Buscar

Modelo de Projeto TCC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE BERTIOGA – FABE
A INEFICÁCIA DAS MEDIDAS PROTETIVAS DA LEI MARIA DA PENHA Nº 11.340/06
JUCIANA DOS SANTOS SOUZA
BERTIOGA/SP
2021
FACULDADE BERTIOGA – FABE
A INEFICÁCIA DAS MEDIDAS PROTETIVAS DA LEI MARIA DA PENHA Nº 11.340/06
JUCIANA DOS SANTOS SOUZA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à FACULDADE BERTIOGA – FABE, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito.
Orientadores: Prof. Dr. Alder Thiago Basto
BERTIOGA/SP
2021
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como escopo analisar a lei Maria da Penha nº 11.340/06 e sua ineficácia sobre as medidas protetivas de urgência. O papel das mulheres dentro da sociedade mundial alterou-se drasticamente com o passar do tempo.
As mulheres com o tempo deixaram de ser submissas aos homens e passaram a exercer, junto a eles, o poder familiar, deixando de ser as zeladoras dos lares para provê-los financeiramente.
É justamente este pensamento machista enraizado de que os homens são os seres supremos, devendo ser obedecidos, respeitados e temidos por toda sua família inclusive por suas mulheres que faz com que a violência doméstica e familiar contra as mulheres assole o Brasil, principalmente na atualidade, uma vez que o número de casos de violência doméstica registrados aumentou consideravelmente.
A Lei Maria da Penha, legislação máxima de proteção as mulheres vítimas de violência doméstica, trouxe diversas alterações e inovações no tratamento às vítimas e no julgamento dos casos de violência doméstica, que antes era tratado tão somente como uma lesão corporal qualquer, de competência dos Juizados Especiais Criminais.
A mais importante inovação trazida pela Lei Maria da Penha foi a criação das medidas protetivas de urgência, que além de trazer segurança às vítimas de violência doméstica, as medidas protetivas funcionam como mecanismos de fiscalização do estado, envolvendo magistrados, membros do ministério público e, diretamente, a polícia militar.
É de relevante valor social, entender o porquê da não eficácia plena da Lei Maria da Penha, no que tange a proteção das mulheres vítimas de violência doméstica.
A aplicabilidade das medidas protetivas instituídas pela Lei 11.340/06 não é de interesse somente das vítimas, mas também é de total interesse do Estado, que suas mulheres não temam nas mãos de seus ex maridos ou companheiros; tendo amplo acesso direitos fundamentais instituídos pela Constituição Federal, garantidos a todos à liberdade e a vida independentemente de religião, etnia, orientação sexual e da condição de ser, ou não, mulher.
1. TEMA
A INEFICÁCIA DAS MEDIDAS PROTETIVAS DA LEI MARIA DA PENHA
2. JUSTIFICATIVA
Interessante frisar, que a referida Lei trouxe inovações, pois analisou o problema com o propósito de resolvê-lo, ou, ao menos minimizá-lo para adquirir segurança as mulheres contra seus agressores, que visa coibir, punir e prevenir as agressões sofridas pelas mulheres no âmbito doméstico. 
Ainda, o tema gera questionamentos sobre o destino dos agressores quando é afastados dos lares.
Outrossim, considerando a rápida proporção em que o assunto perpetua na sociedade, importante refletir sobre suas consequências e soluções. 
Portanto, trata-se de um aspecto novo, que viabiliza novas formas de garantir as vítimas um direito que merece ser alcançado, tendo em vista as formas atuais de coibir. Portanto agrega, de fato, no âmbito jurídico, protegendo o direito de futuras vítimas de violência domésticas. 
3. OBJETIVOS
3.1 Gerais
Trata-se de medidas protetivas de urgência que tem como característica obrigar o agressor, no entanto a realidade não reflete este resultado já que na teoria as medidas protetivas cumpre a sua finalidade.
3.2 Específicos
· Estudar com um breve enfoque as ineficácias das medidas protetivas de urgência baseada na Lei Maria da Penha nº 11.340/06;
· Elencar os projetos de leis relacionadas as medidas protetivas de urgência;
· Pesquisar a proporção em que o tema reflete na sociedade atual e póstera;
· Analisar o entendimento doutrinário acerca do assunto, para exemplificar como as medidas protetivas de urgência vem sendo tratada,
4. PROBLEMÁTICA
Qual o grande problema que inúmeras mulheres sofrem na violência doméstica?
Esse tipo de violência é causado entre a desigualdade entre homem e mulher, no pensamento em que o homem é superior e a mulher inferior?
Qual principal objetivo da Lei? Qual punição do agressor a respeito do descumprimento das medidas protetivas? 
Por que ao invés de diminuir só cresce o número de casos da violência doméstica contra mulheres?
5. HIPÓTESES
Tendo em vista tratar-se de um comportamento deliberado. De modo geral, um comportamento violento visa a obter ou impor algo por meio da força. No entanto, a Lei Maria da Penha veio para tipificar e punir atos de violência contra as mulheres. Trata-se de mecanismos, que tem por objetivo conter e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Haja vista, atualmente, várias mulheres são vítimas de violência doméstica. Mais precisamente a ONU estima que no Brasil 13 mulheres são mortas diariamente, vítimas de seus atuais ou ex-companheiros. Ora, isso demonstra o quão vulneráveis estão as mulheres no cenário atual.
Sendo assim, toda violência de gênero sofrida pela mulher é um fenômeno cultural oriunda do preconceito e desigualdade. Com isso, fica óbvio que somente a prevenção e a coerção da Lei não bastam para o alcance dos objetivos, necessitando de investimentos do poder público. Além disso, faz-se necessária a participação da sociedade, que deve ter a consciência de que a mulher não é inferior. Por fim, as vítimas devem dar a continuidade nos processos de violência não acreditando na falsa mudança dos agressores. Já no que tange as medidas protetivas, é primordial que as mulheres a solicitem, e denunciem se elas não forem cumpridas, para que elas sejam eficazes e alcancem seus objetivos.
6. METODOLOGIA
6.1 De Pesquisa
A pesquisa será bibliográfica e documental, tendo como fontes artigos, documentos, obras da doutrina nacional sobre o tema e legislação. 
6.2 De Abordagem
A abordagem será feita segundo os métodos dedutivo e sistêmico.
Pelo método dedutivo serão adotadas como premissas o Direito Penal e o sistema da Lei Maria da Penha objetivando conceituar as Medidas Protetivas, visando elaborada, contudo, não lhe é dada aplicabilidade. Diante disso, percebe-se que a evolução sociocultural, em busca de uma igualdade de gênero, levou ao avanço legislativo, no que tange a proteção à mulher.
No tocante ao método sistêmico, faz-se necessária uma análise pautada no Código de Direito Penal e a Lei Maria da Penha, utilizando-se para a análise as regras previstas somente nos artigos. 
7. REFERENCIAL TEÓRICO
É dever do Estado implantar programas para ajudar na proteção das vítimas e reeducação dos agressores. O Código Penal precisa do apoio do Estado para implantação das medidas protetivas.
A Lei 11340/06 tem como objetivo, coibir, punir, prevenir e erradicar a violência doméstica, pelos dados acima citados, está longe dela ser erradicada, talvez porque as medidas protetivas sejam insuficientes e seja provida de inúmeras falhas na sua aplicabilidade.
Segundo ANJOS (2006:10)
O combate à violência contra a mulher depende fundamentalmente, de amplas medidas sociais e profundas mudanças estruturais da sociedade (sobretudo extrapenais). Como afirmamos a nova lei acena nesta direção, o que já é um bom começo. Esperamos que o Poder Público e a própria sociedade concretizem as almejadas mudanças necessárias para que possamos edificar uma sociedade mais justa para todos, independentemente do gênero. Desta forma, o caráter simbólico das novas medidas penais da lei 11.340/06 não terá sido em vão, e sim terá incentivado ideologicamente medidas efetivas para solucionarmos o grave problema de discriminação contra a mulher.
Nada adianta o afastamento do lar, se a Administração Pública não cria albergues, casas de apoio que tenham condições dignas de receber as vítimas, acaba que na situaçãoem que estamos hoje, mesmo com ordem judicial a vítima volta para casa ficando assim mais próxima e vulnerável a seu agressor.
Fomentar o conhecimento e a observância do direito da mulher a uma vida livre de violência e o direito da mulher a que se respeitam e protejam seus direitos humanos. Modificar os padrões socioculturais de conduta de homens e mulheres, incluindo a construção de programas de educação formais e não formais apropriados a todo nível do processo educativo. Fomentar a educação e capacitação do pessoal na administração da justiça, policial e demais funcionários encarregados de aplicação da lei assim como o pessoal encarregado das políticas de prevenção, sanção e eliminação da violência contra mulher. Aplicar os serviços especializados apropriados para o atendimento necessário à mulher, por meio de entidades dos setores público e privado, inclusive abrigos, serviços de orientação para toda família. Fomentar e apoiar programas de educação [...] Oferecer à mulher, acesso à programas eficazes de reabilitação e capacitação que lhe permitam participar plenamente da vida pública, privada e social. (DIA:100-101)
Das poucas mulheres, que vão à delegacia denunciar seus agressores, fazem a denúncia, porém voltam para o mesmo lugar onde foram agredidas. É fato que a celeridade na aplicabilidade da Leia Maria da Penha é indispensável.
A violência doméstica é um grave problema e infelizmente comum em que as mulheres sofrem diariamente.
Desde anos atrás a mesma violência era considerada como papel do pai de família exercer contra sua esposa, como figura patriarcal, chefe de família. Hoje percebemos que esse tipo de violência só vem aumentando, causando mortes, sérias lesões psíquicas, morais e físicas.
A criação da Lei 11340/06 foi um grande avanço, porém existem inúmeras falhas, que impossibilitam da Lei ser efetiva e cumpri-la com seu objetivo principal, que é proteger a mulher punindo seu agressor resultando assim na erradicação desse tipo de violência.
A necessidade de reforma na Lei e apoio do Estado é indiscutível, sem esses dois pilares fundamentais para a vítima, só tende a aumentar o sofrimento e a impunidade dos agressores.
4. MEDIDAS PROTETIVAS
4.1. CONCEITO
Podemos compreender por medidas protetivas as medidas que visam garantir que a mulher possa agir livremente ao optar por buscar a proteção estatal e, em especial, a jurisdicional, contra o seu suposto agressor. E para que haja a concessão dessas medidas, é necessário a constatação da prática de conduta que caracterize violência contra a mulher, desenvolvida no âmbito das relações domésticas ou familiares dos envolvidos.  
5. DA (IN) EFICÁCIA DA LEI MARIA DA PENHA E AS FALHAS NA SUA APLICABILIDADE
Mulheres são violentadas a todo instante no Brasil. Muitos casos não são denunciados por medo. As mulheres agredidas se escondem e omitem a triste realidade porque vivem amedrontadas diante das ameaças de seus parceiros.
A chamada cultura machista tem destruído sonhos, calando a voz feminina e destruindo famílias. Foi tentando acabar com essa situação vivenciada por mulheres que surgiu a Lei Maria da Penha, que as encorajou a pedir socorro, bem como dar um fim na realidade violenta vivida em seus lares.
É perceptível que toda violência doméstica e familiar praticada contra a mulher que traga ofensa à integridade física ou a saúde, se trata de lesão corporal. Para que seja configurada lesão corporal é preciso que a vítima tenha sofrido algum dano no seu corpo, podendo este vir a prejudicar a sua saúde, causando até abalos psíquicos.  
Embora haja proteção às vítimas de violência doméstica, estas situações não podem somente ficar a cargo do Direito Penal, devendo o Estado implantar programas para que os agressores sejam submetidos a tratamentos. Para que isso ocorra é que o Código Penal Brasileiro listou algumas penas restritivas de direito, que servem para os agressores que praticam a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Uma delas é a limitação de fim de semana (CP, art. 43, VI). Seu cumprimento consiste na obrigação do réu permanecer, aos sábados e domingos, por 5 horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado (CP, art. 48). Durante esse período faculta a lei que sejam ministrados cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas. (CP, art. 48, parágrafo único; LEP, art. 152).  
Depois de aplicada a pena que determina a limitação dos finais de semana, a Lei Maria da Penha autoriza que o juiz determine ao réu o seu comparecimento a programas de recuperação e reeducação, sendo este obrigatório. Poderá também o juiz determinar a aplicação de outras medidas ao réu, como “prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, além da interdição temporária de direitos e perda de bens e valores (CP, art. 43, II, IV, V e VI)”.  
Tais medidas são tomadas para que o agressor se conscientize que não poderá praticar tais atos, pois não são proprietários das mulheres, dando então um basta ao crime cometido de forma contínua por muito tempo.  
Sabe-se que o Estado neste sentido é falho porque as penas estão elencadas no Código Penal para serem utilizadas, mas não existem profissionais suficientes das áreas psicossociais. Cabe então ao Estado adotar ações diretas com os agressores, e com as vítimas, “e garantir a capacitação permanente dos profissionais que lidam com a atenção da vítima e aos agressores”.  
A Lei 11.340/06 que cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher estabelece algumas medidas de assistência e proteção às mulheres. Estes verbos coibir, prevenir, punir, erradicar, nos levam a acreditar que se pode impedir evitar, castigar, e por fim acabar com toda forma de violência contra a mulher.
Por este motivo, foram articuladas ações entre a União, Estado, Distrito Federal, Municípios e entes não governamentais, visando coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, adotando programas de prevenção.  
Fomentar o conhecimento e a observância do direito da mulher a uma vida livre de violência e o direito da mulher a que se respeitem e protejam seus direitos humanos. Modificar os padrões socioculturais de conduta de homens e mulheres, incluindo a construção de programas de educação formais e não-formais apropriados a todo nível do processo educativo. Fomentar a educação e capacitação do pessoal na administração da justiça, policial e demais funcionários encarregados da aplicação da lei assim como o pessoal encarregado das políticas de prevenção, sanção e eliminação da violência contra a mulher.
Aplicar os serviços especializados apropriados para o atendimento necessário à mulher, por meio de entidades dos setores público e privado, inclusive abrigos, serviços de orientação para toda família.
Fomentar e apoiar programas de educação [...] Oferecer à mulher, acesso a programas eficazes de reabilitação e capacitação que lhe permitam participar plenamente da vida pública, privada e social.  
A Lei Maria da Penha estabelece que a autoridade policial deverá adotar providências legais cabíveis, assim que tiver conhecimento da prática de violência doméstica. Deve ainda: garantir à mulher a proteção policial; encaminhá-la ao hospital, posto de saúde ou ao Instituto Médico Legal; fornece abrigo ou local seguro quando ficar configurado o risco de vida; acompanhá-la ao local da ocorrência, a fim de assegurar a retirada dos seus pertences; e informar os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis. Tais medidas dão suporte às mulheres que buscam ajuda às autoridades competentes, visando a sua segurança.
Esclarece Fernando Vernice dos Anjos que,
O combate à violência contra a mulher depende fundamentalmente, de amplas medidas sociais e profundas mudanças estruturais da sociedade (sobretudo extrapenais). Como afirmamos a nova lei acena nesta direção, o que já é um bom começo. Esperamos que o Poder Público e a própria sociedade concretizem as almejadas mudanças necessárias para que possamos edificar uma sociedade mais justa para todos, independentementedo gênero. Desta forma, o caráter simbólico das novas medidas penais da lei 11.340/06 não terá sido em vão, e sim terá incentivado ideologicamente medidas efetivas para solucionarmos o grave problema de discriminação contra a mulher.  
 
As medidas protetivas são justamente para proteger a vítima, reprimindo o agressor. No dia a dia isso não tem sido real, pois a mulher fica à mercê do seu companheiro violento.
A Lei Maria da Penha foi criada para proteger a vítima do seu agressor. Se por um lado é aplicada com eficiência, por outro, falham os órgãos competentes para executá-la mediante a falta de estrutura dos órgãos governamentais.
 
Fato recente aconteceu em Belo Horizonte com uma cabeleireira. Maria Islaine de Morais chegou a denunciar seu ex-marido por cinco vezes, e mesmo assim, ele continuou rondando o salão de beleza onde a mesma trabalhava, como forma de ameaça.  Nota-se que houve falhas quanto à aplicação das medidas protetivas, vez que a mesma não foi aplicada como ordena a Lei.
Uma mulher foi morta com sete tiros, no Bairro Santa Mônica, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, nessa quarta-feira. O crime aconteceu dentro de um salão de beleza. De acordo com testemunhas, a vítima teria pedido proteção à polícia por causa de ameaças de morte, feitas pelo ex-marido, identificado como Fábio Willian, de 30 anos, borracheiro, autor dos disparos.  
Um caso semelhante foi o de Joice Quele, uma jovem morta na cidade de Salvador pelo homem com quem convivia. Joice vinha sendo perseguida pelo seu ex-marido há três meses. Compareceu a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), onde prestou queixa de ameaça de morte, na tentativa de se livrar das perseguições, mas isso de nada adiantou. Segundo uma amiga da vítima, se a polícia tivesse isso atrás do agressor, esta tragédia poderia ter sido evitada.  
Outro fato de violência doméstica ocorreu na cidade de Guairá. A brasileira Rosemary Fracasso, uma mulher de 37 anos, compareceu a delegacia e denunciou as agressões e ameaças sofridas. Porém a lei 11.340/06, que prevê medidas de proteção à vítima, como também a prisão preventiva ou o afastamento do agressor, proibindo-o de aproximar-se da ofendida, não foi aplicada, sendo a queixosa morta a golpes de facão. 
 
É notável que a mulher, vítima de agressão, tem comparecido com maior frequência nas delegacias apropriadas, denunciando o seu algoz, porém as medidas de proteção não são aplicadas como determina a Lei.
 
O Brasil avançou muito desde a década de 80 na criação de instituições destinadas a frear a violência machista contra as mulheres. Em 1985 foi criada a primeira Delegacia da Mulher e depois surgiram as casas-abrigo para as vítimas e os órgãos judiciais especializados, até entrar em vigor, finalmente, a Lei Maria da Penha. Mas falta aplicar a legislação com eficiência e que os órgãos criados para a executar operem adequadamente, queixam-se ativistas, vítimas e parentes de vítimas.  
A autora da Lei 11.340/06, num ato desesperador, declarou que “deveria ter uma lei para prender imediatamente em virtude de ameaça. Só assim diminuiriam os ataques contra as mulheres”. Diante dessa colocação, ela incita que a lei que leva o seu nome demonstra ineficácia. É lamentável quando a própria inspiradora da Lei faz esse desabafo, uma vez que, a Lei dá diretrizes à proteção da vítima e a punição do agressor, observando assim que não há ineficácia na lei e sim na sua aplicabilidade. Mediante a forma de como a Lei “está sendo encarada pelo Poder Público, pela sociedade civil e por cada cidadão e cidadã individualmente”.  
A Lei Maria da Penha é eficaz e competente, porém, há falhas na sua aplicabilidade e isso se dá no Poder Executivo, Judiciário e no Ministério Público gerando impunidade na apuração do fato em si, conforme afirma o jurista Miguel Reale Júnior em entrevista realizada ao Jornal Recomeço, com a Tribuna do Direito. 
TD — De quem é a falta de vontade para que a lei se cumpra?
Reale Jr. — Do Executivo, do Judiciário e do Ministério Público.
TD — Como resolver a situação?
Reale Jr. — Não adianta reformar a lei se não ocorrer uma mudança de mentalidade. Há uma resistência, especialmente na Magistratura, na adoção de novas medidas. Não é um fenômeno que ocorre só no Brasil, mas também em vários outros países, onde foram criadas as penas restritivas, que são fáceis de serem aplicadas, de ser controladas e cujo resultado no plano preventivo e também como punição é extraordinário. E se não se aplica gera-se a impunidade.  
O Estado é negligente quando não são tomadas as providências em coibir e prevenir atos violentos contra a mulher, já que, a lei 11.340/06 é eficiente na sua aplicação, pois determina punição a quem comete violência doméstica e proteção a parte violentada. Falta ao poder público agir com responsabilidade e possibilitar ações corretas na criação de projetos, que deem segurança as mulheres que são agredidas por seus companheiros.  
Em entrevista ao site O Globo, o Ministro Gilmar Mendes afirmou que:
O juiz tem que entender esse lado e evitar que a mulher seja assassinada. Uma mulher, quando chega à delegacia, é vítima de violência há muito tempo e já chegou ao limite. A falha não é da lei, é na estrutura, disse, ao se lembrar que muitos municípios brasileiros não têm delegacias especializadas, centros de referência ou mesmo casas de abrigo.  
É dever da administração pública criar mecanismos para proteger as vítimas de violência. Enquanto a lei garante direitos às mulheres violentadas, o papel do governo é promover condições favoráveis na proteção da vítima, construindo abrigos dignos com profissionais competentes para ressocialização do ser humano que sofreu traumas psicológico, físico e moral.
Se a administração pública não cria as casas de albergados, o Judiciário acaba sendo obrigado a transformar a prisão albergue em prisão domiciliar, apesar de a lei de execução proibir terminantemente isso. O que é a prisão domiciliar? É nada, é a impunidade. Você tem uma impunidade que decorre do fato de a administração pública não criar os meios necessários de a magistratura aplicar a lei, de o Ministério Público controlar. De outro lado, a inoperância policial. Porque a impunidade não está na fragilidade da lei, está na fragilidade da apuração do fato.  
Logo, faz-se necessário a celeridade na aplicabilidade da lei Maria da Penha em punir com rigor àqueles que promovem a violência, buscando condições e agilidade no cumprimento da lei contra os possíveis agressores no âmbito familiar.
Por isso, não há ineficácia na Lei Maria da Penha, vez que, está claro que a lei é muito bem assistida. As mulheres comparecem às delegacias e denunciam seus agressores. Entretanto, é verificado falhas na execução da lei, pois o Estado não dá suporte necessário, montando uma estrutura, como: preparar o agente policial, equipar viaturas, construir abrigos dignos com profissionais competentes na área de psicologia, assistência social, etc., que possa amparar as vítimas, assegurando a elas uma vida livre de violência.
8. CRONOGRAMA
	Atividades
	Mar
	Abr
	Mai
	Jun
	Jul
	Ago
	Set
	Out 
	Nov
	Pesquisa de fontes
	 X
	
	
	
	
	
	
	
	
	Coleta de dados
	
	 X
	
	
	
	
	
	
	
	Apresentação e discussão dos dados
	
	 X
	 X
	 X
	
	
	
	
	
	Elaboração do trabalho
	
	
	
	
	 X
	 X
	 X
	 X
	
	Entrega do trabalho
	
	
	
	
	
	
	
	
	 X
9. RECURSOS
Dado o fato da pesquisa se basear em revisão da bibliografia nacional sobre o tema, não há a necessidade de estabelecimento de orçamento para seu desenvolvimento, visto que não ensejará despesas financeiras.
10. PLANO DE TRABALHO
10.1 Estrutura Lógica
1. A LEI MARIA DA PENHA 11.340/06
1.1. Conceito 
1.2. A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E A LEI MARIA DA PENHA
1.3 Breve relato sobre a violência contra a mulher
1.4 O advento da Lei Maria da Penha e os direitos e garantias das mulheres
2. MEDIDAS PROTEIVAS DE URGENCIA 
2.1. Suspensão da posse ou Restrição ao Porte de Armas
2.2 Afastamento do lar, Domicílio ou Local de Convivência com a Ofendida
2.3 Vedação de Condutas2.4 Restrição ou Suspensão de Visitas
2.5 Fixação de Alimentos Profissionais ou Provisórios
3. INEFICACIA DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA 
3.1. Conceito e disposições gerais
3.2. A ineficácia das medidas protetivas de urgência
10.2 Revisão da Literatura
BRASIL. (Constituição 1988). Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em 05 de outubro de 1998. Disponível em: . Acesso em: 01 jun. 2021. 
CAVALCANTI, Stela V.S.F. Violência doméstica: análise artigo por artigo da Lei Maria da Penha, n. 11.340/2006. 2. ed. Salvador, 2008. CFEMEA - Centro Feminista de Estudos e Assessoria. O caso Maria da Penha. 2008. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2021. 
BORBA, Paulo Gustavo Gondim. Alterações trazidas pela Lei 11.340/06 ao Artigo 129 do Código Penal. Disponível em: < jus.com.br >. Data de acesso: 11 de maio de 2021.
BRASIL. Decreto-Lei No. 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decretolei/del2848compilado.htm >. Data de acesso: 11 de maio de 2021.
BRASIL. Lei No. 11.340, de 7 de agosto de 2006. Lei Maria da Penha. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm > . Data de acesso: 01 de junho de 2021. 
BRASIL. Lei No. 13.827, de 13 de maio de 2019. Altera a Lei No. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm > . Data de acesso: 29 de maio de 2021. 
FILHO, Euro Bento Maciel. Lei Maria da Penha: ainda estamos longe da solução. Disponível em: < https://www.bahianoticias.com.br/justica/artigo/357-leimaria-da-penha-ainda-estamos-longe-da-solucao.html >. Data de acesso: 29 de maio de 2021.
Relatório nº 54/01 - Caso 12.051 - Maria da Penha Maia Fernandes - Brasil - 04 de abril de 2001. Relatório Anual 2000. Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Violência de gênero e a Lei Maria da Penha — Subseções OABSP. Disponível em: < www.oabsp.org.br > Data de acesso: 1 de junho de 2021.

Continue navegando