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Renato Carlos Zambon Ronan Cleber Contrera Theo Syrto Octavio de Souza Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental PHD2412 - Saneamento II CAPTAÇÃO DE ÁGUAS É um conjunto de estruturas e dispositivos, construídos ou montados junto a um manancial, para a retirada de água destinada a um sistema de abastecimento. Superficiais: córregos, rios, lagos, represas Subterrâneas: aquíferos freático e artesiano 2 CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS As obras de captação devem ser projetadas e construídas para: Funcionar ininterruptamente em qualquer época do ano Permitir a retirada de água para o sistema de abastecimento em quantidade suficiente e com a melhor qualidade possível Facilitar o acesso para a operação e manutenção do sistema 3 MANANCIAL SUPERFICIAL Manancial: fonte para o suprimento de água Mananciais superficiais: córregos, rios, lagos, represas 4 MANANCIAL SUPERFICIAL Requisitos mínimos dos mananciais: Aspectos quantitativos Vazões Aspectos da qualidade Físico Químico Biológico Bacteriológico 5 MANANCIAL SUPERFICIAL Principais fatores que alteram a qualidade da água dos mananciais: Urbanização Erosão e assoreamento Desmatamento e supressão da mata ciliar Recreação e lazer Indústrias e minerações Resíduos sólidos Atividades e resíduos agrícolas Esgotos domésticos Cargas difusas Acidentes 6 MANANCIAL SUPERFICIAL Medidas de Controle Caráter corretivo medidas que visam corrigir uma situação existente, para melhorar a qualidade das águas Caráter preventivo medidas que evitam ou minimizam a piora na qualidade das águas 7 MANANCIAL SUPERFICIAL Controle Corretivo Implantação de ETEs nas fontes poluidoras localizadas na bacia hidrográfica do manancial Medidas aplicadas ao manancial Eliminação de microrganismos patogênicos Remoção de algas Combate a insetos, crustáceos e moluscos Remoção do lodo e sedimentos Aeração da água Eliminação da vegetação aquática superior Instalação de ETA adequada à qualidade da água bruta 8 MANANCIAL SUPERFICIAL Controle Preventivo Implantação de sistemas de coleta, transporte e tratamento de esgotos Remoção de nutrientes e patógenos em sistemas de tratamento de esgotos Planejamento do uso e ocupação do solo Controle da erosão, do escoamento superficial e da vegetação Controle da qualidade da água das represas Avaliação prévia de impactos ambientais Instalação e ampliação de sistemas de tratamento de efluentes de acordo com novas demandas 9 QUALIDADE DA ÁGUA Água potável: água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos, atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde Padrão de potabilidade: define valores máximos permitidos para parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos – Portaria nº 2914, de 12/12/2011 – Ministério da Saúde 10 SELEÇÃO DO MANANCIAL Fatores que influem na seleção dos mananciais: Garantia de fornecimento da água em quantidade e qualidade adequadas Proximidade do consumo Desnível (preferencialmente não muito desfavorável/excessivo) Locais favoráveis à construção da captação (acesso, infraestrutura, etc.) Transporte de sedimentos pelo curso de água Seleção do manancial estudo técnico, econômico e ambiental 11 ESTUDOS HIDROLÓGICOS Período de retorno Vazões máximas e mínimas Vazão mínima do manancial Atendimento à demanda e manutenção de vazão mínima no manancial Vazão máxima do manancial Dimensionamento de estruturas Níveis d’água máximos e mínimos Cota de cheia e níveis operacionais de captação 12 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Sondas: pH, oxigênio dissolvido, temperatura, turbidez, nitrato, cloreto, amonia, etc. 13 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Esquema geral do monitoramento contínuo da qualidade da água dos mananciais da RMSP R o do via A n ch ie ta R o do via do s Im ig ra n tes R io J uru ba tu ba B raço do R io G rande R e p re s a G u a ra p ira ng a R e p re s a B illin gs U n id a d e d e R e ce p ção S is te m a G ua ra p ira n g a Ta q u ace tu b a E TA A lto da B oa V is ta R á d io Tra n sm issã o R á d io Tra n sm issã o R á d io Tra n sm issã o U n id a d e d e R e ce p ção S is te m a R io G ra n d e E TA R io G ra n d e U n id a d e C e n tra l de R e ce p çã o D iv isã o d e C on tro le de Q u a lid a de V ia m o d em L in h a Te le fô n ica B a rra g e m Tran sferên cia R IO T IE TÊ R e p re s a J u nd ia í R e p re s a Ta ia ç up e ba U n id a d e d e R e ce p ção S is te m a A lto Tie tê E TA A lto Tie tê V ia m o d em L in h a Te le fô n ica V ia m o d em L in h a Te le fô n ica B raço do Taquace tuba T ra n s fe rê n c ia U nidade R em ota (E x : Tipo B ó ia ) 14 B arragem de n íve l C aptação C aptaç ão CAPTAÇÃO EM CURSOS DE ÁGUA Trecho reto Escolha do local de captação Trecho curvo Principais cuidados para a escolha do local da captação: • Evitar locais sujeitos à formação de bancos de areia • Evitar locais com margens instáveis • Local à salvo de inundações, garantia de acesso todo o tempo • Condições topográficas e geotécnicas favoráveis 15 PARTES CONSTITUINTES DE UMA CAPTAÇÃO Barragem, vertedor ou enrocamento (para regularizar vazões ou elevar o nível d’água) Tomada de água Gradeamento Desarenador Dispositivos de controle (comportas, etc.) Canais e tubulações 16 PARTES CONSTITUINTES DE UMA CAPTAÇÃO 17 • Barragem de nível • Enrocamento • Barragem (Represa) • Reservatório de regularização quando as vazões mínimas dos curso de água são inferiores e as médias são superiores às necessidades de consumo eleva o nível de água do manancial (não regulariza vazões!), garante N.A. mínimo na captação 18 Guarapiranga (189 hm³) barragem (represa) e reservatório de regularização PARTES CONSTITUINTES DE UMA CAPTAÇÃO EM CURSOS DE ÁGUA 19 Principais cuidados: • Velocidade nas tubulações/canais da tomada de água: maior ou igual a 0,60 m/s; • Prever dispositivo antivórtice Tomada de água conjunto de dispositivos destinado a conduzir a água do manancial para as demais partes constituintes da captação CAPTAÇÃO EM CURSOS DE ÁGUA Tomada de água com barragem de nível, gradeamento, caixa de areia e estação elevatória 20 CAPTAÇÃO EM CURSOS DE ÁGUA Diversas variações no projeto, estudo caso a caso: nem sempre há necessidade do desarenador a tomada de água pode ser feita com canais ou com tubulação na elevatória as bombas podem ser afogadas ou não na elevatória as bombas podem ter eixo horizontal ou vertical 21 TOMADA DE ÁGUA Tomada de água em rios ou represas com grande variação do nível de água: Torre de tomada Captação flutuante 22 TOMADA DE ÁGUA 23 Captação flutuante (Billings / Taquacetuba) 24 25 Captação flutuante SAAEP Rio Parauapebas (PA) RMSP e o Sistema Cantareira 26 Captação flutuante “RT” Cantareira 27 TOMADA DE ÁGUA Tomada de água com tubulação horizontal Tomada de água com tubulação vertical B O M B A M O TO R 28 Grade na captação de água da cidade de Cardoso Perda de carga nas grades e telas 2 V h k 2 g onde: h = perda de carga (m) V = velocidade média de aproximação (m/s) g = aceleração da gravidade (m/s2) k = coeficiente de perda de carga, função dos parâmetros geométricos das grades e telas, adimensional 29 GRADEAMENTO GRADEAMENTO Grades: Constituídas de barras paralelas Impedem a passagem de materiais grosseiros flutuantes e em suspensão Grade grossa: espaçamento entre barras de 7,5 a 15 cm Grade fina: espaçamento entre barras de 2 a 4 cm Telas: Constituídas de fios que formam malhas, de 8 a 16 fios por decímetro Retém materiais flutuantes não retidos pelas grades OBS: A limpezadesses equipamentos pode ser manual ou mecanizada. 30 DESARENADOR Q Q C om portas P lan ta h L v v C orte h N A 1 N A H s N A 2 N A 3 Recomendações para o dimensionamento: • Velocidade de sedimentação de partículas 0,021 m/s • Velocidade de escoamento longitudinal 0,30 m/s • Adotar coeficiente de segurança de 50% para o comprimento do desarenador • Mínimo dois compartimentos (limpeza) 31 DESARENADOR Retirada de areia através de bombas tipo draga, captação de água no rio Canoas para abastecimento da cidade de Franca Caixa de areia mecanizada instalada na captação de água no rio Una em Taubaté Captação no rio Una, com barragem de nível, tomada de água e caixa de areia mecanizada 32 TOMADA, CAIXA DE AREIA E ELEVATÓRIA 33 Captação, caixa de areia e estação elevatória do sistema de abastecimento de água da cidade de Cotia CAPTAÇÃO EM REPRESAS E LAGOS 34 Tomada de água através de tubulações/entradas em vários níveis de água - qualidade da água x nível - variação de nível Tomada de água com entrada de água na parte inferior Torre d e Tom a da M áx im o M ín im o B a rra ge m B o m ba 35 CAPTAÇÃO EM REPRESAS E LAGOS CAPTAÇÃO EM REPRESAS E LAGOS Tomada de água com torre de tomada, tubulação, grade, poço de sucção e estação elevatória 36 -Notem que não existe caixa de areia! CAPTAÇÃO EM REPRESAS E LAGOS Captação no reservatório Billings (braço do Rio Grande). Sistema Rio Grande da RMSP. Vazão de 4,2 m³/s Captação de água na represa Taiaçupeba. Sistema Alto Tietê da RMSP. Vazão de 10 m³/s 37 CAPTAÇÃO EM REPRESAS E LAGOS Captação de água bruta no reservatório Taiaçupeba. Sistema Alto Tietê da RMSP Corte Planta 38 IMPORTÂNCIA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS PARA O ABASTECIMENTO PÚBLICO NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 40 AS ÁGUAS SUPERFICIAIS NO BRASIL 41Fonte: ANA (2010) AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO BRASIL 42Fonte: ANA (2010) DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA NO SUBSOLO 43 ÁGUA NO SUBSOLO: ÁGUA SUBTERRÂNEA O nível freático e o relevo da superfície Rios efluentes e influentes conforme a posição do nível freático em relação ao vale 44 Aquífero livre (freático) ou confinado (artesiano) TIPOS DE AQUÍFEROS 45 Poço artesiano (aquífero confinado) Poço freático (aquífero livre) Poço artesiano surgente ou jorrante (aquífero confinado) Superfície piezométrica CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA Contaminação por fossas sépticas/fossas negras 46 Contaminação atividade industrial 47 CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA Contaminação por resíduos sólidos e vazamento da rede de esgoto 48 CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA Contaminação provocada por fertilizantes e agrotóxicos 49 50 PERFURAÇÃO DE POÇOS Sistema percussivo PERFURAÇÃO DE POÇOS Sistema percussivo Detalhes do equipamento Perfuração no Jardim das Fontes – São Paulo 51 PERFURAÇÃO DE POÇOS Sistema rotativo 52 PERFURAÇÃO DE POÇOS Sistema rotativo Patagônia Vale do Paraíba 53 PROJETO DE POÇOS • Revestimento do poço - Objetivos - Materiais dos tubos de revestimento: Aço, PVC • Diâmetro útil do poço: Vazão de bombeamento (L/hora) Diâmetro (mm) Até 36.000 150 Até 54.000 200 Até 90.000 250 Até 144.000 300 • Suportar formações desmoronantes • Impedir a entrada de água poluída • Permitir a introdução da bomba 54 PROJETO DE POÇOS • Filtros Espiralados Estampados Com envoltório de cascalho E n v o ltó rio d e c a sc a lh o C h a p a p e rfura d a o u e sta m p ad a Aberturas verticais Aberturas horizontais 55 PROJETO DE POÇOS • Cimentação - Cimentação de aquíferos indesejáveis 56 POÇO COLETOR HORIZONTAL Sistema alternativo de abastecimento de água de Boiçucanga 57 Poço coletor horizontal INSTALAÇÃO DE CONJUNTO MOTOR-BOMBA EM POÇOS PROFUNDOS 58 CONJUNTO MOTOR-BOMBA UTILIZADA EM POÇOS PROFUNDOS Especificação • Carcaça: ferro fundido GG-20, GG- 25 ou aço inox (concêntrica) • Rotor: bronze SAE 40 (radial ou semi-axial) • Eixo: aço inox • Luva do mancal: aço AISI 420 ou AISI 316 • Parafusos, porcas e arruelas que ficam em contato com a água: aço inox (obrigatoriamente) • Crivo: aço inox • Lubrificação: pela própria água bombeada Corte transversal de conjunto motor-bomba submerso 59 CAVALETE DE SAÍDA DE POÇO TUBULAR PROFUNDO 60 Detalhes do cavalete do poço 16 da cidade de Lins Detalhes do cavalete do poção I da cidade de Fernandópolis CAVALETE DE SAÍDA DE POÇO TUBULAR PROFUNDO 61 62 Lição de casa: ler páginas 67 a 153 (pular itens 4.2.2.1, 4.2.2.2, dimensionamento de grades e de desarenadores, 5.4 e 5.5) 63 para as próximas aulas... Exercício logo depois do intervalo! 64
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