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Iluminismo ➢ Idade do mundo contemporâneo. O Iluminismo se iniciou como um movimento cultural europeu do século XVII e XVIII que buscava gerar mudanças políticas, econômicas e sociais na sociedade da época. Para isso, os iluministas acreditavam na disseminação do conhecimento, como forma de enaltecer a razão em detrimento do pensamento religioso. Vale ressaltar que os iluministas não eram ateus, porém, eles acreditavam que o homem chegaria a Deus por meio da razão ➢ . O precursor do iluminismo René Descartes (1596 – 1650), considerado o pai do racionalismo O pensamento iluminista foi importante para o desenvolvimento da ciência e do humanismo – que pregava a centralidade e racionalidade humana. Os iluministas também questionavam os poderes absolutistas dos governos, pregando assim maiores liberdades individuais e políticas. Na economia, não foi diferente, nesse período, as ideias desenvolvidas por Adam Smith (1723 – 1790) foram aceitas como uma forma de substituir o modelo mercantilista, pois os iluministas tinham uma crença em que esse novo meio econômico seria ideal para um maior progresso, liberdade e justiça social. Por fim, esse movimento também merece ser lembrado pelas consideráveis conquistas nos âmbitos sociais e nas liberdades individuais, pois a sua crença buscava uma maior igualdade entre as pessoas, pondo um fim nas sociedades estamentais – estrutura social em que não era permitido ascensão social e cada grupo tinha a sua função para a sociedade pré-determinada. Além disso, os ideais iluministas acabaram guiando diversas nações para o fim de governos absolutistas e para a busca da independência dos países que ainda estavam sob controle de uma nação estrangeira. Contexto histórico: Na política, o Absolutismo, que garantia poderes ilimitados aos seus governantes, foi um dos grandes alvos do movimento iluminista. Assim como o controle religioso, essa forma de governo também foi herdada da Idade Média, ela consistia em nobres governando e vivendo às custas da população, com a benção dos religiosos. O povo acabava se subjugando a esse formato de governo, seja pelo medo ou pela crença religiosa, e ainda ficavam como responsável por pagar impostos e trabalhar para que os nobres e o clero aproveitassem os seus diversos privilégios. Montesquieu (1689 – 1755): O autor sugeriu a tripartição do poder em legislativo, judiciário, e executivo, como forma de evitar abusos por parte das autoridades. Na questão econômica, o modelo mercantilista trazia duas questões determinantes para o contexto daquele momento histórico. 1) O modelo econômico acabou enriquecendo a burguesia – formada por profissionais liberais e comerciantes -, que com o passar dos anos começaram a questionar a estrutura da sociedade da época; 2) O mercantilismo era um modelo econômico em que o Estado intervia demais, limitando assim a liberdade dos agentes econômicos em uma sociedade. Além disso, nesse período surgia um novo economista, Adam Smith, pregando um modelo econômico mais livre e com uma capacidade de geração de riqueza muito maior do que era usado até então, o capitalismo. E com base nesse contexto econômico apresentado, o movimento iluminista se caracterizou por ser contrário ao mercantilismo, pregando assim um sistema mais livre, racional e justo, na qual existia a possibilidade de ascensão social por parte dos cidadãos. Por fim, vale lembrar que o conceito de propriedade privada não estava muito bem estabelecido na Idade Média e foi um ponto importante nos debates iluministas. Entretanto, não havia consenso entre os próprios intelectuais do movimento, pois John Locke (1632 – 1704) enfatizava o direito natural do homem a propriedade, ao passo que Rousseau (1712 – 1778) ia na direção oposta, na qual apontava a propriedade privada como a razão dos males da humanidade. Quais as suas principais ideias? Podemos sintetizar as principais ideias iluministas da seguinte forma: I. Valorização do pensamento racional. Os Iluministas consideravam a razão e a possibilidade de se questionar e investigar como o melhor instrumento para se alcançar qualquer tipo de conhecimento; II. Defendiam os direitos dos indivíduos por acreditarem que todos deveriam ter seus direitos naturais, como à vida e liberdade, protegidos; III. Eram críticos aos regimes absolutistas e autoritários, que até então dominavam o cenário europeu. Por isso defendiam uma maior divisão do poder do Estado; IV. Defendiam a liberdade política, econômica e religiosa de todos perante a lei; V. Criticavam o conhecimento sob controle da Igreja Católica, embora não fossem contra a crença em Deus; VI. Defendiam um novo sistema econômico (capitalismo), em troca do criticado mercantilismo; VII. Eram contra todos os privilégios da nobreza e do clero. ➢ Os ideais iluministas foram pontos centrais na Revolução Francesa, de 1789. Os conceitos de igualdade, liberdade e fraternidade, desenvolvidos pelos iluministas, foram aplicados durante o processo revolucionário francês. ➢ No Brasil, diversos movimentos basearam-se nos ideais iluministas, como foi o caso da Inconfidência Mineira. Os mineiros não queriam mais ficar sob a tutela dos portugueses, pois assim como ocorreu nos Estados Unidos, eles estavam cansados da política fiscal dos colonizadores. ➢ Em 1776, a Revolução Americana, que culminou na independência dos Estados Unidos, também foi inspirada nos ideais iluministas. Os americanos que viviam sob forte controle britânico começaram a questionar os impostos e a presença militar em seu território Impulsionados pelos ideais de liberdade dos iluministas, os nativos resolveram expulsar os ingleses após consecutivos problemas originados pelas leis fiscais criadas para beneficiar os colonizadores. Após a vitória na guerra pela independência, os Estados Unidos instituíram uma república presidencialista, o federalismo e as liberdades individuais. Na primeira eleição, George Washington (1732 – 1799) venceu a votação e se tornou o primeiro líder americano eleito democraticamente. ✓ Voltaire. Voltaire foi um filósofo francês muito importante, suas ideias foram essenciais não só para o movimento iluminista, mas também apara a Revolução Francesa. ✓ Jean-Jacques Rousseau ✓ Montesquieu ✓ Adam Smith ✓ Denis Diderot despotismo esclarecido é uma expressão que designa uma forma de governar característica da Europa continental da segunda metade do século XVIII que, embora partilhasse com o absolutismo a exaltação do Estado e do poder do soberano, era animada pelos ideais de progresso, reforma e filantropia do Iluminismo, mas, por outro, não eram aceitas todas as ideias do Iluminismo, com a definição entre a combinação desses diferentes ideais e a sua concretização pertencendo ao próprio déspota. literatura Arcadismo O Arcadismo foi um movimento literário que surgiu na Europa no século XVIII. O movimento foi caracterizado pela valorização da vida bucólica, vivida no campo e com simplicidade. O Arcadismo também valorizava muito os elementos da natureza. Os escritores do período, que ficaram conhecidos como árcades, buscavam se distanciar da forma de escrita do Barroco, a escola literária anterior, que era caracterizado por exageros e excessos. Os autores do Arcadismo costumavam assinar seus trabalhos com pseudônimos baseados nos nomes de pastores da poesia grega ou latina. Isso explica a presença da mitologia greco-romana e do pastoralismo nas obras arcadistas. Temas tratados no Arcadismo Os poetas árcades escreviam sobre temáticas relacionadas com as belezas do campo e a paz da natureza, contemplando a vida simples. Costumavam criticar e desprezar a vida nas grandes cidades e centros urbanos, pela agitação e pelos problemas da vida moderna. Os árcades eram formados pela sociedade burguesa da época, que repudiava o comportamento mais "selvagem" da vidasocial. Eles preferiam a simplicidade do "homem natural" como ideal de vida, como escreveu o filósofo Jean-Jacques Rousseau. Características do Arcadismo Entre as principais características do Arcadismo estão: ➢ obras inspiradas em modelos clássicos greco-latinos e renascentistas, ➢ influência da mitologia pagã e da filosofia francesa, ➢ forma de escrita simplificada, ➢ poetas simples e humildes, ➢ bucolismo e pastoralismo, ➢ busca por valores da natureza, ➢ escrita em tom confessional, ➢ espontaneidade dos sentimentos, ➢ apego pela vida simples, ➢ valorização da pureza, beleza e ingenuidade, ➢ uso de expressões em latim. Arcadismo no Brasil No Brasil o Arcadismo surgiu no meio do século XVIII. O contexto histórico era o auge do ciclo de ouro em Minas Gerais e o período máximo da divulgação dos pensamentos iluministas pelo mundo. Da mistura das vivências de conflitos sociais com os ideais culturais trazidos pelo Iluminismo surgiram muitos poetas árcades neste período. No Brasil o Arcadismo teve como marco inicial a publicação de “Obras Poéticas” de Cláudio Manuel da Costa em 1768. A fundação da Arcádia Ultramarina em Vila Rica também foi um marco importante no Arcadismo brasileiro. A Arcádia Ultramarina era uma associação que reunia os autores árcades brasileiros. Autores do Arcadismo no Brasil Os principais escritores brasileiros desse período foram: ➢ Cláudio Manuel da Costa, ➢ Santa Rita Durão, ➢ Basílio da Gama, ➢ Tomás Antônio Gonzaga, ➢ Manuel Inácio da Silva Alvarenga. ➢ Obras do Arcadismo no Brasil Algumas das obras mais conhecidas do Arcadismo são: ➢ Caramuru (Santa Rita Durão), ➢ O Uruguai (Basílio da Gama), ➢ Cartas Chilenas (Tomás Antônio Gonzaga), ➢ Poema Épico do Descobrimento da Bahia (Santa Rita Durão).
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