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Apostila_Teoria Geral do Processo de Trabalho

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TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 1 
Apresentação .......................................................................................................................................... 6 
Aula 1: Processo do Trabalho ............................................................................................................ 8 
Introdução ........................................................................................................................................... 8 
Conteúdo ............................................................................................................................................. 9 
Conceito de Direito Processual do Trabalho ......................................................................... 9 
Ciência jurídica .................................................................................................................................. 10 
Da autonomia do Direito Processual do Trabalho ............................................................ 10 
Duas correntes doutrinárias distintas ..................................................................................... 10 
Órgãos do poder judiciário brasileiro ..................................................................................... 13 
Conselho Nacional de Justiça .................................................................................................... 14 
Início da organização da justiça do trabalho nas constituições brasileiras ........... 14 
Organização da justiça do trabalho nas constituições brasileiras ............................. 15 
Atividade proposta........................................................................................................................... 15 
Organização da justiça do trabalho após a EC nº 24/99 ................................................ 16 
Três graus de jurisdição ................................................................................................................ 16 
Os juízes de direito investidos de jurisdição trabalhista ................................................. 20 
Aprenda Mais .................................................................................................................................... 21 
Referências ........................................................................................................................................ 21 
Exercícios de fixação ...................................................................................................................... 22 
Chaves de resposta ......................................................................................................................................................27 
Aula 2: Princípios Gerais e Singularidades .............................................................................. 29 
Introdução ......................................................................................................................................... 29 
Conteúdo ........................................................................................................................................... 30 
Princípios gerais do processo do trabalho............................................................................ 30 
Princípios processuais constitucionais ................................................................................... 30 
Princípio da igualdade ou isonomia ........................................................................................ 31 
Princípio do contraditório ............................................................................................................ 31 
Princípio da ampla defesa ............................................................................................................ 32 
Princípio da imparcialidade do juiz .......................................................................................... 32 
Princípio da motivação das decisões ...................................................................................... 32 
Princípio do devido processo legal .......................................................................................... 33 
Princípio da razoabilidade da duração do processo ........................................................ 33 
Princípios comuns ao direito processual civil e ao direito processual do trabalho
 .................................................................................................................................................................. 34 
Princípios peculiares do direito processual do trabalho ................................................ 38 
Outros princípios peculiares no processo do trabalho ................................................... 39 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 2 
Singularidade do processo do trabalho ................................................................................. 41 
Case relacionado .............................................................................................................................. 42 
Atividade proposta........................................................................................................................... 43 
As regras processuais do trabalho ............................................................................................ 44 
Atividade proposta........................................................................................................................... 45 
Aprenda Mais .................................................................................................................................... 45 
Referências ........................................................................................................................................ 45 
Exercícios de fixação ...................................................................................................................... 46 
Chaves de resposta ..................................................................................................................................................... 48 
Aula 3: Jurisdição e Competência ................................................................................................. 49 
Introdução ......................................................................................................................................... 49 
Conteúdo ........................................................................................................................................... 50 
Início do conceito de jurisdição ................................................................................................ 50 
Direito processual civil ................................................................................................................... 51 
Exceções do exercício da jurisdição ........................................................................................ 52 
Princípios da jurisdição.................................................................................................................. 52 
Características da jurisdição ....................................................................................................... 53 
Jurisdição trabalhista e seu sistema de acesso individual, coletivo e 
metaindividual à justiça ................................................................................................................ 53 
Jurisdição voluntária e contenciosa ........................................................................................ 54 
Competência da justiça do trabalho ....................................................................................... 56 
Jurisdição trabalhista e seu sistema de acesso individual, coletivo e 
metaindividual à justiça ................................................................................................................ 56 
Competência normativa ...............................................................................................................58 
Direito processual civil ................................................................................................................... 58 
Atividade proposta........................................................................................................................... 59 
Competência em razão do lugar (foro – ratione loci) .................................................... 61 
Competência absoluta e competência relativa .................................................................. 64 
Modificação de competência ..................................................................................................... 65 
Atividade proposta........................................................................................................................... 67 
Aprenda Mais .................................................................................................................................... 68 
Referências ........................................................................................................................................ 68 
Exercícios de fixação ...................................................................................................................... 70 
Chaves de resposta ...................................................................................................................................................... 73 
Aula 4: Reclamação Trabalhista ..................................................................................................... 74 
Introdução ......................................................................................................................................... 74 
Conteúdo ........................................................................................................................................... 75 
Reclamação trabalhista ou ação trabalhista ........................................................................ 75 
Regras das ações especiais .......................................................................................................... 76 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 3 
Atos processuais ............................................................................................................................... 77 
Classificação dos atos processuais........................................................................................... 78 
Termos processuais ........................................................................................................................ 83 
Vara do Trabalho .............................................................................................................................. 84 
Prazos processuais .......................................................................................................................... 85 
Nulidades processuais ................................................................................................................... 89 
Tipos de nulidade ............................................................................................................................. 90 
Vícios processuais sanáveis e insanáveis .............................................................................. 90 
Preclusão .............................................................................................................................................. 92 
Perempção .......................................................................................................................................... 94 
Decadência ......................................................................................................................................... 95 
Prescrição ............................................................................................................................................ 96 
Atividade proposta........................................................................................................................... 99 
Atividade proposta........................................................................................................................ 100 
Aprenda Mais .................................................................................................................................. 101 
Referências ...................................................................................................................................... 101 
Exercícios de fixação .................................................................................................................... 102 
Chaves de resposta ................................................................................................................................................... 104 
Aula 5: Partes e Procuradores ....................................................................................................... 105 
Introdução ....................................................................................................................................... 105 
Conteúdo ......................................................................................................................................... 106 
Conceito de parte segundo Chiovenda .............................................................................. 106 
Partes no processo ....................................................................................................................... 106 
Capacidade ....................................................................................................................................... 107 
Representação e assistência .................................................................................................... 108 
Assistência ........................................................................................................................................ 109 
Preposto ............................................................................................................................................ 109 
Partes no dissídio coletivo ......................................................................................................... 110 
Responsabilidade da parte ......................................................................................................... 110 
Representação por procuradores ........................................................................................... 111 
Sucessão processual ..................................................................................................................... 112 
Substituição processual ............................................................................................................... 114 
Diferença entre a substituição processual e outros institutos ................................... 117 
Atividade proposta......................................................................................................................... 118 
Aprenda Mais .................................................................................................................................. 119 
Referências ...................................................................................................................................... 119 
Exercícios de fixação .................................................................................................................... 120 
Chaves de resposta ................................................................................................................................................... 123 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 4 
Aula 6: Reunião de Partes. Litisconsórcio .................................................................................. 125 
Introdução .......................................................................................................................................125 
Conteúdo ......................................................................................................................................... 126 
Reunião de partes .......................................................................................................................... 126 
Quanto à constituição ................................................................................................................. 127 
Com relação à vontade ............................................................................................................... 127 
Combinações possíveis de litisconsórcio ........................................................................... 130 
Assistência – súmula 82 do TST .............................................................................................. 132 
Os requisitos da legitimidade do assistente ....................................................................... 133 
Intervenção de terceiros ............................................................................................................. 134 
Intervenção espontânea e intervenção provocada ........................................................ 135 
Atividade proposta......................................................................................................................... 136 
Aprenda Mais .................................................................................................................................. 137 
Referências ...................................................................................................................................... 138 
Exercícios de fixação .................................................................................................................... 139 
Chaves de resposta ................................................................................................................................................... 142 
Aula 7: Petição Inicial ....................................................................................................................... 144 
Introdução ....................................................................................................................................... 144 
Conteúdo ......................................................................................................................................... 145 
Procedimento – conceito .......................................................................................................... 145 
Tipos de procedimento no processo do trabalho........................................................... 145 
Procedimento comum ................................................................................................................ 146 
Conceito e características ......................................................................................................... 150 
Condições da ação ........................................................................................................................ 151 
Elementos ..........................................................................................................................................152 
Pressupostos processuais ........................................................................................................... 153 
Pressupostos processuais de constituição ......................................................................... 154 
Pressupostos de desenvolvimento válido e regular do processo ............................155 
Classificação das ações ............................................................................................................... 157 
Ações de conhecimento, cautelar ou de execução .......................................................158 
Defesa do réu ................................................................................................................................... 161 
Contestação, reconvenção e arguição de suspeição e impedimento ................... 162 
Revelia ................................................................................................................................................. 163 
Cinco dias para a apresentação .............................................................................................. 165 
Da audiência trabalhista .............................................................................................................. 165 
Do funcionamento da audiência ............................................................................................ 166 
Três sessões ...................................................................................................................................... 166 
Abertura da audiência .................................................................................................................. 167 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 5 
Primeira tentativa de conciliação ........................................................................................... 167 
Defesa do Réu .................................................................................................................................. 168 
Atividade proposta......................................................................................................................... 171 
Aprenda Mais .................................................................................................................................. 172 
Referências ...................................................................................................................................... 172 
Exercícios de fixação .................................................................................................................... 174 
Chaves de resposta .................................................................................................................................................... 177 
Aula 8: Procedimentos Processuais ............................................................................................ 179 
Introdução ....................................................................................................................................... 179 
Conteúdo ......................................................................................................................................... 180 
Noções gerais de processo ....................................................................................................... 180 
Estado-juiz: a prestação da atividade jurisdicional ........................................................ 180 
Pressupostos processuais ........................................................................................................... 181 
Classificação dos pressupostos processuais ...................................................................... 181 
Pressupostos processuais de existência ..............................................................................182 
Pressupostos processuais de validade ..................................................................................182 
Momento de examinar os pressupostos processuais .................................................... 183 
Tipos de procedimentos no processo do trabalho ........................................................ 183 
Procedimento comum ordinário ............................................................................................ 184 
Atividade proposta.........................................................................................................................185 
Três partes .........................................................................................................................................188 
Procedimento comum sumário .............................................................................................. 189 
Procedimentocomum sumaríssimo .................................................................................... 190 
Atividade proposta......................................................................................................................... 193 
Aprenda Mais .................................................................................................................................. 194 
Referências ...................................................................................................................................... 195 
Exercícios de fixação .................................................................................................................... 196 
Chaves de resposta .................................................................................................................................................. 200 
Referências ......................................................................................................................................203 
Conteudista ........................................................................................................................................ 204 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 6 
A disciplina de Teoria Geral do Processo do Trabalho irá abordar os conceitos e 
fundamentos do direito processual do trabalho, proporcionando melhor atuação 
aos profissionais que militam no ramo trabalhista e áreas afins. 
 
Partindo do exame da legislação, das normas, e dos princípios que diferenciam 
o Direito Processual do Trabalho dos demais ramos do direito processual, será 
examinada a sua interpretação e a sua aplicação a casos concretos à luz da sua 
construção normativa, doutrinária e jurisprudencial. 
 
Dentro do contexto da disciplina serão, também, examinadas as fontes do 
Direito Processual do Trabalho, com destaque para as suas fontes específicas e 
suas características, natureza jurídica, limitações, eficácia e aplicabilidade. 
 
Por fim, será abordada a clássica distinção entre o processo do trabalho e o 
processo civil em sentido amplo e estrito, examinando os seus institutos 
normativos e as regras a eles aplicáveis, a exemplo da jurisdição, competência, 
intervenção de terceiros e regras gerais de procedimentos processuais. 
 
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 
 
1. Identificar os fundamentos básicos do Direito Processual do Trabalho, 
por via das noções gerais apresentadas; 
2. Descrever, explicar e aplicar os princípios peculiares do Direito 
Processual do Trabalho em suas articulações com as fontes gerais e 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 7 
específicas, o que é pressuposto indispensável para a solução de casos 
concretos; 
3. Diferenciar as regras do Direito Processual Civil e do Direito Processual 
do Trabalho, com habilidade para listar, explicar e aplicar as normas 
jurídicas pertinentes aos sujeitos da relação de emprego, em sua 
regulamentação geral e suas peculiaridades. 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 8 
Introdução 
Vamos iniciar nossos estudos de Teoria Geral do Processo do Trabalho 
apresentando um conceito para a disciplina, assim como seus fundamentos e 
características. 
 
A seguir, examinaremos as fontes e os princípios do Direito do Trabalho dentro 
do atual contexto da flexibilização. 
 
Objetivo: 
1. Conhecer a evolução do Processo do Trabalho no Brasil; 
2. Compreender sua autonomia e as singularidades, como a organização da 
Justiça do Trabalho. 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 9 
Conteúdo 
 
Conceito de Direito Processual do Trabalho 
Para darmos início ao nosso estudo sobre o processo do trabalho, é importante 
entender o conceito deste assunto. Para tanto, separamos definições deste 
termo na perspectiva de quatro autores. 
 
Na ótica de José Augusto Rodrigues Pinto, “Direito Processual do Trabalho é o 
conjunto de princípios e normas jurídicas destinadas a regular a atividade dos 
órgãos jurisdicionais do Estado na solução dos dissídios individuais ou coletivos, 
entre empregadores e empregados” (PINTO, 2001). 
 
Para Amauri Mascaro do Nascimento, “Direito Processual do Trabalho é o ramo 
do Direito Processual destinado à solução jurisdicional dos conflitos 
trabalhistas”. As normas jurídicas nem sempre são cumpridas 
espontaneamente, daí a necessidade de se pretender, perante os tribunais, o 
seu cumprimento, sem o que a ordem jurídica tornar-se-ia um caos. 
(NASCIMENTO, 2002, p. 28). 
 
Na versão de Sérgio Pinto Martins, Direito Processual do Trabalho representa “o 
conjunto de princípios, normas e instituições destinados à atividade dos órgãos 
jurisdicionais na solução dos conflitos individuais ou coletivos entre 
trabalhadores e empregadores” (MARTINS, 2002). 
 
No entender de Carlos Henrique Bezerra Leite, “o Direito Processual do 
Trabalho como ramo da ciência jurídica, constituído por sistema de normas, 
princípios, regras e instituições próprias, que tem por objeto promover a 
pacificação justa dos conflitos decorrentes das relações de emprego e de 
trabalho, bem como regular o funcionamento dos órgãos que compõem a iça 
do Trabalho” (LEITE, 2009). 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 10 
Ciência jurídica 
Assim, podemos afirmar que o Direito Processual do Trabalho é um ramo da 
ciência jurídica. 
 
O direito processual constitui uma das diversas formas de investigação da 
ciência do direito. Do ponto de vista metodológico, o Direito Processual do 
Trabalho integra o elenco de disciplinas de direito público que, por sua vez, 
abrange o direito processual. 
 
Da autonomia do Direito Processual do Trabalho 
A autonomia de um ramo da ciência jurídica pode ser identificada por diversos 
critérios, entretanto dois são os mais conhecidos: 
 
O primeiro leva em conta: 
 A extensão da matéria; 
 A existência de princípios comuns; 
 A observância de método próprio. 
 
O segundo critério baseia-se: 
 Nos elementos componentes da relação jurídica, isto é, os sujeitos, o 
objeto e o vínculo obrigacional que os integra. 
 
Duas correntes doutrinárias distintas 
No que concerne ao Direito Processual do Trabalho, duas correntes doutrinárias 
distintas se apresentam. 
 
Monistas 
De um lado, os monistas defendem que o Direito Processual é simples 
desdobramento do processo civil, não possuindo princípios e institutos próprios. 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 11 
Entre os autores brasileiros, destaca-se Valentim Carrioni, para quem “o Direito 
Processual se subdivide em Processual Penal e Processual Civil (em sentido 
latu, ou não penal)”. As subespécies deste são o Processual Trabalhista, 
Processual Eleitoral, dentre outros. Todas as subespécies do Direito Processual 
Civil se caracterizam por terem em comum a teoria geral do processo. Separa-
se dos respectivos direitos materiais (direito civil, direito do trabalho, etc.) 
porque seus princípios e institutos são diversos. São direitos instrumentais que, 
eles sim, possuem os mesmos princípios e estudam os mesmos (celeridade, 
oralidade, simplicidade, instrumentalidade, publicidade, etc.). 
 
Assim, do ponto de vista jurídico, a afinidade do Direito Processual do Trabalho 
com o Direito Processual comum (Civil, em sentido latu) é muito maior (de filho 
para pai) do que com o Direito do Trabalho (que é objeto de sua aplicação). 
 
O Direito Processual do Trabalho não possui princípio próprio algum, pois todos 
os que o norteiam são do processo civil (oralidade, celeridade, etc.); apenas 
deu (ou pretendeu dar) a alguns deles maior ênfase e relevo. O princípio de 
“em dúvida pelo mísero” não pode ser levado a sério, pois, em caso de dúvida 
na interpretação dos direitos materiais, será uma questão de Direito do 
Trabalho e não de Direito Processual. “As dúvidas de Direito Processual se 
resolvem por outros meios: ônus das provas, plausibilidade, fontes de 
experiência comum,pela observação do que ordinariamente acontece (CPC, 
art. 335) ou contra quem possuía maior facilidade de provar, etc.”. 
 
Dualistas 
De outro lado, os dualistas propugnam a existência de autonomia do Direito 
Processual do Trabalho em relação ao direito processual civil. 
 
Entre os dualistas, destacam-se Amauri Mascaro Nascimento, Sérgio Pinto 
Martins, Mozart Victor Russomano, Humberto Theodoro Junior, José Augusto 
Rodrigues Pinto, Wagner Giglio e Coqueijo Costa. 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 12 
Salvo melhor juízo, o Direito Processual do Trabalho dispõe de autonomia em 
relação ao Direito Processual Civil (ou Direito Processual Não Penal). Com 
efeito, o Direito Processual do Trabalho dispõe de vasta matéria legislativa, 
possuindo título próprio na Consolidação das Leis do Trabalho, que, inclusive, 
confere ao Direito Processual Civil o papel de mero coadjuvante. Existem 
princípios peculiares do Direito Processual do Trabalho, como os princípios da 
proteção, da finalidade social, da indisponibilidade, da busca da verdade real, 
da normatização coletiva e conciliação. 
 
Reconhece esta corrente doutrinaria que o Direito Processual do Trabalho não 
possui métodos tipicamente próprios, pois a hermenêutica, que compreende a 
interpretação, a integração e a aplicação das normas jurídicas processuais, é a 
mesma da teoria geral do direito processual. 
 
Todavia, a própria finalidade social do Direito Processual do Trabalho exige do 
intérprete uma postura comprometida com o direito material do trabalho e com 
a realidade econômica e social, o que lhe impõe a adoção da técnica da 
interpretação teleológica, buscando, sempre, a verdade real, e, com isso, 
promovendo a justiça social no campo das relações decorrentes do conflito 
entre o capital e o trabalho. Ademais, o Direito Processual do Trabalho possui 
institutos próprios, como, por exemplo, uma justiça especializada com juízes 
especializados e o poder normativo exercido originariamente pelos tribunais do 
trabalho. 
 
O direito do trabalho dispõe, atualmente, de autonomia didática, pois a 
disciplina tem sido ofertada separadamente nas grades curriculares; da 
autonomia jurisdicional, não, apenas no Brasil (CF art. 114), mas também em 
outros países, como Alemanha, Argentina, Uruguai, México e Espanha, de 
autonomia doutrinária, pois são inúmeras as obras, nacionais e estrangeiras, 
versando apenas Direito Processual do Trabalho. 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 13 
Órgãos do poder judiciário brasileiro 
A concepção moderna de Estado impede que haja superposição de poderes, o 
que geraria o arbítrio e a tirania. Surge então, a chamada teoria da tripartição 
dos Poderes do Estado. 
 
O exercício do poder passa, assim, a ser implementado por três órgãos 
distintos, independentes e harmônicos entre si. Esses órgãos são chamados de 
Poderes: 
 
 Legislativo. 
 Judiciário. 
 Executivo. 
 
 
Atenção 
 O Poder Judiciário, como um dos três Poderes clássicos do 
Estado, vem assumindo a cada dia uma função fundamental 
na efetivação do Estado Democrático de Direito (LEITE, 
2009). 
 
 
De acordo com o art. 92 da Constituição Federal de 1988, com a nova redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004, o Poder Judiciário brasileiro é 
integrado pelos seguintes órgãos: 
 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 14 
O Supremo Tribunal Federal, os Tribunais Superiores e o Conselho Nacional de 
Justiça têm sede na Capital Federal, sendo certo que os dois primeiros têm 
jurisdição em todo o território nacional. 
 
Quanto à organização do Poder Judiciário, a grande novidade introduzida pela 
EC nº 45/2004 foi, sem dúvida, o Conselho Nacional de Justiça, que é, em 
última análise, uma forma mitigada de controle externo administrativo e 
financeiro da atuação dos órgãos que compõem o próprio Poder Judiciário. 
 
Conselho Nacional de Justiça 
O STF entende que o Conselho Nacional de Justiça é órgão de natureza 
administrativa, com atribuições de controle da atividade administrativa, 
financeira e disciplinar da magistratura, sendo sua competência relativa apenas 
aos órgãos e juízes situados, hierarquicamente, abaixo do Supremo Tribunal 
Federal. 
 
Já que seus atos e decisões administrativas estão sujeitos a seu controle 
jurisdicional, por força do art. 102, caput, inciso I, letra r, e §4º, da CF. 
Portanto, o Conselho Nacional de Justiça não tem nenhuma competência sobre 
o Supremo Tribunal Federal. 
 
Início da organização da justiça do trabalho nas constituições 
brasileiras 
A Organização da Justiça do Trabalho no Brasil foi inspirada no sistema 
paritário, do governo fascista da Itália, que mantinha um ramo especializado do 
judiciário na solução de conflitos trabalhistas, em cuja composição figuravam 
representantes do: 
 
 Estado (juízes togados) 
 Classe empresarial 
 Classe trabalhadora (juízes classistas) 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 15 
Organização da justiça do trabalho nas constituições brasileiras 
Embora a Itália tivesse abandonado esse sistema paritário no período pós-
guerra, o Brasil manteve a mesma estrutura da Justiça do Trabalho desde a 
Constituição de 1934, (art.122) até a Emenda Constitucional nº 24, de 
9.12.1999, que extinguiu a chamada representação classista. 
 
Em 1937, art. 139, a nova Constituição Federal passou a dar maior autonomia à 
Justiça do Trabalho, mas silenciou quanto à sua inserção no Poder Judiciário. 
Entretanto, o Supremo Tribunal Federal (RE nº 6.310, DJU 30.9.1943) 
reconheceu o caráter jurisdicional da Justiça do Trabalho ao admitir recurso 
extraordinário contra decisão do CNT (atualmente TST). 
 
Somente em 1946, a Constituição Federal, no art. 94, inciso V, tornou 
inequívoca a integração no Poder Judiciário da Justiça do Trabalho. O art. 122, 
dessa Constituição, também estabeleceu a estrutura da Justiça do Trabalho. 
 
Em 1967, o art. 133, da nova Constituição Federal, estabeleceu quais eram os 
órgãos da Justiça do Trabalho, indicando de que forma se daria a substituição 
por juízes de direito, no caso de inexistência de Juntas de Conciliação e 
Julgamento nas Comarcas, por lei ordinária. 
 
A Emenda Constitucional nº 1/69 manteve a mesma estrutura organizacional, 
no que foi seguida pela Constituição de 1988. 
 
Atividade proposta 
Como se deu a formação paritária na Justiça do Trabalho, em que período? 
 
Chave de resposta: A formação paritária na Justiça do Trabalho no Brasil 
teve como modelo a formação paritária do governo fascista da Itália, que em 
todos os graus da Justiça do Trabalho admitia a participação de juízes leigos, 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 16 
representantes classistas, dos empregadores e trabalhadores. Esta composição 
foi aplicada no Brasil no período de 1934 até a EC nº 24 de 09.12.1999. 
 
Organização da justiça do trabalho após a EC nº 24/99 
A Emenda Constitucional nº 24, de 09.12.1999, extinguiu a representação 
classista em todos os graus de jurisdição (1º, 2º e 3º graus). Assim, a Justiça 
do Trabalho passou por uma grande reformulação quanto à sua composição e 
organização. 
 
Portanto, conforme visto anteriormente, a Justiça do Trabalho passou a ser 
integrada pelos seguintes órgãos: 
 
I – o Tribunal Superior do Trabalho; 
II – os Tribunais Regionais do Trabalho; 
III – os Juízes do Trabalho. 
 
Três graus de jurisdição 
Vale lembrar que, desde a sua criação, a Justiça do Trabalho está estruturada 
em três graus de jurisdição, a saber: 
 
 No terceiro grau, funciona o tribunal Superior do Trabalho (TST). 
 No segundo grau, funcionam os tribunais Regionais do Trabalho (TRTs). 
 No primeiro grau, funcionam as Varas do Trabalho (antes da EC 
24/1999, Juntas de Conciliação e Julgamento). 
 
Com a EC nº 45/2004, que acrescentou o art. 111-A ao texto constitucional, o 
Tribunal Superior do Trabalho passou a ser integrado por 27 ministros,escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos, nomeados 
pelo presidente da República após a aprovação pela maioria absoluta do 
Senado Federal, sendo: 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 17 
I. Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 
dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
II. Os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos 
da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
 
Junto ao Tribunal Superior do Trabalho, funcionam: 
 
I. A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do 
Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos 
oficiais para o ingresso e promoção na carreira; 
II. O Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na 
forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e 
patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como 
órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. 
 
O Tribunal Pleno é constituído pelos Ministros da Corte. Para o seu 
funcionamento, é exigida a presença de, no mínimo, 14 ministros, sendo 
necessária a maioria absoluta, quando a deliberação tratar de: 
 
I. Escolha dos nomes que integrarão a lista destinada ao preenchimento de 
vaga de Ministro do Tribunal; 
II. Aprovação de Emenda Regimental; 
III. Eleição dos ministros para os cargos de direção do Tribunal; 
IV. Aprovação, revisão ou cancelamento de Súmula ou de Precedente 
Normativo; 
V. Declaração de inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder 
público. 
 
Integram o Órgão Especial o Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal, o 
Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho, os sete ministros mais antigos 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 18 
incluindo os membros da direção, e os sete ministros eleitos pelo Tribunal 
Pleno. O quórum mínimo para o seu funcionamento é de oito Ministros. 
 
A seção especializada em dissídios coletivos é constituída do Presidente e Vice-
Presidente do Tribunal, o Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho e mais seis 
ministros. O quórum para o seu funcionamento é de cinco ministros. 
 
A Seção especializada em dissídios individuais é composta de vinte e um 
Ministros, sendo o Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal, o Corregedor-
Geral da Justiça do Trabalho e mais dezoito Ministros, e funciona em 
composição plena ou dividida em duas subseções para o julgamento dos 
processos de sua competência. O quórum exigido para o funcionamento da 
seção de dissídios individuais plena é de onze ministros. 
 
A subseção I especializada em dissídios individuais é integrada por 14 
ministros: o Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal, o Corregedor-Geral da 
Justiça do Trabalho e mais onze Ministros, preferencialmente os Presidentes de 
Turma, sendo exigida a presença de, no mínimo, oito ministros para o seu 
funcionamento. 
 
Integram a Subseção II da Seção especializada em dissídios individuais o 
Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal, o Corregedor-Geral da Justiça do 
Trabalho e mais sete Ministros, sendo exigida a presença de, no mínimo, seis 
ministros para o seu funcionamento. 
 
As turmas são constituídas, cada uma, por três ministros, sendo presididas pelo 
ministro mais antigo integrante do colegiado. Para o julgamento nas turmas, é 
necessária a presença de três magistrados. Para compor o quórum, o 
presidente da turma poderá convocar, mediante prévio entendimento, Ministro 
de outra Turma. 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 19 
Composição e Funcionamento dos TRTs 
O art. 112, da CF, em sua redação original, previa “pelo menos um Tribunal 
Regional do Trabalho em cada Estado e no Distrito Federal”. 
 
A EC nº 45/2004, dando nova redação ao dispositivo em exame, suprimiu a 
obrigatoriedade da instalação de pelo menos um TRT em cada Estado e no 
Distrito Federal. 
 
Estabelece o art. 674, da CLT, que o território nacional é dividido em 24 
regiões. Atualmente, existem 24 TRTs. Em São Paulo são dois, um na Capital, 
outro em Campinhas. Com a nova redação do art. 112 da CF não é mais 
obrigatória a criação dos TRTs nos Estados do Tocantins, Acre, Roraima e 
Amapá. 
 
Os juízes dos TRTs são nomeados pelo Presidente da República e seu número 
varia em função do volume de processos examinados pelo Tribunal. 
 
De acordo com o art.115 da CF, com redação dada pela EC nº 45/2004, os 
Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, 
recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente 
da República dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos, sendo: 
 
I. Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 
dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94 da CF. 
II. Os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e 
merecimento, alternadamente. 
 
Compete aos TRTs, originariamente, processar e julgar as ações de sua 
competência originária, tais como dissídios coletivos, mandados de segurança e 
ações rescisórias; em grau recursal, o TRT julga os recursos das decisões das 
Varas do Trabalho. 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 20 
Composição das Varas do trabalho 
As Varas do Trabalho são órgãos de primeira instância da Justiça do Trabalho. 
A jurisdição da Vara do Trabalho é local, pois abrange, geralmente, um ou 
alguns municípios. Cabe à lei fixar a competência territorial das Varas do 
Trabalho. 
 
Com a extinção da representação classista, a composição das Varas do 
Trabalho (antigas JCJs) sofreu substancial alteração, na medida em que a 
jurisdição na primeira instância da Justiça do Trabalho passou a ser exercida 
por um juiz singular, conforme o art. 116 da CF. 
 
Cada Vara compõe-se de um Juiz do Trabalho titular e um Juiz do Trabalho 
Substituto, ambos nomeados pelo Presidente do TRT, após aprovação em 
concurso público. O juiz titular é fixo em uma Vara do Trabalho; o Juiz 
substituto, não. 
 
Compete às Vara do Trabalho, em linhas gerais, processar e julgar as ações 
oriundas das relações de trabalho (CF, art. 114, I a IX) e aquelas que, por 
exclusão, não sejam da competência originária dos tribunais trabalhistas. 
 
Os juízes de direito investidos de jurisdição trabalhista 
Nas comarcas onde não existir Vara do Trabalho, a lei pode atribuir a função 
jurisdicional trabalhista aos Juízes de Direito (CLT, art. 668)? 
 
O art. 112 da CF, com nova redação dada pela EC nº 45/2004, dispõe que a 
“Lei criará Varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não 
abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para 
o respectivo Tribunal Regional do Trabalho”. 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 21 
Aprenda Mais 
 
 
Material complementar 
 
Leia o capítulo 1 do livro Direito Processual do Trabalho (LEITE, 
2012) e o capítulo 1 do livro Curso de Direito Processual do 
Trabalho (SARAIVA, 2013). 
 
 
Referências 
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 
São Paulo: LTr, 2012. 
 
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 
6a ed. São Paulo: Método, 2009. 
 
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito Processual do Trabalho. 
São Paulo: Saraiva, 2002. p.28. 
 
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. 17a ed. São Paulo: 
Atlas, 2002. 
 
SARAIVA, Renato. Curso de Direito Processual do Trabalho. São Paulo, 
Método, 2013. 
 
PINTO, José Augusto Rodrigues. Processo trabalhista de conhecimento. 
São Paulo: LTr., 2001. p. 35. 
 
TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. Curso de Direito Processual do 
Trabalho: São Paulo: LTr., 2009, v. I e II. 
 
 TEORIA GERALDO PROCESSO DO TRABALHO 22 
Exercícios de fixação 
 
Questão 1 
Quando o intérprete busca os objetivos que norteiam a edição da lei, ele está 
fazendo uso da interpretação lógica. 
 
a) Certo 
b) Errado 
 
Questão 2 
Os TRTs, que tem sua criação definida por lei, são compostos por, no mínimo, 
sete juízes, garantida a representação de um quinto dentre advogados e 
membros do Ministério Público do Trabalho. 
 
a) Certo 
b) Errado 
 
Questão 3 
O TRT tem competência para apreciar os dissídios coletivos que envolvam as 
categorias no âmbito da respectiva região, e o TST, aqueles que ultrapassem os 
limites de competência de algum tribunal regional ou que possuam caráter 
nacional. 
 
a) Certo 
b) Errado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 23 
Questão 4 
A Justiça do Trabalho, atualmente, é dividida em vinte e quatro regiões, cada 
qual possuindo um TRT e tantas varas do trabalho quantas criadas por lei, nas 
quais exercem sua jurisdição os juízes do trabalho, segundo os limites de 
competência territorial próprios. Os TRTs podem funcionar descentralizados, 
constituindo câmaras regionais, e podem instalar juízos itinerantes, observados 
os limites territoriais da respectiva jurisdição a que estão vinculados. 
 
a) Certo 
b) Errado 
 
Questão 5 
São fontes formais do Direito Processual do Trabalho: 
 
a) Apenas as leis federais e a Consolidação das Leis do Trabalho. 
b) As leis federais, estaduais ou municipais e a Consolidação das Leis do 
Trabalho. 
c) As leis federais, a Consolidação das Leis do Trabalho e os costumes. 
d) As leis federais, estaduais ou municipais, a Consolidação das Leis do 
Trabalho e os costumes. 
 
Questão 6 
No artigo 3º, IV, da Constituição Federal de 1988, é claro em afirmar que 
constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil promover o 
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação. Tal passagem da nossa Carta Política deixa 
claro que qualquer modalidade de discriminação é repudiada pelo ordenamento 
brasileiro. Destaque qual modalidade discriminatória abaixo relacionada carece 
de previsão legal federal que defina sua conduta como ilícita: 
 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 24 
a) Assédio moral. 
b) Dispensa de trabalhador não dirigente por filiação sindical. 
c) Expor idoso a trabalho excessivo. 
d) Exigir atestado de esterilização de trabalhadora. 
e) Impedir ascensão funcional por preconceito de descendência. 
 
 
Questão 7 
Acerca de nulidade no processo trabalhista, assinale a alternativa INCORRETA: 
 
I. O ato que ofende comando de natureza cogente e colide com o interesse 
público configura nulidade absoluta, a qual, desde que arguida pela 
parte interessada, poderá ser decidida em qualquer grau de jurisdição; 
II. No mandado de segurança, o Ministério Público participará, 
obrigatoriamente, na primeira instância, sob pena de nulidade absoluta 
do feito; 
III. Não será proclamada a nulidade de ato que possa ser repetido ou cuja 
falta possa ser suprida, de modo que restará eficaz, a despeito de 
inobservância da forma ou olvidada a sua prática; 
IV. A arguição de nulidade deve ser sempre expressa, na primeira 
oportunidade processual de manifestação da parte nos autos, não se 
podendo substituir por mero protesto. 
 
a) A opção I é a incorreta. 
b) A opção II é a incorreta. 
c) A opção III é a incorreta. 
d) A opção IV é a incorreta. 
 
 
 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 25 
Questão 8 
Quanto à composição dos tribunais, assinale a alternativa INCORRETA: 
 
I. Um terço dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados 
dentre Membros do Ministério Público e advogados, um terço dentre 
juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre 
desembargadores dos Tribunais de Justiça, oriundos da magistratura da 
carreira, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; 
II. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, 
recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo 
Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos 
de 65 anos; 
III. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente 
dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor 
Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça. 
 
a) A opção I é a incorreta. 
b) A opção II é a incorreta. 
c) A opção III é a incorreta. 
 
Questão 9 
Sobre princípios do Direito Processual do Trabalho é CORRETO afirmar que: 
 
I. O princípio de irrecorribilidade das decisões interlocutórias constitui uma 
das características do processo do trabalho e não permite exceções em 
face do princípio da celeridade processual. 
II. De acordo com o entendimento sumulado do Tribunal Superior do 
Trabalho “os empregados e os empregadores poderão reclamar 
pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas 
reclamações até o final”. Todavia, em caso de eventual recurso 
extraordinário para o Supremo Tribunal Federal, deve ser subscrito por 
advogado, sob pena de não conhecimento. 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 26 
III. O princípio da imediatidade se entrelaça com o da oralidade, pois traduz 
a necessidade de o juiz estar em contato direto com as partes, 
designadamente na audiência, permitindo-lhe proceder à acareação da 
parte com a testemunha ou de uma testemunha com outra e, quando 
for o caso, indeferir diligências inúteis ou protelatórias requeridas pelos 
litigantes, além de tentar conduzi-los a uma solução consensual do 
litígio, escopo fundamental da Justiça do Trabalho. 
 
a) A opção I é a incorreta. 
b) A opção II é a incorreta. 
c) A opção III é a incorreta. 
 
Questão 10 
Sobre nulidades no Processo do Trabalho, é CORRETO afirmar que: 
 
I. Pelo princípio da utilidade, se o ato anulado, é premissa necessária dos 
seguintes atos válidos, todos perderão seus efeitos; porém, se houver 
correlação e dependência, poderão ser aproveitados (utile per inutile non 
vitiatur). 
II. Pelo princípio da preclusão, as nulidades devem ser arguidas na primeira 
oportunidade de falar nos autos após sua ocorrência, 
independentemente do motivo que impediu a parte de praticar o ato. 
III. A nulidade apenas será declarada se resultar do ato viciado prejuízo 
processual à parte, referente à sua defesa (pas de nullité sans grief), 
ainda que o juiz, no mérito, possa decidir favoravelmente à parte que 
invocou a nulidade, não a decretará. 
 
a) Apenas as alternativas I e II são corretas. 
b) Apenas a alternativa III é correta. 
c) Nenhuma das alternativas. 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 27 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
 
Questão 1 - A 
Justificativa: Pode-se afirmar que o método lógico de interpretação tem como 
pressuposto o conteúdo da norma e não a relação desta com o contexto em 
que se insere. 
 
Questão 2 - A 
Justificativa: Correta é a primeira opção, nos termos do art. 115, da CRFB. 
 
Questão 3 - A 
Justificativa: Correta é a primeira opção, nos termos do art.115, §1º, da CRFB. 
 
Questão 4 - A 
Justificativa: Correta é a primeira opção, conforme dispõe o art. 115 e §§ 1º e 
2º, da CRFB. 
 
Questão 5 - D 
Justificativa: Segundo a doutrina e a jurisprudência, bem como a Lei de 
Introdução do Código Civil, arts. 1º ao 5º. 
 
Questão 6 - E 
Justificativa: O art. 3º, IV, da Constituição Federal de 1988 proíbe quaisquer 
tipo de discriminação de raça, sexo, cor, idade, mas não tem expressa previsão 
quanto a descendência do trabalhador. 
As demais hipóteses discriminatórias citadas (letras “a” a “d”), estão previstas 
na Constituição Federal e na CLT. 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 28 
Questão 7 - A 
Justificativa: Com relação à nulidade do ato, também no processo do trabalho, 
deveremos seguir a regra descrita no CPC, ou seja,deve ser arguida pela parte 
a quem aproveite, na primeira oportunidade que a parte interessada tiver que 
falar nos autos, CPC arts.276/293 do CPC/2015, CLT, art.769. Note que a CLT 
também regula as nulidades nos mesmos termos do CPC, arts. 794 a 798. 
 
Questão 8 - A 
Justificativa: A resposta da opção I está errada quando prevê que o quinto 
constitucional também será integrado, além de 1/3 dentre membros do 
Ministério Público e Advogada..., por 1/3 dentre juízes dos Tribunais Regionais 
Federais e 1/3 dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça. 
 
Questão 9 - C 
Justificativa: O art. 133 da CRFB não revogou o Jus Postulandi, o qual poderá 
ser exercido em todos os graus de jurisdição, em sede de recurso, com exceção 
do recurso extraordinário, no STF. (entendimento consolidado no STF, através 
de regulamento interno). 
 
Questão 10 - B 
Justificativa: Com relação à nulidade do ato, também no processo do trabalho, 
deveremos seguir a regra descrita no CPC, ou seja, deve ser arguida pela parte 
a quem aproveite, na primeira oportunidade que a parte interessada tiver que 
falar nos autos, CPC arts. 243/250, CLT, art.769. Desse modo, a CLT também 
regula as nulidades nos mesmo termos do CPC, arts. 794 a 798. Portanto, 
somente os atos impugnados e viciados serão anulados, os demais atos 
processuais poderão ser aproveitados, salvo no caso de incompetência 
absoluta. 
 
 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 29 
 
Introdução 
Vamos dar continuidade aos nossos estudos de Teoria Geral do Processo do 
Trabalho, apresentando um conceito para a disciplina, assim como seus 
fundamentos e características. 
 
A seguir, examinaremos Jurisdição e Competência e sua aplicação processual. 
 
Objetivo: 
Compreender os princípios gerais e singularidades do Processo do Trabalho. Os 
fundamentos do Processo do Trabalho, jurisdição trabalhista e competência 
processual. 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 30 
Conteúdo 
 
Princípios gerais do processo do trabalho 
Para darmos início ao nosso estudo sobre os princípios gerais e singularidade 
do processo do trabalho, é importante entender o conceito deste assunto. 
 
Princípios são as ideias mais gerais que inspiram o ordenamento jurídico de um 
país. Mesmo sem estar formulada nos textos, sua presença é imanente no 
sistema. 
 
Alguns são contingentes, isto é, frutos das ideias dominantes em determinados 
períodos; outros são mais permanentes, surgindo da experiência jurídica 
multissecular. (BARBI, Celso Agrícola. Comentários ao Código de Processo 
Civil, v. 1, 10. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1998, p. 390). 
 
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro determina expressamente 
que, na omissão da lei, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os 
costumes e os princípios gerais de direito (LINDB, art. 4º). A mesma orientação 
é encontrada no art.8º, da CLT. São, portanto, verdadeiras fontes de direito. 
(ZANGRANDO, Carlos Henrique da Silva. Resumo de Direito Processual do 
Trabalho. 4. ed. Editora Edições Trabalhistas. p.11). 
 
Princípios processuais constitucionais 
São princípios fundamentais ou gerais de direito processual: 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 31 
 
 
Princípio da igualdade ou isonomia 
Decorre da norma estabelecida no art. 5º, caput, da CF, segundo a qual todos 
são iguais perante a lei, e aos brasileiros ou estrangeiros residentes no País é 
garantida a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade. 
 
Princípio do contraditório 
Também é garantia constitucional, estabelecido entre nós pelo art.5º, LV, da 
Carta Constitucional de 1988. 
 
Esse princípio é de mão dupla, isto é, implica na bilateralidade do processo, 
aproveitando, portanto, o autor e o réu. 
 
O princípio em exame também é útil para estabelecer o moderno conceito de 
parte no processo. Vale dizer que parte é quem participa, efetiva ou 
potencialmente, do contraditório na relação jurídica processual. 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 32 
Princípio da ampla defesa 
Encontra-se positivado no art.5º, LV, da CF, funcionando como complemento 
do princípio do contraditório. 
 
Com efeito, ao não se admitir a relação processual sem a presença do réu, não 
teria sentido tal regramento se, comparecendo a juízo para se defender e opor-
se à pretensão autoral, o réu ficasse impedido ou inibido de excepcionar, 
contestar, recorrer ou deduzir toda a prova de seu interesse. 
 
Princípio da imparcialidade do juiz 
Avocando a si o monopólio da prestação jurisdicional, salta aos olhos que, ao 
exercer essa função-poder, o Estado-juiz deverá agir com absoluta 
imparcialidade. Imparcialidade não se confunde com neutralidade. 
 
No desempenho da função jurisdicional, o juiz deverá agir com imparcialidade, 
isto é, sem tendências que possam macular o devido processo legal e favorecer 
uma parte em detrimento da outra. 
 
Como afirmou Aristóteles, o homem é um animal político. 
 
O juiz, embora agente público com responsabilidades complexas, é um ser 
humano como outro qualquer. 
 
Logo, não se pode ignorar que ele tenha a sua própria “visão do mundo”, com 
as suas preferências políticas, filosóficas e ideológicas próprias. 
 
Princípio da motivação das decisões 
Correlato ao princípio da imparcialidade. O princípio da motivação das decisões 
constitui uma garantia do cidadão e da sociedade contra o arbítrio dos juízes. 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 33 
Com efeito, vaticina o art. 93, IX, da CF que todos os julgamentos serão 
públicos e todas as decisões judiciais fundamentadas. 
 
Princípio do devido processo legal 
O devido processo legal, no dizer de Nelson Nery Júnior, é a base sobre a qual 
todos os outros princípios se sustentam. 
 
Como leciona o referido jurista, bastaria a norma constitucional haver adotado 
o princípio do duo process of law 1 para que daí decorressem todas as 
consequências processuais que garantiriam aos litigantes o direito a um 
processo e a uma sentença justa. 
 
Princípio da razoabilidade da duração do processo 
Com a promulgação da Emenda Constitucional nº 45/2004, que acrescentou o 
inciso LXXVIII ao art.5º, da CF, um novo princípio fundamental foi insculpido 
em novo sistema processual. 
 
Princípio segundo o qual... 
 
“a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. 
 
Alguns meios que garantirão a celeridade processual foram inseridos na própria 
Carta Magna, por força da Emenda Constitucional nº 45/2004, tais como: 
 
A previsão de que “a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedadas 
férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando nos dias 
 
1 Devido processo legal (em inglês: due process of law) é uma instituição jurídica, provinda do direito 
anglo-saxão (e, portanto, de um sistema diverso das tradições romanas ou romano-germanas, quais os 
ibéricos e francês, por exemplo), no qual algum ato praticado por autoridade, para ser considerado 
válido, eficaz e completo, deve seguir todas as etapas previstas em lei. 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 34 
em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente” 
(CF, art.93, XII). 
 
A previsão para que os servidores recebam delegação para a prática de atos de 
administração e atos de mero expediente sem caráter decisório (idem, XIV) e a 
determinação de que “a distribuição de processos será imediata em todos os 
graus de jurisdição" (idem, XV). 
 
Princípios comuns ao direito processual civil e ao direito 
processual do trabalho 
Considerando o que vimos anteriormente, passaremos ao estudo dos Princípios 
comuns ao direito processual civil e ao direito processual do trabalho. Veja 
quais são eles: 
 
PRINCÍPIODISPOSITIVO OU DA DEMANDA 
Na esfera civil, o poder de provocar a tutela jurisdicional foi entregue à própria 
parte interessada, isto é, àquela que se sentisse atingida pelo comportamento 
alheio, podendo ela vir a juízo apresentar a sua pretensão, se quiser ou da 
forma que lhe aprouver, assim como dela desistir, respeitadas as exigências 
legais Artigo 2º do CPC e Artigo 2º do NCPC). 
 
PRINCÍPIO INQUISITÓRIO OU DO IMPULSO OFICIAL 
Está consagrado expressamente no artigo 2º do NCPC, que dispõe 
extualmente: “O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por 
impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei”. Após o ajuizamento da 
ação, o juiz assume o dever de prestar a jurisdição de acordo com os poderes 
que o ordenamento jurídico lhe confere. É importante a advertência de José 
Cairo Júnior, para quem “o grau do caráter inquisitivo do processo do trabalho 
é bem mais elevado do que aquele presente no processo civil. A título 
ilustrativo, o Código de Processo Civil exige que o autor da ação requeira a 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 35 
citação do réu para responder aos termos da pretensão exposta na petição 
inicial, requisito dispensável na peça incoativa laboral”. 
 
PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE 
O processo não é um fim em si mesmo; ao revés, o processo deve ser 
instrumento de justiça. É por meio dele que o Estado presta a jurisdição, 
diminuindo conflitos, promovendo a pacificação e a segurança aos 
jurisdicionados (NCPC, Artigos 277; 305, parágrafo único; e CLT, Artigo 769). 
 
PRINCÍPIO DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA 
Corolário do contraditório, o princípio da impugnação específica está previsto no 
Artigo 341 do NCPC, o qual dispõe que: “Incumbe também ao réu manifestar-
se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, 
presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: I - não for admissível, 
a seu respeito, a confissão; II - a petição inicial não estiver acompanhada de 
instrumento que a lei considerar da substância do ato; III - estiverem em 
contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.” 
 
PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE 
Este princípio informa que, se o autor já propôs sua demanda e deduziu seus 
pedidos, e se o réu já foi citado para se pronunciar sobre eles, não poderá mais 
o autor modificar sua pretensão sem anuência do réu e, depois de ultrapassado 
o momento da defesa, nem mesmo com o consentimento de ambas as partes 
isso será possível. O Artigo 329 do NCPC consagra o critério subjetivo da 
estabilização da demanda. 
 
PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE 
As partes devem alegar, na oportunidade própria prevista em lei ou por ocasião 
do exercício da faculdade processual, todas as matérias de defesa ou de seu 
interesse. É o princípio da eventualidade, que está inserto no Artigo 336 do 
NCPC, in verbis: “Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 36 
defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do 
autor e especificando as provas que pretende produzir”. 
 
PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO 
O princípio da preclusão decorre do princípio dispositivo e com a própria 
logicidade do processo, que é o “andar para frente”, sem retornos e etapas ou 
momentos processuais já ultrapassados. Este princípio está inscrito no Artigo 
278 do NCPC, segundo o qual: “A nulidade dos atos deve ser alegada na 
primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de 
preclusão”. 
 
PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL 
Trata-se de princípio aplicável em todos os ramos de direito processual e 
consiste em obter da prestação jurisdicional o máximo de resultado com o 
mínimo de esforço, evitando-se dispêndios desnecessários para os 
jurisdicionados. Há que se ressaltar que o princípio da economia processual, no 
novo Código de Processo Civil, está implícito no principio da eficiência, 
devidamente explicitado no Artigo 8º. 
 
PRINCÍPIO DA PERPETUATIO JURISTIONIS 
Melhor seria falar em princípio da perpetuação da competência. Está previsto 
no Artigo 43 do NCPC, o qual afirma: “Determina-se a competência no 
momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as 
modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo 
quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta”. 
 
PRINCÍPIO DO ÔNUS DA PROVA 
Está previsto no Artigo 373 do NCPC, que o ônus da prova incumbe: “I - ao 
autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à 
existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor”. 
O direito processual do trabalho o consagra no Artigo 818 da CLT, in verbis: “A 
prova das alegações incumbe à parte que as fizer”. 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 37 
 
Entretanto, há que se ressaltar que, tanto na CLT quanto no CPC de 1973, a 
teoria do ônus da prova adotada foi a da carga estática. Contudo, o NCPC 
adota a teoria da carga dinâmica do ônus probatório, como pode ser notado na 
simples leitura dos §§1º a 4º do Artigo 373: 
 
“§1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da 
causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade 
de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade 
de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o 
ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão 
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade 
de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
§2º A decisão prevista no §1º deste artigo não pode gerar 
situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja 
impossível ou excessivamente difícil. 
§3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode 
ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I - recair 
sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente 
difícil a uma parte o exercício do direito. 
§4º A convenção de que trata o §3º pode ser celebrada antes 
ou durante o processo”. 
 
Com a distribuição dinâmica do ônus probatório, atende-se aos princípios da 
eficiência, economia processual, celeridade processual, contraditório, ampla 
defesa e ao devido processo legal substancial. 
 
PRINCÍPIO DA ORALIDADE 
Este princípio não encontra residência em nenhuma norma expressa do NCPC 
ou da CLT. A rigor, ele se exterioriza interagindo com outros quatro princípios: 
I – princípio da imediatidade; II – princípio da identidade física do juiz; III – 
princípio da concentração; IV – princípio da irrecorribilidade imediata das 
decisões interlocutórias. 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 38 
 
Princípios peculiares do direito processual do trabalho 
Não há a desejável uniformidade entre os teóricos a respeito da existência de 
princípios peculiares ou próprios do direito processual do trabalho. Alguns 
entendem que os princípios do direito processual do trabalho são os mesmos 
do direito processual civil, apenas ressaltando ênfase maior quando da 
aplicação de alguns princípios procedimentais no processo laboral. Outros 
sustentam que existem apenas dois ou três princípios peculiares do direito 
processual do trabalho: 
 
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO 
Deriva este princípio da própria razão de ser do Direito do Trabalho, pois esta 
disciplina foi criada para compensar a desigualdade real existente entre 
empregado e empregador, que são, na verdade os mesmos figurantes do 
processo laboral. 
 
PRINCÍPIO DA FINALIDADE SOCIAL 
Segundo Humberto Theodoro Júnior o primeiro e mais importante princípio que 
informa o processo trabalhista, distinguindo-o do processo civil comum, é a 
finalidade social de cuja observância decorre uma quebra do princípio da 
isonomia entre as partes, pelo menos em relação à sistemática do direito 
formal. 
 
PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL 
Deriva do princípio material da primazia da realidade. O disposto no art. 765, 
da CLT,confere aos juízes e tribunais do trabalho ampla liberdade na direção 
do processo. Para tanto, os magistrados do trabalho “velarão pelo andamento 
rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao 
esclarecimento delas.” A jurisprudência tem acolhido implicitamente o princípio 
da primazia da realidade. 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 39 
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE 
Este princípio constitui emanação do princípio da indisponibilidade ou 
irrenunciabilidade do direito material no campo do processo do trabalho. Numa 
palavra, o processo do trabalho teria uma função finalística: “a busca efetiva do 
cumprimento dos direitos indisponíveis dos trabalhadores.” 
 
PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO 
Embora o princípio da conciliação não seja exclusividade do processo laboral 
parece-nos que é aqui que ele se mostra mais evidente, tendo, inclusive, um 
“iter procedimentalis” peculiar, nos termos do art. 764 e seus parágrafos, da 
CLT. No mesmo sentido é o art. 831, da CLT, o qual estabelece uma condição 
intrínseca para a realidade da sentença trabalhista, ao estatuir que ela somente 
será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta conciliatória. 
 
PRINCÍPIO DA NORMATIZAÇÃO COLETIVA 
A Justiça do Trabalho é a única que pode exercer o chamado Poder Normativo, 
que consiste no poder de criar normas e condições (o que é atividade típica do 
Poder Legislativo), proferindo sentença (rectius, acórdão) normativa com 
eficácia ultra partes, cujos efeitos irradiarão para os contratos individuais dos 
trabalhadores integrantes da categoria profissional representada pelo sindicato 
que ajuizou o dissídio coletivo. 
 
Outros princípios peculiares no processo do trabalho 
Existem também outros princípios peculiares no processo do trabalho. Conheça-
os abaixo: 
 
PRINCÍPIO DA ORALIDADE 
Os atos processuais, na sua maioria, deveriam ser praticados na forma oral. 
Entretanto, na prática, o processo trabalhista é quase totalmente escrito (CLT, 
art. 847). 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 40 
PRINCÍPIO DA CELERIDADE 
Os juízes e tribunais do trabalho terão ampla liberdade na direção do processo 
e velarão pelo andamento rápido das causas (art. 765, da CLT). 
 
PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DOS ATOS E UNICIDADE DA 
AUDIÊNCIA 
Os atos processuais devem ser praticados numa única audiência, se possível, 
resolvendo-se no menor espaço de tempo. As audiências deverão ser 
contínuas, salvo motivo de força maior (art. 849, da CLT). 
 
PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE 
Ou princípio da instrumentalidade das formas – os atos processuais trabalhistas 
não dependem de nenhuma forma rígida, podendo a defesa ser efetuada 
oralmente, e os recursos interpostos por meio de simples petição (arts. 840 e 
899, da CLT). 
 
PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO 
Os juízes sempre empregarão seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma 
solução conciliatória dos conflitos (CLT, art. 764, § 1º). 
 
PRINCÍPIO INQUISITÓRIO 
O julgador poderá determinar de ofício, todas as diligências necessárias para o 
descobrimento da verdade e para propiciar a celeridade processual (CLT, art. 
765). 
 
PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES 
INTERLOCUTÓRIAS 
As decisões que toma o juiz, no decorrer do processo, são irrecorríveis, 
devendo, se ilegais ou impertinentes, ser objeto de impugnação por via de 
recurso ordinário (CLT, art. 893). 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 41 
PRINCÍPIO DO JUS POSTULANDI 
A parte não precisa estar representada por advogado para propor ou contestar 
a ação trabalhista, ou seja, podem autor e réu postular em causa própria sem 
assistência jurídica, na Justiça do Trabalho, exercendo sua capacidade 
postulatória (art. 791, da CLT). 
 
PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL (EX OFFICIO) 
O juiz poderá determinar de ofício, os atos necessários ao andamento dos 
processos, salvo exceções previstas na lei. (art. 765, CLT). 
 
PRINCÍPIO DA GRATUIDADE INICIAL 
As custas serão pagas ao final pela parte sucumbente, na forma do art. 789, da 
CLT. O reclamante/autor somente pagará as custas no caso de improcedência 
do pedido ou quando der causa ao arquivamento, ou seja, extinção do processo 
sem julgamento do mérito. 
 
PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CPC 
O direito processual civil é fonte subsidiária do direito processual do trabalho, 
só podendo ser admitido nos casos omissos e desde que haja compatibilidade 
com o ordenamento processual laboral (CLT, art. 769). 
 
PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL – NOTIFICAÇÃO POSTAL 
 As comunicações dos atos processuais se farão, de ordinário, por meio postal 
(citações, intimações, publicidade dos atos processuais, em geral), conforme 
art. 841, da CLT. 
 
Singularidade do processo do trabalho 
Segundo Cristóvão Piragibe Tostes Malta, as generalidades abrangem o conflito 
de interesses individuais e coletivos de trabalho, preservando os resquícios da 
auto composição e autodefesa, sem desprezar a possibilidade da 
héterocomposição. 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 42 
O Estado exerce a sua soberania através da jurisdição (o poder-dever de dizer 
o direito). 
 
O Poder Judiciário exerce a jurisdição trabalhista, cujo pronunciamento põe em 
relevo os princípios e normas do direito material e processual do trabalho 
contidos na CLT e diversas leis esparsas; e.g. Lei nº 5.584/70, Decreto-Lei nº 
779/69; Leis nº 9.957 e 9.958/2000, CPC, autorizado pelo art.769, da CLT, etc. 
 
 
Atenção 
 Ressalte-se a autonomia do processo do trabalho entre os 
demais ramos do direito, inclusive o processual, sem, 
entretanto, desprezar a possibilidade de aplicação subsidiária 
dos demais preceitos do direito processual civil. 
O impulso oficial ou ex officio e as regras de competência, 
residual contidas no art.651, da CLT, também despontam 
como regras de efetividade da prestação jurisdicional e 
celeridade na proteção processual do trabalhador, cuja 
pretensão em última análise é de natureza alimentar. 
A CLT, apesar de ser criticada por muitos como 
“engessadora” das relações de emprego, prevê pagamento 
de direitos mínimos e nada impede que outros ajustes 
complementares sejam feitos. Disponível em: 
<http://www.trabalhismoemdebate.com.br>. Acesso em: 16 
maio 2014. 
 
Case relacionado 
Conheça a história de Jorge Tavares, que aborda o conteúdo discutido na aula. 
Em seguida, diante do exposto, responda de forma objetiva e fundamentada à 
questão proposta. 
 
 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 43 
Jorge Tavares trabalhou na empresa de Construção Civil, como Pedreiro, 
durante dois anos, tendo sido demitido sem nada receber, embora tivesse sua 
CTPS anotada. 
 
Um mês depois foi convocado para realização de um Acordo perante a 
Comissão de Conciliação Prévia, no Sindicato Patronal. Jorge Rejeitou o Acordo, 
pois entendeu não ser justo o valor proposto. 
 
No mês seguinte ajuizou uma Reclamação Trabalhista, vindicando verbas 
resilitórias, indenização de FGTS, multas dos arts. 467 e 477/CLT, além de 
horas extras e demais repercussões, deixando de esclarecer ao Juízo a 
impossibilidade de Acordo perante a Comissão de Conciliação Prévia. 
 
No dia da audiência, inviabilizada a conciliação judicial, a Ré negou toda a 
pretensão, arguindo as preliminares de ausência dos requisitos e pressuposto 
da ação, já que o reclamante não apresentou declaração de submissão da lide 
à CCP e de inviabilidade de conciliação prévia, requerendo a extinção do feito, 
sem julgamento do mérito. 
 
Atividade proposta 
a) A Lei nº 9.958/2000 e a jurisprudência da submissão à Comissão de 
Conciliação Prévia é obrigatória ou facultativa? 
b) Que efeitos produziriam sobre a Reclamação proposta o acolhimento ou 
rejeição dessas preliminares? 
 
 
Chave de resposta: 
a) Nada obstante a redação dada pela Lei nº 9.958/2000 ao art. 625, alínea 
“d”, da CLT, o qual determina a obrigatoriedade

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