atentamente as pala-
vras a seguir:
A Filosofia é [...] uma forma de conhecimento pela 
qual o ser humano toma consciência de si, do sentido 
da sua história, do significado do projeto do futuro. 
A Filosofia tem um campo próprio de reflexão que 
não pertence a nenhum outro tipo de conhecimento. 
Seu objeto de reflexão são os princípios norteadores 
de nossas ações� São as orientações que pautam 
o nosso exercício nos diversos setores da prática 
humana (LUKÉSI et al., 1991 apud SILVA, 2015).
O conhecimento filosófico ocupa-se em aprofundar 
o entendimento sobre o sentido da história humana 
e dos princípios que regem as ações sociais dos 
indivíduos. As visões filosóficas são debatidas no 
campo do conhecimento humano e podem ser 
questionadas no plano racional� Porém, não care-
cem de experimentação científica ou comprovação 
empírica� É construído a partir do questionamento 
contínuo de si mesmo e da realidade�
99
Conhecimento teológico
O conhecimento teológico está intimamente liga-
do à fé, pois busca a explicação sobre aquilo que 
se quer conhecer em alguém que afirma deter o 
conhecimento sobre determinado assunto, mas 
sem exigir comprovação de veracidade. Assim, 
no geral, o conhecimento teológico apresenta 
respostas para questões que o homem não pode 
responder com o conhecimento vulgar, científico 
ou filosófico (GALLIANO, 1986).
O objeto do conhecimento é a descoberta. Porém, a de-
pender do tipo de conhecimento, as supostas verdades 
nunca são definitivas, visto que podem existir diferentes 
verdades a partir de diferentes pontos de vista� Assim, 
às descobertas e aos elementos do conhecimento, 
vincula-se o trinômio: verdade – evidência – certeza. 
A certeza confirma a verdade, mas essa só existe se 
houver evidência.
PESQUISA
Silva (2015) informa que pesquisa é uma atividade 
humana, cujo propósito é descobrir respostas para 
as indagações ou questões significativas propostas. 
Nesse sentido, Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 69) 
FIQUE ATENTO
1010
afirmam que “pesquisa é uma atividade voltada para 
a investigação de problemas teóricos ou práticos 
por meio do emprego de processos científicos”.
Consultando a literatura sobre o tema, verificamos 
que muitas são as definições de pesquisa. Assim, 
a partir de uma visão ampla, podemos entender 
que pesquisa está associada à geração de conhe-
cimento, aplicando-se a todas as ciências�
Em suma, a pesquisa tem como objetivo buscar 
explicações para a natureza dos fenômenos, utilizan-
do para tanto meios sistemáticos e cuidadosos. À 
pesquisa, atribuem-secinco características, a saber:
 y É sistemática: pesquisar envolve um roteiro 
preestabelecido que inclui a identificação de va-
riáveis, planejamento, coleta de dados, avaliação 
de um problema e teste de hipóteses.
 y É lógica: verificar os procedimentos metodo-
lógicos usados permite ao pesquisador avaliar os 
resultados alcançados�
 y É empírica: coletar dados tem como base as 
decisões do pesquisador�
 y É redutiva: generalizações partem de eventos 
individuais�
 y É replicável: registros realizados durante o 
processo de pesquisa permitem que os procedi-
mentos sejam repetidos� Com isso, as descobertas 
podem ser testadas ou novas pesquisas podem 
ser realizadas a partir dos resultados anteriores�
1111
Finalidade da pesquisa
No contexto acadêmico, a pesquisa é um parâmetro 
formador e um requisito para titulação do pesquisa-
dor� Assim sendo, os objetivos da pesquisa variam 
em função do nível e da titulação acadêmica do 
pesquisador�
Na sequência de sua trajetória acadêmica, o 
estudante pode alcançar os mais altos níveis da 
pesquisa academia, para isso, deve demonstrar 
capacidade para a realização, em sequência, dos 
diferentes níveis de pesquisa, que determinam 
a conquista dos títulos acadêmicos. São eles: 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para a 
graduação, Dissertação para o mestrado e Tese 
para o doutorado�
Na maioria dos casos, os programas de iniciação 
científica se constituem como o primeiro contato 
do estudante com os procedimentos de pesquisa, 
sendo ainda a melhor oportunidade de aprendiza-
gem desse universo�
Há outros ensaios no campo da pesquisa acadê-
mica que ocorrem nos cursos de pós-graduação 
latu sensu, entre os quais se encontram o TCC, o 
trabalho de graduação interdisciplinar (TGI) e o 
trabalho final de curso (TFC).
1212
Tipos de pesquisa
Deve-se investigar qualquer fenômeno sob perspec-
tivas, dimensões e abordagens as mais variadas 
possíveis, pois para cada novo ângulo, normalmente 
são possíveis diferentes níveis de aprofundamento, 
foco, objetivos� Assim, em função dessa variabilida-
de de aspectos, é natural admitirmos a existência 
de diferentes tipos de pesquisa, cada qual com 
suas respectivas características e peculiaridades 
(CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007).
Nesse cenário, os autores agrupam os diferentes 
tipos de pesquisa existentes em três importantes 
grupos: (i) pesquisa bibliográfica, (ii) pesquisa 
descritiva e (iii) pesquisa experimental.
Pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é realizada a partir de uma 
profunda consulta à base de dados de pesquisas 
sobre o tema, anteriormente realizadas e publicadas 
em forma de artigos, livros, dissertações, teses etc�
Pode ser realizada isoladamente, quando demanda 
todas as etapas do trabalho científico, ou como parte 
de outras pesquisas do tipo descritiva ou experi-
mental, com o objetivo de coletar achados prévios 
sobre um determinado problema ou fenômeno�
1313
Pesquisa descritiva
Na pesquisa descritiva, o pesquisador realiza a 
observação do fenômeno no ambiente natural em 
que ele ocorre, para então registrá-lo, analisá-lo e 
correlacioná-lo a outros fenômenos ou fatos sem, 
com isso, manipulá-los.
Entre as diversas formas que a pesquisa descritiva 
pode assumir, estão: os estudos descritivos, as 
pesquisas de opinião e de motivação, os estudos 
de caso e as pesquisas documentais�
Pesquisa experimental
Na pesquisa experimental, ocorre a manipulação 
direta das variáveis relacionadas ao fenômeno 
estudado, a fim de possibilitar a investigação das 
relações entre causas e efeitos�
Diferentemente da pesquisa descritiva, em que 
ocorre apenas a observação, classificação e inter-
pretação dos fenômenos, na pesquisa experimental, 
procura-se explicar como ou por que o fenômeno 
ocorre (CERVO, BERVIAN; SILVA, 2007).
TIPOS DE PESQUISA EM 
ATIVIDADES FÍSICAS E ESPORTES
As atividades físicas, os exercícios físicos e os 
esportes são áreas que representam um campo 
fértil para a produção de conhecimento, possibili-
1414
tando a aplicação de tipos de pesquisa diversos� 
Entre eles temos:
 y Pesquisa histórica
 y Pesquisa filosófica
 y Síntese de pesquisa (Metanálise)
 y Survey
 y Pesquisa desenvolvimental (delineamentos 
longitudinal e transversal)
 y Estudos de caso
 y Pesquisa observacional
 y Pesquisa correlacional
 y Pesquisa epidemiológica
 y Pesquisa experimental e quase experimental
 y Pesquisa qualitativa
 y Pesquisa quantitativa
 y Pesquisa de métodos mistos�
Saiba mais sobre os tipos de pesquisa em atividade 
física e esportes, consultando Métodos de pesquisa em 
Atividade Física (2012), de J. R. Thomas, J. K. Nelson 
e S. J. Silverman.
SAIBA MAIS
1515
METODOLOGIAS E TÉCNICAS DE 
PESQUISA
Método
No conceito geral, método é a maneira com que se 
organiza um processo para atingir um determinado 
resultado. O método envolve uma finalidade e pos-
sibilita que uma meta seja alcançada de maneira 
mais eficiente.
Dentro do universo da pesquisa, o método envolve o 
procedimento e o conjunto de ações utilizados durante 
a investigação de um fenômeno� Assim, o método é 
parte essencial para o sucesso de uma investigação�
No que tange à importância do método na pesqui-
sa científica, “muitas vezes, um espírito medíocre 
guiado por um bom método faz mais progressos 
nas ciências que outro mais brilhante que segue 
ao acaso” (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 40).
Entretanto, note-se que apenas uma cuidadosa aten-
ção aos procedimentos do método não é suficiente 
para alcançar resultados consistentes� A dedicação e 
inspiração do pesquisador também são fundamentais 
para a elaboração de boas hipóteses e proposições, 
bem como o desenvolvimento de grandes e novas 
ideias. “Quem escolhe o que pesquisar é o próprio 
pesquisador; o método só diz como isso pode ser 
feito” (MASCARENHAS, 2012, p. 48).
1616
O argumento de autoridade é um conceito que se opõe 
à comprovação científica de um determinado fenôme-
no. Acontece quando há admissão de veracidade com 
base apenas no valor intelectual ou moral daquele que 
propõe o conceito ou doutrina� É um argumento bastante 
comum no contexto da fé, podendo-se tornar um obstá-
culo à investigação científica. Ainda assim, o argumento 
de autoridade tem reconhecida função no campo das 
ciências positivas, por muitas vezes estimular e guiar 
trabalhos de investigação e confirmação científicas.
Método científico
O método científico é um instrumento utilizado 
pela ciência na sondagem da realidade e formado 
por um conjunto de procedimentos, mediante os 
quais os problemas científicos são formulados, e 
as hipóteses são examinadas (GALLIANO, 1986).
Por sua vez, Silva (2015) afirma que o método cien-
tífico possibilita ao pesquisador o planejamento 
de sua investigação, a formulação de hipóteses, 
a realização de experimentos e a interpretação de 
resultados�
Para que o método científico funcione adequada-
mente, é fundamental que as seguintes etapas 
sejam cumpridas:
FIQUE ATENTO
1717
 y Definição do tema a ser pesquisado
 y Construção do problema de pesquisa
 y Elaboração do objetivo geral
 y Elaboração dos objetivos específicos
 y Construção de hipóteses, pressupostos ou 
proposições
 y Descrição da metodologia adotada
 y Construção do cronograma (etapas) da pesquisa
 y Coleta de dados
 y Tabulação dos resultados
 y Discussão dos resultados à luz da teoria adotada
 y Elaboração das conclusões ou considerações finais.
Em geral, as pesquisas científicas são realizadas por 
experimentos, por esse motivo, o método científico 
é chamado de experimental. Observe, porém, que 
nem todo método científico é experimental. É o 
caso da filosofia, que questiona a própria realidade 
para interpretá-la quanto à sua “origem, natureza 
profunda, destino e significado no contexto geral” 
(CERVO, BERVIAN; SILVA, 2007, p. 41). Nesse caso, 
estamos diante do método racional�
Métodos qualitativo e quantitativo
O método qualitativo é adequado para a investigação 
de atitudes, valores, percepções e motivações do 
público pesquisado,com a preocupação primor-
dial de entender sua profundidade� Assim, oferece 
informações de natureza mais subjetiva e latente�
1818
O método quantitativo, por seu turno, é adequado 
quando se deseja conhecer a extensão (estatisti-
camente falando) do objeto de estudo, do ponto de 
vista do público pesquisado� Por isso, oferece infor-
mações de natureza mais objetiva e aparente, com 
seus resultados que podem refletir as ocorrências 
do mercado, como um todo ou de seus segmentos, 
de acordo com a amostra com a qual se trabalha.
A seleção do método mais adequado depende do 
tipo de estudo, bem como de suas características 
e objetivos, podendo ainda utilizar ambos os mé-
todos em estudos com método misto (Quadro 1):
Tabela 1: Comparativo entre os métodos quantitativo e qualitativo
Método qualitativo Método quantitativo
Subjetivo Objetivo
Testa a teoria Desenvolve a teoria
Possibilita riqueza de nar-
rativas e interpretações 
individuais
Possibilita análises 
estatísticas
Elementos básicos de análise: 
palavras e ideias
Elementos básicos de análise: 
números
Pesquisador participa do 
processo
Pesquisador mantém-se à 
distância do processo
Raciocínio dialético e indutivo Raciocínio lógico e dedutivo
Descreve significados, 
descobertas
Estabelece relações, causas
Preocupação com a qualidade 
das informações
Preocupação com a quantida-
de de informações
Busca particularidades Busca generalizações
Não depende do contexto Depende do contexto
Fonte: Adaptado de Zanella (2006, p. 103).
1919
Citando Bogdan, Triviños (1987) apresenta cinco 
características dos estudos qualitativos:
1) Considerando o ambiente natural como uma 
fonte direta dos dados, o pesquisador exerce função 
essencial na coleta, não podendo ser substituído 
por qualquer técnica ou procedimento, pois ele é 
o responsável pela observação, seleção, interpre-
tação e registro das informações�
2) A pesquisa qualitativa é descritiva, portanto, os 
resultados são expressos na forma de transcrição 
de entrevistas, narrativas, declarações, registros 
de imagens, documentos, diários etc.
3) Para o pesquisador, é mais importante o pro-
cesso da investigação do que o resultado final.
4) Os dados são analisados de forma indutiva, ou 
seja, a partir deles são construídas as abstrações�
5) A compreensão dos fenômenos é construída a 
partir do ponto de vista dos participantes, tornando 
o significado elemento essencial da investigação.
No método quantitativo, o foco está na represen-
tatividade numérica, na quantificação objetiva 
dos resultados� Para isso, devem ser utilizados os 
seguintes elementos: Dados, Varáveis, Universo ou 
população do estudo e Amostra�
2020
INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE 
COLETA E ANÁLISE DE DADOS
Fontes de dados
Antes de falar sobre os instrumentos e técnicas 
para a coleta de dados, é muito importante diferen-
ciar as fontes de dados utilizadas nas pesquisas 
científicas. Os dados de uma pesquisa podem ser 
obtidos por fontes primárias ou fontes secundárias. 
Os dados oriundos de fontes primárias são aqueles 
em que o pesquisador realiza a coleta diretamente 
com os respondentes do estudo�
Por outro lado, as fontes secundárias consistem no 
agrupamento de dados que já foram compilados. 
Entre eles, temos as estatísticas e os indicadores 
de mercado, obtidos internamente, ou publicações 
setoriais e oficiais.
Instrumentos
O problema de pesquisa e o objetivo balizam a 
escolha de técnicas e instrumentos para a coleta 
de dados, que estão relacionados à necessidade 
de estabelecer quais informações se pretende 
acessar, onde encontrá-las, de que forma obtê-las 
e como agrupá-las e analisá-las.
Considerando os métodos qualitativo e quantitativo, 
os principais instrumentos para coleta e análise 
de dados são:
2121
 y Roteiro de entrevista: compreende uma sequ-
ência de perguntas ou indagações organizadas em 
forma de roteiro, pretendendo nortear o trabalho do 
entrevistador na obtenção das informações neces-
sárias. Dependendo do tipo e da profundidade das 
informações, pode conter uma sequência inflexível 
de perguntas ou apenas um roteiro que possibilita 
ao entrevistador explorar as respostas obtidas.
 y Questionário: é composto, em geral, de per-
guntas fechadas, que facilitam sua tabulação, 
mas também pode conter perguntas aberta, que 
implicam a criação de categorias para melhor 
agrupamento e análise.
 y Análise documental: como o nome indica, 
compreende a investigação de informações con-
tidas em documentos, como manuais, normas, 
regulamentos, estatutos, relatórios, leis, decretos, 
portarias, publicações, documentos jurídicos etc� É 
utilizado tanto em pesquisas quantitativas quanto 
em pesquisas qualitativas�
 y Observação: compreende o registro detalhado 
de um acontecimento ou fenômeno� O pesquisador 
pode ser participante, quando efetivamente participa 
do fenômeno registrado, ou observador, quando 
não participa� Além disso, a observação pode ser 
direta, quando o pesquisador está presente no 
momento da ocorrência do fenômeno, ou indireta, 
quando apenas observa os registros dos fatos�
2222
Técnicas de análise de dados
Os dados coletados demandam do pesquisador 
a necessidade de organização, a fim de facilitar o 
processo de análise, mas, para isso, técnicas são 
utilizadas:
 y Análise estatística: a partir da tabulação e 
organização dos dados em tabelas, são aplica-
dos procedimentos estatísticos que resultarão 
em informações acerca dos dados. Por exemplo: 
média, mediana, moda, frequência, desvio-padrão, 
coeficiente de correlação etc. É aplicada em estu-
dos quantitativos�
 y Análise de conteúdo: identifica a frequência 
com que ocorre um determinado fenômeno e 
possíveis relações entre diferentes fenômenos� 
Para a interpretação das informações, usam-se 
modelos conceituados�
 y Análise de discurso: relaciona-se à análise da 
linguagem utilizada em documentos escritos ou 
relatos falados, a fim de extrair os significados e 
ideologias contidos nos discursos�
TÉCNICA DE SÍNTESE
A síntese é uma técnica muito utilizada na re-
dação científica, em que se extrai a essência da 
obra analisada� Nela, são apresentados os pontos 
principais do texto sem, no entanto, detalhar as 
partes não essenciais�
2323
Como o próprio nome informa, o objetivo da sín-
tese é apresentar ao leitor a ideia geral do texto, 
de maneira sintética, em poucas palavras, sem a 
abrangência e o detalhamento apresentados na 
obra original�
No meio acadêmico, muitas vezes a síntese pode 
ser confundida com outros gêneros textuais, como 
o resumo e a resenha crítica. Por essa razão, é 
importante salientar que a síntese apresenta ao 
leitor apenas a ideia geral do texto, salientando 
os pontos importantes para o sentido da obra e 
descartando o que é irrelevante�
A síntese pode ser:
 y Argumentativa, quando além de apresentar os 
pontos principais da obra argumenta com base em 
textos de outros autores.
 y Crítica, quando o autor da síntese discute com 
o autor da obra original, podendo reforçar e am-
pliar a ideia geral do texto ou apresentar os seus 
contrapontos a ela�
 y Explicativa, quando apresenta elementos que 
ampliam a compreensão do leitor�
24
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, entramos em contato com conceitos 
básicos relacionados à pesquisa científica. Con-
ceituamos ciência e produção de conhecimento, 
apontando seus tipos. Exploramos as definições 
de pesquisa e sua finalidade, para em seguida ex-
plorar os tipos mais comuns da pesquisa científica.
Na sequência, abordamos os métodos mais co-
muns vinculados à pesquisa científica, bem como 
técnicas e instrumentos voltados à coleta e análise 
de dados� Trata-se de conceitos fundamentais na 
formação, visto que contribui decisivamente para o 
desenvolvimento das habilidades do pesquisador.
Referências Bibliográficas 
& Consultadas
APPOLINÁRIO, F� Metodologia científica� São 
Paulo: Cengage, 2016 [Minha Biblioteca].
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. 
Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: 
Pearson PrenticeHall, 2007 [Biblioteca Virtual].
FLICK, U� Introdução à metodologia de 
pesquisa: um guia para iniciantes. Porto Alegre: 
Penso, 2012 [Minha Biblioteca].
GALLIANO, A� G� O método científico: teoria e 
prática. São Paulo: Harbra, 1986.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia 
do trabalho científico: projetos de pesquisa / 
pesquisa bibliográfica/ teses de doutorado, 
dissertações de mestrado, trabalhos de 
conclusão de curso. 8. ed. São Paulo: Atlas, 
2017 [Biblioteca Virtual].
MASCARENHAS, S� A� Metodologia científica� 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.
NASCIMENTO, L� P� Elaboração de projetos 
de pesquisa: monografia, dissertação, tese 
e estudo de caso, com base em metodologia 
científica. São Paulo: Cengage Learning, 2012 
[Minha Biblioteca].
SANTOS, J. A. Metodologia científica� 2� ed� 
São Paulo: Cengage Learning, 2011 [Minha 
Biblioteca].
SILVA, A� M� Metodologia da Pesquisa� 2� ed� 
Fortaleza: Universidade Aberta do Brasil, 2015.
SHAUGHNESSY, J. J.; ZECHMEISTER, E. B.; 
ZECHMEISTER, J. S. Metodologia de pesquisa 
em psicologia. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012 
[Minha Biblioteca].
THOMAS, J. R.; NELSON, J. K.; SILVERMAN, S. J. 
Métodos de pesquisa em atividade física� 6� ed� 
Porto Alegre: Artmed, 2012.
TRIVIÑOS, A� N� S� Introdução à pesquisa em 
ciências sociais: a pesquisa qualitativa em 
educação. São Paulo: Atlas, 1987.
ZANELLA, L� C� H� Metodologia da pesquisa� 
Florianópolis: SEAD/UFSC, 2006.

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