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PATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA - aula 2 - necrose e morte celular

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Luanna Borges – Med 104 
LESÃO E MORTE CELULAR 
PATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA – AULA 2 – 
CAUSAS DAS DOENCAS: 
➔ A maioria das doenças decorre de fatores ambientais, mas está cada vez mais claro que várias doenças possuem 
uma base multifatorial e são o resultado de interação entre fatores ambientais e genéticos. As agressões 
ambientais vão agir em cima de um ser que tem sua própria genética. 
CAUSAS DA LESÃO E MORTE CELULAR: 
➔ A lesão pode ser definida como uma influência nociva que perturba a capacidade da célula para manter uma 
homeostase normal ou adaptativa. 
 
SITUAÇÕES CAPAZES DE CAUSAR LESÃO E MORTE CELULAR: 
1. HIPÓXIA 
É uma situação bastante comum de acontecer, provocando diversas lesões no organismo. 
Hipóxia significa oxigenação prejudicada (pouca oxigenação) para a célula. Pode acontecer de duas maneiras 
diferentes: 
➔ PERDA DO SUPRIMENTO SANGUÍNEO (ISQUEMIA, ARTERIOSCLEROSE, TROMBO): O oxigênio é ofertado as células 
do organismo através da hemoglobina, formando o composto oxiemoglobina. Para haver oxigenação das células, 
é necessário que se tenha irrigação sanguínea. A perda de um suprimento sanguíneo devido a uma placa de 
ateroma (aterosclerose), devido a uma trombose, a uma isquemia, prejudica a chegada de sangue nas células, 
consequentemente prejudicando a oxigenação dessas células. 
➔ DEPLEÇÃO DA CAPACIDADE CARREADORA DE OXIGÊNIO DO SANGUE (ANEMIAS, ENVENENAMENTO POR 
MONÓXIDO DE CARBONO - CO): a irrigação sanguínea está se fazendo, mas com um sangue de qualidade 
inadequada, como por ex. em grandes anemias. Em grandes anemias, o suprimento sanguíneo é feito 
normalmente, mas o sangue é de qualidade inadequada, pois é um sangue com pouca hemoglobina, então carrega 
pouco O2 para as células. No caso do envenenamento pelo CO, como acontecem em acidentes industriais, nosso 
organismo quando é exposto ao CO, o CO tem afinidade pela hemoglobina muito maior do que o O2, então diante 
de uma exposição ao CO, ele desfaz o complexo oxiemoglobina, formando o composto carboxiemoglobina, dessa 
maneira não acontece a oxigenação das células e tecidos, pois todo o O2 é empurrado da hemoglobina. É uma 
causa de morte súbita. 
 
2. LESÕES FÍSICAS 
São lesões físicas que podem provocar lesão e morte celular 
➔ TRAUMATISMOS: lesa a célula por ação contundente direto. Por ex. uma batida que a pessoa da na maçaneta da 
porta. Ação contundente direta do agente físico sobre a célula. 
➔ TEMPERATURAS: nosso organismo é adaptado a viver sob uma certa variação de temperatura. Tanto as 
temperaturas altas quanto baixas são capazes de provocar lesão e morte celular. Temperaturas baixas podem 
provocar lesão e morte celular, principalmente em extremidades – nariz, dedos das mãos, orelha - em pacientes 
que trabalham em câmaras frigorificas por ex. Em temperaturas elevadas, como em incêndios, a pessoa pode 
morrer sem ter sido queimada pela chama, apenas pelo excesso de calor pela área do incêndio. 
➔ RADIAÇÕES: usinas atômicas quando vazam reatores e emitem elementos radioativos. Nos indivíduos submetidos 
a essa exposição a radiação, as lesões podem gerar consequências anos depois. 
➔ CHOQUE ELETRICO: pode provocar lesão e morte celular dependendo das tensões da energia elétrica. 
 
Luanna Borges – Med 104 
3. LESÕES QUIMICAS 
Agentes químicos capazes de causar lesão e morte celular 
➔ POLUENTES DO AR: a poluição ambiental, atmosférica é capaz de provocar um grupo de doenças, dependendo 
da ocupação profissional do paciente, chamadas de pneumoconioses, a mais popular é chamada de antracose 
(inalação de partículas de carvão do ambiente. Essas partículas inaladas são fagocitadas pelos macrófagos 
alveolares e se depositam no parênquima pulmonar, dando o pigmento antracótico. A antracose pode ser banal, 
sendo decorrente da poluição ambiental, mas pode ser mais severa, acometendo pacientes que trabalham em 
minas de carvão, provocando sério comprometimento da função respiratória). 
➔ INSETICIDAS: comumente aplicados nos ambientes domésticos, são absorvidos pelas nossas mucosas ou pela pele 
provocando lesão e morte celular no organismo. São nocivos não só para o inseto que você quer exterminar, como 
também para quem aplica o inseticida dentro da residência. 
➔ HERBICIDAS: são os agrotóxicos. O herbicida tem duas situações: 
• 1°: ele pode provocar lesão e morte celular no indivíduo que está aplicando o herbicida da lavoura. 
• 2°: o herbicida aplicado na verdura e legume vai para o mercado. Se a pessoa não fizer uma boa higienização 
desses alimentos, ao consumi-los, o agrotóxico poderá provoca as mais variadas lesões celulares no 
organismo. 
➔ MERCÚRIO: metal mercúrio, muitos pensam que não existe na natureza. Ainda existe o garimpo no Norte e 
Nordeste e muitos utilizam o mercúrio da seguinte forma: o garimpeiro leva o mercúrio porque ele o utiliza para 
separar o que presta do que não presta. O que não presta fica aderido no mercúrio. O que ficou aderido junto ao 
mercúrio, o garimpeiro joga isso nos rios. O que é preciso é separado. O mercúrio jogado no rio vai contaminar os 
mananciais que vão provocar lesão e morte celular em quem consumir aquela água. 
➔ ASBESTOS: é um elemento altamente cancerígeno. É usado na fabricação de telhas de amianto. Quem tem contato 
com a fibra de asbesto tem probabilidade de desenvolver câncer de pulmão 10x maior do que uma pessoa que 
não tenha contato com o asbesto. 
➔ ÁLCOOL: pode provocar lesão celular por agressão direta na mucosa gastrointestinal (esôfago, estomago e 
intestino). Em quantidades elevadas pode ser absorvido e provocar lesão nas células hepáticas, lesão chamada 
esteatose. Causa lesão e morte celular por ação direta e/ou após a sua absorção. 
➔ NARCÓTICOS: são medicamentos que tendem a atuar no SNC. São feitos para isso, então tem indicação na 
neurologia e psiquiatria. Em doses elevadas podem provocar lesão e morte celular. 
➔ MEDICAMENTOS: analgésicos, anti-inflamatórios, AAS, corticoides, podem provocar lesão a nível de estômago, 
erosão na mucosa do estômago, com sangramentos. Podem provocar lesão a nível de mucosa gastrointestinal, 
podendo causar hemorragias. Muitas vezes são desencadeantes da morte do paciente dependendo da sua 
intensidade. 
 
4. AGENTES BIOLÓGICOS 
➔ Bactérias, vírus e fungos provocam lesões celulares, muitas vezes provocando a morte das células. 
➔ BACTÉRIAS: tem a capacidade de secretar toxinas que podem provocar lesão nas células e tecidos do organismo. 
➔ VÍRUS: são parasitas intracelulares obrigatórios. O vírus, para sua sobrevivência, necessita de estar parasitando 
uma célula, onde vai se replicar. Várias doenças provocadas por vírus (dengue, sarampo, HIV). 
➔ FUNGOS: provocam as micoses. Essas podem ser de dois tipos: micoses superficiais que atingem pele e mucosa. 
E as micoses profundas que podem atingir vísceras/órgãos. 
 
5. LESOES INDUZIDAS POR MECANISMOS IMUNES: 
➔ São as doenças autoimunes. Não são transmissíveis, são doenças em que o próprio organismo reconhece uma 
estrutura como antigênica, provoca a reação antígeno-anticorpo depositando nos tecidos e provocando as lesões 
celulares. Ex. artrite reumatoide, Lúpus Eritematoso Sistêmico, esclerodermia, glomerulonefrites. 
 
Luanna Borges – Med 104 
6. DEFEITOS GENÉTICOS: 
➔ Problema De Cromossomos. Ex. Síndrome De Down. 
 
7. LESOES POR DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS: 
➔ NUTRIÇÃO EXAGERADA/SUBNUTRIÇÃO: a nutrição excessiva do organismo é capaz de provocar lesão e morte 
celular. Como podemos ver na obesidade mórbida, causada por excesso de agentes nutricionais. 
➔ DESNUTRIÇÃO: A nutrição inadequada, quando o indivíduo não ingere o mínimo possível para seu sustento causa 
lesão e morte celular 
LESÕES REVERSÍVEIS – DEGENERAÇÕES 
Como lesões reversíveis, temos as degenerações. Aqui, não existe morte celular. Há uma lesão celular, uma alteração 
nessa célula, mas que não provocou sua morte. É uma lesão reversível, em que aagressão não foi capaz de provocar 
a morte da célula. Há alteração da célula, mas ela permanece viva. A célula tem a probabilidade de se recuperar. Dois 
tipos: 
➔ TUMEFAÇÃO CELULAR - DEGENARÇÃO HIDRÓFICA: Caracterizada por um acumulo de liquido/água no citoplasma 
da célula. A célula fica malonizada, tumefeita. 
➔ DEGENERAÇÃO GORDUROSA: caracterizada por acumulo de gordura no citoplasma da célula. 
Aqui, vemos um fígado vítima de degeneração gordurosa. A consistência do 
parênquima hepático fica diminuída, o fígado fica amolecido porque há nos 
hepatócitos um acúmulo de gordura que empurra o núcleo do hepatócito para a 
periferia, como vemos na microscopia. Na macroscopia, vemos que o fígado fica 
aumentado de volume, consistência macia diminuída e coloração amarelada. 
Na microscopia, vemos o citoplasma dos 
hepatócitos branco porque o que tem no 
citoplasma é gordura. o núcleo rechaçado para a periferia. O fígado da 
degeneração gordurosa é o fígado da esteatose hepática. 
A esteatose hepática tem duas causas bem definidas, uma delas é o uso 
excessivo de álcool na dieta. O alcoolismo leva a uma degeneração gordurosa 
do fígado. Outra causa de degeneração gordurosa é a desnutrição, graus 
severos de desnutrição são capazes de provocar degeneração gordurosa. 
Essas duas causas estão bem estudadas. 
Causas de degeneração gordurosa: alcoolismo e desnutrição. 
Com o surgimento da ultrassonografia, pode-se diagnosticar pacientes com graus variados de degeneração no fígado 
que não são alcoólatras e nem desnutridos. Isso está sendo estudado. Pacientes que desenvolvem degeneração 
gordurosa no fígado, em graus definidos pela ultrassonografia, que não são desnutridas ou alcoólatras. Ainda não se 
chegaram a uma conclusão definitiva sobre o porque isso acontece em pacientes que não são alcoólatras ou 
desnutridos. 
NECROSE – LESÃO IRREVERSÍVEL 
Como lesão irreversível temos a necrose. Quando a lesão na célula foi muito grande e ultrapassou a capacidade dela 
de suportar a agressão a célula morre. Depois que morreu, a célula não tem retorno. 
A célula que sofreu necrose/morte foi vítima de uma agressão que não suportou. Do ponto de vista nuclear apresenta 
3 situações diferentes: 
➔ ALTERAÇÕES NUCLEARES: são representações nucleares de células que necrosaram 
• PICNOSE: uma célula com um núcleo muito pequeno. É uma célula necrótica cujo núcleo está muito 
pequenininho, muito diminuído. 
Luanna Borges – Med 104 
• CARIORREXIS: quando o núcleo da célula necrótica se fragmenta. É o núcleo fragmentado. 
• CARIÓLISE: desaparecimento do núcleo. 
Picnose, cariorrexis e cariólise são representações nucleares de células necróticas. 
TIPOS DE NECROSE 
➔ NECROSE DE COAGULAÇÃO/ ISQUÊMICA: acontece nos rins, no coração, suprarrenais. Acontece a coagulação das 
proteínas citoplasmáticas, provocando morte celular. Também conhecida por necrose isquêmica. Tipo mais 
comum de necrose. 
➔ NECROSE DE LIQUEFAÇÃO/LIQUEFATIVA: é típica do SNC. O SNC a sustentação desse tecido é dada pelas células 
da glia, quando ocorre morte das células do SNC, elas desmancham, se liquefazem. Qualquer necrose que 
aconteça no SNC é necrose liquefativa. No SNC não existe outra necrose. Qualquer necrose que aconteça no SNC, 
seja por qualquer causa, será necrose liquefativa. No entanto, a necrose liquefativa não é exclusiva do SNC. A 
necrose liquefativa pode ocorrer em outros tecidos. Por ex. se houver uma pneumonia grave, provocada por um 
microrganismo muito agressivo, ele é capaz de destruir e de liquefazer o tecido pulmonar afetado. É típica do SNC, 
mas não exclusiva do SNC. O que causa a morte no SNC é a falta de sustentação do tecido, o SNC não tem 
sustentação e se desmancha pela agressão sofrida, em outros tecidos como o pulmão é pela agressividade do 
microrganismo que destrói e desmancha a célula afetada. 
➔ NECROSE DO TECIDO ADIPOSO: por ex. o pâncreas é muito rico em tecido gorduroso, não somente a sua volta, 
mas também no parênquima pancreático. Necrose de tecido adiposo ás vezes é visto na mama, numa mama que 
sofre um trauma, principalmente a mama feminina que é mais volumosa. O parênquima mamário é rico em tecido 
adiposo. A necrose de tecido de adiposo recebe o nome de ESTEATONECROSE. 
➔ NECROSE CASEOSA: é um tipo especial de necrose coagulativa. É típica da tuberculose, onde quer que haja 
tuberculose no organismo, essa necrose será do tipo caseosa. Esse termo vem do latim “caseum”, comparam esse 
termo com o aspecto de queijo derretido/fundido. Olhando uma lamina no microscópio, se houver um tecido com 
necrose de caseificação/caseosa, a área onde há necrose é totalmente substituído por material róseo, hialino. 
Não há como ver esboço celular nenhum, não dá para ver estrutura nenhuma, o que vemos é uma mancha rosa 
eosinofílica. Diferente da necrose de coagulação, vista nos rins, coração, em que há como ver que a área está 
necrosada, mas enxerga o esboço das estruturas que ali estão, por ex. se vemos um rim, com uma área de necrose 
do parênquima renal, será possível ver que a área está necrosada, mas da para perceber que é uma área que existe 
túbulos renais por ex, ou seja, é possível visualizar o arcabouço celular. Porem, se for um rim com uma necrose 
caseosa, na área de necrose, não dá para ver esboço de estrutura nenhuma, é visto apenas uma mancha de 
coloração rosa. 
➔ NECROSE GANGRENOSA: esse tipo é reservado para a necrose de extremidades. Muito mais comum em membros 
inferiores, mas podem acontecer na ponta do nariz, orelha, nos dedos mãos. Gangrena é uma necrose isquêmica 
de extremidades. 
 
NECROSE ISQUEMICA/DE COAGULAÇÃO 
Vemos um corte de rim. Essa área clara é de necrose de coagulação/isquêmica. A área 
clara mais estreita é onde aconteceu a oclusão vascular e a área mais larga é voltada 
para a periferia. A área clara deixou de chegar sangue, como não teve irrigação 
sanguínea, não aconteceu oxigenação das células e aconteceu necrose celular/ morte 
celular/ lesão celular irreversível. 
 
 
Corte de baço. Essas áreas claras deixaram de receber irrigação sanguínea, não chegou 
oxigênio, aconteceu a morte celular. 
 
 
Luanna Borges – Med 104 
 
Alças intestinais escurecidas por falta de irrigação sanguínea. Necrose isquêmica ou de 
coagulação. necrosou, tem que ressecar as alças e refazer o trânsito intestinal com o 
que restou de intestino integro. 
 
 
NECROSE DE LIQUEFAÇÃO 
Um corte de cérebro. Área de coloração amarelada mais escura é área de necrose 
isquêmica. Só que necrose isquêmica no cérebro provoca necrose isquêmica de 
liquefação. 
 
 
 
 
NECROSE CASEOSA 
Todo esse pulmão praticamente tomado por tuberculose. Toda essa área amarelada 
tem aspecto de queijo fundido/derretido. Necrose caseosa, típica de acontecer na 
tuberculose. 
 
 
 
NECROSE GANGRENOSA 
Na gangrena temos duas situações: 
➔ GANGRENA ÚMIDA: quando na área necrosada, na área da gangrena acontece proliferação de microrganismos, a 
gangrena fica exudativa. 
 Nessa gangrena teve-se que fazer a amputação do membro. 
 
➔ GANGRENA SECA: quando na área de gangrena não existe proliferação de microrganismo.

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