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Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Radiologia 2 – 2020.2 Lesões do órgão dentário São lesões que acometem no órgão dentário já formado, atingido a porção coronária ou radicular. Lesões na porção coronária • Fraturas coronárias; É vista como uma radioluscência, sendo um aspecto de descontinuidade do contorno coronário; com contornos transversais, oblíquos ou longitudinais (pode levar a perda dentária). • Desgastes; Perda de tecido dentário, que ocorre por erosão, abrasão e atrição. Na erosão: perda de esmalte ou dentina ao longo da margem gengival, de causa idiopáticas, mas podem ser causadas por substâncias químicas. Radiopacidade concava em forma de cunha. Abrasão: geralmente é causada pela ação mecânica; causada ela escovação, fio dental e hábitos. Radiolucidez bem delimitada, com forma semilunar com bordas, sendo possível ver o aumento de densidade. Atrição: relacionada com hábitos mastigatórios ou bruxismo. Tem-se a retificação da superfície oclusal ou incisal, perda do esmalte dentário, o envolvimento de vários dentes, é relacionada com a esclerose pulpar; pode haver perda óssea. • Radiolucencias; São características de cáries, materiais restauradores radiolúcidos e ou de velamento cervical. Cáries: interproximais; oclusais; vestibulares, palatinas ou linguais; cementarias; caries recorrentes; elas podem resultar na perda da continuidade do tecido dentário. OBS.: radiografia panorâmica não é ideal para visualizar cáries. ➢ Cáries interproximais: são diagnosticadas mais precocemente pelo exame radiográfico interproximal; a área radiolúcida abaixo do ponto de contato interproximal. ➢ Cárie oclusal: são mais facilmente diagnosticadas pelo exame clínico; tem área radiolúcida com limites pouco definidos. ➢ Cáries vestibulares, palatinas ou linguais: imagem radiolúcida bem delimitada; por ser uma imagem bidimensional, não é possível determinar onde está localizada no paciente. ➢ Cáries radiculares ou cementarias: localiza- se entre o esmalte e a gengiva marginal livre; Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Radiologia 2 – 2020.2 ocorre em maior grau na população idosa, podendo ser confundida com velamento cervical (Burn Out). ➢ Cáries recorrentes: são encontradas adjacentes às restaurações, tem-se uma imagem radiolucida ao longo da margem da restauração. Materiais restauradores: o que diferencia das caries é o formato do preparo cavitário, sendo lisos e regulares; a presença de caries nesse material podem ser ocultados, precisando ser avaliado clinicamente. Velamento cervical: áreas de radiolucentes, localizadas na região cervical, entre a crista cervical e o esmalte dentário; provocada pela anatomia do dente com decréscimo da absorção de raios X nesta região. • Mineralização; As dentinas são secundárias, reacional ou irregular., que ocorrem em respostas às mudanças patológicas e/ou fisiológicas; assim é notado um aumento de radiopacidade, diminuição da câmara pulpar – dente atresiado. • Nódulos pulpares; Calcificações focais ovaladas ou arredondadas dentro da câmara pulpar ou do conduto radicular, de etiologia desconhecida, não associada a distúrbios sistêmicos ou agressões à polpa, podendo acometer um ou vários dentes, sendo únicos ou múltiplos, geralmente se tem a indicação de tratamento endodôntico. • Esclerose pulpar; Calcificação da polpa e do conduto pulpar, de etiologia desconhecida, porém fortemente relacionada com a idade; podem acometer um ou vários dentes. Na radiografia, aparece como calcificações difusas no interior da câmara pulpar, podendo ser caso de tratamento endodôntico. Lesões na porção radicular • Reabsorção fisiológicas; São chamadas de rizólise, precedem a esfoliação do dente permanente, podendo estar alterada (até mesmo, não ocorrer) quando há ausência do elemento dentário permanente correspondente, podendo ocorrer mesmo na ausência do elemento dental corresponde. Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Radiologia 2 – 2020.2 • Reabsorção patológicas; São de origens idiopáticas ou relacionadas as infecções crônicas, excessiva pressão e função ou a lesões. Interna: origina dos odontoclastos originários de células da polpa. - Radiograficamente: imagem radiolúcida oval, arredondada ou alargada, delimitada na raíz. Externa: origina dos odontoclastos originários de fora do dente ou do ligamento periodontal. Ocorre mais frequentemente no terço apical, estando associados a dentes impactos ou a lesões; a lâmina dura não sofre alterações. - Radiograficamente: imagem radiolucente com margens irregulares e proximidade da cavidade pulpar. OBS.: é comum que ocorra reabsorção radicular mínima originada da força causada pelo tratamento ortodôntico. OBS.: é uma lesão que se desenvolve de fora para dentro. OBS.: quando há avulsão dentária, é comum que o dente venha, ao longo dos anos, ser reabsorvido. OBS.: quando há uma reabsorção do ápice, pode haver uma mudança na anatomia, fazendo com que ele fique mais aplainado. • Fraturas; 7% ocorre por injúrias traumáticas, sendo os ICS mais acometidos; essas fraturas podem estar associadas a fraturas do osso alveolar (região anteroinferior). Há perda de sensibilidade temporária, e tendem a aumentar a separação dos fragmentos com o tempo. Na radiografia, é possível visualizar uma linha radiolucida. OBS.: a visualização pode ser feita da melhor forma com a tomografia, ou com radiografia com variação de ângulos verticais e horizontais. OBS.: algumas situações se assemelham a fraturas, como a presença de coroa metálica, sendo assim, o exame radiográfico não é tão eficaz para determinar a presença/ausência de fraturas. • Perfurações; Tem origem iatrogênica, na sua maioria causadas pelos profissionais durante o tratamento dentário, quando o longo eixo radicular não é respeitado. - Radiograficamente: imagem radiolúcida na porção radicular adjacente a área de rarefação óssea. • Hipercementoses; Deposição excessiva de cemento radicular, causada por trauma, extrusão, infecção periapical, doença de Paget, gigantismo e acromegalia. OBS.: única condição em que conseguimos diferenciar o cemento da dentina, pelo excesso de deposição. OBS.: concede informações importantes para a realização de exodontia. - Radiograficamente: lâmina dura e espaço do ligamento periodontal preservados (exceto em Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Radiologia 2 – 2020.2 Paget) e deposição excessiva de cemento em torno da raiz (arredondamento), mais evidente na região apical. Referências: FREITAS, A.; ROSA, J.; SOUZA, I. F. Radiologia Odontológica. 6ª edição. Artes Médicas. FENYO-PEREIRA, Marlene; CRIVELLO JÚNIOR, Oswaldo; LASCALA, César Ângelo; et al. Radiologia odontológica e imaginologia. [S.l: s.n.], 2013.
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