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Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade

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Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do estado
Daniele Costa Souza dos Santos
A responsabilidade do Poder Público não existirá ou será atenuada quanto a conduta da
Administração
Pública não der causa ao prejuízo, ou concorrerem outras circunstâncias que possam
afastar ou mitigar
sua responsabilidade. Em geral, são chamadas causas excludentes da responsabilidade
estatal; a força
maior, o caso fortuito, a culpa exclusiva da vítima e a culpa de terceiro.
Nestes casos, não existindo nexo de causalidade entre a conduta da Administração e o
dano ocorrido,
a responsabilidade estatal será afastada.
A força maior pode ser definida como um evento previsível ou não, porém excepcional e
inevitável.
Em regra, não há responsabilidade do Estado, contudo existe a possibilidade de
responsabilizá-lo
mesmo na ocorrência de uma circunstância de força maior, desde que a vítima comprove
o
comportamento culposo da Administração Pública. Por exemplo, num primeiro momento,
uma enchente
que causou danos a particulares pode ser entendida como uma hipótese de força maior e
afastar a
responsabilidade Estatal, contudo, se o particular comprovar que os bueiros entupidos
concorreram para
o incidente, o Estado também responderá, pois a prestação do serviço de limpeza pública
foi deficiente.
O caso fortuito é um evento imprevisível e, via de consequência, inevitável. Alguns autores
diferenciam-no da força maior alegando que ele tem relação com o comportamento
humano, enquanto a
força maior deriva da natureza. Outros, atestam não haver diferença entre ambos.
A regra é que o caso fortuito exclua a responsabilidade do Estado, contudo, se o dano for
consequência
de falha da Administração, poderá haver a responsabilização. Ex: rompimento de um cabo
de energia
elétrica por falta de manutenção ou por má colocação que cause a morte de uma pessoa.
Nos casos em que está presente a culpa da vítima, duas situações podem surgir:
a) O Estado não responde, desde que comprove que houve culpa exclusiva do lesado;
b) O Estado responde parcialmente, se demonstrar que houve culpa concorrente do
lesado para a
ocorrência do dano.
Em caso de culpa concorrente, aplica-se o disposto no art. 945 do Código Civil:
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua
indenização será
fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
A culpa de terceiro ocorre quando o dano é causado por pessoa diferente da vítima e do
agente público.
Observe-se que cabe ao Poder Público o ônus de provar a existência de excludente ou
atenuante de
responsabilidade.
Responsabilidade Judicial: Também chamada de responsabilidade civil por ato do
Judiciário. A regra
é a irresponsabilidade, ou seja, o Estado não responde pelos atos do Poder Judiciário. Há,
contudo, uma
única exceção prevista no art 5.º, inc. LXXV, da Constituição Federal, veja-se:
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso
além do
tempo fixado na sentença;
O erro judicial configura-se quando a sentença é dada além dos limites fixados no
ordenamento
jurídico. Quando a sentença é reformada em segunda instância, não há erro judicial.
A motivação da decisão serve para verificar se a sentença ultrapassa seus limites
(consiste em
mencionar o dispositivo legal aplicável e relacionar os fatos que concretamente levaram à
sua aplicação).
Se a pessoa fica presa além do tempo fixado na sentença, o Estado é sempre
responsabilizado não
importando que a pessoa não tenha ingressado com a ação competente para a soltura no
momento
cabível. Sequer pode-se falar em culpa concorrente, visto que é obrigação do Estado
libertar a pessoa
após o cumprimento da pena.
Responsabilidade Legislativa: Também chamada de responsabilidade civil por ato do
Legislativo. A
regra é que não haja responsabilização do Estado, havendo, porém três exceções:
- O Estado responde por leis inconstitucionais que causarem prejuízos a terceiros, desde
que a
inconstitucionalidade tenha sido declarada pelo Supremo Tribunal Federal em sede de
controle
concentrado de constitucionalidade
- O Estado responde pela omissão legislativa, ou seja, quando havia o dever de editar uma
lei e o
Poder Legislativo não a fez de forma que essa omissão causou dano a alguém.
- Quando tratar-se de lei de efeito concreto, a saber, aquelas que destinam-se a regular
especificamente uma situação, ex: leis orçamentárias. Nesse caso, havendo dano, há o
dever de
indenizar.
Responsabilidade dos Agentes Públicos: Com relação à responsabilidade dos agentes
públicos,
podemos considerar que ao realizar funções públicas, os servidores públicos não estão
desobrigados de
se responsabilizar por seus atos, podendo ser os atos públicos quanto aos atos
administrativos, além dos
atos políticos, dependendo de sua função, cargo ou emprego.
Para a atividade administrativa, este tipo de responsabilidade é indispensável, ou seja,
enquanto existir
exercício irregular de direito ou poder, a responsabilidade deve constar. Desta forma,
mantem-se a
soberania e autenticidade dos órgãos públicos.
O entendimento pacificado do STF31 compreende que não é possível a propositura
diretamente em
face do agente público causador do dano. Isso se dá, pelo fato que a Constituição Federal,
em seu artigo
37, §6º, garante ao particular lesado o direito de ser indenizado pelos prejuízos que
sofreu, concedendo
ao agente a garantia de só ser cobrado pelo Estado. Com isso, denominou-se a teoria da
dupla garantia
(garantia à vítima e ao agente).
Art. 37. § 6° - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Não se admite a propositura de ação per saltum da pessoa do agente, com base no
princípio da
impessoalidade, já que não existe qualquer relação entre o agente público e o particular
que foi lesado,
pelo fato que quando o agente causou o prejuízo, não o fez na condição de particular, mas
sim em nome
do Estado.
O Estado terá direito de regresso contra o responsável, quando reparar o dano, ou seja,
terá o direito
de recuperar o valor da indenização, juntamente com o agente que causou o dano.
Efetivamente, o direito de regresso, em sede de responsabilidade estatal, configura-se na
pretensão
do Estado em buscar do seu agente, responsável pelo dano, a recomposição do erário,
uma vez
desfalcado do montante destinado ao pagamento da indenização à vítima. Nesse aspecto,
o direito de
regresso é o direito assegurado ao Estado no sentido de dirigir sua pretensão
indenizatória contra o
agente responsável pelo dano, quando tenha este agido com culpa ou dolo.
A lei dos Servidores Públicos Federais a famosa 8.112 de 90, vem e determina que o
agente público
responde administrativo, penal e civilmente quando praticar irregularidades.
Afirma Alexandre Mazza, “Essa tríplice responsabilidade decorre de ato omissivo ou
comissivo, doloso
ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Assim, o Estatuto reforça a
aplicação da
teoria subjetiva para apuração da responsabilidade do servidor nas três esferas. Em
princípio, os três
processos para apuração das responsabilidades civil, penal e administrativa são
independentes, razão
pela qual as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se. Entretanto, o
art. 126 da Lei n.
8.112/90, afirma que a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso
de absolvição
criminal que negue a existência do fato ou sua autoria”.
Importante destacar que o art. 122, § 2º, do Estatuto prescreve que, em se tratando de
dano causado
a terceiros, o servidor responderá perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. Assim,
a Lei n.
8.112/90 não admite propositura de ação indenizatória diretamente contra a pessoa do
servidor público,
pois vincula sua responsabilizaçãoà ação regressiva.

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