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2 4 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A g r A D E c I M E N T O s 2 4 12 4 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A g r A D E c I M E N T O s 2 4 12 4 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A g r A D E c I M E N T O s 2 4 1
1 1 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 1 71 1 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 1 71 1 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 1 7
1826
1 1 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 1 9
Meu amor, minha Titília,
Fui com efeito à Conceição (1) [e] achei tudo bom. Desci ao Ar-
senal (2) pela ladeira da Prainha (3) e vi a Corveta (4) bastante 
adiantada. Entrei na Alfândega, dei minhas ordens e ao sair deu-
-me meio-dia e não pude como lhe havia dito ir ao Trem (5). Não 
podendo pelo verdadeiro e sincero amor que lhe tenho deixar de 
procurar todas as ocasiões de a ver, tentei e fiz caminho para esta 
chácara pela rua das Marrecas (6), aonde eu supunha achá-la, 
e tão grande é minha ventura que tive o gosto de a ver antes da 
tarde. Não assente mecê que o que digo é nem o mais levemente 
ditado pela lisonja ou engano; mas sim pelo coração todo seu, e 
que existe dentro.
Deste seu fiel, constante, desvelado, agradecido e verdadeiro 
amante
O Imperador
P. S.
Tendo, hoje vai ao pintor (7); pois, não querendo a Imperatriz ir 
ao exercício (8), tem o gosto de estar com mecê à sua vontade.
O mesmo
(1) Local onde se encontra a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, ainda 
hoje existente no Morro da Conceição, bairro da Saúde, no Rio de Janeiro, onde 
também ficava o palácio do bispo do Rio de Janeiro.
43
1 1 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 1 9
25. Arsenal da Marinha.
(2) Arsenal da Marinha. Na época, ficava ao pé do Morro de São Bento, onde 
existiam os estaleiros da Marinha. Nesse local foram realizados os desembarques 
cerimoniais das duas esposas de d. Pedro I, a arquiduquesa Leopoldina e a prince-
sa Amélia de Leuchtenberg.
(3) Antiga ladeira da Fortaleza da Conceição, atual ladeira João Homem, no 
morro da Conceição.
(4) Provável referência à corveta Duquesa de Goiás, incorporada à frota bra-
sileira em 1826 e naufragada na entrada da barra do Rio Negro em 27 de fevereiro 
de 1827, durante a Guerra da Cisplatina.
(5) D. Pedro refere-se à Casa do Trem, onde ficava guardado o armamento 
militar (trem de artilharia). O prédio, ainda existente, é hoje ocupado pelo Museu 
Histórico Nacional. A pólvora, estrategicamente, era guardada distante, onde era 
fabricada, no Jardim Botânico.
(6) Atualmente a rua permanece com o mesmo nome. Próxima do Passeio 
Público, no Rio de Janeiro, ganhou esse apelido devido à fonte que existia no 
local. Luís Gonçalves dos Santos, o padre Perereca, assim a descreve: “É elegante, 
em semicírculo, sua figura, cuja corda fica ao correr da rua dos Barbonos (atual 
Evaristo da Veiga), onde estão dois tanques, para neles beberem as bestas; entre 
os dois tanques há uma escada de pedra com oito degraus; no plano superior 
está outro tanque com cinco marrecas de bronze, que nele lançam água pelos 
bicos; na fachada desta fonte se vê uma grande inscrição lapidar e no alto sobres-
1 2 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 2 1
saem as armas reais; perpendiculares aos tanques e escada estão dois balcões de 
ferro, [...] sobre os quais estão duas figuras de metal que representam Narciso 
e a ninfa Eco.”1 As estátuas de bronze são de autoria de Mestre Valentim, e, se-
gundo Vieira Fazenda,2 o que o padre Perereca descreveu como sendo Narciso 
é na realidade a deusa Diana, e a ninfa, uma náiade. O erro persiste até hoje nas 
placas informativas dessas peças, que se encontram no Jardim Botânico, no Rio 
de Janeiro.
26. Rua das Marrecas.
(7) Não existe nenhum retrato conhecido de Domitila nessa época. Porém, 
como o mesmo pintor que a retratou mais tarde, Francisco Pedro do Amaral, tam-
bém trabalhou na decoração de seu novo palacete em São Cristóvão entre 1826 
e 1827, é bem provável que se trate deste artista. Amaral (1790-1831) foi pintor-
-chefe e diretor das Decorações da Casa Imperial.
(8) D. Pedro fazia questão de participar dos exercícios militares que eram 
realizados no Campo da Aclamação, antigo Campo de Santana, atual praça da Re-
pública, no Rio de Janeiro, e no Campo de São Cristóvão, dependendo do tipo de 
manobras. Também era frequente a presença do imperador nos exercícios milita-
res executados no Quartel da Praia Vermelha, onde ficava estacionado o Segundo 
Batalhão de Granadeiros, formado por imigrantes e mercenários alemães.3
1 2 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 2 1
Meu amor,
Dou-lhe parte que, havendo amanhã exercício (1), é mister mar-
car o campo para a marcha, e não me entendendo o Valente (2) o 
modo por que eu o queria marcado, resolvi-me a ir com ele agora 
marcá-lo. Levo a minha filha também, e se a Imperatriz não for 
hei de ver se passo por sua casa para ainda ter o gosto de a ver 
antes da noite. Creia que sou o
Seu fiel, constante, desvelado, agradecido e verdadeiro amante
O Imperador
(1) Exercícios militares. Pela expressão “marcar o campo”, pode se referir a 
manobras militares que eram realizadas no Campo de São Cristóvão, onde hoje se 
encontra o Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas.
(2) General Pereira Valente, ajudante de campo de d. Pedro I.
27. Manobras militares no Campo de São Cristóvão. No centro à 
direita aparece d. Pedro cercado por sua guarda de honra.
44
1 2 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 2 3
Meu amor,
Minha Titília,
Estando o tempo a turvar-se, resolvi não fazer exercício, e nesta 
conformidade já mandei a ordem. Dou-lhe parte para que saiba 
e não se ache enganada esperando que o haja. Vou fazer a barba 
para mecê não ser arranhada à noite por
Este seu desvelado, agradecido, fiel, constante e verdadeiro 
amante
O Imperador
P. S.
A pena está o diabo pela chuva.
28. D. Pedro I.
45
1 2 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 2 3
29. D. Pedro II no alto, d. Januária e d. Francisca.
Meu amor,
Minha Titília,
Estimei muito saber pelo Simões que mecê, e a nossa Belinha, 
haviam passado bem. Eu, meu bem, passei incomodado do ou-
vido com dores constantes e, para coroar a festa, havendo ido 
para a Glória (1) sem chuva, apanhei na volta toda esta maldita 
tormenta que por ora não me aumentou as dores; mas sim o pe-
sar de a não poder ir ver de dia como desejava, pois bem sabe o 
quanto se interessa por mecê este seu desvelado, fiel, constante, 
agradecido e verdadeiro amante
O Imperador
46
1 2 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 2 5
(1) A devoção da família a Nossa Senhora da Glória começou com d. João VI. 
Quando nasceu a primeira filha de d. Pedro e d. Leopoldina, d. Maria da Glória, o avô 
dedicou-a à Senhora da Glória, dando-lhe o nome, e levou-a ladeira acima, até o altar, 
rogando proteção. A tradição passou para d. Pedro I, d. Pedro II, chegando até os nos-
sos dias. Os nomes dos demais filhos de Pedro I, assim como aconteceu com Maria da 
Glória, têm cada um seu significado próprio. D. Paula Mariana foi chamada assim em 
homenagem a São Paulo e Minas Gerais, províncias que cedo juraram fidelidade ao 
príncipe; d. Januária, em homenagem ao Rio de Janeiro; e d. Francisca, devido ao rio 
São Francisco, importante para a unidade nacional, correndo de Minas ao Nordeste.
30. Ao fundo o outeiro da Glória, visto do Passeio Público.
Meu amor do meu coração,
Estimei muito saber que mecê e a nossa querida Bela passaram 
bem. Eu, meu amor, não passei muito bem, pois tive muita tosse 
e de manhã acordei doendo-me a espádua direita sobre a costela 
que quebrei (1), e ainda me continua. O tempo chuvoso, o meu 
incômodo e o despacho me impedem de ir agora pessoalmente 
saber da sua saúde, e abraçá-la com aquele entusiasmo nascido 
de um amor cordial que abrasa o coração seu e
Deste seu amante, fiel, constante, desvelado, agradecido e 
verdadeiro, e amigo ex corde et anima
O Imperador
47
1 2 4 T I T Í L I A E O D E M O N ÃO 1 8 2 6 1 2 5
(1) Na queda do cavalo em 30 de junho de 1823. Vide carta 1, p. 66.
31. Palacete da marquesa de Santos, atual Museu do Primeiro Reinado.
Meu amor,
Não é porque desconfie de mecê e aceito a recomendação de vi-
ver bem pois eu a não mereço, porque vivo. Foi só a querer saber 
que me fez escrever pois já há muito tempo que estava de óculo 
(1) e nada tinha visto, e pela demora já eu desconfiava que fosse 
a Durocher (2) com os vestidos. Que havemos [de] viver bem não 
tem dúvida pela parte desde seu amante etc.
O Imperador
(1) Com a mudança de Domitila em abril de 1826 para a chácara de São Cris-
tóvão, d. Pedro passaria a espioná-la das janelas do palácio da Quinta da Boa Vista, 
onde residia. No Diccionario da lingua portugueza, de Antônio de Moraes e Silva, 
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1 2 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 2 7
encontramos a definição para óculo: “Instrumento composto de um ou mais ca-
nudos, com lentes, que aumentam os ângulos visuais, exceta a objetiva, e a ocular, 
e que aproximam os objetos”. Enfim, com uma luneta, o nosso imperador ficava, 
literalmente, de olho na amante. Ora reclamaria saber que ela estava em casa e 
que mandara de propósito fechar as janelas para que ele não a visse, ora mandaria 
bilhetes perguntando de quem eram todas as carruagens estacionadas na chácara. 
Os ciúmes que ele sentia por ela eram tão intensos que, mesmo durante a segunda 
tentativa de separação, quando ela partiu para São Paulo, em junho de 1828, o im-
perador deu ordens para descobrir se ela havia se encontrado com algum homem 
durante esse período, talvez devido à correspondência anônima que havia recebi-
do (anexos 11 e 12, p. 190). Também em carta de 15/11/18274 existe referência dele 
vasculhando a residência de Domitila com o tal “óculo”.
(2) Referência a Ana Durocher, modista francesa, dona de loja de tecidos, 
estabelecida na rua dos Ourives, próximo à rua do Ouvidor. Era mãe da famo-
sa parteira do Segundo Reinado, Maria Durocher. Mais tarde, em 1829, quando 
Isabel Maria, a duquesa de Goiás, foi enviada para Paris, Durocher é quem iria 
providenciar o enxoval da menina.5 
O famoso palacete da marquesa de Santos em São Cristóvão teria diversos 
usos. Serviria de residência a d. Maria da Glória quando esta retornou para o Bra-
sil, e posteriormente seria comprada pelo barão de Mauá, que faria o inverso de 
d. Pedro: espionaria das suas janelas o palácio de São Cristóvão, para saber se d. 
Pedro II estava em casa. Hoje abriga o Museu do Primeiro Reinado.
Meu amor,
minha Titília,
Se minha voz, movida pela verdade, e inextinguível a que lhe 
consagro, alterando-se um pouco a escandalizou, lhe peço per-
dão; mas a verdade jamais de mim se separará, e minha boca será 
o órgão por onde ela há de ser enunciada.
É o que se espera do amigo. Fatal dito foste para mim, que 
tanto me tenho sentido pelo modo e ocasião em que [rasgado] 
dito, e porque tenho caprichado, e o capricho em estimá-la como 
mecê sabe.
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O que se espera de amigos como eu é o que eu tenho feito, 
que é estimá-la como à minha mulher, e dizer-lhe sempre a verda-
de para que seu nome vindo aparecer seja imediatamente elogia-
do. Isto é o que se espera de amigos, e amigos como eu.
Meu amor para com mecê é inacabável, pois meu coração 
é seu.
A lisonja, assim como não mora comigo, não gosto que apa-
reça junto de mim, por isso desmascaro os lisonjeiros que lhe 
beijam os pés para verem se assim eu os olho melhor, e deixo 
de os conhecer como os conheço de [rasgado] seu Imperador. O 
seu choro e a sua arrenegação procedida de eu dizer a verdade 
me consomem muito por ver o quanto mecê assentia enganada e 
o quanto foi o seu sentimento por tal. Se eu ainda agora visse o 
que acima digo, eu não reputaria o arranjo consigo; mas antes, 
sim, o choro, agradecimento de eu lhe mostrar a verdadeira luz e 
que estava enganada, e a arrenegação, de vergonha de não haver 
conhecido tais lisonjas.
Quando falei de não virem saber de meus filhos cá em cima 
não foi [para] incomodá-la de preferirem a mecê, e a minha querida 
Bela; mas a falta de polidez como de homem para homem, e a essa 
falta de amor, como de súdito para seu Monarca.
A minha Glória e Satisfação é que mecê conhece a verdade, 
e quem lha fala segue-a, e os conselhos de quem a estima e esti-
mará sempre reputando-se
Seu verdadeiro, fiel, agradecido, constante e desvelado 
amante do fundo do coração que agora morra se assim não é
Pedro
P. S.
Assino-me Pedro para que veja que lhe falo unicamente como 
amigo independente de consideração alguma pública, puramente 
como um particular que ama a sua glória e deseja ver seu nome 
exaltado.
1 2 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 2 9
32. Carta de d. Pedro I para Domitila de Castro. Rio de Janeiro, 
circa 1825. Hispanic Society of America, Nova York.
1 2 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 2 9
Meu amor, minha Titília,
Eu já não namoro a ninguém depois que lhe dei minha palavra de 
honra (1), e assim não lhe mereço teus ataques. E quanto a dizer-
-me que lhe não dei parte de ter ido outro dia a Botafogo tu engana-
-se, pois à noite eu lhe disse (por tal sinal) que tinha ido com a Im-
peratriz no carro e a passo. Sinto infinito que depois de tanto tempo 
de prova mecê ache ainda capaz de lhe fazer traições e infidelidades
Este que se considera e afirma ser seu amante fiel, constan-
te, desvelado, agradecido e verdadeiro
O Imperador
(1) É impossível não nos recordarmos da gravidez de Maria Benedita, irmã 
de Domitila.
50
1 3 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 3 1
Meu amor,
Minha Titília,
Sempre solícito em cumprir religiosa e prontamente suas deter-
minações, tenho o gosto de participar-lhe, primo (1), que já dei 
o seu recado ao Ponçadilha (2) para ele dar a Francisca (3), e 
secundo (1), que Maria Antonia Magalhães (4) mora na Rua da 
Ajuda, bem defronte da Rua de Santo Antônio. É para mim o 
maior gosto (embaixo do que ainda agora fizemos) o empregar-
-me em desempenhar aquelas comissões de que sou por mecê en-
carregado, não só porque com isso muito me prezo, e folgo; mas 
até por mais nisto lhe mostrar quem é, e o quanto a deseja obse-
quiar, e obedecer-lhe às suas Excelentíssimas ordens
Este seu desvelado, constante, fiel, agradecido e verdadeiro 
amante do coração
O Imperador
P. S.
Não tome a frase da escrita por mangação, antes se persuada do 
que é certo, que é o grande contentamento em que estou por isso.
(1) Forma latina de “primeiro” e “segundo”.
(2) Refere-se a um dos irmãos Ponçadilhas, José Manuel Rodrigues e João 
Manuel. O primeiro foi ajudante de campo do futuro marquês de Barbacena du-
rante a Guerra da Cisplatina, cabendo a ele encontrar-se com d. Pedro em viagem 
para o Rio Grande do Sul, em 1826.
(3) Francisca, filha do primeiro casamento de Domitila, foi educada no Colé-
gio de Madame Mallet, na corte. Maria Graham afirma que, em protesto, diversas 
famílias tiraram suas filhas dessa escola.
(4) Um documento preservado no Arquivo Histórico do Museu Imperial6 
mostra a disposição dos convidados para um banquete oferecido em comemora-
ção ao aniversário da duquesa de Goiás, realizado no palacete de Domitila, em São 
Cristóvão. Lá aparecem os nomes de Maria Magalhães e de Maria Antônia.
51
1 3 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 6 1 3 1
33. Carta de Domitila de Castro, com resposta de d. Pedro I. Rio 
de Janeiro. Hispanic Society of America, Nova York.
1 3 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 3 31 3 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 3 31 3 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 3 3
Filho,
Eu tinha vontade de ir até aquela chácara do Engenho Velho (1), 
mas queria levar a Duquesa (2) e se for do seu gosto que ela lá 
vá comigo mande ordens para que venha o carro dela (3). Adeus, 
até logo
Tua Amiga
E filha Demetília
[Na mesma carta a resposta de d. Pedro:]
Nu em pelo respondo. Como tu quiseres, e o que tuquiseres que-
ro Eu. Creio ser a de tua avó. Eu também lá irei.
(1) Provável referência à casa da irmã dela, Ana Cândida.
(2) Isabel Maria, filha de d. Pedro e Domitila, foi feita duquesa de Goiás após 
completar dois anos, em 24 de maio de 1826.
(3) Em levantamento dos bens de d. Pedro quando de sua partida para Por-
tugal, em 1831, figuram 67 veículos, entre eles um “carro de cortina pertencente à 
duquesa de Goiás”.7 
Nessa carta, muito mais difícil de transcrever do que qualquer uma de d. Pe-
dro, podemos ver os problemas que Domitila tinha com a escrita.
52
1 3 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 3 31 3 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 3 31 3 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 3 3
1827
1 3 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 3 5
Minha querida filha do meu coração,
Não podendo eu ter nada que contigo não reparta, eis a razão 
por que te ofereço. É queijo de Pinha (1), que me parece mui 
bom, e dos que agora me vêm de Inglaterra em lugar dos outros 
fedorentos que antes vinham. Estimarei sempre, e cada vez mais, 
ter ocasiões de te patentear a minha lembrança por ti, e o decidi-
do amor, e inextinguível amizade, que sempre te mostrará ainda 
mesmo no través (2) de todos os perigos.
Este teu filho amigo, e amante fiel, constante, desvelado, 
agradecido e verdadeiro
O Imperador
(1) “Queijo de Chester de 50 quilogramas requer três anos de armazém, antes de 
ir ao mercado; mas também a conta deste grande empate, posto que aliás no fabrico 
nenhuma dificuldade haja, se vende por tão subido preço, que bem vale a pena do es-
perar. Também se fabricam pequenos; toda a gente os conhece; porque têm um feitio 
de pinha, e até queijos de pinha é o nome que entre nós se lhes costuma geralmente.”1 
(2) O mesmo que por meio de, através.
Minha querida Filha e Amiga do C., (1)
Como tenho de mandar o Fernando para a chácara, não quis 
deixar de te agradecer as expressões de amizade com que me tra-
tas. Não escrevo mais pois já te escrevi hoje pelo teu Paulo (2). 
Adeus, até amanhã às horas da ordem.
Teu filho, amigo e amante fiel etc.
O Imperador
P. S.
Não repares na letra nem no torto das regras, pois é feita no can-
to de uma casa que tem só porta, e por ela entra o sol que racha 
e mora aqui o novo Midas = Ponçadilha. (3)
53
54
1 3 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 3 5
(1) Coração.
(2) Não identificado. D. Pedro pode se referir a algum amigo, criado ou es-
cravo de Domitila.
(3) Refere-se a um dos irmãos Ponçadilha, ou José Manuel Rodrigues, ou a 
João Manuel.
Minha filha,
Sinto como mecê sabe o incômodo da nossa querida Bela, que 
logo irei ver, acabe-se o despacho quando for que se acabe. O 
meu filho (1), e seu, deu-me muito cuidado antes de me ir para a 
Glória (mas já está bom). Teve uma dor mui grande, mas eu dei-
-lhe chá de Marcela (2), fomentei-lhe (3) a barriga com banha, 
pus-lhe um pano quente e deitei-lhe uma mezinha (4) de azeite 
puro, com que obrou e está bom.
A Maria (5), que foi à Glória, teve lá enjoo de estômago, 
mas foi de não comer com apetite de ir. Dei-lhe um bolo, e vinho, 
e está boa.
Tudo, meu bem, são desgraças sobre desgraças, e a única 
felicidade que tenho é ser o
Seu amante fiel, constante, desvelado, agradecido e verda-
deiro
Imperador
P. S.
Não sendo o coco que veio da Bahia bom, remeto este, que esti-
marei lhe agrade.
(1) Pedro de Alcântara, futuro imperador d. Pedro II.
(2) Macela ou marcela, uma erva brasileira, também conhecida como falsa 
camomila, usada na medicina popular para aliviar cólicas.
(3) Fomentar: friccionar a pele com um líquido aquecido para fins curativos; 
fazer compressa quente e úmida.
(4) Líquido medicamentoso aplicado com enema.
55
1 3 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 3 7
(5) Maria da Glória, filha de d. Pedro e d. Leopoldina, nascida no Rio de Ja-
neiro em 4 de abril de 1819 e falecida em Lisboa a 15 de novembro de 1853. Rainha 
de Portugal.
Os cuidados e carinhos de d. Pedro como pai são visíveis em vários momen-
tos, inclusive em cartas para Domitila. As atitudes dele chegavam a impressionar, 
sendo constante a referência, inclusive diplomática, sobre o fato. Quanto ao enig-
mático “o meu filho, e seu”: o único filho homem que eles tiveram, também cha-
mado Pedro, nasceu em 7 de dezembro de 1825, cinco dias depois de d. Pedro II, e 
faleceu em 13 de março de 1826, durante a viagem dos imperadores e de Domitila 
à Bahia. Ele sempre ficou aos cuidados dos avós maternos. Logo após a morte de 
Leopoldina (11/12/1826), d. Pedro passou, por algum tempo, a referir-se aos filhos 
dele como também filhos de Domitila.
34. D. Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, bispo de São Paulo.
1 3 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 3 7
Minha filha
e querida amada do coração,
Perdoa o não te [ter] escrito primeiro do que tu me escrevesse. 
Não foi esquecimento, antes desde as 6 e meia, que me levantei 
sem poder dormir, que estou para te escrever, e a minha cabeça 
está ainda tão fora dos eixos com tanto que tenho sofrido como 
sabes que agora mesmo pego na pena para te escrever dizendo-te 
que muito agradeço as uvas, e mais que tudo a tua lembrança que 
me cativa ainda mais, se é possível. Eu já estou morrendo que 
chegue a hora de ver-te com a nossa filha, que estimo passasse 
bem assim como tu. Não só o que é teu, mas o que é meu tu podes 
emprestar e dar. Eu só reparei, e disse ao Oliva (1), se tu terias 
vindo ou o que viria a traquitana (2), nem eu soube que nela tinha 
vindo o Bispo de São Paulo (3), pessoa a quem tu, e tua família, 
são obrigados. Antes pelo contrário, sempre te louvarei aquelas 
que possam mostrar publicamente tua franqueza e generosidade.
Beijando primeiramente as peras, as deitarei fora como me 
ordenas.
Tenho o gosto de remeter-te a caixa já com o teu nome escri-
to, duas calças, uma esteira e uma caixa de flores. O passarinho 
para a nossa Belinha eu reservo para lhe dar em mão própria.
Já que tu me não mandastes a tina, faze-me o favor de a mandar 
lá estar com água esta noite na casa da janta para se banhar à noite.
Este teu filho, amigo e amante, fiel, constante, desvelado, 
agradecido e verdadeiro
O Imperador
(1) Cunhado de Domitila, que seria despachado para Recife, junto com seu 
batalhão, em 3 de setembro de 1827.
(2) A traquitana era um veículo de quatro rodas, sendo duas pequenas na 
frente e duas maiores atrás. Podia ser puxada por dois ou quatro cavalos. Era muito 
usada por membros da elite.
(3) D. Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade (1775-1847). Foi indicado bis-
po de São Paulo por d. Pedro I em 12 de outubro de 1826, confirmado por breve 
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papal em julho de 1827 e sagrado em 28 de outubro, no Rio de Janeiro, pelo bispo 
e capelão-mor d. José Caetano de Sousa Coutinho. Retornou a São Paulo em de-
zembro, fazendo a entrada na capital no dia 23. Assumiu o cargo de presidente da 
Província de São Paulo por três ocasiões. Esse mesmo religioso iria batizar a última 
filha de d. Pedro com Domitila, nascida em São Paulo, em 1830.
Minha querida filha e minha amiga do coração,
Manda-me dizer como passaste o resto da noite, e se te não fez 
mal o frio do chão nos pés. Igualmente te peço que me prometas, 
bem como eu te prometi, até, no dia dez (1), que te importas com 
ninguém; não te escandalizes, meu bem, com isto, porque tu tão 
bem me tens feito o mesmo. Tu decerto não terás dúvida, pois o que 
se não tenhas tenção de fazer, não está a prometer. Adeus, minha 
filha, no Teatro (2) nos veremos, e depois terá o gosto de te abraçar
Este teu filho, amigo e amante fiel, constante, desvelado, 
agradecido e verdadeiro 
O Imperador
P. S.
Filha, dá-me uma resposta com que confortes este teu coração 
despedaçado.
(1) Em carta datada de 14/10/1827,2 d. Pedro também faz referência ao dia 10 
de setembro, quando eles reataram o relacionamento após o atentado à baronesa 
de Sorocaba. Os ciúmes continuavam sendo uma constante.(2) Referência ao Imperial Teatro São Pedro de Alcântara, incendiado em 
1824, reinaugurado em março de 1826, ano em que pegou fogo novamente, sen-
do reaberto em 18 de abril de 1827. Os espetáculos começavam às oito horas da 
noite. Depois de passar por sucessivas reformas e mudanças de nomes, o edifício 
foi demolido no final da década de vinte do século passado e um novo teatro, o 
João Caetano, foi erguido no local. Em 1838, esse teatro seria arrendado a Manuel 
Maria Bregaro, pai de Carolina Bregaro, casada com Rodrigo Delfim Pereira, filho 
de d. Pedro com a baronesa de Sorocaba.
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1 3 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 3 9
35. D. Pedro I e d. Maria da Glória.
36. A praça que vemos em primeiro plano, conhecida na época como do Rocio, é a atual 
praça Tiradentes, no centro da cidade do Rio de Janeiro. À esquerda o Teatro Imperial, onde 
hoje se encontra o teatro João Caetano, e ao fundo a igreja de São Francisco de Paula.
1 4 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 4 1
Minha querida filha e minha amiga do coração,
Muito hei de estimar o saber que passaste bem o resto da noite. 
Eu às 7 já estava em pé, mas não te escrevi logo porque tu esta-
vas dormindo, o que fizeste até as nove e meia. É verdade que me 
demorei a escrever-te, mas foi por não o querer fazer defronte do 
Chalaça (1). Nossas filhas estão boas.
Minha filha, eu não sei com expressões de peça perdão do 
quanto te mortifiquei ontem, mas tu melhor que eu sabes o que 
custa a roer ciúmes em silêncio, e sabes mais que eles fazem de-
sesperar a ponto que se chega até a desejar matar e morrer. Eu 
tenho-te tanto amor que não sei até que ponto umas vezes me ar-
rebata de prazer, outras de raiva. Eu conheço minhas esquisitices. 
Que hei de fazer, paciência. Eu, meu bem, não temo de ti nenhu-
ma infidelidade, mas há circunstâncias, e ocorrências e azares, 
que às vezes fazem perder o juízo, excitar o ciúme, gerar-se a 
raiva, perpetrarem-se loucuras, e até mesmo coisas que só o de-
sespero pode sugerir. Tudo isto me tem acontecido, e tem (conheço 
que sem razão nem motivo) dilacerado o coração já quase acaba-
do deste teu filho. Falta (posto que não persiga) uma prova da tua 
parte para me convencer que tu não gostas mais de tua prima que 
de mim (2), e dando-ma tu, eu então poderei ficar dissuadido da 
desconfiança de tu a estimares mais do que a mim, e da suspeita de 
inteligência tua com aquele matuto leãozinho ou sagui loiro, e é a 
prova. Tu hás de mandar-me o anel (3) que tua prima te deu, e eu 
to restituirei à noite. Se me fazes isso eu ficarei mais descansado, 
e poderá gozar mais algum sossego este infeliz, e mais que infeliz
Teu filho, amigo e amante, fiel, constante, desvelado, agrade-
cido e SEMPRE VERDADEIRO
O Imperador
P. S.
Manda-me dizer se vais à Ópera, que é Timonella (4), e a dança 
de Janij. Não deixes de ir por causa do bandalho do Bremense 
(5), pois não são estas as provas que eu quero, que são não fazer 
tu caso de um maroto tal que se continuar há de...
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Ainda que vá à Ópera ou eu ou tu, eu lá estarei em tua casa o mais 
tardar até as onze horas, pois a ópera é pequena, e a dança não 
a acabarei de ver para estar contigo, e se possível fosse quereria 
acabar com minha vida em menos de uma hora se me confessasse 
de todos os meus pecados para gozar a Glória eterna, pois deste 
mundo só a morte é que dá satisfação em circunstâncias como as 
deste teu desgraçado filho. Sou teu, tu és minha, e peço-te para 
que tu vejas o quanto eu te amo = Que tu me faças todas as infide-
lidades que eu te fizer =, que então teu coração ficaria descansado 
dentro deste teu peito que está pronto a receber o golpe dado por 
ti. Eu já não sei o que digo, estou a modo de maluco, só quero 
apertar-te esta noite contra meu peito ou decerto acabo ou doido 
ou não sei como. Eu me estranho a mim mesmo, acho-me de tal 
modo com a cabeça abatida que ou não falo, ou falando contigo, 
falo no que não tenho razão alguma. Sou teu, acaba-me com esta 
triste vida, ela é tua, ela é da Pátria (6), ela me atormenta, só sou 
infeliz. À noite direi o que jamais poderei esconder.
(1) Em setembro de 1827, após um estremecimento, o casal fez as pazes e 
reatou o romance, porém, como d. Pedro já estava tentando arrumar uma nova 
esposa na Europa, era importante ser discreto.
(2) Não é a primeira referência de um ataque de ciúmes dado por d. Pedro 
a respeito dessa prima. Em outra carta de setembro de 1827,3 o monarca refere-
-se a Josefa, uma das primas-irmãs de Domitila, da família Santana Lopes. Ela e 
as irmãs solteiras moravam na época na corte, junto com seus pais. A mãe delas, 
Engrácia, era irmã de Escolástica, mãe de Domitila. O barão de Mareschal informa 
em um de seus despachos para a Áustria que a “família aflui de todos os lugares, 
avó, tios, primas e primos”.
(3) A história do anel é uma verdadeira novela. Primeiro ele pede o anel, ela 
o manda, ele devolve dizendo que não é aquele e depois se convence de que está 
errado e que é o mesmo que havia visto na casa dela. Essa é a carta inicial da se-
quên cia já publicada anteriormente.4 
(4) A ópera Timonella, ou O tutor logrado, de Luigi Caruso, estreou no Rio 
de Janeiro em 1826, sendo reapresentada em 1827.5 Como nesta carta d. Pedro faz 
referência a “nossas filhas”, ela só poderia ter sido escrita após o nascimento de 
Maria Isabel, em 13/8/1827.
1 4 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 4 3
(5) O “bandalho do bremense” pode se referir a algum desafeto do imperador 
que tenha dito algo a respeito de Domitila. Não seria a primeira vez que d. Pedro 
tomaria a defesa da marquesa sem que ela concordasse ou mesmo gostasse de tal 
atitude: “Se o motivo (de estar zangada) é o de ter eu ontem xingado o Albino e 
o João Caetano, tenho muita glória de punir por ti e pela tua honra”.6 Em carta 
datada de 15/11/1827, o barão de Mareschal, em relatório enviado à Áustria, conta 
que a 16 de junho daquele ano d. Pedro havia recebido uma delegação estrangeira 
vinda de Bremen, Alemanha.7 
(6) Esta é uma das cartas mais passionais de d. Pedro, tanto entre as já publi-
cadas anteriormente quanto neste acervo inédito redescoberto. Em 1827 ele estava 
sob muita pressão. A Guerra da Cisplatina não ia bem e acabaria com a perda da 
província e a criação do Uruguai. Havia ainda a questão da sucessão portuguesa, 
a busca por uma nova esposa, enfim, aqui é o homem Pedro, e não o imperador, 
exausto, lançando um grito de socorro.
Minha querida filha e amiga do coração,
Não me taches, filha, de te não querer responder, nem tampouco 
disso me esquecer; neste momento, que são quase duas horas, 
acaba o Bicho (1) de me entregar tua para mim estimadíssima 
carta, e recebo a reprimenda de não ter mandado saber de ti. 
Eu a aceito como coisa tua, e ta agradeço, pois tu me ensinas, 
mandando saber de mim, o que eu deveria ter feito, e que não fiz 
por esquecimento, pois sempre existes em minha lembrança. Hei 
de estimar que passastes bem, e te divirtas ainda que eu me per-
suada que te farei falta, e que tu com saudades acharás todos os 
divertimentos insossos, assim como eu os acho. Das meninas (2) 
ainda não tive notícias, mas decerto estão boas, pois se houvesse 
novidade já eu havia de saber; mas, não tendo de lá mandado 
participação, já havia mandado saber, e ainda não tinha vindo 
resposta. Logo que receba, terá o gosto de lá receber.
Este teu filho, amigo e amante, fiel, constante, desvelado, 
agradecido e
Verdadeiro
O Imperador
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1 4 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 4 3
P. S.
As encomendas ainda não chegaram todas, e o Borba já tem sa-
cado por oito a dez contos de réis.
(1) Bicho, Gaiato, Manuel Inglês, são criados ou amigos de confiança a quem 
d. Pedro e Domitila, nesse período crítico, confiavam suas mensagens.
(2) Maria Isabel, segunda filha de d. Pedro e de Domitila, nasceu em 13 de 
agosto de 1827. Em 26 de agosto, o imperador mandou tirar Isabel Maria e afilha 
recém-nascida da mãe, e as crianças passaram a viver com ele no Palácio de São 
Cristóvão. Maria Isabel faleceu em 25 de outubro de 1828, de meningite.
Filha,
Não te escrevi logo de manhã pois que haverão 4 horas que daí 
tinha vindo, e poderia parecer mangação perguntar-te como pas-
saste, o que agora faço e ao mesmo tempo te apresento as condi-
ções que me parecem serem iguais.
1ª Mútua confiança de parte a parte.
2ª Poder cada um de nós fazer o que lhe parecer, uma vez 
que guarde fidelidade ao outro.
3ª Não darmos ouvidos (o que nunca fiz) a ninguém.
4ª Não haverem ciúmes desordenados, e só sim os que forem 
bem fundados, e compatíveis com o bem viver, e conformes a toda 
condição que os destrói de per si.
5ª Podermos sair a passeios, estarmos fora e conversarmos, 
contando uma vez que seja sustentada a 2ª.
Teu filho etc.
Imperador
P. S.
Lá vou depois da Ópera e então falamos.
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1 4 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 4 5
Filha,
Não só para meu cômodo como para não incomodar o Barão 
(1), que vinha para a cidade, julguei mais acertado não jantar na 
Tijuca. Ao mesmo tempo, tiro a utilidade de saber antes da noite 
como tu passaste desejando que fosse bem o resto, pois o princí-
pio foi mau para nós ambos.
Quero saber de quem é tanta sege que lá está, pois nem me-
nos de três vi quando passei.
Filha, eu hoje estou muito terno, e muito macio. Desejo sa-
ber se tu estimarias que este teu grosseiro, mas teu muito amigo 
filho lá fosse. O meu desejo é este (de ir lá hoje), mas temo não se 
encontre a tua vontade em oposição. Eu espero que tu me man-
des dizer que = (Não deixas de estimar que eu lá vá hoje às 9 e 
meia para as dez) =. Se isto me fizeres, eu me reputarei mui feliz, 
e cada vez mais.
Teu filho, amigo e amante etc.
Imperador
(1) Não identificado. Pode ser uma referência ao barão de Mareschal (ver 
carta 65, nota 3).
Filha,
Remeto para te ser apresentado logo que tu chegares a casa este 
ramalhete, que eu quero que à noite, quando eu for, tu me digas 
se te lembras o que significa cada uma dessas flores de per si; e 
depois todas juntas (1). Adeus, até as horas da ordem, e no en-
tretanto recebe o coração saudoso e que de ti nunca se esquece 
que te envia
Este teu filho, amigo e amante etc.
Imperador
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1 4 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 4 5
(1) D. Pedro refere-se à Linguagem das Flores, que os viajantes ingleses já ha-
viam notado na Turquia e que os franceses acabaram por disseminar pela Europa. 
Nessa conversa sem palavras, não só cada flor tinha um significado, como o modo 
de ofertar e receber eram carregados de simbolismos. Maria Graham observou em 
1821 que os jovens pernambucanos eram “tão destros no uso de sinais como os 
próprios amantes turcos. [...] Um namoro é mantido desta maneira, e termina em 
casamento sem que as partes tenham sequer ouvido as respectivas vozes”.8 Códigos 
através do manejo de leques também eram comuns.
Filha,
Não lembrando que hoje era dia de jogo (1) (pois minha cabeça 
estava perdida), te mandei dizer que às dez lá estava, mas não 
querendo que tu repares se chegar às dez e meia te escrevo. Hei 
de fazer as diligências para acabar (sem que eles desconfiem) o 
jogo às dez, e logo te irei abraçar.
Teu filho, amigo e amante etc.
Imperador
(1) Em 1827, d. Pedro arrumou um parceiro de xadrez: o inglês John Henry 
Freese, conhecido na casa do barão de Mareschal. Talvez seja a esse jogo que ele 
se refira nessa e em outras mensagens. Observando-se as cartas datadas sobre o 
mesmo tema,9 percebe-se que as idas de d. Pedro à casa do diplomata austríaco e 
os jogos ocorreram na época em que ele tentava aparentar que nada mais existia 
entre os amantes.
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1 4 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 4 7
Minha boa senhora,
Não posso entender a razão de me não responder chamando-me 
de filho como eu chamo a Va. Ea. e espero que Va. Ea., mitigan-
do alguma coisa seu gênio hoje irritado sem razão, me responda 
pondo no frontispício da carta Filho, na forma porque sempre me 
escreveu, e
E. R. M. (1)
(1) Espera Receber Mercê.
D. Pedro, neste bilhete, talvez após alguma briga, dirige-se a Domitila ironi-
camente imitando linguagem protocolar.
Filha,
Com o coração nas mãos deveras te confesso que não sei o mal 
que tenho feito em ir a Botafogo. Quero que me mandes dizer ou 
que à noite me digas. Quanto à Boa Vista, eu não conheço que 
duas: uma é esta chácara (1), outra é no alto da Tijuca (2), aonde 
não vou desde 10 ou doze de janeiro quando lá estava o barão de 
Mareschal (3), e que voltamos ambos. Quanto a Laranjeiras, de-
pois daquelas três vezes que para lá fui em que na segunda entrei 
na casa da Lagoa do Marquês de Cantagalo (4), ainda não passei 
que cá pelo caminho que vai para o Botafogo, e passa pelo largo 
exatamente aonde eu caí.
Portanto, filha, eu muito desejo saber o que é isto, e peço-te 
que ou me mandes dizer ou à noite mo digas, porque eu ainda 
que dê com a cabeça pelas paredes decerto não adivinho por quê. 
Agora, com toda a verdade que é inseparável de mim, te digo que 
não tenho minha cabeça com sentido em ninguém, nem fiz coi-
sa, por menos que fosse, que pudesse fazer dizer-se nada de mim. 
Não duvido que houvesse algum bom ofício de algum maroto; mas 
fazendo-me tu o obséquio de me contar o que te disseram, eu estou 
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pronto com a verdade a rebater e repelir qualquer intriga e moti-
vo. Adeus, filha, até à noite, recebe o coração, abraços e beijos
Deste teu filho, amigo e amante, que tendo sido mau em ou-
tros tempos nunca te enganou e por isso se jacta de dizer seu 
verdadeiro
Imperador
(1) Quinta da Boa Vista, onde fica o Palácio de São Cristóvão, moradia do 
imperador. O local fazia parte de uma vasta fazenda jesuíta chamada São Cristó-
vão. Quando da expulsão desses religiosos pelo marquês de Pombal, a propriedade 
passou à coroa. Com o passar do tempo, o terreno foi sendo loteado, e uma grande 
área, arborizada e elevada, foi adquirida por Antônio Elias Lopes, um rico comer-
ciante português. A propriedade, de onde era possível avistar o porto e a cidade 
do Rio de Janeiro, recebeu o nome de Quinta da Boa Vista. Com a chegada de d. 
João VI e da corte portuguesa, Elias cedeu-a para o príncipe. D. Pedro para aí se 
mudou durante sua administração como príncipe regente, transferindo ao paço os 
serviços burocráticos que estavam espalhados por edifícios alugados.
(2) Alto da Boa Vista, na Tijuca.
(3) Philippe Leopold Wenzel, barão de Mareschal (1784-1851). Diplomata 
austríaco. Encarregado dos negócios da Áustria no Brasil de 1819 a 1826, ministro 
plenipotenciário em 1827. Retirou-se do país em 1830.
(4) João Maria da Gama Freitas Berquó foi feito marquês de Cantagalo em 12 
de outubro de 1826. Estava entre os acompanhantes de d. Pedro em 7 de setembro 
de 1822.
37. Palácio de São Cristóvão, localizado na Quinta da Boa Vista.
1 4 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 4 9
Filha,
Jamais receberei os sacrifícios que faz por mim de uma maneira 
mal entendida. Eu os recebo como provas de teu amor para co-
migo. Que culpa posso eu ter de tu seres desconfiada sem razão? 
Que precisão tens tu de tomares tanto interesse por mim que não 
queres que te vá ver hoje? Eu, filha, hei de lá ir hoje, e só dei-
xarei de o fazer se tu assim mo ordenas positivamente, o que eu 
tomarei como estares mal com este teu filho que tanto te ama e 
estima. Tu não deitaste pérola fora, teu filho sabe apreciar teus 
incômodos e cumprimentos para com ele, e te agradece ainda os 
menores, quanto mais este. Tu não tens que te emendar porque 
não te enganaste em visitares quem te quer bem. Eu lá vou ainda 
que me leve o Diabo, pois morrendo por ti, morro contente, e 
deixarei os meus inimigos satisfeitos. Adeus, filha, até as dez. Teu 
filho, amigo e amante
Imperador
P. S.
Filha, pelo amor que tens a nossas filhas, não me faças por tuas 
inconsideradas expressões (e por mim não merecidas)atormen-
tar-me eu. Filha, estou (pergunta a teu mano João) com a cara 
mais abatida, e muito mais ficará se em lugar de receber de ti 
agradáveis expressões eu na tua carta achar o contrário. Filha, 
eu te quero muito, tu bem o sabes, e se te não quisesse nada te 
diria, nem excogitaria todos os dias modos e entradas para te ir 
ver. Manda, filha, fazer a porta, e até ela ficar pronta irei entran-
do pelo portão de costume (1), por onde hei de visitar hoje às dez 
horas querendo tu, o que espero, pois não quererás dar cabo des-
te teu filho com mais essa provação de me proibir lá ir. E espero 
que tu te compadeças de quem é teu filho e teu amigo e amante.
O mesmo
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1 4 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 4 9
(1) Nota-se ainda a tentativa de dissimulação entre eles. É preciso fin-
gir para que os criados e pessoas mais próximas não percebam que houve a 
reconciliação dos amantes, a fim de que continuem não sabendo nada os em-
baixadores, e consequentemente as cortes europeias, onde Barbacena e seus 
delegados estão tentando ajustar um novo casamento para d. Pedro. Curiosa 
a menção a mandar fazer a porta. Uma das lendas do palacete onde Domitila 
morava é que ele se comunicaria por um túnel com o Palácio de São Cristóvão, 
e seria por aí que o imperador entraria escondido. Mas a distância, a natureza 
do terreno e outros fatores não contribuem para a existência real dessa pas-
sagem. O que houve, efetivamente, foi a construção de um portão no muro 
de divisa da casa da marquesa com a Quinta da Boa Vista, por onde d. Pedro 
poderia entrar discretamente.
Filha,
Como começas a sentir os prognósticos da sezão (1), ainda 
que não sintas mais nada, toma à noite o enxofar (2), porque 
ainda que ela venha, virá menor, e continuando a tomá-la não 
terás mais de duas outras, e se tiver segunda, tomando um 
vomitório e remédios, adeus sezões. Adeus, filha, até as onze.
Teu filho, amigo e amante etc.
Imperador
(1) Febre intermitente ou maleita.
(2) A mistura é ensinada novamente por d. Pedro em carta datada de 
22/1/1828: “Em duas colheres de água bem quente, meia colher de chá de flor 
de enxofre”.10 
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Querida Marquesa,
Acabo de receber uma carta sua na qual me pede parelhas para 
mandar a fim de ir à Fazenda do visconde de Gericinó (1). Nada 
mais tenho a dizer-lhe senão que com todo o gosto passo já a 
mandar aprontar tudo, e conte que não terá falta alguma, e ao 
mesmo tempo lhe participo que as ordens que haviam em todas 
as repartições da Minha Imperial casa estão com todo o seu vigor, 
portanto não tem mais nada que mandar buscar o que precisar 
que tudo lhe há de ir.
Aproveito esta ocasião para lhe significar o meu contenta-
mento pelas suas melhoras, as quais me acaba de dizer o Barão 
de Inhomirim (2), que são verdadeiras e parecem que prometem 
uma saúde vigorosa. Assim Deus permita. Ao mesmo tempo te-
nho o prazer de assegurar-lhe o quanto a estimo, e lhe deseja 
todas as venturas que podes apetecer como quem é
Seu amo e seu
Imperador
Boa Vista
 7
 18–27
 11
(1) Ildefonso de Oliveira Caldeira Brant (1774-1829). O visconde de Gericinó 
era irmão do marquês de Barbacena, Felisberto Cadeira Brant Pontes de Oliveira 
Horta. Amigo comum de Domitila e de d. Pedro, foi feito de mensageiro pelo im-
perador na questão da retirada da marquesa da corte, em maio de 1828.
(2) Dr. Vicente Navarro de Andrade (1776-1850). Barão de Inhomirim em 
12/10/1826, conselheiro imperial e também médico da Imperial Câmara, além de 
amigo de d. Pedro.
Essa carta, provavelmente, foi escrita na frente de outras pessoas. Note-se o 
tom protocolar e oficial. No mesmo dia, em carta já publicada, ele afirma: “Escre-
vi-te como imperador, agora escrevo como teu filho”, e finaliza: “Adeus, filha, rece-
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1 5 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 5 1
be o coração cheio de saudades que, posto que seja teu, contudo tu não me privas 
que to ofereças, até mesmo única pessoa a quem o dediquei e por quem ele sempre 
suspirará dentro do peito”.11 
Filha,
Estimarei saber que chegaste bem quanto à viagem, e sinto que 
o teu ouvido esteja pior, segundo me disse José Bernardes (1), a 
quem perguntei pela tua saúde. Deus queira que ele se enganasse 
no que me disse. Nossas filhas estão de mui boa saúde, a Maria 
(2) vai melhor e a Paula (3) também está com febre. Eu sei que 
tenho tido saudades tuas e aposto que tu também as terás tido de 
mim, que é que faz mitigar, mas por me ver retribuído na mesma 
moeda. Adeus, minha querida filha, até logo, que terei o gosto 
de te abraçar, beijar, etc. Nada mais digo senão que sou, e serei, 
teu filho, amigo e amante fiel, constante, desvelado, agradecido e 
sempre verdadeiro
O Imperador
 10
 18–27
 11
(1) José Bernardes Monteiro Guimarães, Moço da Imperial Câmara, tinha 
negócios com Domitila.
(2) Maria da Glória, rainha de Portugal.
(3) Paula Mariana era a sexta filha de d. Pedro e de d. Leopoldina. Nasceu 
em 17 de fevereiro de 1823 e faleceu em 16 de janeiro de 1833. Sempre foi muito 
enferma, e é constante a referência ao estado de saúde dela nas cartas à Domitila. 
Em 1828, o pai levou a menina para uma casa recém-comprada em Botafogo, para 
tomar melhores ares. No ano seguinte iria para a serra, onde hoje se encontra Pe-
trópolis, sempre em busca de melhoras para a filha doente.
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1 5 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 5 3
Minha querida filha,
Logo que cheguei fui abraçar nossas filhas, que estão boas hoje, 
apesar [de] que a Bella ontem de uma jabuticaba que comeu vomi-
tou muito, mas está boa. A Paula tem andado constipada, mas vai 
bem. Eu, esta manhã, que são 15, espremi tua coisa (1) e deitou 
uma lágrima maior do que ontem, parecendo depois de enxuta na 
camisa goma de polvilho exatamente; mas não tenho ardor nem 
inflamação, nem coisa que me faça descoroçoar de todo, apesar 
de que quando eu andei sossegado, e contigo, nunca tive nada. 
O Júlio diz que não é nada; mas eu é que tenho esse nada, ainda 
que nadinha, para cúmulo de toda a minha infelicidade. Hoje vou 
tomar o Le Bos, e ver se posso atalhar uma coisa que, posto que 
digam não é nada, é escandecência (2). Eu o que respondo é que 
tal nunca tive quando andava contigo. O portador, que é o José 
Pequeno, tem ordem de pedir ao Manuel Inglês (3) uma das se-
ringas de prata (4) da Imperatriz e escondidamente levar-ta por 
cautela, e eu amanhã te escreverei para te participar como vou, 
e te remeterei uma receita para que no caso (hó!!! desgraça!!!) 
que te tenha aparecido alguma coisa tu deites seringadas com a 
tal seringa. Eu estou muito esperançado que tu não terás nada 
porque assim me parece que isto é o que diz o Júlio e o Peixoto, 
escandecência, e que com a viagem aumentou ainda que pouco a
Este teu amigo etc.
Imperador
(1) D. Pedro está se referindo ao pênis.
(2) No Diccionario de medicina popular,12 a definição inclui de prisão de ven-
tre a um estado mórbido generalizado que vai de febre, sede, dor de cabeça, ventre 
duro, urina vermelha, até braços e pernas doloridas. Alguns dicionários antigos, 
como o Moraes, dão como aumento do calor interno a ponto de perturbar a saúde 
do paciente.
(3) Criado particular de confiança de d. Pedro I, conhecido como Manuel 
Inglês.13 
(4) Essas seringas eram utilizadas para higiene íntima feminina.
70
1 5 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 5 3
Essa mensagem foi escrita em novembro de 1827, conforme carta já publicada 
anteriormente,14 onde podemos ler a continuação do “drama”, com a “tua coisa” sen-
do espremida e o consequente resultado, narrado com igual nível de detalhamento.
Filha,
Eu não vou hoje à Ópera porque não quero apanhar ar de noite 
porque estou com o purgante, e logo que possa apanhar ar de 
noite terei primeiro que tudo o gosto de ir ver-te. O teu compadre 
já está arranjado, e melhor do que estava (1), e dou-te parte que 
comprei a casa do Visconde de Vila Nova no Botafogo (2). Acei-
te, filha, saudades quede todo o coração te manda
Este teu filho, amigo e amante etc.
Imperador
 17
 18–27
 11
P. S.
Recebi as flores pela mão da Duquesa, e tas ofereço a ti de mimo.
71
1 5 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 5 5
38. Vista noturna da praia de Botafogo.
(1) Em 17 de novembro de 1827, João de Castro, irmão de Domitila, recebeu 
o título de conselheiro de Estado.
(2) No mesmo dia, 17 de novembro, d. Pedro adquiriu a residência do viscon-
de de Vila Nova da Rainha, na praia de Botafogo. Existe uma discussão histórica 
a respeito dessa casa. Alguns afirmam que o palacete que d. Pedro possuía nessa 
praia fora herdado da mãe, a rainha d. Carlota Joaquina, que lá morara. Outros 
dizem que ele a teria comprado. Alberto Rangel15 demonstra, através de corres-
pondência localizada em arquivos diplomáticos na França e na Inglaterra, a luta 
de d. Pedro para tirar do imóvel recém-adquirido o antigo inquilino, o embaixador 
britânico sir Robert Gordon. Gordon teimava em continuar lá morando, alegando 
tratativas documentadas com o proprietário anterior. D. Pedro, segundo demons-
tram as cartas trocadas, dizia precisar da residência para ter onde instalar as filhas, 
Maria da Glória e Paula Mariana, convalescentes. A quantidade de pessoas de um 
séquito era grande, e talvez não fosse impossível pensar que d. Pedro teria real-
mente comprado uma segunda propriedade em Botafogo para abrigar todos os 
servidores que acompanhariam as crianças.
1 5 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 5 5
As casas de Botafogo, segundo Debret16 e outros viajantes, estavam entre as 
chácaras mais encantadoras do Rio de Janeiro. O local era residência habitual de 
ricos negociantes brasileiros e ingleses e de altos funcionários imperiais.
Filha,
Nada me dizes de assistência? (1) Ainda nada? Além disto, que-
ro saber a quem compraste o anel de cadeia e coração ou se to 
deram, e se assim foi com toda a verdade manda-me dizer quem 
to deu, e de quem é o cabelo que tem dentro do coração (2).
Responde sem me enganares, e com aquela verdade com 
que eu sempre te falo. Até à noite, filha, tira-me da aflição em que 
estou por causa do anel que tantas tolices tem feito supor a
Este teu filho, amigo e amante etc.
Imperador
P. S.
A Paula está outra vez com febre, Deus queira não seja fatal.
 25
 18–27
 11
(1) Referia-se d. Pedro ao atraso da menstruação de sua amante.
Conforme cartas já publicadas,17 sabemos que a menstruação de Domitila 
atrasou ao menos uma semana nesse período. A primeira referência à “assistência” 
foi em 20/11/1827.
No dia 22, ele diz:
Se à noite tiveres alguma coisa irei à Glória, primeiro que à tua casa.18 
A “Glória” é a Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, provável refe-
rência a alguma promessa feita por ele para que Deus não lhe enviasse outro filho 
72
1 5 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 5 7
da marquesa. O imperador não precisava de uma notícia dessas chegando à Euro-
pa enquanto um novo casamento era negociado com tanta dificuldade.
(1) Era comum o costume de possuir mechas e fios de cabelos de pessoas 
queridas como lembrança, muitas vezes transformando-os em adereços, como 
pulseiras e colares trançados com fechos em ouro, ou em medalhões, como no 
caso do coração usado por Domitila que atraiu os ciúmes do monarca.
39. D. Maria II, rainha de Portugal.
1 5 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 5 7
Filha,
Eu não te escrevi logo de manhã porque acordei às oito e um 
quarto, e logo apareceu o Chalaça, e tendo-me de me vestir (para 
a festa) (1) o não pude fazer com tenção de te escrever depois; 
mas infelizmente recebo a triste notícia do falecimento do nosso 
amigo Pedro (2) e então fechei-me, estando já para sair para a 
cidade, e te escrevi mal e porcamente pois eu não soube aonde 
fiquei com tal nova, e agora mesmo estou com uma cara que o 
Carlota (3), que nada sabia, me perguntou o que eu tinha. Eu sin-
to ainda muito mais por eu me ter deixado iludir pelo B. de Soca 
Rabo (4) a ponto de fazer tal; mas como assim não seria? Sendo 
eu sincero e franco e ele, maroto e velhaco? Valha-nos Deus, o 
mesmo Deus lhe dê o Reino da Glória em remuneração de tantos 
e tão aviltantes trabalhos. Filha, até à noite depois que vier do 
Teatro, pois contigo quero aliviar este teu coração que se sente 
estalar de dor, remorsos, desesperação em suma, de tudo quanto 
é neste mundo de mortificante. Então, filha, manda estar a porta 
aberta que eu lá vou estar contigo. Aceita, filha, tudo quanto há 
de bom em amizade, pois te oferece
Este teu filho, amigo e amante etc.
Imperador
 1
 18–27
 12
(1) Referência às festividades em comemoração ao quinto aniversário da co-
roação de d. Pedro I: missa na Capela Imperial e recepção no paço.
(2) Quem seria o “amigo Pedro” é um dos grandes enigmas dessas cartas 
inéditas. O filho deles, com esse nome, havia falecido um ano antes. O irmão dela, 
Pedro de Castro, ainda estava vivo nessa época, assim como seu sobrinho, afilhado 
do monarca. Existe a possibilidade de ser algum membro do batalhão comandado 
por Carlos Maria Oliva que havia sido despachado para Recife, mas não foi possí-
vel comprovar essa suspeita até o momento.
73
1 5 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 5 9
(3) João Carlota, funcionário do paço, amigo de d. Pedro, presente entre as 
testemunhas de 7 de setembro de 1822.
(4) B. de Soca Rabo é um provável anagrama do barão de Sorocaba.
Filha,
Dei o abraço nas nossas filhas, e recebi a tua segunda carta. 
Sinto não me dizeres = Podes vir = como eu te pedi; e espero que 
assim me mandes dizer, respondendo-me a esta, que serve para 
te tornar a pedir que me mandes dizer = Podes vir =, porque as-
sim fico certo que não é por comprazeres comigo. Fui ver, como 
ontem te disse, as joias da Duquesa, e achei a peça número 6 
que eu lhe não dei, bem como falta da número 2, que é um dos 
nossos que lhe dei. Eu não falo nisto senão para te dizer que 
cá existe a peça número 6 que, não tendo sido dada por mim, é 
tua, como ontem te disse. Não me tomes a mal minha franque-
za, pois tudo quero fazer claro. Eu não quero que tu assentes 
que eu cá deixaria ficar uma das peças que ontem te disse que 
ficasses com elas, e por isso quis mui a levar. Espero me mandes 
dizer = Podes vir =. Se isto me fizeres, apesar do meu grande 
incômodo, conta comigo, se não pensarei e darei resposta à res-
posta desta que te escrevo sem pressa, pois já estou crismado há 
muito tempo.
Teu filho, amigo e amante etc.
Imperador
 6
 18–27
 12
P. S.
Perdoa se me mostro sentido de não me dizeres = Podes vir =, 
mas tu vês que, assim como tu teimas em não mandares dizer-me 
= Podes vir =, também eu sentido posso pedir-te uma, e muitas 
vezes, este para mim grandíssimo favor, pois vejo nele teu desejo 
74
1 5 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 5 9
de gozares da minha grosseira companhia, bem como eu da tua, 
que sempre me será agradável.
O mesmo
Essa é a primeira de duas cartas do mesmo dia. Na outra, já publicada ante-
riormente, d. Pedro diz:
Não pude conseguir que me mandasses dizer ‘podes vir’. Paciência [...] eu lá vou. 
[...] Manda-me dizer se posso ir e manda estar a porta aberta, que eu lá vou, e 
adeus, até as dez horas. Responde-me a esta para ficarmos justos.19 
Como imperador, ele podia ordenar e obedeceriam, mas, como homem, pedia.
Se ela dissesse não, ou não respondesse, ele não arrombaria a porta.
Filha,
Além de ir saber como passaste o resto da noite, eu vou agrade-
cer-te o modo lhano com que me trates esta noite, e pedir-te que te 
não esqueças do que me prometes, e é o deixares-me uns dias por 
outros (às horas do costume) saber da tua saúde pessoalmente.
Eu, minha filha, passei bem, como se ontem nada tivera tido, 
pois nem ainda nem sequer [tive] vontade de ir à caixa, e dormi 
bem. Só o que sinto é uma displicência, e fraqueza no corpo, mas 
que em breve será restabelecido. Adeus, minha filha, aceita os 
protestos da mais sincera amizade
Deste teu filho,amigo, fiel, constante, agradecido e sempre 
verdadeiro
O Imperador
 7
 18–27
 12
75
1 6 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 6 1
P. S.
Hei de confessar-me com o Monsenhor Fidalgo (1) amanhã, 
como te disse, e espero que tu me não enganes quanto ao que 
me prometes, pois então eu me reputarei o homem mais feliz por 
estar bem com Deus não estando tu mal comigo.
(1) Duarte Mendes de Sampaio Fidalgo, monsenhor da Capela Imperial, cô-
nego da Sé do Rio de Janeiro e reitor do seminário de N. S. da Lapa. Membro da 
comissão de 1822, responsável pela coroação e sagração de d. Pedro I.
Pelo teor da carta, podemos entender que Domitila finalmente disse: “podes vir”...
Após se confessar, d. Pedro mandou uma carta para ela em 8/12/1827:
[...] Acabando de confessar-me, não posso por dever de cristão deixar de te ir 
(pelo modo que posso) pedir perdão das ofensas que tiveres de mim e daquelas 
que tu supuseres ter. Eu te peço, minha filha, que, da minha parte, peças perdão 
(tão decididamente como eu te peço) à tua mãe e que me respondas. Uma coisa te 
pediria, mas temo não ser atendido, que era queimares todas aquelas cartas que te 
tenho escrito desde 10 de setembro, não porque eu tenha medo que tu as mostres, 
mas porque pode acontecer (o que Deus não permita) que tu faleças (ainda que 
eu irei primeiro) e em tal desgraçado caso, minha honra ficar manchada. Se me 
fizeres isto, eu te remeterei as tuas que cá tenho guardadas.20 
Depois de pedir perdão a ela e à mãe, pede que ela destrua as cartas desde 
o reatamento até aquela data. O final do ano chegava, e com ele o aniversário de 
um ano da morte da imperatriz Leopoldina e as primeiras notícias da Europa a 
respeito das dificuldades em se arrumar uma nova esposa para d. Pedro. O que 
ele poderia ter feito para ofender a mãe de Domitila? Talvez fosse ainda um eco 
da tentativa de expurgar os Castros Canto e Melo da corte depois do atentado à 
baronesa de Sorocaba.
1 6 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 6 1
Filha,
Como tu tens estado sem ires (e por mui justo motivo) ao Teatro, 
e tendo nós muito apetite de assistirmos à Comédia Francesa, e 
podendo-o não ir eu hoje ao Teatro, e ir depois de amanhã pare-
cer combinação entre nós, ou para nestes dias que não vamos 
estarmos juntos, ou nós que vamos nos vermos, assentei de ir 
esta noite ao Teatro, um pouco para evitar todas as suspeitas e 
podermos viver sossegados. Eu bem conheço que muitos escrú-
pulos são maus; mas, neste nosso caso, e posição delicadíssima, 
convém muito uma perfeita fantasmagoria. Manda-me dizer o 
que te parece, que é impossível que te não pareçam duas coi-
sas: primeira, muito escrúpulo; segunda, muito bom pensamento, 
para gozarmos um do outro sem que os outros se divirtam à nos-
sa custa. Adeus, filha, recebe o coração saudoso
Deste teu filho, amigo e amante etc.
Imperador
 13
 18–27
 12
O jogo prossegue: a tentativa de não serem vistos juntos, a farsa, a “fantasmagoria”.
Filha,
Como me parece que tu tens alguma coisa que te aflija, e pare-
cendo-me que te poderei pela minha companhia ainda que gros-
seira consolar-te, pretendo ir mais cedo do que te mandei dizer, e 
irei às dez, e para que não haja jogo, para esse fim deixo ordem 
(indo agora para o Botafogo) que, não chegando eu até as oito, se 
retirem, e assim posso com certeza lá chegar à sua casa às dez.
Adeus, filha, até então, e espero que estejas mais doce do que 
mostras pelas tuas cartas, que estão umas um tanto sem amiza-
de, e outra seca como um pau. Eu estimarei não ser participante 
76
77
1 6 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 6 3
pessoalmente das tuas quizílias (1), pois isso seria uma injustiça 
sendo eu tão bom (agora) para ti e sendo teu
Filho, amigo e amante etc.
Imperador
 14
 18–27
 12
(1) Inimizade, antipatia.
Querida Marquesa,
Desejo saber como passou e lhe participar que eu e as meninas 
estamos bons, que a Maria Isabel se vai vacinar (1) e que a mi-
nha filha Rainha (2) vai com bastante melhora. Estimamos que 
se divirta pelo Caju (3).
Aceite os protestos da maior consideração com que sou,
Querida Marquesa, Seu amo que muito a estima
Imperador
 23
 18–27
 12
(1) Referência à vacina contra a varíola, instituída por d. João VI desde 1811. 
A vacinação era realizada às quintas-feiras e domingos na igreja do Rosário.
(2) D. Maria da Glória, rainha de Portugal com a renúncia do pai, só assumi-
ria efetivamente o trono em 1834, sob o nome de d. Maria II.
(3) Provável referência à Ponta do Caju, próximo de onde hoje se encontra a 
zona portuária do Rio de Janeiro. Na época, era um agradável local utilizado para 
banhos de mar. Chegou a ser frequentado por d. João VI e d. Leopoldina.
78
1 6 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 7 1 6 3
Querida Marquesa,
Desejo saber como passou, e participar-lhe que eu e as meninas 
estamos bem, a Rainha vai assim mesmo. Já desde hoje lhe come-
ço a dar os parabéns dos seus anos (1), mostrando-lhe o quanto 
desejaria que goze desses dias mais cem.
Aceite os protestos da maior amizade e consideração, com 
que sou,
Querida Marquesa,
Seu amo que muito a estima
Imperador
 26
 18–27
 12
(1) O aniversário de 30 anos da marquesa seria no dia seguinte, 27 de dezembro.
Querida Marquesa,
Desejo que me mande dizer como passou e participar que eu e as 
meninas estamos bem, que a Rainha minha filha vai assim mesmo.
Aceite os protestos da mais pura, lícita e sincera amizade, e 
consideração com que sou,
Querida Marquesa,
Seu amo que muito a estima
Imperador
 31
 18–27
 12
79
80
1 6 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 6 51 6 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 6 51 6 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 6 5
1 6 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 6 51 6 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 6 51 6 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 6 5
1828
1 6 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 6 7
40. Movimentação no porto do Rio de Janeiro.
1 6 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 6 7
Querida Marquesa,
Agradeço-lhe muito o [rasgado], pois eu [rasgado] precisava de 
tua boa [rasgado] em razão do desespero em que estou por causa 
de ainda não ter recebido notícias do paquete (1) de outro dia, e 
do chegado de hoje (tendentes ao meu negócio), em razão de o 
Gordon (2) estar na Serra.
Nada tenho a enviar-lhe senão os protestos da maior amiza-
de e consideração com que sou,
Querida Marquesa, 
Seu amo que muito a estima
Imperador
 1
 18–28
 12
(1) Derivação da palavra alemã pack, o mesmo que feixe, molho, maço de 
cartas. Paquebote, ou packet boat, era o termo com que se designava o navio que 
levava carta da França para a Inglaterra.1 A palavra paquete virou sinônimo do 
correio transportado pelos navios que ligavam a América à Europa.
(2) Provável referência a notícias de Barbacena referentes às negociações 
diplomáticas visando ao apoio de Inglaterra, França e Áustria ao processo de 
sucessão do trono em Portugal. No final de 1827 e 1828, também começaram a 
chegar informações a respeito das dificuldades de se arrumar uma nova esposa 
para d. Pedro.
81
1 6 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 6 9
Querida Marquesa,
Desejo saber como passou; eu passei bem, e as meninas que lá 
vão. A Rainha já deu três passos segura pelas criadas. A Chica 
(1) está bem.
Aceite os protestos da maior amizade e consideração com 
que sou,
Querida marquesa, Seu amo que muito a estima e estimará,
Imperador
 14
 18–28
 1
(1) D. Francisca Carolina, quarta filha de d. Pedro I com d. Leopoldina. Nas-
cida em 2 de agosto de 1824 e falecida em Paris, em 27 de março de 1897. A 
princesa d. Januária, nascida em 11 de março de 1822 e falecida em 13 de maio de 
1901, não é mencionada em nenhuma destas cartas, talvez porque tivesse a saúde 
melhor que a das irmãs.
Querida Marquesa,
Desejo saber como passou; eu e as meninas estamos bons. A Rai-
nha vai indo, e a Chica está boa.
Aceite os protestosda maior amizade, e consideração com 
que sou,
Querida Marquesa,
Seu amo que muito a estima, e estimará
Imperador
 15
 18–28
 1
82
83
1 6 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 6 9
Querida Marquesa,
Desejo saber como passou. Eu passei bem, e as meninas. A Rai-
nha vai indo.
Querida Marquesa, Seu amo que muito a estima e estimará
Imperador
 17
 18–28
 1
Querida Marquesa,
Muito sinto que ontem passasse tão incomodada, e lhe afirmo que 
muito atormentado estive enquanto o Barão (1) à noite me não 
assegurou que estava melhor. Agora muito estimo a melhora, e 
um parasita que amanhã pelas 11 ou meio-dia já o crescimento 
que tiver seja menor, e poderá ser que em consequência da des-
carga, dele mesmo escape, o que eu muito desejaria.
Aceite os protestos de maior amizade e consideração com 
que sou,
Querida Marquesa, Seu amo que muito a estima, e estimará
Imperador
 25
 18–28
 1
(1) Barão de Inhomirim (ver carta 68, nota 2).
84
85
1 7 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 7 1
Querida Marquesa,
Muito estimei saber ontem quando vim do Teatro que continua-
va a passar bem, e que desde as nove e meia até as 11 e quarto 
que não dormia mui sossegada. Meu prazer será consumado se 
eu souber que hoje não teve acréscimo (1), ou que o teve muito 
menos, pois a Marquesa não pode pensar a aflição com que tenho 
andado, motivada pelo cuidado que tenho tido. Se eu alguma vez 
estiver doente é que poderá calcular que tal é uma mortificação, 
como a minha tem sido.
Aceite os protestos da maior, e mais pura, e sincera amizade 
e consideração com que sou,
Querida Marquesa,
Seu amo que muito a estima e estimará
Imperador
 28
 18–28
 1
(1) Febre intermitente.
86
1 7 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 7 1
Querida Marquesa,
Desejo saber como passou, e muito estimarei que fosse bem, pois 
me interesso cordialmente pela sua saúde, que apeteço ser sem-
pre no melhor estado.
Aceite os protestos da maior amizade e consideração com 
que sou,
Querida Marquesa,
Seu amo que tanto a estima e estimará
Imperador
 2
 18–28
 2
P. S.
Agora com todo o prazer parto para a Glória, acompanhado de 
todos os filhos, em dar graças pela melhora da Rainha, que tam-
bém vai.
87
1 7 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 7 3
Querida Marquesa,
Muito desejo saber como tem passado, e como está de saúde, pois 
me interesso o mais possível por que ela seja a mais perfeita. Eu 
estou bom, e cheguei bem. As meninas estão boas, todas menos 
a Paula, que vai melhor. Aceite os protestos da maior amizade e 
consideração com que sou,
Querida Marquesa, 
Seu amo que muito a estima e estimará
Imperador
 26
 18–28
 2
Muito estimarei, querida Marquesa, saber como passou, e
se lhe não fez mal a chuva que apanhou durante o seu passeio, 
em que estimo se divertisse. Eu estou bom, o Pedro (1) está quase 
sem abalo de pulso e muito esperto, como costuma, as mais bem. 
Quero ver se agora lhas posso mandar, tanto a Duquesa, que já 
deu ou vai dar lição, como a Maria Isabel. Não posso por ora dar 
uma resposta cabal à sua pergunta relativa ao nosso Felício (2), 
pois hei de examinar os papéis, tirar algumas informações, para 
dar um conselho salutar.
Aceite os protestos da maior amizade e consideração como 
sou,
Querida marquesa, 
Seu amo que muito a estima e estimará
Imperador
 5
 18–28
 3
88
89
1 7 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 7 3
(1) Pedro de Alcântara, futuro d. Pedro II.
(2) D. Pedro refere-se ao filho de Domitila com o primeiro marido. Felício foi 
enviado para estudar em Paris no segundo semestre de 1827, tendo por guardião 
o médico imperial dr. Domingos dos Guimarães Peixoto, que também ia para a 
capital francesa realizar especialização médica. Ambos recebiam pensão do go-
verno imperial, que foram todas encerradas no início de 1828, deixando tanto o 
dr. Peixoto como Felício sem amparo financeiro, o que foi resolvido em junho do 
mesmo ano.
Querida Marquesa,
Mande-me dizer como passou. Eu passei bem. O menino às 3 ho-
ras da noite parecia estar melhor, porque dormiu até a essa hora, 
dos mais nada posso dizer porque agora me levanto da cama, e 
ainda os não vi.
Aceite os protestos da maior amizade e consideração com 
que sou,
Querida Marquesa, Seu amo que muito a estima e estimará
Imperador
 7
 18–28
 3
90
1 7 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 7 5
Querida Marquesa,
Desejo saber como passou. Eu passei bem, e todos os filhos. A 
Paula vai indo.
Aceite os protestos da maior, mais sincera e desinteressada 
amizade com que sou,
Querida Marquesa, 
Seu amo que muito a estima e estimará
Imperador
 28
 18–28
 3
Querida Marquesa,
Desejo que me mande dizer como passou. Eu passei bem; mas 
agora estou com muita pena no fundo do meu coração pela morte 
inesperada do Ponçadilha (1), que aconteceu às 5 horas e meia, 
em menos de 5 minutos deitando sangue pela boca e ouvidos. Só 
pôde chamar o Maurício (2), que quando chegou já havia dado 
contas a Deus. As filhas vão bem.
Aceite os protestos da maior, mais pura, sincera e desinte-
ressada amizade com que sou,
Querida Marquesa, 
Seu amo que muito a estima e estimará,
Imperador
 17
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 4
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92
1 7 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 7 5
(1) Provável referência à morte de João Manuel Rodrigues Ponçadilha. O ou-
tro irmão, José Manuel, irá servir o filho de d. Pedro, d. Pedro II, como secretário, 
já com a patente de coronel.
(2) Padre José Maurício Nunes Garcia?
Querida Marquesa,
Desejo saber como passou e mais sua mãe. Eu passei bem, e todos.
Aceite os protestos da maior, mais pura, sincera e desinte-
ressada amizade com que sou,
Querida Marquesa, 
Seu amo que muito a estima, e estimará
Imperador
 24
 18–28
 4
Querida Marquesa,
Mande-me dizer como está, e mais sua mãe e tia. Eu estou bom, 
e todos, menos a Paula, que se vomitou ontem.
Aceite os protestos da maior, mais pura, sincera e desinte-
ressada amizade com que sou
Seu amo que muito a estima, e estimará
Imperador
 16
 18–28
 5
93
94
1 7 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 7 7
Minha querida Marquesa,
Muito desejo que goze de perfeita saúde, e de tão perfeita como 
eu desejo para mim e para meus filhos. Peço-lhe que acredite que 
estas minhas expressões são filhas do Amor que lhe consagro e 
consagrarei, atentas às relações tão íntimas que tivemos.
Eu sempre sou o mesmo homem. Estar longe ou estar per-
to não me faz diferença para mostrar-lhe uma verdadeira, pura, 
sincera e cordial amizade. Eu não seria homem digno de exis-
tir neste mundo se assim não pensasse. Eu estou, Deus louvado, 
[bem] de saúde. A Paula já anda e vai à casa de fora. As mais, 
e o Pedro, estão bons. A Duquesa mui esperta, e cada vez mais 
galante, e a Maria (1) igualmente, e já quer andar só.
Eu lhe asseguro que jamais me esquecerei, quando for tem-
po, de lhe mandar dizer que venha para sua casa gozar mui des-
cansada do que é seu, e muito seu, e então, pelo sossego em que 
há de estar, conhecerá a necessidade que havia desta sua saída 
temporária da Corte. (2)
Vou tratar de mandar começar a arranjar o seu jardim, e 
espero que ficará muito bom, e a seu gosto.
Aceite o protesto da maior, mais pura, sincera e desinteres-
sada amizade, com que sou,
Querida Marquesa, 
Seu amo que muito a estima, e estimará
O Imperador
Boa Vista, 23 de julho de 1828.
(1) Maria Isabel faleceria três meses depois.
(2) Após o retorno do marquês de Barbacena da Europa, d. Pedro convenceu-
-se de que era necessário o afastamento de Domitila da corte para que ele tivesse 
chance de receber o “sim” de alguma princesa europeia. O que havia adiado desde 
o relatório do barão de Mareschal, em julho de 1826, resolveu pôr em prática, e 
Domitila partiu no final de junho de 1828 para São Paulo.
95
1 7 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O 1 8 2 8 1 7 7
Querida Marquesa,
O meu amor pela Marquesa é que me compele a escrever-lhe, e 
é que me compeliu no protesto que lhe remeti diretamente, e no 
outro,que por motivo de carta sua em que me dizia coisas que, se 
não esperava, igualmente o fez.
Eu não desejo que meu casamento seja frustrado por causa 
da Marquesa, e se a Marquesa estivesse na minha delicada po-
sição decerto com o seu gênio, se ainda o não perdes, faria pior. 
Agradeço a sua atenciosa e amigável carta, mas permita-me que 
lhe peça que faça o que eu lhe digo, não pelas ameaças, que só 
servem para aborrecerem e desvanecerem ideias de inteligências 
entre mim e a Marquesa, mas sim por convicção. A Duquesa 
bem e eu bom, e sempre seu verdadeiro e sincero amigo
Pedro
 21
 18–28
 12
Esta é a última carta do lote vendido na Europa e que hoje pertence à Hispa-
nic Society of America. Nela, observamos a continuação de uma discussão entre 
Domitila, exilada em sua cidade natal, e d. Pedro. Após viver quatro anos na capital 
do Império, em meio ao luxo e ao poder, a acanhada São Paulo da época não era 
suficiente para a marquesa. Se na corte ela já teve que enfrentar situações emba-
raçosas, pior lidar com o provincianismo paulistano. As velhas amigas evitavam-
-na, os piqueniques fracassavam, e até as diversões e festas não passavam de uma 
pálida imitação dos faustos da corte. Alguns dias antes, d. Pedro havia recebido 
uma mensagem de Domitila (anexo 9, p. 188) comunicando que estava partindo 
de volta para a corte em 23 de dezembro. O imperador ameaçou até mesmo de não 
deixá-la ver a filha, a duquesa de Goiás:
Não espere a marquesa, de chegar sem expressa ordem minha, que eu a trate 
como minha amiga prezada que é (como creio). [...] saiba que no caso (que eu não 
espero) de vir sem ordem minha que a marquesa a vá ver, pois ela não poderá visi-
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1 7 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A N E x O s 1 7 91 7 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A N E x O s 1 7 91 7 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A N E x O s 1 7 91 7 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A N E x O s 1 7 9
tar a quem não quer concorrer para a glória de seu pai, do seu imperador e da sua 
pátria. Nada mais tenho a dizer, senão que pode estar certa que, imediatamente 
eu vir que a sua presença aqui me não influi nada sobre um negócio de tão grande 
monta para o Império, eu serei o primeiro que, enviando-lhe expressamente um 
soldado como agora faço, lhe mande ordem para se recolher para sua casa, pois 
bem poderá e deverá supor quanto me custará o meu imperial coração vê-la ator-
mentada com incômodos.2
Mas essa determinação em mantê-la afastada foi diminuindo à medida que as 
negativas aos pedidos de casamento iam se somando. Em abril de 1829, d. Pedro 
permitiria o retorno de Domitila à corte.
1 7 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A N E x O s 1 7 91 7 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A N E x O s 1 7 91 7 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A N E x O s 1 7 91 7 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A N E x O s 1 7 9
Anexos
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41. Vestimentas de pessoas na cidade de São Paulo.
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As cartas a seguir não são em sua totalidade inéditas. A última carta de Domitila 
para d. Pedro, por exemplo, já foi publicada anteriormente. Algumas outras cons-
tam do CD Pedro I: um brasileiro, feito pelo Museu Imperial, porém as versões 
apresentadas nesta obra foram transcritas diretamente dos originais, corrigindo 
erros e omissões anteriores. A última missiva, uma minuta em que d. Pedro enu-
mera os filhos bastardos, só apareceu, em parte, na obra de Octávio Tarquínio de 
Sousa A vida de dom Pedro I.
Os documentos anexos estão na seguinte ordem:
1 – Nomeação de Domitila como dama camarista da imperatriz, 1825.
2 e 3 – Documentos referentes à primeira tentativa de banimento de Domitila 
e dos irmãos da corte, após o atentado contra a baronesa de Sorocaba, em 1827.
4 a 8 – Cartas de Domitila respondendo a d. Pedro a respeito da retirada dela 
da corte em junho de 1828.
9 a 11 – Cartas de Domitila e de sua mãe para d. Pedro, dezembro de 1828.
12 e 13 – Cartas anônimas dirigidas a d. Pedro I após o conhecimento do 
retorno de Domitila para a corte, em março de 1829.
14 a 15 – Cartas de Domitila para d. Pedro a respeito da necessidade de se 
retirar definitivamente da corte, provavelmente junho a agosto de 1829.
16 – Cartas de despedida de Domitila para d. Pedro, 26/27 de agosto de 1829.
17 – Minuta de uma carta de d. Pedro I na qual, além de outros assuntos, trata 
dos filhos que teve fora do casamento.
42. Vestimentas das damas do paço.
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43. Carta da marquesa de Aguiar para Domitila de Castro notificando 
sua nomeação como dama camarista da imperatriz. Rio de Janeiro, 4 de 
abril de 1825. Museu Imperial/IBRAM/MinC, Rio de Janeiro
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Ilma. Exma. Sra.,
Sua Majestade A Imperatriz minha Ama me Ordena de parti-
cipar a V. Exa. que A Mesma Augusta Senhora houve por bem 
fazê-la Sua Dama Camarista; o que eu lhe faço saber a V. Exa. 
para sua inteligência.
Deus guarde a V. Exa. 
Paço em 4 de abril de 1825. 
Marquesa Camareira-Mor (1)
Sra. D. Dometília de Castro Canto e Melo
(1) Maria Francisca de Portugal e Castro, marquesa de Aguiar, dama da rainha 
d. Maria I, camareira-mor da princesa e depois imperatriz d. Leopoldina. Viúva de 
d. Fernando José de Portugal e Castro, conde e marquês do mesmo título. Morava 
na rua do Lavradio, no Rio de Janeiro, até 1831, quando retornou para Lisboa.
Essa nomeação foi feita logo em seguida à afronta sofrida por Domitila na 
Capela Imperial, quando as damas da corte ali reunidas retiraram-se após sua en-
trada no local. Apesar de parecer curioso a nomeação ter saído em nome da impe-
ratriz, era um procedimento usual. Cada soberano nomeava seus cortesãos.
D. Pedro deve ter solicitado isso como um favor a d. Leopoldina e esta, sem 
suspeitar ainda de nada, concedeu-o.
Ilma. e Exma. Senhora,
Havendo Sua Majestade o Imperador entabulado, em potência 
estrangeira, negociações ao complemento das quais muito de 
frente se lhes opõem a estada de Vossa Excelência nesta Corte, e 
mesmo neste Império. E conhecendo o mesmo Augusto Senhor o 
quanto Vossa Excelência se interessa por sua glória particular e 
felicidade da nossa pátria, tendo deixado tempo oportuno para lhe 
mandar esta participação, ordena Sua Majestade Imperial que 
Vossa Excelência, embarcando no bergantim português Treze de 
Maio, siga para Portugal ou para outro qualquer país estrangei-
ro que Vossa Excelência escolha, ficando Vossa Excelência na 
1
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inteligência que deverá partir o mais tardar até o dia três ou qua-
tro de setembro próximo futuro, levando Vossa Excelência em 
sua companhia, além de seus dois irmãos, os gentis-homens da 
Câmara José de Castro e Pedro de Castro, aquelas pessoas que 
quiser. Outrossim, manda o mesmo augusto senhor participar a 
Vossa Excelência que nada perderá das honras, regalias, pensões 
e de tudo aquilo que Sua Majestade Imperial lhe mandava dar, 
bem como a seus irmãos.
Sua Majestade o Imperador fica certo [de] que Vossa Exce-
lência executará o que lhe ordena, independente de mais ordem 
ou procedimento algum, e, para que nada falte, se expedem as 
ordens necessárias por todas as repartições competentes.
Deus guarde a Vossa Excelência. 
Paço, 26 de agosto de 1827.
Senhora marquesa de Santos.
Nesse ofício com letra de Francisco Gomes da Silva, secretário de d. Pedro 
I, vemos a decisão do imperador em afastar da corte Domitila e seus irmãos, três 
dias depois de ocorrido o atentado à baronesa de Sorocaba. O bispo de São Paulo, 
intermediando o banimento, conseguiria, evocando o fato de Domitila ter tido um 
filho há pouco tempo, protelar essa partida, até que finalmente, por volta de 10 de 
setembro, d. Pedro e ela fizeram as pazes.
Ilmo. e Exmo. Sr.,
Tendo a Marquesa de Santos de fazer uma viagem à Europa 
por assim convir aos interesses desteImpério Nossa Pátria, e 
não querendo Sua Majestade o Imperador que uma Dama de 
Seu Paço deixe de ir com toda a decência que lhe é devida, e 
lembrando-se que V. Exa. é seu irmão e que ninguém melhor a 
poderá acompanhar com mais interesse e cuidado. Há o mesmo 
Augusto Senhor por bem ordenar que V. Exa. acompanhe a dita 
Marquesa à Europa, e que lá persista com ela, ficando V. Exa. 
na inteligência que deve sair deste porto no bergantim português 
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1 8 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A N E x O s 1 8 5
Treze de Maio, e que deve partir o mais tardar até no dia três ou 
quatro de setembro sem falta.
[ilegível], 26 de agosto de 1827.
Sr. P. Castro Canto e Melo
Ordem para Pedro de Castro do Canto e Melo seguir a irmã para o exílio na 
Europa. Com a negativa da partida, ele seria retirado da corte e enviado para a 
Cisplatina.
Meu bom senhor,
Estimo a boa saúde de V. M. e de S. Altezas.
Meu senhor, como V. M. tem sido Meu Pai e de todos os 
meus Filhos, eu peço licença a V. Majestade para acabar de efe-
tuar o casamento da minha Chiquinha com o mano José (1) isto 
sendo do gosto de V. M., senão, nada farei. Minha mãe ainda 
passa incomodada, minha tia o mesmo, mano José também hoje 
amanheceu com muitos tremores de frios e assim está de cama. 
Eu, graças a Deus, vou passando sem novidade.
Sou de V. M. criada
Que muito o estima e obrigada
Marquesa de Santos
(1) Ver nota 1 da carta 34. O casamento foi realizado em 24 de maio de 1828.
Senhor,
Estimo a saúde de V. M. e de S. A. V. Majestade sabe mui bem 
que, se eu vou fazer este passeio, é só para lhe fazer a vontade. 
Não que eu tal tenções tivera de sair daqui para parte alguma. 
Assim, senhor, não posso ir para o mês que vem, sim nos princí-
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pios de julho. Não sou destas de saco às costas, já lhe faço esta 
vontade, e assim peço-lhe não me mortifique mais.
Sou de V. M. criada e obrigada.
Marquesa de Santos
Em resposta a esta carta, d. Pedro escreve em 22/5/18281:
Minha filha (d. Maria da Glória) infalivelmente sai até dois do mês de julho, 
e por isso eu muito desejo que a marquesa saia pelo menos seis dias antes, o que 
vem a ser 26 de junho, porque muito convém que os que vão possam dizer “a mar-
quesa já saiu”, e não “está para sair”. Todos acreditarão o que aconteceu e não o que 
está para ser, que pode não ser, e o negócio é grave e mui grave. Na sua primeira 
presta-se a tudo que eu lhe mandar, pede-me instruções, e agora que lhe escrevo 
diz-me que não pode antes de princípios de julho, tendo convido com o Gericinó 
até meado de junho. Sustente sempre aquela palavra que uma vez der e não faça 
rodeios, veja bem a quem a dá e qual é a magnitude do negócio que é dependente 
do cumprimento de sua palavra.
A próxima carta responde ao imperador.
Senhor,
Perdoe-me que lhe diga isto: eu não preciso de conselhos, não 
sou como V. M., as minhas respostas são todas nascidas do meu 
coração. Ao Gericinó eu sempre disse que sairia no princípio de 
julho, e se ele disse o contrário disto, mentiu. Eu torno de novo 
a fazer esta vontade, sairei até o fim deste mês que vem e Deus 
permita sejam todas as suas vontades feitas assim como eu as 
faço. Eu tive criação, sei conservar a minha palavra e sou de V. 
M. criada e obrigada 
Marquesa de Santos
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1 8 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A N E x O s 1 8 7
Senhor,
Estimo a boa saúde de V. M. e de S. A. Vejo Vossa Majestade 
falar-me na minha jornada e nos meus cavalos, e que não há 
tempo a perder. Sei mui bem isso. Faz esse favor de mandar vir 
os ditos cavalos para, enquanto eu não for, serem tratados. Esse 
o fato irá mesmo por terra. Porque eu ainda não tenho destino 
algum, daqui vou mesmo a cavalo. Guardo o préstimo de V. M. 
para outra coisa e também rogava-lhe que me mandasse dizer 
por quanto tempo quererá que eu esteja separada da minha casa, 
ora nisto pode ter coração. Enquanto o falarem e dizerem que eu 
não vou, seria melhor dizerem-lhe outras coisas que devia dizer, 
não lhe importarem comigo. Eu sairei. Não se mortifique com a 
minha jornada, eu tenho paciência para lhe aturar tudo e tomava 
já vê-lo de mulher, porque só assim descansarei de sofrer tantos 
incômodos. O mano José não vai já beijar a mão de V. M., porque 
está doente. Eu passo sem novidade. Sou de V. M. sincera criada 
e obrigada
Marquesa de Santos
Nesta carta, Domitila responde a uma outra, enviada por d. Pedro em 26 de 
maio de 1828,2 em que ele busca apressá-la:
Como em vésperas de jornada não há tempo a perder, lhe participo que em 
Santa Cruz tem dois cavalos e aqui tem, além do Rabicano, o Tocano, que está 
bom. Eu desejo saber o que quer para mandar aprontar e de caminho lhe ofereço, 
se quiser aproveitar-se, de carruagem leve quatro pessoas até Santa Cruz. [...] Espe-
ro que se aproveite do que lhe ofereço e que não faça como os marotos, que dizem 
que a marquesa não sabe, adivinhem.
Senhor,
Estimo a boa saúde de V. M. e de S. Altezas.
Não busco pretexto, privilé[gios], para interromper a minha 
viagem. Sei cumprir o que prometo. Provera Deus que Vossa 
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Majestade assim fosse. Eu hei de sair até o fim do mês e peço-lhe 
não me incomode mais.
Sou de Vossa Majestade sincera criada e obrigada
Marquesa de Santos
Este bilhete foi escrito por Domitila, provavelmente, na fazenda do visconde 
de Gericinó, onde parou por quinze dias depois da sua saída da capital, em junho 
de 1828.
Segundo alguns historiadores, ela teria esperado, próximo da cidade do Rio 
de Janeiro, ordens de que d. Pedro mandasse chamá-la assim que o marquês de 
Barbacena e a rainha de Portugal tivessem deixado o porto a caminho da Europa. 
Mas, por essa resposta a alguma mensagem dele, é possível ver que o imperador 
mantinha firme a sua resolução de que ela deixasse efetivamente a corte. Afinal, 
os despachos dos embaixadores estrangeiros mencionariam de imediato qualquer 
retorno da favorita, como ocorreria em 1829.
Meu senhor,
Estimo a boa saúde de V. M. e de S. Altezas.
Creio ter cumprido com o meu degredo e, persuadida de que 
V. M. já não se lembra de mim, o que prova a falta de cartas suas, 
tomo a resolução de retirar-me daqui até o dia vinte e três deste 
mês e creio que não ofendo e nem pretendo incomodar a V. M. Eu 
o respeitarei sempre como meu soberano e meu amo e nada mais 
eu lhe sirvo, não intrometerei-me com sua vida pois isto em mim 
não é novo. Viverei em minha casa como qualquer outra pessoa. 
Espero isto como mais uma graça, além das muitas feitas a mim e 
a minha família. Aprove esta minha resolução. Deus lhe dê muita 
saúde e vida para satisfação de todos que o amam e respeito que 
lhe deseja com todas as veras.
Sua criada e obrigada
Marquesa de Santos
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1 8 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A N E x O s 1 8 9
Esta carta foi escrita por Domitila em São Paulo, no começo de dezembro de 
1828. Farta de aguardar o chamado de d. Pedro para que voltasse à corte, ela resol-
veu tomar por si própria a resolução. Note-se que ela comunica, altivamente, sua 
intenção de partir para o Rio de Janeiro no dia 23. O imperador mandaria diversas 
cartas em resposta a essa ousadia, proibindo a partida dela sem sua ordem. Tam-
bém à mãe de Domitila, d. Escolástica Bonifácia, que estava com ela em São Paulo, 
d. Pedro escreveu ameaçando tomar medidas contra a marquesa e sua família se 
ela aparecesse na corte sem sua permissão.
Meu senhor,
Com a maior mágoa li a carta de V. Majde. que me pôs na mais 
grande perturbação por ver o quanto V. Majde. se afligiu com o 
recebimento da carta da Marquesa sobre o que só tenho a dizer 
a V. M. I. que ela bem conhece o quanto deve a V. Majde não só 
pelo lado do que é, como não ignora o muito respeito que em qual-
quer caso deve tributar à Pessoa de V. Majde. Não é de supor, 
Senhor, que ela dê um passo tão inconsiderado como diz, talvez 
por se persuadir que isto fosse do agrado de V. M. I., porque por 
mim estáprevenida, muito de antemão, para não dar um só passo 
sem positiva determinação de V. M. I. Contudo agora tenho de 
estranhar-lhe o seu modo de pensar errado. Esteja V. M. I. certo 
que quem pela sua conduta tem sabido até agora amar e respeitar 
a V. Majde saberá continuar na mesma. Sinto meu senhor, e sinto 
n’Alma, que uma produção de meu desgraçado ventre viesse ao 
mundo para dar motivos de inquietações a V. Majde.
Deus ponha termo a tudo.
Beijo a mão a V. M. I. e sou com toda a submissão e respeito
Súdita e Criada, muito obrigada
Viscondessa de Castro
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Senhor,
Que motivo haverá mais forte que me obrigou por algum tempo 
separar-me de minha casa. Mas senão o respeito e amor que de 
todo o meu coração consagro à pessoa de V. M. e por isso cheia 
da maior sensibilidade. Estou resolvida a entregar-me a dispo-
sições de V. M. I. qualquer. Sei que o seu magnânimo coração 
jamais deixará perecer quem por V. M. daria mil vidas se todas 
as possuísse.
Embora prevaleçam meus inimigos, como eles foram ganha-
dos pelo amor que V. M. me tinha, fico satisfeita porque V. M. sa-
berá defender-me de seus projetos. Depois de V. M. bem ponderar 
o meu estado, a minha casa e meus parentes. A minha casa me 
dará todas as insinuações que devo fazer em observância de seu 
proveito, protestando a V. M. firmemente executar, porque nada 
haverá neste mundo de maior valor para mim do que dizer que 
prezo e que sou de Vossa Majestade criada e obrigada 
Marquesa de Santos
Senhor,
A consciência de um súdito cuja ascendência tem por timbre fi-
delidade e amor à augustíssima Casa de Bragança; a consciên-
cia, digo, deste súdito fiel a V. M. I. e a toda a Imperial Família 
seria devorada de crudelíssimos remorsos se ele não empunhasse 
a pena para traçar e depor aos pés do trono de V. M. I. quanto 
sabe a prol não menos dos interesses mundanos de V. M. I., como 
ainda dos espirituais. Verdades, senhor, tenho eu por obrigação 
quanto antes de apresentar a V. M. I. duras verdades, sim, se-
nhor, porém precisas, para que V. M. I. salve enquanto é tempo. 
Verdades finalmente que eu mesmo por ora não vou exibir pe-
rante a augusta presença, porque sei quanto é perigoso dizê-las 
onde podem ser escutadas pelo partido da pessoa a quem são 
amargas. Possam elas chegar junto à benfazeja alma de V. M. I. 
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e eletrizando o sempre magnânimo coração trazer ao Império e 
a V. M. I. a paz de que nas atuais circunstâncias tanto carece-
mos. Todavia, se eu que por agora me encubro não tiver a dita 
de ser escutado por V. M. I., só me resta rogar-lhe com a mais 
viva instância que guarde a presente para conhecer no progresso 
dos males que vou descrever, que ainda V. M. I. tem súditos que 
anelam o seu bem-estar e que sacrificarão até a sua existência 
para dar ao melhor dos monarcas um aviso a tempo. Mandou 
V. M. I. por conduto do tenente Lima que a marquesa de Santos 
regressasse para o seu Palácio de São Cristóvão. Que mandado, 
Senhor! Sancionou V. M. nesse ato a sua perdição e a do Brasil 
inteiro!!! A marquesa de Santos!! Esse monstro de ingratidão e 
perfídias vem acabar com a preciosa vida de V. M. I. Não satis-
feita com assoalhar por toda a parte diatribes contra a pessoa 
sagrada de V. M. I., atribuindo a V. M. defeitos que esta pena re-
pugna escrever, indispondo a quase toda a nação com V. M.; não 
temendo esta pérfida ferir a mão benfazeja que a tirou do nada 
e a toda a família, como todo o Brasil sabe; não se envergonhan-
do essa maligna mulher prostituir-se em São Paulo com dois es-
tudantes; não envergonhada com sua gravidez resultado de sua 
devassidão. Ainda mais, senhor (até causa horror a descrição 
dessa fatal, mas indispensável verdade), ainda, senhor, a mais se 
abalança esse monstro de perfídia e iniquidade. Convidada pelo 
republicano Costa Carvalho (1) e seus consócios, que ela finge 
detestar como aparenta em toda a parte, e de quem por sistema e 
combinação ajustada, vem dizendo muito mal para melhor ador-
mecer a vigilância de V. M. I., ela se dirige de comum acordo com 
os inimigos de V. M. I. a cortar com mão sacrílega a tão necessá-
ria quanto preciosa vida de V. M. I., propinando veneno em co-
mida ou bebida que lhe deve ofertar. E será difícil, senhor, V. M. 
convencer-se destas verdades? Quem é capaz de assassinar seus 
filhos em seu próprio ventre, como agora fez para abortar, tam-
bém o não será de assassinar aquele a quem tudo deve? Quem se 
arroja a envenenar a virtuosa imperatriz não o fará a V. M. I.? 
Ah! Senhor, lembre-se V. M. I., pela alma da mesma virtuosa e 
sempre chorada imperatriz, lembre-se, senhor, por tudo quanto 
lhe é mais caro, que semelhante mulher vem mergulhar o Brasil, 
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o augusto inocente herdeiro do trono e os amigos de V. M. I. em 
amargo pranto. Lembre-se mais, senhor, finalmente, que aquela 
que sob o nome de V. M. I. tem aceitado dinheiro a Gordon (2) 
e Stuart (3), que a procuraram para obterem ratificação de seus 
tratados, essa que tem vendido presidências e consulados e que 
a todos os respeitos tem atraiçoado a V. M. I. para consumação 
dos atentados, vem disposta agora a vender aos revolucionários 
a vida de V. M. Ah! Senhor, se V. M. não se apercebe do abismo 
que lhe está preparado, ai de V. M. I. e da tenra prole tão infeliz 
que acabará na mais dura orfandade. Ai do Brasil, e mais que 
tudo, ai das contas que V. M. I. tem que dar perante o ser dos 
seres de não curar de tamanhas calamidades. Mas, senhor, um 
raio de esperança me consola e diz-me que V. M. I. ouvirá este 
aviso, mas, se for tão desgraçado que V. M. observe o precipício 
sem desviar-se dele, outra vez será com V. M. I. o fiel
Avisador
Pelo tom da carta, bem diferente da anterior, dá para imaginar a conversa que 
a mãe, a viscondessa de Castro, deve ter tido com Domitila.
(1) José da Costa Carvalho (1796-1860). Barão, visconde e marquês de Monte 
Alegre. Com a abdicação de d. Pedro I, integraria a regência trina permanente. Foi 
diretor da Academia de Direito de São Paulo e presidente da província.
Tanto sir Charles Stuart (3) quanto sir Robert Gordon (2), diplomatas britâni-
cos, buscaram contato com Domitila na esperança de que sua influência junto ao 
imperador os beneficiasse de alguma forma.
Esta carta anônima e a seguinte medem bem a temperatura da opinião públi-
ca a respeito do retorno de Domitila. D. Pedro deve ter achado graça em algumas 
informações prestadas, talvez não a respeito dos “estudantes paulistas” — que po-
demos imaginar serem os primeiros jovens a ir cursar a Academia de Direito de 
São Paulo —, tanto que ele procurou confirmar esses rumores.
A acusação de que ela teria envenenado a imperatriz já corria de boca em 
boca na época da morte de d. Leopoldina, assim como a troca dos “Pedros”. Co-
mentava-se que o verdadeiro herdeiro teria falecido durante a viagem deles para a 
Bahia, e alguns servidores do paço e os pais de Domitila teriam efetuado a troca, 
sendo d. Pedro II na realidade filho da marquesa e do imperador.
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Senhor,
Do velho e sempre amigo fiel e vassalo honrado de V. M. I. e do 
senhor d. João VI desde os seus primeiros anos, não posso ser in-
diferente à ingratidão e à infâmia. Senhor, a pessoa que V. M. tan-
to honrou, a qual teve ventura de contar já três augustos filhos 
de monarca tão excelso, esqueceu-se de tudo, a uma escandalosa 
prostituição: companhia de rapazes e estudantes em público, em 
particular, pela roça... Senhor, perante meu soberano, não posso 
dizer tudo, mas digo somente que ela, se ela não está, esteve pe-
jada. Vossa Majestade por quem é para salvar a sua honra, pro-
cura indagar o procedimento desta mulher ingrata, então saberá 
o que não convém dizer.
Deus guarde a Vossa Majestade Imperial meu amo. 
São Paulo.
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44. Carta de Domitila de Castro para d. Pedro I. Rio de Janeiro, julho/
agosto de 1829. Museu Imperial/IBRAM/MinC, Rio de Janeiro
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Filho,
Não é pelos seus conselhos que buscamos ambos separarmos, 
sim porque vejo sem que haja uma coisa certa V. M. me tenha 
aborrecido tanto e me tenha dito tantas coisas que eu não sou 
merecedora. Assim, senhor, a minha presença não lhe há de ser 
mais fastidiosa nem V. M. casando e nem deixando de casar, e só 
desta maneira terão sossego meus inimigos.
Fique V. M. na certeza que serei eternamente grata a tantos 
benefícios que lhe devo.
Sou de V. M. amiga e criada
Demetília
Nesta carta, enviada entre junho e agosto de 1829, quando d. Pedro já estava 
ciente de que as tratativas de casamento na Europa haviam tido um final positivo, 
Domitila ainda duvidava do casamento, ou não queria acreditar que, depois do seu 
retorno à corte, ele a faria partir novamente.
Senhor,
Recebi ao meio-dia a carta de V. M. e não respondi logo como de-
via por causa de uma grande dor de cabeça que me acompanhava. 
Agora que me acho melhor agradeço a V. M. a honra que me fez, 
pois se V. M. tivesse feito isto há mais dias já estava tudo decidido. 
Eu, senhor, largo todas as minhas chácaras, com bem custo do 
meu coração. Assim espero em V. M. que me dê outras proprieda-
des iguais em tudo às que deixo. Eu não quero viver mais em chá-
caras, sim quero uma boa chácara na cidade e julgo que o Plácido 
não porá dúvida de ceder as suas casas para este fim. Restam só 
duas chácaras, da escolha de V. M., que igualem as três que deixo.
Beija a augusta e benfeitora
Mão de V. Majestade
A Marquesa de Santos
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No verso do papel, encontra-se a datação do recebimento, com letra de d. 
Pedro: 10/7/1829.
Não é difícil imaginar a dor de cabeça de Domitila. Acabada a festa da peque-
na duquesinha de Goiás, alguns dias depois d. Pedro descobria-se casado na Euro-
pa, e não só isso: a noiva era linda e jovem. Neste ponto, a marquesa acreditava que 
bastava sair de perto do Palácio de São Cristóvão para que tudo ficasse bem, mas, 
com o tempo, e outras dores de cabeças, descobriria que o que a aguardava era o 
retorno definitivo para São Paulo.
45. Carta de Domitila de Castro para d. Pedro I. Rio de Janeiro, agosto 
de 1829. Museu Imperial/IBRAM/MinC, Rio de Janeiro
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Senhor,
Eu parto esta madrugada e seja-me permitido ainda esta vez bei-
jar as mãos de V. Majestade por meio desta, já que os meus infor-
túnios, e a minha má estrela, me roubaram o prazer de o fazer 
pessoalmente. Pedirei constantemente ao céu que prospere e faça 
venturoso ao meu Imperador enquanto a Marquesa de Santos, 
Senhor, pede por último a V. M. que, esquecendo como ela tantos 
desgostos, se lembre só mesmo, a despeito das intrigas, que ela em 
qualquer parte que esteja saberá conservar dignamente o lugar a 
que V. M. a elevou assim como ela só se lembrará do muito que 
deve a V. M. Que Deus vigie e proteja como todos precisamos.
De V. Majestade Súdita 
Muito obrigada
Marquesa de Santos
Esta é, provavelmente, a última carta escrita por Domitila para d. Pedro. Ela 
partiria do Rio de Janeiro, definitivamente, na madrugada de 26 para 27 de agosto 
de 1829.
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46. Carta de Pedro I para o marquês de Resende. Rio de Janeiro, 22 de 
abril de 1830. Museu Imperial/IBRAM/MinC, Rio de Janeiro
1 9 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O A N E x O s 1 9 9
Rio de Janeiro, 22 de abril de 1830.
Meu Resende,
Esta vai acusar-lhe a recepção de todas as que me tem escrito, e 
fazer-lhe conhecer que sou aquele mesmo que sempre fui, e para 
isso o livrei de ir morrer na Rússia, e agora até mesmo de lá ir, 
pois mandei que fosse o Maceió, que de lá deverá vir para cá. Ora 
por este motivo viria Lornes, e a quinta de Varja. – A estas horas 
já tens visto minha filha Duquesa (1), e mesmo o pequeno Pedro 
(2) que lá nasceu em 7 de junho. Parece-me que, no interná-lo, 
não o fiz mal; aquele que foi feito naquela noite de 27 de janeiro 
de 1823, e nasceu a 5 de setembro do mesmo ano, por um moti-
vo bem simples, que a mãe não era burra, e se chama Rodrigo 
(3), e que lhe morreu o Pai putativo, está na Inglaterra. Em São 
Paulo existe também uma, feita (4) enquanto os senhores leva-
ram tempo a me arranjarem casamento. Em casa por ora nada, 
mas o trabalho continua e em breve darei cópia de mim, e farei a 
Imperatriz dar cópia de si, se ela me não emprenhar a mim, que 
é a única desgraça que me falta a sofrer. Se eu me tivesse como 
o Gagis e não sei quem mais aplicado as [ilegível], nem teria fi-
lhos, nem incômodos por consequência, e que são os cadilhos 
de quem tem filhos e os querilhos (ai perdoe) quizilas de quem 
tem filhos, nem teria feito metade das despesas que tenho feito; 
mas, enfim, que quer que lhe faça? Já não há remédio. Agora já 
propósito firme de não... se não em casa, não só por motivos de 
religião, mas até porque para o pôr assim [desenho de um pênis 
ereto] já não é pouco dificultoso. Vamos indo com os pés para a 
cova para depois nos encontrarmos no vale de Josafá, aonde ca-
beremos todos, segundo diz a escritura, e o Padre Vieira o prova 
em um dos seus sermões, duvidando ao mesmo tempo (o que 
eu também duvido) que haja e caiba um Desembargador com 
honra, muito principalmente em 1830, em que o câmbio está a 
33, o ágio do cobre a 30, as notas pequenas a 10 e 12, o ouro que 
não é muito sendo peças a 17 e 18, em [ilegível], a prata a 96 e 
100; contudo vamos vivendo mal e pobremente, para não dizer 
porcamente; mas Barbacena, que está ao leme, e dirige tudo = 
abaixo de mim =, está esperançado de alcançar vitória = hagasse 
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el miracolo, hagalo el diabolo. Sto. Amaro (5) lá vai tratar da 
questão portuguesa. Gomes (6) e Rocha (7) passear, em suma 
ministerial e constitucionalmente postos fora ao que eu anuí por 
interesse deles, e meus; não que eles estejam fora da minha gra-
ça, e a prova é que lhes dou pensões. Gomes vai encarregado de 
arranjar meus negócios, e Rocha de passear; a Sto. Amaro (8) 
vai, creio que por causa deste; forte tola! Como se em França 
não houvessem milhares de putas melhores do que ela. Acabou-
-se o papel e a carta. 
Seu amo e amigo,
Pedro
Nesta carta, na realidade uma minuta com letra de Francisco Gomes da Silva 
(6), d. Pedro informa a Antônio Teles da Silva Caminha e Meneses, o marquês de 
Resende, a nomeação do marquês de Maceió para a embaixada do Brasil na Rússia 
no lugar daquele, discorre sobre o problema com o câmbio brasileiro e faz diversas 
outras considerações. A parte mais interessante é o levantamento dos filhos que ele 
realiza: (1) Isabel Maria, a duquesa de Goiás; (2) Pedro de Alcântara Brasileiro, fi-
lho de Clemência Saisset, comerciante, junto com o marido, na rua do Ouvidor, no 
Rio de Janeiro, que partiu grávida de d. Pedro para a França, onde nasceu a criança 
em 1829; (3) Rodrigo Delfim Pereira, filho do imperador com a baronesa de So-
rocaba; Boaventura Delfim Pereira, marido desta, que assumiu a criança, faleceu 
em 20/3/1829; Maria Isabel (4), futura condessa de Iguaçu, está mencionada nesta 
passagem: “Em São Paulo existe também uma, feita enquanto os senhores levaram 
tempo a me arranjarem casamento”. A carta apresenta algumas incongruências. 
Silva Leme, na Genealogia Paulistana, dá a data de nascimento de Rodrigo Del-
fim Pereira como 4/11/1823, no que é seguido pelos demais historiadores. Alberto 
Rangel, em Textos e pretextos, afirma que Pedro de Alcântara Brasileiro nasceu em 
Paris, a 23 de agosto de 1829.
Quanto aos demais personagens mencionados nesta carta:
(5) Sto. Amaro: José Egídio Álvares de Almeida (1767-1832). Barão, visconde 
e marquês de Santo Amaro. Foi ministro das Relações Exteriorese embaixador em 
Paris e Londres.
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(7) Rocha: João da Rocha Pinto (1791-1837). Homem de confiança de d. 
Pedro, foi veador das duas imperatrizes e encarregado de questões diplomáticas. 
Suicidou-se em sua casa em Lisboa quando se viu falido.
(8) A Sto. Amaro: Maria Benedita Papança (1787-1846). Segunda esposa de 
José Egídio, com quem se casou em 1802.
Rocha e Francisco Gomes partiam para a Europa devido à pressão do mar-
quês de Barbacena, que, assumindo o governo e em alta popularidade, conseguiu o 
afastamento dos cortesãos portugueses. Mas a boa estrela do marquês não brilha-
ria para sempre. Em 30 de setembro de 1830, um decreto imperial demite Barbace-
na de suas funções, para, segundo o texto, “[...] tomarem-se as contas da Caixa de 
Londres, examinando-se as grandes despesas feitas pelo marquês de Barbacena, do 
Meu Conselho de Estado, tanto com Sua Majestade Fidelíssima, Minha Augusta 
Filha, como com os emigrados portugueses na Inglaterra, e especialmente com o 
Meu Casamento”.
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Cronologia
1797
20 de janeiro: nascimento de d. Leopoldina.
27 de dezembro: nascimento de Domitila de Castro.
1798
7 de março: batizado de Domitila.
12 de outubro: nascimento de d. Pedro.
1808
8 de março: chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro.
1813
13 de janeiro: casamento de Domitila com o mineiro Felício Pinto Coelho de 
Mendonça.
2 0 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O C r O N O L O g I A 2 0 5
1817
6 de novembro: casamento de d. Pedro e d. Leopoldina no Rio de Janeiro.
1819
6 de março: Domitila é esfaqueada por Felício em São Paulo; tem início a 
disputa pela guarda dos filhos.
1821
22 de abril: d. Pedro é nomeado príncipe regente.
25 de abril: regresso da família real para Portugal.
1822
25 de agosto: chegada de d. Pedro a São Paulo.
29 de agosto: primeira relação entre d. Pedro e Domitila de Castro. 
7 de setembro: proclamação da Independência.
1º de dezembro: coroação de d. Pedro como imperador do Brasil.
1823
Primeiro semestre: chegada de Domitila ao Rio de Janeiro. 30 de junho: d. 
Pedro sofre um acidente de cavalo (carta 1).
4 de novembro: nascimento de Rodrigo Delfim Pereira, filho de d. Pedro com 
Maria Benedita, irmã de Domitila (carta 37).
1824
4 de março: início do processo de divórcio de Domitila. 21 de maio: sentença 
de divórcio do primeiro marido.
23 de maio: nascimento de Isabel (futura duquesa de Goiás) (cartas 8 e 9).
31 de maio: batizado de Isabel na Igreja do Engenho Velho.
22 de setembro: d. Pedro ordena o fechamento do teatro, depois de Domitila 
ser barrada na entrada (carta 11).
2 0 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O C r O N O L O g I A 2 0 5
1825
Páscoa: Domitila é destratada na Capela Imperial (carta 25).
4 de abril: é nomeada dama camarista da imperatriz d. Leopoldina (anexo 1).
12 de outubro: recebe o título de viscondessa de Santos.
2 de dezembro: nascimento de d. Pedro II.
7 de dezembro: nascimento de Pedro, segundo filho de Domitila com o im-
perador.
10 de dezembro: Brasil declara guerra à Argentina.
1826
9 de fevereiro: viagem dos imperadores à Bahia; Domitila acompanha como 
dama da Imperatriz.
10 de março: falecimento de d. João VI.
13 de março: falecimento do filho Pedro no Rio de Janeiro.
1º de abril: retorno da Bahia.
2 de maio: d. Pedro renuncia à coroa portuguesa em favor de sua filha d. 
Maria da Glória.
20 de maio: d. Pedro reconhece oficialmente como filha Isabel, que passa a se 
chamar Isabel Maria.
24 de maio: Isabel Maria recebe o título de duquesa de Goiás, com tratamento 
de Alteza.
12 de outubro: Domitila tem o seu título elevado a marquesa de Santos.
2 de novembro: falecimento do pai de Domitila, o visconde de Castro, aos 
85 anos.
23 de novembro: embarque de d. Pedro para o Rio Grande do Sul.
11 de dezembro: falecimento de d. Leopoldina, aos 29 anos.
1827
15 de janeiro: d. Pedro retorna para o Rio de Janeiro.
4 de abril: Domitila é nomeada dama da Real Ordem de Santa Isabel de 
Portugal.
Maio: início das tratativas para um novo casamento de d. Pedro.
13 de agosto: nascimento de Maria Isabel, segunda filha de d. Pedro com 
Domitila.
20 de agosto: partida do marquês de Barbacena para a Europa.
2 0 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O N O TA s 2 0 72 0 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O N O TA s 2 0 72 0 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O N O TA s 2 0 72 0 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O N O TA s 2 0 7
23 de agosto: atentado contra a baronesa de Sorocaba.
25 de agosto: d. Pedro retira as filhas de Domitila e leva-as para serem criadas 
no palácio.
26 de agosto: ordem para Domitila embarcar para a Europa (anexos 2 e 3).
1828
Maio: Retorno do marquês de Barbacena.
27 de junho: partida de Domitila para São Paulo (anexos 5, 6, 7 e 8).
Julho: nova partida do marquês de Barbacena para a Europa.
25 de outubro: falecimento de Maria Isabel.
Agosto: cessação de hostilidades entre Brasil e Argentina.
15 de agosto: Domitila chega a São Paulo.
Dezembro: discussão entre Domitila e d. Pedro a respeito da volta dela à corte 
(anexos 9, 10 e 11).
1829
29 de abril: retorno de Domitila para o Rio de Janeiro.
24 de maio: comemoração do aniversário da duquesa de Goiás.
2 de agosto: casamento de d. Pedro com d. Amélia por procuração.
27 de agosto: partida definitiva de Domitila para São Paulo (anexos 14, 15 e 16).
16 de outubro: desembarque de d. Amélia de Leuchtenberg no Rio de Janeiro.
17 de outubro: casamento de d. Pedro e d. Amélia.
25 de novembro: embarque da duquesa de Goiás para a Europa.
1830
28 de fevereiro: nascimento de Maria Isabel, futura condessa de Iguaçu, quar-
ta filha de d. Pedro e Domitila (anexo 17).
2 0 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O N O TA s 2 0 72 0 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O N O TA s 2 0 72 0 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O N O TA s 2 0 72 0 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O N O TA s 2 0 7
Notas
Prefácio
1 REZZUTTI, Paulo. Titília e o Demonão: cartas inéditas de d. Pedro I à marquesa de 
Santos. 1. ed. São Paulo: Geração Editorial, 2011, carta p. 158.
2 GRAHAM, Caroline. Camilla. A amante do Rei: uma história de amor. Algés: Talento, 
1995.
3 CABRAL, Helena Sacadura. Mulheres que amaram demais. Lisboa: A Esfera dos Livros, 
2010.
4 NORTON, Luiz. A Corte de Portugal no Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 
1938.
5 PERROT, Michelle. As mulheres ou os silêncios da história. Bauru: EDUSC, 2005.
6 CRAVERI, Benedetta. Amantes y reinas: El poder de las mujeres. México: FCE Siruela, 
2006.
7 ABBOTT, Elizabeth. Amantes: uma história da outra. Rio de Janeiro: Record, 2016.
8 REZZUTTI, Paulo. Titília e o Demonão: cartas inéditas de d. Pedro I à marquesa de 
Santos. 1. ed. São Paulo: Geração Editorial, 2011, carta p. 92.
9 GRAHAM, Maria. Correspondências entre Maria Graham e a Imperatriz Dona 
Leopoldina e cartas anexas. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1997, p. 112.
10 REZZUTTI, Paulo. Titília e o Demonão: cartas inéditas de d. Pedro I à marquesa de 
Santos. 1. ed. São Paulo: Geração Editorial, 2011, carta p. 105.
11 Idem, carta p. 158.
2 0 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O N O TA s 2 0 9
12 Idem, carta p. 214.
13 Idem, carta p. 220.
14 Idem, carta p. 102.
15 Idem, carta p. 131.
16 Idem, carta p. 130.
17 NORTON, Luiz. A Corte de Portugal no Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 
1938, p. 285.
18 Idem, p. 289.
Nada é por acaso
1 Nada é por acaso. Isabel Arundel Burton, esposa do cônsul inglêsRichard Burton, 
narrou o encontro em BURTON, Isabel. The life of captain Sir Richard F. Burton, vol. 1, 
p. 432.
2 CORRÊA DO LAGO, Pedro. Brasiliana Itaú: uma grande coleção dedicada ao Brasil, p. 
521.
3 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 430.
4 Revista do IHGB, vol. 174, 1939, p. 757.
Os amantes
1 Apelido dado a São Paulo, atribuído ao governador Gomes Freire de Andrade (1685-
1763).
2 O primeiro a documentar essa história foi Vicente de Paulo Vicente de Azevedo, em 
artigo de 1973 sobre a marquesa de Santos. Teria ouvido de Escragnolle Dória, que a 
escutou quando estudante de Direito em São Paulo. A passagem foi repetida por Honório 
de Sylos na introdução de Ensaio d’um quadro estatístico da Província de São Paulo, de 
Daniel Pedro Müller, na edição da Coleção Paulística de 1978. Na continuação dessa 
história, o príncipe regente, ciente da beleza das filhas de Müller, teria passado diversas 
vezes na frente da casa dele, no centro de São Paulo, tentando ser apresentado a elas. 
Não logrando êxito, teria questionado diretamente o militar a respeito da aparência 
das meninas. Em resposta, escutaria que elas eram feias, e os paulistas, mentirosos. A 
verdade é que d. Pedro, quando foi recebido em São Paulo, não quis ver ninguém que 
tivesse tomado parte da revolta ao lado dos bernardistas, incluindo Müller, que foi, 
junto com outros, exilado para o Rio de Janeiro. Colocando um fim definitivo na lenda: 
Guilhermina Müller, a filha mais velha do marechal, nascida em 1812, era pouco mais 
que uma criança quando d. Pedro chegou à cidade, e, até onde sabemos, de pedófilo 
ainda ninguém acusou o primeiro imperador brasileiro.
3 CALDEIRA, Jorge (org.). Brasil: A história contada por quem viu, p. 312 et seq.
2 0 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O N O TA s 2 0 9
4 Devido à ausência de instituições financeiras em São Paulo, os homens que dispunham 
de capital emprestavam dinheiro ao governo em caso de necessidade.
5 Representante desse setor na Assembleia.
6 Martim Francisco tornou-se impopular desde a cruel execução do cabo Francisco José 
das Chagas, ou Chaguinhas, como ficou conhecido popularmente um dos militares 
revoltosos de Santos. Quem deixou uma viva descrição do caso foi o padre Feijó. 
Primeiro Chaguinhas caiu da forca, pois a corda rompeu. Como não havia outra 
própria, usaram um laço de couro, que, além de não o sufocar corretamente, acabou 
arrebentando também. O condenado, ainda semivivo, apesar dos apelos dos presentes, 
foi morto no chão. Além de secretário do Interior, responsável pela aplicação da justiça, 
Martim Francisco era também secretário da Fazenda, e o povo pedia a deposição não só 
dele, mas também a do outro vogal pelo comércio no governo provincial, o brigadeiro 
Jordão. Não é difícil imaginar que a rixa entre “andradistas” e “bernardistas” tivesse 
razões econômicas.
7 A memória escrita por Francisco de Castro do Canto e Melo foi publicada inicialmente 
na Revista Comercial, de Santos, em 29 de dezembro de 1864, depois em diversas 
outras publicações, inclusive na Revista do IHGB, tomo 41, segunda parte, de 1878, e 
na História do Brasil Reino e do Brasil Império, de Melo Morais.
8 BUENO, Francisco de Assis Vieira Bueno. Recordações evocadas da memória.
9 Atual avenida Rangel Pestana.
10 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 101 e 469.
11 “Que podem parecer-me tais loucuras? / Estou tonto de ouvir estes senhores! / Parece-
me que estou entre paulistas / Que arrotando cegonhas, me aturdiam / Com a fabulosa 
ilustre descendência / De seus claros avós, que de cá foram / Em jaleco e ceroulas...” 
GARÇÃO, Pedro Antônio Correia. Teatro Novo. Drama. In Obras poéticas, Lisboa, 
1778.
12 Para as dezenas de variantes, algumas demonstrando a enorme má vontade estampada 
nos despachos dos embaixadores estrangeiros, ver as notas de Alberto Rangel em Dom 
Pedro I e a marquesa de Santos, p. 122 et seq.
13 Rangel informa equivocadamente o ano de 1815 como o de nascimento de Francisca, 
levando a erro todos os que o copiam. Na certidão de batismo de Francisca, que se 
encontra na igreja de S. João Batista do Morro Grande, em Barão de Cocais, MG, 
consta 1813.
14 OLIVEIRA Jr., Dimas (dir.); HARAZIM, Luis Felipe (dir.). A marquesa de Santos: uma 
história real. DVD.
15 RANGEL, Alberto. Op. cit., p. 530 et seq.
16 Alberto Rangel, em Dom Pedro I e a marquesa de Santos, p. 91, informa que Felício teria 
esfaqueado a esposa grávida em 6 de março de 1819. Logo em seguida diz que João, 
o último filho do casal, teria sido batizado em 26 de agosto de 1819, deixando vaga a 
informação a respeito da gravidez de Domitila. Porém, no termo de batismo da criança, 
consta que ele foi batizado com um ano e quatro meses, tendo, portanto, nascido em 
abril de 1818. Teria Rangel se confundido? Outros historiadores farão eco à informação 
de Rangel sem apresentação de provas dessa aventada quarta gravidez de Domitila. 
Estudando os autos do divórcio, não se encontram informações relativas a um aborto, 
ou ao fato de ela estar grávida quando sofreu a agressão. Na justificativa para retirar-lhe 
2 1 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O N O TA s 2 1 1
os filhos e por ter agredido a mulher, afirma Felício em janeiro de 1820 que d. Francisco 
de Assis de Lorena o havia desonrado. O capitão-general Oyenhausen-Gravenburg, no 
ofício nº 9 de 20 de fevereiro de 1820, relata que os problemas do casal eram anteriores 
à chegada de d. Francisco de Lorena a São Paulo.
17 “Processo de justificação de sevícias e divórcios do qual foi autora D. Domitila de 
Castro e o réu o seu primeiro marido.” Apud RANGEL, Alberto. Op. cit., anexo 125, 
p. 416. O processo oficial de divórcio teve início em fevereiro de 1824, e a sentença foi 
dada em maio.
18 RANGEL, Alberto. Op. cit., p. 98 et seq.
19 Ibid., p. 97.
20 BÖSCHE, Eduardo Teodoro. Quadros alternados..., p. 153.
21 SCHLICHTHORST, C. O Rio de Janeiro como é (1824-1826), p. 58.
22 Spix e Martius, em Viagem ao Brasil 1817-1820, reproduzem o seguinte dito popular 
que recolheram: “Na Bahia, merecem gabo eles, e não elas; em Pernambuco, elas, e não 
eles; em São Paulo, elas e elas”.
23 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 53.
24 “Começo a crer que se é muito mais feliz quando solteiro, pois agora só tenho preocupações 
e dissabores, que engulo em segredo, pois reclamar é ainda pior; infelizmente vejo que 
não sou amada.” Carta de Leopoldina para Maria Luísa, de 24 de maio de 1821, in 
KANN, Bettina; LIMA, Patrícia Souza. Cartas de uma imperatriz, p. 379.
25 O mesmo que meretriz.
26 Cartas andradinas, p. 14 et seq.
27 KANN, Bettina; LIMA, Patrícia Souza. Op. cit., p. 434.
28 GRAHAM, Maria Dundas. Escorço biográfico de dom Pedro I, p. 140.
29 Segundo carta do acervo do Arquivo Histórico do Museu Imperial (I-POB-07.12.1825-
Biv.c), em dezembro de 1825 as propriedades adquiridas por Domitila em São Cristóvão 
haviam sido colocadas todas sob um mesmo registro.
30 José Feliciano Fernandes Pinheiro, visconde de São Leopoldo, é a quem São Paulo 
realmente deve a criação da Faculdade de Direito, e não a Domitila, como diz a lenda. 
José Bonifácio, em 1821, em um memorial dirigido aos deputados paulistas que iriam 
para as cortes de Lisboa, propunha a criação de um curso jurídico em São Paulo. José 
Feliciano, um desses deputados, defendeu perante a Assembleia portuguesa as ideias 
do Patriarca. Seis anos depois, como ministro da Justiça brasileiro, iria concretizar 
esse projeto. Decidido desde julho de 1827 a procurar uma nova esposa, dificilmente 
d. Pedro iria honrar a mulher que procuraria afastar da corte. A lei da criação dos 
cursos jurídicos no Brasil é de 11 de agosto de 1827, mas esse assunto já era motivo de 
discussão na Assembleia Constituinte, em 1823.
31 Após a morte de d. Leopoldina, o embaixador da Áustria recolheu o depoimento de 
um cozinheiro do palácio, que afirmava ter sido testemunha de discussão entre os 
imperadores pord. Pedro ter se ausentado mais de um mês de casa. Anexo ao ofício do 
Rio de Janeiro, 13 de dezembro de 1826. Relatório do embaixador barão de Mareschal, 
apud RAMIREZ, Ezequiel Stanley, As relações entre a Áustria e o Brasil, p. 43, nota 31.
32 MELO MORAIS, Crônica geral do Brasil, tomo 2, p. 255.
33 GRAHAM, Maria Dundas. Op. cit., p. 164.
34 RANGEL, Alberto. Textos e pretextos, p. 200.
2 1 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O N O TA s 2 1 1
35 Philippe Leopold Wenzel, barão de Mareschal (1784-1851).
36 GRAHAM, Maria. Op. Cit., p. 170.
37 Em carta de 6 de abril de 1823, d. Leopoldina pediu ao barão von Stürmer: “[...] seria 
bom chamar de volta o barão Mareschal, que desfruta aqui de péssima reputação 
devido a suas opiniões intrigantes e levianas”. In KANN, Bettina; LIMA, Patrícia Souza. 
Op. cit., p. 419.
38 Apud RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 165.
39 KANN, Bettina; LIMA, Patrícia Souza. Op. cit.
40 MELO MORAIS. Op. cit., p. 175.
41 GRAHAM, Maria. Op. cit., p. 130.
42 SOUSA, Octávio Tarquínio de. A vida de d. Pedro I, tomo 3, p. 1.138.
43 Annaes do Parlamento Brazileiro. Primeiro ano da quarta legislatura, vol. 2, p. 46.
44 Gazeta de Lisboa de 6 de agosto de 1831.
45 RANGEL, Alberto. Dom Pedro I e a marquesa de Santos, p.184 et seq.
46 SOUSA, Octávio Tarquínio de. Op. cit., tomo 2, p. 695.
47 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 210.
48 RANGEL, Alberto. Dom Pedro I e a marquesa de Santos, p. 212 et seq.
49 Ibid., p. 223.
50 Ibid., p. 257.
51 Ibid., p. 225.
52 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 448 et seq.
53 Apud AZEVEDO, Vicente de Paulo Vicente de. “Marquesa de Santos”, p. 250.
54 RANGEL, Alberto. Op. cit., p. 475.
55 RANGEL, Alberto. Textos e pretextos, p. 99 et seq.
56 RANGEL, Alberto. Dom Pedro I e a marquesa de Santos, p. 262.
57 Arquivo Histórico do Museu Imperial. I-POB-12.04.1829-A.B.c 1-2.
58 RANGEL, Alberto. Textos e pretextos, p. 159-169.
59 Arquivo histórico do Museu Imperial. I-POB-19.07.1831-Men.c.
60 Numa carta à sua mãe, ao contar sobre um baile na casa da marquesa de Santos, assim 
descreve Maria Isabel: “A Bela tinha um vestido cinzento que lhe fazia uma cinturinha 
de sílfide. No colo, numa volta só, lhe corria um colar de pérolas de finíssimas, digo 
grossíssimas pérolas. Nem havia dizer se as pérolas aí eram o enfeite ou o enfeitado.” 
Apud AZEVEDO, Vicente de (org.). Cartas de Álvares de Azevedo, p. 123.
61 Felício faleceu em 5/11/1833.
62 A portaria é datada de 9/11/1841. A Revolução Liberal só estourou em maio de 1842.
Cartas
1 RANGEL, Alberto. Dom Pedro I e a marquesa de Santos, p. 50.
2 1 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O N O TA s 2 1 3
1823
1 KANN, Bettina; LIMA, Patrícia Souza. Cartas de uma imperatriz, p. 423.
2 DRUMMOND, A. M. V. Anotações de A. M. V. de Drummond à sua biografia, p. 1 et 
seq.
3 GRAHAM, Maria Dundas. Escorço biográfico de dom Pedro I, p. 94.
4 MACEDO, J. M. de. Memórias da rua do Ouvidor, p. 92.
1824
1 MACEDO, J. M. de. Ano biográfico brasileiro, vol. 1, p. 528.
2 SILVA, Antônio Moraes. Diccionario da lingua portugueza.
3 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 365.
4 RANGEL, Alberto. Dom Pedro I e a marquesa de Santos, anexo 116, p. 413.
5 ARMITAGE, João. História do Brasil: desde o período da chegada da..., p. 242.
1825
1 VIEIRA FAZENDA. Antiqualhas e memórias do Rio de Janeiro, tomo 86, vol. 140, p. 57.
2 RANGEL, Alberto. Dom Pedro I e a marquesa de Santos, p. 338.
3 SCHLICHTHORST, C. O Rio de Janeiro como ele é (1824-1826), p. 23, nota.
4 COSTA, Jacinto da. Pharmacopea naval e castrense, p. 204.
5 GRAHAM, Maria Dundas. Escorço biográfico de dom Pedro I, p. 163.
6 ZANNONI, Cláudio. Conflito e coesão, p. 74.
7 RANGEL, Alberto. Os dois ingleses: Strangford e Stuart, p. 67. Rangel confunde-se no 
texto e troca as datas. Apresenta dia 19, mas o correto é 21.
8 CHAVES, Castelo Branco. A emigração francesa em Portugal durante a revolução, p.34.
9 SOUSA, Octávio Tarquínio de. A vida de d. Pedro I, vol. II, p. 496.
10 Arquivo Histórico do Museu Imperial, I-POB-07.12.1825-Biv.c
11 Apud OBERACKER Jr., Carlos H. A imperatriz Leopoldina, p. 376.
12 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 527.
13 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 611.
14 WIED-NEUWIED, Maximiliano. Viagem ao Brasil, vol. 2, p. 468.
2 1 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O N O TA s 2 1 3
1826
1 SANTOS, Luís Gonçalves dos. Memória para servir à história do Reino do Brasil, vol. 1, 
p. 55.
2 VIEIRA FAZENDA. Antiqualhas e memórias do Rio de Janeiro, tomo 95, vol. 149, p. 
632.
3 BÖSCHE, Eduardo Teodoro. Quadros alternados..., p. 163.
4 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 344.
5 RANGEL, Alberto. Textos e pretextos, p. 162.
6 Arquivo Histórico do Museu Imperial, I-POB-10.07.1829-PI.B.c.
7 DIAS, Demosthenes de Oliveira. O solar da marquesa de Santos, p. 65 et. seq.
1827
1 CASTILHO, Antônio Feliciano de. Revista universal lisbonense..., tomo II, p. 26.
2 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 299 et seq.
3 Idem, p. 263.
4 Idem, p. 304 et seq.
5 ANDRADE, Ayres de. Francisco Manuel da Silva e seu tempo: 1808-1865, vol. 1, p. 189 et 
seq. Dá notícias sobre os programas, mas não informa o dia e o mês da reapresentação 
dessa ópera em 1827.
6 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 344.
7 RANGEL, Alberto. Op. Cit., p. 210.
8 GRAHAM, Maria Dundas. Diário de uma viagem ao Brasil, p. 122.
9 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à Marquesa de Santos, p. 372.
10 Idem, p. 401.
11 Idem, p. 335.
12 CHERNOVIZ, Pedro Luiz Napoleão. Diccionario de medicina popular, p. 1.074.
13 VIANNA, Hélio. D. Pedro I e d. Pedro II, acréscimos às suas biografias, p. 33.
14 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 353.
15 RANGEL, Alberto. Trasanteontem, p. 28 et seq.
16 DEBRET, Jean-Baptiste. Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, p. 90.
17 Ibid., p. 347 et seq.
18 Ibid., p. 354
19 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 361.
20 Idem, p. 362.
2 1 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O B I B L I O g r A f I A 2 1 52 1 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O B I B L I O g r A f I A 2 1 52 1 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O B I B L I O g r A f I A 2 1 52 1 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O B I B L I O g r A f I A 2 1 5
1828
1 BLUTEAU, Raphael. Vocabulario portuguez & latino, vol. 6, p. 243.
2 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 630.
Anexos
1 RANGEL, Alberto. Cartas de Pedro I à marquesa de Santos, p. 458.
2 Idem, p. 623.
2 1 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O B I B L I O g r A f I A 2 1 52 1 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O B I B L I O g r A f I A 2 1 52 1 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O B I B L I O g r A f I A 2 1 52 1 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O B I B L I O g r A f I A 2 1 5
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2 2 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E O N O M á s T I c O 2 2 12 2 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E O N O M á s T I c O 2 2 12 2 0 T I T Í L I AE O D E M O N Ã O Í N D I c E O N O M á s T I c O 2 2 12 2 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E O N O M á s T I c O 2 2 1
2 2 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E O N O M á s T I c O 2 2 12 2 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E O N O M á s T I c O 2 2 12 2 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E O N O M á s T I c O 2 2 12 2 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E O N O M á s T I c O 2 2 1
Índice onomástico
Aguiar, marquês de, 183
Aguiar, marquesa de, 42, 43, 44, 183
Aguiar, Rafael Tobias de, 55
Aires, Gertrudes Eufrosina, 55
Alcântara Brasileira, Isabel Maria de. Ver Goiás, duquesa de
Alcântara Brasileira I, Maria Isabel, 46, 48, 49, 142, 143, 162, 177, 205, 206
Alcântara Brasileira II, Maria Isabel, 54, 55, 201, 206
Alcântara Brasileiro, Pedro de, 38, 39, 136
Alcântara Brasileiro II, Pedro de, 50, 199, 200
Almeida e Souza, Cândido Xavier de, 25
Almeida, José Egídio Álvares de. Ver Santo Amaro, marquês de
Álvares de Azevedo, Manuel Antônio, 55
Amaral, Francisco Pedro do, 120
Andrada e Silva, José Bonifácio de, 24, 25, 37, 39, 67, 68, 80, 109
Andrada, Martim Francisco Ribeiro de, 25
Andrade, Vicente Navarro de. Ver Inhomirim, barão de
Aracati, marquês de. Ver Oyenhausen-Gravenburg, José Carlos de Augusto
Arrábida, frei Antônio de, 44
Assis de Lorena, d. Francisco de, 210
Avilez, Jorge de, 25
2 2 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E O N O M á s T I c O 2 2 3
Azevedo Marques, Antônio Mariano de, 48
Badaró, Giovanni Batista Líbero, 66
Barbacena, marquês de, 48, 50, 54, 130, 149, 176, 199, 201
Barreto, Joaquim Francisco Alves Branco Muniz, 77
Berquó, João Maria da Gama Freitas. Ver Cantagalo, marquês de
Bivar, Diogo Soares da Silva de, 104
Bösche, Eduardo Teodoro, 31
Bragança, d. Francisca Carolina de, 168
Bragança, d. Isabel Maria de, 40
Bragança, d. Januária Maria de, 123, 168
Bragança, d. Maria da Glória. Ver Maria da Glória, d.
Bragança, d. Miguel de, 48, 49
Bragança, d. Paula Mariana de, 124, 151, 152, 154, 155, 172, 175
Bragança, João de. Ver João VI, d.
Bregaro, Carolina, 109, 138
Bregaro, Manuel Maria, 138
Bregaro, Paulo Emílio, 109
Burton, Isabel Arundell, 17, 80, 208
Burton, sir Richard, 208
Buvelot, J., 43
Cadolino, César, 43
Caldeira Brant, Felisberto. Ver Barbacena, marquês de
Caldeira Brant, Ildefonso de Oliveira. Ver Gericinó, visconde de
Caldeira Brant, Pedro, 54
Calmon, Pedro, 18
Caminha e Meneses, Antônio Teles da Silva. Ver Resende, marquês de
Cantagalo, marquês de, 146, 147
Canto e Melo. Ver Castro
Carlota Joaquina, d., 97, 154
Carlota, João, 157
Carneiro Leão, coronel Brás, 96
Carvalho e Melo, Luís José de, 101
Castelo Branco, João Sabino de Melo e Bulhões Lacerda, 85
Castro, 1º visconde de. Ver Castro do Canto e Melo (pai), João de
Castro, 2º visconde de. Ver Castro do Canto e Melo (filho), João de
Castro Canto e Melo, Ana Cândida de, 17, 24, 37, 54, 77
Castro Canto e Melo, Maria Benedita de, 89, 17, 18, 25, 26, 40, 50, 63, 76, 82, 97, 
112, 114, 124, 125
2 2 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E O N O M á s T I c O 2 2 3
Castro do Canto e Melo (filho) – 2º visconde de Castro, João de, 16, 26, 57, 93
Castro do Canto e Melo (pai) – 1º visconde de Castro, João de, 12, 14, 16, 37, 53
Castro do Canto e Melo, Francisco de, 11, 15, 17, 37, 53
Castro do Canto e Melo, José de, 106, 16, 27, 46, 62, 113
Castro do Canto e Melo, Pedro de, 185, 51, 52, 95, 113, 114
Castro, Inês de, 27, 83
Castro, Tomás de Aquino e, 102
Chadenat, Charles, 7, 18
Chagas, Francisco José das. Ver Chaguinhas
Chaguinhas, 209
Chalaça. Ver Gomes da Silva, Francisco
Costa Carvalho, José da. Ver Monte Alegre, marquês de
Coutinho, Francisco Afonso Meneses Sousa. Ver Maceió, marquês de
Coutinho, d. José Caetano de Sousa, 138
Dória, Luís Gastão d’Escragnolle, 208
Drummond, Antônio Menezes de Vasconcelos, 68
Drummond, barão de, 77
Drummond, conselheiro. Ver Vasconcelos Drummond, Antônio Menezes de
Drummond, João Batista Viana. Ver Drummond, barão de
Durocher, Ana, 125, 126
Durocher, Maria, 126
Feijó, Diogo Antônio, 55, 209
Fernandes Pinheiro, José Feliciano, 39
Fidalgo, monsenhor Duarte Mendes de Sampaio, 160
Fischler, Ernesto, 80
Flach, J. M., 43
Fonseca e Silva, Valentim. Ver Valentim, mestre
Francisco I da Áustria, 45, 67, 68
Frank, Júlio, 17
Freese, John Henry, 145
Freire de Andrade, Antônio Gomes, 208
Gabriac, marquês de, 35
Gericinó, visconde de, 48, 150, 186, 188
Gestas, conde Aymer de, 31, 104
Goiás, duquesa de, 36, 39, 40, 45, 48, 54, 78, 80, 119, 126, 130, 132, 177, 200, 204, 
205, 206, 234
Gomes da Silva, Francisco, 157, 184, 199, 201
Gonçalves de Andrade, d. Manoel Joaquim, 136, 137
2 2 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E O N O M á s T I c O 2 2 5
Gonçalves dos Santos, Luís, 119
Gonçalves Gomide, Tomás, 102
Gonçalves, Lázaro José, 25
Gordon, sir Robert, 35, 47, 154, 167
Goytacazes, baronesa de São Salvador dos Campos de, 96
Graham, Maria, 97, 113, 130, 145
Guimarães Peixoto, Domingos Ribeiro dos, 66, 78, 173
Hamond, sir Graham Eden, 101
Heindricks, Carlos, 43
Hiersenann, Karl, 18
Holzen, barão de. Ver Fischler, Ernesto
Huntington, Archer Milton, 18
Iguaçu, conde. Ver Caldeira Brant, Pedro
Iguaçu, condessa de. Ver Alcântara Brasileira II, Maria Isabel
Iguaraçu, barão de. Ver Guimarães Peixoto, Domingos Ribeiro dos
Inhambupe, visconde de, 39
Inhomirim, barão de, 150, 169
João VI, d., 24, 28, 38, 39, 40, 96, 97, 99, 113, 124, 147, 162, 193, 205
Jordão, brigadeiro Manuel Rodrigues, 209
José Bonifácio. Ver Andrada e Silva, José Bonifácio de
Josefina, imperatriz, 50
Josefine, madame, 69
Lages, marquês de. Ver Vieira de Carvalho, João
Lecor, Carlos Frederico, 38
Leopoldina, imperatriz, 12, 15, 33, 34, 36, 38, 39, 40, 42, 43, 44, 45, 49, 52, 66, 67, 
69, 78, 80, 97, 104, 109, 113, 119, 124, 136, 151, 160, 162, 168, 183, 192, 203, 204, 
205
Leuchtenberg, Amélia Augusta Napoleona de, 50, 51, 52, 119
Leuchtenberg, Augusta de, 52
Leuchtenberg, Augusto Carlos Eugênio Napoleão de, 52
Luís XVI, 104
Maceió, marquês de, 199, 200
Maciel da Costa, Ana Francisca Rosa. Ver Goytacazes, baronesa de São Salvador
dos Campos de
Mallet, madame, 130
Mareschal, barão de, 42, 44, 46, 47, 49, 105, 141, 142, 144, 145, 146, 147, 176
Maria da Glória, d., 38, 39, 44, 45, 48, 49, 85, 97, 124, 126, 136, 139, 151, 154, 162, 186
Maria Luísa, arquiduquesa da Áustria, 36, 42
2 2 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E O N O M á s T I c O 2 2 5
Mauá, barão de, 126
Maul, Carlos, 54
Melo Franco, Caio de, 18
Mena Barreto, José de Abreu, 99
Mendonça e Castro, João de, 20
Monte Alegre, marquês de, 192
Müller, Daniel Pedro, 24, 25, 29, 69, 208
Müller, Guilhermina, 208
Napoleão I, 50
Nunes Garcia, Padre José Maurício Nunes, 175
Oliva, Carlos Maria, 35, 46, 66, 157
Oliveira, Antônio José de, 29
Oyenhausen-Gravenburg, José Carlos de Augusto, 25, 69, 210
Padre Feijó. Ver Feijó, Diogo Antônio
Paes Leme, Pedro Taques de Almeida, 26
Papança, Maria Benedita. Ver Santo Amaro, marquesa de
Paula, Francisco Manuel de, 63, 93
Pedro II, d., 38, 40, 44, 53, 55, 71, 109, 123, 124, 126, 135, 136, 173, 175, 192
Pereira da Cunha, Antônio Luís. Ver Inhambupe, visconde de
Pereira de Abreu, Plácido Antônio, 39, 67, 68, 195
Pereira Valente, Tomás Joaquim, 121
Pereira, Boaventura Delfim, 35, 37, 69, 105, 109, 200
Pereira, d. Mateus de Abreu, 26
Pereira, José Clemente, 52
Pereira, Rodrigo Delfim, 36, 109, 138, 200
Perereca, Padre. Ver Gonçalves dos Santos, Luís
Pinto Coelho de Mendonça e Castro, Felício, 27
Pinto Coelho de Mendonça e Castro, Francisca, 27, 35, 106
Pinto Coelho de Mendonça, Felício, 35, 55, 105
Pombal, marquês de, 77, 147
Ponçadilha, João Manuel, 130, 134, 174
Ponçadilha, José Manuel Rodrigues, 130, 134, 174
Portugal e Castro, d. Fernando José de. Ver Aguiar, marquês de
Portugal e Castro, Maria Francisca de. Ver Aguiar, marquesa de
Rangel, Alberto, 18, 42, 61, 63, 154, 200
Resende, marquês de, 198, 199, 200
Rio Pardo, conde do. Ver Pereira Valente, Tomás Joaquim
Rocha Pinto, João da, 201
2 2 6 T I T Í L I A E OD E M O N Ã O Í N D I c E D E L O c A L I D A D E s 2 2 72 2 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E L O c A L I D A D E s 2 2 72 2 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E L O c A L I D A D E s 2 2 72 2 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E L O c A L I D A D E s 2 2 7
Roquefeuil, condessa de, 104
Sacramento, frei Leandro do, 113
Saisset, Clemência, 50, 200
Saisset, Pedro. Ver Alcântara Brasileiro II, Pedro de
Santana Lopes, Josefa, 141
Santo Amaro, marquês de, 200
Santo Amaro, marquesa de, 201
São Leopoldo, visconde de. Ver Fernandes Pinheiro, José Feliciano
Saúde, barão da. Ver Paula, Francisco Manuel de
Schlichthorst, C., 32
Serro Largo, barão de. Ver Mena Barreto, José de Abreu
Sorocaba, barão de. Ver Pereira, Boaventura Delfim
Sorocaba, baronesa de. Ver Canto e Melo, Maria Benedita de Castro
Souza, João Evangelista de. Ver Mauá, barão de
Souza Lobato, Francisco José Rufino de. Ver Vila Nova da Rainha, visconde de
Souza Lobato, Joaquim Valentim de Faria e, 96
Souza Queirós, Francisco Inácio de, 25
Souza, Octávio Tarquínio de, 68
Stuart, sir Charles, 38, 101, 192
Stürmer, barão von, 42
Sylos, Honório de, 208
Taques, Catarina Angélica da Purificação, 26
Toledo Ribas, Ana Maria de, 28
Toledo Ribas, Engrácia Maria de, 141
Toledo Ribas, Escolástica Bonifácia de, 26, 49, 66, 141, 189
Treuberg, conde de. Ver Fischler, Ernesto
Valentim, mestre, 120
Vasconcelos Drummond, Antônio Menezes de, 38
Vicente de Azevedo, Vicente de Paulo, 208
Vieira Bueno, Francisco de Assis, 26
Vieira de Carvalho, João, 99
Vieira Fazenda, José, 90, 120
Vila Nova da Rainha, visconde de, 154
Wenzel, Philippe Leopold. Ver Mareschal, barão de
2 2 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E L O c A L I D A D E s 2 2 72 2 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E L O c A L I D A D E s 2 2 72 2 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E L O c A L I D A D E s 2 2 72 2 6 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E L O c A L I D A D E s 2 2 7
Índice de localidades
Acidentes geográficos
Baía de Guanabara, 102
Ilha do Governador (Rio de Janeiro), 33
Ilha Terceira (Açores), 66
Lagoa Rodrigo de Freitas (Rio de Janeiro), 113
Morro da Conceição (Rio de Janeiro), 118
Morro de São Bento (Rio de Janeiro), 119
Ponta da Armação (Niterói), 92
Ponta do Caju (Rio de Janeiro), 162
Praia de Botafogo (Rio de Janeiro), 33
Riacho do Ipiranga (São Paulo), 29
Rio da Prata, 38
Rio Paraguai, 38
Rio Paraná, 38
Rio São Francisco, 124
Vale do Paraíba, 24
2 2 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E L O c A L I D A D E s 2 2 9
Bairros e localidades
Alto da Boa Vista (Rio de Janeiro), 147
Botafogo (Rio de Janeiro), 33, 50, 129, 146, 151, 153, 154, 161
Engenho Velho (Rio de Janeiro), 35, 40, 48, 132
Estácio (Rio de Janeiro), 35
Laranjeiras (Rio de Janeiro), 147
Mata-Porcos (Rio de Janeiro), 35, 38
Penha (São Paulo), 26
Santa Isabel (Rio de Janeiro), 77, 85
Tijuca (Rio de Janeiro), 104, 144, 146, 147
Cidades brasileiras
Barão de Cocais (MG), 209
Guaratinguetá (SP), 26
Lorena (SP), 26
Recife (PE), 46, 137, 157
Rio de Janeiro (RJ), 12, 24, 25, 32, 33, 34, 39, 42, 46, 48, 50, 52, 55, 67, 69, 92, 97, 
101, 102, 113, 114, 118, 120, 124, 128, 136, 138, 141 147, 155, 160, 162, 183, 189, 
197, 200, 203, 204, 205, 206
Salvador (BA), 39, 115
Santos (SP), 25, 28, 29
São Paulo (SP), 29, 31, 34, 38, 46, 48, 50, 52, 53, 54, 66, 68, 69, 71, 83, 102, 106, 107, 
109, 124, 126, 137, 176, 177, 189, 191, 196, 199, 200
São Sebastião (SP), 66
Taubaté (SP), 26
Vila Rica (MG), 27
Cidades do exterior
Belém (Portugal), 44
Buenos Aires (Argentina), 38
Gênova (Itália), 49
2 2 8 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E L O c A L I D A D E s 2 2 9
Gibraltar (Grã-Bretanha), 49
Londres (Grã-Bretanha), 97, 200, 201
Montevidéu (Uruguai), 38
Murnau (Alemanha), 80
Nova York (Estados Unidos), 18
Paris (França), 18, 30, 35, 52, 78, 126, 168, 173, 200
Viena (Áustria), 45, 48
Chácaras, fazendas, palácios e quintas
Chácara de Domitila, ou Palacete do Caminho Novo do Imperador (atual Museu
do Primeiro Reinado, Rio de Janeiro), 47, 52, 125, 126, 130, 154
Chácara dos Ingleses (São Paulo), 29
Fazenda de Gericinó (atual Parque Nacional do Gericinó, Nilópolis), 48, 150, 188
Fazenda de Santa Cruz (Rio de Janeiro), 46, 50, 77, 187
Imperial Quinta do Macaco (Rio de Janeiro), 67, 77
Palácio de São Cristóvão (Rio de Janeiro), 42, 44, 45, 50, 67, 68, 105, 126, 143, 147, 
149, 191, 196
Palácio do Bispo (Rio de Janeiro), 118
Quinta da Boa Vista (Rio de Janeiro), 13, 39, 46, 47, 105, 125, 147, 149
Edifícios e campos militares
Arsenal da Marinha (Rio de Janeiro), 52, 113, 119
Campo da Aclamação (atual praça da República, Rio de Janeiro), 120
Campo de São Cristóvão (atual Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas,
Rio de Janeiro), 120, 121
Casa da Pólvora (Rio de Janeiro), 120
Casa do Trem (atual Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro), 120
Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição (Rio de Janeiro), 119
Quartel da Praia Vermelha (Rio de Janeiro), 120
2 3 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E L O c A L I D A D E s 2 3 1
Estados e províncias brasileiras
Bahia, 38, 39, 40, 77, 104, 114, 115, 135, 136, 192, 205
Minas Gerais, 25, 27, 124
Província Oriental do Rio da Prata (Cisplatina), 38, 185
Rio de Janeiro, 25
Rio Grande do Sul, 38, 99, 130, 205
Santa Catarina, 40
São Paulo, 55, 124
Instituições
Academia Paulista de Letras, 18, 237
Arquivo Histórico do Museu Imperial (Petrópolis), 43, 50, 130, 237
Assembleia Constituinte (Rio de Janeiro), 66, 68, 84, 210
Câmara dos Deputados (Rio de Janeiro), 44
Casa de Câmara (São Paulo), 24
Casa dos Expostos (Rio de Janeiro), 41
Depósito dos Estrangeiros (Niterói), 92
Faculdade de Direito da USP, 17
Gabinete Topográfico (São Paulo), 69
Hispanic Society of America (Nova York), 18, 19, 20, 79, 82, 88, 95, 112, 128, 131, 177
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (Rio de Janeiro), 18
Museu do Primeiro Reinado (Rio de Janeiro), 126
Museu Histórico Nacional (Rio de Janeiro), 85, 119
Museu Imperial (Petrópolis), 43, 47, 50, 70, 130, 181
Museu Paulista da USP, 29
Instituições de ensino
Colégio de Madame Mallet (Rio de Janeiro), 130
Colégio Sacré Coeur (Paris), 52
Seminário de N. S. da Lapa (Rio de Janeiro), 160
2 3 0 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E L O c A L I D A D E s 2 3 1
Igrejas e cemitérios
Capela Imperial (Rio de Janeiro), 36, 37, 96, 98, 105, 157, 160, 183
Cemitério da Consolação (São Paulo), 17, 66
Cemitério dos Aflitos (São Paulo), 29
Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro (Rio de Janeiro), 35, 155
Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo (Rio de Janeiro), 96, 105
Igreja de São João Batista do Morro Grande (Minas Gerais), 209
Igreja de São Francisco de Paula (Rio de Janeiro), 139
Igreja de São Francisco Xavier (Rio de Janeiro), 40, 48
Igreja do Carmo (São Paulo), 48
Igreja do Rosário (Rio de Janeiro), 162
Recolhimento de Santa Teresa (São Paulo), 48
Logradouros
Avenida Rangel Pestana (São Paulo), 209
Cais de Belém (Lisboa), 44
Ladeira da Fortaleza da Conceição (atual Ladeira João Homem, Rio de Janeiro), 119
Ladeira da Glória (Rio de Janeiro), 35, 89
Largo do Palácio (atual praça XV, Rio de Janeiro), 37, 98
Ponte do Carmo (São Paulo), 26
Porto de Santos (Santos), 52
Praça do Rocio (atual praça Tiradentes, Rio de Janeiro), 139
Rua da Ajuda (parte absorvida pela av. Rio Branco, Rio de Janeiro), 130
Rua de Santo Antônio (Rio de Janeiro), 130
Rua do Carmo (São Paulo), 24
Rua do Ouvidor (Rio de Janeiro), 50, 69, 126
Rua dos Barbonos (atual rua Evaristo da Veiga, Rio de Janeiro), 119
Rua Roberto Simonsen. Ver Rua do Carmo
Países estrangeiros
Alemanha, 142
Argentina, 38, 69
2 3 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E I M A g E N s 2 3 32 3 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E I M A g E N s 2 3 32 3 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E I M A g E N s 2 3 32 3 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N DI c E D E I M A g E N s 2 3 3
Áustria, 45, 46, 47, 49, 67, 141, 142, 147, 167, 210
Espanha, 38
Estados Unidos, 18, 42
França, 18, 38, 45, 50, 104, 154, 167, 200
Inglaterra, 45, 49, 76, 80, 134, 154, 167, 199, 201
Portugal, 12, 24, 25, 38, 39, 40, 44, 48, 49, 76, 97, 101, 104, 132
Uruguai, 38, 142
Parques, chafarizes e monumentos
Bica de Santa Luzia (São Paulo), 28
Chafariz das Marrecas (Rio de Janeiro), 118
Jardim Botânico (Rio de Janeiro), 113, 120
Monumento da Independência (São Paulo), 29
Passeio Público (Rio de Janeiro), 119
Teatros
Casa da Ópera (São Paulo), 102
Imperial Teatro São Pedro de Alcântara (Rio de Janeiro), 138
Teatrinho Constitucional São Pedro (Rio de Janeiro), 36, 83, 96
Teatro João Caetano (Rio de Janeiro), 139
Teatro São Carlos (Lisboa), 44
2 3 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E I M A g E N s 2 3 32 3 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E I M A g E N s 2 3 32 3 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E I M A g E N s 2 3 32 3 2 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E I M A g E N s 2 3 3
Índice de imagens
1. Anúncio em alemão do lote ofertado pelo antiquário Karl Hiersernann e adqui-
rido por mr. Archer Milton Huntington. Hispanic Society of America, Nova 
York.
2. Johann Moritz Rugendas. Costumes de Rio de Janeiro, s.d. Litografia. In: RU-
GENDAS, Johann Moritz: Voyage pittoresque dans le Brésil. Paris: Engelman 
& Cie, 1835.
3. Richard, after a sketch by Mrs. Eliot, of S. Paulo. View of the city of S. Paulo, s.d. 
Litografia. In: KIDDER, D. P.; FLETCHER, D. J. C.: Brazil and the Brazilians, 
Portrayed in Historical and Descriptive Sketches. 9ª ed. Boston: Little, Brown, 
and Company, 1879.
4. Gianni. Alegoria ao juramento da Constituição de 1824. Paris, 1824. Litografia.
5. Jean-Baptiste Debret. Le Roi don João VI. L’empereur don Pedro Ier. Grand cos-
tume (detalhe: L’empereur don Pedro I), s.d. Litografia. In: DEBRET, Jean- 
Baptiste. Voyage pittoresque et historique au Brésil. Paris: Firmin Didot frères, 
1834/1839.
6. Francisco Pedro do Amaral (atribuído). Retrato de d. Domitila de Castro Canto 
e Melo, marquesa de Santos. Óleo sobre tela, s.d. Museu Histórico Nacional/
Ibram/MinC, Rio de Janeiro.
2 3 4 T I T Í L I A E O D E M O N Ã O Í N D I c E D E I M A g E N s 2 3 5
7. The largo do Paço, and rua Primeiro de Março, or Direita, s.d. Litografia. In: 
KIDDER, D. P.; FLETCHER, D. J. C. Brazil and the Brazilians, Portrayed in 
Historical and Descriptive Sketches. 9ª ed. Boston: Little, Brown, and Com-
pany, 1879. S.a.
8. Simplício Rodrigues de Sá. Dom Pedro I e a imperatriz Leopoldina, 1826 (de-
talhe). Óleo sobre tela. Col. Educandário Romão de Mattos Duarte, Rio de 
Janeiro.
9. Prosper Aimée Marie Brunellière. Marquês de Barbacena pedindo a mão de S. 
A. R. Amelie Auguste Eugenie Napoleone em nome de S. M. dom Pedro Im-
perador do Brasil, s.l., s.d. Litografia.
10. Pierre Louis Henri Grevedon. Amélie Imperatrice du Brésil, 1830. Litografia. 
Col. Cláudia Thomé Witte.
11. Isabel Maria de Alcântara Brasileira, duquesa de Goiás. Litografia, s.d., s.a.
12. D. Maria Isabel, condessa de Iguaçu. Fotografia, s.d., s.a.
13. Colar formado por 14 ametistas de primeira água engastadas em ouro filigra-
nado, ao centro, aplicado na ametista maior, um camafeu de concha com o 
busto de d. Pedro I. Museu Imperial/Ibram/MinC, Rio de Janeiro.
14. Calendário perpétuo alegórico, dedicado a Sua Majestade Senhor Dom Pedro 
Primeiro, Imperador Constitucional & defensor perpétuo do Brasil. S.l., s.a., 
circa 1826. Litografia.
15. Carta de Pedro I para a marquesa de Santos. Hispanic Society of America, 
Nova York.
16. Carta de Pedro I para a marquesa de Santos. Hispanic Society of America, 
Nova York.
17. Carta de Pedro I para a marquesa de Santos. Hispanic Society of America, 
Nova York.
18. Johann Moriz Rugendas. Ladeira da Glória, s.d. Litografia. In: RUGENDAS, 
Johann Moritz: Voyage pittoresque dans le Brésil. Paris: Engelman & Cie, 1835.
19. Jean-Baptiste Debret. Transport d’un enfant blanc, pour être baptisé a l’église, 
s.d. Litografia. In: DEBRET, Jean-Baptiste. Voyage pittoresque et historique au 
Brésil. Paris: Firmin Didot frères, 1834/1839.
20. Carta de Pedro I para a marquesa de Santos. Hispanic Society of America, 
Nova York.
21. Jean-Baptiste Debret. Vue de la place du palais, à Rio de Janeiro. s.d. Litografia. 
In: DEBRET, Jean-Baptiste. Voyage pittoresque et historique au Brésil. Paris: 
Firmin Didot frères, 1834/1839.
22. Barão Gerard. Sir Charles Stuart. Londres: s.d. Litografia.
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23. Carta de Pedro I para a marquesa de Santos. Hispanic Society of America, 
Nova York.
24. Sébastien Auguste Sisson. Vista do Jardim Botânico. Rio de Janeiro, s.d. Lito-
grafia. In: SISSON, S. A. Álbum do Rio de Janeiro Moderno. Rio de Janeiro: 
Lith. de A. Sisson, 1855.
25-26. Jean-Baptiste Debret. Planta da cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro 
(detalhes) s.d. Litografia. In: DEBRET, Jean-Baptiste. Voyage pittoresque et 
historique au Brésil. Paris: Firmin Didot frères, 1834/1839.
27. Johann Moriz Rugendas. São Cristóvão, s.d. Litografia. In: RUGENDAS, Jo-
hann Moritz: Voyage pittoresque dans le Brésil. Paris: Engelman & Cie, 1835.
28. Ignaz Ferting. Dom Pedro I, Imperador do Brasil, Duque de Bragança. Lisboa, 
1850. Litografia.
29. Filhos de d. Pedro I. Detalhes da Folhinha Nacional Brasileira para o ano de 
MDCCCXXXVII. Londres: Day & Haghe, 1836. Litografia. S.a.
30. The Gloria hill from the Passeio Publico, s.d., s.a. Litografia. In: KIDDER, D. 
P.; FLETCHER, D. J. C.: Brazil and the Brazilians, Portrayed in Historical and 
Descriptive Sketches. 9ª ed. Boston: Little, Brown, and Company, 1879.
31. Museu do Primeiro Reinado. Rio de Janeiro, 2010. Fotografia digital. Acervo 
pessoal.
32. Carta de Pedro I para a marquesa de Santos. Hispanic Society of America, 
Nova York.
33. Carta de Domitila de Castro, marquesa de Santos, para Pedro I, com resposta 
do mesmo. Hispanic Society of America, Nova York.
34. Simplício Rodrigues de Sá. D. Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade. Rio de 
Janeiro, 1827. Óleo sobre tela. Museu de Arte Sacra, São Paulo.
35. Domingos António de Sequeira. Alegoria às Constituições do Brasil e de Portu-
gal. Paris, 1826. Litografia de Alois Senefelder.
36. Jean-Baptiste Debret. Acceptation provisoire de la constitution de Lisbonne, 
à Rio de Janeiro, en 1821, s.d. Litografia. In: DEBRET, Jean-Baptiste. Voyage 
pittoresque et historique au Brésil. Paris: Firmin Didot frères, 1834/1839.
37. Jean-Baptiste Debret. Améliorations progressives du palais de St. Christophe, 
(Quinta de Boa Vista); depuis 1808, jusqu’en 1831 (detalhe: Palácio de São 
Cristóvão em 1831), s.d. Litografia. In: DEBRET, Jean-Baptiste. Voyage pitto-
resque et historique au Brésil. Paris: Firmin Didot frères, 1834/1839.
38. Johann Moriz Rugendas. Botafogo, s.d. Litografia. In: RUGENDAS, Johann 
Moritz. Voyage Pittoresque dans le Brésil. Paris: Engelman & Cie, 1835.
39. Domingos José da Silva. D. Maria II, Rainha de Portugal, s.l., s.d. Litografia.
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40. Jean-Baptiste Debret. Les Rafraichissemens de l’après diner sur la place du pa-
lais. Litografia. In: DEBRET, Jean-Baptiste. Voyage pittoresque et historique au 
Brésil. Paris: Firmin Didot frères, 1834/1839.
41. Johann Moriz Rugendas. Costumes de San Paulo, s.d. Litografia. In: RUGEN-
DAS, Johann Moritz. Voyage Pittoresque dans le Brésil. Paris: Engelman & 
Cie, 1835.
42. Jean-Baptiste Debret. Costumes des dames du palais. Litografia. In: DEBRET, 
Jean-Baptiste. Voyage pittoresque et historique au Brésil. Paris: Firmin Didot 
frères, 1834/1839.43. Carta da marquesa de Aguiar para Domitila de Castro. Museu Imperial/
IBRAM/MinC, Rio de Janeiro.
44. Carta de Domitila de Castro para d. Pedro I. Museu Imperial/IBRAM/MinC, 
Rio de Janeiro.
45. Carta de Domitila de Castro para d. Pedro I. Museu Imperial/IBRAM/MinC, 
Rio de Janeiro.
46. Carta de Pedro I para o marquês de Resende. Museu Imperial/IBRAM/MinC, 
Rio de Janeiro.
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Agradecimentos
A mr. John O’Neill, curador da seção de Manuscritos e Obras Raras da Hispanic 
Society of America. Ao sr. Maurício Vicente Ferreira Júnior, diretor do Museu Im-
perial. À sra. Ana Luísa Alonso de Camargo, do setor de Museologia do Museu 
Imperial. À sra. Neibe Cristina Machado da Costa, responsável pelo Arquivo His-
tórico do Museu Imperial, pela ajuda com os “etc.” e os símbolos utilizados por 
d. Pedro I para assinalar o fim das cartas, e na confirmação a respeito de a carta 
anônima ter sido escrita pelo imperador. Ao dr. José Renato Nalini, presidente da 
Academia Paulista de Letras à época das pesquisas para este livro, e às sras. Maria 
Luiza Pereira de Souza Lima e Rubenira Farias de Oliveira, bibliotecárias dessa 
instituição, pela gentil colaboração. Ao dr. Pierre Moreau, pentaneto de Domitila 
de Castro, pela atenção e pela disponibilização do material produzido pela Casa 
do Saber para a exposição “Marquesa de Santos e a defesa de São Paulo no Brasil 
independente”, realizada no Salão dos Passos Perdidos do Tribunal de Justiça de 
São Paulo, em setembro de 2009. À sra. Bettina Kann, diretora da biblioteca digi-
tal da Biblioteca Nacional da Áustria e à dra. Patrícia de Souza Lima, do Instituto 
Histórico de Petrópolis, coautoras do livro D. Leopoldina: cartas de uma impe-
ratriz, pelas informações prestadas. A Claudia Thomé Witte, pelo compartilhar, 
pelas noites ao telefone, pela leitura atenta e pelos comentários pertinentes. E a 
Adriana Sauerbronn de Moura, pela revisão, pelos comentários, pelo apoio e pelo 
companheirismo.
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 1a edição Julho de 2019
 papel de miolo Polen Soft 70g/m2
 papel de capa Cartão Supremo 250g/m2
 tipografia Minion Pro e Paperback
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