Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUTO POLITÉCNICO ISLÂMICO DE MOÇAMBIQUE IPIMO Curso: ENFERMAGEM DE SAÚDE MATERNO INFANTIL Cadeira: PATOLOGIA Tema: Gastrite, Úlceras pépticas e Hepatite Definição, Classificações, Causas, Fisiopatologia, Quadro Clinico, Diagnósticos, Suas Complicações e Tratamentos Nampula 2021 2 Discente Sílvia Cabo Fermedo Tema: Gastrite, Úlceras pépticas e Hepatite Definição, Classificações, Causas, Fisiopatologia, Quadro Clinico, Diagnósticos, Suas Complicações e Tratamentos INSTITUTO POLITÉCNICO ISLÂMICO DE MOÇAMBIQUE NAMPULA 2021 Trabalho de carácter avaliativo, a ser entregue na instituição de ensino na cadeira de Patologia, leccionada pelo docente: Samamud Mussa 3 Índice Introdução ....................................................................................................................................... 4 Definição de gastrite ....................................................................................................................... 5 Classificação ................................................................................................................................... 5 Causas ............................................................................................................................................. 6 Fisiopatologia .................................................................................................................................. 6 Quadro Clínico ................................................................................................................................ 7 O diagnóstico .................................................................................................................................. 8 Complicações .................................................................................................................................. 8 Tratamento ...................................................................................................................................... 8 Úlceras pépticas .............................................................................................................................. 9 Classificação ................................................................................................................................... 9 Causas ........................................................................................................................................... 10 Quadro Clínico .............................................................................................................................. 10 Diagnóstico ................................................................................................................................... 11 Complicações ................................................................................................................................ 11 Tratamento .................................................................................................................................... 12 Hepatite ......................................................................................................................................... 12 Classificação ................................................................................................................................. 12 Causas ........................................................................................................................................... 14 Fisiopatologia ................................................................................................................................ 14 Diagnóstico de Hepatite ................................................................................................................ 15 Tratamento .................................................................................................................................... 16 Conclusão ...................................................................................................................................... 17 Bibliografia ................................................................................................................................... 18 4 Introdução O presente trabalho da cadeira de patologia que ira abordar sobre as doenças tais como: Gastrite, Úlceras pépticas e Hepatite. De referir que a gastrite é uma condição na qual o revestimento do estômago conhecido como (mucosa) está inflamado. E o principal sintoma é uma dor no estômago, podendo ser eventualmente acompanhada de náuseas, vómitos e problemas de digestão. A principal complicação da gastrite é a úlcera gástrica que pode conduzir a uma hemorragia digestiva. O diagnóstico da gastrite é feito por exames endoscópicos (câmera introduzida pela boca) e o tratamento da causa é necessário além do tratamento dos sintomas. Refente ao trabalho de salientar que esta organizado obedecendo a seguinte estrutura Introdução Desenvolvimento Conclusão Bibliografia 5 Definição de gastrite A gastrite é uma inflamação da parede ou mucosa do estômago. É um fenómeno que pode ser pontual, devido a uma bactéria ou a um vírus, mas é bem mais comum na forma crónica. Em caso de gastrite crónica, a origem se deve, principalmente, a uma infecção de longa duração por causa de uma bactéria chamada Helicobater pylori, ou pode ter origem auto-imune, ou seja, ser provocada por uma agressão da mucosa do estômago por anticorpos do organismo. Classificação A classificação dos tipos de gastrite é baseada na duração dos sintomas, em sua causa e em qual região do estômago se concentra a inflamação ou infecção. Os principais tipos de gastrite são: Gastrite aguda Causada pela presença da bactéria Helicobacter pylori, a gastrite aguda tem sintomas que aparecem repentinamente, entre eles dor no estômago, náuseas e vómitos. Se não tratada correctamente, com antiácidos e antibióticos, ela pode evoluir para a gastrite crónica. A adopção de hábitos alimentares saudáveis e a prática de exercícios físicos pode auxiliar no controle da doença. Gastrite crónica Quando a gastrite se manifesta por tempo prolongado no organismo, a inflamação tende a aumentar e comprometer uma porção cada vez maior do revestimento do estômago. Ela pode ser classificada por sua fase de evolução (superficial, moderada e final) ou pela região afectada (na parte final ou no corpo do estômago). A gastrite crónica pode evoluir para câncer se o tratamento com antiácidos, protectores gástricos e antibióticos não for seguido à risca. Gastrite enantematosa Ainda que os sintomas sejam semelhantes aos das outras variações da doença, a inflamação, nesse tipo de gastrite, atinge uma camada profunda do revestimento do estômago. A doença pode ser causada por bactérias, pelo uso excessivo de medicamentos ou associada ao alcoolismo ou a doenças autoimunes. O tratamento envolve uma dieta com restrição de gorduras, cafeína e açúcar. 6 Gastrite eosinofílica O aumento de células imunes no estômago, comum em pessoas com histórico de alergias, também provoca os sintomas característicos da gastrite, em especial azia, náuseas e vómitos frequentes. O tratamento, normalmente, é feito com o uso de corticoides. Gastrite nervosa Muitas vezes, os sintomas de azia, a sensação de empachamento e vómitos podem surgir em situações de estresse e ansiedade. Nesse caso, o tratamento da gastrite nervosa envolve, além de antiácidos, a adopção de medidas para o controle do estresse, como prática de actividades físicas e uso de calmantes naturais. Causas Embora o tratamento normalmente seja fácil, é muito importante descobrir quais as suas causas para evitar que volte a surgirprovocando sintomas muito incómodos como dor de barriga, náuseas, vómitos ou falta de apetite Vários são os factores envolvidos na origem da gastrite. A infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) é a principal causa de gastrite crónica não erosiva. Essa bactéria afecta a parede do estômago e pode ser transmitida de pessoa para pessoa e através de alimentos ou água contaminados. Já nos casos de gastrite erosiva aguda ou crónica, os principais agentes envolvidos são: uso por longo período de anti-inflamatórios não esteroides, abuso de álcool e drogas. Já em casos de grande estresse para o organismo (cirurgias extensas, queimaduras de alta gravidade e múltiplas fraturas), o paciente pode apresentar erosões na mucosa do estômago gerando gastrite de estresse que pode evoluir para úlceras e hemorragia. Outra causa rara de gastrite é quando o próprio organismo produz anticorpos que atacam a mucosa gástrica, denominada gastrite autoimune. Dessa forma, há uma redução da secreção ácida com redução na absorção de ferro e vitamina B12. Fisiopatologia A gastrite pode vir a fazer alterações em certas partes do nosso organismo ou a parte afectada. Essas alterações podem ser provocadas por diferentes fautores. A doença pode ser aguda (surge de repente) ou crónica, quando o processo inflamatório se instala aos poucos e leva muito tempo para ser controlado. Gastrite pode acometer toda a mucosa estomacal, ou parte dela. Pode 7 provocar inflamação intensa, sem destruir o revestimento do estômago, ou resultar numa inflamação leve, mas acompanhada de lesão na parede do órgão e perda da mucosa estomacal. Denominada gastrite erosiva, esse tipo pode provocar a formação de úlceras e sangramentos. Quadro Clínico No início, os sintomas podem ser bem leves, como uma queimação no estômago discreta. Contudo, com o passar do tempo, uma gastrite não tratada pode causar dores tão intensas que impedem a pessoa de ficar em pé. Embora possam variar de pessoa para pessoa, estes são os sinais e sintomas mais comuns dessa condição: Queimação e azia; Dor na boca do estômago, que pode ser em forma de pontadas; Sensação de que há alguma coisa na garganta; Dor de cabeça; Dificuldade e demora na digestão; Enjoos; Soluços; Sensação de que o estômago está sempre cheio; Eructações frequentes (arrotos); Inchaço na região do estômago; Desconforto abdominal; Gases; Refluxo; Dor na parte superior do abdómen; Perda de apetite; Fraqueza; Emagrecimento; Ânsia de vómito e vómito; Fezes escurecidas e vómito com sangue ou com secreção parecida com borra de café (quando há sangramento da parede do estômago). É importante observar que a gastrite crónica não costuma apresentar sintomas em suas etapas iniciais, de forma que o diagnóstico só acontece quando o paciente tem uma crise mais séria e procura atendimento médico. Quando essa condição é sintomática, as principais queixas são a sensação de que o estômago está sempre cheio, a perda do apetite e a dor de estômago. 8 No caso da gastrite aguda, os sintomas costumam se agravar depois da ingestão de alimentos gordurosos ou muito condimentados. Já na gastrite nervosa, o desconforto está associado a situações de ansiedade e estresse. O diagnóstico Sentir dores no estômago uma vez ou outra não significa que a pessoa tem gastrite. Agora, se os sintomas se arrastam por duas semanas, é melhor consultar um gastroenterologista. O médico irá solicitar a realização de uma endoscopia. Nesse exame, feito com o paciente sob efeito de sedativo, uma microcâmera desce pela boca até o estômago, e as imagens registradas mostram se há inflamação na mucosa do órgão. Para confirmar se o problema foi causado pela bactéria H. pylori, durante a endoscopia é feita uma biópsia. A análise do material revela se o micro- organismo está alojado por ali. Complicações A principal complicação da gastrite é a úlcera gástrica que pode conduzir a uma hemorragia digestiva. A maioria das formas de gastrite crónica inespecífica não causam sintomas. No entanto, a gastrite crónica é um factor de risco para úlcera péptica, pólipos gástricos e tumores gástricos benignos e malignos. Algumas pessoas com gastrite crónica pelo H. pylori ou gastrite auto-imune desenvolvem gastrite atrófica. A gastrite atrófica destrói as células do revestimento do estômago que produzem ácidos digestivos e enzimas. A gastrite atrófica pode levar a dois tipos de câncer: o câncer gástrico e o linfoma do tecido linfóide associado à mucosa gástrica (linfoma MALT). Tratamento Controlar a alimentação é fundamental para aliviar o mal-estar digestivo, mas nem sempre uma dieta equilibrada basta. Para combater a inflamação já instalada, o médico pode receitar antibióticos, além de antiácidos para atenuar os sintomas. Nos casos em que a H. Pylori é a causa da gastrite, às vezes só um revezamento de antibióticos consegue dar fim ao problema. Isso porque essa bactéria é muito resistente. Ao término do tratamento, o especialista pode recomendar outro exame para confirmar se o micro-organismo foi eliminado de vez. Esse teste detecta a presença a H. Pylori pelo ar expelido dos pulmões. Se o resultado der negativo, 9 significa que foi exterminada. Caso contrário, é preciso tomar novas medidas contra ela. Ao longo do tratamento, é preciso ficar longe de determinados alimentos. Até que a regeneração do estômago seja completa, deve-se evitar refrigerantes, águas gasosas e sucos cítricos. Chocolates, balas e doces também ficam de fora do cardápio o açúcar fermenta na barriga e, para piorar, estimula a liberação de ácido clorídrico. Uma vez que a causa da gastrite sai de cena, seja ela qual for, a pessoa fica curada em no máximo três semanas. Esse é o prazo necessário para o estômago recuperar suas rugosidades naturais, destruídas pela agressão. Úlceras pépticas A Úlceras pépticas é uma afecção heterogênea, multifatorial, que acomete 15% a 20% da população mundial. A úlcera é denominada péptica porque ocorre em sítios expostos à secreção de ácido clorídrico e pepsina. Ocorre mais frequentemente no estômago e duodeno, mas pode também acometer o terço inferior do esófago, o jejuno, anastomoses gastroentéricas, e o divertículo de Meckel, quando existe mucosa gástrica ectópica. Em 90% dos casos, a UP é uma lesão única; raramente dupla ou múltipla. Na maioria das vezes, apresenta-se como lesão arredondada ou ovalada, com diâmetro variando de 0,5 a 2,0 cm e bordas regulares, pouco elevadas e cortadas a pique, tendendo a se afunilar na medida em que se aprofundam na parede do órgão. O fundo é geralmente limpo, mas pode estar coberto por material brancancento, por tecido de granulação avermelhado ou por tecido fibroso. A lesão pode estar restrita à submucosa, ou atingir a musculares mucosae, serosa ou a cápsula ou parênquima de um órgão vizinho. De acordo com a profundidade da lesão e a intensidade da reacção conjuntiva, a Úlceras pépticas pode ser classificada em superficial, localizada na submucosa; profunda, quando atinge a lâmina Classificação É uma patologia comum, consistindo numa ferida ou lesão da mucosa do trato gastrointestinal. Atinge anualmente quatro milhões de pessoas no mundo. Estes são os tipos mais comuns: Esofágica: (se localizam no esófago) Gástrica: (são as que se localizam no estômago) Duodenal: (se localizam no interior do intestino delgado) 10 Causas A úlcera péptica se forma quando o estômago fica vulnerável à sua própria acidez, ao ter suas defesas enfraquecidas, podendo acontecer principalmente devido ao: Factor genético; Uso de medicamentos que afectam as defesas da parede do estômago, como anti- inflamatórios ou AAS, por exemplo; Infecção pela bactéria Helicobacter pylori, que se multiplica no estômago e enfraquece a sua barreira protectora; Consumo de bebidas alcoólicase uso de cigarro, que têm efeito irritativo; Estresse, situação que afecta as defesas da mucosa do estômago e favorece o surgimento de sintomas. Além disso, uma alimentação desequilibrada, rica em gordura, açúcares e alimentos irritativos, como cafeína ou pimenta, por exemplo, podem agravar os sintomas e a progressão da úlcera e outras doenças gástricas, como refluxo. Quadro Clínico Os sintomas de úlcera gástrica por vezes pioram após a alimentação, mesmo quando a pessoa faz uso de medicamentos que controlam a digestão. Os principais sintomas de úlcera gástrica são: Dor abdominal forte, em forma de pontada, que piora ao comer ou ao beber; Dor em forma de queimação na "boca do estômago"; Enjoo; Vómito; Distensão abdominal; Sangramentos na parede do estômago, o que pode causar saída de sangue nas fezes, visível ou identificado no exame de pesquisa de sangue nas fezes. Também importante lembrar que, além da úlcera gástrica, pode-se formar uma úlcera duodenal, localizada na primeira porção do intestino, que costuma causar sintomas nos períodos em jejum ou durante a noite. 11 Diagnóstico O diagnóstico é feito pelo gastroenterologista ou clínico geral a partir da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa, além de ser recomendada a realização de uma endoscopia digestiva alta para identificar a causa e verificar a extensão e gravidade da úlcera. Para realizar a endoscopia, o médico irá colocar uma sonda, com uma microcâmera na ponta, dentro da boca pessoa até o seu estômago, conseguindo visualizar com clareza as paredes internas do estômago e suas lesões, e caso haja necessidade, pode retirar uma pequena amostra do tecido para que possa ser enviado para o laboratório para ser realizada a biópsia. Complicações Sangramento Úlceras gástricas e duodenais são a principal causa de hemorragia digestiva alta não varicosa, consistindo em uma condição médica comum, que ainda é responsável por alta morbidade do paciente e elevados custos médicos (incidência de 100 hospitalizações/adulto por ano). Perfuração Úlceras duodenais são responsáveis por 60% dos casos de perfuração por úlceras pépticas, seguidos pelas úlceras antrais e de corpo gástrico, 20% cada uma. H. pylori e uso de AINEs são factores de risco independentes de perfuração por úlceras pépticas. Penetração Trata-se da penetração da úlcera através da parede, mas sem perfuração livre. Séries cirúrgicas têm observado que ocorre penetração em 20% das úlceras, mas apenas uma pequena proporção torna-se clinicamente evidente. As localizações mais comuns de penetração, em ordem decrescente de frequência, são pâncreas, omento gastro-hepático, trato biliar, fígado, omento maior, mesocolo, colo e estruturas vasculares. Obstrução de saída gástrica Esta é a complicação menos frequente. A maioria dos casos ocorre em decorrência de úlceras duodenais ou de canal pilórico. 12 Tratamento O tratamento é feito com o uso de remédios que diminuem a acidez do estômago, como antiácidos ou inibidores da acidez, como Omeprazol, Pantoprazol, Lansoprazol ou Esomeprazol, por exemplo, mesmo durante a gravidez. Pode ser recomendado também pelo médico o uso de analgésicos para controlar as dores, caso haja necessidade. No caso da endoscopia indicar a infecção por H. pylori, o médico pode recomendar o uso de antibióticos, como Amoxicilina e Claritromicina. É importante também que a pessoa tenha atenção à alimentação, dando preferência a frutas, legumes e verduras cozidos, grãos, laticínios light, pão, e carnes magras, e evitando alimentos muito quentes, bebidas alcoólicas, refrigerantes, sanduíches, fast food, frituras e doces em geral. É recomendado que seja também evitado uso de cigarro e o consumo de alimentos que promovem a liberação do ácido gástrico, como café, chá preto, mate, condimentos, molhos picantes e frutas ácidas como caju, laranja, limão e abacaxi Hepatite Hepatite é a degeneração do fígado causada por factores como infecções virais (do tipo A, B e C), consumo excessivo de álcool e uso contínuo de medicamentos com substâncias tóxicas para o corpo. Enquanto os vírus atacam o fígado quando parasitam suas células, a cirrose dos alcoólatras é causada pela ingestão frequente de bebidas alcoólicas - uma vez no organismo, o álcool é transformado em ácidos nocivos às células hepáticas, levando à hepatite. Também pode se definir como sendo uma inflamação do fígado, que na maioria dos casos é causada por vírus, porém pode também acontecer como consequência do uso excessivo e indiscriminado de medicamentos, do consumo de excessivo de bebidas alcoólicas ou ser devido a uma alteração auto-imune. Classificação A hepatite pode ser dividida de acordo com suas causas em: Hepatite A Hepatite B Hepatite C 13 Hepatite alcoólica Hepatite medicamentosa Hepatite autoimune. Hepatite A O vírus da hepatite tipo A (HAV) é transmissível, principalmente através de água e alimentos contaminados. Também é possível contrair a doença praticando sexo sem preservativo. Hepatite B O vírus da hepatite tipo B (HBV) é transmissível, principalmente por fluidos corporais. As formas mais comuns de contágio são: drogas injetáveis, cirurgias realizadas com materiais não esterilizados e uso de lâminas de barbear ou alicates utilizados por outras pessoas. O vírus também pode ser passado sexualmente, reforçando a necessidade do uso de preservativos e outros métodos de barreira. Hepatite C O vírus da hepatite tipo C (HCV) é transmissível, principalmente por fluidos corporais. As formas mais comuns de contágio são: drogas injectáveis, cirurgias realizadas com materiais não esterilizados e uso de lâminas de barbear ou alicates utilizados por outras pessoas. O vírus também pode ser passado sexualmente, reforçando a necessidade do uso de preservativos e outros métodos de barreira. Hepatite alcoólica Pode ser causada pelo uso abusivo de álcool que pode levar a uma hepatite alcoólica crónica ou desencadear um processo crónico que leve a cirrose e insuficiências hepáticas. Hepatite medicamentosa Vários medicamentos (inclusive fitoterápicos) podem lesar o fígado e para certos remédios o risco é tão elevado que o fígado deve ser monitorado com exames laboratoriais periódicos para, no caso de ocorrer lesão hepática, suspender precocemente o medicamento. 14 Hepatite autoimune Como resultado de uma falha no sistema imunológico, este começa a produzir anticorpos que vão reagir contra o próprio fígado. Mais comum em mulheres, este processo pode se desenvolver de forma crónica, com períodos de exacerbação, e até levar à cirrose hepática se não tratado adequadamente. Esteato-hepatite não alcoólica O acúmulo de gordura no fígado chamado de esteatose hepática, que acomete cerca de 20% da população, pode evoluir para uma forma inflamatória (esteato-hepatite não alcoólica) com risco de cirrose, insuficiência hepática e carcinoma hepatocelular. Causas Existem várias causas para inflamação do fígado, o que significa dizer que existem vários tipos de hepatite. As principais causas de hepatite são: Vírus: hepatite A, B, C, D e E. Infecções do fígado. Abuso de álcool. Medicamentos e drogas. Doença autoimune (quando o corpo inapropriadamente cria anticorpos contra nós mesmos). Choque circulatório ou hipotensão grave. Esteato-hepatite Fisiopatologia Durante o tempo em que o paciente está infectado o fígado sofre um processo de inflamação. A inflamação provoca a fibrose que afecta o órgão. A resposta inflamatória na hepatite C é lenta, 15 mas progressiva, ocorrendo de forma diferente em cada pessoa. Existe a probabilidade de que, em 10, 20 ou 30 anos, a doença hepática passe de F0 para F4. Os homens progridem mais rápido, também, influi muito a idade no momento da infecção, o estilo de vida e a genética. Eventualmente,a infecção crónica só é diagnosticada quando a pessoa já apresenta sinais e sintomas de doença hepática avançada (cirrose e/ou câncer de fígado). A hepatite fulminante é o desenvolvimento de insuficiência hepática no curso de uma hepatite aguda. É caracterizada por comprometimento agudo da função do fígado, manifestado por diminuição dos factores da coagulação e presença de alterações do funcionamento cerebral (encefalopatia hepática) no período de até 8 semanas após o início da icterícia. A mortalidade é elevada (40% e 80% dos casos). Diagnóstico de Hepatite O diagnóstico de hepatite é feito através da anamnese para identificar os sintomas apresentados e buscar factores de risco para os diferentes tipos de hepatite a fim de definir os exames a serem solicitados visando estabelecer a causa da hepatite. No exame físico são buscados sinais de doença hepática como icterícia e aumento do fígado. Por fim, são solicitados os exames complementares cabíveis. Exames Os exames para diagnóstico de hepatite se baseiam no hepatograma para definir o grau de inflamação e em marcadores da função hepática como a albumina, as bilirrubinas e o tempo de actividade da protrombina. Com o intuito de determinar a causa serão solicitadas sorologias para os diferentes vírus de hepatite e, em casos seleccionados, marcadores de autoimunidade. Pode ainda ser solicitada uma ultrassonografia para avaliar o fígado (se está aumentado de tamanho, se apresenta alguma obstrução ou tumor) e a presença de ascite (líquido livre na cavidade abdominal). A biópsia hepática habitualmente não é utilizada, por ser um procedimento invasivo, estando reservada para casos em que permanece dúvidas em relação à causa da hepatite ou para situações em que uma avaliação mais rigorosa do grau de lesão hepática se faz necessário. Complicações As complicações mais frequentes da hepatite sao: 16 Cirrose, Insuficiência renal, Cancro do fígado Tratamento Não existe tratamento para a forma aguda da hepatite. Se necessário, apenas sintomático para náuseas e vómitos. O repouso é considerado importante no tratamento da hepatite pela própria condição do paciente. No caso da hepatite A não existe tratamento específico. Para hepatite B crónica podem ser prescritos medicamentos antivirais. Já no caso da hepatite C são usados medicamentos antivirais tanto na fase aguda quanto na crónica. Para a hepatite alcoólica, em certos casos mais graves, podem ser prescritos corticosteróides e muitas vezes se faz necessária a reposição de sais minerais e vitaminas. No caso da hepatite medicamentosa o tratamento é de suporte, mas, se a causa for intoxicação por paracetamol, pode ser utilizada a acetilcisteína. No caso da hepatite autoimune são utilizados corticosteróides e imunossupressores. Medicamentos para Hepatite Os medicamentos mais usados para o tratamento de hepatite são: Epocler Prednisona. Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e nunca se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula. 17 Conclusão A úlcera péptica, também conhecida como úlcera gástrica ou úlcera no estômago, é uma ferida que se forma no tecido que reveste o estômago, causada por diversos factores, como má alimentação ou infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori), por exemplo. A presença dessa úlcera leva ao aparecimento de alguns sintomas, como dor de estômago, náuseas e vómitos, especialmente após comer, apesar de também poder não apresentar sintomas por muito tempo. Normalmente, a presença de uma úlcera não é uma situação muito grave, devendo ser tratada com medicamentos antiácidos, que evitam que o suco gástrico presente no estômago torne a ferida ainda maior. 18 Bibliografia Roberto Navarro, médico nutrólogo, membro da Associação Brasileira de Nutrologia, (CRM-SP 78392) Elaine Moreira, médica gastroenterologista da Federação Brasileira de Gastroenterologia (CRM: 109.612) BRAGA, Lucia Libanez Bessa Campelo; ROCHA, Gifone Aguiar; ROCHA, Andréia Maria Camargos; QUEIROZ, Dulciene Maria de Magalhães; "Fundamentos da Fisiopatologia da Úlcera Péptica e do Câncer Gástrico", p. 731 -750. In: Sistema Digestório: Integração Básico- Clínica. São Paulo: Blucher, 2016. KUMAR, V., ABBAS, A.K., FAUSTO, N., ASTER, J.C. Robbins & Cotran Patologia: Bases Patológicas das Doenças. Elsevier,Rio de Janeiro, 2010. 1458p
Compartilhar