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LIVRO 09 - Dicas OABencoadas - SEMANA 09

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1 
 
 
AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXIV 
DICAS OABENÇOADAS 
 
 
 
 
 
 
 
1. AÇÃO RESCISÓRIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Conforme já visto em Processo Civil, a ação 
rescisória nada mais é do que é uma ação 
judicial autônoma (NÃO É RECURSO) que tem 
visa unicamente rescindir uma decisão judicial 
já transitada em julgado. 
E quando a sentença transitada em julgada pode 
ser rescindida? (Art. 966, CPC). 
I - se verificar que foi proferida por força de 
prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; 
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo 
absolutamente incompetente; 
III - resultar de dolo ou coação da parte 
vencedora em detrimento da parte vencida ou, 
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, 
a fim de fraudar a lei; 
IV - ofender a coisa julgada; 
V - violar manifestamente norma jurídica; 
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha 
sido apurada em processo criminal ou venha a 
ser demonstrada na própria ação rescisória; 
VII - obtiver o autor, posteriormente ao 
trânsito em julgado, prova nova cuja existência 
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, 
por si só, de lhe assegurar pronunciamento 
favorável; 
VIII - for fundada em erro de fato verificável do 
exame dos autos. 
A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 
(um) capítulo da decisão. Ou seja, não precisa 
ser a TOTALIDADE. 
ATENÇÃO: Cabe ação rescisória, com 
fundamento no inciso V do caput deste artigo, 
contra decisão baseada em enunciado de 
súmula ou acórdão proferido em julgamento 
de casos repetitivos que não tenha considerado 
a existência de distinção entre a questão 
discutida no processo e o padrão decisório que 
lhe deu fundamento. 
São legitimados para propor a ação rescisória 
(Art. 967, CPC): a) Quem foi parte no processo 
ou o seu sucessor a título universal ou singular; 
b) terceiro juridicamente interessado; c) MP; d) 
aquele que não foi ouvido no processo em que 
lhe era obrigatória a intervenção. 
No caso do Ministério Público existem regras 
específicas para poder propor ação rescisória 
Ressalta-se: 
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era 
obrigatória a intervenção; 
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de 
simulação ou de colusão das partes, a fim de 
fraudar a lei; 
c) em outros casos em que se imponha sua 
atuação. 
PRAZO PARA AJUIZAR A AÇÃO RESCISÓRIA: O 
direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos 
contados do trânsito em julgado da última 
decisão proferida no processo. 
Atenção: No caso do inciso VII do art. 966 (ao 
lado), o termo inicial do prazo será a data de 
descoberta da prova nova, observado o prazo 
máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito 
DICA DO DIA 71 
PROCESSO DO TRABALHO 
2 
 
 
 
 
 
em julgado da última decisão proferida no 
processo. 
Atenção: Nas hipóteses de simulação ou de 
colusão das partes, inciso III do art. 966 (ao 
lado), o prazo começa a contar, para o terceiro 
prejudicado e para o Ministério Público, que não 
interveio no processo, a partir do momento em 
que têm ciência da simulação ou da colusão. 
A petição inicial da ação rescisória deverá ser 
elaborada com observância dos requisitos 
essenciais do art. 319, do CPC, DEVENDO O 
AUTOR, ainda: a) cumular ao pedido de 
rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do 
processo; b) depositar a importância de cinco 
por cento sobre o valor da causa, que se 
converterá em multa caso a ação seja, por 
unanimidade de votos, declarada inadmissível 
ou improcedente (O “ITEM B” NÃO É APLICÁVEL 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos 
Municípios, às suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público, ao Ministério 
Público, à Defensoria Pública e aos que tenham 
obtido o benefício de gratuidade da justiça). 
Em caso de ausência do depósito previsto no 
item anterior, a petição inicial será indeferida. 
ATENÇÃO MÁXIMA: A propositura da ação 
rescisória não impede o cumprimento da 
decisão rescindenda, ressalvada a concessão de 
tutela provisória. 
Ou seja, via de regra, a ação rescisória não 
apresenta efeito suspensivo. 
Visto isto, de bom alvitre ressaltar que a ação 
rescisória também é aplicável na ESFERA 
TRABALHISTA. 
Conforme leciona o artigo 678 da CLT, é de 
competência dos Tribunais Regionais do 
Trabalho processarem e julgarem as ações 
rescisórias das decisões das Varas do Trabalho e 
dos juízes de Direito. 
Já no âmbito do TST, de acordo com a Lei 
7.701/88, os processos serão divididos em 
Turmas e seções especializadas para a 
conciliação e julgamento de dissídios coletivos 
(SDC) de natureza econômica ou jurídica e de 
dissídios individuais (SDI), respeitada a paridade 
da representação classista. 
Portanto, temos que: 
art. 2º, I, c – SDC, originariamente, as ações 
rescisórias propostas contra suas sentenças 
normativas. 
art. 3º, I, a – SDI, originariamente, as ações 
rescisórias propostas contra decisões das 
turmas do TST e suas próprias, inclusive as 
anteriores à especialização em seções. 
E se o trânsito em julgado ocorreu no STF, 
quem julga? 
R: Aí o próprio STF deverá julgar. 
ATENÇÃO: SÚMULA 397, DO TST: 
AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 966, IV, do CPC de 2015. 
ART. 485, IV, DO CPC de 1973. AÇÃO DE 
CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA 
EMANADA DE SENTENÇA NORMATIVA 
MODIFICADA EM GRAU DE RECURSO. 
INVIABILIDADE. CABIMENTO DE MANDADO DE 
SEGURANÇA. 
Não procede ação rescisória calcada em ofensa 
à coisa julgada perpetrada por decisão 
proferida em ação de cumprimento, em face de 
a sentença normativa, na qual se louvava, ter 
sido modificada em grau de recurso, porque em 
dissídio coletivo somente se consubstancia 
coisa julgada formal. Assim, os meios 
processuais aptos a atacarem a execução da 
cláusula reformada são a exceção de pré- 
executividade e o mandado de segurança, no 
caso de descumprimento do art. 514 do CPC de 
2015 (art. 572 do CPC de 1973). (ex-OJ nº 116 da 
SBDI-2 - DJ 11.08.2003) 
 
 
2. MANDADO DE SEGURANÇA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
3 
 
 
 
 
 
Incialmente, vejamos que conforme o artigo 5º, 
LXIX, da CF, conceder-se-á mandado de 
segurança para proteger direito líquido e certo, 
não amparado por habeas corpus ou habeas 
data, quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público. 
De mais a mais, o artigo 114, da CF, prevê que 
Compete a justiça do Trabalho processar e 
julgar: 
IV – os mandados de segurança, habeas corpus 
e habeas data, quando o ato questionado 
envolver matéria sujeita à sua jurisdição 
Conforme leciona o artigo 678, B, 3, da CLT, é de 
competência dos Tribunais Regionais do 
Trabalho processarem e julgarem os mandados 
de segurança. 
Visto isso, resta claro que a competência para o 
julgamento dos mandados de segurança será: 
Do TRT: Quando a autoridade seja Magistrados 
Titulares das Varas do Trabalho, Juizes 
Substitutos ou Auxiliares, presidente do TRT, 
juízes do TRT, servidores do TRT, servidores de 
cartórios de juízos de direito em exercício de 
atividades jurisdicionais trabalhistas. 
Do TST: Quando a autoridade coatora seja o 
Presidente do TST, Ministros do TST, servidores 
que atuem em atividades jurisdicionais do TST. 
MUITA ATENÇÃO: Não cabe mandado de 
segurança de decisão judicial transitada em 
julgado (Súmula 33, TST). 
ATENÇÃO: A homologação de acordo constitui 
faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e 
certo tutelável pela via do mandado de 
segurança. Portanto, não cabe MS se o Juiz não 
homologar acordo (Súmula 418, TST). 
ATENÇÃO: Não se aplica a alçada em ação 
rescisória e em mandado de segurança (Súmula 
365, TST). Ou seja, não se vincula a qualquer rito, 
portanto, não há limitação recursal 
(notadamente a limitação imposta ao rito 
sumário). 
ATENÇÃO: Da decisão de Tribunal Regional do 
Trabalho em mandado de segurança cabe 
recurso ordinário, no prazode 8 (oito) dias, 
para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual 
dilação para o recorrido e interessados 
apresentarem razões de contrariedade (Súmula 
201, do TST). 
FIQUE MUITO ATENTO – SÚMULA 414, TST: 
MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA 
PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA 
SENTENÇA 
I – A tutela provisória concedida na sentença 
não comporta impugnação pela via do 
mandado de segurança, por ser impugnável 
mediante recurso ordinário. É admissível a 
obtenção de efeito suspensivo ao recurso 
ordinário mediante requerimento dirigido ao 
tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice- 
presidente do tribunal recorrido, por aplicação 
subsidiária ao processo do trabalho do artigo 
1.029, § 5º, do CPC de 2015. OBSERVAÇÃO: ISSO 
QUER DIZER QUE QUANDO A TUTELA 
PLEITEADA FOR CONCEDIDA APENAS NA 
SENTENÇA, DEVERÁ SER INTERPOSTO O 
RECURSO ORDINÁRIO (RECURSO PRÓPRIO) E 
NÃO O MANDADO DE SEGURANÇA, CONTUDO, 
SE A TUTELA FOR CONCEDIDA ANTES DA 
SENTENÇA CABE MS. (NO MESMO SENTIDO A 
OJ 92, DA SDI-2, DO TST: Não cabe mandado de 
segurança contra decisão judicial passível de 
reforma mediante recurso próprio, ainda que 
com efeito diferido). 
II – No caso de a tutela provisória haver sido 
concedida ou indeferida antes da sentença, 
cabe mandado de segurança, em face da 
inexistência de recurso próprio. 
III – A superveniência da sentença, nos autos 
originários, faz perder o objeto do mandado de 
segurança que impugnava a concessão ou o 
indeferimento da tutela provisória. 
4 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO: Exigindo o mandado de segurança 
prova documental pré-constituída, inaplicável o 
art. 321 do CPC de 2015 (art. 284 do CPC de 
1973) quando verificada, na petição inicial do 
"mandamus", a ausência de documento 
indispensável ou de sua autenticação (Súmula 
415, TST). OU SEJA, EM CASO DE AUSÊNCIA DE 
DOCUMENTO ESSENCIAL, O MS É 
LIMINARMENTE INDEFERIDO!!! 
ATENÇÃO: Devendo o agravo de petição 
delimitar justificadamente a matéria e os 
valores objeto de discordância, não fere direito 
líquido e certo o prosseguimento da execução 
quanto aos tópicos e valores não especificados 
no agravo (Súmula 416, TST). OU SEJA, É REGRA 
QUE NA EXECUÇÃO TRABALHISTA O AGRAVO 
DE PETIÇÃO DEVERÁ IMPUGNAR E DELIMITAR 
TODA A MATÉRIA EVENTUALMENTE 
DISCUTIDA, ACASO ASSIM NÃO SEJA FEITO, A 
EXECUÇÃO PODERÁ CORRER NORMALMENTE 
CONTRA OS VALORES PERTINENTES ÀS 
MATÉRIAS NÃO IMPUGNADAS/DELIMITADAS. 
ATENÇÃO: Não fere direito líquido e certo do 
impetrante o ato judicial que determina 
penhora em dinheiro do executado para 
garantir crédito exequendo, pois é prioritária e 
obedece à gradação prevista no art. 835 do CPC 
de 2015 (Súmula 417, TST). 
ATENÇÃO MÁXIMA: A procuração outorgada 
com poderes específicos para ajuizamento de 
reclamação trabalhista não autoriza a 
propositura de ação rescisória e mandado de 
segurança. Constatado, todavia, o defeito de 
representação processual na fase recursal, 
cumpre ao relator ou ao tribunal conceder prazo 
de 5 (cinco) dias para a regularização, nos 
termos da Súmula nº 383, item II, do TST (OJ 
151, SDI-2, DO TST). 
CABE RECURSO NO MS? 
R: Sim! 
Sentenças que decidam sobre o mandado de 
segurança, podem ser impugnadas através de 
recurso ordinário, no prazo de 8 dias. Acórdãos 
em RO devem ser impugnados pelo recurso de 
revista ao TST. ISSO QUANDO A COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA FOR DA VARA DO TRABALHO. 
Acórdãos que decidam sobre o mérito do 
mandado de segurança podem ser contestados 
através de recurso ordinário direcionado ao 
TST. ISSO QUANDO A COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA FOR DO TRIBUNAL. 
ATENÇÃO: Contra decisão monocrática que 
indefere o mandado de segurança, 
liminarmente, o remédio jurídico adequado é o 
agravo regimental. Da decisão no agravo 
regimental, acaso confirmada a decisão que 
indeferiu o MS, cabe RO ao TST. 
Decisões que indefiram a petição inicial podem 
ser contestadas por agravo regimental. ISSO 
QUANDO A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA FOR DO 
TST. Acórdãos (quando houver decisão de 
mérito) podem ser contestados através de 
recurso ordinário ao STF. 
COMO CAIU NA PROVA (2020)? 
Em setembro de 2019, durante a audiência de 
um caso que envolvia apenas pedido de 
adicional de insalubridade, o Juiz do Trabalho 
determinou a realização de perícia e que a 
reclamada antecipasse os honorários periciais. 
Inconformada com essa decisão, a sociedade 
empresária impetrou mandado de segurança 
contra esse ato judicial, mas o TRT, em decisão 
colegiada, não concedeu a segurança. 
Caso a sociedade empresária pretenda recorrer 
dessa decisão, assinale a opção que indica a 
medida recursal da qual deverá se valer. 
Alternativas 
A) Agravo de Instrumento. 
B) Recurso Ordinário. 
C) Agravo de Petição. 
D) Recurso de Revista. 
Reposta é letra B (súmula 201, TST): Da decisão 
de Tribunal Regional do Trabalho em mandado 
5 
 
 
 
 
 
de segurança cabe recurso ordinário, no prazo 
de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do 
Trabalho, e igual dilação para o recorrido e 
interessados apresentarem razões de 
contrariedade. 
Fique atento, por fim, que também não cabe 
MS nas seguintes hipóteses (Lei 12.016/09): 
Art. 5º: Não se concederá mandado de 
segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo 
com efeito suspensivo, independentemente de 
caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com 
efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
Prazo: O prazo é decadencial de 120 dias, 
contados a partir da ciência do ato a ser 
impugnado. 
 
 
3. INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA 
GRAVE 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Inicialmente, quanto ao tema ora estudado, 
quero te dizer pra ficar bem atento, pois é muito 
cobrado nas provas da OAB. 
O inquérito para apuração de falta grave é 
previsto no artigo 853 e seguintes da CLT. 
Aberto contra empregado garantido com 
estabilidade. 
O empregador apresentará reclamação por 
escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 
(trinta) dias, contados da data da suspensão do 
empregado. 
COMO JÁ FOI COBRADO(2019): 
Em uma greve ocorrida há dois dias dentro de 
uma indústria metalúrgica, o dirigente sindical, 
que é empregado da referida empresa, agrediu 
fisicamente o diretor com tapas e socos, sendo 
a agressão gravada pelo sistema de segurança 
existente no local. 
O dono da empresa, diante dessa prática, 
pretende dispensar o empregado por justa 
causa. Em razão disso, ele procura você, como 
advogado(a), no dia seguinte aos fatos narrados, 
para obter sua orientação. 
De acordo com o disposto na CLT, assinale a 
opção que apresenta sua recomendação jurídica 
e a respectiva justificativa. 
Alternativas 
A) Dispensar imediatamente o empregado por 
justa causa e ajuizar ação de consignação em 
pagamento dos créditos porventura devidos. 
B) Apresentar notícia-crime e solicitar da 
autoridade policial autorização para dispensar o 
empregado por justa causa. 
C) Suspender o empregado e, em até 30 dias, 
ajuizar inquérito para apuração de falta grave. 
D) Não fazer nada, porque a justa causa teria de 
ser aplicada no dia dos fatos, ocorrendo então 
perdão tácito. 
Foi considerada como correta a ALTERNATIVA C. 
O empregado pode ou não suspender, mas se 
optar pela suspensão deve apresentar 
reclamação em até trinta dias (prazo 
decadencial). 
A previsão para falta grave encontra-se no artigo 
493 da CLT. 
No procedimento é possível até 6 (seis) 
testemunhas para cada lado. 
Ainda, vale lembrar que o inquérito para 
apuração de falta grave é sempre exigido nos 
seguintes casos: 
1) Estabilidade decenal: O empregado que 
contar mais de 10 (dez) anos de serviço na 
mesma empresa não poderá ser despedido 
senão por motivo de falta grave ou circunstância 
de força maior, devidamente comprovadas (art. 
492, da CLT). 
6 
 
 
 
 
 
2) Dirigente sindical: O dirigente sindical 
somente poderá ser dispensado por falta gravemediante a apuração em inquérito judicial, 
inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT 
(súmula 379, TST). SE APLICA AO SUPLENTE. 
SOBRE O DIRIGINTE SINDICAL, INCLUSIVE, VALE 
A LEITURA DA SÚMULA 369, DO TST: 
DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE 
PROVISÓRIA (redação do item I alterada na 
sessão do Tribunal Pleno realizada em 
14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 
25, 26 e 27.09.2012 
I - É assegurada a estabilidade provisória ao 
empregado dirigente sindical, ainda que a 
comunicação do registro da candidatura ou da 
eleição e da posse seja realizada fora do prazo 
previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a 
ciência ao empregador, por qualquer meio, 
ocorra na vigência do contrato de trabalho. 
II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela 
Constituição Federal de 1988. Fica limitada, 
assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 
3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual 
número de suplentes. 
III - O empregado de categoria diferenciada 
eleito dirigente sindical só goza de estabilidade 
se exercer na empresa atividade pertinente à 
categoria profissional do sindicato para o qual 
foi eleito dirigente. 
IV - Havendo extinção da atividade empresarial 
no âmbito da base territorial do sindicato, não 
há razão para subsistir a estabilidade. 
V - O registro da candidatura do empregado a 
cargo de dirigente sindical durante o período 
de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe 
assegura a estabilidade, visto que inaplicável a 
regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das 
Leis do Trabalho. 
3) Representante dos trabalhadores no CNPS: 
Aos membros do CNPS, enquanto 
representantes dos trabalhadores em atividade, 
titulares e suplentes, é assegurada a 
estabilidade no emprego, da nomeação até um 
ano após o término do mandato de 
representação, somente podendo ser demitidos 
por motivo de falta grave, regularmente 
comprovada através de processo judicial (art. 
3º, §7, Lei 8213/91). 
4) Dirigentes de cooperativas: Os empregados 
de empresas que sejam eleitos diretores de 
sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, 
gozarão das garantias asseguradas aos 
dirigentes sindicais pelo artigo 543 da 
Consolidação das Leis do Trabalho (art. 55, Lei 
5.764/71). NÃO SE APLICA AO SUPLENTE. 
Fique atento – PARA DISPENSA DE MEMBRO 
DA CIPA NÃO PRECISA DE INQUÉRITO. 
 
 
4. EXECUÇÃO TRABALHISTA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Inicialmente, deves saber que as decisões 
passadas em julgado ou das quais não tenha 
havido recurso com efeito suspensivo; os 
acordos, quando não cumpridos; os termos de 
ajuste de conduta firmados perante o 
Ministério Público do Trabalho e os termos de 
conciliação firmados perante as Comissões de 
Conciliação Prévia serão passíveis de execução. 
ATENÇÃO: A Justiça do Trabalho executará, de 
ofício, as contribuições sociais previstas na 
alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 
195 da Constituição Federal, e seus acréscimos 
legais, relativas ao objeto da condenação 
constante das sentenças que proferir e dos 
acordos que homologar. 
COMO CAIU NA PROVA (OAB XXXII): 
Após ser alvo de um inquérito civil junto ao 
Ministério Público do Trabalho – MPT, tendo 
sido investigada pela prática de suposta 
irregularidade, a sociedade empresária Vida 
Global assinou um Termo de Ajuste de Conduta 
(TAC) com o MPT para sanar o problema e evitar 
a judicialização daquela situação, o que poderia 
7 
 
 
 
 
 
abalar sua credibilidade perante os investidores 
nacionais e estrangeiros. 
Ocorre que a sociedade empresária não cumpriu 
o que foi estipulado no TAC, seja no tocante à 
obrigação de fazer, seja no pagamento de multa 
pelo dano moral coletivo. 
Diante dessa situação, e de acordo com os 
termos da CLT, assinale a afirmativa correta. 
Alternativas 
A) O parquet deverá propor execução de título 
judicial. 
B) O MPT deverá ajuizar execução de título 
extrajudicial. 
C) A ação própria para a cobrança será o 
inquérito judicial. 
D) O MPT deverá propor reclamação trabalhista 
pelo rito ordinário. 
A resposta, por claro, é a LETRA B, eis que, 
consoante acima visto, o TAC’s podem ser 
executados diretamente perante à Justiça do 
Trabalho. 
A execução será promovida pelas partes, 
permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo 
Presidente do Tribunal apenas nos casos em 
que as partes não estiverem representadas por 
advogado. 
É competente para a execução das decisões o 
Juiz ou Presidente do Tribunal que tiver 
conciliado ou julgado originariamente o 
dissídio. 
Portanto, só é permitida a execução de ofício 
quando as partes não estiverem sendo 
representadas por advogado. 
Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar- 
se-á a sua liquidação (a liquidação também 
abrande as contribuições previdenciárias), que 
poderá ser feita por cálculo, por arbitramento 
ou por artigos. 
Na liquidação, não se poderá modificar, ou 
inovar, a sentença liquidanda nem discutir 
matéria pertinente à causa principal. 
Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo 
DEVERÁ abrir às partes prazo COMUM de oito 
dias para impugnação fundamentada com a 
indicação dos itens e valores objeto da 
discordância, sob pena de preclusão. 
VALE REGISTRAR QUE A OAB ASSIM JÁ 
COBROU (2019): 
No decorrer de uma reclamação trabalhista, que 
transitou em julgado e que se encontra na fase 
executória, o juiz intimou o autor a apresentar 
os cálculos de liquidação respectivos, o que foi 
feito. Então, o juiz determinou que o cálculo 
fosse levado ao setor de Contadoria da Vara 
para conferência, tendo o calculista confirmado 
que os cálculos estavam adequados e em 
consonância com a coisa julgada. Diante disso, o 
juiz homologou a conta e determinou que o 
executado depositasse voluntariamente a 
quantia, sob pena de execução forçada. 
Diante dessa narrativa e dos termos da CLT, 
assinale a afirmativa correta. 
Alternativas 
A) Equivocou-se o juiz, porque ele não poderia 
homologar o cálculo sem antes conceder vista 
ao executado pelo prazo de 8 dias. 
B) Correta a atitude do magistrado, porque as 
contas foram conferidas e foi impressa 
celeridade ao processo do trabalho, observando 
a duração razoável do processo. 
C) A Lei não fixa a dinâmica específica para a 
liquidação, daí porque cada juiz tem liberdade 
para criar a forma que melhor atenda aos 
anseios da justiça. 
D) O juiz deveria conceder vista dos cálculos ao 
executado e ao INSS pelo prazo de 5 dias úteis, 
pelo que o procedimento adotado está errado. 
Fica claro, portanto, que a resposta correta é a 
letra A. 
8 
 
 
 
 
 
Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos 
auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz 
procederá à intimação da União para 
manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob 
pena de preclusão. 
Portanto, a UNIÃO TEM 10 DIAS de prazo. 
Garantida a execução ou penhorados os bens, 
terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar 
embargos, cabendo igual prazo ao exequente 
para impugnação. 
Portanto, os embargos de execução serão 
opostos no prazo de cinco dias após a garantia 
do juízo. 
ATENÇÃO: Pelo art. 880, da CLT, o prazo para 
garantir o Juízo ou pagar a execução é de 48 
HORAS! 
Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no 
espaço de 48 (quarenta e oito) horas, não for 
encontrado, far-se-á citação por edital. 
Não pagando o executado, nem garantindo a 
execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos 
quantos bastem ao pagamento da importância 
da condenação, acrescida de custas e juros de 
mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a 
partir da data em que for ajuizada a reclamação 
inicial. 
Somente nos embargos à penhora poderá o 
executado impugnar a sentença de liquidação, 
cabendo ao exequente igual direito e no 
mesmo prazo. 
Os embargos e as impugnações à liquidação 
apresentadas pelos credores trabalhistas serão 
julgados na mesma sentença. 
É inexigível o título judicial fundado em lei ou 
ato normativodeclarados inconstitucionais 
pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação 
ou interpretação tidas por incompatíveis com a 
Constituição Federal. 
FIQUE MUITO ATENTO: Ainda que o 
beneficiário da justiça gratuita esteja isento de 
realizar o recolhimento do depósito recursal na 
fase de conhecimento (art. 899 , § 10 , da CLT ), 
tendo esse depósito a teleologia de garantir 
futura e eventual execução, essa isenção não 
alcança a garantia da execução propriamente 
dita, sendo imprescindível que o devedor realize 
a respectiva garantia ou tenha bens penhorados 
para que o termo inicial para manejo dos 
embargos à execução tenha início (art. 884 da 
CLT ). 
Nesse sentido: 
TRT-6 - Agravo de Petição AP 
00009375120165060262 (TRT-6) 
Jurisprudência•Data de publicação: 17/12/2019 
AGRAVO DE PETIÇÃO. AUSÊNCIA DE GARANTIA 
DA EXECUÇÃO. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA 
GRATUITA. NÃO CONHECIMENTO. 1. Ainda que 
o beneficiário da justiça gratuita esteja isento 
de realizar o recolhimento do depósito recursal 
na fase de conhecimento (art. 899 , § 10 , da CLT 
), tendo esse depósito a teleologia de garantir 
futura e eventual execução, essa isenção não 
alcança a garantia da execução propriamente 
dita, sendo imprescindível que o devedor 
realize a respectiva garantia ou tenha bens 
penhorados para que o termo inicial para 
manejo dos embargos à execução tenha início 
(art. 884 da CLT ). 
E ainda: 
TRT-1 - Agravo de Petição AP 
01002601520185010483 RJ (TRT-1) 
Jurisprudência•Data de publicação: 27/02/2021 
AGRAVO DE PETIÇÃO. SÓCIA EXECUTADA 
BENEFICIÁRIA DA JUSTIÇA GRATUITA. 
EXIGÊNCIA DE PRÉVIA E INTEGRAL GARANTIA 
DO JUÍZO DA EXECUÇÃO. O fato de a executada 
ser beneficiária da justiça gratuita não a isenta 
da garantia do juízo, porquanto a isenção 
abrange somente o depósito recursal na fase 
de conhecimento. Não há nenhum dispositivo 
legal que retire dos executados beneficiários da 
justiça gratuita a obrigação de garantir, prévia 
e integralmente, o Juízo para apresentação de 
9 
 
 
 
 
 
embargos à execução, exigência expressa nos 
art. 884 e 899, § 1º, ambos da CLT. Não atendida 
a condição legal de garantia do juízo, não 
merece ser conhecido o agravo de petição 
interposto pela executada. Agravo de Petição 
interposto pela executada não conhecido. 
ATENÇÃO: A exigência da garantia ou penhora 
não se aplica às entidades filantrópicas e/ou 
àqueles que compõem ou compuseram a 
diretoria dessas instituições. 
OBSERVAÇÃO: Vale destacar que, o executado 
que não pagar a importância reclamada poderá 
garantir a execução mediante depósito da 
quantia correspondente, atualizada e acrescida 
das despesas processuais, apresentação de 
seguro-garantia judicial ou nomeação de bens 
à penhora, observada a ordem preferencial 
estabelecida no art. 835 da lei no 13.105, de 16 
de março de 2015 - código de processo civil (art. 
882, da CLT). 
NESSE SENTIDO JÁ COBROU A OAB (EXAME 
XXXII): 
A sociedade empresária de transportes Mundo 
Pequeno Ltda. foi condenada ao pagamento de 
horas extras e diferença salarial na ação movida 
por Mauro Duarte, seu ex-empregado. 
Após o trânsito em julgado e apuração do valor 
devido, a executada foi citada para efetuar o 
pagamento de R$ 120.000,00. Ocorre que a 
sociedade empresária pretende apresentar 
embargos à execução, pois entende que o valor 
homologado é superior ao devido, mas não tem 
o dinheiro disponível para depositar nos autos. 
Sobre o caso relatado, de acordo com o que está 
previsto na CLT, assinale a afirmativa correta. 
Alternativas 
A) Na Justiça do Trabalho não é necessário 
garantir o juízo para ajuizar embargos à 
execução. 
B) A sociedade empresária poderá apresentar 
seguro-garantia judicial para então apresentar 
embargos à execução. 
C) A sociedade empresária poderá assinar uma 
nota promissória judicial e, com isso, ter direito 
a ajuizar embargos de devedor. 
D) Se for comprovada a situação de necessidade, 
a sociedade empresária, depositando 50% do 
valor da dívida, poderá embargar. 
A resposta correta, portanto, é a LETRA B, nos 
exatos termos do art. 882, da CLT, acima visto. 
O AGRAVO DE PETIÇÃO é cabível no prazo de 
08 DIAS das decisões do Juiz ou Presidente, nas 
execuções. 
O agravo de petição só será recebido quando o 
agravante delimitar, justificadamente, as 
matérias e os valores impugnados, permitida a 
execução imediata da parte remanescente até o 
final, nos próprios autos ou por carta de 
sentença. 
FIQUE MUITO ATENTO: Em caso de 
desconsideração da personalidade jurídica na 
fase de execução, cabe AGRAVO DE PETIÇÃO, 
independentemente de garantia do juízo. 
Tal tema, inclusive, já foi cobrado na OAB, no 
XXXII EXAME (O EXAME DO CAOS): 
No decorrer de uma execução trabalhista, não 
se conseguiu penhorar nenhum bem da 
empresa executada nem reter qualquer 
numerário dela em ativos financeiros. Então, o 
exequente instaurou um incidente de 
desconsideração de personalidade jurídica para 
direcionar a execução em face de um sócio. O 
referido sócio foi citado e, no prazo de 15 dias, 
manifestou-se contrariamente à sua execução. 
Submetida a manifestação ao contraditório e 
não havendo outras provas a produzir, o juiz 
julgou procedente o incidente e incluiu o sócio 
no polo passivo da execução na condição de 
executado, sendo, então, publicada essa 
decisão. 
Considerando a situação retratada e os ditames 
da CLT, assinale a afirmativa correta. 
Alternativas 
10 
 
 
DICA DO DIA 72 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
A) Por ser interlocutória, essa decisão é 
irrecorrível, devendo o sócio se submeter ao 
comando e pagar a dívida. 
B) O sócio em questão poderá recorrer da 
decisão independentemente de garantia do 
juízo. 
C) Sendo a Lei omissa a respeito, caberá ao juiz 
definir se a decisão do incidente poderá ser 
objeto de recurso e se será necessário garantir o 
juízo. 
D) O sócio poderá recorrer da decisão, mas terá 
de garantir o juízo em 50%. 
A resposta, portanto, é, obviamente, a letra B. 
 
 
SOBRE OS TEMAS ABORDADOS NO 
CROMOGRAMA, LEIA ATENTAMENTE O E- 
BOOK DE CIVIL: “Civil - Teoria temas 
relevantes”. 
II - Propriedade privada; 
III - função social da propriedade; 
IV - Livre concorrência; 
V - Defesa do consumidor; 
VI - Defesa do meio ambiente, inclusive 
mediante tratamento diferenciado conforme o 
impacto ambiental dos produtos e serviços e de 
seus processos de elaboração e prestação; 
VII - redução das desigualdades regionais e 
sociais; 
VIII - busca do pleno emprego; 
IX - Tratamento favorecido para as empresas 
brasileiras de capital nacional de pequeno porte. 
IX - Tratamento favorecido para as empresas de 
pequeno porte constituídas sob as leis 
brasileiras e que tenham sua sede e 
administração no País 
 
 
 
1. DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A ordem econômica é um conjunto de regras 
que regulam as atividades econômicas, com o as 
comerciais, industriais, serviços privados e 
públicos. Tais regras tem como fundamento a 
valorização do trabalho humano e a livre 
iniciativa, sendo regidas pelos seguintes 
princípios expressos no art. 170 da CF: 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na 
valorização do trabalho humano e na livre 
iniciativa, tem por fim assegurar a todos 
existência digna, conforme os ditames da justiça 
social, observados os seguintes princípios: 
I - Soberania nacional; 
As provas da FGV costumam cobrar muito esses 
princípios em casos práticos, questionando 
sobre qual princípio cabe em determinada 
situação. Além disso costuma muito trocar o 
sentido do inciso VII, do art. 170 da CF. 
O mencionado inciso fala que um dos princípios 
da ordem econômica é a REDUÇÃO das 
desigualdades regionais e sociais. Obviamente, 
para termos uma economia equilibrada e a qual 
seja ideal, a redução de desigualdade é algo de 
suma importância, contudo, sabe-se que a 
ERRADICAÇÃO, aELIMINAÇÃO da desigualdade 
REGIONAL E SOCIAL é algo, infelizmente 
impraticável. Por isso, se liguem se na 
alternativa vai conter a literalidade da lei, com a 
palavra REDUÇÃO ou se irá vir com as palavras 
ERRADICAÇÃO/ELIMINAÇÃO, pois se vier 
contendo alguma dessas ou outra no mesmo 
sentido de eliminar por completo a 
desigualdade, a alternativa estará incorreta. 
DICA DO DIA 73 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre 
exercício de qualquer atividade econômica, 
independentemente de autorização de órgãos 
públicos, salvo nos casos previstos em lei. 
11 
 
 
 
 
 
Outro princípio bastante cobrado é o da livre 
concorrência, pois o Estado não pode coibir o 
cidadão impedindo de instalar estabelecimento 
comercial em determinada área, caso esteja 
dentro dos parâmetros exigidos por ele. 
Súmula 49 do STF: Ofende o princípio da livre 
concorrência lei municipal que impede a 
instalação de estabelecimentos comerciais do 
mesmo ramo em determinada área. 
 
 
Além disso, o Estado não irá exercer 
diretamente alguma atividade econômica, não é 
a sua função. Isto só irá acontecer se necessário 
para imperativos da segurança nacional ou a 
relevante interesse coletivo. 
Art.173 da CF: Ressalvados os casos previstos 
nesta Constituição, a exploração direta de 
atividade econômica pelo Estado só será 
permitida quando necessária aos imperativos 
da segurança nacional ou a relevante interesse 
coletivo, conforme definidos em lei. 
Art. 174. Como agente normativo e regulador 
da atividade econômica, o Estado exercerá, na 
forma da lei, as funções de fiscalização, 
incentivo e planejamento, sendo este 
determinante para o setor público e indicativo 
para o setor privado. 
PRESTE ATENÇÃO: Como agente normativo e 
fiscalizador o Estado exercer essas funções 
sendo DETERMINANTE PARA O SETOR PÚBLICO 
E INDICATIVO PARA O SETOR PRIVADO (AS 
PROVAS SEMPRE TROCAM ISSO, FALAM QUE É 
DETERMINANTE PARA O SETOR PRIVADO E 
INDICATIVO PARA O SETOR PÚBLICO). 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da 
lei, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, sempre através de licitação, a 
prestação de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I - O regime das empresas concessionárias e 
permissionárias de serviços públicos, o caráter 
especial de seu contrato e de sua prorrogação, 
bem como as condições de caducidade, 
fiscalização e rescisão da concessão ou 
permissão; 
II - Os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - A obrigação de manter serviço adequado. 
DECORE ESSE ARTIGO 176, POIS SEMPRE CAI! 
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais 
recursos minerais e os potenciais de energia 
hidráulica constituem propriedade distinta da 
do solo, para efeito de exploração ou 
aproveitamento, e pertencem à União, 
garantida ao concessionário a propriedade do 
produto da lavra. 
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e 
o aproveitamento dos potenciais a que se 
refere o "caput" deste artigo somente poderão 
ser efetuados mediante autorização ou 
concessão da União, no interesse nacional, por 
brasileiros ou empresa constituída sob as leis 
brasileiras e que tenha sua sede e 
administração no País, na forma da lei, que 
estabelecerá as condições específicas quando 
essas atividades se desenvolverem em faixa de 
fronteira ou terras indígenas. 
§ 2º É assegurada participação ao proprietário 
do solo nos resultados da lavra, na forma e no 
valor que dispuser a lei. (O que isso quer dizer? 
Vamos supor que as lavras se encontrem na 
propriedade de João, para que essas lavras 
sejam exploradas não é João que tem que 
autorizar, mas a União, por meio de 
autorização ou concessão a brasileiros ou 
empresas constituídas pro leis brasileiras, 
contudo, mesmo a União sendo a única quem 
possa autorizar tal atividade, os resultados dela 
serão assegurados ao proprietário, na parte 
que ele dispuser) 
§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por 
prazo determinado, e as autorizações e 
concessões previstas neste artigo não poderão 
ser cedidas ou transferidas, total ou 
12 
 
 
 
 
 
parcialmente, sem prévia anuência do poder 
concedente. (Logo, se a união concedeu a 
autorização para uma empresa X, não poderá 
essa empresa X transferir para empresa Y essa 
concessão sem a autorização da União). 
§ 4º Não dependerá de autorização ou 
concessão o aproveitamento do potencial de 
energia renovável de capacidade reduzida 
A regra na atividade econômica brasileira é a 
livre concorrência e não o monopólio, que é a 
exploração e o exercício de determinada 
atividade somente por determinado ente. 
Contudo, o art. 177 da CF traz em um rol 
EXAUSTIVO o monopólio de algumas atividades 
pertencente a união. 
Art. 177. Constituem monopólio da União: 
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e 
gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos 
II - a refinação do petróleo nacional ou 
estrangeiro; 
III - a importação e exportação dos produtos e 
derivados básicos resultantes das atividades 
previstas nos incisos anteriores; 
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de 
origem nacional ou de derivados básicos de 
petróleo produzidos no País, bem assim o 
transporte, por meio de conduto, de petróleo 
bruto, seus derivados e gás natural de qualquer 
origem; 
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o 
reprocessamento, a industrialização e o 
comércio de minérios e minerais nucleares e 
seus derivados, com exceção dos radioisótopos 
cuja produção, comercialização e utilização 
poderão ser autorizadas sob regime de 
permissão, conforme as alíneas b e c do inciso 
XXIII do caput do art. 21 desta Constituição 
Federal. 
§ 1º A União poderá contratar com empresas 
estatais ou privadas a realização das atividades 
previstas nos incisos I a IV deste artigo 
observadas as condições estabelecidas em 
lei. 
§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá 
sobre: 
ados de petróleo em todo o território 
nacional; 
II - As condições de contratação 
III - a estrutura e atribuições do órgão regulador 
do monopólio da União; 
§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a 
utilização de materiais radioativos no território 
nacional. 
§ 4º A lei que instituir contribuição de 
intervenção no domínio econômico relativa às 
atividades de importação ou comercialização de 
petróleo e seus derivados, gás natural e seus 
derivados e álcool combustível deverá atender 
aos seguintes requisitos 
I - a alíquota da contribuição poderá ser: 
a) diferenciada por produto ou uso; 
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder 
Executivo, não se lhe aplicando o disposto no 
art. 150,III, b ; 
II - os recursos arrecadados serão destinados: 
a) ao pagamento de subsídios a preços ou 
transporte de álcool combustível, gás natural e 
seus derivados e derivados de petróleo; 
b) ao financiamento de projetos ambientais 
relacionados com a indústria do petróleo e do 
gás; 
c) ao financiamento de programas de infra- 
estrutura de transportes. 
Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios promoverão e incentivarão o 
turismo como fator de desenvolvimento social 
e econômico. 
Da Política Urbana- 
13 
 
 
 
 
 
Art. 182. A política de desenvolvimento 
urbano, executada pelo Poder Público 
municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em 
lei, tem por objetivo ordenar o pleno 
desenvolvimento das funções sociais da cidade 
e garantir o bem-estar de seus habitantes. 
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara 
Municipal, obrigatório para cidades com mais 
de vinte mil habitantes, é o instrumento básico 
da política de desenvolvimento e de expansão 
urbana. (DECORE ISSO, O PLANO DIRETO SÓ É 
EXIGIDO PARA CIDADES COM MAIS DE 200 MIL 
HABITANTES) 
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função 
social quando atende às exigências 
fundamentais de ordenação da cidade expressas 
no plano diretor.§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos 
serão feitas com prévia e justa indenização em 
dinheiro. (É DIFERENTE DA INDENIZAÇÃO A SER 
FEITA NOS CASOS DE REFORMA AGRÁRIA) 
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, 
mediante lei específica para área incluída no 
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, 
do proprietário do solo urbano não edificado, 
subutilizado ou não utilizado, que promova seu 
adequado aproveitamento, sob pena, 
sucessivamente, de: ( Quando a propriedade 
não estiver exercendo a sua função social ou n 
ão estiver utilizada ou subutilizada de forma 
correta, o poder público municipal poderá 
exigir do proprietário determinados atos 
SUCESSIVAMENTE, como forma de que este 
cumpra aquela determinada função exigida) 
I - parcelamento ou edificação compulsórios; 
II - Imposto sobre a propriedade predial e 
territorial urbana progressivo no tempo; 
III - desapropriação com pagamento mediante 
títulos da dívida pública de emissão 
previamente aprovada pelo Senado Federal, 
com prazo de resgate de até dez anos, em 
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados 
o valor real da indenização e os juros legais. 
Art. 183. Aquele que possuir como sua área 
urbana de até duzentos e cinquenta metros 
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente 
e sem oposição, utilizando-a para sua moradia 
ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, 
desde que não seja proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural. USUCAPIÃO 
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso 
serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a 
ambos, independentemente do estado civil. 
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao 
mesmo possuidor mais de uma vez. 
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos 
por usucapião. 
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA 
REFORMA AGRÁRIA 
Art. 184. Compete à União desapropriar por 
interesse social, para fins de reforma agrária, o 
imóvel rural que não esteja cumprindo sua 
função social, mediante prévia e justa 
indenização em títulos da dívida agrária, com 
cláusula de preservação do valor real, 
resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir 
do segundo ano de sua emissão, e cuja 
utilização será definida em lei. 
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão 
indenizadas em dinheiro. 
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de 
interesse social, para fins de reforma agrária, 
autoriza a União a propor a ação de 
desapropriação. 
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer 
procedimento contraditório especial, de rito 
sumário, para o processo judicial de 
desapropriação. 
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume 
total de títulos da dívida agrária, assim como o 
montante de recursos para atender ao 
programa de reforma agrária no exercício. 
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais 
e municipais as operações de transferência de 
14 
 
 
 
 
 
imóveis desapropriados para fins de reforma 
agrária. 
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação 
para fins de reforma agrária: 
I - A pequena e média propriedade rural, assim 
definida em lei, desde que seu proprietário não 
possua outra; 
II - a propriedade produtiva. 
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento 
especial à propriedade produtiva e fixará 
normas para o cumprimento dos requisitos 
relativos a sua função social. 
Art. 186. A função social é cumprida quando a 
propriedade rural atende, simultaneamente, 
segundo critérios e graus de exigência 
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: 
I - Aproveitamento racional e adequado; 
II - Utilização adequada dos recursos naturais 
disponíveis e preservação do meio ambiente; 
III - observância das disposições que regulam as 
relações de trabalho; 
IV - Exploração que favoreça o bem-estar dos 
proprietários e dos trabalhadores. 
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política 
agrícola e de reforma agrária. 
Art. 189. Os beneficiários da distribuição de 
imóveis rurais pela reforma agrária receberão 
títulos de domínio ou de concessão de uso, 
inegociáveis pelo prazo de dez anos. 
Parágrafo único. O título de domínio e a 
concessão de uso serão conferidos ao homem 
ou à mulher, ou a ambos, independentemente 
do estado civil, nos termos e condições previstos 
em lei. 
 
 
seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua 
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão 
adquiridos por usucapião 
 
 
2. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Os direitos e garantias fundamentais são 
direitos EXPRESSOS, RESPALDADOS E 
GARANTIDOS pela Constituição Federal e 
inerentes à pessoa humana. 
Os direitos e garantias fundamentais são 
garantidos a todos os seres humanos, enquanto 
indivíduos de direito. Tratam-se, assim, de 
garantias formalizadas ao longo do tempo, 
inerentes aos indivíduos. 
São características dos direitos fundamentais: 
1- Historicidade: Os Direitos fundamentais 
surgiram com o Cristianismo e foram evoluindo 
ao longo do tempo, sendo pouco as mais 
relevantes, a depender a época que estava 
sendo vivenciados, sendo determinante o 
contexto social, político e cultural da época. 
2- Universalidade: São direitos atribuídos a 
qualquer pessoa, esteja ela onde estiver. 
Contudo, é importante ressaltar que depender 
do país, os direitos e garantias fundamentais 
podem ser diferentes, pois pertencem a 
determinada religião, cultura... 
3- Imprescritibilidade: O direito a ter direito e 
garantias fundamentais é imprescritível, ainda 
que você não o exerça por muitos anos, 
contudo, pleitear a violação a esses direitos não 
é imprescritível, devendo ser observado os 
prazos decadenciais e prescricionais. 
4- Indisponibilidade e irrenunciabilidade: Como 
regra geral os direitos e garantias fundamentais 
são indisponíveis, não podendo a pessoa 
renunciar a eles e muito menos dispor da forma 
que bem entender, contudo, atualmente a 
jurisprudência tem admitido a disponibilidade 
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário 
de imóvel rural ou urbano, possua como seu, 
por cinco anos ininterruptos, sem oposição, 
área de terra, em zona rural, não superior a 
cinquenta hectares, tornando-a produtiva por 
15 
 
 
 
 
 
relativa e limitada desses direitos, ficando 
apenas proibido a disponibilidade absoluta. 
Ex: Quando uma pessoa vai ao BBB ou qualquer 
reality show, ela está dispondo do seu direito de 
imagem. Contudo, é por certo período de tempo 
e limitado (ou seja, de forma parcial e não 
absoluta). 
5- Relatividade: Não existe direitos 
fundamentais absoluto, ou seja, caso ocorra um 
conflito entre direitos fundamentais deverá ser 
feito uma ponderação, por meio das técnicas 
utilizadas em cada caso concreto e não a 
eliminação de um se sobrepondo ao outro. Não 
existe hierarquia entre os direitos 
fundamentais. 
Na colisão de de direitos fundamentais deverá 
ser utilizada a técnica da ponderação ou 
harmonização, de forma que nenhum direito 
seja eliminado, mas que seja utilizado o mais 
adequado ao caso concreto. 
6- inalienabilidade: Não podem ser transferidos. 
Estão ligados ao titular do exercício, embora não 
sejam exclusivamente direitos subjetivos, pois 
interessam a todo o corpo social. A exceção se 
verifica no direito às propriedades material ou 
intelectual, que podem ser transferidas. 
Dimensões dos Direitos Fundamentais: 
1ª Dimensão Direitos civis e políticos. 
2ª Dimensão Direitos sociais, econômicos e 
culturais. 
3ª Dimensão Direitos de solidariedade e 
fraternidade. 
4ª Dimensão Globalização (existe divergência). 
 
Teoria dos 4 Status(Jellinek) 
Passivo: o sujeito está subordinado aos poderes 
estatais. 
Ativo: sujeito pode participar da formação da 
vontade do Estado. 
Negativo: ao sujeito é assegurada uma esfera 
indevassável ao Estado. 
Positivo: sujeito tem direito de pedir certas 
prestações ao Estado. 
 
Eficácia: 
VERTICAL:incidem na relação entre sujeito e 
Estado; 
HORIZONTAL:incidemna relação entre sujeitos 
privados; 
DIAGONAL: incidem na relação entre privados 
em posição de desigualdade. Ex.: consumidor e 
fornecedor. 
 
Dimensão objetiva e subjetiva dos direitos 
fundamentais: 
Dimensão objetiva: Os direitos fundamentais 
formam a base do ordenamento jurídico de um 
Estado Democrático de Direito. 
Dimensão subjetiva: Os direitos fundamentais 
conferem aos seus titulares o direito de infligir 
os seus interesses perante os órgãos que devem 
prestá-los. 
 
As normas definidoras de Direitos e garantias 
fundamentais tÊm aplicação imediata. 
Não confunda: Direito não é sinônimom de 
garantia. Direitos são dispositivos que revelam 
a existência de interesses, são normas 
declaratórias. Garantias são mecanismos 
utilizados para assegurar a inviolabilidade e o 
exercício desses direitos. 
Geração dos Direitos Fundamentais: 
Essa nomenclatura foi propagada por Kasal 
Vasak, onde dividiu os direitos fundamentais em 
TrÊs Gerações. 
Os direitos de primeira geração, que tem como 
marco as revoluções liberais do século XVIII, são 
os direitos de liberdade em sentido amplo, 
sendo os primeiros a constarem dos textos 
normativos constitucionais, a saber, os direitos 
civis e políticos. São direitos a prestações 
preponderantemente negativas, nas quais o 
Estado deve proteger a esfera de autonomia do 
indivíduo. 
Os direitos de segunda geração, por sua vez, 
nasceram a partir do início do século XX, em 
meio ao socialismo (Constituição Mexicana de 
1917 e de Weimar de 1919) e compõem-se 
dos direitos de igualdade a saber, os direitos 
econômicos, sociais e culturais, impondo ao 
16 
 
 
 
 
 
poder público a satisfação de um dever de 
prestação. 
Os direitos de terceira geração são os direitos 
os difusos e coletivos, que se assentam 
na fraternidade ou solidariedade. Dentre eles, 
destaque-se o direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, assim como os 
direitos ao desenvolvimento. 
Em síntese conclusiva, nas palavras do Ministro 
Celso de Mello: 
“Enquanto os direitos de primeira geração 
(direitos civis e políticos) – que compreendem as 
liberdades clássicas, negativas ou formais – 
realçam o princípio da liberdade e os direitos de 
segunda geração (direitos econômicos, sociais e 
culturais) – que se identificam com as liberdades 
positivas, reais ou concretas – acentuam o 
princípio da igualdade, os direitos de terceira 
geração, que materializam poderes de 
titularidade coletiva atribuídos genericamente a 
todas as formações sociais, consagram o 
princípio da solidariedade e constituem um 
momento importante no processo de 
desenvolvimento, expansão e reconhecimento 
dos direitos humanos, caracterizados, enquanto 
valores fundamentais indisponíveis, pela nota 
de uma essencial inexauribilidade.” (MS 22.164, 
rel. min. Celso de Mello, j. 30-10-1995, P, DJ de 
17-11-1995.) 
Segundo o brasileiro Paulo Bonavides, os 
direitos fundamentais de quarta geração seriam 
aqueles resultantes da globalização e são 
exemplos o direito à democracia (sobretudo 
direta), à informação, ao pluralismo e, para 
alguns (como Norberto Bobbio), a bioética. 
Paulo Bonavides também desenvolve sua quinta 
geração de direitos fundamentais, tendo como 
destaque o reconhecimento da normatividade 
do direito à paz e também dividiu os direitos em 
uma sexta geração, que seria o direito a água 
potável. 
A maior parte dos autores hoje prefere se valer 
da expressão “dimensões” de direitos 
fundamentais, em detrimento de “gerações”, 
partindo da premissa de que esta poderia 
induzir à falsa ideia de que uma categoria de 
direitos substitui a outra que lhe é anterior. Uma 
geração, definitivamente, não sucede a outra. 
Pelo contrário, haveria um acréscimo no 
catálogo de direitos fundamentais. 
#JURIS 
Viola a liberdade de expressão a 
decisão de retirar da Netflix o especial de Natal 
do Porta dos Fundos porque seu conteúdo 
satiriza crenças e valores do cristianismo 
Retirar de circulação produto audiovisual 
disponibilizado em plataforma de “streaming” 
apenas porque seu conteúdo desagrada 
parcela da população, ainda que majoritária, 
não encontra fundamento em uma sociedade 
democrática e pluralista como a brasileira. 
STF. 2ª Turma. Rcl 38782/RJ, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgado em 3/11/2020 (Info 998). 
“CF/88 e a Convenção Internacional 
sobre Direitos das Pessoas com Deficiência 
asseguram o direito dos portadores de 
necessidades especiais ao acesso a prédios 
públicos, devendo a Administração adotar 
providências que o viabilizem. 
O Poder Judiciário, em situações excepcionais, 
pode determinar que a Administração Pública 
adote medidas assecuratórias 
de direitos constitucionalmente reconhecidos 
como essenciais, sem que isso configure 
violação do princípio da separação de poderes. 
STF. 1ª Turma. RE 440028/SP, rel. Min. Marco 
Aurélio, julgado em 29/10/2013 (Info 726)” 
“Caso concreto: o jornal Folha de São Paulo 
pediu para que o Governo do Estado fornecesse 
informações relacionadas a mortes registradas 
pela polícia em boletins de ocorrência. O 
pedido foi negado sob o fundamento de que, 
apesar de terem natureza pública, esses dados 
deveriam ser divulgados com cautela e não 
seriam indispensáveis para o trabalho 
jornalístico. 
17 
 
 
 
 
 
O STJ não concordou e afirmou que não cabe à 
administração pública ou ao Poder Judiciário 
discutir o uso que se pretende dar à informação 
de natureza pública. A informação, por ser 
pública, deve estar disponível ao público, 
independentemente de justificações ou 
considerações quanto aos interesses a que se 
destina. 
Não se pode vedar o exercício de um direito – 
acessar a informação pública – pelo mero 
receio do abuso no exercício de um outro e 
distinto direito – o de livre comunicar. 
Em suma: veículo de imprensa jornalística 
possui direito líquido e certo de obter dados 
públicos sobre óbitos relacionados a 
ocorrências policiais. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1852629-SP, Rel. Min. Og 
Fernandes, julgado em 06/10/2020 (Info 682)” 
O que se entende por aviso prévio ao direito de 
Reunião expresso no art. 5º, XVI da CF? 
“O art. 5º, XVI, da CF/88 prevê o direito de 
reunião nos seguintes termos: 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, 
sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que 
não frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local, sendo apenas 
exigido prévio aviso à autoridade competente; 
Qual é o sentido de “prévio aviso” mencionado 
pelo dispositivo constitucional? 
O STF fixou a seguinte tese: 
A exigência constitucional de aviso prévio 
relativamente ao direito de reunião é satisfeita 
com a veiculação de informação que permita 
ao poder público zelar para que seu exercício se 
dê de forma pacífica ou para que não frustre 
outra reunião no mesmo local. 
STF. Plenário. RE 806339/SE, Rel. Min. Marco 
Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, 
julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral – 
Tema 855) (Info 1003).” 
 
 
3. ORDEM SOCIAL 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A ordem social tem como base o primado do 
trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça 
sociais. O Estado exercerá a função de 
planejamento das políticas sociais, assegurada, 
na forma da lei, a participação da sociedade nos 
processos de formulação, de monitoramento, 
de controle e de avaliação dessas políticas 
Seguridade Social: seguridade social 
compreende um conjunto integrado de ações de 
 
destinadas a assegurar os direitos relativos à 
saúde, à previdência e à assistência social. 
Compete ao Poder Público, nos termos da lei, 
organizar a seguridade social, com base nos 
seguintes objetivos: 
- Universalidade da cobertura e do 
atendimento; 
II - Uniformidade e equivalência dos benefícios 
e serviços às populações urbanas e rurais;III - seletividade e distributividade na prestação 
dos benefícios e serviços; 
IV - Irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - Equidade na forma de participação no 
custeio; 
VI - Diversidade da base de financiamento, 
identificando-se, em rubricas contábeis 
específicas para cada área, as receitas e as 
despesas vinculadas a ações de saúde, 
previdência e assistência social, preservado o 
caráter contributivo da previdência social; 
VII - caráter democrático e descentralizado da 
administração, mediante gestão quadripartite, 
com participação dos trabalhadores, dos 
empregadores, dos aposentados e do Governo 
nos órgãos colegiados. 
A seguridade social será financiada por toda a 
sociedade, seja de forma direta, seja de forma 
indireta. 
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, 
18 
 
 
 
 
 
Art. 194. A seguridade social compreende um 
conjunto integrado de ações de iniciativa dos 
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a 
assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social. PAS 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos 
termos da lei, organizar a seguridade social, com 
base nos seguintes objetivos: 
I - Universalidade da cobertura e do 
atendimento; (NÃO CONFUNDIR COM 
UNIFORMIDADE) 
II - Uniformidade e equivalência dos benefícios 
e serviços às populações urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação 
dos benefícios e serviços; 
IV - Irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - Equidade na forma de participação no 
custeio 
 
Art. 195. A seguridade social será financiada 
por toda a sociedade, de forma direta e 
indireta, nos termos da lei, mediante recursos 
provenientes dos orçamentos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e 
das seguintes contribuições sociais. 
 
Da Saúde: 
A saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de 
doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para 
sua promoção, proteção e recuperação. 
Art. 197. São de relevância pública as ações e 
serviços de saúde, cabendo ao Poder Público 
dispor, nos termos da lei, sobre sua 
regulamentação, fiscalização e controle, 
devendo sua execução ser feita diretamente ou 
através de terceiros e, também, por pessoa 
física ou jurídica de direito privado. 
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde 
integram uma rede regionalizada e 
hierarquizada e constituem um sistema único, 
organizado de acordo com as seguintes 
diretrizes: 
I - Descentralização, com direção única em cada 
esfera de governo; 
II - Atendimento integral, com prioridade para 
as atividades preventivas, sem prejuízo dos 
serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, 
nos termos do art. 195, com recursos do 
orçamento da seguridade social, da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
além de outras fontes 
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios aplicarão, anualmente, em ações e 
serviços públicos de saúde recursos mínimos 
derivados da aplicação de percentuais 
calculados sobre 
I - No caso da União, a receita corrente líquida 
do respectivo exercício financeiro, não podendo 
ser inferior a 15% (quinze por cento); 
II - No caso dos Estados e do Distrito Federal, o 
produto da arrecadação dos impostos a que se 
refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os 
arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, 
deduzidas as parcelas que forem transferidas 
aos respectivos Municípios 
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, 
o produto da arrecadação dos impostos a que se 
refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os 
arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. 
Art. 199. A assistência à saúde é livre à 
iniciativa privada. 
§ 1º - As instituições privadas poderão 
participar de forma complementar do sistema 
único de saúde, segundo diretrizes deste, 
mediante contrato de direito público ou 
convênio, tendo preferência as entidades 
filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos 
para auxílios ou subvenções às instituições 
privadas com fins lucrativos. SEM FINS 
LUCRATIVOS PODE. 
19 
 
 
 
 
 
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta 
de empresas ou capitais estrangeiros na 
assistência à saúde no País, salvo nos casos 
previstos em lei. 
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os 
requisitos que facilitem a remoção de órgãos, 
tecidos e substâncias humanas para fins de 
transplante, pesquisa e tratamento, bem como 
a coleta, processamento e transfusão de sangue 
e seus derivados, sendo vedado todo tipo de 
comercialização. 
Da previdência social: A previdência social será 
organizada sob a forma do Regime Geral de 
Previdência Social, de caráter contributivo e de 
filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. 
Atendendo o seguinte: 
I - Cobertura dos eventos de incapacidade 
temporária ou permanente para o trabalho e 
idade avançada; 
II - Proteção à maternidade, especialmente à 
gestante; 
III - proteção ao trabalhador em situação de 
desemprego involuntário 
IV - Salário-família e auxílio-reclusão para os 
dependentes dos segurados de baixa 
renda; 
V - Pensão por morte do segurado, homem ou 
mulher, ao cônjuge ou companheiro e 
dependentes, observado o disposto no § 2º. 
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou 
critérios diferenciados para concessão de 
benefícios, ressalvada, nos termos de lei 
complementar, a possibilidade de previsão de 
idade e tempo de contribuição distintos da regra 
geral para concessão de aposentadoria 
exclusivamente em favor dos segurados: 
I - Com deficiência, previamente submetidos a 
avaliação biopsicossocial realizada por equipe 
multiprofissional e interdisciplinar; 
II - Cujas atividades sejam exercidas com efetiva 
exposição a agentes químicos, físicos e 
biológicos prejudiciais à saúde, ou associação 
desses agentes, vedada a caracterização por 
categoria profissional ou ocupação. 
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário 
de contribuição ou o rendimento do trabalho do 
segurado terá valor mensal inferior ao salário 
mínimo. 
§ 3º Todos os salários de contribuição 
considerados para o cálculo de benefício serão 
devidamente atualizados, na forma da lei. 
§ 4º É assegurado o reajustamento dos 
benefícios para preservar-lhes, em caráter 
permanente, o valor real, conforme critérios 
definidos em lei. 
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de 
previdência social, na qualidade de segurado 
facultativo, de pessoa participante de regime 
próprio de previdência. 
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e 
pensionistas terá por base o valor dos proventos 
do mês de dezembro de cada ano. 
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime 
geral de previdência social, nos termos da lei, 
obedecidas as seguintes condições 
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se 
homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, 
se mulher, observado tempo mínimo de 
contribuição 
II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 
(cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, 
para os trabalhadores rurais e para os que 
exerçam suas atividades em regime de 
economia familiar, nestes incluídos o produtor 
rural, o garimpeiro e o pescador artesanal 
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso 
I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o 
professor que comprove tempo de efetivo 
exercício das funções de magistério na educação 
infantil e no ensino fundamental e médio fixado 
em lei complementar 
20 
 
 
 
 
 
9º Para fins de aposentadoria, será assegurada 
a contagem recíproca do tempo de contribuição 
entre o Regime Geral de Previdência Social e os 
regimes próprios de previdência social, e destes 
entre si, observadaa compensação financeira, 
de acordo com os critérios estabelecidos em 
lei. 
§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas 
atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 
e o tempo de contribuição ao Regime Geral de 
Previdência Social ou a regime próprio de 
previdência social terão contagem recíproca 
para fins de inativação militar ou aposentadoria, 
e a compensação financeira será devida entre as 
receitas de contribuição referentes aos militares 
e as receitas de contribuição aos demais 
regimes. 
§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a 
cobertura de benefícios não programados, 
inclusive os decorrentes de acidente do 
trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo 
Regime Geral de Previdência Social e pelo setor 
privado. 
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a 
qualquer título, serão incorporados ao salário 
para efeito de contribuição previdenciária e 
consequente repercussão em benefícios, nos 
casos e na forma da lei 
 
 
inclusive os que se encontram em situação de 
informalidade, e àqueles sem renda própria que 
se dediquem exclusivamente ao trabalho 
doméstico no âmbito de sua residência, desde 
que pertencentes a famílias de baixa renda. 
§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado 
de que trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário- 
mínimo. 
§ 14. É vedada a contagem de tempo de 
contribuição fictício para efeito de concessão 
dos benefícios previdenciários e de contagem 
recíproca 
§ 15. Lei complementar estabelecerá vedações, 
regras e condições para a acumulação de 
benefícios previdenciários 
§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, 
das empresas públicas, das sociedades de 
economia mista e das suas subsidiárias serão 
aposentados compulsoriamente, observado o 
cumprimento do tempo mínimo de 
contribuição, ao atingir a idade máxima de que 
trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma 
estabelecida em lei. 
Art. 203. A assistência social será prestada a 
quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição à seguridade social, e tem por 
objetivos: 
I - A proteção à família, à maternidade, à 
infância, à adolescência e à velhice; 
II - O amparo às crianças e adolescentes 
carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de 
trabalho; 
IV - A habilitação e reabilitação das pessoas 
portadoras de deficiência e a promoção de sua 
integração à vida comunitária; 
V - A garantia de um salário mínimo de benefício 
mensal à pessoa portadora de deficiência e ao 
idoso que comprovem não possuir meios de 
prover à própria manutenção ou de tê-la provida 
por sua família, conforme dispuser a lei. 
VI- A redução da vulnerabilidade 
socioeconômica de famílias em situação de 
pobreza ou de extrema pobreza. 
Art. 204. As ações governamentais na área da 
assistência social serão realizadas com recursos 
do orçamento da seguridade social, previstos 
no art. 195, além de outras fontes, e organizadas 
com base nas seguintes diretrizes: 
I - Descentralização político-administrativa, 
cabendo a coordenação e as normas gerais à 
esfera federal e a coordenação e a execução dos 
respectivos programas às esferas estadual e 
12. Lei instituirá sistema especial de inclusão 
previdenciária, com alíquotas diferenciadas, 
para atender aos trabalhadores de baixa renda, 
21 
 
 
 
 
 
municipal, bem como a entidades beneficentes 
e de assistência social; 
II - Participação da população, por meio de 
organizações representativas, na formulação 
das políticas e no controle das ações em todos 
os níveis. 
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao 
Distrito Federal vincular a programa de apoio à 
inclusão e promoção social até cinco décimos 
por cento de sua receita tributária líquida, 
vedada a aplicação desses recursos no 
pagamento de: 
I - Despesas com pessoal e encargos sociais; 
II - Serviço da dívida 
III - qualquer outra despesa corrente não 
vinculada diretamente aos investimentos ou 
ações apoiados 
Da educação: A educação, direito de todos e 
dever do Estado e da família, será promovida e 
incentivada com a colaboração da sociedade, 
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos 
seguintes princípios: 
I - Igualdade de condições para o acesso e 
permanência na escola; 
II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e 
divulgar o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções 
pedagógicas, e coexistência de instituições 
públicas e privadas de ensino; 
IV - Gratuidade do ensino público em 
estabelecimentos oficiais; 
V - Valorização dos profissionais da educação 
escolar, garantidos, na forma da lei, planos de 
carreira, com ingresso exclusivamente por 
concurso público de provas e títulos, aos das 
redes públicas; 
VI - Gestão democrática do ensino público, na 
forma da lei; 
VII - garantia de padrão de qualidade. 
VIII - piso salarial profissional nacional para os 
profissionais da educação escolar pública, nos 
termos de lei federal. 
X - Garantia do direito à educação e à 
aprendizagem ao longo da vida. 
As universidades gozam de autonomia didático- 
científica, administrativa e de gestão financeira 
e patrimonial, e obedecerão ao princípio de 
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e 
extensão, contudo, apesar dessas autonomias 
estão sujeitas á fiscalização pelo tribunal de 
contas. 
O dever do Estado com a educação será 
efetivado mediante a garantia de educação 
básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 
17 (dezessete) anos de idade, assegurada 
inclusive sua oferta gratuita para todos os que a 
ela não tiveram acesso na idade própria, sendo 
o acesso gratuito ao ensino obrigatório um 
direito público subjetivo. 
O ensino religioso, de matrícula facultativa, 
constituirá disciplina dos horários normais das 
escolas públicas de ensino fundamental. 
O ensino fundamental regular será ministrado 
em língua portuguesa, assegurada às 
comunidades indígenas também a utilização de 
suas línguas maternas e processos próprios de 
aprendizagem. 
Do desporto: 
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas 
desportivas formais e não-formais, como direito 
de cada um, observados: 
I - A autonomia das entidades desportivas 
dirigentes e associações, quanto a sua 
organização e funcionamento; 
II - A destinação de recursos públicos para a 
promoção prioritária do desporto educacional e, 
22 
 
 
 
 
 
em casos específicos, para a do desporto de alto 
rendimento; 
III - o tratamento diferenciado para o desporto 
profissional e o não- profissional; 
IV - a proteção e o incentivo às manifestações 
desportivas de criação nacional. 
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações 
relativas à disciplina e às competições 
desportivas após esgotarem-se as instâncias da 
justiça desportiva, regulada em lei. 
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo 
de sessenta dias, contados da instauração do 
processo, para proferir decisão final. 
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como 
forma de promoção social. 
Ciência e tecnologia: O Estado promoverá e 
incentivará o desenvolvimento científico, a 
pesquisa, a capacitação científica e tecnológica 
e a inovação. 
Comunicação social: A manifestação do 
pensamento, a criação, a expressão e a 
informação, sob qualquer forma, processo ou 
veículo não sofrerão qualquer restrição, 
observado o disposto nesta Constituição. 
É vedada toda e qualquer censura de natureza 
política, ideológica e artística. 
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística 
e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é 
privativa de brasileiros natos ou naturalizados 
há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas 
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham 
sede no País. 
Índios: São reconhecidos aos índios sua 
organização social, costumes, línguas, crenças e 
tradições, e os direitos origináriossobre as 
terras que tradicionalmente ocupam, 
competindo à União demarcá-las, proteger e 
fazer respeitar todos os seus bens. 
São terras tradicionalmente ocupadas pelos 
índios as por eles habitadas em caráter 
permanente, as utilizadas para suas atividades 
produtivas, as imprescindíveis à preservação 
dos recursos ambientais necessários a seu 
bem-estar e as necessárias a sua reprodução 
física e cultural, segundo seus usos, costumes e 
tradições. 
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos 
índios destinam-se a sua posse permanente, 
cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas 
do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. 
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, 
incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e 
a lavra das riquezas minerais em terras 
indígenas só podem ser efetivados com 
autorização do Congresso Nacional, ouvidas as 
comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada 
participação nos resultados da lavra, na forma 
da lei. 
§ 4º As terras de que trata este artigo são 
inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre 
elas, imprescritíveis. 
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas 
de suas terras, salvo, "ad referendum" do 
Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou 
epidemia que ponha em risco sua população, ou 
no interesse da soberania do País, após 
deliberação do Congresso Nacional, garantido, 
em qualquer hipótese, o retorno imediato logo 
que cesse o risco. 
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos 
jurídicos, os atos que tenham por objeto a 
ocupação, o domínio e a posse das terras a que 
se refere este artigo, ou a exploração das 
riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos 
nelas existentes, ressalvado relevante interesse 
público da União, segundo o que dispuser lei 
complementar, não gerando a nulidade e a 
extinção direito a indenização ou a ações contra 
a União, salvo, na forma da lei, quanto às 
benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé. 
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto 
no art. 174, § 3º e § 4º. 
Art. 232. Os índios, suas comunidades e 
organizações são partes legítimas para ingressar 
23 
 
 
 
 
 
em juízo em defesa de seus direitos e interesses, 
intervindo o Ministério Público em todos os atos 
do processo. 
#JURIS 
A proteção das terras tradicionalmente 
ocupadas pelos índios representa um aspecto 
fundamental dos direitos e das prerrogativas 
constitucionais assegurados ao índio. 
Sem ter a garantia de que irá permanecer nas 
terras por eles já tradicionalmente ocupadas, 
os índios ficam expostos ao risco da 
desintegração cultural, da perda de sua 
identidade étnica, da dissolução de seus 
vínculos históricos, sociais e antropológicos e 
da erosão de sua própria consciência. 
Entretanto, somente são reconhecidos 
aos índios os direitos sobre as terras que 
tradicionalmente ocupem se a área estiver 
habitada por eles na data da promulgação da 
CF/88 (marco temporal) e, 
complementarmente, se houver a efetiva 
relação dos índios com a terra (marco da 
tradicionalidade da ocupação). 
No caso concreto, por exemplo, o relatório 
elaborado pela FUNAI indicou que há mais de 
70 anos não existia comunidade indígena ou 
posse indígena no local em disputa. Logo, o 
marco temporal não estava preenchido, sendo, 
portanto, impossível reconhecer a posse 
indígena daquelas terras. Em outras palavras, 
não estavam atendidos os requisitos 
necessários para se reconhecer aquela área 
como sendo uma terra tradicionalmente 
ocupada por índios, nos termos do art. 231 da 
CF/88. 
No entanto, mesmo a terra não se 
enquadrando no conceito do art. 231, caput e § 
1º da CF/88, a União pode decidir acolher as 
populações indígenas naquela área. Para isso, 
porém, terá que desapropriar as terras, 
pagando justa e prévia indenização em 
dinheiro aos proprietários, considerando que, 
não sendo terras tradicionalmente ocupadas 
por índios, essa área não se constitui em bem 
da União (art. 20, XI). 
STF. 2ª Turma. RMS 29087/DF, rel. orig. Min. 
Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão, Min. 
Gilmar Mendes, julgado em 16/9/2014 (Info 
759). 
É inconstitucional a interpretação da legislação 
federal que possibilita o abate imediato de 
animais apreendidos em situação de maus- 
tratos. 
O art. 225, § 1º, VII, da CF/88 impõe a proteção 
à fauna e proíbe qualquer espécie de maus- 
tratos aos animais. 
O art. 25, § 1º da Lei nº 9.605/98 afirma que os 
animais apreendidos serão prioritariamente 
libertados em seu habitat ou, sendo tal medida 
inviável ou não recomendável por questões 
sanitárias, entregues a jardins zoológicos, 
fundações ou entidades assemelhadas, para 
guarda e cuidados sob a responsabilidade de 
técnicos habilitados. 
Até que os animais sejam entregues às 
instituições, o órgão autuante zelará para que 
eles sejam mantidos em condições adequadas 
de acondicionamento e transporte que 
garantam o seu bem-estar físico. 
Assim, não é constitucionalmente adequada a 
interpretação segundo a qual os animais 
devam ser resgatados de situações de maus- 
tratos para, logo em seguida, serem abatidos. 
STF. Plenário. ADPF 640 MC-Ref/DF, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgado em 17/9/2021 (Info 
1030). 
#PLUS 
Obs. O oabeiro PIRA quando cai direito 
adquirido. 
Segundo o STF NÃO há direito adquirido em face 
de: 
P- Poder constituinte originário 
I- Instituição ou Majoração de Tributos 
R- Regime Jurídico 
Atualização monetária (Mudança de Moeda) 
Não existe Vacatio legis para Emenda 
Constitucional 
24 
 
 
DICA DO DIA 74 
PROCESSO PENAL 
 
 
 
Os Direitos Fundamentais podem ser 
acrescentados a Constituição Federal 
Os Direitos Fundamentais são disposições 
DECLARATÓRIAS (a CF está declarando um 
direito que todo cidadão tem). Já as GARANTIAS 
CONSTITUCIONAIS são disposições 
ASSECURATÓRIAS, que, em defesa dos direitos, 
limitam o poder, ou seja, o cidadão tem um 
direito fundamental DECLARADO pela CF e por 
meio das Garantias Constitucionais esses 
direitos são ASSEGURADOS por meio de 
instrumentos que asseguram o exercício dos 
aludidos direitos ou reparam eventual violação. 
Obs.: A seguridade social assegura os direitos 
relativos: PAS 
(Previdência, assistência social e saúde) 
Obs.: O princípio da Unidade da constituição 
deriva de um entendimento doutrinário 
importante baseado no pensamento de que 
não existem normas constitucionais 
ORIGINÁRIAS inconstitucionais. Obs: O 
princípio da interpretação conforme a 
constituição interpreta normas 
INFRACONSTITUCIONAIS e não a constituição 
propriamente dita. É Técnica interpretativa, 
cujo objetivo é preservar a validade da norma, 
evitando que sejam declaradas 
inconstitucionais. A interpretação conforme 
poderá ser: Com redução de texto e sem 
redução de texto 
 
 
1. PROVAS 
O QUE DEVO SABER: 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre 
apreciação da prova produzida em contraditório 
judicial, não podendo fundamentar sua decisão 
exclusivamente nos elementos informativos 
colhidos na investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas 
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das 
pessoas serão observadas as restrições 
estabelecidas na lei civil. 
 
CADEIA DE CUSTÓDIA É PROCESSO DE 
TRAMITAÇÃO DA PROVA, O QUAL FOI 
INTRODUZIDO PELO PACOTE ANTICRIME. 
 
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o 
conjunto de todos os procedimentos utilizados 
para manter e documentar a história 
cronológica do vestígio coletado em locais ou 
em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e 
manuseio a partir de seu reconhecimento até o 
descarte 
 
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a 
preservação do local de crime ou com 
procedimentos policiais ou periciais nos quais 
seja detectada a existência de vestígio 
 
§ 2º O agente público que reconhecer um 
elemento como de potencial interesse para a 
produção da prova pericial

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