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MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO Os estados físicos conhecidos são sólido, líquido, gasoso e plasma, conforme demonstra a figura 1, a seguir. As mudanças de estados físicos dependem de fatores como temperatura e pressão, além dos tipos de substâncias, ou seja, se são puras ou misturas. 1) SUBSTÂNCIAS PURAS E MISTURAS Para definir substâncias puras ou misturas, deve-se, primeiramente, compreender o conceito de componentes e elementos. De acordo com o dicionário, componente é parte constituinte de um sistema. Por exemplo, em uma garrafa de água mineral é possível identificar vários componentes (cloro, magnésio, cálcio, sódio, entre outros), ou seja, a água potável é considerada uma mistura, pois tem mais de um componente. Já a água destilada (ou deionizada) seria a água pura, ou seja, não existe nenhum outro componente diferente de água. O fluxograma representado na figura 2, a seguir, demonstra a separação em substância pura ou mistura. 2) MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO As mudanças de estado físico são as passagens de sólido para líquido, de líquido para gasoso e vice-versa, conforme consta na figura 3, a seguir. Essas mudanças são baseadas nos pontos (ou temperaturas) de fusão (PF) e ebulição (PE). Esses pontos são as temperaturas em que as mudanças de estado físico são observadas, a pressão constante. As modificações de estado físico recebem nomenclatura conforme a figura 4, a seguir. Em relação à passagem de líquido para sólido, é possível identificar três nomenclaturas diferentes, que estão devidamente explicadas no quadro 1, a seguir. Nome Velocidade Exemplo Evaporação Mais lenta (maior tempo) As roupas secando no varal, uma poça de água secando ou a água dos mares ou rios se transformando em nuvens. Crédito: Brgfx/Shutterstock. Ebulição Intermediária Água na chaleira no fogão. Crédito: Africa Studio/Shutterstock. Calefação Mais rápida (menor tempo) Gotículas de água sobre uma chapa de ferro muito quente. Crédito: Himchenko.e/Shutterstock. Ainda existe a sublimação, que seria a mudança do estado sólido para o gasoso, ou de ordem inversa, do gasoso para o sólido, sem a passagem pelo estado líquido, como o exemplo do gelo seco demonstrado na figura 5, a seguir. Crédito: Phloen/Shutterstock. 3) DIAGRAMA DE FASES O diagrama de fases é um gráfico utilizado para indicar as condições de temperatura e pressão necessárias para se obter uma substância em determinado estado físico, conforme demonstrado na figura 6, a seguir, que representa o diagrama de fases de uma substância qualquer. Crédito: Magnetix/Shutterstock. Nesse gráfico, o ponto triplo indica a coexistência das três fases (sólido, líquido e gasoso); o ponto crítico seria uma condição de temperatura e pressão, em que, quando ultrapassada, a substância estaria no estado supercrítico; e os pontos sobre as linhas escuras significam a coexistência de fases. Ao analisar o gráfico, é possível verificar que modificando apenas a pressão, ou apenas a temperatura, os estados físicos poderiam ser alterados. LEIS FUNDAMENTAIS DA QUÍMICA São duas as leis fundamentais da química: a Lei de Lavoisier (denominada de conservação de massa) e a Lei de Proust (denominada de proporções constantes). 1) LEI DE LAVOISIER – CONSERVAÇÃO DE MASSA É possível que você já tenha ouvido a famosa frase que diz: “Na natureza, nada se cria, nada de perde, tudo se transforma”. Pois bem, essa frase é exatamente o enunciado da primeira lei, que na química é conhecida como conservação de massa. Essa lei mostra que a massa dos reagentes deve ser igual à massa dos produtos em um sistema fechado. Veja um exemplo: Imagine a reação de neutralizado do ácido clorídrico com o hidróxido de sódio, representada a seguir: Se nessa reação tiver 3,65 g de ácido, 4 g da base, sendo produzidos 1,8 g de água, qual seria a massa de sal produzida? Bastaria somar a massa dos reagentes (3,65+4 = 7,65 g de reagentes) e a massa dos produtos (X, que se refere à massa do NaOH,+1,8 = 1,8 + X). Então, como a massa dos reagentes deve ser igual à massa dos produtos, é possível calcular o valor da massa do NaCl: 7,65 g = 1,8 + X X = 7,65-1,8 X = 5,85 g de NaCl seria produzido 2) LEI DE PROUST – PROPORÇÕES CONSTANTES A Lei de Proust é uma derivação da Lei de Lavoisier, mas modificando a proporção, como demonstra o quadro 2, a seguir. A proporção do experimento I para o II é x10, a qual permanece para a reação toda. Então, ficaria: H = 20x10 = 200 g; Y = 5x10 = 50 g; Z = 25x10 = 250 g A proporção do experimento I para o II é x2, a qual permanece para a reação toda. Então, ficaria: A = 10x2 = 20 g; B = 20x2 = 40 g; C = 25x2 = 50 g CÁLCULO DE CONCENTRAÇÃO 1) PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES E DENSIDADE O princípio de Arquimedes mostra que o volume deslocado de um líquido, quando adicionado um sólido, é igual ao volume do sólido, conforme é mostrado na figura 7, a seguir. Crédito: Fouad A. Saad/Shutterstock. Realizando esse simples experimento, é possível determinar o volume de qualquer sólido, e sabendo sua massa se consegue calcular a densidade desse objeto pela fórmula: . 2) MISTURA DE SOLUÇÕES SEM REAÇÃO QUÍMICA Quando se mistura soluções, sem reação química, temos a seguinte fórmula: CmVm = C1V1 + C2V2 +...+CnVn Na qual: · C = concentração; · V = volume. Veja a definição da fórmula: · Solução 1: C1 = m1/V1 Isolando a massa, ficaria: m1 = C1.V1 · Solução 2: C2 = m2/V2 Isolando a massa, ficaria: m2 = C2.V2 · Mistura: Cm= mm/Vm Isolando a massa, ficaria: mm = Cm.Vm A massa de soluto após a mistura será a somatória das massas das soluções, o seja, mm=m1+m2. Substituindo as igualdades, chega-se à fórmula da mistura de soluções sem reação química: CmVm = C1V1 + C2V2. 3) PARTES POR MILHÃO (PPM) O prefixo ppm significa partes por milhão, ou seja, partes do soluto para um milhão (106) de partes de solução. Padrões internacionais estabelecem que a quantidade máxima de mercúrio (Hg) na água seria de 5,0.10-4 mg de mercúrio (Hg) por grama de água. Essa quantidade máxima, expressa em ppm, seria 0,5 ppm. Cálculos: Sabendo que mg/kg é igual a ppm, basta realizar as devidas transformações de unidades. m (Hg) = 5,0.10-4 mg m (H2O) = 1g = 0,001 kg ou 10-3 kg Então: ppm = 5,0.10-4 mg / 10-3 kg = 5,0.10-1 mg/kg = 0,5 ppm. PILHAS Pilhas são dispositivos que transformam a energia química em energia elétrica. Envolve reações de oxirredução, ou seja, de oxidação e de redução, e com essa reação, que se baseia na perda e ganho de elétrons, gera a corrente elétrica. 1) PILHA DE DANIELL A pilha de Daniell é aquela com eletrodos de cobre e zinco. Para calcular a sua diferença de potencial (ddp) é necessário ter a tabela de potenciais-padrão da figura 8, a seguir. Para a pilha de Daniell serão necessárias as seguintes semirreações da tabela: Cu+2 + 2e → Cu Eº = +0,34V Zn+2 + 2e → |n Eº = -0,76V As duas semirreações estão no sentido de redução, pois têm o nox diminuindo, ou seja, de +2 para 0 em ambos os casos. Como as pilhas são reação de oxirredução, então, uma deve oxidar e a outra reduzir, por isso, uma delas deve ser invertida. Um macete é sempre inverter a de menor valor-padrão para as pilhas, ou seja, no caso da pilha de Daniell, inverte-se a de zinco, ficando, então: Cu+2 + 2e → Cu Eº = +0,34V Zn→ Zn+2 + 2e Eº = +0,76V Agora, para se chegar à equação global da pilha, basta igualar a quantidade de elétrons, podendo multiplicar as semirreações por algum fator e depois somar as duas. Observação: caso você multiplique por algum valor, o potencial-padrão não deverá ser multiplicado, pois este é fixo. Dessa forma, nessa pilha, temos: · Equação global: Cu+2 + Zn → Cu+ Zn+2 · Diferença de potencial (ddf ou fem) = 1,10V O fato de a somatória dos potenciais-padrão ter dado positivo, indica que a reação é espontânea, ou seja, produz energia ao invés de consumi-la. Esse é exatamente o objetivo de se utilizar uma pilha. A figura 9, a seguir, representa a montagem da pilha de Daniell. Crédito: Corbac40/Shutterstock. ELETRÓLISE O processo de eletrólise é praticamente o contrário da pilha, ou seja, éuma reação de oxirredução também, mas não é espontânea. Isso significa que consome energia e, além dessa diferença, tem a somatória dos potenciais- padrão com valor negativo, sendo, então, necessário inverter a semirreação de maior valor. Existem dois tipos de eletrólise: a ígnea, que ocorre pelo aquecimento até a substância estar no estado líquido (fusão) sem a presença de água, e a aquosa, que ocorre pela adição de água e dissolução. 1) ÍGNEA Vamos analisar o processo de eletrólise ígnea do cloreto de sódio (NaCl). 1. Processo de fusão: NaCl (s)→ Na+ + Cl- 2. Montar as semirreações com os íons formados: Na+ + 1e→ Na (s) 2Cl- → Cl2(g) + 2e Identificar os produtos do cátodo e do ânodo: · Cátodo – eletrodo de carga negativa na eletrólise; · Ânodo – eletrodo de carga positiva na eletrólise. Então: 2) AQUOSA As etapas são as mesmas, porém, agora a água também entra na eletrólise, formando dois cátions e dois ânions, mas somente um de cada será escolhido. 1. Processo de fusão: Nessa etapa devem ser selecionados os cátions e os ânions com maior facilidade de descarga de elétrons, como demonstrado na figura 10, a seguir. Figura 10 – Ordem de descarga de ânions e cátions. Fonte: O autor, 2020. Dos ânions, o Cl- terá maior facilidade de descarga e, dos cátions, o H+. 2. Montar as semirreações com os íons formados: 2H+ + 2e→ H2 (g) 2Cl- → Cl2(g) + 2e · No ânodo se formará o gás cloro; · No cátodo se formará o gás hidrogênio. NA PRÁTICA Alguns exercícios para reforçar assunto a seguir. 1. Misturou-se 1 L de uma solução aquosa de cloreto de sódio (NaCl) 0,1 mol/L e 1 L de uma solução aquosa de cloreto de sódio (NaCl) 0,2 mol/L, obtendo-se uma nova solução aquosa com volume igual a 2 L. Com base nesses dados, determine corretamente a concentração em quantidade de matéria (em mol/L) da nova solução obtida. 2. (UFRN) Misturando-se 100 mL de uma solução aquosa 0,10 mol/L de NaCl com 100 mL de uma solução aquosa 0,1 molar de KCl, calcule as concentrações molares de Na+, K+ e Cl- após a mistura. 3. Considerando as reações de oxidação a seguir: Cu(s) → Cu2+(aq) + 2 e- E°= - 0,34 V Ag(s) → Ag+(aq) + 1 e- E°= - 0,80 V Monte a equação global da reação espontânea e calcule o valor da força eletromotriz, em condições-padrão. 4. O cálcio reage com o oxigênio produzindo o óxido de cálcio, mais conhecido como cal virgem. Foram realizados dois experimentos, cujos dados constam na tabela a seguir de forma incompleta: Cálcio + Oxigênio → Cal virgem Primeira experiência 40g X 56g Segunda experiência Y 32g Z Calcule os valores de x, y e z com o auxílio das Leis de Lavoisier (lei de conservação das massas) e de Proust (lei das proporções constantes).
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