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Contenção Física de Equinos As formas de contenção física têm a função de restringir, a atividade física do animal, para avalia-lo ou executar algum procedimento, como curativo, administração de medicamento, exames, entre outros. Deste modo a contenção física ainda tem seus objetivos principais, sendo eles: • Proteger o examinador, o auxiliar e o animal • Facilitar o exame físico • Evitar fugas e acidentes como fraturas • Possibilitar procedimentos diversos (medicação injetável, curativos, cateterizarão, exames radiográficos, coleta de sangue etc.). É importante realizar as contenções físicas com muita calma e paciência, sem fazer movimentos violentos ou bruscos, pois podem alterar significativamente os parâmetros vitais por conta do estresse causado ao animal. Assim, a socialização com o paciente é importante, pois muitas vezes uma abordagem feita de modo errado pode ser fatal, ou gerar um comportamento não cooperativo por parte do animal, que prejudicara no diagnóstico. Também deve-se tentar ganhar a confiança do paciente, conversando, chamando o animal pelo nome, acariciando e oferecendo alimentos apetitosos. Além disso recomenda-se iniciar a contenção mais simples para a espécie, por exemplo para os equinos usar o cabresto, e depois, se necessário usar métodos mais radicais. Quando for trabalhar e/ou abordar um equino, deve-se antes observar seu comportamento, para tentar ter a ideia de sua reação e como vai corresponder, como coises e mordidas. Para pegar um equino deve-se se aproximar pela esquerda do animal, por conta da colocação de equipamento, como arreios e sela ser por este lado. Quando o cavalo é mais cooperativo é mais fácil de pega-lo, mantendo o cabresto e/ou uma corda de modo estendido, aproximando-se lentamente e com calma, quando essa aproximação for admitida, pode-se fazer a abordagem do animal, acariciando o dorso do animal, logo em seguida, passa-se o braço ao redor do pescoço esquerdo, colocando o cabresto ou a corda. Existe animais que estranhem esse procedimento, neste caso, o cavalo pode ser tocado para um canto da cerca, que facilitara a captura. Se possuir vários animais juntos, é mais fácil conduzir todos para um brete ou piquete e depois isolar o animal escolhido. Em piquetes grandes, o animal pode não admitir a aproximação, pois possibilita a fuga. Quando animal estiver em piquete, o lançamento de uma corda comprida poderá deixa-lo relativamente imóvel, dando a impressão de que ele tem a sensação de que já foi capturado. Esse comportamento pode ser semelhante quando os animais estão em locais fechados e pequenos. Mesmo a captura ser teoricamente mais fácil ela acaba se tornando mais perigosa para o examinador ou auxiliar, pela maior dificuldade de escapar de possíveis coices ou manotadas. Nessas situações, a porta não pode estar completamente fechada, de modo que possibilite a saída do veterinário, mas não do animal. Inicialmente, deve-se colocar uma das mãos em um dos lados da garupa do cavalo, a fim de impedir que ele desvie a sua traseira em direção ao veterinário ou tratador. Alguns equídeos quando vão ser contidos, podem tentar morder a pessoa que estiver próximo de sua cabeça, por exemplo o examinador, proprietário ou o tratador, assim a colocação do buçal ou do cachimbo neste caso ajudara a manipulação. Animais mansos podem ser contidos utilizando apenas as mãos, segurando as orelhas, os lábios, as crinas, ou pele do pescoço. Mas os potros que não são acostumados com o manejo de pessoas podem ser mais perigosos, podendo coicear e morder. A contenção dos potros em pode ser feita posição quadrupedal, posicionando-se ao seu lado e passando-se uma das mãos em volta da musculatura peitoral, e a outra por trás da coxa ou na base da cauda, suspendendo-a. Animais mais bravos/rebeldes, devem ser contidos por meios mais eficientes, como focinheira, bridão, cachimbo e ou rosário ou colar. Os animais nunca devem ser amarrados pelo pescoço, pois se acidentalmente ter uma queda ou tentar fugir pode se asfixiar, levando-o a óbito. Também tem que cuidar quando colocar cavalos em locais baixos, porque podem se assustar com barulhos e se movimentar bruscamente e saltar, atingindo a cabeça e promover um traumatismo craniano grave. Equinos mais calmos e que não são muito fortes é mais fácil e eficaz de conte-lo, agarrando a pele do animal na base do pescoço e realizando uma rotação firme. Um instrumento que é muito usado em animais não cooperativos é o cachimbo ou pito, porque a sua passagem pelo lábio inferior ou superior, com posterior torção, trará dor considerável, que obriga o animal a se manter quieto. Quando usado o examinador deve assegurar o controle da cabeça do animal, mantendo o pescoço apoiado com o antebraço, o que possibilitará melhor posicionamento para resistir a possíveis manobras por parte do animal. Esse procedimento é mais bem realizado segurando-se o cabresto com a mão oposta. Cobrir os olhos do animal com as mãos ou com um saco de estopa, como se fosse um capuz pode ajudar na contenção para examinar o animal. Mas tem animais que não deixam colocar o cachimbo, ou quando é colocado se irritam e suam muito. Deste modo, é possível conter esses animais ao segurar manualmente a orelha, evitando a passagem do cachimbo na orelha, pois poderá causar dado a cartilagem aural, causando uma alteração irreversível. Para colocar o cachimbo deve-se segurar o cabo do cachimbo com a mão que tenha maior firmeza e agilidade, colocar os dedos da mão oposta sob a laçada e segure o lábio superior, elevando-o discretamente, deslizar a laçada por entre os seus dedos, envolvendo o máximo que puder o lábio superior, apertar a laçada rapidamente com a mão com a qual segura o cabo do cachimbo e ficar atento para possíveis reações do animal. Outro meio de conter o animal é levantar um membro anterior (mão de amigo) ou posterior (pé de amigo), tirando o seu apoio. Para proceder com a contenção do membro anterior, deve-se dar leves tapinhas no pescoço ou no dorso do animal para distrai-lo, com uma das mãos, deve desviar o peso do animal para o lado oposto ao que vai levantar, posicione a sua outra mão na região do boleto e levante o metacarpo rapidamente em direção ao seu antebraço, mantenha o corpo do animal desviado para o lado oposto do membro suspenso e acompanhe com cuidado os movimentos do animal. Já para fazer a contenção do membro posterior de equinos, deve-se posicionar-se de costas para as partes anteriores do animal e com uma das mãos, também desviar o peso do animal para o lado oposto do que vai ser levantado, coloque a outra mão na região do boleto, levante o metatarso e desvie o membro para frente ou para trás, se for desviado para trás coloque-o sobre a perna e descanse-o na coxa ou também pode ser feito utilizando cordas. Na elevação dos membros posterior, os animais não aguentam por muito tempo, então deve-se deixá-los descansar em intervalos regulares. Quando se vai trabalhar com éguas, em casos de cobertura, passagem de espéculos ou vaginoscópios, que precise intervir na parte superior do animal, precisa-se conter aos dois membros traseiros, podendo usar duas cordas que são fixadas por nós corrediços nas canelas ou quartelas, com ou sem caneleiras, trazendo-as para frente, cruzando sob o peito e puxadas para cima, passando pelos dois lados do pescoço e por fim amarrando na altura da cernelha. Quando não ter as caneleiras, é ideal passar faixas, para proteger o animal de lacerações na pele e/ou lesões nos tendões e ligamentos. Derrubamento de equinos Método dos travões Podem ser usadas caneleiras ou travões, argolas ou anéis, que são um jogo de quatro correias de tamanho pequeno (4 a 6 cm de largura), geralmente feitas de couro cru, grossas e resistentes. Uma das extremidades contém uma forte fivela fixa que prende a caneleira no membro. A corda a ser puxada pelos auxiliares serve, também,para unir as caneleiras e desequilibrar o animal, devendo ser, portanto, resistente e comprida (cerca de 10 m). O animal deve ser conduzido para o local de derrubamento, obrigatoriamente macio (grama, areia, maravalhas, serragem etc.), livre de objetos contundentes ou perfurantes. Colocam- se as peias nos quatro membros do animal, em região acima do boleto. Fixa-se a corda na caneleira-mestra e passa-se a corda por entre as argolas das caneleiras traseiras, do membro anterior oposto e, por fim, pelo anel da caneleira-mestra. As argolas dos membros anteriores são colocadas para trás e as dos membros posteriores para a frente. Puxa-se a corda nessa direção. Os ajudantes devem ser posicionados na cabeça do animal, segurando a focinheira ou o cabresto (para evitar traumatismo e direcionar a queda do animal), na escápula (para empurrar o animal e tirar-lhe o equilíbrio) e, outro, na cauda, para diminuir o impacto do corpo do animal contra a cama ou chão protegido. A corda, uma vez tracionada, aproximará os membros do animal, desequilibrando-o, derrubando-o para o lado em que é impelido pelos ajudantes colocados na cabeça, na escápula e na cauda. A derrubada deve ser sincrônica, com os auxiliares atuando conjuntamente e ao mesmo tempo. Deve-se conduzir a queda contando alto: um, dois e… três, e, coordenadamente, realizar-se o derrubamento. Uma vez o animal no chão, trata-se logo de manter os travões reunidos e a cabeça pressionada contra a cama, para evitar que o animal se levante (FEITOSA, 2020). Método antigo É um dos processos de derrubamento mais fáceis de execução. No meio de uma corda bem comprida (10 m), arma-se um anel que fica colocado na base do pescoço; as duas extremidades, cruzando sobre o pescoço, passam de volta por dentro do anel, dirigem-se para trás, contornam as quartelas posteriores e são trazidas e puxadas diretamente para trás, ou passam novamente pelo anel do pescoço, e são direcionadas para trás (FEITOSA, 2020). Método nacional Este método também é eficiente e, assim como o antigo, apresenta a vantagem de utilizar apenas uma corda para a sua realização. É feito passando-se o meio de uma corda comprida sobre o pescoço, bem em sua base, de maneira que permaneça à frente da musculatura peitoral, deixando as duas extremidades com o mesmo comprimento. Passam-se ambas as extremidades das cordas por baixo do pescoço e por entre os membros anteriores e, então, pela região do boleto de ambos os membros posteriores, transpassando cada ponta da corda por entre a corda que envolve o pescoço, do respectivo lado. As duas extremidades são direcionadas para a região posterior do animal e, assim, são tracionadas ou puxadas por dois auxiliares. A presença de um ajudante na parte da cabeça do animal é importante e não deve ser desprezada (FEITOSA, 2020). Referência FEITOSA, Francisco Leydson F. Semiologia Veterinária - A Arte do Diagnóstico. 4ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2020
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