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Farmacologia Metabolismo dos fármacos Questões norteadoras: ➻ Quais os objetivos do metabolismo de fármacos? ➻ Quais partes do corpo conseguem metabolizar fármacos? ➻ O que são enzimas microssomais e quais suas características químicas? ➻ Como ocorrem as reações da Fase 1 e Fase 2 que transformam fármacos? ➻ Como pode variar a atividade de um metabólito em relação ao fármaco original? ➻ Quais os objetivos do metabolismo de fármacos? Metabolismo favorece a eliminação do fármaco – geralmente fica mais hidrossolúvel (gera metabólitos). • A indução das enzimas P450 pode acelerar acentuadamente o metabolismo hepático de fármacos. Em consequência, pode haver aumento da toxicidade de fármacos que possuem metabólitos tóxicos, e é uma causa importante da interação fármaco-fármaco como na inibição enzimática. • O metabolismo pré-sistêmico no fígado ou na parede intestinal reduz a biodisponibilidade de diversos fármacos quando são administrados por via oral. ➻ Quais partes do corpo conseguem metabolizar fármacos? Enzimas hepáticas microssomais: - Citocromos P450 - Transferases (na maioria das vezes conjugam, mas também podem transferir para ativar) A maioria dos fármacos lipofílicos é metabolizada a produtos mais polares, que são então eliminados na urina. O metabolismo de fármacos ocorre Farmacologia predominantemente no fígado, especialmente pelo sistema do citocromo P450 (CYP). Enzimas que metabolizam fármacos: Além do fígado, essas enzimas existem também no córtex da adrenal. ➻ O que são enzimas microssomais e quais suas características químicas? Enzimas microssomais: localizadas no retículo endoplasmático liso ➻ Como ocorrem as reações da Fase 1 e Fase 2 que transformam fármacos? O metabolismo dos fármacos envolve dois tipos de reação, conhecidos como de fase 1 e fase 2, que ocorrem de modo sequencial com frequência. Ambas as fases diminuem a lipossolubilidade, aumentando, assim, a eliminação renal. • As reações de fase 1 envolvem oxidação, redução e hidrólise: – Geralmente formam produtos quimicamente mais reativos, que podem ser farmacologicamente ativos, tóxicos ou carcinogênicos – Com frequência, envolvem um sistema de monoamino-oxigenases, no qual o citocromo P450 desempenha papel fundamental. • As reações de fase 2 envolvem a conjugação (p. ex., glicuronidação) de um grupo reativo (geralmente inserido durante a reação de fase 1) e normalmente levam à formação de produtos inativos e polares que são eliminados facilmente na urina. Farmacologia • Alguns produtos conjugados são eliminados pela bile, reativados no intestino e depois reabsorvidos (“circulação êntero-hepática”). Ác. glicurônico (lixo hepático) se associa à droga / transferido para a droga = conjugação produto metabólito = droga conjugada/produto da reação → se está conjugada, está hidrossolúvel, inativa. Ao ser jogado no sangue será eliminado pela bile ou pela urina. A fração que absorvemos vem até o fígado, essa parte da droga é de novo distribuída. Uma parte é eliminada (= faz parte do metabolismo de primeira passagem) e a outra é entregue ao hepatócito. Essa fração que é entregue ao hepatócito é metabolizada pelos citocromos e transferases, pode passar pelas reações de fase 1, sendo ativada ou inativada, pode se conjugar - passar pelas reações de fase 2. Após tudo isso, se for ativada, ela é biodisponibilizada. Farmacologia ➻ Como pode variar a atividade de um metabólito em relação ao fármaco original? Quando se transforma uma droga, metabólito é um produto, que pode variar: ser funcional ou não, ativo ou inativo. Caso Clínico César, 64 anos, branco, casado, comerciante, natural de Marília, em SP há 40 anos. Apresenta dislipidemia e hipertensão há 10 anos. Administra a cada 12 horas o fármaco anti-hipertensivo Maleato de enalapril de 20 mg e a noite 1 comprimido de Sinvastatina de 20 mg para controle dos níveis séricos de colesterol. Em consulta de rotina na UBS do seu bairro, relata ao médico plantonista sentir mal estar após as refeições, principalmente quando ingere frituras ou outros alimentos gordurosos. Faz uso de álcool todos os dias. Ao exame físico o médico nota icterícia e hepatomegalia. Solicita exames de sangue para avaliação da função hepática (dosagem de transaminases hepáticas) cujo resultado encontra-se acima dos valores de referência, sugerindo lesão hepática. 1-Qual o papel do fígado em relação aos fármacos utilizados pelo senhor César? R: Ambos os medicamentos são administrados em sua forma inativa e, posteriormente, são hidrolisados no fígado. Logo, o medicamento é metabolizado no fígado. 2-Por que o anti-hipertensivo Maleato de enalapril (inibidor da ECA) é um pró-fármaco? R: É um pró-fármaco pois é administrado em sua forma inativa, sendo ativado após biotransformação. O enalapril é hidrolisado no fígado à forma diácida ativa, o enalaprilato. Algumas drogas precisam ser produzidas como pró-fármacos para que na embalagem ela fique estável. Ao chegar no fígado transforma-se em um metabólito ativo, que cai no sangue, vai para o pulmão e inativa a ECA. 3-O senhor César faz uso diário de álcool e também faz uso contínuo de medicamentos para controle da dislipidemia e hipertensão arterial. Qual Farmacologia intercorrência poderá ocorrer nesta condição? R: O álcool pode promover interferência medicamentosa. O álcool é metabolizado em acetaldeído (por enzimas: álcool desidrogenase e citocromos). O acetaldeído é tóxico para o fígado, é uma substância que pode danificar o hepatócito. Assim, citocromos que deveriam atuar no fármaco, estão sendo requisitados para atuar no álcool. Todo medicamento utilizado com o álcool terá um prejuízo para o metabolismo. Nessa condição, poderá afetar o processo de hidrólise dos medicamentos no fígado, o que interfere em seu efeito. 4-)Supondo o uso concomitante da Sinvastatina (droga que inibe a síntese hepática de colesterol) com o antiepiléptico Carbamazepina ( Indutor enzimático), descreva o que isto promoverá na terapêutica farmacológica do paciente. R: A Carbamazepina, como é indutora, vai para o núcleo do hepatócito e transcreve o gene CYP, o qual irá participar da síntese de novas proteínas: citocromos P450. Assim, aumenta a conjugação da Sinvastatina, diminuindo sua função (por conta de uma inativação mais rápida). Farmacologia Farmacologia Referências: - RANG, H.P. et al. Rang & Dale: Farmacologia. 8 ed. Capítulo 8: Absorção e distribuição de fármacos. 2016. - RANG, H.P. et al. Rang & Dale: Farmacologia. Capítulo 10: Farmacocinética. 8 ed. 2016. - Katzung, Bertram, et al. Farmacologia Básica e Clínica. Disponível em: Minha Biblioteca, (13th edição). Grupo A, 2017. - Franco, André, S. e José Eduardo Krieger. Manual de Farmacologia. Disponível em: Minha Biblioteca, Editora Manole, 2016. - Farmacologia. LÜLLMANN, Heinz; MOHR, Klaus; - pg 55
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