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CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 43 SSUUMMÁÁRRIIOO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 44 1. Ventilação Natural ................................................................................................................ 44 1.1. Cálculo da Ventilação ao Vento .................................................................................. 48 1.2. Cálculo da Ventilação ao Efeito do Vento Associado ao “Efeito Chaminé" ................ 52 1.1.1. Resolução do 1o tipo de problema ...................................................................... 54 1.1.2. Resolução do 2o tipo de problema ...................................................................... 56 1.3. Exemplo ....................................................................................................................... 59 2. Ventilação Geral Diluidora Obtida Mecanicamente ............................................................. 64 2.1. Insuflação Mecânica e Exaustão Natural .................................................................... 64 2.2. Insuflação Natural e Exaustão Mecânica .................................................................... 65 2.3. Insuflação Exaustão Mecânicas .................................................................................. 67 3. Ventilação para Conforto Térmico ....................................................................................... 71 3.1. Conforto e Balanço Térmico do Corpo Humano ......................................................... 72 3.2. Trocas de Calor entre o corpo e o ambiente ............................................................... 74 3.2.1. Convecção ........................................................................................................... 74 3.2.2. Radiação Térmica ............................................................................................... 75 3.2.3. Evaporação ......................................................................................................... 75 3.3. Fatores que influenciam na remoção do calor do corpo humano ............................... 76 3.3.1. Temperatura do Ar (ta) ......................................................................................... 76 3.3.2. Umidade Relativa do Ar (UR) .............................................................................. 76 3.3.3. Ventilação do Ambiente....................................................................................... 77 3.3.4. Vestimenta Utilizada ............................................................................................ 77 3.4. Variáveis que determinam o conforto térmico ............................................................. 79 3.5. Cálculo da Temperatura Radiante Média ................................................................... 81 4. Bibliografia............................................................................................................................ 84 Anexo 01 ..................................................................................................................................... 86 CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 44 INTRODUÇÃO A ventilação geral é um dos métodos disponíveis para o controle de um ambiente ocupacional e consiste na movimentação de grandes quantidades de ar através de espaços confinados, objetivando uma melhoria das suas condições ambientais a partir do controle da temperatura, da umidade, da velocidade, da distribuição e da pureza do ar. Tal método pode fornecer também ar de reposição e se adequadamente dimensionado, recuperação e conservação de calor. Costuma-se classificar a ventilação geral em: Ventilação geral para manutenção do conforto e eficiência do homem: Restabelece, para isso, as condições desejáveis para o ar, alteradas pela presença do homem; pelo aquecimento devido a equipamentos ou a condições climatéricas; ou pelo resfriamento do ar devido a certas instalações ou ao clima. É designado também como ventilação geral de ambientes normais. Ventilação geral visando à saúde e à segurança do homem: Controla a concentração ambiental de gases, vapores e partículas. É o que se pretende nos ambientes industriais para diluir contaminantes gerados em um recinto quando não é possível capturar o contaminante antes que o mesmo se espalhe, e, por isso, é conhecida como ventilação geral diluidora, ou ventilação por diluição. A ventilação geral pode ser fornecida pelos seguintes métodos: insuflação e exaustão naturais; insuflação mecânica e exaustão natural; insuflação natural e exaustão mecânica; insuflação e exaustão mecânica. 11.. VVeennttiillaaççããoo NNaattuurraall A ventilação natural é o movimento de ar num ambiente provocado pelos agentes físicos pressão dinâmica e/ou temperatura, podendo ser controlado por meio de aberturas no teto, nas laterais e no piso. A ventilação natural é o movimento de ar controlado, de fora para dentro e de dentro para fora de um edifício, através das CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 45 frestas existentes. A magnitude da infiltração depende do tipo de construção, acabamento e conservação do edifício. Ventilação natural não é infiltração, que é um movimento de ar provocado pelos mesmos agentes físicos, mas não é controlado. A ventilação natural é o deslocamento controlado ou intencional de ar através de aberturas específicas como portas, janelas, lanternins e dispositivos para ventilação. O fluxo de ar que entra ou sai de um edifício por infiltração ou ventilação natural depende da diferença de pressão entre o interior e o exterior e da resistência oferecida pelas aberturas e frestas do edifício ao fluxo de ar. Essa diferença de pressão pode ser causada pelo vento e/ou pela diferença de peso específico do ar interno e externo. Figura 01: Ventilação Natural Ti – Temperatura interna Te – Temperatura externa O efeito da diferença de peso específico, conhecido como efeito chaminé, é freqüentemente o principal fator. Quando a temperatura dentro do edifício é maior do que a exterior, produz-se uma pressão interna negativa e um fluxo de ar entra pelas partes inferiores, o que causa uma pressão interna positiva e um fluxo de ar sai nas partes superiores do edifício. O inverso ocorre quando a temperatura interior é menor que a exterior. Numa determinada altura do edifício, existe uma zona neutra onde não há diferença de pressão dentro e fora. CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 46 Quando a diferença de pressão é resultante da pressão do vento, o ar entra no edifício através de aberturas localizadas na direção do vento, e sai através de aberturas localizadas em direção oposta. Figura 02: Ventilação natural em prédio. Efeito de “tiragem” com chaminé Os efeitos da corrente de ar num ambiente dependem dos seguintes fatores: movimento devido aos ventos externos; movimento devido a diferença de temperatura; efeito das aberturas desiguais. Na construção de edifícios deve-se fazer as seguintes considerações: edifícios e equipamentos em geral devem ser projetados para ventilação efetiva, independente das direções do vento; aberturas com portas, janelas, etc. não devem ser obstruídas; uma quantidade maior de arpor área total de abertura é obtida usando-se áreas iguais de aberturas de entrada e saída. A ventilação natural é objeto das considerações que se fazem na elaboração do projeto de arquitetura e se baseia nas constatações de que: CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 47 O fluxo de ar que penetra ou sai pelas aberturas de um prédio por ventilação natural depende: — da diferença entre as pressões existentes no exterior e no interior do prédio ou recinto; — da resistência oferecida à passagem do ar pelas aberturas. Figura 03: Casos típicos de ventilação natural em galpões A diferença de pressão é uma conseqüência da ação direta do vento sobre as paredes e coberturas e da diferença entre as densidades do ar no exterior e no interior do prédio (efeito de chaminé). As posturas municipais em geral estabelecem algumas exigências mínimas para orientação do projeto arquitetônico, entre as quais citamos: — "A superfície iluminante natural dos locais de trabalho deve ser no mínimo de um sexto ou um quinto do total da área do piso" (conforme o município). — "A área de ventilação natural deve corresponder no mínimo a 2/3 da superfície iluminante natural". CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 48 Denomina-se ventilação por gravidade o sistema de ventilação natural pelo qual o deslocamento do ar é provocado por aberturas situadas na parte superior do ambiente ou da edificação (lanternins, por exemplo) e pela diferença de densidade do ar. Aplica- se a edifícios industriais, ginásios desportivos, garagens, salas de aula e até mesmo a edifícios públicos e habitações. Quando não for possível adotar o sistema de ventilação natural, seja pelas características das atividades, presença de poluentes, exigência de que o ambiente seja fechado, seja por imposição arquitetônica, que não aceite lanternins, brise-soleil e outras aberturas, tem-se que adotar a ventilação mecânica. Observações: Qualquer que seja o sistema de ventilação que se aplique, deverá prever a remoção do ar contaminado do recinto, mas de modo a não causar prejuízo à vizinhança. A diferença de elevação entre a altura média das tomadas e das saídas de ar (janelas) em relação ao piso do prédio deve ser a máxima possível, para que o resultado obtido seja bom. Pode-se dividir o estudo da ventilação natural em três partes: ventilação devida à ação do vento; ventilação devida à diferença de temperaturas; ventilação pela ação combinada da ação do vento e da diferença de temperaturas. Conforme o projeto, a localização e a posição do prédio, dependendo das condições atmosféricas e climáticas, poderá haver predominância da ação do vento ou do movimento do ar decorrente da diferença de temperatura. Sob certas condições, estas ações se somam. O projeto de localização de aberturas como brise-soleils, janelas e lanternins deve ser feito procurando conseguir que os efeitos favoráveis à ventilação devidos à ação do vento e da diferença de temperaturas se somem e não se contraponham. 1.1. Cálculo da Ventilação ao Vento CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 49 Consideremos uma edificação com aberturas para ventilação de áreas A1 e A2, submetida a um vento de velocidade v, perpendicular a uma de suas paredes: P1 é a pressão externa na abertura 1, P2 é a pressão externa na abertura 2, Px é a pressão interna no nível médio da abertura 1, γ1 é o peso específico do ar externo a edificação e y2 é o peso específico do ar interno a edificação. A pressão devido ao vento é obtida pela equação 1: (1) Onde : P: pressão, kgf/m2 K: coeficiente de pressão no ponto considerado γ: peso específico do ar, kgf/m3 v: velocidade do vento, m/s (adotar 50% da velocidade média sazonal) g: aceleração da gravidade, m/s2 O valor da massa específica do ar é obtido da equação dos gases perfeitos. CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 50 1 Onde: P: pressão absoluta ao nível do mar => P = 1,01325 x 105 N/m2 R => constante do ar = 287 J/kg.K T => temperatura absoluta, K ρ => massa específica, kg/m3 V => volume específico, m3/kg Substituindo-se os valores, temos: , para a temperatura em oC obtemos a equação (2) (2) Como o peso específico do ar (γ) é igual a massa específica multiplicada por g (aceleração da gravidade) e kgf = kg * g então: (kgf/m3) O fluxo mássico de ar que passa pelas aberturas é obtido pela equação (3): 19,6 ∆ (3) Onde: m - fluxo mássico de ar, kg/s μ = coeficiente de descarga = 0,6 ρ = massa específica do ar, kg/m3 ∆P = diferença de pressão na abertura, kgf/m2 A = área da abertura, m2 Considerando-se que o regime é contínuo, podemos afirmar que a quantidade de ar que entra na edificação é igual a que sai. Assim, temos que o fluxo mássico m que CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 51 entra pela abertura 1 é igual ao m que sai pela abertura 2. Utilizando-se a equação (3), temos: 19,6 ∆ 19,6 ∆ Como estamos considerando só o efeito do vento, então adotamos a temperatura externa igual a interna, dessa forma ρ1 = ρ2. As diferenças de pressão são: Abertura 1 => ∆P1 = p1 - px Abertura 2 => ∆P1 = px – p2 Assim: 19,6 19,6 Cancelando-se 19,6 e resolvendo-se a equação, temos: (4) Os valores de p1 e p2 são obtidos da equação 1 adotando-se a velocidade v igual a 50% da velocidade média sazonal. O coeficiente de pressão K pode ser obtido na tabela 01 abaixo. Da equação 4 podemos concluir que: Se fecharmos a abertura 2, A2 = 0 e px = p1 Se fecharmos a abertura 1, A1 = 0 e px = p2 Se A1 = A2 => CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 52 O valor de px estará entre p1 e p2 e dependerá da relação entre A1 e A2. Para obtermos a vazão volumétrica de ar pela abertura, dividiremos o fluxo mássico na abertura pela massa específica do ar. onde: Q = vazão de ar em m3/s m = fluxo mássico em kg/s ρ = massa específica em kg/m3 Tabela 01: Valores a serem adotados para o coeficiente de pressão K Tipo de Terreno Valor de K Campo aberto e plano 0,68 Campo com obstáculos ao vento 0,52 Periferia de cidades 0,35 Cidades 0,21 1.2. Cálculo da Ventilação ao Efeito do Vento Associado ao “Efeito Chaminé" Consideremos agora uma edificação em cujo interior existe uma fonte de calor e que está submetida a um vento perpendicular a uma de suas laterais: CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 53 γ1 é o peso específico do ar na temperatura ta e y2 é o peso específico do ar na temperatura ti, como ti > ta então pela equação 2 podemos afirmar que γ1 > γ2. Começaremos a análise do problema admitindo que o ar sai da edificação pela abertura 2 e entra pelas aberturas 1 e 3, assim teremos a entrada de ar por 2 lados. Desse modo as diferenças de pressão nas aberturas são: Abertura 1 pressão externa => p1 => ∆P1 =p1 -px pressão interna => px Abertura 2 pressão externa => p2 - H.γ1 =>∆P2 = px - H. γ2 - (p2 - H. γ1) =>́ ∆P2 = px + H.(γ1 – γ2) - p2 pressão interna => px - H. γ2 Abertura 3 pressão externa => p3 => ∆P3 = p3 - px pressão interna => px Reescreveremos a expressão ∆P2 da seguinte maneira: ∆P2 = px - [ p2 - H.( γ1 – γ2) ] Interpretaremos essa expressão de uma outra maneira. O termo px será imaginado como representativo da pressão interna no nível da abertura 2 e a expressão entre colchetes como da pressão externa nesse nível. Assim a expressão entre colchetes pode ser encarada como uma pressão resultante somente da ação do vento, embora conduza a uma vazão de ar igual a resultante do efeito combinado da pressão devido ao vento e ao efeito chaminé. Assim chamaremos essa expressão de pressão de vento fictícia, p2 f. Dessa forma a expressão de ∆P2 será: ∆p2 = px - p2 f , onde p2 f = p2 - H.( γ1 – γ2) (5) CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 54 O valor de px tem que ser menor que p1 e p3 para possibilitar a entrada de ar, e maior que p2 f para que o ar saia. Podemos agora obter o fluxo mássico de ar pelas aberturas utilizando a equação 3: 1 19,6 ∆ 2 19,6 ∆ 3 19,6 ∆ Considerando-se que o regime é contínuo, então a quantidade de ar que entra é igual a que sai. Assim temos: m1 + m3 = m2 Com as considerações feitas até aqui, podemos resolver dois tipos de problemas de ventilação natural. O primeiro é quando pretendemos conhecer as áreas das aberturas de ventilação para que tenhamos uma determinada troca de ar no ambiente, por exemplo para retirar contaminantes ou para manter o ambiente de trabalho na temperatura desejada. O segundo é quando conhecemos as áreas das aberturas de ventilação e desejamos conhecer a troca de ar possível. 1.1.1. Resolução do 1o tipo de problema Nesse caso admitimos como conhecidos, os seguintes valores: temperatura externa à edificação (tomada às 13:00 h, no mês mais quente do ano); velocidade média sazonal do vento; coeficientes de pressão K. O procedimento de cálculo é o seguinte: CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 55 1) Determinar a vazão do ar necessário. No caso de ventilação para a retirada de contaminantes, a vazão de ar pode ser calculada pela equação 15 (Ventilação Diluidora). Já no caso de ventilação para manutenção de uma determinada temperatura no ambiente de trabalho, a vazão de ar pode ser calculado ela equação de carga térmica. Qs = m . c . ( t s - t e ) ( 6 ) Onde: m = fluxo mássico de ar ( kg/s) c = calor específico do ar = 1004,8 J/kg °C te = temperatura do ar na entrada ( °C ) ts = temperatura da ar na saída ( °C) Qs = carga térmica sensível (W) O valor de Qs pode ser obtido das tabelas 1, 2, 3, 4, 5, 6 do anexo 1. Com relação a te podemos afirmar que deve ser semelhante a temperatura escolhida para o ambiente de trabalho (temperatura nos meses de verão). Experimentos mostraram que a diferença entre ts e te deve ser 10 °C ou menor; o que corresponderia a dizer que a temperatura no ambiente de trabalho não é mais que 5 °C superior a temperatura exterior (te). 2) Estabelecer uma relação entre os fluxos mássicos, Por exemplo: m1 = m3 = ½ m2 3) Calcular as pressões p1, p2 e p3 devido ao vento e a pressão de vento fictícia p2 f. As pressões p1, p2 e p3 são calculadas pela equação 1 e a pressão p2 f pela equação 5. 4) Atribuir um valor para a pressão interna px . CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 56 O valor de px tem que ser menor que p1 e p3, para possibilitar a entrada do ar, e tem que ser maior que p2 para que o ar saia. Quando px se aproxima de um desses valores a correspondente diferença de pressão, ∆P diminue, o que resulta num aumento da área da abertura. 5) Calcular as áreas das aberturas, a partir das equações dos fluxos mássicos: 19,6 19,6 19,6 1.1.2. Resolução do 2o tipo de problema Nesse caso as áreas das aberturas são conhecidas e se deseja obter os fluxos mássicos. Consideremos uma edificação industrial submetida a uma carga térmica e a um vento de velocidade média sazonal de 8m/s. A temperatura externa é t1 = 22°C, a altura é H CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 57 = 10 m, os coeficientes de pressão são K1 = 0,6 , K2 = - 0,45 e K3 = - 0,3. As áreas das aberturas são: Ai = 38 m2, A2= 128 m2 e A3 = 260 m2. Calcular os fluxos mássicos pelas aberturas. Admitindo-se uma temperatura interna 5°C superior a temperatura externa, temos da equação 2 que: 1,197 / 1,177 / Adotando-se a velocidade do vento igual a 50% da velocidade média sazonal, obtemos pela equação 1: 2 0,6 1,197 4 2 9,8 0,6 / 2 0,45 1,197 4 2 9,8 0,45 / 2 0,3 1,197 4 2 9,8 0,3 / Como temos carga térmica, então temos que calcular a pressão de vento fictícia ( eq. 5): p2 f = p2 - H.( γ1 – γ2) => p2 f = -0,45 – 10* (1,197 – 1,177) => p2 f = -0,65 kgf/m2 Considerando-se que o ar entra pelas aberturas 1 e 3 e sai pela 2 , então podemos afirmar que: m1 + m3 = m2 E da equação 3, temos que: 19,6 19,6 CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 58 19,6 Como 19,6 19,6 , então: Sabemos que px tem que ser menor que p1 e p3 para o ar entrar e maior que p2 para o ar sair. Assim fazendo-se px = -0,35, temos: 38 0,6 0,35 260 0,3 0,35 128 0,35 0,65 37 + 58,13 = 70,1 95,13 = 70,1 Como a igualdade não foi satisfeita, admitiremos px = - 0,32 : 38 0,6 0,32 260 0,3 0,32 128 0,35 0,65 36,4 + 36,7 = 73,5 95,13 = 70,1 Como 73,1 = 73,5 admitiremos px = - 0,32 kgf/m2. Substituindo-se o valor de px nas equações de fluxo mássico, teremos: 19,6 0,6 38 19,6 1,197 0,6 0,32 105,9 / 19,6 0,6 128 19,6 1,177 0,32 0,65 211,9 / 19,6 0,6 260 19,6 1,197 0,3 0,32 106,8 / Verificando-se: CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 59 m1 + m3 = m2 => 105,9 + 106,8 = 211,9 => 212,7 ≈ 211,9 1.3. Exemplo O galpão esquematizado abaixo tem dimensões de 30x15x10 m . As paredes são de tijolos comuns, rebocados e com espessura de 12 cm. O telhado é de asbesto corrugado com forro de madeira de 1,25 cm. O prédio está localizado a 20° de latitude Sul e as paredes maiores dão face para Leste - Oeste . A iluminação é do tipo fluorescente de 25 W/m2. No interior do prédio existem 25 motores de 1 HP e 100 pessoas realizando trabalhos leves em bancadas (M= 130 W/m2). A temperatura do ar exterior é de 22 °C e a velocidade média sazonal do vento é de 8 m/s. Os coeficientes de pressão das aberturas são K1 = 0,6 ; K2 = - 0,45 e K3 = - 0,3 . Calcular as áreas de ventilação necessárias para que a temperatura interna não seja superior a 27°C. O fluxo mássico pode ser calculado pela equação de carga térmica:. Qs = m*c*(ts - te) Onde: m = fluxo mássico de ar (kg/s) c = calor específico do ar = 1004,8 J/kg °C te = temperatura do ar na entrada (°C ) CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 60 ts = temperatura do ar na saída (°C) Qs = carga térmica sensível (W) Em nosso caso a carga térmica é devido a:1. Insolação 2. Pessoas 3. Motores 4. Iluminação a) Insolação Calculo das áreas: Parede Leste = oeste => 30 * 10 = 300 m2 Parede Norte = Sul => 15 * 7 + 6 * 3 = 123 m2 Telhado = 30 * 15 =450 m2 Da tabela 03 do anexo 01 temos que: Cleste=oeste = 59,9 W/m2 Cnorte = 31,6W/m2 Csul = 6,0 W/m2 Da tabela 02 do anexo 01 temos para telhado inclinado: Ctelh = 82 W/m2 A carga térmica total devido à insolação será então: Qtotal = 59,9 * 2 * 300 + 31,6 * 123 + 6 * 123 + 82 * 450 Qtotal = 77464,8 W b) O calor devido a ocupação humana é obtido da tabela 01: Cs = 64 W/pessoa QS = 100 * 64 = 6400W c) Da tabela 05 temos que para motores de 1 HP a emissão total será: C = 996 W CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 61 Admitindo-se um fator de utilização de 0,7 para os 25 motores temos: Q = 0,7* 25 * 996 = 17430 W d) Da tabela 06 para luz fluorescente temos: C = 1,2 W/W Q = 25 * 450 * 1,2 = 13.500 W A carga térmica total será : Qs = 77464,8 + 6400 + 17430 + 13500 Qs = 114794,8 W Da equação de carga térmica temos : Vamos agora usar um modelo matemático para estimar a temperatura de saída. Dos dados, temos que te = 22 oC e desejamos obter uma ti = 27 oC CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 62 No modelo acima, ∆tet é a diferença entre a temperatura de entrada e a do ambiente, e ∆tes é a diferença entre a temperatura de entrada e a de saída. Assim, ∆tet = 27 oC - 22 oC = 5 oC. Aplicando este dado no modelo, ∆tet 5 oC: Assim, com ∆tet 5 oC, obtemos um ∆tES de cerca de 13 oC. ∆tES = ts - te => 13 oC = ts - 22 oC => ts = 35 oC Assim: 114794,8 1004,8 35 22 8,79 / Estabeleceremos agora uma relação entre os fluxos mássicos. No esquema, m1 está sob pressão, por ser a face que recebe vento, e m2 está sob sucção. Então, m1 é mais favorável. m1 + m3 = m2 Assumindo m1 = 2/3 m2 , logo m3 = 1/3 m2 CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 63 Assim : m1 = 5,86 kg/s , m2 = 8,79 kg/s e m3 = 2,93 kg/s. Os pesos específicos do ar são: 1,197 / 1,177 / Calculo das pressões p1, p2 , p3, p2 f 2 0,6 1,197 4 2 9,8 0,6 / 2 0,45 1,197 4 2 9,8 0,45 / 2 0,3 1,197 4 2 9,8 0,3 / Como temos carga térmica, então temos que calcular a pressão de vento fictícia ( eq. 5): p2 f = p2 - H.( γ1 – γ2) => p2 f = -0,45 – 6* (1,197 – 1,177) => p2 f = -0,57 kgf/m2 Atribuiremos agora um valor para px: Sabemos que : p2 f < px < p1 e p3 -0,57 < px < 0,60 e -0,30 Obviamente, para a inequação ser verdadeira, o valor 0,60 não nos presta, sendo então descartado. Assim, -0,57 < px < -0,30 A decisão de escolher px cabe ao projetista. Deve ter em mente, porém, que a maior eficiência ocorre quanto a área de entrada é igual à área de saída. Fazendo-se px a média entre os extremos da equação, teremos que px = - 0,43 kgf/m CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 64 Calcularemos agora as áreas das aberturas: 19,6 5,86 0,6 19,6 1,197 0,6 0,43 1,99 19,6 8,79 0,6 19,6 1,177 0,43 0,57 8,15 19,6 2,93 0,6 19,6 1,197 0,3 0,43 2,79 22.. VVeennttiillaaççããoo GGeerraall DDiilluuiiddoorraa OObbttiiddaa MMeeccaanniiccaammeennttee É usada quando a ventilação natural não possuir condições de confiabilidade e eficiência para atender à vazão, temperatura e umidade desejadas. 2.1. Insuflação Mecânica e Exaustão Natural Nesta modalidade de ventilação geral diluidora, um ou mais ventiladores enviam ar exterior para o interior do recinto. Como a pressão p no recinto se torna maior que a pressão exterior pe, o ar insuflado sai por outras aberturas existentes, produzindo os efeitos desejados de diluição dos contaminantes, de baixamento de temperatura e de arejamento. A insuflação mecânica permite um bom controle da incidência do ar e um melhor controle da pureza do ar insuflado do que no caso da ventilação natural. Usa-se, também, quando é necessário impedir que o ar contaminado de um outro recinto penetre naquele que se está pretendendo ventilar. Na insuflação ou ventilação por insuflamento, como foi dito acima, estabelece-se no recinto uma pressão p, maior que a do ambiente exterior pe. Deve-se portanto verificar inicialmente a necessidade e a conveniência de manter a pressão do ambiente acima da pressão externa ou dos ambientes adjacentes, pois o ar expelido poderá ser deslocado para um outro recinto no qual não se possa admitir o ar nas condições com que sai do local ventilado. CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 65 Deve-se localizar a abertura de admissão de ar para o ventilador numa parede, a fim de que a tomada de ar se efetue livremente. Quando for necessário fazer-se uma tomada de ar em local afastado, deve-se instalar um duto ou plenum até o ventilador, ou do ventilador até o recinto. É necessário, em qualquer caso, garantir um fluxo de ar adequado, livre de concentração anormal de agentes contaminantes externos. Nas aberturas para tomada de ar exterior deve-se garantir a impossibilidade de penetração de corpos estranhos e animais, por meio de telas, e de água de chuva, construindo platibandas, marquises etc. Prevê-se, quando necessário, a instalação de filtros adequados para a tomada de ar exterior, escolhidos em função das condições estabelecidas para o ambiente. Na Figura 04 vemos duas alternativas para remoção do ar insuflado no recinto: a) existem janelas na direção do fluxo do ar incidente, de modo que ocorre uma exaustão favorável da camada de ar quente superior no recinto; b) não há possibilidade de se colocarem aberturas nas outras paredes, de modo que a saída do ar se fará por abertura em nível inferior ao do ventilador. Figura 04 - Insuflação mecânica e exaustão natural. 2.2. Insuflação Natural e Exaustão Mecânica Um ou mais exaustores (ventiladores axiais, por exemplo) removem o ar do recinto para o exterior. A pressão no interior baixando devido a essa exaustão, estabelece-se através de aberturas um fluxo de ar do exterior para o interior do recinto, e deste para o exterior, e portanto a pressão externa pe será maior que a interna pr no recinto. CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 66 Figura 05 - Insuflação natural e exaustão mecânica Isto evita que o ar contaminado do ambiente em questão passe para recintos vizinhos mas permite que, eventualmente, ocorra o contrário. Embora em geral seja de menor custo que a insuflação mecânica, esse sistema não permite um controle adequado da qualidade do ar que penetra no recinto, salvo se forem utilizados filtros nas entradas de ar. Usa-se esse método na ventilação de sanitários, de cozinhas, além, naturalmente, na de muitos recintos industriais onde não há poluentes em grau de toxidez inaceitável. Na ventilação por exaustão, como dissemos acima, estabelece-se no recinto beneficiado uma pressão menor que a do ambiente exterior. Deve-se previamente verificar se há conveniência ou mesmo necessidade de manter a pressão do ambiente abaixo da pressão externa ou dos ambientes adjacentes. A tendência é de que o ar doscompartimentos vizinhos entre no recinto pelas portas ao serem as mesmas abertas. É recomendável verificar a possibilidade de a admissão de ar efetuar-se livremente no ambiente através de portas e janelas, e isto, naturalmente, quando o ar exterior não for contaminado. Devem-se prever, se necessário, aberturas de admissão de ar em paredes externas, a fim de que a tomada de ar se efetue livremente e o mesmo possa ser filtrado, se poluído ou contaminado. Quando for necessária uma canalização de ar, CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 67 executa-se a mesma através de dutos, poços ou plenum1 até o exaustor. Em qualquer caso, deverá ser garantido o fluxo de ar necessário, livre de concentração anormal de agentes contaminantes externos. No caso de aberturas, deve-se garantir a impossibilidade de penetração de corpos estranhos, insetos e água de chuva. Pode ser necessária mais de uma abertura de admissão do ar, o que depende da maneira como as mesas de trabalho ou os equipamentos se distribuem no recinto. Deve-se prever a instalação de filtros adequados para a tomada de ar exterior, escolhidos em função das condições estabelecidas para o ambiente. No caso de o ventilador exaustor ser do tipo axial, deverá ser localizado na parede oposta à de admissão de ar e em nível o mais alto possível em relação ao piso. Quando não for possível a utilização da parede oposta à da admissão do ar, deve-se considerar a utilização de redes de dutos. A Figura 06 mostra um ventilador de cobertura no qual o motor fica isolado do ar removido e é ventilado pelo ar exterior. Figura 06 - Ventilador de exaustão para cobertura 2.3. Insuflação Exaustão Mecânicas Neste caso, há ventiladores que insuflam o ar e ventiladores que removem o ar do recinto, quer sejam colocados diretamente no recinto, quer seja atuando através de sistemas de dutos. 1 Plenum: espaço fechado (em edifícios) usada para aquecimento, ventilação ou fluxo de ar- condicionado. CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 68 Figura 07 - Insuflação e exaustão mecânicas. Consegue-se, assim, uma ventilação mais controlável tanto em relação à qualidade do ar que entra, quanto à distribuição do mesmo no recinto. Trata-se, portanto, de um sistema misto de ventilação, que utiliza a combinação de ventilação por insufla-mento e por exaustão. Quando ocorre passagem direta do ar de uma abertura de admissão para a saída, causando a estagnação do ar em parte do ambiente ventilado, diz-se que ocorre curto circuito de ar. O sistema misto consegue, quando bem projetado, evitar essa circulação "parasita" do ar. Tratando-se de um sistema mais dispendioso que os anteriores, o sistema misto, evidentemente, só deverá ser adotado quando a ventilação não puder ser resolvida satisfatoriamente por um deles isoladamente. A Figura 08 apresenta indicações da ACGIH quanto a localizações inadequadas e adequadas dos ventiladores, para diversas hipóteses com relação à entrada de ar no recinto. Vê-se que a utilização de uma câmara grande com ampla área de saída para o ar atende a condições mais favoráveis, conquanto seja de maior custo. CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 69 Figura 08 - Indicações quanto à localização dos ventiladores segundo a ACGIH, para ventilação diluidora Pode-se, escolhendo adequadamente os ventiladores, conseguir que a pressão no recinto seja maior, igual ou menor que a reinante no exterior. Na Figura 09 percebem-se situações satisfatórias e situações insatisfatórias devido à formação de "regiões mortas", isto é, de estagnação. CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 70 Figura 09 – Alternativas de insuflação de ar em um recinto A instalação de insuflação e exaustão mecânicas em sua forma mais completa pode permitir a captação do ar em local não-poluído, realizar a filtragem do mesmo, caso necessário, e realizar o insuflamento em "bocas" dispostas convenientemente ao longo de um ou mais dutos (Figura 10). O ar contaminado no recinto poderá ser lançado no exterior livremente, em certos casos, por ventiladores nas paredes ou no teto, e, se necessário, deverá ser "tratado", isto é, despoluído, antes de descarregado na atmosfera. Chamemos de Qent a vazão de ar que entra insuflado, e de Qsaída a vazão de ar exaurido. A pressão p, no recinto dependerá da relação entre Qent e Qsaída. Assim, se: Qent > Qsaída pr > pext Sendo pext a pressão reinante no exterior Qent = Qsaída pr = pext Qent < Qsaída pr < pext CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 71 Em muitos casos se considera Qent = 1,15 Qsaída Figura 10: Ventilação geral diluidora completa (mista) 33.. VVeennttiillaaççããoo ppaarraa CCoonnffoorrttoo TTéérrmmiiccoo O conforto térmico num determinado ambiente pode ser definido como a sensação de bem estar experimentada por uma pessoa, como resultado de uma combinação satisfatória, nesse ambiente, da temperatura radiante média (trm) , umidade relativa (UR) , temperatura do ambiente (ta) e velocidade relativa do ar (vr) com a atividade e a vestimenta usada pelas pessoas. As sensações são subjetivas, isto é, dependem das pessoas, portanto um certo ambiente confortável termicamente para uma pessoa pode ser frio ou quente para outra. Assim, entendemos como condições ambientais de conforto aquelas que propiciam bem estar ao maior número possível de pessoas. É importante ressaltar que neste trabalho serão tratadas as condições ambientais próximas às que permitem o conforto térmico e não da exposição a temperaturas extremas, caso esse que pode ser avaliado e controlado através da Norma Regulamentadora NR 15 da Portaria 3214. CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 72 Os esforços serão concentrados no estudo das condições que provocam o desconforto pela sensação de calor, porque no Brasil predomina o clima quente e úmido, inexistindo os problemas típicos das temperaturas extremamente baixas. No inverno, o conforto térmico pode ser obtido, na maioria dos casos, com a simples utilizarão de vestimenta apropriada. 3.1. Conforto e Balanço Térmico do Corpo Humano No processo metabólico o homem produz energia interna a partir da transformação dos alimentos. Essa energia é consumida na manutenção das funções fisiológicas vitais, na realização de trabalhos mecânicos externos (atividade muscular), e o restante é liberado na forma de calor. A produção de calor é contínua e aumenta com o esforço físico executado. A tabela 7 do anexo apresenta a energia produzida pelo metabolismo para distintas atividades. Nela os valores são dados na unidade Met: 1 Met = 58,2 W/m2 ou 50 Kcal /m2h. Deve-se notar que a unidade Met representa a energia produzida por hora por unidade de área superficial do corpo, sendo assim ela é variável com as características físicas das pessoas. A área superficial do corpo pode ser estimada pela seguinte equação que foi proposta por Du Bois: 0,202 , , (7) onde: As - Area superficial do corpo, m2 mc - Massa do corpo, kg ac - Altura da pessoa, m Dessa forma, usando ascaracterísticas do homem e da mulher padrão estabelecidos na norma ISO 8996, as respectivas áreas superficiais do corpo serão: Homem padrão Altura = 1,7 m Massa = 70 kg 0,202 70 , 1,7 , 1,8 CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 73 Mulher padrão Altura = 1,6 m Massa = 60 kg 0,202 60 , 1,6 , 1,6 Assim 1 Met valerá: homem padrão => 1 Met = 58,2 . As => 1 Met = 58,2 . 1,8 ≈ 105 W mulher padrão => 1 Met = 58,2 . As => 1 Met = 58,2 .1,6 ≈ 93 W Para um estudo mais detalhado do metabolismo sugerimos consultar a norma ISO 8996. O homem é um ser homotérmico, isto é, pode manter dentro de certos limites a temperatura corporal interna relativamente constante, independente da temperatura ambiente. Portanto, deverá haver uma permanente e imediata eliminação do excesso de calor produzido para que a temperatura do corpo possa ser mantida constante. O controle da temperatura corporal é realizado por um sistema chamado de termorregulador que comanda, através da vasodilatação e vasoconstrição, a quantidade de sangue que circula na superfície do corpo, possibilitando, respectivamente, maior ou menor troca de calor com o meio. O sistema termorregulador atua também sobre as glândulas sudoríparas, aumentando ou diminuindo a produção de suor em função da necessidade de perda de calor do corpo por evaporação do suor. Conforto e balanço térmico do corpo humano estão relacionados, na medida em que a sensação de bem estar térmico é dependente do grau de atuação do sistema termorregulador na manutenção do equilíbrio térmico do corpo humano. Isso significa que quanto maior for o trabalho desse sistema para manter a temperatura interna do corpo, maior será a sensação de desconforto. O corpo humano é um sistema termodinâmico que produz calor e interage termicamente com o meio que o circunda. CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 74 Assim, as trocas entre o corpo humano e o ambiente podem, de forma simplificada, ser representadas pela seguinte equação: Cmet + Cconv + Crad – Cev = ± Q (8) Onde: Cmet - Parcela da energia metabólica transformada em calor (W/m2). Cconv - Calor trocado por convecção (W/m2). Crad - Calor trocado por radiação (W/m2). Cev - Calor perdido por evaporação do suor (W/m2). Q - Calor total trocado pelo corpo (W/m2). Quando o valor de Q na equação (8) for igual a zero, o corpo estará em equilíbrio térmico, e a primeira condição para a obtenção do conforto térmico terá sido satisfeita. Essa condição é necessária, mas não suficiente, uma vez que o desconforto ocorre mesmo quando o equilíbrio térmico do organismo é mantido pelo sistema termorregulador. Na equação (8), é necessário ressaltar também que o fator Cmet pode, de acordo com o princípio adotado na norma ISO 8996, ser igualado à energia do metabolismo. Isso se deve ao fato de que a maior parte da energia do metabolismo transforma-se em energia térmica e a parcela correspondente ao trabalho mecânico pode ser geralmente negligenciada. 3.2. Trocas de Calor entre o corpo e o ambiente Como foi visto quando se tratou do balanço térmico do corpo, o excedente de energia produzida no metabolismo é transformado em calor que tem de ser imediatamente liberado para o meio, a fim de que a temperatura interna do corpo mantenha-se constante. Basicamente são três os mecanismos de troca térmica do corpo humano com o ambiente: Convecção, Radiação e Evaporação. 3.2.1. Convecção CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 75 O processo de remoção de calor por convecção ocorre quando o ar está a uma temperatura inferior à do corpo e o corpo transfere calor pelo contato com o ar frio circundante. O aquecimento do ar provoca um movimento ascensional do mesmo. À medida que o ar quente sobe, o ar frio ocupa seu lugar, completando-se, assim, o ciclo de convecção. Se a temperatura do ar for exatamente igual à temperatura da superfície do corpo, não haverá troca térmica por esse processo. Se a temperatura do ar for mais elevada do que a da superfície do corpo, o ar cederá calor para o corpo, invertendo-se o mecanismo. 3.2.2. Radiação Térmica É o processo pelo qual a energia radiante é transmitida de uma superfície quente para uma fria através de ondas eletromagnéticas que ao atingirem a superfície fria, transformam-se em calor. A energia radiante é emitida continuamente por todos os corpos que estão a uma temperatura superior ao zero absoluto. Isso eqüivale a dizer que uma pessoa num ambiente está continuamente emitindo e recebendo energia radiante, e o diferencial entre a energia recebida e a emitida é que define se o corpo é aquecido ou resfriado por radiação. Dessa forma, se a temperatura das paredes de um ambiente for inferior à da pele de um homem, este perderá calor por radiação. Se as paredes estiverem mais quentes que a pele, a temperatura do corpo aumentará por efeito da radiação. A radiação térmica não depende do ar ou de qualquer outro meio para se propagar, e a quantidade de energia radiante emitida por um corpo depende de sua temperatura superficial. 3.2.3. Evaporação Quando as condições ambientais fazem com que as perdas de calor do corpo humano por convecção e radiação não sejam suficientes para regular a sua temperatura interna, o organismo intensifica a atividade das glândulas sudoríparas, de modo a perder calor pela evaporação da Quando as condições ambientais fazem com que as perdas de calor do corpo humano por convecção e radiação não sejam suficientes CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 76 para regular a sua temperatura interna, o organismo intensifica a atividade das glândulas sudoríparas, de modo a perder calor pela evaporação da umidade (suor) que se forma na pele. A explicação é simples: simultaneamente à transpiração ocorre a evaporação do suor, esse é um fenômeno endotérmico, isto é , para se realizar precisa de calor que é cedido pelo corpo. De maneira mais simples, pode-se dizer que um líquido evaporando sobre uma superfície quente, extrai calor dessa superfície, resfriando-a. 3.3. Fatores que influenciam na remoção do calor do corpo humano Sabe-se que o conforto térmico é dependente do grau de atuação do sistema termorregulador para manter a temperatura interna do corpo. Portanto, é necessário conhecer os fatores que influenciam os processos de troca de calor do corpo com o ambiente, pois eles influenciarão no trabalho do sistema termorregulador e assim na sensação de conforto térmico. Os fatores que influenciam são a temperatura do ar, a umidade relativa do ar, a ventilação do ambiente e a vestimenta usada pelas pessoas. 3.3.1. Temperatura do Ar (ta) Quando a temperatura do ar é inferior à da pele, a remoção de calor por convecção será tanto maior quanto menor for a temperatura do ar. Já, se o ar estiver a uma temperatura superior à da pele, ele cederá calor para o corpo por convecção. Quanto à evaporação, a influência da temperatura do ar dependerá da umidade relativa e da velocidade do ar. 3.3.2. Umidade Relativa do Ar (UR) A umidade relativa do ar, numa determinada temperatura, é a razão entre o número de gramas de vapor d’água existente em 1 m3 de ar e a quantidade máxima de gramas de vapor d'água que 1 m3 de ar pode conter , quando está saturado naquela temperatura. A umidade relativa varia com a temperatura do ar. Com o aumentoda temperatura, a quantidade máxima de vapor d'água que 1 m3 de ar pode conter também aumenta . Com a diminuição da temperatura , a quantidade máxima de vapor CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 77 d'água que 1 m3 de ar pode conter também diminui. Isso eqüivale a dizer que quando se deseja uma umidade relativa menor num ambiente, deve-se reduzir a quantidade de vapor d'água no ar ou aumentar a temperatura do ar ambiente. Por outro lado, quando se deseja uma umidade relativa maior, deve-se aumentar a quantidade de vapor d'água no ar ou reduzir a temperatura do ar desse ambiente. A umidade relativa do ar tem grande influência na remoção de calor por evaporação, na medida em que uma baixa umidade relativa permite ao ar relativamente seco absorver a umidade da pele rapidamente, e com isso promover também de forma rápida a remoção de calor do corpo. Uma alta umidade relativa produz o efeito inverso. 3.3.3. Ventilação do Ambiente Para analisar-se a capacidade de contribuição da ventilação na remoção de calor do corpo humano, é necessário conhecer a temperatura e a umidade relativa do ar. Para a condição de ar não saturado e com temperatura inferior à da pele, pode-se afirmar que: a) Quando a ventilação aumenta: O processo de evaporação aumenta, porque a umidade do corpo é retirada mais rapidamente. O processo de convecção aumenta, porque a velocidade de troca do ar que rodeia o corpo é maior. b) Quando a ventilação diminui: Os processos de convecção e evaporação também diminuem. 3.3.4. Vestimenta Utilizada A roupa é um elemento que dificulta os três processos de remoção de calor. Diminui a troca térmica por convecção porque é um obstáculo ao movimento do ar junto à pele. CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 78 Diminui o processo de evaporação do suor num grau que varia conforme a permeabilidade da roupa ao vapor d’água.Quanto menor a permeabilidade da roupa, menor será a remoção de calor por evaporação. A interferência da vestimenta na troca térmica por radiação depende principalmente da emissividade e absortância de radiação da roupa e do comprimento de onda da radiação. Para as radiações de ondas longas, a emissividade é igual a absortância podendo ser considerada 1 para a pele e 0,95 para as roupas comuns, independente da cor. Já para as de ondas curtas, a absortância depende da pigmentação da pele e da cor da roupa, sendo maior para as de tonalidades escuras. Dessa forma, em ambientes onde predominam as radiações de ondas longas, a vestimenta terá pouca influência na troca térmica por radiação. Por outro lado, nos ambientes onde existam fontes importantes de radiação de ondas curtas, as vestimentas de cor clara absorverão uma quantidade menor de radiação do que as de cor escura. Na verdade a roupa promove um determinado isolamento térmico, porque acrescenta resistência à transferência de calor entre o corpo e o ambiente. A magnitude dessa resistência térmica depende principalmente do tecido e do modelo de fabricação da roupa; uma roupa longa, justa e de lã oferece maior resistência que uma curta, folgada e de algodão. Para quantificar a resistência térmica das roupas, utiliza-se a unidade clo2 (1 clo = 0,155m2.°C/W). A tabela 8 no anexo 01 apresenta vários itens de vestuário com as respectivas resistências térmicas. A equação 9 permite calcular a resistência térmica total da roupa usando-se os dados da tabela 8. ∑ (9) onde: Rv - Resistência térmica da vestimenta, clo; 2 O nome da unidade é oriundo da palavra inglesa "clothing", relativo à vestimenta. Em termos técnicos a unidade é º C W/m2 sendo que1 Clo equivale a 0,15º C W/m2. A escala de Clo é projetada de modo que uma pessoa despida tenha um valor de 0,0 Clo e outra vestindo um terno típico tenha um valor de 1,0 Clo. CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 79 Ip - Resistência térmica dos itens de vestuário dados na tabela 8, clo. O exemplo a seguir ilustra a aplicação da tabela 8. Vamos calcular a resistência térmica de uma vestimenta de verão composta por: camisa esporte de manga curta, calça de trabalho de algodão, cueca de algodão, meias 3/4 e sapatos. Da tabela 8 a resistência térmica dos itens do vestuário é: camisa esporte de manga curta = 0,17 clo calça de trabalho de algodão = 0,24 clo cueca de algodão = 0,04 clo meias 3/4 = 0,03 clo sapatos = 0,05 clo A resistência térmica da vestimenta será: Rv = 0,17 + 0,24 + 0,04 + 0,03 + 0,05 Rv = 0,53 clo 3.4. Variáveis que determinam o conforto térmico As variáveis de maior influência no conforto térmico podem ser reunidas em dois grandes grupos: as de natureza ambiental e as de natureza pessoal. As de natureza ambiental são: temperatura do ar (ta); temperatura radiante média (trm); velocidade relativa do ar (vr); umidade relativa do ar ambiente (UR). As de natureza pessoal são: tipo de vestimenta (representada pela sua resistência térmica); tipo de atividade física executada (representada pelo metabolismo). Essas variáveis foram separadas em dois grupos somente para efeito de classificação, tendo em vista que o efeito combinado de todas essas variáveis é o que determina a sensação de conforto ou desconforto térmico. CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 80 Já foi visto (equação 8) que a primeira condição para se obter conforto térmico é que o corpo esteja em equilíbrio térmico, ou seja, a quantidade de calor ganho (metabolismo + calor recebido do ambiente) deve ser igual à quantidade de calor cedido para o ambiente. Essa condição é necessária, mas não suficiente para que haja conforto térmico. Isso pode ser explicado pela eficiência do sistema termorregulador, que consegue manter o equilíbrio térmico do organismo numa ampla faixa de combinações das variáveis pessoais e ambientais, embora o conforto térmico só ocorra numa restrita faixa dessas combinações. O detalhamento da equação de balanço térmico (equação 8), irá demonstrar que as únicas variáveis fisiológicas dessa equação são a temperatura média da pele (tp) e o calor eliminado por evaporação do suor (Cev) ; assim é possível afirmar que a sensação de conforto térmico está relacionada com a magnitude delas . Os estudos desenvolvidos pelo pesquisador Fanger na Universidade Estadual de Kansas (EUA) comprovaram que, para cada nível de atividade física executada, existirão certos valores de temperatura média da pele (tp) e de calor perdido por evaporação do suor (Cev) que resultarão em conforto térmico. Assim, com os resultados dos seus experimentos, Fanger formulou, para a condição de conforto térmico, as seguintes equações que relacionam a temperatura média da pele e o calor perdido por evaporação do suor com o nível de atividade física representada pelo metabolismo (M): tp = 35,7 - 0,0275 * M (9) Cev = 0,42 * (M - 58,2) (10) onde: tp - temperatura média da pele, °C Cev - calor perdido por evaporação do suor, W/m2 M - metabolismo, W/m2 Das equações 9 e 10 observa-se que, com o aumento da atividade física, menor deve ser a temperatura média da pele para se obter uma condição de conforto térmico, assim como a taxa de evaporação do suor deve ser maior. Dessa forma , para se CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOOIINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 81 alcançar o conforto térmico , numa atividade sedentária onde o trabalhador tem metabolismo M=58,2 W/m2 , tp = 34°C e Cev = 0, enquanto que numa atividade pesada M = 174,6 W/m2, tp = 31°C e Cev = 49 W/m2. O equilíbrio térmico do corpo e o atendimento das equações 9 e 10 são as condições propostas por Fanger para que haja conforto térmico. 3.5. Cálculo da Temperatura Radiante Média A temperatura radiante média (trm) de um ambiente em relação a uma pessoa é determinada a partir dos valores da temperatura de globo (tg), da velocidade do ar na altura do globo (v) e da temperatura do ar (ta). A tg pode ser definida como a temperatura de equilíbrio medida no centro de uma esfera oca de cobre, pintada externamente de preto fosco. A medição da temperatura no interior da esfera normalmente é feita com termômetros de mercúrio. A esfera deve ter aproximadamente 1 mm de espessura e teoricamente qualquer diâmetro uma vez que ele é uma das variáveis das equações de calculo da trm. Contudo quanto menor ele for, maior serão as influências da temperatura e velocidade do ar, portanto recomenda-se, um globo com 0,15 m de diâmetro. O princípio de cálculo da trm é o de que estando o globo em equilíbrio térmico com o ambiente, então o calor trocado por radiação entre o globo e as superfícies circundantes é igual ao calor trocado por convecção entre o globo e o ar. Como a espessura do globo é pequena, então a temperatura do ar confinado nele é aproximadamente igual a temperatura da superfície do globo . Conhecendo-se a temperatura superficial do globo é possível determinar-se a trm. Como se pode ver a tg está relacionada com o calor trocado por convecção que por sua vez depende da velocidade do ar que incide sobre o globo. Essa dependência é contabilizada pelo coeficiente de troca de calor por convecção (hc) que corresponde a: CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 82 Convecção Natural => 1,4 , (11) Convecção forçada => 6,3 , , (12) onde: hc - coeficiente de troca de calor por convecção, (W/m2 °C) tg - temperatura de globo, (°C) ta - temperatura do ar, (°C) d - diâmetro do globo, (m) v - velocidade do ar na altura do globo, (m/s) Dessa forma, quando v > 0 , o cálculo da trm só pode iniciar após conhecer-se a real participação da velocidade do ar na troca por convecção . Isso é feito determinando-se hc para a convecção natural e para a forçada. O maior valor de hc definirá se a trm deve ser calculada para a convecção natural ou para a forçada. A equação geral para o cálculo da trm com convecção natural é: 273 0,25. . , . , 273 (13) onde: trm - temperatura radiante média (°C) tg - temperatura do termômetro de globo (°C) ta - temperatura de bulbo seco do ambiente (°C) v - velocidade do ar na altura do globo (m/s) ε - emissividade do globo d - diâmetro do globo (m) Quando um globo com d = 0,15 m e ε = 0,95 (padrão) for usado, a equação 13 fica assim: CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 83 273 0,4 10 , , 273 (14) A equação geral para o cálculo da trm com convecção forçada é: 273 1,1. . , . , . , 273 (15) Quando um globo com d = 0,15 m e ε = 0,95 (padrão) for usado, a equação 15 fica assim: 273 2,5 10 , , 273 (16) O seguinte exemplo ilustra a aplicação das equações de cálculo da trm. Calcular a trm de um ambiente de trabalho com as seguintes características: tg = 50°C ta = 30°C v = 0,1 m/s ε = 0,95 d = 0,15m O primeiro passo é utilizar as equações 11 e 12 para analisar o efeito da velocidade do ar: Convecção Natural => 1,4 , 1,4 50 30 0,15 , 4,76 / CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 84 Convecção forçada => 6,3 , , 6,3 0,1 , 0,15 , 3,38 / Como hc para a convecção natural é o maior valor, a trm deve ser calculada para convecção natural. Assim, como d = 0,15 m e ε = 0,95, podemos utilizar a equação 14: 273 0,4 10 , , 273 50 273 0,4 10 |50 30| , 50 30 , 273 61,9 44.. BBiibblliiooggrraaffiiaa Costa, Ennio Cruz da. Ventilação. São Paulo, Edgard Blücher, 2005. CRC Press LLC. Environmental Engineer’s Handbook. 2a Edição Macintyre, A. J. Ventilação industrial e controle da poluição. Ed. Guanabara, Rio de Janeiro Mesquita, A. L. S.; Guimarães, F. A.; Nefussi, N. Engenharia de Ventilação Industrial. São Paulo, CETESB, 1988. Oliveira, Jaime Medeiros de. Noções de Ventilação Industrial. Ruas, Álvaro César. Apostila da disciplina “Higiene do Trabalho IV”, no curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, da Faculdade de Engenharia Mecânica, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Campinas, 2007. Sobrinho, Fernando Vieira. Ventilação Local Exaustora em Galvanoplastia. São Paulo, FUNDACENTRO, 1996. CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 85 CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 86 AAnneexxoo 0011 TTaabbeellaass ccoomm vvaalloorreess ddee rreeffeerrêênncciiaa ppaarraa ccáállccuullooss ddee vveennttiillaaççããoo ggeerraall CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 87 Tabela 01 - Calor sensível liberado por pessoa (W). Atividade Metabolismo (W/m2) Temperatura do Ar 28 27 25 24 21 Sentado 63 51 57 61 67 76 Sentado, trabalho manual 73 53 57 63 70 80 Trabalho de escritório 77 53 58 63 72 83 Em pé, andando vagarosamente 89 53 58 63 72 83 Trabalho em bancada 130 56 64 72 86 107 Trabalho moderado 146 64 72 80 95 117 Trabalho pesado 163 79 88 97 111 135 Tabela 02 - Ganho de calor solar pelo telhado (W/m2) - latitude 20° norte ou sul. Forma Material de construção W/m2 Plana Asfalto sobre 15 cm de concreto 91,5 Asfalto sobre 15 cm de concreto, com revestimento de cortiça (0,025 m) 31,5 Asfalto sobre 15 cm de concreto, com revestimento de cortiça (0,050 m) 18,9 Asfalto sobre 15 cm de telha vazada 75,7 Asfalto sobre 15 cm de telha vazada, com revestimento de cortiça (0,025 m) 31,5 Asfalto sobre 15 cm de telha vazada, com revestimento de cortiça (0,050 m) 18,9 Inclinada Asbesto corrugado 233,5 Asbesto corrugado com forro de madeira (0,012 m) 82 Chapa de aço corrugada 249,2 Chapa de aço corrugada, com forro de madeira (0,025 m) e feltro 56,8 Telhas sobre forro e feltro 56,8 Telhas sobre sarrafo 249,2 Telhas sobre sarrafo e feltro 113,6 Telhas sobre forro 164 Forro rebocado com espaço acima até o telhado, telhas sobre sarrafos 91,5 Forro rebocado com espaço acima até o telhado, telhas sobre pranchas e feltro 47,3 CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 88 Tabela 03 - Ganho de calor pelas paredes3 (W/m2) - latitude 20° norte ou sul, céu limpo e temperatura interna igual à temperatura externa à sombra. Construção Espessura (m) Leste e Oeste Sudeste e Sudoeste4 Sul Tijolo sólido sem reboco 0,12 72,6 37,9 6,9 0,225 50,5 31,6 5,1 0,337 41 22,1 4,1 Tijolo sólido com reboco 0,12 59,931,6 6 0,225 47,3 25,2 4,7 0,337 37,9 18,9 3,8 0,45 31,6 15,8 3,2 0.562 12,6 2,5 Tijolo furado com reboco 0,275 31,6 15,8 3,5 0,387 25,2 15,8 2,8 0,5 22,1 9,5 2,5 Concreto 0,15 69,4 41 6,9 0,2 59,9 31,6 5,7 0,25 50,5 28,4 5 0,4 44,2 25,2 4,7 Madeira (macho e fêmea) 0,025 53,6 28,4 5,4 0,375 44,2 22,1 4,4 Folha de asbesto (plana) 0,0063 97,8 50,5 9,1 Folha de asbesto corrugada — 129,4 63 11,4 Chapa de aço corrugada 0,0031 135,7 66,3 8,5 Chapa de aço corrugada e revestida — 44,2 25,2 4,4 Janelas de vidro — 584 347 123 Janelas de vidro com toldo de lona — 164 97,8 9,5 Tabela 04 - Fatores de correção para a latitude. Latitude (graus) Superfície perpendicular ao sol Superfície horizontal Parede leste ou oeste Parede sudeste ou sudoeste Parede sul5 45 1 0,89 1 1,52 4,84 40 1 0,92 1 1,38 4 35 1 0,95 1 1,26 3,12 30 1 0,97 1 1,16 2,24 25 1 0,99 1 1,07 1 20 1 1 1 1 1 15 1 1 1 1 1 3 Válido para superfícies escuras. Para tonalidades médias, multiplicar os valores por 0,75. 4 Para latitude sul, use para paredes nordeste, noroeste e norte 5 Para latitudes sul, use esses valores para paredes nordeste, noroeste e norte CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 89 Tabela 05 – Calor liberado por motores elétricos Potência do motor (HP) Emissão total (plena carga) (W) 0,25 293 0,5 557 1 996 5 4541 25 21242 100 82040 Tabela 06 – Calor liberado pela iluminação Tipo de iluminação Emissão (W) Fluorescente 1,2/W Incandescente 1,0/W CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 90 Tabela 07 – Metabolismo para diferentes atividades. Atividade (Met) (W/m2) 1. Repouso • Dormindo 0,7 40,7 • Reclinado 0,8 -16,6 • Sentado, quieto 1.0 58,2 • Em pé , sem esforço 1,2 69,8 2. Andando 2.1 Superfície plana e sem carga • 2km/h 1,9 110 • 3km/h 2,4 140 • 4 km/h 2,8 165 • 5km/h 3,4 200 2.2 Superfície plana com carga, 4 km/h • 10 kgf 3,2 185 • 30 kgf 4,3 250 • 50 kgf 6,2 360 2.3 Aclive e sem carga, 3 km/h • inclinação 5 o 3,3 195 • inclinação 10° 4,7 275 • inclinação 15° 6,7 390 2.4 Declive e sem carga, 5 km/h • inclinação 5o 2,2 130 • inclinação 10° 1,9 115 • inclinação 15° 2,1 120 2.5 Subindo escada , altura do degrau 0,17m • 80 degraus por minuto 7,6 440 2.6 Descendo escada , altura do degrau 0,17m • 80 degraus por minuto 2,7 155 CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 91 Tabela 07 – Metabolismo para diferentes atividades (cont.) Atividade (Met) (W/m2) 3. Indústria da construção civil 3.1 Assentamento de tijolos (construindo muro de mesma área) • tijolo sólido (peso de 3,8 kgf) 2,6 150 • tijolo furado (peso de 4,2 kgf) 2,4 140 • bloco furado (peso de 15,3 kgf) 2,1 125 • bloco furado (peso de 23,4 kgf) 2,3 135 3.2 Colocando pedregulho num carrinho 4,7 275 3.3 Empurrando carrinho em terreno plano , carga de 100 kgf, velocidade de 4,5 km/h 3,9 230 3.4 Misturando argamassa 2,7 155 3.5 Fazendo forma para concretagem 3,1 180 3.6 Concretando fundação 4,7 275 3.7 Compactando concreto com vibrador 3,8 220 3.8 Subindo em escada portátil com 70°de inclinação , velocidade de 11,2 m/min • sem carga 5 290 • com 20 kgf de carga 6,2 360 3.9 Cavando uma vala 4,6 a 5,3 270 a 310 4. Serviço de carpintaria 4.1 Serrando manualmente 4,0 a 4,8 233 a 280 4.2 Serrando com máquina 1,8 a 2,2 105 a 128 4.3 Aplainando manualmente 5,6 a 6,4 326 a 372 5. Trabalho em fundição 5.1 Moldagem manual de peças • peças de tamanho pequeno 2,4 140 • peças de tamanho médio 4,9 285 • usando martelete pneumático 3 175 5.2 Limpeza e rebarbação • trabalho com martelete pneumático 3 175 • esmerilhamento, corte 3 175 CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 92 Tabela 07 – Metabolismo para diferentes atividades (cont.) Atividade (Met) (W/m2) 6. Indústria mecânica 6.1 Trabalho em máquina ferramenta • leve (ajustar, montar ) 1,7 100 • médio 2,4 140 • pesado 3,6 210 6.2 Trabalho com ferramenta manual • leve (polimento leve) 1,7 100 • médio (polimento) 2,7 160 • pesado ( furacão pesada ) 3,9 230 7. Agricultura 7.1 Escavando com pá ( 24 levantamentos/min) 6,5 380 7.2 Cavando com enxada (peso da enxada l,25kgf) 2,9 170 7.3 Arando com junta de cavalos 4 235 7.4 Arando com trator 2,9 170 7.5 Aplicando fertilizante na terra • manualmente 4,8 280 • com máquina puxada por cavalos 4,3 250 • com trator 1,6 95 8. Trabalho doméstico 8.1 Limpando a casa 1,7 a 3,4 100 a 200 8.2 Cozinhando 1,4 a 2,3 80 a 135 8.3 Lavando louça, em pé 2,5 145 8.4 Lavando e passando a ferro 2,1 a 3,8 120 a 220 8.5 Fazendo compras 1,4 a 1,8 81 a 105 9. Trabalho escritório 9.1 Datilografando 1,2 a 1,4 70 a 81 9.2 Desenhando 1,1 a 1,3 64 a 76 10. Motorista • Carro 1,5 87 • Veículo pesado 3,2 186 • Motocicleta 2 116 11. Outras atividades 11.1 Balconista 2 116 11.2 Professor 1,6 93 11.3 Borracheiro 2,2 a 3,0 128 a 175 11.4 Laboratorista 1,4 a 1,8 81 a 105 11.5 Trab. leve em bancada e sentado 1,1 64 CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 93 Tabela 08 – Resistência térmica dos itens de vestuário ITENS DE VESTUÁRIO material de fabricação massa (g) Ip (clo) Roupa de baixo sutiã 44 0,01 calcinha 100% nylon 27 0,03 calcinha e sutiã curtos nylon 87 0,04 meia calça 39 0,02 cueca poliéster, algodão 66 0,03 cueca 100% algodão 65 0,04 ceroula até acima do joelho lã 137 0,06 ceroula até abaixo do joelho algodão 186 0,08 ceroula até o tornozelo lã 198 0,12 baby-doll acima do joelho nylon 65 0,14 baby-doll altura do joelho nylon 82 0,16 camiseta sem manga algodão 150 0,06 camiseta sem manga poliéster, algodão 106 0,05 camiseta com manga curta 100% algodão 105 0,08 camiseta com manga curta algodão 180 0,1 camiseta com manga longa algodão 200 0,12 Camisas , camisetas e blusas camisa com gola, manga longa 100% SEF 0,33 camisa com gola, manga longa 65% poliéster, 35% algodão 0,31 camisa com gola, manga longa algodão 362 0,33 camisa com gola, manga longa algodão 370 0,29 camisa com gola, manga longa 65% poliéster, 35% algodão 360 0,21 camisa com gola, manga longa 190 0,15 camisa com gola, manga longa 220 0,18 camisa com gola, manga longa 65% poliéster, 35% algodão 196 0,25 camisa com gola, manga longa 65% poliéster, 35% algodão 156 0,19 camisa com gola , manga longa 80% algodão , 20% poliéster 309 0,34 camisa com gola, manga curta 65% poliéster, 35% algodão 0,25 camisa com gola, manga curta algodão 284 0,24 camisa esporte , manga curta 100% algodão 228 0,17 camisa sem manga, gola canoa 65% poliéster, 35% algodão 113 0,21 camiseta sem manga algodão 210 0,18 camiseta sem manga 65% poliéster, 35% algodão 117 0,13 blusa gola olímpica, manga longa algodão 344 0,34 blusa feminina com gravata, manga longa 65% poliéster, 35% algodão 382 0,33 blusa feminina com gravata, manga longa 65% poliéster, 35% algodão 206 0,25 blusa feminina gola canoa , manga média 65% poliéster, 35% algodão 142 0,27 corpete 100% poliéster 67 0,06 Calças calça folgada algodão 513 0,22 calça folgada 65% poliéster, 35% algodão 320 0,23 calça folgada 50% poliéster, 50%lã 459 0,28 calça folgada 100% algodão 0,24 CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 94 Tabela 08 – Resistência térmica dos itens de vestuário (cont.) ITENS DE VESTUÁRIO material de fabricação massa (g) Ip (clo) calça justa 80% lã, 20% nylon 433 0,22 calça justa algodão 640 0,26 calça justa algodão 446 0,18 calça justa 65% poliéster, 35% algodão 605 calça justa 50% poliéster, 50% lã 404 0,24 calça justa 100% algodão 354 calça justa 65% poliéster, 35% algodão 0,19 calça de trabalho 100% algodão 832 0,24 Shorts e bermudas short algodão 0,08 short 100% algodão 164 0,06 bermuda até o joelho algodão 416 0,11 bermuda até o joelho algodão 195 0,11 bermuda até o joelho 100% algodão 195 0,08 bermuda até o joelho 50% poliéster, 50% lã 251 0,17 Jardineiras e macacões jardineira 65% poliéster, 35% algodão 755 0,24 jardineira algodão 910 0,28 jardineira 64% algodão , 36% poliéster 854 0,3 macacão manga longa 100% algodão 0,52 macacão manga longa algodão 1260 0,52 macacão manga longa 65% poliéster, 35% algodão 1140 0,49 macacão manga longa 100% algodão 995 0,49 macacão manga longa 890 0,51 macacão feminino com cinto , manga longa algodão 579 0,49 macacão feminino com cinto , manga longa algodão 891 0,46 macacão feminino com cinto , manga longa algodão 1331 0,49 Suéteres manga longa, gola em V 100% acrílico 215 0,25 manga longa, gola canoa 85% lã, 15% nylon 424 0,36 manga longa, gola olímpica 815 0,54 manga longa, gola olímpica (leve ) 50% algodão , 50% poliéster 231 0,26 manga longa, gola olímpica (pesado ) 85% lã , 15% nylon 459 0,37 manga curta, gola em V 100% acrílico 188 0,2 manga curta, gola canoa 85% lã, 15% nylon 355 0,28 sem manga, gola em V 100% acrílico 130 0,13 sem manga, gola canoa 85% lã, 15% nylon 301 0,22 tipo cardigã, manga longa, gola em V 100% acrílico 215 0,23 tipo cardigã , manga longa , gola canoa 460 0,29 tipo cardigã, manga longa , gola canoa 85% lã, 15% nylon 424 0,31 tipo cardigã, manga curta, gola em V 100% acrílico 188 0,17 tipo cardigã , manga curta, gola canoa 85% lã, 15% nylon 355 0,22 CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 95 Tabela 08 – Resistência térmica dos itens de vestuário (cont.) ITENS DE VESTUÁRIO material de fabricação massa (g) Ip (clo) Jaquetas, coletes jaqueta sem botão 65% poliéster, 35% algodão 640 0,26 jaqueta de trabalho algodão 652 0,26 jaqueta de trabalho 65% poliéster , 35% algodão 610 0,21 jaqueta de trabalho 100% algodão 885 0,39 jaqueta de trabalho , feminina 65% poliéster , 35% algodão 400 0,24 paletó tipo jaquetão , uma fileira de botões 100% algodão 518 0,36 paletó tipo jaquetão , uma fileira de botões algodão 1076 0,4 paletó tipo jaquetão , uma fileira de botões 80% lã , 20% nylon 699 0,45 paletó tipo jaquetão , uma fileira de botões algodão 794 0,46 paletó justo , uma fileira de botões 850 0,32 paletó justo , uma fileira de botões algodão 725 0,4 paletó tipo jaquetão , uma fileira de botões 50% lã , 50% poliéster 652 0,44 paletó tipo jaquetão , duas fileiras de botões 100% algodão 562 0,42 paletó tipo jaquetão , duas fileiras de botões 50% lã, 50% poliéster 702 0,48 colete 100% algodão 160 0,1 colete 50% lã , 50% poliéster 185 0,17 colete de temo 185 0,07 colete de temo algodão 214 0,13 colete de temo 80% lã, 20% nylon 207 0,13 Casacos altura do quadril, folgado 65% poliéster, 35% algodão 745 0,19 alto isolamento , altura do quadril, folgado poliéster, poliamida 452 0,46 alto isolamento , acima do joelho poliéster, poliamida 945 0,69 acima do joelho 65% poliéster, 35% algodão 942 0,28 acima do joelho 1440 0,67 acima do joelho com capuz 1440 0,79 abaixo do joelho 1820 0,65 abaixo do joelho 650 0,56 tipo jaqueta 880 0,55 tipo jaqueta, múltiplos componentes 1350 0,69 Sapatos , meias , luvas . chapéus gorro, boné 100 0,01 luvas grossas poliamida 82 0,08 meia grossa, 3/4 poliamida 113 0,11 meia grossa, altura do tornozelo poliamida 77 0,05 meia grossa, altura do tornozelo 112 0,05 meia grossa , altura do joelho 80% acrílico , 20% nylon 68 0,06 meia fina , altura do joelho 100% nylon 32 0,03 meia , altura do tornozelo 61 0,02 meia 3/4 75% acrílico , 25% nylon 53 0,03 meia esportiva, 3/4 85% acrílico , 15% nylon 82 0,03 meia esportiva, altura do tornozelo 49 0,02 CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 96 Tabela 08 – Resistência térmica dos itens de vestuário (cont.) ITENS DE VESTUÁRIO material de fabricação massa (g) Ip (clo) sapatos 0,05 sapatos de camurça , sola de borracha 0,02 sapatos , sola dura , vinil 1006 0,03 tênis lona, sola leve 812 0,02 tamancos 0,03 chinelo acolchoado com lã de carneiro 186 0,03 sandálias, vinil 346 0,02 Saias até o tornozelo 100% algodão 284 0,23 até o tornozelo 50% lã , 50% poliéster 378 0,28 até 0,15 m abaixo do joelho 100% algodão 288 0,18 até 0,15 m acima do joelho 100% algodão 179 0,1 até o joelho 100% algodão 229 0,14 até o joelho 50% lã , 50% poliéster 305 0,23 até o joelho algodão 417 0 ,17 até o joelho algodão 519 0,17 até o joelho 80% lã, 20% nylon 330 0,19 até o joelho 35% algodão , 65% poliéster 250 0,15 até o joelho , com abertura 100% algodão 194 0,14 até o joelho , totalmente pregueado 100% algodão 271 0,14 até o joelho , totalmente pregueado 50% lã, 50% poliéster 359 0,22 até o joelho , totalmente pregueado algodão 612 0,18 até o joelho , plissado 100% algodão 410 0,16 até o joelho , plissado 50% lã , 50% poliéster 539 0,26 Vestidos até o joelho , manga longa, com colarinho 35% algodão , 65% poliéster 254 0,32 até o joelho , manga longa, com colarinho 50% lã , 50% poliéster 280 0,47 até o joelho , manga longa, com colarinho 35% algodão , 65% poliéster 283 0,35 até o joelho , manga longa, com colarinho algodão 470 0,41 até o joelho , manga longa , com colarinho algodão 732 0,4 até o joelho , manga longa, com colarinho algodão 1099 0,39 até o joelho , manga curta , com colarinho 35% algodão , 65% poliéster ?37 0,29 ate o joelho , sem manga, gola esporte 35% algodão , 65% poliéster 153 0,23 até o joelho , sem manga, gola esporte 50% lã , 50% poliéster 141 0,27 até o joelho , sem manga , gola esporte 5% algodão , 65% poliéster 177 0,26 Roupas de proteção macacão de proteção química ,manga longa 1340 0,6 avental até o joelho , retardante de chama 100% algodão 0,12 guarda-pó , acima do joelho 547 0,34 guarda-pó , abaixo do joelho 575 0,36 casaco , altura do quadril, aluminizado 100% PFR viscose 0,63 casaco , altura do quadril, aluminizado 830 0,42 casaco , até a panturrilha, aluminizado 100%PFRviscose 0,94 CCUURRSSOO ÀÀ DDIISSTTÂÂNNCCIIAA –– VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO IINNDDUUSSTTRRIIAALL MMóódduulloo 0022 –– VVeennttiillaaççããoo GGeerraall 11 97 Tabela 08 – Resistência térmica dos itens de vestuário (cont.) ITENS DE VESTUÁRIO material de fabricação massa (g) Ip (clo) capa contra chuva, altura do quadril 500 0,31 perneiras , retardante de chama 100% algodão 0,08 mangas ombro - pulso , aluminizadas 100% PFR viscose 0,11 mangas braço - pulso , retardante de chama 100% algodão 0,05 Tabela 09 – Resistência térmica dos itens de vestuário (cont.) Tipo de entrada e salda de ar Substância altamente tóxica5 Substância moderadamente tóxica6 Substância levemente tóxica4 Teto Perfurado para entrada de ar NR7 3 1,5 Bons difusores para entrada de ar NR5 3 - 6 2 - 3 Janelas para entrada de ar e exaustores de parede para saída do ar NR5
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