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FISIOLOGIA INTEGRATIVA DO CORPO HUMANO AULA 07

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DESCRIÇÃO
Fisiologia do sistema digestório; aspectos morfofuncionais; motilidade; capacidade secretora; mecanismos
digestórios; controle neural e hormonal do sistema digestório.
   

PROPÓSITO
Ao compreender a organização do sistema digestório, que, com o trato gastrointestinal, é capaz atender as
necessidades do organismo por água, sais minerais e nutrientes, você perceberá a importância desse sistema
para a sua atuação pro�ssional e para a manutenção da própria vida.
OBJETIVOS
Módulo 1
Identi�car os princípios gerais
da função gastrointestinal
quanto à motilidade e controle
nervoso
Módulo 2
Descrever as funções
secretoras do trato
gastrointestinal
Módulo 3
Comparar os processos de
digestão e absorção dos
nutrientes no trato
gastrointestinal
INTRODUÇÃO
A partir de agora, exploraremos conceitos que nos permitirão compreender as principais funções do
sistema digestório. Tomados em conjunto, os órgãos e tecidos que compõem esse sistema �siológico
podem ser chamados de trato gastrointestinal (trato alimentar), que inclui a boca, passando pelo esôfago,
estômago, as diferentes porções do intestino delgado, como o duodeno, o jejuno, íleo e o intestino grosso
até chegar ao reto. O sistema também conta com funções especializadas do pâncreas, fígado e vesícula
biliar, que desempenham importante papel nas funções desse sistema.
O sistema digestório apresenta quatro processos básicos que você terá a oportunidade de explorar a
seguir. Esses processos são representados pelas seguintes características: 
1. Grande capacidade de secretar diversas substâncias ao longo de todo trato.
2. Pela digestão em si, que é um processo metabólico dependente da ação de agentes especí�cos
representados pelas enzimas digestivas, que garantem a ocorrência da digestão dos alimentos.
3. Absorção dos nutrientes, que é o terceiro processo fundamental para que o corpo seja suprido com
os produtos da digestão dos nutrientes e de água, eletrólitos e vitaminas.
4. Pela motilidade, ou seja, a garantia do trânsito e mistura do todo bolo alimentar ao longo do sistema.
A digestão começa pela boca, pois ela tem a capacidade de triturar e misturar os alimentos e a saliva
contém enzimas digestivas de carboidratos. Em seguida, o alimento passa pelo esôfago até atingir o
estômago, onde encontra um ambiente ácido que contribui para o início da digestão das proteínas. O
estômago se conecta ao duodeno, primeira porção do intestino e região de entrada das secreções
pancreáticas e biliares que, em conjunto com enzimas do próprio duodeno, completam a digestão e
iniciam a absorção. A partir do intestino delgado, que mede cerca de sete metros, o alimento é empurrado
e a absorção da maior parte das substâncias necessárias para o organismo é realizada. A partir daí, o bolo
alimentar atinge o intestino grosso, porção �nal do tubo digestivo, onde é absorvida a água dos materiais
que não foram digeridos, formando o bolo fecal.   

 Sistema digestório humano.
MÓDULO 1
 Identi�car os princípios gerais da função
gastrointestinal quanto à motilidade e controle
nervoso
Agora vamos identi�car os dois tipos de movimentos básicos que ocorrem no trato gastrointestinal: movimentos
propulsivos ou peristálticos e movimentos de mistura. Os movimentos propulsivos ou peristálticos garantem que o
bolo alimentar percorra o trato gastrointestinal em uma velocidade que permita a adequada digestão e absorção
dos nutrientes. Os movimentos de mistura, decorrentes das contrações segmentares ou in�uenciados por
esfíncteres, mantêm os alimentos misturados durante a propulsão.
No entanto, é importante destacar que esses movimentos, tão importantes para garantir as funções �siológicas
do trato gastrointestinal, são harmonicamente controlados por diferentes eixos do sistema nervoso,
especialmente através das �bras simpáticas e parassimpáticas do sistema nervoso autônomo. Além disso, o trato
gastrointestinal dispõe de um sistema nervoso próprio, como identi�caremos a seguir.
ANATOMIA DA PAREDE GASTROINTESTINAL
Ao observar um corte transversal da parede do intestino, você perceberá que esse tubo de passagem é composto
por várias camadas diferentes. De dentro para fora, você poderá identi�car a mucosa, composta por vilosidades e
criptas, que é a camada mais interna, seguida da submucosa, uma camada muscular circular, outra camada
muscular longitudinal e, �nalmente, a camada serosa.
 Estrutura do Intestino delgado.
O fato de o trato ser composto por diferentes camadas de músculo liso nos permite identi�car que esse conjunto
tecidual apresenta capacidade contrátil e, assim, as funções motoras do intestino são realizadas por diferentes
camadas musculares.
As �bras musculares se organizam em feixes e, no interior de cada feixe, essas �bras estão conectadas através de
uma grande quantidade de complexos juncionais, garantindo a conexão elétrica entre as �bras musculares. Os
feixes de �bras musculares estão fundidos uns aos outros em diversas regiões. Eles formam, para cada camada
muscular, uma rede de feixes de músculo liso. Essas características determinam que cada camada funcione como
um sincício, isto é, quando o potencial de ação é gerado em qualquer região desse tecido, ele é compartilhado e se
propaga simultaneamente para todas as direções de forma semelhante ao músculo cardíaco.
   

Atividade elétrica do músculo liso gastrointestinal
Para que você compreenda como os movimentos gastrointestinais ocorrem, é necessário entender como os
feixes de músculo liso são estimulados para que haja controle sobre a contração muscular. A atividade elétrica
intrínseca, contínua e lenta nas membranas das �bras musculares consiste em dois tipos básicos de ondas
elétricas: ondas lentas e potenciais em espículas.
O ritmo da maioria das contrações gastrointestinais é controlado pelas ondas lentas, que não representam
potenciais de ação em si. Ao contrário, são mudanças ondulatórias e lentas no potencial de repouso que ocorrem
ao longo de todo trato gastrointestinal. A causa desse fenômeno não é completamente compreendida, mas
acredita-se que ele funcione como marca-passos elétricos do músculo liso, que não provocam a contração
muscular, mas estimulam o disparo dos potenciais em espículas, verdadeiros potenciais de ação, que
efetivamente provocam a contração do músculo liso.
Ao contrário dos potenciais de ação dos neurônios, nos quais a despolarização da membrana é provocada pela
abertura e entrada de íons sódio, no músculo liso, os potenciais em espículas ocorrem graças à abertura de canais
que permitem uma grande entrada de íons cálcio junto aos íons sódio. Esses canais apresentam cinética mais
lenta, ou seja, abrem e fecham mais lentamente do que aqueles do tecido nervoso. Assim, a duração dos
potenciais de ação é maior e apresenta um importante papel para a contração das �bras musculares do intestino.
Fatores que despolarizam a membrana
Agora, vamos ver outros fatores, além das ondas lentas e dos potenciais em espículas que podem alterar o nível
basal de voltagem do potencial de repouso da membrana das células de músculo liso. Em condições normais, o
potencial de repouso desse tecido é da ordem de -54 milivolts e, quando o potencial se torna menos negativo, nós
denominamos esse fenômeno como despolarização da membrana e as �bras musculares se tornam mais
excitáveis. Por outro lado, fatores que tornam a célula mais negativa levam a um fenômeno que é conhecido como
hiperpolarização e, nesse caso, a célula se torna menos excitável.
Dentre os fatores que despolarizam as �bras musculares, aumentando a sua excitabilidade, há o grau de
estiramento do músculo, a estimulação por acetilcolina. Por outro lado, a epinefrina ou a norepinefrina, hormônios
também conhecidos como adrenalina e noradrenalina promovem a hiperpolarização junto à inervação dos nervos
simpáticos, tornando a membrana mais negativa e menos excitável.
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO
O sistema nervoso entérico é reconhecido como um sistema próprio do trato gastrointestinal. Ele está localizadointeiramente na parede intestinal, desde o esôfago até o ânus. Talvez você já tenha ouvido alguém dizer que o
sistema digestório é o segundo cérebro e, logicamente, guardando as devidas proporções e funções especí�cas,
nós podemos identi�car um número expressivo de neurônios no sistema nervoso entérico, aproximadamente 100
milhões, quase a mesma quantidade encontrada na medula espinhal.
Esse sistema é formado por dois plexos.
Clique nas barras para ver as informações.
PLEXO MIONTÉRICO 
PLEXO SUBMUCOSO 
   

javascript:void(0)
Agora, vamos ver como o sistema entérico é capaz de exercer suas funções. O esforço para compreender os
mecanismos de ação desse sistema revelou que inúmeros neurotransmissores são produzidos e secretados pelos
neurônios entéricos, incluindo a acetilcolina, noradrenalina, adenosina trifosfato (ATP), serotonina, dopamina,
colecistocinina, somatostatina e polipeptídeo intestinal vasoativo com funções excitatórias ou inibitórias.
CONTROLE AUTÔNOMO
O sistema nervoso autonômico (visceral) se divide em dois eixos funcionais: simpático e o parassimpático.
Vamos entender melhor a diferença entre os dois: 
Simpático
A inervação simpática
pode ser proveniente
das divisões
cranianas e sacrais,
onde as �bras
nervosas cranianas
inervam o esôfago,
estômago, pâncreas,
intestino delgado e a
primeira metade do
intestino grosso. O
terço distal do
intestino grosso até o
ânus é inervado pelas
�bras nervosas que
emergem da região
sacral.
Parassimpático
A ativação do sistema
nervoso
parassimpático
provoca aumento
geral de todo sistema
nervoso entérico,
através da secreção
de acetilcolina, o que
intensi�ca a maioria
das funções
gastrointestinais e,
assim, está envolvida
no controle das
respostas
necessárias a
digestão e na
preparação do trato
gastrointestinal para
a digestão, antes da
ingestão do alimento.
Vamos pensar um pouco sobre esse funcionamento?
Você está bem alimentado ou está com fome agora?
Independentemente disso, pense no seu “prato favorito”, doce ou salgado, pode ser algo que você goste de
preparar ou que te remeta a alguma lembrança, como aquele sabor de infância ou quando sentimos o cheiro
desse prato que tanto gostamos.
E aí, �cou com “água na boca”?
Então, o sistema nervoso parassimpático pode ser estimulado simplesmente ao pensarmos ou sentirmos o
cheiro do alimento, especialmente quando estamos com fome e a própria secreção da saliva representa uma
resposta �siológica associada à preparação do trato gastrointestinal para receber e processar o alimento.
   

Já os efeitos do sistema nervoso simpático são opostos aos do parassimpático. Isso é facilmente identi�cável
ao veri�carmos as funções das �bras simpáticas. Estas têm origem na medula espinhal entre as vértebras T5 e
L2, inervando igualmente todo o trato gastrointestinal e secretando principalmente norepinefrina e, em menor
quantidade, a epinefrina. De maneira geral, inibem as funções secretoras do trato gastrointestinal, exercendo efeito
direto sobre a musculatura lisa ou através da inibição do sistema nervoso entérico.
Saiba mais
Como as �bras simpáticas são estimuladas em situações de
estresse, medo e até mesmo durante uma atividade física, este pode
ser um fator que explica o fato de não devermos praticar atividades,
especialmente vigorosas, após as refeições. Pois, quando
intensamente estimulado, o sistema simpático pode chegar a
interromper os movimentos do intestino.
MASTIGAÇÃO
Alguém já te pediu para mastigar devagar?
Então, a importância da mastigação passa pela necessidade de triturar e misturar os alimentos. Os dentes
incisivos (anteriores) são capazes de cortar os alimentos e os molares (posteriores) trituram. Isso ocorre graças
à contração dos músculos da mandíbula, que exercem uma força extraordinária, triturando e misturando o
alimento para iniciar o processo digestivo.
O re�exo da mastigação controla os movimentos da mandíbula. A presença do bolo alimentar na cavidade oral
inicialmente, de forma re�exa, inibe os músculos da mastigação, permitindo que a mandíbula inferior se abaixe.
Isso dá início ao re�exo de estiramento, que, por sua vez, provoca a contração dos músculos mandibulares,
cerrando os dentes e controlando a mastigação. Esse evento ocorre seguidas vezes durante o processo de
mastigação.
Anteriormente, vimos que a digestão começa pela boca, com a presença da enzima α-amilase salivar, produzida e
secretada pelas glândulas salivares e que é capaz de degradar moléculas de polissacarídeos, como o amido,
carboidrato presente no pão, milho, batata e outros alimentos. Contudo, é importante que você saiba que a ação
dessas enzimas se dá apenas na superfície do bolo alimentar e a mastigação contribui através da mistura dos
alimentos, favorecendo o “encontro” entre as enzimas e os seus substratos. Além disso, os alimentos de origem
vegetal têm células protegidas pela parede celular, que é formada por celulose, as quais não somos capazes de
digerir. No entanto, com a mastigação, é possível romper essas estruturas garantindo que alimentos como frutas,
verduras e legumes possam ser mais bem digeridos e seus nutrientes absorvidos nas etapas posteriores da
digestão.
Veja na imagem a seguir as diversas partes do corpo humano que são envolvidas no processo de mastigação.
   

 Estruturas envolvidas no processo de mastigação
Deglutição
Quando o bolo alimentar está pronto para ser deglutido, a língua o empurra contra o palato duro em direção à
faringe em uma ação voluntária. Essa etapa é denominada estágio voluntário da deglutição. Agora veremos
como ocorre a segunda fase, chamada de estágio faríngeo da deglutição.
A faringe está envolvida na deglutição e na respiração. Então, ela precisa se transformar em um trato de propulsão
alimentar durante a deglutição. Isso é possível porque a região ao redor da abertura da faringe é uma área que
contém inúmeros receptores de deglutição. Esses receptores informam o sistema nervoso central que, através do
tronco encefálico, iniciam uma série de contrações involuntárias.
Perceba a complexidade de eventos associados à deglutição, uma ação que você é capaz de fazer sem pensar:
 Estruturas envolvidas no processo de mastigação
Clique nas setas para ver o conteúdo.
Funções motoras do esôfago
O esôfago exibe dois tipos de movimentos peristálticos.
Clique nas barras para ver as informações.
PERISTALSE PRIMÁRIA 
ESFÍNCTER GASTROESOFÁGICO 
Funções motoras do estômago
Vamos identi�car algumas características funcionais do estômago que estão relacionadas às suas funções
motoras. Essas características incluem o fato de o estômago ser capaz de armazenar um grande volume de
alimentos para misturá-lo às secreções gástricas, formando uma massa semilíquida conhecida como quimo. O
quimo é gradualmente direcionado para o intestino em um �uxo compatível com a capacidade digestiva e
absortiva do intestino.
Primeiramente, o palato mole é empurrado para cima, obstruindo a cavidade nasal e impedindo o re�uxo
alimentos.
   

O alimento que passa do esôfago para o estômago provoca a distensão de sua região oral, um re�exo vasovagal
que reduz o tônus da parede muscular e permite a acomodação do alimento. Na presença do alimento no
estômago, ondas constritivas peristálticas fracas, ondas de mistura, ocorrem nas porções superior e média,
controladas a partir de ondas elétricas lentas que aumentam em intensidade à medida que se aproximam do
antro, região porção intestinal do estômago.
Essas contrações direcionam o alimento para o intestino através do piloro, esfíncter que separa o estômago do
duodeno, cuja abertura é pequena. Perceba que essa característica tem importante papel na mistura dos
alimentos, pois, à medida que as contrações empurram o alimento através do piloro, apenas uma pequena porção
é capaz de passar para o duodeno, criando um �uxo retrógrado fundamental para promover a mistura do alimento
com as secreções gástricas que formam o quimo.
 Estômago
Dessa forma, você poderia questionar como o quimo passa parao duodeno. Apesar de geralmente as contrações
peristálticas serem fracas, pelo menos por cerca de 20% do tempo em que o alimento se encontra no estômago,
elas se tornam fortes o su�ciente para provocar o esvaziamento gástrico em direção ao duodeno. O duodeno, por
sua vez, possui inúmeros re�exos nervosos capazes de retardar ou, até mesmo, interromper o esvaziamento
gástrico se o volume de quimo for excessivo.
Intestino delgado e seus movimentos
A peristalse é o movimento propulsivo do intestino delgado. Em geral, essa contração é estimulada pela presença
do alimento, que se aglomera e provoca a distensão de uma região. A ativação do sistema nervoso entérico
provoca a contração da musculatura lisa em um ponto aproximadamente 2 centímetros anterior ao alimento. Essa
contração ocorre em ondas ao longo de uma circunferência, ou anel, do tubo. Imagine-se apertando um canudo de
uma ponta até a outra para expulsar algum conteúdo, naturalmente que a “contração do canudo” ocorrerá em uma
região e, gradualmente, se desloca no sentido do movimento dos seus dedos, empurrando seu conteúdo.
Adicionalmente, quando um segmento intestinal é excitado, a peristalse iniciada percorre de 5 a 10 centímetros,
através de uma resposta re�exa, empurrando o quimo adiante. Essa ação é ainda auxiliada por um relaxamento
que ocorre em uma porção mais adiante do próprio intestino, que facilita a propulsão do bolo alimentar. No
entanto, essas ondas de contração são fracas e o movimento resultante ao longo do intestino é, em média, de 1
centímetro por minuto.
Saiba mais
O controle da peristalse intestinal se deve a sinais nervosos e
hormonais. Hormônios como a serotonina, gastrina e a insulina
intensi�cam a motilidade intestinal e o glucagon e a secretina inibem
a motilidade.
   

Os movimentos de mistura são diferentes em função da região do trato gastrointestinal. Por exemplo, quando uma
região é separada de outra por um esfíncter, os movimentos peristálticos garantem a mistura dos alimentos. Em
outras regiões, ocorrem contrações segmentares simultaneamente em regiões próximas, o que garante a mistura
do conteúdo do bolo alimentar em meio às secreções gastrointestinais.
Movimentos do cólon
Peristalse
O quimo que chega ao esfíncter ileocecal pode �car retido ali
por várias horas até a próxima refeição. Essa nova ingestão irá
promover um re�exo gastroileal que intensi�ca a peristalse no
íleo e força o quimo para o ceco do intestino grosso. A função
da válvula ileocecal é impedir o re�uxo de conteúdo fecal do
cólon para o intestino delgado.
Haustrações
Os movimentos de contração do intestino grosso são muito
semelhantes aos do intestino delgado. Grandes constrições
circulares ocorrem simultaneamente à contração do músculo
longitudinal do colón. Essas contrações combinadas formam
sacos conhecidos como haustrações em porções do intestino
que não foram estimuladas, promovendo a mistura e expondo
o quimo à superfície da mucosa do intestino grosso para que
os líquidos sejam absorvidos.
Movimentos de massa
As contrações haustrais lentas e persistentes auxiliam o
movimento propulsivo juntamente com movimentos de massa,
que são um tipo diferente de peristalse, caracterizado pela
contração de um anel constritivo que impede a formação das
haustrações na região distal desse anel. Esses movimentos de
massa permitem que o material fecal seja impulsionado mais
adiante no cólon. Essa contração se desenvolve
progressivamente a cada trinta segundos, com intervalos de
três a cinco minutos, e podem durar de 10 a 30 minutos,
ocorrendo de uma a três vezes por dia. Quando os movimentos
de massa forçam a massa de fezes para o reto, surge a
vontade de defecar.
   

Circulação esplâncnica
O conhecimento do �uxo sanguíneo gastrointestinal é fundamental para que você compreenda as funções
digestivas e absortivas do sistema digestório. A circulação sanguínea esplâncnica é composta por um extenso
sistema de vasos sanguíneos que inclui o �uxo sanguíneo através do próprio intestino e do baço, fígado e
pâncreas.
A organização do �uxo sanguíneo através desses órgãos é muito interessante. Primeiramente, o sangue passa
pelo baço, pâncreas e intestino, onde os nutrientes são absorvidos. Em seguida, eles �uem por meio da veia porta,
que leva o �uxo diretamente ao fígado, onde passa por milhares de pequenas estruturas vasculares chamadas
sinusóides hepáticos, revestidos por células reticuloendoteliais, que têm como função a remoção de bactérias e
outras substâncias que poderiam entrar na circulação sistêmica, protegendo o organismo de agentes
patogênicos.
Essas mesmas células são responsáveis pela absorção hepática de quase metade do todos os nutrientes não
lipídicos, como os aminoácidos e os carboidratos, que foram absorvidos no intestino e, assim, esses nutrientes
são armazenados, processados e redistribuídos pelo fígado.
O controle do �uxo sanguíneo está diretamente correlacionado ao nível da atividade local, podendo aumentar até
oito vezes durante o período absortivo. Esse aumento pode ser controlado pela liberação de substâncias
vasodilatadoras como a colecistocinina, a secretina e a gastrina e pelo próprio metabolismo tecidual local, que
�ca mais ativo e, assim, requer maior aporte de oxigênio para sustentar a síntese aeróbia de ATP. Além disso, o
sistema nervoso autonômico também é capaz de exercer controle. Dessa forma, através das �bras
parassimpáticas, ocorre aumento do �uxo sanguíneo para diversas regiões e, de forma oposta, as �bras
simpáticas induzem efeitos vasoconstrictores, que reduzem o �uxo sanguíneo.
Vejamos agora a importância do sistema nervoso simpático sobre o controle do �uxo sanguíneo gastrointestinal.
A distribuição do débito cardíaco, que é o volume de sangue em circulação no seu organismo por minuto, pode ter
25% do seu volume desviado para o sistema digestório.
Você sabia
Quando você está praticando um exercício físico, há um importante
aumento do metabolismo nos músculos esqueléticos ativos, no
miocárdio, no sistema ventilatório e em outras regiões envolvidas
com as demandas impostas pela atividade física. Assim, perceba a
importância da ação do sistema simpático em promover
vasoconstricção da circulação esplâncnica para garantir o
redirecionamento do �uxo de sangue para os músculos esqueléticos
e demais regiões exigidas durante essa atividade.
   

Assista agora ao vídeo “Visão geral do processo digestório”.
 VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Estudamos que o trato gastrointestinal possui um sistema nervoso próprio, sistema
nervoso entérico, que possui aproximadamente 100 milhões de neurônios capazes de
controlar em conjunto diversas funções do trato gastrointestinal. Sobre esse assunto,
indique a alternativa incorreta.
O sistema nervoso entérico se estende desde a medula até o trato gastrointestinal.A)
Os seus mecanismos de controle são mediados pela liberação de vários tipos de
neurotransmissores.
B)
Ele é composto por dois plexos capazes de controlar o tônus e as contrações rítmicas.C)
Ele está conectado às �bras do sistema nervoso simpático e parassimpático.D)
   

Responder
2. No trato gastrointestinal, são observados dois tipos de contrações. As contrações
peristálticas têm como função promover a propulsão do bolo alimentar ao longo de todo o
trato digestório porque, quando dois segmentos do trato digestório, no intestino, por
exemplo, se contraem simultaneamente, o bolo alimentar é empurrado adiante.
Responder
MÓDULO 2
 Descrever as funções secretoras do trato
gastrointestinal
Agora, você será apresentado às principais secreções do trato gastrointestinal, que serão correlacionadas às
glândulas, tecidos e estruturas responsáveis pelas secreções diversas a �m de compreendermos as principais
funções secretoras do trato gastrointestinal.
p p p)
As �bras do sistema nervoso simpático têm função inibitória no trato gastrointestinal.E)
Ambas as a�rmativas são verdadeiras e a segunda justi�ca a primeira.A)
Ambas são verdadeiras, mas a segunda não justi�ca a primeira.B)A primeira a�rmativa é verdadeira e a segunda é falsa.C)
A primeira a�rmativa é falsa e segunda a�rmativa é verdadeira.D)
Ambas as alternativas são falsas.E)
   

Boa parte das respostas secretoras é estimulada pela própria presença do alimento no trato gastrointestinal e, em
algumas regiões, as secreções variam de acordo com a composição do alimento.
A capacidade secretora é uma das características fundamentais do trato gastrointestinal e explica boa parte das
suas funções. Dessa forma, a quantidade de substâncias secretadas é muito grande.
Essencialmente, as secreções possuem duas funções primárias. A primeira está associada ao processo digestivo,
através da secreção de enzimas digestivas, que ocorre principalmente na boca, estômago e intestino até a
extremidade distal do íleo. A segunda está relacionada à função de glândulas mucosas que secretam muco, cuja
função é proteger todo o trato gastrointestinal, desde a boca até o ânus.
PRINCÍPIOS GERAIS
Antes de discutirmos as secreções propriamente ditas, é importante termos uma visão geral sobre alguns
aspectos das secreções do trato gastrointestinal, como identi�car os principais tipos de glândulas e como elas
são controladas.
Clique nas setas para ver o conteúdo.
O controle das secreções pode ser dado pela ação mecânica da própria presença do alimento, especialmente
controlando a secreção de muco. O sistema nervoso entérico também pode sofrer estímulo tátil, mecânico ou
químico em função do contato com o alimento que distende o trato e com a composição química do bolo
alimentar e, assim, controla as secreções de células da mucosa e glândulas profundas.
Além disso, o sistema nervoso autônomo é capaz de controlar várias funções do digestório, incluindo um controle
positivo sobre a secreção da maioria das glândulas que pode ser atribuída à estimulação parassimpática,
principalmente na porção superior do trato, como visto pela “água na boca” que podemos sentir ao sermos
estimulados com o alimento.
O controle de algumas secreções pode ainda ser mediado por fatores parácrinos, que atuam localmente próximos
aos locais de secreções. Por exemplo, alguns hormônios produzidos pelo estômago e intestino são secretados
localmente e atuam em células vizinhas controlando a secreção dessas células.
Glândulas salivares
As glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais representam as principais glândulas salivares e secretam
em média 1 litro de saliva por dia. A composição da saliva é rica em determinados íons e apresenta dois tipos de
secreção de proteína. A ptialina, uma enzima do tipo α-amilase capaz de digerir o amido, perfaz a secreção serosa.
A secreção mucosa contém a mucina, uma proteína que tem a função de lubri�cação e proteção. Já a
composição iônica da saliva é representada por quantidades elevadas de íons potássio e bicarbonato (HCO ), com
baixas concentrações de sódio e cloreto.
3-
 Glândulas salivares
O epitélio do trato gastrointestinal, em sua superfície, é composto por bilhões de células que têm formas
semelhantes a cálices e podem ser conhecidas como células caliciformes. Essas células respondem à
irritação local secretando muco na superfície epitelial e, assim, lubri�cando e protegendo o tecido do tra
gastrointestinal.
   

A higiene oral é outra função da saliva e pode ser explicada por diversos fatores. Primeiro, o próprio �uxo de saliva
é capaz de lavar a boca, auxiliando a remoção de bactérias patogênicas. Além disso, a presença de alguns fatores
como enzimas proteolíticas, que são digestivas e ajudam na destruição das bactérias, e, �nalmente, a saliva, que
contém anticorpos capazes de contribuir para a inativação e eliminação dessas bactérias. Assim, a redução da
salivação pode levar a lesões nos tecidos da boca, incluindo ulcerações e está associada à formação de cáries
dentárias.
O controle da salivação se dá principalmente pela inervação das �bras parassimpáticas que estimulam a secreção
salivar. Alguns estímulos gustativos, como o sabor azedo, podem aumentar de forma importante a secreção
salivar. O próprio olfato ou outros estímulos cognitivos associados ao alimento preferido podem provocar o
aumento da salivação. Esse fenômeno se dá ao fato de que a área que regula o apetite no cérebro está localizada
no hipotálamo em uma região próxima aos centros parassimpáticos.
Esse conjunto de repostas �siológicas pode fazer muito sentido no nosso cotidiano. A fome é um sinal de
perturbação da homeostase e pode estar associada à uma tendência de redução da glicemia. Quando sentimos
fome, mudamos nosso comportamento em busca do alimento. Quando isso está vinculado à nossa rotina e
estamos próximos das horas das refeições, muitas vezes prevemos o que irá acontecer e, ao pensarmos no
alimento, já iniciamos as secreções gastrointestinais que podem antecipar o que há de vir e preparar o trato
gastrointestinal para a digestão.
A digestão começa pela boca, mas é importante que você identi�que e compreenda o seguinte: como a digestão é
fruto da ação de enzimas especí�cas e a enzima presente nas secreções salivares, a α-amilase, é capaz de
degradar o amido, um tipo de carboidrato, podemos a�rmar que a digestão dos carboidratos se inicia na boca. Os
demais nutrientes serão digeridos em outras etapas.
Veja outras secreções envolvidas no processo de digestão:
Clique nas barras para ver as informações.
SECREÇÃO ESOFÁGICA 
SECREÇÕES GÁSTRICAS 
Em termos biológicos, as glândulas tubulares são compostas por diferentes tipos celulares. As glândulas gástricas
são formadas por três tipos de células, cada qual capaz de secretar substâncias especí�cas, incluindo as células
mucosas que secretam o muco, as células principais, capazes de secretar o pepsinogênio, e as células parietais,
também chamadas de células oxínticas, que secretam ácido clorídrico (HCl) e o fator intrínseco.
Saiba mais
O controle dessas secreções é complexo e interessante. Quando
estimuladas, as células parietais são as únicas que secretam ácido
clorídrico, resultando em uma solução extremamente ácida (pH da
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
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ordem de 0,8) e com concentração de íons hidrogênio que pode ser
três milhões de vezes maior que o sangue arterial, justi�cando a
grande acidez.
Sinais nervosos, endócrinos e parácrinos são capazes de controlar a secreção desse ácido. Um exemplo de
controle parácrino é dado pela ação das células semelhantes às enterocroma�ns, células da própria mucosa
gástrica que produzem histamina. A quantidade de histamina está diretamente relacionada à taxa de liberação de
HCl, ou seja, quanto maior a concentração de histamina, maior será a liberação do HCl. Por outro lado, a liberação
de histamina pode ser controlada pela ação do hormônio peptídico gastrina e pela ação da acetilcolina. Repare na
sequência de eventos e na complexidade do controle das secreções gástricas. O sistema nervoso entérico secreta
acetilcolina e junto à presença do alimento, especialmente ricos em proteínas, células G da mucosa do estômago
e as glândulas pilóricas secretam gastrina. Esses dois atores irão controlar a secreção de histamina, que
estimulará a secreção do HCl, em uma cadeia de eventos.
Uma das principais funções do ambiente ácido criado pela presença do HCl é promover a ativação do
pepsinogênio. O pepsinogênio é uma enzima digestiva secretada pelas células mucosas e pépticas das glândulas
gástricas.
Agora, vamos discutir os mecanismos de ativação dessa enzima para compreender a ligação entre esses dois
fatores.
Quando o pepsinogênio é secretado, ele se encontra em uma forma inativa e não é capaz de desempenhar suas
funções. Para que isso ocorra, essa enzima é ativada através de um mecanismo conhecido como clivagem
proteolítica induzida pela ação do próprio ácido clorídrico, sendo transformada na sua forma ativa, que é
denominada pepsina.
Para que você possa compreender melhor, veja a situação a seguir:
Exemplo
Imagine uma caneta na mão de uma criança. Enquanto essa caneta
estiver tampada, a criança não irá riscar as paredes,ou seja, a caneta
está “inativa”, mas, assim que esse “pedaço” da caneta foi “quebrado”,
ou seja, removido, ela se torna ativa e, na mão de uma criança, pode
riscar todas as paredes da sua casa.
Essa é uma analogia simples, que explica o mecanismo de ativação do pepsinogênio. Essa enzima, quando
liberada, tem um peso molecular equivalente a 42.500 daltons e, quando ativada, passa a ter 35.000 daltons,
indicando que ela foi quebrada ou sofreu um processo de clivagem proteolítica. Uma vez ativada, essa enzima
atua em meio muito ácido e participa da digestão das proteínas.
O controle da secreção do pepsinogênio é bem menos complexo do que o controle da secreção do ácido gástrico.
Em primeiro lugar, a presença do HCl in�uencia diretamente a secreção dessa enzima, o que �ca evidente em
pessoas que perdem a capacidade de secretar HCl e reduzem drasticamente a secreção do pepsinogênio. Em
segundo lugar, o sistema nervoso entérico, através da ação do neurotransmissor acetilcolina, também atua na
regulação dessa secreção.
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
A grande acidez do suco gástrico pode oferecer uma ameaça contra a mucosa gástrica e, para que isso não
represente um problema, as glândulas pilóricas compostas essencialmente de células mucosas secretam grande
quantidade de muco. Em associação a essas células, as células mucosas super�ciais também secretam grande
quantidade de um muco muito viscoso capaz de cobrir a mucosa estomacal, criando uma barreira de proteção.
Em conjunto com esse muco, ocorre a secreção do íon bicarbonato que cria junto à superfície da mucosa um
ambiente alcalino que neutraliza qualquer acidez que porventura se aproxime dessa região, evitando lesões na
mucosa gástrica.
Perceba que a camada de muco oferece uma barreira de proteção e o ambiente alcalino cria condições de
neutralizar a acidez do suco gástrico nas imediações da mucosa.
As células parietais ainda secretam uma substância de grande importância para a homeostasia do sistema
hematológico. O fator intrínseco é essencial para garantir a absorção da vitamina B12. Se, por acaso, houver a
destruição das células parietais e a redução da produção do fator intrínseco, o indivíduo pode desenvolver um
quadro conhecido como anemia perniciosa, que se deve à menor absorção da vitamina B12, essencial para o
processo de maturação das hemácias.
Para ampliarmos a compreensão, vamos discutir como ocorrem as fases de secreção gástrica. As secreções
gástricas são divididas em três fases.
Clique nas informações a seguir.
Fase cefálica Fase gástrica Fase intestinal
Observe as informações presentes no quadro a seguir para visualizar um resumo das secreções gástricas
associadas aos tipos de células, as substâncias que controlam essas secreções e suas principais funções.
Tipo de célula
Substância
secretada
Estímulo para secreção Função da secreção
Célula da mucosa do colo
Muco Secreção tônica; irritação da
mucosa
Barreira física entre o lúmen e o epitélio
Bicarbonato Secretado com o muco
Tamponar o ácido gástrico para evitar danos
ao epitélio
Células parietais
Ácido gástrico
(HCl) Acetilcolina, gastrina,
histamina
Ativar a pepsina e matar bactérias
Fator Intrínseco Permite a absorção da vitamina B12
Células semelhantes às
enterocroma�ns
Histamina Acetilcolina, gastrina Estimula a secreção de ácido gástrico
Células principais Pepsinogênio Acetilcolina, ácido Digere proteínas
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
Lipase gástrica Digere gorduras
Células D Somatostatina Ácido no estômago Inibe a secreção de ácido gástrico
Células G Gastrina
Acetilcolina, peptídeos e
aminoácidos
Estimula a secreção de ácido gástrico
 Quadro 1. Secreções gástricas
Pâncreas exócrino
O pâncreas desempenha funções importantes. “Talvez você esteja mais familiarizado com as funções endócrinas
dessa glândula na medida em que ela é capaz deliberar hormônios como a insulina na corrente sanguínea, ou seja,
“para dentro”, por isso a denominação endócrino”. Mas saiba que o pâncreas também desempenha funções
fundamentais nos processos digestórios.
Uma porção do pâncreas é formada por estruturas muito semelhantes às observadas nas glândulas salivares,
chamadas de ácinos pancreáticos. Essas estruturas produzem uma série de enzimas digestivas na forma inativa e
secretam esse conteúdo em combinação a secreção do íon bicarbonato e água pelas células epiteliais do ducto
pancreático, cuja função é de neutralizar a acidez do suco gástrico que vem do estômago e proteger a mucosa
intestinal, que não conta com uma espessa camada de muco para proteção. Essa secreção se dá através do
ducto pancreático, que normalmente se encontra anatomicamente com o ducto hepático originária da vesícula
biliar, e libera esse conteúdo no duodeno.
As enzimas digestivas representam o principal componente das secreções pancreáticas, assim como o
pepsinogênio, elas também são secretadas na forma de zimogênios, ou seja, enzimas inativas. A ativação dessas
enzimas ocorre em uma cascata de eventos. A enzima secretada em maior quantidade é o tripsinogênio, que, ao
chegar ao lúmen do intestino, é clivada pela ação de outra enzima, uma proteína na membrana dos enterócitos
(células do intestino) chamada enteropeptidase. A ação das enteropeptidases quebra o tripsinogênio e o
transforma em tripsina, ativando a enzima, que, uma vez ativa, é capaz de quebrar e ativar as demais enzimas
secretadas pelo pâncreas, incluindo o quimiotripsinogênio, procarboxipeptidase, procolipase e a profosfolipase,
que são transformadas em suas formas ativas: quimiotripsina, carboxipeptidas, colipase e fosfolipase. Outras
enzimas ainda estão presentes na secreção pancreática incluindo a lipase gástrica, a colesterol esterase e a
amilase pancreática.
As etapas de ativação dessas enzimas podem ser observadas na �gura a seguir.
 Ativação das enzimas pancreáticas.
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
À primeira vista, são muitas enzimas, mas repare que várias apresentam pre�xos e su�xos comuns e, com o
tempo, a compreensão vai sendo esclarecida, uma vez que essa nomenclatura de�ne as formas ativas, inativas e
explica a ação das enzimas. Em resumo, as secreções pancreáticas contêm enzimas para promover a digestão de
todos os macronutrientes, incluindo os carboidratos, proteínas, lipídeos e ácidos nucleicos.
Os três principais estímulos que controlam as secreções pancreáticas são provocados pela:
Clique na barra para ver as informações.
ACETILCOLINA 
Agora, vamos compreender a importância desse mecanismo de ativação. Em primeiro lugar, atente ao fato de que
as enzimas digestivas secretadas pelo pâncreas atuam na degradação de compostos como proteínas,
carboidratos, lipídeos e ácidos nucleicos.
Então, qual é a composição básica das nossas células e quais são os principais componentes das membranas
plasmáticas?
As membranas são feitas de fosfolipídios, proteínas e outros componentes glicídicos. Dessa forma, caso essas
enzimas sejam ativadas ao longo do ducto pancreático, o próprio pâncreas pode ser digerido, algo que pode ser
muito grave. Para que isso não ocorra, o pâncreas secreta um inibidor de tripsina, evitando que ela seja ativada e,
consequentemente, como é a sua forma ativa que irá ativar as demais enzimas, o processo não prossegue.
Entretanto, caso ocorra uma obstrução do ducto pancreático, o que pode acontecer em função da formação de
cálculos biliares, lembre-se que ambos os ductos se juntam antes de secretar o conteúdo no duodeno, as
secreções pancreáticas podem �car retidas e a ação do inibidor ser insu�ciente. Neste caso, o pâncreas pode ser
digerido em questão de horas, o que leva a uma condição de pancreatite aguda, que pode ser fatal.
Secreção de bile pelo fígado
A bile produzida continuamente pelo fígado é secretada no duodeno através do ducto biliar. A secreção de bile pelo
fígado ocorre em duas fases.
Clique nas informações a seguir.
Fase 1 Fase 2
O esvaziamento da vesícula biliar é estimulado pela ação do hormônio colecistocinina, cuja liberação é controlada
principalmente pela presença de alimentos ricos em gordura no duodeno. Neste caso, a açãoda colecistocinina é
endócrina, uma vez que o duodeno secreta esse hormônio na corrente sanguínea para que exerça seus efeitos,
promovendo contrações rítmicas na parede da vesícula biliar. Adicionalmente, a ação da acetilcolina também
contribui para o esvaziamento da vesícula biliar.
Na composição da bile, as substâncias mais abundantes são os sais biliares, podendo representar metade de toda
a bile. Outras substâncias em grandes quantidades são a bilirrubina, o colesterol, os ácidos graxos, a lecitina e os
íons sódio, potássio, cálcio, cloreto e o bicarbonato. Com base nessa composição, é possível compreender as
duas funções básicas das secreções biliares. Em primeiro lugar, parte desses componentes atuará contribuindo
em etapas importantes da absorção dos lipídeos. Além disso, a bile serve como meio para excreção de produtos
do metabolismo hepático que devem ser eliminados nas fezes, em especial o excesso de colesterol e a bilirrubina,
que é formada a partir da degradação da hemoglobina e que o organismo não consegue reciclar.
Secreções do intestino delgado
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
Anteriormente, discutimos alguns aspectos dos hormônios secretina e colecistocinina. Ambos podem ser
produzidos e secretados por diferentes porções do intestino delgado.
As células S na mucosa do duodeno e do jejuno liberam a secretina. Sua principal função é controlar o pâncreas,
estimulando a liberação de HCO no duodeno. Repare como ocorre um mecanismo de controle capaz de
compensar a acidez que atinge o duodeno, neutralizando os efeitos da acidez proveniente do estômago e atuando
de forma e�caz, com a proteção da mucosa intestinal do surgimento de úlceras. A adequada presença dos íons
bicarbonato no duodeno, ao ajustar o pH, ainda criam as condições adequadas para ação das enzimas digestivas
do pâncreas.
3-
A colecistocinina é um hormônio peptídico, composto por 33 aminoácidos, secretado pelas células presentes na
mucosa do jejuno e do duodeno. A presença de ácidos graxos de cadeia longa e proteínas no quimo regula a sua
liberação na circulação sanguínea, atingindo o pâncreas, onde a colecistocinina provocará a secreção das enzimas
digestivas pancreáticas.
Veja a seguir como nosso organismo reage para compensar a acidez proveniente do estômago e proteger a
mucosa intestinal.
Clique nas informações a seguir.
Duodeno Intestino Células caliciformes
Apesar das secreções intestinais não conterem enzimas digestivas, no epitélio do intestino, especialmente nas
células que revestem as vilosidades, são encontradas enzimas integradas às membranas dessas células, capazes
de digerir proteínas, carboidratos simples e lipídeos.
Secreções do intestino grosso
Por �m, vamos apresentar e discutir as funções secretoras do intestino grosso. A principal secreção do intestino
grosso é o muco composto por quantidades moderadas de bicarbonato. Você já compreendeu que o muco tem
papel de proteger e lubri�car o trato digestório, permitindo a passagem do alimento com menor atrito e,
consequentemente, reduzindo as chances de ocorrerem lesões decorrentes das escoriações, mas também é
capaz de proteger a parede intestinal da ação de bactérias presentes nas fezes. Com certeza, você também já
sabe que o HCO é uma base capaz de neutralizar os efeitos de uma eventual acidez.
O epitélio do intestino grosso não apresenta vilosidades, mas possui criptas de Lieberkühn, assim como o
intestino delgado. As células presentes nas criptas recebem estímulos locais táteis e do sistema nervoso
parassimpático para regular a taxa de secreção.
Em situações em que há algum agente irritativo, como em infecções ocasionadas por bactérias, pode ocorrer
como resposta de proteção um grande aumento da secreção de água e eletrólitos para diluir e eliminar o fator de
irritação. Nessas situações, nós somos expostos ao desconforto de uma diarreia.
3-
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Assista agora ao vídeo sobre Secreções Gástricas.
09:06
 VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Vimos que as secreções gástricas são rigidamente controladas por vários fatores que se
integram garantindo um controle harmônico e adequado às condições �siológicos do
estômago. Sobre as características das secreções gástricas, indique a alternativa
incorreta.
As células pépticas ou principais são responsáveis pela secreção de pepsinogênio.A)
A secreção do ácido clorídrico cria um ambiente extremamente ácido no suco gástrico.B)
A secreção do ácido clorídrico é estimulada pela ação da norepinefrina liberada pelo sistema
nervoso simpático.
C)
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Responder
2. Conforme discutimos, foram apresentados vários hormônios produzidos por diferentes
estruturas do trato gastrointestinal, o que deve ter chamado bastante a sua atenção, uma
vez que não é exatamente o sistema digestório que vem em mente quando falamos a
respeito da liberação e ação de hormônios. Indique a alternativa falsa para as ações dos
hormônios do trato gastrointestinal.
Responder
MÓDULO 3
 Comparar os processos de digestão e absorção
dos nutrientes no trato gastrointestinal
As secreções gástricas se dão em três fases: cefálica, gástrica e intestinal.D)
Uma das principais funções do ambiente ácido criado pela presença do HCl é promover a
ativação do pepsinogênio
E)
A colecistocinina é um importante agente de controle das secreções das enzimas
pancreáticas.
A)
A acetilcolina está geralmente envolvida no controle positivo de várias secreções gástricas e
é liberada pelos neurônios parassimpáticos.
B)
A secretina é liberada na saliva para iniciar a digestão dos carboidratos.C)
A gastrina é um hormônio peptídico produzido pelas células G do estômago.D)
A liberação de histamina pode ser controlada pela ação da gastrina e da acetilcolina.E)
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
Neste módulo, vamos apresentar as propriedades e características dos processos digestivos e absortivos. Você
será capaz de diferenciar os mecanismos por trás das capacidades do sistema digestório em garantir a
disponibilidade de nutrientes para o organismo a �m de manter a homeostase e viabilizar a vida.
A digestão é um processo fundamental para que os nutrientes sejam absorvidos. Assim, a digestão precede a
absorção para a maioria dos nutrientes e dizemos que, se a digestão dos principais macronutrientes não ocorrer, o
organismo não será capaz de absorver os elementos da alimentação, com exceção dos micronutrientes que
incluem as vitaminas e minerais que não precisam passar por processos digestivos.
Por outro lado, os principais macronutrientes, representados pelas gorduras, carboidratos e proteínas, não podem
ser aproveitados pelo organismo nos seus estados naturais e, por essa razão, requerem processamentos
especí�cos antes de serem absorvidos. Um resumo das funções gerais do trato gastrointestinal pode ser
observado no �uxograma a seguir.
 O processo de digestão.
MECANISMO ENZIMÁTICO DA DIGESTÃO
 Visão geral da digestão enzimática.
As gorduras, carboidratos e proteínas são compostos orgânicos complexos formados por unidades básicas que
estão ligadas e estabilizadas através de ligações químicas covalentes, ou seja, ligações fortes. Por essa razão, não
podem ser separados espontaneamente e requerem ação enzimática.
A maioria dos carboidratos obtidos na dieta, que chamamos de açúcares, está na forma de polissacarídeos, como
o amido presente no milho, trigo e batata ou ainda na forma de dissacarídeos como a sacarose, que é o açúcar
comum.
As unidades básicas que compõem essas estruturas complexas são denominadas monossacarídeos, como a
frutose e a glicose. Elas se combinam por meio de ligações de condensação, que são responsáveis por estabilizar
os triglicerídeos (formados por três ácidos graxos condensados a uma molécula de glicerol), que representam as
principais gorduras da dieta. Finalmente, as proteínas são polímeros de aminoácidos, cadeias ou cordões de
aminoácidos ligados uns aos outros através de uma ligação peptídica, que também é uma ligação covalente que
se dá através de um processo de condensação.
Vimos que a ligação de condensação apresenta o mesmotipo daquela que estabiliza os três grupos de nutrientes
necessários à dieta. Assim, discutiremos algumas características desse tipo de ligação para compreendermos seu
mecanismo digestivo.
Em uma ligação de condensação, ocorre a desidratação da molécula na reação em que a ligação é formada, ou
seja, para que a ligação seja formada, uma molécula de água é removida do composto. Assim, para que a ligação
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
seja quebrada, é necessário que ocorra o processo inverso, que haja a adição de uma molécula de água.
Dessa forma, a ligação covalente não é quebrada espontaneamente, o que signi�ca que, para que ela seja desfeita,
há a necessidade da ação de uma enzima. Quando a atividade enzimática quebra uma ligação através da adição
de uma molécula de água, podemos classi�car o mecanismo de ação enzimático como um processo de hidrólise,
em que lise signi�ca quebra. Assim, dizemos que o mecanismo enzimático de digestão dos diferentes
macronutrientes é o mesmo, embora os agentes enzimáticos envolvidos sejam altamente especí�cos.
Na imagem a seguir, você pode observar os componentes do sistema digestório.
CARBOIDRATOS NA DIETA
Popularmente, chamamos os carboidratos de açúcares. Efetivamente, os três tipos de carboidratos
predominantes em uma dieta são os diferentes tipos de amido, a sacarose e a lactose. O amido é um
polissacarídeo presente nos tubérculos, como as batatas, no trigo que faz o pão e em muitos cereais. A sacarose é
o famoso açúcar de mesa, um dissacarídeo composto por uma molécula de glicose e outra de frutose, com
grande poder adoçante e tradicionalmente re�nado a partir da cana de açúcar. A lactose também é um
dissacarídeo, composto por uma molécula de glicose e uma de galactose, que está presente no leite e seus
derivados.
A dieta humana em geral também contém uma grande quantidade de celulose. A celulose é um polissacarídeo
que faz parte da estrutura da parede das células vegetais. Contudo, o organismo humano não possui enzimas
capazes de digerir a celulose. Assim, este carboidrato não tem valor nutricional para o nosso organismo, porém
atua como uma �bra alimentar com valor funcional para os processos digestivos, auxiliando o trânsito intestinal.
Clique nos itens a seguir para ver mais detalhes sobre a digestão dos carboidratos.
Clique nas barras para ver as informações.
DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS PELA ENZIMA α-AMILASE SALIVAR 
DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS NO INTESTINO DELGADO 
ENZIMAS DO EPITÉLIO INTESTINAL 
PROTEÍNAS DA ALIMENTAÇÃO
As proteínas possuem funções biológicas muito diversas, relacionadas à formação de estruturas celulares, como
no citoesqueleto de células eucariontes, e funções dinâmicas, atuando como enzimas, receptores hormonais,
canais de membrana, comunicação celular, transporte no plasma sanguíneo como a hemoglobina e a albumina.   

Além disso, estruturas como anticorpos e hormônios, da classe dos hormônios peptídicos, são compostos
proteicos. Dessa forma, as proteínas estão presentes em todos os organismos vivos e podem ser obtidas através
da ingestão de proteínas de origem animal ou vegetal.
Talvez você já tenha ouvido falar em aminoácidos essenciais e não essenciais. O que acontece é que, para que o
seu organismo seja capaz de produzir todas as proteínas para manter a homeostase, é necessária a presença de
vinte aminoácidos diferentes. Na idade adulta, os seres humanos são capazes de produzir 12 deles, os ditos não
essenciais. Os demais aminoácidos devem ser obtidos através da dieta e além do alimento de origem animal ser
mais completo em termos de composição de aminoácidos essenciais ao organismo humano, a digestibilidade e a
capacidade de absorção e retenção dos aminoácidos de origem animal é signi�cativamente maior em
comparação às proteínas dos alimentos de origem vegetal.
Clique nos itens a seguir e veja mais detalhes sobre a digestão das proteínas.
Clique nas barras para ver as informações.
DIGESTÃO DAS PROTEÍNAS NO ESTÔMAGO 
ZIMOGÊNIOS PANCREÁTICOS 
Repare que, nestas duas etapas, primeiramente ocorre a ação de uma enzima, que é uma proteína inserida na
membrana, e, em seguida, outra enzima com atividade no citosol �naliza a digestão das proteínas. Com isso, mais
de 99% dos produtos da digestão das proteínas são os aminoácidos isolados.
GORDURAS DA DIETA
Os lipídeos são chamados de gorduras. Os triglicerídeos ou triacilgliceróis são as principais gorduras presentes
nos alimentos de origem animal. Esse tipo de lipídeo é raro em alimentos de origem vegetal. Outros lipídeos
também se apresentam na alimentação, que, quando não há restrições alimentares e está bem balanceada, terá
também fosfolipídios, es�ngolipídios, colesterol e ácidos graxos saturados e insaturados.
Ação da bile
A bile é fundamental para que as lipases possam atuar. As gorduras são substâncias hidrofóbicas, ou seja, não
são solúveis em água e tendem a formar micelas quando estão em uma solução aquosa. As micelas são
aglomerados de moléculas lipídicas que se reúnem para “fugir” da água, formando estruturas esféricas, com
menor superfície de contato com a solução aquosa.
Exemplo
Para visualizar essa condição, basta que você lembre da última vez
que colocou óleo na água na hora de preparar algum alimento. Você
deve ter reparado que óleos não se misturam à água e formam
pequenas esferas na superfície da água, que são as micelas. Como o
quimo é misturado em uma solução aquosa, as gorduras da dieta
sofrem o mesmo processo, formando micelas.
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
A formação dessas micelas representa um inconveniente para a atividade das lipases, que funcionam em meio
aquoso e precisam se encontrar com os seus substratos para atuarem. Em função disso, a primeira etapa da
digestão das gorduras requer a ação dos sais biliares e da lecitina, um fosfolipídio presente na bile. Os sais biliares
são compostos por ésteres de colesterol associados a íons e, por sua vez, a lecitina apresenta um grupo fosfato e
um ácido graxo. Esses compostos são classi�cados como an�páticos, pois apresentam uma face lipossolúvel e
outra hidrossolúvel. O lado hidrofóbico se associa às gorduras, enquanto o outro lado se liga às moléculas de
água. Na prática, o resultado dessa ação promove uma emulsão em que grandes glóbulos de gordura são
transformados em pequenas micelas que podem sofrer a ação da lipase. A ação da bile é chamada de
emulsi�cação, que é muito semelhante à ação de um detergente de cozinha.
A bile ainda atua como meio de mistura de gorduras ingeridas na dieta que não requerem a atividade enzimática
para serem absorvidas, mas dependem da associação às micelas formadas pela ação da bile para poderem ser
absorvidas.
Agora que o tamanho dessas micelas diminuiu, a área de superfície de contato aumentou signi�cativamente,
permitindo que as enzimas lipases possam atacar os seus substratos.
Digestão dos Lipídeos
A digestão dos lipídeos começa pela boca. A lipase lingual é uma enzima secretada pelas glândulas linguais e é
capaz de degradar uma pequena quantidade de triglicerídeos, chegando a digerir 10% dessas gorduras.
A maior parte da digestão dos lipídeos ocorre pela lipase pancreática, secretada no suco pancreático. A presença
dessa enzima no suco pancreático é tão grande que se estima que em uma dieta balanceada, toda a gordura pode
ser digerida em menos de um minuto. A atividade catalítica da lipase pancreática tem os triglicerídeos como
substratos e os produtos da reação incluem dois ácidos graxos isolados e um monoacilglicerol.
 Digestão enzimática do pâncreas.
VISÃO GERAL DA ABSORÇÃO GASTROINTESTINAL
Os processos absortivos são explicados por mecanismos biológicos de transporte através de membranas, pois as
moléculas que estão no quimo e devem ser absorvidas para o sangue precisam atravessar a mucosa
gastrointestinal. Em seguida, muitas delas são metabolizadas no próprio ambiente celular para atravessarem um
sistema de membrana para �nalmente atingirem o sangue. Assim, diferentes mecanismos biológicos de
transporte através das membranas estão envolvidos.
Uma visão geraldesses mecanismos de transporte inclui os transportes ativo e passivo. O transporte passivo é
aquele que ocorre com a substância transportada indo do lado mais concentrado para o menos concentrado e
não requer energia. Esse tipo de transporte pode ainda ser simples ou facilitado. O transporte simples envolve a
passagem de substâncias que apresentem permeabilidade pela membrana, enquanto o transporte facilitado
envolve geralmente proteínas de membrana que atuam como canais, poros ou transportadores de substâncias
impermeáveis à membrana.
O transporte ativo requer energia para que aconteça. Uma analogia seria o bombeamento de água de uma cisterna
para uma caixa d´água, contra a ação da gravidade, o que requer energia para acontecer. Quando a energia
necessária para esse tipo de transporte é proveniente do ATP, dizemos que o transporte é ativo primário e, quando
a energia é derivada de fontes alternativas, como o cotransporte associado a íons, dizemos que o transporte é do
tipo ativo secundário.
Bases anatômicas da absorção
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A absorção é praticamente restrita ao intestino delgado. O estômago não apresenta as mesmas vilosidades do
epitélio intestinal, tem menor permeabilidade e, por isso, é capaz de absorver uma quantidade restrita de
substâncias, particularmente, compostos lipossolúveis que são capazes de passar pela camada de muco e se
aproximar da mucosa, como o álcool e a aspirina.
Por outro lado, o intestino apresenta uma mucosa com uma área de superfície de contato três vezes maior que a
do estômago. Essa maior área de superfície de contato favorece a capacidade absortiva do intestino, que se dá
pela presença das válvulas coniventes que formam uma série de pregas na mucosa absortiva intestinal. Essas
pregas atingem até oito milímetros de altura, especialmente no duodeno e no jejuno.
A superfície intestinal apresenta milhões de vilosidades, medindo cerca de um milímetro, ao longo de toda sua
extensão. Elas são capazes de aumentar a superfície de contato entre a mucosa intestinal e o quimo, contribuindo
para a capacidade de absorção. Somado a isso, as células presentes no epitélio intestinal apresentam uma
estrutura conhecida como “borda em escova”, são milhares de microvilosidades que aumentam a superfície de
contato em até vinte vezes. A área de absorção intestinal é estimada em cerca de 250 metros quadrados, o que é
equivalente a área de uma quadra de tênis.
Conheça a seguir alguns mecanismos de absorção existentes em nosso organismo.
Clique nas barras para ver as informações.
ABSORÇÃO NO INTESTINO DELGADO 
ABSORÇÃO DA ÁGUA E DE ÍONS 
ABSORÇÃO DE CARBOIDRATOS 
ABSORÇÃO DE PROTEÍNAS 
ABSORÇÃO DAS GORDURAS 
ABSORÇÃO NO INTESTINO GROSSO 
Microbiota intestinal
O nosso intestino apresenta uma quantidade particularmente impressionante de microrganismos que vivem em
simbiose com o nosso sistema digestório. Numerosas bactérias, especialmente os bacilos, metabolizam
componentes da nossa dieta que não somos capazes de digerir por não apresentarmos enzimas especí�cas.
Esse é o caso da celulose, um carboidrato presente nos vegetais e impossível de ser digerido, porém que serve de
alimento para essas bactérias, e, de certa forma, nós as alimentamos.
Em contrapartida, a presença dessas bactérias, especialmente do nosso intestino grosso, permite a formação de
vitamina K, vitamina B , tiamina, que é transformada em vitamina B , e a ribo�avina, que é convertida em vitamia
B , e, dessa forma, nós também nos bene�ciamos da presença desses microrganismos.
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Assista agora ao vídeo sobre: Absorção.
09:40
 VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. As enzimas digestivas secretadas pelo pâncreas no lúmen do duodeno são denominadas
zimogênios, o que signi�ca que elas são liberadas em uma forma inativa, característica
muito importante PORQUE na forma inativa, essas enzimas não são capazes de digerir o
próprio pâncreas, o que poderia provocar uma pancreatite grave.
A primeira a�rmativa é verdadeira e a segunda é falsa.A)
Ambas as a�rmativas são verdadeiras e a segunda justi�ca a primeira.B)
Ambas as a�rmativas são verdadeiras, mas a segunda não justi�ca a primeira.C)
Ambas as a�rmativas são falsasD)
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2. A absorção dos nutrientes é o processo �nal das principais propriedades do sistema
digestório. A absorção das gorduras ocorre no intestino delgado e depende da ação
__________________. 
Escolha a alternativa adequada que complementa a re�exão acima.
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CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ambas as a�rmativas são falsasD)
A primeira a�rmativa é falsa e a segunda é verdadeiraE)
Do ácido gástrico liberado pelo estômago.A)
Dos sais biliares secretado no duodeno.B)
Das enzimas amilase salivar e pancreática.C)
Do sistema nervoso entérico.D)
Do potássio.E)
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Ao longo desse material, discutimos os quatro processos básicos que garantem ao sistema digestório a função de
contribuir com a manutenção da vida através da disponibilidade dos nutrientes obtidos na dieta.
A motilidade é controlada por vias do sistema nervoso e efetuada por diferentes camadas de tecido muscular liso
ao longo do trato gastrointestinal, gerando propulsão que mistura e garante o trânsito gastrointestinal.
Compreendemos que o controle das secreções é rigidamente regulado de forma harmônica e adequada às
necessidades �siológicas, incluindo uma série de agentes enzimáticos digestivos capazes de degradar os
macronutrientes da dieta a �m de permitir que a última etapa seja possível. Uma vez que o nosso organismo não é
capaz de absorver compostos estruturalmente grandes, a digestão é fundamental para que o nosso corpo possa
absorver a maioria dos nutrientes e disponibilizá-los para o bom funcionamento do nosso organismo, contribuindo
com a manutenção da homeostase e da própria vida.
PODCAST
0:00 13:44
REFERÊNCIAS
BOLAND, Mike. Human digestion – a processing perspective. In: J Sci Food Agric; 96: 2275–2283, 2016.
Consultado em meio eletrônico em: 21 out. 2020.
GUYTON, Arthur C.; HALL, Jonh E. Tratado de Fisiologia Médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
INSTITUTE OF MEDICINE. Relationships among the brain, the digestive system, and eating behavior: Workshop
Summary. Washington: The National Academies Press. 2015.
MAYER, Emeran A.; Tillisch, Kristen, Gupta, Arpana. Gut/brain axis and the microbiota. In: J Clin Invest; 125(3):
926–938, 2015. doi:10.1172/JCI76304. Consultado em meio eletrônico em: 21 out. 2020.
NELSON, David L.; COX, Michael M. Lehninger principles of biochemistry. 6. ed. Nova Iorque, W.H. Freeman and
Company, 2013.
SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
VILLASENOR, Alethia; Stainier, Didier Y.R. On the development of the hepatopancreatic ductal system. In:
Seminars in Cell & Developmental Biology. Jun; 66: 69-80, 2017. doi: 10.1016/j.semcdb.2017.02.003. Consultado
em meio eletrônico em: 21 out. 2020.
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https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/fisiologia_do_sistema_digestorio/index.html
EXPLORE+
Para se aprofundar sobre a microbiota intestinal e sua importância na saúde do hospedeiro, leia o artigo
intitulado A colonização da microbiota intestinal e sua in�uência na saúde do hospedeiro, de Fabíola Castro e
Ludmilla da Paixão.
Conheça a relação entre a obesidade e a microbiota intestinal através do artigo Obesidade e microbiota
intestinal, publicado pela Revista Médica de Minas Gerais.
Aprenda sobre o “controle neuroendócrino da saciedade”, no capítulo 16 do livro Sistema Digestório:
Integração Básico-Clínica, publicado em 2016.
CONTEUDISTA
Wagner Santos Coelho
 Currículo Lattes
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