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- Para se ter um resultado de exame confiável essas etapas devem ser realizadas da melhor forma possível. - Colheita: quando se colhe algo individualmente. Coleta: obtenção de material, dados, amostras ou informação de uma coletividade ou de arquivos. Portanto, o termo correto é colheita! - Para que se obtenha resultados confiáveis é necessária uma equipe confiável, equipamentos calibrados e transporte adequado, que depende do MV responsável pela coleta, um erro nesses 3 fatores resulta em alterações do resultado. - A colheita e o transporte devem ser adequados e caso a amostra não possa ser transportada imediatamente ela deve ser armazenada de maneira correta. Colheita de sangue: - Para uma colheita bem sucedida: O animal deve estar em repouso (relaxado); Jejum de 8 a 12 horas, entretanto alguns exames são feitos sem jejum, mas se ocorrerem alterações como lipemia é solicitada a recoleta; Agulha compatível ao calibre do vaso; Antissepsia local; Identificação da amostra e medicamento em uso (causa alterações). - Em equinos a colheita é feita na veia jugular. Já em cães a colheita é feita na veia cefálica (médio e grande porte), na veia safena (dificultoso pois a veia tem maior mobilidade) e na veia jugular (a mais usada, em cães de pequeno porte, gatos e filhotes). Punção venosa adequada - A punção venosa adequado é quando agulha fica posicionada em 30 graus com o bisel para cima e a ponta da agulha fica no meio do vaso. - Existem algumas dificuldades quando o bisel encosta na parede da veia e interrompe o fluxo sanguíneo; a agulha pode transpassar o vaso (transfixação da veia) e o bisel pode penetrar o parcialmente a veia, o que promove extravasamento do sangue para o tecido adjacente e forma um hematoma. Recipientes - Tubos a vácuo: disponíveis no mercado; com ou sem anticoagulante; denominados pela cor da tampa; - No sistema a vácuo existe um fácil manuseio, qualidade e segurança. Entretanto veias de pequeno calibre podem colabar com o vácuo e os tubos tem alto custo quando comparados a seringa e agulha. - Seringa e agulha: serve para veias de qualquer calibre, o custo é mais baixo e os materiais são encontrados facilmente, entretanto exige mais cuidado com a proporção do sangue/aditivo e um maior cuidado ao retirar a agulha para não extravasar sangue. - Calibre: Rosa: calibre 40x12, usada para animais de grande porte como bov; Verde: calibre 25x08 e Preta: calibre 25x07, usadas em animais de pequeno porte e equinos. Volume - Independente da espécie, para a realização de hemograma 2 ml são o suficiente; - Já para soro/plasma depende da quantidade de exames e o tipo do mesmo, mas são necessários pelo menos 2ml de soro, que são obtidos a partir de 4 ml de sangue. Tubos a vácuo: Tampa vermelha: contem ativados de coágulos para a obtenção do soro e é usado para analises bioquímicas. Vol: 4ml Tampa lilás: contem EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético), serve para obtenção de sangue total para hemograma e contagem de plaquetas. Vol: 2ml Tampa verde: contem heparina sódica para a obtenção de plasma para analises bioquímicas. Também tem heparina de lítio que é indicada para hemograma de répteis. Vol: 6ml Tampa azul: contem citrato de sódio para testes de coagulação sanguínea, como tempo de protrombina e tempo de tromboplastina parcial ativada. Vol: 4ml Tampa cinza: contem fluoreto de sódio + EDTA para a obtenção do plasma fluoretado para a realização de teste de glicemia. Vol: 4ml *Tubo vermelho com detalhe em amarelo: contem gel que separa a fração correspondente ao volume globular do soro quando submetido a centrifugação. Já separa o coágulo do soro. **Tampa branca: não contém nenhum aditivo e serve para obtenção de soro. Procedimentos corretos: - Os tubos devem ser preenchidos até o volume especificado; - Deve-se iniciar com os tubos anticoagulantes e ter cuidado com o calibre da agulha; - Sempre deve-se desacoplar a agulha da seringa e escorrer o sangue gentilmente pela parede do tubo, em seguida se homogeneíza o tubo pelo menos 10x para que o sangue entre em contato com o anticoagulante de imersão. Existem setas que indicam a quantidade correta de sangue que deve ser preenchida no tubo. Transporte: - Deve ser feito com a amostra refrigerada usando caixa térmica com placa de gelo reutilizável. Os tubos devem estar em uma estante para tubos e não devem estar em contato direto com o gelo (hemólise). Os tubos e a caixa térmica devem estar adequadamente fechados. Armazenamento: - Hemograma: deve ser analisada imediatamente! Mas caso isso não seja possível deve-se realizar pelo menos o esfregaço sanguíneo imediatamente ou em até 3 hrs. A amostra pode ser refrigerada entre 4 a 8°C por até 24 horas para a contagem de células. A amostra jamais deve ser congelada! - Interferências: excesso de EDTA no tubo, que causa desidratação das hemácias, alterando a morfologia das mesmas (crenação), consequentemente o HT e VCM são diminuídos. - Exames bioquímicos: o sangue é colhido em tubo de tampa vermelha para a obtenção do soro e é deixado em repouso por 30 minutos (forma coagulo), seguido por centrifugação. Em seguida o soro é aspirado com pipeta para outro tubo e a análise é realizada imediatamente. A amostra pode ser refrigerada por dias ou congelada a -70°C por semanas ou meses, entretanto a estabilidade dos componentes é muito variável. - Interferências: hemólise, lipemia e hiper bilirrubinemia (amostra ictérica). - Hemólise: deixa o plasma/soro avermelhado e ocorre devido a lise de hemácias e extravasamento da hemoglobina, pode ocorrer na circulação sanguínea devido a anemia hemolítica; durante a colheita por agulha de calibre inadequado; excesso de pressão negativa na seringa ou após a colheita (in vitro). Essa interferência pode causar maior quantidade da substancia em análise das hemácias para o soro, superestimando (ex AST). Também causa diluição de compostos normais no soro diminuindo falsamente o teor; e interferência na leitura devido a coloração (analisados bioquímicos). - Lipemia: uma amostra lipêmica vai apresentar o plasma esbranquiçado e indica a presença de lipídeos no sangue. Pode ocorrer quando a coleta é feita após a refeição e também indica distúrbio no metabolismo de lipídeos. - Ictérica: chamada de hiper bilirrubinemia, pode ocorrer de maneira normal devido a presença de carotenos na dieta, jejum prolongado ou devido a hemólise e insuficiência hepática. A coloração acentuada da amostra interfere no resultado de exames obtidos por espectrofotometria.
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