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Fisiologia animal: Potencial de membrana da célula. Maria Eduarda Backes Perin Data: 10/08/2021 Potencial de repouso da membrana: → O potencial de repouso da membrana é determinado pela distribuição desigual de íons (partículas carregadas) entre o interior e o exterior da célula e pela permeabilidade da membrana diferenciada para diferentes tipos de íons. → Um neurônio em repouso (sem sinalização) tem uma voltagem em sua membrana chamada de potencial de repouso da membrana, ou simplesmente potencial de repouso. → Há maior concentração de K+ no LIC porque ele é mais permeável na membrana. → Potencial de membrana nervosa em repouso: Ocorre quando não se tem sinais nervosos transmitidos, tendo um valor de cerca de -90mV então meio intracelular é negativo em sua região adjacente à membrana. No meio intracelular tem-se uma maior concentração de potássio k-, em relação ao sódio Na+ que possui uma maior concentração em meio extracelular. → A membrana é muito mais permeável ao K + do que ao Na +, por isso o potencial de repouso é próximo ao potencial de equilíbrio do K (o potencial que seria gerado pelo K se ele fosse o único íon no sistema). → LIC – carga negativa, mais íons de K+ (- 90Mv). → A bomba de Na+ e K+ mantem essa estabilidade, no meio LIC carga negativa e no meio LEC carga positiva. → Para que ocorra impulsos nervosos, é preciso ocorrer uma inversão de cargas. OBS: Em casos de desordem nesses impulsos pode acontecer uma cambrea por exemplo. Potencial de ação: → Potencial de ação: Fenômeno das células excitáveis (como neurônios e as musculares) e consiste na rápida despolarização seguida por repolarização do potencial de membrana. → Despolarização rápida: quando um potencial de membrana muda de −70 mV para +30 mV. Potencial negativo para positivo. → Repolarização: o potencial da membrana retorna de +30 mV para o seu nível de repouso, que é de −70 mV. Potencial positivo para negativo e volta para o potencial de repouso da membrana → Pós-hiperpolarização: o potencial de membrana fica bem pouco tempo no repouso; a permeabilidade do potássio continua elevada por pouco tempo (de 5 a 15 milésimos) depois que o potencial de membrana chega ao potencial de repouso. Bomba de Na+ e K+: → Estão presentes em todos os tecidos, sendo uma bomba eletrogênica, ou seja, gerando uma diferença de potencial entre a parte intra e extracelular. É uma bomba auto-reguladora → Ex.: quanto mais íon sódio houver dentro da célula mais rápido ela irá bombear o mesmo para fora e ao mesmo tempo irá bombear o íon potássio para dentro da célula. Canais de membrana: Canais iônicos controlados por voltagem nos potenciais de ação. As mudanças na permeabilidade associadas às fases de um potencial de ação se devem à abertura e ao fechamento dependentes do tempo dos canais iônicos para sódio e potássio controlados por voltagem, que se localizam, primariamente, na membrana plasmática do cone axonal e do axônio. Canais iônicos: → São responsáveis pela excitabilidade elétricas das células; → São nanoporos aquosos formados por proteínas imersas na membrana celular e sua função é permitir o transporte de íons a favor do gradiente eletroquímico. → Existe vários tipos de canais; → Como os canais seletivos: Seletividade se baseia tanto no tamanho do canal quanto nas cargas que o revestem. Ex.: Canais revestidos de carga negativa permitem passagem de cátions, mas excluem ânions. Gates Canais dependentes de voltagem: → Abrem e fecham em resposta à alterações do potencial de membrana → Ex.: Comporta de ativação do canal de Na+ no nervo é aberto pela despolarização da membrana celular do nervo; a abertura do canal é responsável pelo curso de potencial de ação. Canais dependentes ligantes: → Abrem e fecham em resposta à ligação de ligantes como hormônios, neurotransmissores ou segundos mensageiros → Ex.: receptor nicotínico da placa motora é um canal iônico que se abre quando a Acetilcolina se liga à ele, e quando abre, é permeável aos íons Na+ e K+. Canais voltagem dependente – K, Na e Cl- Canais vazantes de K são mais numerosos; → Membrana é muito permeável (condutância) ao K+ → O canal de K+ é o mais numeroso e é um dos responsáveis pela manutenção do potencial de membrana Canais de vazamento de Na → Condutância do Na é baixa → Canais de Na e Cl são menos numerosos; Estado dos Canais: Estado de repouso: canal fechado, mas pode se abrir, ou seja, ser ativado a qualquer momento. Ex..: Polarização e pós hiperpolarização. Estado ativo: canal aberto, permitindo passagem do fluxo iônico. Ex.: Despolarização e repolarização. Estado refratário: canal fechado e não pode ser fechado. Ex.: Hiperpolarização (não recebe impulsos nervosos). OBS: A diferença entre as cargas da membrana é denominada de potencial de repouso da membrana, porque, nesse momento, a célula não está recebendo nem transmitindo nenhum sinal. X Já o potencial de ação é uma mudança grande e rápida no potencial da membrana, produzida pela despolarização da membrana plasmática de uma célula excitável — nervos e músculos — em resposta aos potenciais graduados que atingiram o limiar. * IMPULSOS NERVOSOS! Os P.A. são mecanismos básicos para transmissão da informação n sistema nervoso e nos músculos. Potencial de ação: → Um potencial de ação começa quando uma despolarização aumenta a voltagem da membrana de modo que ela ultrapasse o valor limiar (geralmente por volta de - 55−mV). → Nesse limiar, canais de Na + dependentes de voltagem se abrem na membrana, permitindo que muitos íons de sódio entrem rapidamente na célula. Esse influxo de sódio faz com que o potencial da membrana aumente muito rapidamente, subindo até aproximadamente +40 mV. → Após um curto período de tempo, os canais de sódio se autoinativam (se fecham e tornam-se irresponsivos à voltagem), cessando o influxo de sódio. Um conjunto de canais de potássio dependentes de voltagem se abrem, permitindo que o potássio saia da célula por seu gradiente eletroquímico. Esses eventos rapidamente diminuem o potencial da membrana, trazendo-o de volta ao seu estado normal de repouso. → Os canais de sódios dependentes de voltagem permanecem abertos um pouco mais do que o necessário para trazer a membrana de volta ao potencial de repouso. Isso resulta em um fenômeno chamado "póspotencial hiperpolarizante" , no qual o potencial da membrana fica brevemente abaixo (mais negativo) do potencial de ação. → Eventualmente, os canais de potássio dependentes de voltagem se fecham e o potencial da membrana se estabiliza no potencial de repouso. Os canais de sódio retornam ao seu estado normal (permanecem fechados, mas se tornam novamente responsivos à voltagem). O ciclo do potencial de ação pode então começar de novo. Fonte da imagem: https://nutridiversidade.com.br/sistema-nervoso- potencial-de-acao-impulso-nervoso/ Estímulos limiares: Ocorre quando a célula atinge o limiar de excitação, ocorrendo inversão da polaridade da membrana plasmática ocorrendo o potencial de ação que se propagará ao longo de toda membrana. Estímulos sub-limiares: O organismo recebe muito mais estímulos do que é capaz de codificar, e esses estímulos não codificados são chamados de sub-limiares. Como o próprio nome sugere o limiar de excitação da célula não chega a ocorrer, a membrana não é despolarizada e não ocorre o potencial de ação. Termos importantes sobre o potencial de ação: → DESPOLARIZAÇÃO: Torna O POTENCIAL DE MEMBRANA MENOS NEGATIVO. Isso porque os canais de sódio e potássio abrem- se, sendo o efeito do sódio o mais notável, o qual vai a favor do gradiente eletroquímico e entra na célula. → HIPERPOLARIZAÇÃO: Torna O POTENCIAL DE MEMBRANA MAIS NEGATIVO. A abertura de canais que permitema saída de íons positivos da célula (ou que permitem a entrada de íons negativos) podem causar a hiperpolarização. Exemplo: a abertura de canais que permitem que K + saia da célula ou que permitem a entrada de Cl - na célula. → REPOLARIZAÇÃO: diminuição da permeabilidade da membrana ao íon sódio e aumento da permeabilidade ao íon potássio, isso ocorre, pois os canais de sódio voltagem dependentes começam a fechar e os canais de potássio voltagem dependentes começam a abrir, com o consequente influxo de potássio. → Corrente de Influxo: Fluxo da carga positiva para interior da célula. → Corrente de Efluxo: Fluxo da carga positiva para fora da célula. → Limiar: é o potencial de membrana no qual é inevitável a ocorrência do potencial de ação. → Período refratário: é o período durante o qual nenhum outro potencial de ação normal pode ser gerado em uma célula excitável. Características do potencial de ação: 1. Tamanho e forma estereotípicos: Nem todo potencial de ação é igual, possuem forma e tamanho diferentes. 2. Propagação: Passa o impulso para o próximo, como um choque. 3. Resposta tudo ou nada: Ex.: ou se tem estimulo ou não tem, não é possível ter meio estimulo. Eventos do P.A. no músculo e nervo 1. Potencial de repouso – Permeabilidade do K alta; Canais de K totalmente abertos; permeabilidade do Na é baixa; 2. Curso ascendente do P.A – Corrente de influxo, despolarização inicial, abrem as comportas de ativação de canais de Na, e a condutância desse íon aumenta; Corrente de influxo de Na; 3. Repolarização do potencial de Ação: Curso ascendente termina e o potencial de membrana se repolariza em direção ao nível de repouso. Primeiro, as comportas de inativação dos canais de Na respondem à despolarização se fechando, mas sua resposta é muito mais lenta do que abertura das comportas de ativação. Após o retardo, as comportas de inativação fecham canais de Na, terminando curso ascendente. Segundo a despolarização abre canais de K e aumenta a permeabilidade desse íon para um valor até mais alto do que ocorre no repouso. O efeito do fechamento dos canais de Na e da maior abertura dos canais de K torna a condutância do K muito maior do que a de Na. Disso, resulta corrente de efluxo de K e a membrana é repolarizada. 4. Pós potencial hiperpolarizante: Por um breve período que se segue à repolarização, a condutância do K é mais alta do que em repouso, e o potencial de membrana é impulsionado para o mais próximo do potencial de equilíbrio de K. A membrana está pronta agora, se estimulada para novo potencial de ação. Mecanismos iônicos do potencial de ação: Durante e logo em seguida ao potencial de ação, a membrana está menos excitável do que quando está em repouso. Esse período é chamado de período refratário e ele tem duas fases: absoluta e relativa. Relativo: Abrange toda a fase de despolarização e a maior parte da repolarização (1 a 2 ms). Nesse período não há como gerar outro potencial de ação, mesmo que haja um estímulo forte Absoluto: Ocorre na sequência da absoluta, durando entre 5 a 15 ms. Nesse momento já é possível gerar um novo potencial de ação, mas o estímulo precisa ser forte para que possa atingir o limiar. Propagação do potencial de ação: Esses mecanismos são diferentes de acordo com as características do axônio: COM MIELINA Ou SEM MIELINA Sem mielina: Logo após o início da condução, ocorre o potencial de ação separando a carga dos líquidos extra e intracelular. Essa separação atua como força para movimentar a corrente. Na propagação da condução, a corrente despolariza a região adjacente da membrana até o limiar, elicitando um potencial de ação naquele local. Na sequência, as propagações continuam despolarizando as demais regiões adjacentes, até que o potencial de ação tenha sido propagado até o botão terminal. Os períodos refratários impedem que os potenciais de ação se desloquem na direção da contração. Com mielina: Um potencial de ação produz gradientes elétricos nos líquidos intra e extracelular semelhantes aos axônios sem mielina. A diferença é que, uma vez que flui pouca corrente através da membrana em que a mielina proporciona isolamento, é necessário que a corrente flua o caminho todo até o nódulo de Ranvier, onde despolariza essa área da membrana até um limiar e inicia potencial de ação. Papel de outros íons no P. A. → Canais de Ca voltagem dependentes → São muito permeáveis ao Na, assim como ao Ca++ → São também chamados canais de Ca e Na → Tem ativação lenta (10 a 20 x mais lento que canais de Na) → São chamadas de canais lentos e canais de Na, canais rápidos → Muito presente músculos liso e cardíaco
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