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ANÁLISE DO DOCUMENTÁRIO - A LOUCURA ENTRE NÓS

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A Loucura entre Nós (O Filme)
"Porque parece que eu sempre passei pela vida assim... Com... Não sei se isso interessa,
mas vai ser assim. Como em uma ilusão entendeu? Uma grande ilusão, uma grande
fantasia, um grande delírio e de repente a vida é pra valer não é? Pra valer! A vida cobra e
eu tenho sentido isso. Agora nesse momento de minha vida, essa cobranças entendeu?... O
que você andou fazendo? Porque fez? Porque não fez?
A vida cobra." - Leonor, aquela que saltou para a morte.
● Do que se trata o filme?
Todos nós temos um pouco de loucura. Mas para alguns, a sociedade rotula como louco de
acordo com a sua sanidade. É um filme dirigido por Fernanda Fontes Vareille que é uma
adaptação livre do livro do psiquiatra Marcelo Veras. O filme é uma imersão profunda sobre
as grades e corredores de um hospital psiquiátrico. Assim, o roteiro vai em busca de
personagens e histórias que ajudam a discutir sobre as fronteiras do que é considerado
loucura. O documentário demorou cerca de 4 anos para ser elaborado, foca principalmente
nas personagens femininas (Elisângela e Leonor) para explorar as contradições da razão e
nos fazer refletir também sobre os nossos próprios conflitos. Um dos maiores méritos do
filme é justamente fugir de qualquer tentativa de reduzir as personagens a marionetes ou
estereótipos envolvendo as questões de sanidade mental. A câmera acompanha os
pacientes dentro e fora do hospital e gradualmente um vínculo vai sendo construído de
quem assisti o documentário e as figuras ali retratadas. Além disso, o filme foca na ONG
Cria Mundo que tem como principal objetivo integrar esses pacientes ao mercado
profissional através do ensino com artes manuais, pintura e muito mais. Possibilita ver que
os desejos de cada um são como os nossos. Trabalhar, ter renda, ser reconhecido.
● A partir do conteúdo estudado tente estabelecer uma relação entre esses princípios
e o sofrimento psiquiátrico no contexto fílmico.
Está super relacionado ao aspecto do adoecer, da auto estima. Penso que em primeiro
momento é difícil entender o que se passa de verdade na cabeça de cada um. Taxado como
louco. Imagine só?
Dentro desse contexto podemos verificar um indivíduo que se sente sozinho e tenta se
posicionar dizendo não haver qualquer tipo de doença. Neste momento é possível visualizar
a importância que os cuidados de cada profissional.
O interessante é que em nenhum momento senti como se eles estivessem preços. Creio
que a ONG possibilita um futuro em que ao saírem dali estarão prontos para conquistarem
algo no mercado de trabalho. É uma esperança que os direciona e os fazem continuar.
Em outro plano vejo como a auto estima fica abalada, penso em Cabral e Nick que dizem
que a imagem se divide em duas categorias sensorial e a representação mental e foi visível
ver isso principalmente na personagem Leonor bem ao final do filme e foi baseado nisso em
que formou seu autoconceito e a levou a questionamentos intermináveis.
São conflitos pertencentes a cada personagem. Podemos perceber que as aflições destas
pessoas definem muito as nossas aflições. É fácil de se ver neles. Na verdade acho que é
difícil alguém que se questione de verdade ouvir alguma frase e não conseguir se identificar.
As vezes incapaz de estabelecer relacionamentos íntimos e estáveis. Ser insensível, se
isolar, talvez não ter empatia ou possuir o medo do abandono e necessidade de atenção.
Não são compreendidos. Creio que em um contexto geral nós em algum momento
desaprendemos ou sequer aprendemos de fato a ouvir a pessoa que está por trás da
loucura. Ela é ser pensante como todos nós.
● Se você fosse criar esse filme, incluindo agora no contexto o profissional
fisioterapeuta contribuindo para a reabilitação psicossocial de portadores de
transtornos, como você faria?
Não mudaria nada no filme iria fazer da mesma forma. Porém, em vez de tantos
medicamento iria destacar a o quão magnífico os pacientes ficam ao estar com
fisioterapeutas que amenizariam os sintomas dos transtornos do movimento provocados por
efeito de medicações, que iria melhorar a funcionalidade motora, promover relaxamento,
desenvolver consciência e expressão corporal, estimular contato corporal e a interação
entre os participantes. Iria destacar as sessões de fisioterapia e o desenvolvimento que ela
proporciona para cada personagem. Iria focar em como eles desenvolveram e conseguiram
se descobrir em tantos aspectos pessoais e sociais. Destacando a emoção de estarem
leves, se amando mais, criando um novo conceito sobre eles mesmos. Talvez o tratamento
seria bem mais efetivo. Não conheço muito desta área da fisioterapia, mas pelos artigos
sobre esse olhar de como podemos ajudar pessoas com diversos transtornos de
personalidade e inseri-las novamente ao meio social, é incrível de imaginar! Seria possível
ver uma nova vida, novos sentimentos, uma valorização necessária para esses indivíduos.
O alcance de alívio para as sensações que agitam sua mente e a desaceleração dos
pensamentos, conquistando melhor disposição e uma mente e corpo caminhando para o
equilíbrio. Destacaria o dia a dia depois de tantas sessões e a felicidade de conseguirem
estar no meio das pessoas interagindo e o contentamento na diminuição de algum
medicamento.
"A vida para todos nós não tem equilíbrio, só equilibristas." - Marcelo Veras

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