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LESÕES DO ÓRGÃO DENTÁRIO - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE AULA 4 - LESÕES DO ÓRGÃO DENTÁRIO - Afetam a coroa e/ou a porção radicular - Geralmente ocorrem durante ou após a formação / desenvolvimento dentário - Esmalte, dentina e câmara pulpar PORÇÃO CORONÁRIA - Fraturas coronárias - Desgastes - Radioluscência - cárie e/ou material restaurador radiolúcido - Mineralização - Nódulos pulpares FRATURAS CORONÁRIAS ● Radioluscência ● Aspecto de descontinuidade dos tecidos dentários do contorno coronário - Completa: Separa os fragmentos - Incompleta: Fratura sem separação das partes acometidas ● Transversais / horizontais ● Oblíquas ● Longitudinais / verticais ● Radiografias com variação de ângulos verticais e horizontais ● Avaliação da presença e extensão de fraturas através de radiografias periapicais DESGASTES - EROSÃO, ABRASÃO E ATRIÇÃO EROSÃO: ● Perda de esmalte e dentina ao longo da margem gengival ● Idiopática ● Desgaste provocado por substâncias químicas (dietas, vômitos frequentes, refluxo) - Exposição do tecido dentário a um ácido ● Radiograficamente: - Coroa com menor radiopacidade - Forma côncava radiopaca em cunha do tecido dentário na margem gengival - Mais comumente observado na face palatina ou lingual dos dentes - Exposição de dentina ABRASÃO: ● Desgaste provocado pela ação mecânica - Escovação com força acima da necessária - Fio dental - região cervical - Hábitos ● Radiograficamente: - Radiolucidez bem delimitada - Região interproximal - Desgaste de forma semilunar com bordas com aumento de densidade LESÕES DO ÓRGÃO DENTÁRIO - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ATRIÇÃO: ● Desgaste relacionado com hábitos mastigatórios ou parafuncionais - Bruxismo ● Retificação ou aplainamento da superfície oclusal / incisal dos dentes ● Perda do esmalte dentário ● Perda da dimensão vertical dos dentes - altura da coroa ● Vários dentes envolvidos ● Relacionada com esclerose pulpar - Produção de dentina para proteger a polpa - Cavidade pulpar pode ser obliterada pela dentina ● Perda de osso da crista óssea alveolar RADIOLUCÊNCIAS - Cárie - Materiais restauradores radiolúcidos - Velamento cervical CÁRIE: ● Radiolucência ● Perda mineral de continuidade no tecido dentário ● A progressão histológica da lesão é maior do que é possível visualizar na radiografia - Para que apareça radiolúcido na radiografia, deve perder aproximadamente 40% do teor mineral ● Radiograficamente: Radiografia panorâmica não indicada para diagnóstico de cárie - Radiografias interproximais são indicadas ● Interproximais - São diagnosticadas pelo exame radiográfico interproximal - Área radiolúcida abaixo do ponto de contato interproximal - Menor dimensão quando está a nível de esmalte - maior espalhamento quando atinge a dentina - “Triângulo”: Ápice na região de junção amelodentinária ● Oclusais - São mais facilmente diagnosticadas pelo exame clínico - Área radiolúcida com limites pouco definidos - Regiões de cicatrículas e fissuras - Progride rapidamente - Cáries incipientes de difícil detecção - Tênue linha radiolúcida difusa abaixo da junção do esmalte com a dentina (JED) ● Vestibulares, palatinas ou linguais - Imagem radiolúcida bem delimitada - Imagem bidimensional - Sobreposição dos tecidos vestibulares e palatinas ou linguais - sem profundidade ● Cementárias - Cáries radiculares - Localiza-se entre o esmalte e a gengiva marginal livre - 40-60% na população idosa LESÕES DO ÓRGÃO DENTÁRIO - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE - Podem ser confundidas com velamento cervical (burn out) ● Cáries recorrentes - Adjacentes ao material restaurador - Radiolucência difusa ao longo da margem da restauração - Materiais de base e forramento podem ser confundidos com cáries recorrentes - radiolucência com aspecto “certinho” - Diferencial - radiolucência com aspecto difuso MATERIAIS RESTAURADORES: ● Diferencial: Preparo cavitário com superfícies lisas e regulares - “certinho” ● Cáries recorrentes nesses materiais podem ser ocultadas ● Decisão do tratamento é feita pela história e exame clínico VELAMENTO CERVICAL (BURN OUT): ● Áreas radiolucentes ● Localizados na região cervical entre a crista cervical e o esmalte ● Provocada pela anatomia do dente com um decréscimo da absorção dos raios-x nesta região cervical ● Crista óssea com altura normal - periodonto saudável MINERALIZAÇÕES MINERALIZAÇÃO DA DENTINA: ● Dentina secundária, reacional ou irregular ● Resposta às mudanças patológicas e/ou fisiológicas (idade) ● Aumento de radiopacidade, diminuição da câmara pulpar ● Dente atresiado NÓDULOS PULPARES: ● Calcificações focais ovaladas ou arredondadas radiopacas dentro da câmara pulpar ou do conduto radicular ● Etiologia desconhecida, não associada a distúrbios sistêmicos ou agressivos à polpa ● Podem acometer um ou vários dentes ● Únicas ou múltiplas ● Importância: Durante o tratamento endodôntico - atrapalha ESCLEROSE PULPAR: ● Calcificação da polpa e do conduto pulpar - “Parece que o dente é todo formado de dentina na região de câmara e conduto pulpar” ● Etiologia fortemente relacionada com a idade - Deposição de dentina secundária ● Podem acometer um ou vários dentes ● Pode “escurecer” os dentes - amarelamento ● Radiograficamente: - Calcificações difusas no interior da câmara pulpar - Ausência da câmara pulpar ● Importância: Durante o tratamento endodôntico - atrapalha LESÕES DO ÓRGÃO DENTÁRIO - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE PORÇÃO RADICULAR - Reabsorções fisiológicas - Reabsorções patológicas - Fraturas - Perfurações / trepanações - iatrogenia - Hipercementoses REABSORÇÃO RADICULAR FISIOLÓGICA / RIZÓLISE ● Precedem a esfoliação do dente permanente ● Pode estar alterada quando há ausência do germe / elemento dental permanente correspondente ● Ocorre a rizólise mesmo na ausência do elemento dental dental permanente REABSORÇÃO RADICULAR PATOLÓGICA ● Origem idiopática ou relacionada com infecções crônicas, excessiva pressão e função ou a lesões ● Interna: Odontoclastos originários de células da polpa ● Externa: Odontoclastos originários fora do dente ou ligamento periodontal ● Radiograficamente: - Imagem radiolúcida oval, arredondada ou alargada no canal radicular, delimitada na raiz - Aumento pontual do diâmetro do canal radicular - Reabsorção das paredes radiculares e de dentina na região acometida REABSORÇÃO RADICULAR EXTERNA ● Pode ocorrer em toda a região de raiz, na região de ápice e, ocasionalmente, a porção lateral radicular ● Lâmina dura com aparência normal ● Dentes impactados/ retidos ● Pode ocorrer em dentes que sofreram traumatismo ● Comum durante o tratamento ortodôntico e/ou endodôntico ● Radiograficamente: - Imagem radiolucente, margens irregulares e proximidade da cavidade pulpar FRATURAS RADICULARES ● 7% das injúrias traumáticas ● O incisivo central superior é mais acometido ● Podem estar associados à fraturas do osso alveolar (região ântero-inferior) ● Perda de sensibilidade temporária (6 meses) ● Tendem a aumentar a separação (distância entre os fragmentos) com o tempo (hemorragia, edema) ● Traço radiolúcido - Fraturas transversais - Fraturas oblíquas - Fraturas longitudinais/ verticais - mais difícil de tratar - exodontia LESÕES DO ÓRGÃO DENTÁRIO - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ● Diagnóstico radiográfico de fratura radicular: - Radiografias com variação de ângulos verticais e horizontais - Facilitar a visualização do traço de fratura PERFURAÇÕES / TREPANAÇÃO ● Origem iatrogênica - Ocorre durante o tratamento protético ou endodôntico ● Radiograficamente: - Imagem radiolúcida difusa na porção radicular adjacente a área de rarefação/perda óssea HIPERCEMENTOSE ● Deposição excessiva de cemento radicular ● Fatores etiológicos: - Extrusão / trauma oclusal - Infecção periapical - Doença de Paget - Gigantismo - Acromegalia ● Importante: Dificulta a realização de exodontias ● Radiograficamente: - Alteração no formato da raiz - Deposição excessiva de cemento em torno da raiz, maisevidente na região apical - Lâmina dura e espaço do ligamento periodontal preservados (exceto no caso da doença de Paget)
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