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Farmacologia Geral I - 4° Semestre PROCESSOS FARMACOCINÉTICOS: METABOLIZAÇÃO (BIOTRANSFORMAÇÃO) E EXCREÇÃO DE FÁRMACOS → Contextualizando a farmacocinética: Caso Clínico 1 Nada não está ruim que não possa piorar… A história do T.W... Sr. T.W. de 66 anos apresenta fibrilação atrial crônica e por isto faz uso contínuo do anticoagulante Varfarina (Marevan®). Um dia, após um jantar, o Sr T.W. passou mal, apresentou diarreia e vômito e foi levado ao hospital, onde para tratar o quadro o médico receitou o antibacteriano Sulfametoxazol-Trimetoprima (Bactrim®) por 7 dias. Após 4 dias do tratamento com o Sr T.W. estava bem melhor, no entanto após sair de uma reunião o Sr T.W. tropeçou e caiu. Após algumas horas notou a presença de diversos hematomas e procurou o setor de emergência novamente. O médico de plantão suspendeu o uso do antibacteriano por constatar que este é um fármaco interfere no metabolismo da Varfarina. 1. Como o Bactrim® interferiu no metabolismo da Varfarina? Por quê isto é possível? R: Pois o Bactrim é um fármaco inibidor da enzima que metaboliza a varfarina. 2. Qual foi o resultado na resposta terapêutica de ambos os medicamentos? R: Bactrim: não altera a resposta terapêutica. Varfarina: aumenta a concentração plasmática (biodisponibilidade). Site: https://www.drugs.com/ FARMACOCINÉTICA → O fármaco tem que ser biotransformado para facilitar sua excreção. → A eliminação de um fármaco é a soma do metabolismo e da excreção. • Alguns fármacos são eliminados sem sofrer metabolismo, ou seja, são excretados intactos. • Alguns fármacos são parcialmente metabolizados e parcialmente eliminados sem sofrer metabolismo • Alguns fármacos são 100% metabolizados, ou seja, são excretados totalmente na forma de metabólitos Bruna Embacher Sanz ❥ Farmacologia Geral I - 4° Semestre → A biotransformação inativa completamente o fármaco numa única vez? R: Em geral, a biotransformação NÃO inativa completamente o fármaco numa única vez. Ex: morfina (o metabólito dela é excretado na sua forma ativa). METABOLIZAÇÃO METABOLISMO DE FÁRMACOS (BIOTRANSFORMAÇÃO) → Mas afinal, o que é a biotransformação de fármacos e pra que ela serve? • A biotransformação é um conjunto de reações bioquímicas que as drogas sofrem no organismo para que possam ser eliminadas pelos rins, ou seja, o fármaco precisa se tornar hidrossolúvel para excreção. • O objetivo do metabolismo é tornar o fármaco mais hidrossolúvel para que ele possa ser mais rapidamente excretado via renal ou biliar. • Sendo assim, fármacos mais lipofílicos são mais metabolizados enquanto que fármacos hidrofílicos são eliminados sem sofrer metabolismo. OBS: a biotransformação não é uma via de mão única. → Objetivos: • Facilita a excreção renal do fármaco. • Inativação do fármaco. • Aumenta ou reduz a ação terapêutica; • Ativação de pró-fármacos (aumenta a ação farmacêutica). • Aumento da toxicidade do fármaco (ex: paracetamol). → Locais de biotransformação de fármacos: ● Fígado ● Intestino ● Sangue ● Pulmões ● Rins ● SNC ● Pele OBS: fígado e intestino → efeito de primeira passagem. → Então o fármaco quando chegar no fígado será sempre inativado? • Não, nem sempre. Ele pode ser inativado (ficar mais hidrossolúvel); pode ficar mais tóxico; pode ser ativado. • O produto do metabolismo de um fármaco são os metabólitos. • Um fármaco pode sofrer várias reações de metabolismo e portanto apresentar diversos metabólitos diferentes. • Os metabólitos podem ser ○ Inativos (bioinativação) ■ Fármaco ativo → Metabólito inativo (encerra o efeito). ○ Ativos (bioativação) ■ Fármaco ativo → Metabólito ativo (prolonga o efeito) ■ Fármaco inativo → Metabólito ativo (pró-fármaco) ○ Tóxicos (biotoxificação) ○ Não tóxicos (biodetoxificação) Exemplos: - Se o fármaco tiver alguma alteração estrutural e for inativado, ele vai precisar passar pelo fígado para ser ativado (ex: prednisona). - O enalapril não tem ação terapêutica ao ser administrado, precisa chegar ao fígado para se transformar em um metabólito ativo e promover o efeito. Se não fosse um pró-fármaco, seu tempo de meia vida seria muito pequeno. Bruna Embacher Sanz ❥ Farmacologia Geral I - 4° Semestre OBS: os pró-fármacos nunca podem ser colocarmos embaixo da língua; e a maior vantagem dos pró-fármacos é o ganho de maior tempo de meio vida. - A codeína é inativa e precisar ser administrada por via oral e ser transformada em morfina no fígado para ganhar atividade (efeito). - O diazepam vai ser inativado, mas nesse meio tempo pode ser tóxico e ativado. - A morfina não é inativada totalmente, chega nos rins ainda com atividade. → Reações de biotransformação: ❖ REAÇÕES DE FASE 1 - Reações enzimáticas. - Ex: hidrólise, oxidação, redução. - Aumentam a hidrossolubilidade do fármaco e inativa parcialmente a ação do fármaco. ❖ REAÇÕES DE FASE 2 - Não ocorre reações enzimáticas. - Ex: conjugação com metabólitos orgânicos → o fármaco pode se ligar a um aminoácido, a um derivado da glicose, entre outros. - O fármaco fica completamente inativo, altamente polar (hidrossolúvel) favorecendo a excreção. OBS: depois que o fármaco passa por essas duas reações, geralmente, são inativados. Porém, alguns fármacos já são inativados na reação de fase 1. → Tudo isso depende da característica do fármaco. Os fármacos podem sofrer várias reações quando chegam no fígado. Existem várias possibilidades: • O fármaco pode chegar no fígado e, nas reações de fase I gerar um metabólito ativo que quando passar por reações de fase II vai ser conjugado e inativado para ser eliminado. (fármacos conjugados normalmente são eliminados, ou seja, conjugação facilita a excreção). • Os fármacos podem gerar um metabólito inativo na fase I, depois são conjugados na fase II e então são eliminados. • Os fármacos podem passam ilesos nas reações de fase I e só sofrer reações de fase II sendo conjugados e eliminados. • Os fármacos que passam pelo fígado sem sofrer nenhuma reação e vai ser eliminado (isso aconteceu porque ele já é um fármaco hidrossolúvel o suficiente para ser eliminado direto nos rins ou é muito lipossolúvel que não consegue passar por reação nenhuma sendo eliminado nas fezes). Resumo: os fármacos quando passam pelo fígado sofrem ação das enzimas hepáticas. Reação de fase 1 → funcionalização → pode gerar metabólitos ativos. Estes metabólitos ativos caem no sangue e pode promover ação farmacológica, podem ser eliminados pelos rins. Esses fármacos passam pela reação de fase 2, esta reação não envolve enzimas na maioria das vezes. Nesta fase o fármaco recebe conjugado, fica hidrossolubilidade e é eliminado. Exemplo: Aspirina: AAA (atividade analgenisa, atividade anti-térmica e anti agregantes plaquetárias). → Passam por reações de fase I (enzimáticas → catabólica). → A aspirina se torna ácido salicílico (atividade analgenia e anti-térmica) não é mais antiagregantes plaquetárias, ou seja, diminui seu efeito. Além disso, adiciona um grupo funcional (OH - hidroxila) no lugar do éster. → Às reações de fase 2 são anabólicas, deixam o fármaco muito grande (aumentam a sua estrutura). A molécula está muito hidrofílica e não irá conseguir se ligar a um receptor. Bruna Embacher Sanz ❥ Farmacologia Geral I - 4° Semestre - O fármaco que é altamente lipofílico pode se acumular no tecido adiposo, isso vai dificultar sua eliminação. Esse fármaco pode passar direto e ser eliminado nas fezes através de excreção biliar. - Alguns fármacos lipofílicos pode passar por reações de fase I, ser ativado ou inativado por essas reações, se transformar em um composto mais polar, passar por reações de conjugação e aí vai ficar hidrofílico e vai ser excretado, principalmente pelos rins. - Os fármacos que são polares normalmente só sofrem reações de fase 2 e vai ser eliminado. - O fármaco totalmente hidrofílico vai direto para urina, sem passar por reação nenhum. REAÇÕES DE FASE I X FASE II: Fase 1: Oxidação, Redução, Hidrólise - Enzimática - Catabólica: ● Expõe um ponto na molécula ou introduz um grupo funcional para as reações de fase II (OH, SH, NH2, COOH)- Funcionalização. ● Aumento na hidrossolubilidade. ● Inativação parcial do fármaco. Fase 2: Conjugação - Ligação à conjugados - Anabólica: ● Formação de ligação covalente entre o grupo funcional do fármaco com um composto endógeno (ácido glicurônico, sulfato, glutationa, aminoácidos, acetato). ● Conjugados altamente polares são geralmente inativos e excretados. REAÇÕES DE FASE I REAÇÕES DE FUNCIONALIZAÇÃO → São reações de oxidação, redução, hidrólise. → São reações enzimáticas (enzimas do próprio organismo) envolvidas na metabolização de fármacos. → Em geral, reações enzimáticas deixam o fármaco mais hidrofílico facilitando sua eliminação. Bruna Embacher Sanz ❥ Farmacologia Geral I - 4° Semestre Ex: → Amobarbital → passa pelo fígado e ganha uma hidroxila, diminuindo a sua atividade e o fármaco fica mais hidrofílico. → Codeína é inativa e quando chega no fígado, onde tinha o éster faz uma reação de oxidação e é substituída por uma hidroxila, se transformando em morfina (mais hidrossolúvel), nesse caso ganhou mais atividade mesmo ficando hidrofílica. → Metabólico arilamina (é um metabólito já inativo). Ex: O Chloramphenicol tem um grupo nitro-aromática, que quando passa pela reação de fase I perde esse grupo nitro-aromático e ganha uma amina, e diminui sua atividade e forma esse metabólito que já é um metabólito inativo. Ex: O mesmo acontece com o ácido acetilsalicílico. → Enzimas Responsáveis pelo metabolismo oxidativo: OBS: os fármacos não precisam passar pela fase I e fase II. ● REAÇÕES DE FASE I: ♥ Oxidases de função mista (monooxigenase – CYP450) - Reações de oxidação e redução. (Enzimas microssomais - Retículo Endoplasmático). Requer: - Citocromo P450 (Enzima Cyp450); - Hemeproteína; - NADPH e NADPH-P450 redutase (flavoproteína) - Oxigênio molecular ♥ Outras enzimas: - Álcool desidrogenase - Aldeído desidrogenase - Peroxidases - Colinesterases plasmáticas - Monoaminoxidase (MAO) - Enzimas não microssomais, não estão dentro do RE de hepatócitos, podem ser produzidas pelos lisossomos, podem estar presentes no plasma sanguíneo, em bactérias intestinais). ● FAMÍLIA DO GENE CITOCROMO P450: Bruna Embacher Sanz ❥ Farmacologia Geral I - 4° Semestre ♥ Enzima do citocromo P450 : às enzimas do citocromo P450 são hemeproteínas abrangendo uma grande família (“superfamília”) de enzimas relacionadas, mas distintas (cada uma chamada de CYP seguida por um conjunto de números e uma letra). Essas enzimas são microssomais (produzidas dentro do RE de hepatócitos - armazenadas em microssomos). Para o fármaco ser metabolizado por essas enzimas, eles precisam ser lipossolúveis. Essas enzimas podem fazer reações de oxidação (OH) e redução (NH2) e às reações ocorrem na membrana plasmática dos hepatócitos (metabolização dos fármacos). Para acontecer essa reação é necessário da enzima, heme proteins, NADPH, NADPH-P450 REDUTASE e oxigênio molecular. ♥ Família do gene CITOCROMO P450: - Humanos: mais de 14 enzimas desse gene. As principais são: CYP1, CYP2, CYP 3, as quais estão envolvidos no metabolismo de fármacos. ♥ CYP450: são responsáveis pela metabolização de muitos fármacos; é uma reação catabólica (reduz a molécula do fármaco); deixa o fármaco mais hidrofílico e diminui sua função. - Hidroxilação, Redução, Hidrólise, Oxidação. - O produto da metabolização das CYPs é um fármaco oxidado. ♥ Enzimas responsáveis pelo metabolismo oxidativo - metabolização microssomal: → A oxidação dos fármacos pelo sistema mono-oxigenase P450 requer fármaco (substrato, “FH”), enzima P450, oxigênio molecular, NADPH e NADPH-P450 redutase (flavoproteína). → Quando o fármaco tem acesso a membrana do retículo endoplasmático, ele vai encontrar várias CYPs. O fármaco vai ser oxidado por essas CYPs (através das reações de oxidação - OH), e para isso acontecer o fármaco precisa do ferro como cofator enzimático, e a NADPH também participa desse processo doando um elétron para reação acontecer. O fármaco passa de fármaco férrico para fármaco ferro ferroso. Tem muito oxigênio pois está trabalhando com enzimas que também são responsáveis por respiração celular, fosforilação oxidativa, entre outros processos. A NADPH ou o citocromo b5 que também está na respiração da membrana vão doar um próton de hidrogênio e um elétron, modificando a estrutura do fármaco e agora vai se ter água, ou seja, o resultado dessa reação é que sai uma molécula de água, o ferro volta a ser um ferro férrico e o fármaco fica oxidado. Então a OH vem dessa reação, que é mediada pelas enzimas do cromossomo P450 no retículo. OBS: Férrico refere-se a materiais ou compostos contendo ferro. Em química o termo é reservado para ferro com um número de oxidação de +3, também notado como ferro (III) ou Fe3+. Por outro lado, ferroso refere-se a ferro com número de oxidação de +2, notado ferro (II) ou Fe2 . Bruna Embacher Sanz ❥ Farmacologia Geral I - 4° Semestre → Resultado final: Oxidação - Adição de um átomo de oxigênio ao fármaco para formar OH (FOH) → Fármaco oxidado. - Conversão do outro átomo de oxigênio em água. → Metabolização não microssomal: ♥ O etanol pode ser metabolizado em 2 reações de fase I - a primeira envolve álcool desidrogenase (citoplasma) , vai ser transformado em acetaldeído (em altas concentrações é extremamente tóxico) e então é transformado em acetato ou ácido acético (composto INATIVO; o fármaco fica INATIVO) através da enzima acetaldeído desidrogenase. Esse fármaco foi inativo apenas com reações de fase I. Ou seja, se toma baixas concentrações de etanol, a reação acontece por completa e é apenas de fase I, pois o etanol termina inativado como acetato. ♥ Enzima satura? Sim. - Existem várias estratégias para inativar um mesmo fármaco. Também se tem outras enzimas microssomais, tem algumas CYPs que, quando aumenta o consumo de etanol, essa parte é mais difícil saturar porque se tem como por exemplo a CYPs que aumenta a conversão de etanol em acetaldeído. No entanto, a acetaldeído desidrogenase ela satura mais fácil. REAÇÕES DE FASE II NÃO ENZIMÁTICAS - CONJUGAÇÃO. → Conjugado: produtos de diversos metabolismos. Ex: glicose; aminoácido. → Adição de conjugados aos pontos da molécula onde ocorreram as reações de fase I; → Reações mediadas por enzimas transferases, que transferem o conjugado para o fármaco. Ex: UDP-glucuronil-transferase, acetil-CoA → Reações de Fase II: (onde conjugados se ligam e fármaco está extremamente hidrossolúvel). IMAGEM: Reações de Conjugação → nessas reações, um fármaco (representado por D) ou metabólitos desse fármaco (representado por D-OH e D-NH2) são conjugados a um componente endógeno. O ácido glicurônico, um açúcar, é em geral o grupo mais conjugado a fármacos, porém às conjugações com acetato, glicina, sulfato, glutationa e grupos metila também são comuns. A adição de um desses componentes torna o metabólito do fármaco mais hidrofílico e, com frequência, aumenta a excreção do fármaco. A metilação é uma excreção importante, visto que não aumenta a hidrofilia dos fármacos. ♥ Microssomais: - Glicuronidação: Glicuronídeo + UDP glicuronil-transferase. - Conjugado orgânico transferase. ♥ Não-microssomais - Sulfatação (sulfato + sulfotransferase); - Acetilação (acetil + N-acetiltransferase); - Metilação (Metil +metil-transferase); - Conjugação com glutationa (gutationa + glutationa S-transferase); - Conjugação com aminoácidos, especialmente glicina e glutamina. Bruna Embacher Sanz ❥ Farmacologia Geral I - 4° Semestre ♥ O produto a degradação da glicose, o glicuronídeo, é um dos principais inativadores do etanol. A glicose, quando chega no fígado, pode se transformar em ácido glicólico ou ácido glicurônico. Para o ácido glicurônico (metabólito da glicose) ser utilizado, tem que se ligara UDP (uridina difosfato do ácido glicurônico). Para ligar o glicuronídeo no fármaco precisa de uma reação que depende de muita energia, e essa energia vem do UDP. Uma UDP-glicuronil transferase transfere o glicuronídeo que está no fígado para a molécula do fármaco, ficando altamente hidrossolúvel. ♥A glicuronidação envolve a formação de um composto de fosfato de alta energia (“doador”), o ácido uridina difosfato glicurônico (UDPGA), a partir do qual o ácido glicurônico é transferido para um átomo rico em elétrons (N, O ou S) no substrato, formando uma ligação amina, éster ou tiol. A UDP, que catalisa essas reações, têm especificidade para um amplo conjunto de substratos, o que abarca muitos fármacos e outras moléculas estranhas. Várias substâncias endógenas, incluindo a bilirrubina e os corticosteróides suprarrenais, são conjugadas pela mesma via de sinalização. → Biotransformação - PARACETAMOL: • O paracetamol ele pode sofrer direto uma reação de fase II quando chega no fígado, ele pode se conjugar com o sulfato ou com o glicuronídeo e inativado → ocorre em apenas 2% do paracetamol. • A maioria da quantidade de paracetamol precisa fazer um ciclo, ou seja, o paracetamol precisa sofrer uma reação de fase I por uma CYP450 (e outras CYPs) e vai gerar um intermediário tóxico (N-acetil-p-benzoquinona-imina). Se o paciente estiver com tudo OK, o fígado consegue converter esse intermediário e deixar o composto inativo, porém irá afetar a produção de glutationa que é um metabólito que faz uma reação de fase II, o qual se ligando a esse intermediário tóxico vai gerar o ácido mercaptúrico que é um composto totalmente inativo.Mas se o paciente tem algum problema hepático que prejudique a produção dos metabólitos e das enzimas, ou se o paciente toma altas doses de paracetamol, pode ter como consequência a geração de um monte de intermediário tóxico, saturando o sistema glutationa oxidase, gerando então a morte celular dos hepatócitos. Já em doses normais e em pacientes sem disfunções o paracetamol será inativado e não ocorre a morte celular. • Intoxicação do paracetamol, o antídoto para esses casos de intoxicação é o fluimucil (N-acetilcisteína) que servirá de substrato para formação de mais glutationa para metabolizar o produto tóxico do paracetamol. Bruna Embacher Sanz ❥ Farmacologia Geral I - 4° Semestre → Resultados da Biotransformação: • O fármaco quando se toma, depois de alguns minutos uma parte cai no sangue e outra parte chega no fígado onde já começa a ser inativado (alguns são ativados no fígado). Para o fármaco que já é ativo (não precisa se transformar no fígado, já está pronto) quando passar pelo fígado e outros órgão que também metabolizam o fármaco, ele vai ser biotransformado, podendo se transformar em um composto ativo podendo ser de mesma potência, mais potente ou até mesmo tóxico. Normalmente isso acontece em reações de fase 1. Já, normalmente as reações de fase 2, são responsáveis pela inativação dos fármacos, deixando-os menos potente (importante para eliminar o fármaco e não acontecer a intoxicação). Os pró-fármacos, via de regra, ganham mais tempo no organismo, mas não efeito tóxico, e sim mais efeito terapêutico. Estes fármacos que são inativados, quando chegam no fígado ao invés de ser inativados, eles se transformam em um fármaco ativo, acontecendo o mesmo que um fármaco ativo. → Fatores que modificam o metabolismo: 1. Idade 2. Doenças 3. Genética 4. Fatores ambientais: indução ou inibição enzimática; dieta. 5. Gênero → Fatores que interferem na biotransformação: INDUÇÃO ENZIMÁTICA: ↑ síntese de enzimas microssomais, resultando em ↑ atividade sistemas de oxidação microssomal com administração repetitiva. • Ser um fármaco é capaz de aumentar a expressão de enzimas, maior é o efeito do fármaco. • Se aumenta o metabolismo, diminui o efeito do fármaco, diminui concentração plasmática, pois agora tem mais enzimas que metabolizam esse fármaco. • Fármacos indutores enzimáticos - aumentam a síntese de algumas enzimas do CYP450. O aumento da enzima aumenta a metabolização do fármaco diminuindo a biodisponibilidade e o efeito do fármaco. Ajuste de dose: aumento da dose para o mesmo efeito terapêutico. O que é? ● ↑ da produção de enzimas hepáticas (ex.: Cyp450) - Tem fármacos que quando passam pelo fígado, se ligam a receptores nucleares, esses receptores vão para o núcleo e vão alterar as proteínas relacionadas ao aumento de transcrição, principalmente a transcrição proteica, aumentando a produção de proteínas. No que resulta? Ou seja, se tem mais enzimas, tem mais metabolização, logo: ● ↑ da metabolização: ● ↓ da concentração plasmática da droga; ● ↓ do efeito; Qual a estratégia terapêutica? ● ↑ gradativo de dose para obter o mesmo efeito terapêutico • Todos esses fármacos (corticóides, diazepam, digoxina) são metabolizados no fígado pela enzima CYP3A4. • Uma única dose do diazepam sozinho por via oral vai ter o aumento da absorção, distribuição, metabolização e excreção. • Normalmente quem tomar diazepam contínuo e devido a uma infecção de pulmão, toma também outro medicamento, como a rifampicina. A rifampicina (antibiótico) é metabolizada pela enzima CYP2C19. No entanto a rifampicina tem um mecanismo inespecífico, e quando passa pelo fígado vai aumentar a síntese da CYP3A4 (aumenta a concentração dessa enzima). A interação desses dois medicamentos não modifica a ação da rifampicina, porém, o diazepam Bruna Embacher Sanz ❥ Farmacologia Geral I - 4° Semestre vai ser metabolizado mais rápido (maior metabolização do diazepam) e ele será excretado mais rápido, com isso diminui o seu efeito, e para solucionar esse problema, é necessário aumentar a dose do diazepam (dentro da janela terapêutica) para ter o mesmo efeito terapêutico. INIBIÇÃO ENZIMÁTICA: ↓ síntese enzimas microssomais, resultando em ↓ atividade sistemas de oxidação microssomal com administração repetitiva. • Competição ou efeito inibitório do sítio ativo. • Fármacos inibidores enzimáticos - diminuem a síntese de algumas enzimas do CYP450. A diminuição da enzima diminui a metabolização do fármaco aumentando a biodisponibilidade e o efeito do fármaco, podendo gerar resposta tóxica. Ajuste de dose: diminuir a dose para o mesmo efeito terapêutico. O que é? ● Inibição da enzimas hepáticas (ex.: Cyp450) - competição ou fármaco inibidor); No que resulta? ● ↓ da metabolização: ● ↑ da concentração plasmática da droga; ● ↑ do efeito (Toxicidade); Qual a estratégia terapêutica? ● Ajuste de dose (↓ da dose). ● Exemplo1 (HIPOTÉTICO) → fármaco 1 (antiinflamatório) é metabolizado pela CYP3A4, só que agora um fármaco 2 (antibiótico) quando chega no fígado é metabolizado também pela CYP3A4, ou seja, ocorre uma competição entre esses dois fármacos. Nesse caso o antibiótico tem mais afinidade ao sítio ativo da enzima, e com isso ocorre um aumento da concentração do fármaco 1. Porém pode também afetar a quantidade de fármaco 2, podendo diminuir um pouco a biodisponibilidade dele, mas ainda assim esse fármaco ainda está na janela terapêutica. (INIBIÇÃO POR COMPETIÇÃO) ● Exemplo 2 → fármaco 3 (antidepressivo) metabolizado pela enzima CYP2C9 inibe a CYP3A4, e voce precisa tomar o fármaco 1 de novo, fazendo com que aumenta a concentração plasmática desse fármaco. (INIBIÇÃO INDIRETA) RESUMINDO: Dizemos que o fármaco é substrato da enzima que faz sua metabolização. Alguns fármacos podem aumentar ou diminuir a produção de outras enzimas microssomais. Então são chamamos de indutores ou inibidores do metabolismo, respectivamente. → Contextualizando a farmacocinética: Caso Clínico 2 Lembra do senhor T.W.? Ele tinha uma neta, a K.W. K.W. tinha 19 anos e começou a apresentar quadros convulsivos. Foi então diagnosticada com Epilepsia. Como tratamento de primeira linha o médico receitou o uso do antiepilético Oxcarbamazepina 600 mg/dia. No entanto, passado algumas semanas, ela passou a apresentar novas crises convulsivas, o que levou o médico a aumentar a dose do medicamento para 1200 mg/dia para conter as crises convulsivas, alegando que o uso contínuo deste fármaco, afeta o próprio metabolismo. 1. Como o uso contínuo de Oxcarbamazepina afeta o seu próprio metabolismo? R: Aumenta a indução de enzimas que metabolizam ele mesmo. 2. Qual a consequência deste evento na concentração plasmática e efeito do fármaco? https://www.drugs.com/Bruna Embacher Sanz ❥ https://www.drugs.com/ Farmacologia Geral I - 4° Semestre Caso Clínico 3 Lembra do senhor T.W.? Ele tinha uma neta, a K.W. Após alguns meses, TW começou a ter sangramentos esporádicos mesmo utilizando o contraceptivo oral Yasmin® (drospirenona / etinilestradiol). A médica ginecologista de TW verificou que a eficácia do contraceptivo oral que K.W. usava, tinha diminuído por conta do uso em conjunto com a Oxcarbamazepina. 1. Explique o porquê da redução do efeito do contraceptivo com o uso concomitante da Oxcarbamazepina. R: Indução enzimática da CYP450, diminui o efeito do anticoncepcional e pode engravidar. ELIMINAÇÃO EXCREÇÃO DOS FÁRMACOS → Formas de excreção do fármaco: - Renal: urina (principal). - Biliar: fezes. - Pulmonar: ar expirado. → CIRCULAÇÃO ENTERO-HEPÁTICA ● Fármacos depositados na vesícula e excretados pela bile podem ser reativados e assim reabsorvidos com atividade na circulação. Ex: beta-glicuronidase produzida por bactérias da microbiota, que remove conjugados como o glicuronídeo. ● A maioria dos fármacos vai embora e sai pelos rins, porém tem alguns fármacos fazem uma recirculação, vai pra vesícula biliar (depósito), caindo na circulação com efeito. ● Prolongamento da ação do fármaco → vesícula biliar: reservatório de substância recirculante Ex: Morfina, Etinilestradiol, digoxina, agentes quimioterápicos ● Um fármaco que é excretado na bile sofre ação da microbiota podendo ser reativado e reabsorvido, aumentando assim a sua ação . Se o paciente não tem vesícula ou toma algum antibiótico que diminui a microbiota, ocorre a diminuição da reativação e consequentemente do efeito do fármaco. ● Os anticoncepcionais quando passam pela circulação entero-hepática são reativados pela microbiota, por isso que 1 comprimido por dia é suficiente. As bactérias do intestino retiram o anticoncepcional. O glicurônico está conjugado com o anticoncepcional e ativa novamente o anticoncepcional. → EXCREÇÃO RENAL - MECANISMOS: ● Onde ocorre tudo isso? - Túbulo contorcido distal e proximal. Bruna Embacher Sanz ❥ Farmacologia Geral I - 4° Semestre ● Qual é o tempo de eliminação de um fármaco? - Em geral, o tempo para a eliminação do fármaco do organismo é de 5 x meia-vida. ● O fármaco pode usar os 3 mecanismos para ser eliminado: 1. Filtração glomerular: → Fluxo sanguíneo (fármaco entra no rim pela arteríola aferente). → PM do fármaco (difusão moléculas com PM < kDa - albumina PM = 68 kDa). → Passagem de fármaco livre (não-ligado à proteínas plasmáticas). 2. Secreção tubular: → Mecanismo de transporte ativo. → Transferência de moléculas por sistemas carreadores não seletivos que realizam transporte de moléculas . Mecanismo mais efetivo para eliminação renal de substâncias (Fármacos ligados à proteínas plasmáticas). Máxima depuração sanguínea! ● TRANSPORTE DE ÁCIDOS / FÁRMACOS ÁCIDOS (OAT - Organic anion transporter). ●TRANSPORTE DE BASES ORGÂNICAS (OCT - Organic cation transporter). ● Glicoproteína P (Tipo ABC - ATP binding cassete): Presente em células de diversos tecidos (ex.: Verapamil, digoxina, espironolactona (EFLUXO - gene MDR): ↑ saída de fármaco da célula. → Se vários fármacos são eliminados por transportadores, pode haver competição e assim interações medicamentosas? - Pode ocorrer competição entre dois fármacos que vão ser eliminados por transportadores, ou seja, algum dos fármacos não vai ser eliminados e vai ser acumulado no organismo. 3. Difusão passiva através do túbulo renal e reabsorção tubular: → Difusão passiva pelo epitélio tubular. → O fármaco que encontra-se na luz tubular, pode ser reabsorvido para a circulação sanguínea por difusão passiva. No entanto, isto só ocorrerá para fração lipossolúvel, não-ionizada no pH da urina. → Se o fármaco chega do sangue para o túbulo renal de forma passiva, ele pode fazer o caminho inverso também, do túbulo ir para o sangue. Então a difusão passiva lipídica, sem transporte, respeita o mecanismo de absorção e distribuição do fármaco pelo organismo. Isso quer dizer que vai depender da lipossolubilidade do fármaco, e também da fração ionizada, ou seja, aqui vale aquela mesma regra. Se o fármaco fica nos túbulos renais e não volta para corrente sanguínea (porque já está muito hidrofílico, favorece a forma ionizada), ele vai ser eliminado na urina. Se mexer no pH, acaba facilitando a forma não-ionizada, e assim o fármaco consegue ultrapassar o túbulo renal e voltar para o sangue. Então, a dependência ou não dos fármacos no túbulo renal vai depender do caráter da urina e do pkA do fármaco. Bruna Embacher Sanz ❥ Farmacologia Geral I - 4° Semestre - Uma fármaco ácido, em urina ácida, tende a ficar na forma não ionizada, lipossolúvel, voltando para o sangue. - Um fármaco básico, em urina básica tende a ficar na forma ionizada e assim tem que acidificar a urina do paciente (ácido ascórbico). → ESTADO DE EQUILÍBRIO E ELIMINAÇÃO DE FÁRMACOS: ● Steady state ou estado de equilíbrio estável: é o ponto em que a taxa de eliminação do fármaco é igual à taxa de biodisponibilidade, ou seja, é quando o fármaco encontra-se em concentração constante no sangue. ♥ Esquema de administração de doses: Quanto menores e mais frequentes as doses, mas se aproxima ao esquema de infusão contínua e menores as oscilações na concentração plasmática. → A: Infusão contínua é a melhor, pois consegue injetar doses que ficam constantes no plasma, pois atinge rapidamente seu estado de equilíbrio Medicações de dose única normalmente fazem o pico, e uma única dose tem efeito terapêutico , mas oscila muito, tem um pico muito grande no plasma. → Em geral, o estado de equilíbrio - steady state (taxa de biodisponibilidade = taxa de eliminação do fármaco) é alcançado após 3 a 5 meias-vidas. ♥ Clearance renal: taxa de eliminação do fármaco; medida da capacidade do organismo em eliminar um fármaco. Calculada pela capacidade de biotransformação de todos os órgãos metabolizados (depuração renal e depuração hepática) na unidade de tempo: [Clr = (Cu x Vu) / Cp] OBS: - A clearance vai ser alterada quando tem problema na eliminação ou biotransformação do fármaco. - Clearance ou depuração: é a medida da capacidade do organismo em eliminar um fármaco. Esta medida é dada pela soma da capacidade de biotransformação de todos os órgãos metabolizados. Assim, se um fármaco é biotransformado nos rins, fígado e pulmões, o clearance total é a soma da capacidade metabolizadora de cada um desses órgãos, isto é, a soma do clearance hepático com o clearance renal com o clearance pulmonar. Bruna Embacher Sanz ❥ Farmacologia Geral I - 4° Semestre Clr: Clearance renal; Cu: Concentração urinária; Cp: Concentração plasmática; Vu: Velocidade do fluxo urinário. → Em geral, o tempo para a eliminação do fármaco do organismo é de 5x sua meia-vida. → Contextualizando a farmacocinética: Caso Clínico 4 Lembra do senhor T.W.? Ele tinha uma neta, a K.W. K.W. estava extremamente chateada com o reaparecimento de convulsões que a deixava confusa, cansada e apática depois das crises e resolveu aumentar por conta própria a dose do medicamento. 5 dias após, começou a apresentar tremores, espasmos musculares e foi levada ao hospital com suspeita de intoxicação por altas doses de Oxcarbamazepina. 1. Levando em conta que a Oxcarbamazepina é um fármaco ácido, qual a estratégia terapêutica utilizada pela equipe médica para aumentar a excreção do fármaco? Por quê? R: Alcaliniza a urina, porque aumenta o grau de ionização do fármaco. 2. Considerando que a meia vida da Oxcarbamazepina é de aproximadamente 9h, qual o tempo esperado para que o organismo promova a eliminação completa de uma dose do fármaco? R: 9 X 5= 45 horas X 9 comprimidos= 405 horas. OBS: - Fosfato de potássio e ac. ascórbico para acidificar. - Bicarbonato de sódio para alcalinizar. FORMS 1. Um paciente alcoólatra decide procurar ajuda, e para ajudar no tratamento para parar de consumir bebidas alcoólicas é receitado DISSULFIRAM (inibidor enzimático), 125-250 mg/dia pela manhã durante dois meses, porémnão foi avisado ao médico responsável que por possuir asma fazia uso da TEOFILINA. No tratamento com o dissulfiram o paciente teve crises convulsivas, cefaléia, vômitos e cólicas abdominais. Com base no caso clínico é correto afirmar: a) o dissulfiram é um agente inibidor enzimático da teofilina, dessa forma há uma diminuição da biotransformação, aumento da concentração plasmática e assim a eliminação torna-se mais lenta aumentando a concentração deste no organismo. b) o dissulfiram é um agente inibidor enzimático da teofilina, dessa forma há uma diminuição da biotransformação, diminuição da concentração plasmática e assim a eliminação torna-se mais rápida diminuindo a concentração deste no organismo. c) o dissulfiram é um agente inibidor enzimático da teofilina, dessa forma há um aumento da biotransformação, aumento da concentração plasmática e assim a eliminação torna-se mais lenta aumentando a concentração deste no organismo. d) o dissulfiram é um agente inibidor enzimático da teofilina, dessa forma há um aumento da biotransformação, aumento da concentração plasmática e assim a eliminação torna-se mais rápida aumentando a concentração deste no organismo. 2. Um homem de 61 anos que sofria de epilepsia estava recebendo carbamazepina, um fármaco anticonvulsivante metabolizado para uma forma inativa pela isoenzima CYP3A4. Poucos dias atrás, o paciente sentiu uma azia irritante e começou a se automedicar com cimetidina, um inibidor da maioria das isoenzimas do citocromo P450. Qual dos seguintes eventos ocorreu provavelmente após alguns dias de tratamento com cimetidina? a) Os níveis plasmáticos de cimetidina diminuiram. b) O risco de toxicidade por overdose de carbamazepina aumentou. c) Os níveis plasmáticos de carbamazepina diminuíram. Bruna Embacher Sanz ❥ Farmacologia Geral I - 4° Semestre d) Os efeitos farmacológicos da carbamazepina diminuíram. 3. Paciente do sexo feminino sofre intoxicação com o fármaco X e é levado ao serviço de pronto atendimento, no qual recebe bicarbonato, de forma a alcalinizar o meio e aumentar sua excreção. O fármaco x é: a) Um ácido, que em meio básico se torna ionizado, hidrossolúvel e, portanto com maior excreção. b) Um ácido, que em meio básico se torna não-ionizado, hidrossolúvel e, portanto, com maior excreção. c) Uma base, que em meio básico se torna ionizado, hidrossolúvel e, portanto, com maior excreção. d) Uma base, que em meio básico se torna não-ionizado, hidrossolúvel e, portanto, com maior excreção. 4. No tratamento de tuberculose pulmonar da paciente J.H., uma das drogas receitadas pelo médico foi o antibiótico Rifampicina. Ao explicar as interações medicamentosas deste fármaco, o médico ressaltou a necessidade de se utilizar outros tipos de métodos contraceptivos além anticoncepcional. Isto porque a Rifampicina é um fármaco que interfere no metabolismo enzimático (enzimas da família CYP450) de anticoncepcionais, fato que resulta na diminuição da biodisponibilidade e do efeito do anticoncepcional. Baseados no caso podemos afirmar que a Rifampicina é um: a) Indutor enzimático do metabolismo da própria Rifampicina. b) Indutor enzimático do metabolismo do anticoncepcional. c) Inibidor enzimático do metabolismo do anticoncepcional. d) Fármaco que compete pela ligação com a albumina plasmática e desloca o anticoncepcional do sítio proteico. 5. Paciente com 20 anos, sexo feminino, jogadora de futebol amador, procurou o pronto socorro hospitalar reclamando de fortes dores na região abdominal, diarréia e vômito há 3 dias. Após exames laboratoriais a paciente foi diagnosticada com gastroenterite por Salmonella sp. O médico prescreveu o fármaco Sulfametoxazol + Trimetoprima (Bactrim®) à paciente visando a diminuição do crescimento bacteriano e metoclopramida (Plasil®) para aliviar algum dos sintomas apresentados pela paciente. Sabendo que o fármaco Sulfametoxazol + Trimetoprima é um ácido fraco, caso a paciente apresentasse intoxicação por superdosagem do mesmo, qual deveria ser o procedimento médico a fim de acelerar a excreção do fármaco? a) Alcalinização da urina, pois isto diminuiria a ionização do fármaco e este sob a forma não ionizada apresenta característica lipossolúvel, sendo facilmente reabsorvido através do túbulo renal. b) Acidificação da urina, pois isto promoveria a ionização do fármaco e este sob a forma ionizada apresenta característica hidrossolúvel, sendo facilmente eliminado pela urina. c) Acidificação da urina, pois isto diminuiria a ionização do fármaco e este sob a forma não ionizada apresenta característica lipossolúvel, sendo facilmente reabsorvido através do túbulo renal. d) Alcalinização da urina, pois isto promoveria a ionização do fármaco e este sob a forma ionizada apresenta característica hidrossolúvel, sendo facilmente eliminado pela urina. Questões Norteadoras Metabolização e Excreção 1. Qual é a função do metabolismo de fármacos? 2. Como pode variar a atividade de um metabólito em relação ao fármaco original? 3. Quais são os locais de metabolismo de fármaco? 4. Quais enzimas estão envolvidas no metabolismo de fármacos? 5. O que são enzimas promíscuas e quais as consequências da falta de seletividade das CYPs 6. Qual a diferença entre o metabolismo de 1ª fase e de 2ª fase? 7. Quais são as principais vias de excreção? 8. Qual a diferença entre os processos de excreção renal? 9. Quais os fatores que interferem na excreção urinária? Bruna Embacher Sanz ❥
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