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Fraturas e Materiais de Síntese

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 O tecido ósseo é um tecido conjuntivo, mas é especializado. Tem algumas diferenças 
características de outro tecido. 
 Tem matriz extracelular (o lado de fora das células é calcificado) – essa matriz é rígida, pois o 
osso precisa seja rígido para que haja uma boa capacidade de transmissão de carga. 
 Tecido conectivo especializado – tecido ósseo. 
 Formado por células e uma matriz calcificada. 
 
 Sustentação e transmissão de carga; 
 Proteção de órgãos vitais – protege o sistema hematopoiético; 
 Apoio aos músculos para realização de movimentos; 
 Aloja e protege a medula óssea, responsável pela produção de células sanguíneas 
(hematopoiese); 
 Armazena cálcio e fosfato. 
 
 Componente inorgânico (70%) – principal diferença de outros tecidos. Exemplo: fosfato e cálcio 
– geralmente, são esses componentes que deixam o osso rígido. 
 Componente orgânico (30%) 
▪ Fibras de colágeno tipo 1 – dão estrutura 
▪ Proteínas não-colagenosas: Glicoproteínas e Proteoglicanas puxam água. 
 Células (2%). 
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 O osso em sua grande maioria (98%) é constituído por estrutura (fibras) para aguentar a carga. 
 São as células que mantém a estrutura. 
 Osteoblastos: responsável por construir um novo componente. O osteoblasto constrói matriz 
extracelular em volta de si mesmo e se conecta com outra célula osteoblástica para receber 
nutrientes, quando ele termina o seu processo, ele se torna um osteócito. 
 Osteócitos: atua na manutenção da matriz extracelular e estão localizados nas lacunas da matriz 
óssea. Se o osteócito morre, ele começa a secretar substâncias dizendo que morreu, então o 
osteoclasto irá limpar a área e o osteoblasto irá construir uma nova matriz extracelular. Possui 
vários canalículos para se comunicar com outras células. 
 Osteoclastos: responsável por fazer a limpeza dos tecidos que foram lesionados. Lacunas de 
Howship – “buraco” que os osteoclastos abrem quando realizam a limpeza do loca. 
 O processo com as células do tecido ósseo acontece constantemente – construção, manutenção 
e limpeza. 
 O osteoblasto é originado através das células osteoprogenitoras (ficam na superfície do osso e é 
considerada como uma célula básica). 
 
 Tem como função manter a estrutura do osso. 
 É um processo que ocorre de forma constante e que se adapta as cargas que o indivíduo impõe. 
 As trabéculas ósseas são responsáveis por transmitir a carga através do osso e isso faz com que 
ela precise ser constantemente remodelada. São formadas através da mecanotrandução – 
quando pisa (descarrega peso), as células liberam matriz extracelular e direciona as trabéculas. É 
orientado pelas lamelas. 
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 Não precisa ter fratura para acontecer o remodelamento ósseo. 
 Quando realiza exercício, você tem uma microlesão e então acontece o remodelamento ósseo. 
 O osteócito com o passar do tempo morre e a região onde ele se encontra também, então 
começa o processo de limpeza com os osteoclastos e de produção de matriz com os 
osteoblastos, que irão se transformar em osteócitos – REMODELAMENTO ÓSSEO. 
 O osteoclasto quando entra em contato com a superfície óssea sela o local para conseguir liberar 
enzimas proteolíticas, que tem como função a quebra de colágeno. Além disso, o osteócito libera 
ácidos para conseguir quebrar fosfato e cálcio. 
 Precisa de uma zona selada para que não entre em contato com o osso, pois se o ácido entrar 
em contato com toda a superfície óssea, ele começa a destruir o tecido. 
 
 Estruturas dentro do osso (dentro das trabéculas) com função de levar nutrição 
 Canais de Haversianos ou Lamélas Concêntricas: Sistema onde tem “canos” passando no meio e 
em volta, há presença de osteócitos, as camadas dos osteócitos estão ligadas umas às outras 
através dos canalículos, essa ligação serve para nutrir o tecido ósseo. 
 Canais de Volkmann – se encontram na direção vertical do osso. 
 
 Cristais de Hidroxiapatita – componente mineral do osso. 
 Cálcio e Fosfato. 
 Encontrados ao longo das fibras de colágeno – tem formato pontudo. O componente inorgânico 
fica em volta do colágeno para formar uma estrutura firme. 
 Junto com o colágeno conferem ao osso, força e resiliência. 
 Resiliência Óssea: capacidade de voltar a sua forma anterior. O processo precisa de duas 
características: um componente inorgânico (cristais de hidroxiapatita) e componente orgânico 
(colágeno). 
 Os cristais de hidroxiapatita deixa o osso rígido e o colágeno da uma flexibilidade para o osso. 
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 É importante saber sobre a estrutura óssea e as divisões do osso, pois o prognóstico é diferente 
para cada região. 
 O osso é divido em: 
▪ Epífise: extremidades ósseas. Pode ter fratura intra-articular. As fraturas epifisárias têm um 
pior prognóstico, pois estão perto das articulações. 
▪ Metáfise: transição entre a diáfise e a epífise do osso. 
▪ Diáfise: região longa do osso. 
 
 Tipos de Tecido Ósseo 
▪ Osso não lamelar (primário): osso imaturo. Tem sua matriz com fibras colágenas com pouca 
orientação, menor quantidade de minerais e maior porcentagem de osteócitos. É um osso 
que não é organizado e está presente no início de um reparo ósseo ou em uma criança. 
▪ Osso lamelar (secundário): Predominante no adulto, sua principal diferença é a organização 
da matriz extracelular. Segue o padrão de lamelas concêntricas. 
▪ Osso cortical ou compacto: parte externa dos ossos longos composto por tecido denso e 
calcificado. Está mais relacionado com a parte diafisária e é um osso mais compactado, não 
tem porosidade. 
▪ Osso trabecular ou esponjoso: parte porosa do osso. 
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 Membranas Ósseas 
▪ Os ossos são revestidos externa e internamente por membranas. São elas: 
▪ Periósteo: camada fibrilar – dá um aspecto mais fibroso para o osso e é uma camada 
mais externa, para proteger o osso; camada celular (interna) – as células 
osteoprogenitoras ficam localizadas nessa região. O periósteo tem como função a 
manutenção do estoque de células ósseas e nutrição. 
▪ Endósteo: tecido reticular – responsável pela fabricação das células ósseas. 
▪ As membranas são altamente vascularizadas, provem nutrição e oxigenação das células do 
tecido ósseo. Possuem células osteoprogenitoras que se diferenciam em osteoblastos, 
desempenhando papel importante no crescimento ósseo e reparação das fraturas. 
▪ Para que as fraturas sejam recuperadas precisa de células osteoblásticas, então precisa das 
membranas ósseas “funcionando”. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Fratura é uma condição em que há uma perda da continuidade óssea (solução de continuidade). 
 Às vezes, pode confundir a sobreposição do raio x com uma perda da solução de continuidade 
óssea. 
 
 A descrição do Tipos de Fraturas incluem: 
▪ Etiologia; 
▪ Local; 
▪ Exposição do foco de fratura; 
▪ Direção da linha ou traço de fratura; 
▪ Número de fragmentos; 
▪ Afastamento de fragmentos; 
▪ Força de lesão aplicada ao osso. 
 
 Traumática: decorrente de um trauma ou estresse de alta magnitude. Exemplo: acidente de moto 
– trauma de alta energia (energia depositada em cima do osso). Para MMSS, te, uma energia 
mais alta e para MMII precisa de muito mais energia para fraturar. 
 Patológica: decorrente de certas patologias que tornam os ossos frágeis ou enfraquecidos (ex: 
osteoporose, tumores ou osteogênese imperfeita). 
 
 
 
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 Essa classificação irá definir o tratamento que será realizado. 
 Diafisária 
 Metafisária 
 Epifisária 
 Intra-articular 
 
 Aberta ou Exposta: quando há lesões de tecidos moles (ex: pele e músculos) com comunicação 
da região da fratura com o meio externo. Pode ser apenas um “furinho” na pele, tem mais 
chances de infecção. 
 Fechada: quando a pele sobre a região de fratura está íntegra; não tem exposição do osso com 
relação ao meio externo. 
 
 Transversa: traço da fratura perpendicular ao eixo longitudinal ao osso. 
 Oblíqua: traço de fratura forma um ângulo (mais ou menos 30º)com o eixo longitudinal do osso. 
 Espiralada ou Helicoidal: forma espirais ao redor do eixo longitudinal do osso. Na fratura espiralada 
consegue enxergar o fundo do osso. 
 Múltiplas: associação de diferentes tipos de fraturas. 
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 Simples: existe apenas um traço de fratura, separando o osso apenas em 2 partes. 
 Dupla: existe dois traços de fratura com um fragmento intermediário entre os traços. Também 
chamado de fratura segmentar. 
 Cominutiva: são vários traços de fratura separando o osso em vários fragmentos, divide o osso 
em múltiplas direção. 
▪ Segmentar: tipo de fratura dupla com dois traços de fratura isolando um segmento distinto 
de osso. 
▪ Asa de Borboleta: dois fragmentos de cada lado de um fragmento principal em forma de 
cunha. 
▪ Estilhaçada: osso é esmigalhado em fragmentos finos e pontiagudos. 
 
 
 
 
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 Completa: separação completa dos fragmentos ósseos ou da cortical óssea. 
 Incompleta: não há separação dos fragmentos. Fenda do tecido ósseo que não atravessa 
completamente a largura do osso. Exemplo: galho verde ou subperiostais. É comum em crianças. 
 
 
 Impactada: interpenetração dos fragmentos. 
 Avulsão: fragmento ósseo é separado ou afastado por um tendão ou ligamento. O tendão 
transmite a força para o osso e este é arrancado. Muito comum acontecer no tornozelo com o 
ligamento deltoide, quando realiza uma entorse do tornozelo. 
 Compressão: colapso ósseo por forças que atuam paralelamente ao eixo longitudinal do osso. 
 Estresse: decorrente de estresses mecânicos repetidos. 
 
 
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 O tecido ósseo está em constante remodelação (reabsorção + deposição da matriz óssea). 
 No osso não lamelar ainda não tem o padrão de lamelas (osteócitos). 
 O osso imaturo (não lamelar) se transforma em osso maduro (lamelar). 
 O remodelamento influencia no crescimento ósseo e irá transformar o osso esponjoso em osso 
compacto, mas não em todos os lugares, em alguns locais o osso esponjoso se mantém. 
 A remodelagem óssea pode levar a adaptação de novas condições fisiológicas ou patológicas 
(fraturas). 
 É importante ter um equilíbrio entre a atividade osteoclástica (reabsorção) e osteoblástica 
(formação). 
 É importante que mantenha a proporção de matriz inorgânica (70%) para matriz orgânica (30%), 
pois se essa relação muda o osso perde a resiliência (capacidade do osso de voltar ao seu normal). 
 
 Lei de Wolff: a remodelação óssea é influenciada e modulada pelo estresse mecânico 
(mecanotransdução). 
 A quantidade de carga que coloca sobre o osso, influencia no quanto de osso é formado. 
 Na região convexa tem geração de cargas positivas e na região concava tem geração de cargas 
negativas. 
 O osso apresenta piezoeletricidade, toda vez que deposita carga no osso, a deformação gera 
correntes positivas e negativas. 
 Quando tem a concavidade gera cargas negativas e isso estimula mais deposição de matriz óssea. 
Quando tem a convexidade gera cargas positivas e isso gera uma maior reabsorção. 
 A remodelagem Óssea ocorre em 5 estágios: 
1. Repouso – equilíbrio. O osteócito morre e esse estado precisa ser modificado para que ocorra 
a reabsorção óssea, que é feita pelo osteoclasto 
2. Ativação – depois que o osteócito morre, ocorre a ativação do osteoclasto para fazer a 
limpeza da célula morta. 
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3. Reabsorção (1 a 2 semanas) – limpeza do local em que o osteócito está morto. 
4. Reversão – em vez de realizar a reabsorção, faz a reversão e começa a realizar a formação 
do osso. 
5. Formação – formação do osso não lamelar. Depois que essa fase chega ao fim, terá uma 
nova fase de repouso (1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Osso é um tipo de tecido conjuntivo especializado. 
 O osso se regenera, não é um processo de cicatrização e sim consolidação, faz com que o osso 
volte a ser o que era antes. 
 Diferente dos outros tecidos, o osso tem uma capacidade extraordinária e única de reparar-se 
por regeneração, sem a formação de tecido cicatricial. 
 Processo de cicatrização óssea denomina-se consolidação. 
 
 Consolidação Primária: modo artificial, precisa de intervenção por placas e parafusos. 
 Consolidação Secundária: modo natural, precisa dar estabilidade mínima (gesso, tipoia). 
 
 Osso novo cresce diretamente por meio da compressão das extremidades ósseas a fim de unir 
a fratura. 
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 Quando coloca uma placa e parafusos num foco de fratura, irá ocorrer a força de compressão 
do foco da fratura. 
 Na consolidação primária tem a eliminação de carga (movimento) no foco da fratura., ocorre uma 
estabilidade absoluta. 
 As células da região da fratura irão começar a migrar de um lado para o outro, como a fratura 
está sofrendo uma compressão, as células não precisam gerar uma grande estabilidade, então 
elas passam de um lado para o outro e isso faz com que haja uma ausência de calo. 
 A consolidação primária é utilizada nas fraturas intra-articulares ou em regiões que não pode ter 
calo, pois não tem calo ósseo para impedir o deslizamento. 
 Uma placa não define tratamento, mas a maneira como essa placa é colocada define o tratamento. 
 Este tipo de consolidação ocorre com a aplicação, por exemplo, de um aparelho de gesso, fixação 
externa ou hastes intramedulares. 
 A fixação externa ou hastes medulares estão dando estabilidade ao osso, mas não impedem que 
passe movimento no foco da fratura. 
 Na consolidação secundária precisa TER carga no foco de fratura. Quando a carga passa no osso, 
irá ocasionar a mecanotrandução e isso irá causar um estímulo para as células, e quanto maior o 
estímulo, maior o depósito de osso. 
 Quanto maior a carga imposta no osso, maior será a mecanotransdução e maior será o calo 
ósseo. 
 Como a carga que passa sobre o osso é grande, o osso precisa reagir para gerar mais estabilidade 
e então irá formar o CALO ÓSSEO. 
 A maior característica da consolidação secundária é a formação de calo ósseo. 
 A formação do calo ósseo é o osso sentindo que tem carga passando e que ele precisa reagir 
de alguma forma para estabilizar ele próprio, então ele forma um tecido em volta da fratura 
(inicialmente, é uma cartilagem e posteriormente será ossificado). 
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 Dividido em 3 fases. 
 Fase reativa: o tecido reage a lesão inicial, reação inflamatória e formação de tecido de granulação. 
Ocorre uma reação autoimune, precisa ter a limpeza do osso, então ativa os osteoclastos. 
 Resposta inflamatória aguda: hematoma de fratura acontece pelo rompimento dos vasos 
(faz com que tenha uma pequena estabilidade inicial) → necrose óssea → invasão de células 
inflamatórias (aumenta a permeabilidade da membrana vascular, faz com que células de 
limpeza e defesa cheguem até o local, principalmente se for fratura exposta) → hipoxia local 
promove a angiogênese. 
 O segmento está relativamente instável, então qualquer coisa dói (dor inflamatória). Dor de 
origem química, ocorre sensibilização periférica (o que melhora é repouso e anti-
inflamatório). 
 Dor gera proteção e o hematoma gera estabilidade. 
 Formação de hematoma e desencadeamento do processo inflamatório (presença de 
osteoclasto) → angiogênese (formação de vasos na região) → formação de tecido 
cartilaginoso → calcificação de matriz condroide (cartilagem) → apoptose e remoção dos 
condrócitos → deposição de matriz osteoide → remodelação reestabelecendo as 
características mecânicas do osso. 
 Fase reparativa: começa a forma de deposição de matriz óssea, ativando os osteoblastos. 
Formação de calo cartilaginoso, deposição de osso imaturo e fraco, após irá ter a substituição 
por osso lamelar. Após essa fase, o osteoblasto vira osteócito. 
 Mecanicamente estável, cada vez mais à medida que o processo evolui. Formação de calo 
ósseo cartilagionoso. 
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 A dor fica menos inflamatória e fica mais mecânica. 
 O segmento está mais estável e quando está entre 6-8 semanas já tem a presença de 
caloduro e cada vez mais o paciente consegue fazer descarga de peso. 
 Se tiver dor inflamatória nessa fase, o paciente pode ter presença de infecção. 
 Fase de remodelagem: remodelação do contorno original do osso. O osso irá sendo construído 
aos pouquinhos – limpeza com os osteoclastos, deposição de matriz óssea com osteoblasto, que 
irá se transformar em osteócito – processo contínuo. 
 O calo é reabsorvido e é a fase em que corrige deformidades. 
 Fase reativa dura de 1 a 2 semanas (dor nociceptiva inflamatória); fase de reparo dura de 2 a 16 
semanas (mais dor mecânica) e fase de remodelação acontece a partir da 16ª semana (a dor 
pode começar a sumir). 
 Semana 1 a 2 – Inflamatório; 
 Semana 2 a 3 – Calo Mole (Cartilagem) – cartilagem não aparece no raio x, pode começar 
a colocar cargo, mas o paciente pode sentir dor; 
 Semana 4 a 16 – Calo Duro (de 4 a 6 semanas o calo se forma), pode começar a colocar 
mais carga; 
 Semana 16 em frente. 
 
 Geralmente, os pacientes ficam com gesso 6 a 8 semanas, nesse tempo o fisioterapeuta 
consegue ter certeza de que o calo está sendo formado, pois o paciente começa a relatar menos 
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dor. Com 12 semanas, consegue ter a certeza de que o calo foi formado (momento que libera 
carga total para membros inferiores). 
 Duração de cada fase depende da localização, gravidade, presença de lesões associadas e idade 
do paciente. 
 Fraturas que são localizadas em regiões muito vascularizadas tem uma maior chance de reparo, 
processo inflamatório. 
 Se tiver uma fratura extremamente grave, com muitos desvios e pedaços, com lesão grande de 
vasos, tecidos moles faz com que haja um tempo maior de consolidação. 
 A presença de lesões está associada com a gravidade, se tiver lesões de vaso irá influenciar no 
processo de consolidação da fratura. 
 Presença de comorbidades (exemplo: diabetes melitus, fumante e com problemas pulmonares) 
faz com que tenha uma lentificação do processo. 
 Quanto mais velho, mais lento o processo de consolidação. 
 
 Consolidação retardada: a fratura pode eventualmente consolidar, mas leva consideravelmente 
mais tempo que o normalmente esperado. 
 Não consolidação ou Pseudoartrose: a fratura falha completamente na sua consolidação. Em vez 
de formar osso no foco de fratura, forma fibrose e o osso mexe. 
 Consolidação viciosa: “colou torto”, fratura consolidada no prazo normalmente esperado, porém 
em uma posição insatisfatória resultando em uma deformidade óssea residual. 
 
 
 
 
 
 
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 Fundação do grupo AO Fundation nos anos 50. 
 Grande evolução nos conceitos de osteossíntese (qualquer material de síntese metálica, exemplo: 
placa, parafuso, haste). 
 Quatro preceitos básicos foram lançados para que não houvesse a escolha de marcas ou 
implantes específicos. 
 Não define tratamento através do material de síntese. 
 Mesma placa DCP (placa de compressão dinâmica) poderá servir como uma placa em ponte 
(compartilhamento de estresse) ou agregar estabilidade absoluta. (elimina o estresse). 
 
 Redução anatômica da fratura – voltar ao formato normal do osso. Coloca o osso de volta no 
lugar para que o paciente tenha funcionalidade. Correção de alinhamento de rotação e 
comprimento no osso. 
Os ossos do antebraço (rádio e ulna) devem ser tratados como articulações, pois se realizar 
uma consolidação secundária (com formação de calo ósseo) o rádio e a ulna irão travar. 
 Fixação estável – o máximo de estabilidade possível – estabilidade absoluta (a carga não passa 
pelo foco de fratura – consolidação primária – exemplo: fixação interfragmentária, parafusos e 
placas (estática) e banda de tensão dinâmica) e estabilidade relativa (a carga passa pelo foco de 
fratura – consolidação secundária – exemplo: hastes intramedulares, placas em ponte, gessos e 
talas). 
 Preservação do suprimento sanguíneo – precisa manter a vascularização, pois as células precisam 
disso para realizar a consolidação e para que consiga fazer a mecanotransdução (mobilização 
precoce). 
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 Mobilização precoce – o médico precisa realizar os três itens acima, para que nós (fisioterapeutas) 
consigamos fazer a mobilização precoce para que consiga reestabelecer o máximo de função 
possível do paciente. 
 
 
 Dispositivo de compartilhamento de estresse (princípio do tutor) – há movimento controlado no 
foco de fratura – consolidação secundária, com formação de calo ósseo. 
 Permite transmissão parcial de carga através do local fraturado. 
 O micromovimento no local fraturado induz a uma consolidação óssea secundária com 
formação de calo ósseo. 
 Não é a placa que define o tipo de tratamento, mas sim a quantidade de estabilidade que 
está tendo no foco de fratura. 
 
 Dispositivo de proteção contra estresse – não há movimento no foco de fratura – consolidação 
primária, sem formação de calo ósseo. 
 Protege o local fraturado contra os estresses, mediante a transferência de cargas para o 
dispositivo. 
 As extremidades fraturadas do osso são mantidas sob compressão e não ocorre movimento 
no local fraturado. 
 Este dispositivo resulta em consolidação óssea primária sem formação de calo ósseo. 
 
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OBS: a consolidação das fraturas que se curam com formação de calo (consolidação óssea secundária) 
é relativamente rápida. Fraturas que se curam sem formação de calo (consolidação óssea primária) se 
curam mais lentamente. Em alguns casos, na consolidação primária consegue descarregar peso no 
membro mais rápido, pois a placa de estabilidade absoluta aguenta muito bem a carga, já na consolidação 
secundária precisa esperar a formação de calo ósseo para conseguir dar uma estabilidade mínima no 
foco de fratura. 
 
 Utilizado nos casos de fraturas sem desvio e sem encurtamento. 
 Dispositivo de compartilhamento de estresse. 
 Permite formação de calo ósseo. 
 Consolidação óssea secundária. 
 Velocidade de consolidação é rápida. 
 Sustentação de peso precoce é permitida se o padrão de fratura for estável. Exemplo: fratura 
transversal da diáfise da tíbia. 
 Sustentação de peso é adiada até que se tenha formado calo ósseo suficiente para evitar 
deslocamento (fratura instável). Exemplo: fratura obliqua da tíbia. 
 
 Utilizada em ossos longos: tíbia, fêmur e úmero. 
 Dispositivo de compartilhamento de estresse. 
 Permite formação de calo ósseo. 
 Consolidação óssea secundária. 
 Velocidade de consolidação é rápida 
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 Ao contrário do gesso, as hastes e pinos intramedulares permite descarga de peso mais 
rápido em fraturas que sejam obliquas, pois não irá acontecer o deslizamento, já que a haste 
estará estabilizando minimamente o foco de fratura. 
 Proporcionam boa fixação e permite que as articulações permaneçam livres para mobilização 
precoce. Dirige os fragmentos para manter o contato entre eles. 
 Mais resistente que uma placa – carga precoce. 
 As hastes podem ser travadas estaticamente mediante a introdução de 2 parafusos 
transversais passando pelas corticais do osso e através do pino ou haste, tanto proximal como 
distalmente – consolidação primária. 
 Essa fixação rígida impede o encurtamento e a rotação do local fraturado, especialmente se 
a fratura é do tipo cominutiva. 
 Sustentação precoce de algum peso – permite a formação de calo ósseo – dinamizar 
(dinamização), não colocar muitos parafusos, pois vira uma consolidação primária – 
compressão no local fraturado, conseguindo ter bastante movimento no foco de fratura. 
 
 Placas de compressão são metálicas, retangulares e estreitas com superfícies curvas que se 
encaixam na superfície do osso e são fixadas por parafusos de tal modo que é criada compressão 
no local fraturado. Permitem a redução e a fixação anatômica da fratura. 
 Placa de Compressão Dinâmica – aperta os parafusos e eles comprimem o foco de fratura, não 
tendo movimento no foco de fratura. 
 São consideradas, dispositivos de proteção contra estresse, porque a área dafratura sob a placa 
encontra-se sob carga diminuída. 
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 São utilizadas mais frequentemente na extremidade superior, particularmente no rádio e na ulna, 
assim como nas fraturas metafisárias e intra-articulares. 
 Processo de revascularização e remodelação mais lentos e, além disso, enfraquecem a área 
sobre a qual estão fixadas. 
 Consolidação óssea primária – rigidez da fixação, compressão no local fraturado e redução 
anatômica. 
 Processo lento – colocar carga de forma gradual, de acordo com o que o paciente pode 
descarregar peso. 
 Desvantagens: com o passar do tempo, as corticais do osso podem ficar enfraquecidas 
(comprime o periósteo), por terem sido protegidas contra estresse e por terem sua irrigação 
sanguínea reduzida. 
 Placa de baixo contato de compressão dinâmica – tem ondulações que faz com que a placa 
fique menos presa e então tem circulação de sangue no local e diminui a chance das corticais 
enfraquecerem. 
 
 
 Resistem à carga axial aplicando-se força em 90º ao eixo de deformidade potencial. 
 São dispositivos de proteção contra estresse. 
 Dão suporte para que os parafusos de tração suportem o cisalhamento. 
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 São utilizada em conjunto com parafusos de compressão para proporcionar a redução anatômica 
da fratura. 
 Utilizadas frequentemente na tíbia proximal como consequência de fraturas no platô tibial. 
 
 
 DHS – placa dinâmica para fêmur. 
 Muito utilizado para idosos e é utilizado essa placa e parafuso para conseguir descarregar peso 
mais rápido e o idoso sair mais rápido da cama, já que pode sofrer uma série de complicações 
(redução da qualidade óssea, complicações respiratórias, complicações cutâneas, redução 
funcional, demência). 
 Dispositivo de compartilhamento de estresse utilizado na fixação de fraturas da extremidade 
proximal do fêmur. 
 Utilizado frequentemente nas fraturas intertrocântéricas do fêmur, assim como, no tratamento de 
fratura do colo femoral. 
 Quando utiliza essa placa, tem carga precoce, estímulo para mecanotrandução, ganho funcional 
e independência, ganho de qualidade de vida. 
 
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 Fios de Kirschner (fio-K) e parafusos são dispositivos metálicos que proporcionam estabilização 
absoluta (proteção contra estresse) ou relativa (compartilhamento de estresse) no local fraturado. 
 Podem ser rosqueados (parafusos) e não rosqueados (fio-K). 
 São utilizados frequentemente nas fraturas de tornozelo, patela, metacarpianos e olécrano e 
removidos após ter ocorrido a consolidação óssea. 
 
 
 Banda de tensão: arranjo em 8. 
 A banda de tensão tem como princípio converter a força tênsil (exemplo: contração muscular) 
em compressão (elimina a carga que passa no foco de fratura) para permitir a consolidação da 
fratura – consolidação primária. 
 Descrita por Frederic Pauwels na década de 50. 
 Vantagens: permite que tenha compressão e consiga realizar a descarga de peso muito rápido. 
 Força tênsil: realiza tensão (direção opostas). 
 Força compressiva: realiza compressão (mesma direção). 
 A banda de tensão em forma de 8 numa fratura de patela transforma a força tênsil do tendão 
do quadríceps e do tendão patelar em compressão, então comprime o foco de fratura e leva a 
uma consolidação primária. 
 Quando coloca a banda de tensão e tem uma força tênsil, a tensão não passa para o osso, mas 
fica na banda de tensão e isso leva a compressão do foco de fratura. 
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 Dispositivo mecânico que converte rotação em movimento linear. 
 Quando o parafuso é apertado, os fragmentos são reunidos, o que é conhecido como efeito de 
compressão. 
 O parafuso sempre é colocado transversalmente ao foco de fratura, formando um ângulo de 
90º, pois então consegue fazer a força de compressão. 
 Pode ser aplicado para comprimir uma superfície de fratura (parafuso de tração). 
 Para fixar uma placa ao osso por compressão entre a placa e o osso (parafuso com placa). 
 Para fixar um fixador externo (parafuso de Schanz). 
 
 
 
 
 
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 Também chamado de exoesqueleto. 
 Permite o controle do “dano local” em fraturas com graves lesões de partes/tecidos moles 
(fraturas expostas ou fraturas onde arrebentou algum tecido mole). 
 Controle de danos em pacientes politraumatizados, pois possibilita a rápida estabilização com 
mínima lesão adicional (cirurgia). 
 Pode ser usado para tratamento definitivo de muitas fraturas já que você provê estabilidade 
relativa (compartilhamento de estresse), que resulta na consolidação por formação de calo ósseo. 
 Ter cuidado com pacientes que foram submetidos à fixação externa de forma definitiva. 
 Fixadores quando utilizados por longos períodos, seja como tratamento definitivo, seja pela 
dificuldade de conversão para uma síntese interna, apresentam altos índices de infecção nos 
pinos, perda de redução, retardo de consolidação e necessidade enxertia óssea. 
 Indicações: fratura exposta, extensão lesão de tecidos moles, tecidos que necessitam da 
fasciotomia e desbridamento múltiplos, facilita o cuidado e reduz a perda de sangue. 
 Existem vários tipos de fixador externo, os elementos utilizados são: pinos de schanz ou 
steinmann, hastes/tubos, braçadeiras. 
 Podem ser: 
 Circulares: hastes longitudinais e estruturas anelares (exemplo: técnica de llizarov); anel 
completo. 
 Híbridos: combinação de fixador circular (3/4 circunferência) + convencional. 
 Vantagens: menos dano ao suprimento sanguíneo do osso; interferência mínima com a cobertura 
de tecidos moles; aplicação rápida em situações de emergência; estabilização das fraturas 
expostas e contaminadas; redução da fratura e fixação estável, ajustáveis sem cirurgia; boa 
solução em situações com alto risco de infecção ou infecção estabelecida; menos experiencia e 
habilidades cirúrgicas necessárias. 
 
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 Consiste na aplicação de dispositivos que asseguram uma imobilização relativa. 
 Tala provisória: uso provisório. Aplicada antes de chegar as unidades de emergência (revista 
dobrada, tabua devidamente almofadada). Imobilizar de preferência as articulações acima e abaixo 
da lesão. 
 Tala gessada ou goteiras: calha de gesso envolvida por ligaduras (faixas). Aplicada em lesões 
recentes, pois permite o aumento de volume pelo edema sem risco de compressão e efeito 
garrote. Devem recobrir ¾ da circunferência do membro. 
 Gesso fechado: aplicado circularmente de forma a obter uma estrutura tubular (aparelho gesso) 
geralmente moldado para evitar rotação dos topos de fratura. Pode estar preparado para 
mobilização e carga (gesso funcional). 
 Ligaduras/enfaixamento: utilizada nas imobilizações de membro superior (gerdy, cruzado, velpeau). 
 Órteses: acessório pré-fabricado removível, destinado a substituir um dos dispositivos anteriores.

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