Direito Civil - Fundações

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MODALIDADE DE PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO E ANÁLISE DE SUAS REGRAS ESPECÍFICAS:
Das fundações (privadas): 
Pode ser instituída ou por pessoa natural ou por pessoa jurídica, com recursos privados, disciplinados no art. 62 até o art. 69 do CC. Diz respeito a dotação de bens livres (e suficientes para formar uma fundação, como diz o art. 63, após análise do MP, é um critério subjetivo, e caso os bens não sejam suficientes, eles serão destinados para uma outra fundação com fins semelhantes), destinados a uma finalidade. As fundações públicas são pertencentes ao Direito Administrativo, e por ora não serão estudados. No art. 62, é previsto o seguinte, “Para criar uma fundação, o seu instituidor fará por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-lo”.
A dotação (destinação) de bens livres (de caráter irreversível, onde os bens disponibilizados podem ser transferidos para a Fundação por Mandado Judicial) acontece com bens que não possuem ônus, como por exemplo, bens que não estejam gravados com a hipoteca, com a penhora ou com o penhor. A fundação pode criada em vida pelo seu instituidor (caráter inter vigos, ex.: Fundação Cafu, Fundação Roberto Marinho, etc.), ou após a morte (causa mortis). A fundação pode ser criada também após a morte do instituidor através do seu testamento, quando ele destina uma porcentagem dos seus bens para a criação de uma fundação, possibilitando a criação da pessoa jurídica (fundação) do interesse dele. 
A dotação diz respeito ao ato de destinar uma certa quantia para a criação da fundação, por essa razão, a dotação difere-se da doação. A finalidade que o instituidor tem para a fundação deve ser expressa durante a criação da mesma (Ex.: finalidade assistencial, cultural, ambiental, etc.). O instituidor também poderá (caso deseje) declarar a maneira de como ele quer que a sua fundação seja administrada (quantos conselhos serão criados, quem será o administrador, etc.). 
As finalidades da fundação privada são a assistência social, cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico, educação, saúde, segurança alimentar e nutricional, defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável, pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos, promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos e atividades religiosas. Uma fundação pode ter uma ou múltiplas finalidades. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister (necessário) que a reforma não contrarie ou desvirtue o fim desta (da fundação). 
Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial, como prescreve o art. 64. 
Para alterar o Estatuto da Fundação, é necessário se observar os arts. 67 e 68 do CC, de maneira a adequá-la a realidade social do momento. Para o preenchimento dos requisitos é necessário a votação de 2/3 dos membros da Administração (art. 67, Inciso I), e não pode contrariar o fim especifico da Fundação (Inciso II) e deve de ser aprovada pelo MP (caso o MP denegar, o juiz poderá suprir decisão caso haja requerimento do interessado). O MP também poderá propor modificações. O interessado poderá recorrer ao juiz no prazo de 45 dias, caso não haja manifestação por parte do MP acerca das modificações ou da denegação. 
Quando a votação não for unanime em caso de alteração do estatuto, é necessário que os administradores que votaram a favor das alterações requeiram ciência à minoria vencida para impugná-la (opor, refutar), caso deseje, em dez dias, ao órgão do Ministério Público como está prescrito no art. 68. 
A extinção da fundação privada acontecerá em alguns casos, como descrito no art. 69, Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado (os gestores ou administradores da fundação), lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo (seja a escritura pública ou o testamento), ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. 
O Ministério Público que velará pelas fundações serão as dos Estados onde situadas, como previsto no art. 66 da CC. Se houver uma fundação no Distrito Federal ou em Território (caso um seja instituído no futuro, pois nada o impede), caberá o encargo ao Ministério Público dessas localidades (Parágrafo 1). Caso as atividades de uma fundação se estenderem por mais de um estado, caberá ao encargo o Ministério Público de cada um deles (Parágrafo 2). Entre as atribuições do MP está aprovar a Escritura Pública de instituição da Fundação, aprovar os bens destinados (caso suficientes), elaborar ou aprovar o estatuto e as suas alterações decorrentes, aprovar as contas, fiscalizar o seu funcionamento, etc.