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Fraturas e Consolidação óssea

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Fraturas e Consolidação óssea
Traumatologia é o estudo das lesões provocadas por traumatismos (agentes mecânicos externos), sendo estas abertas ou fechadas, com comprometimento de um ou mais segmentos.
O sistema esquelético possui:
· Função mecânica: suporte contra forças externas, suporte para partes moles, protege órgãos vitais.
· Função fisiológica: função hematopoiética e depósito de cálcio e potássio.
· Osteócitos: mantém o tecido ósseo;
· Osteoblastos: forma a matriz óssea;
· Célula osteogênica: células tronco;
· Osteoclasto: reabsorção óssea.
	O osso fica mais frágil quando há mais reabsorção óssea do que formação.
· Princípios físicos
	Há uma relação entre a carga aplicada e a morfologia óssea, observando uma correlação entre o peso corporal e o tamanho do osso. Prevenção para osteoporose é musculação, o osso precisa receber impacto.
	Toda alteração na função de um osso é seguida por certas alterações definidas na arquitetura interna e na conformação externa de acordo com leis matemáticas.
	A tensão imposta aos ossos gera modificações em seu tamanho, forma e densidade. Quando estimulado mecanicamente transversalmente, há aumento da atividade osteoclástica na área que sofre pressão e aumento da atividade osteoblática na área contralateral.
	O processo de consolidação do osso é influenciado também pela vascularização, que é grande, do tecido; por isso temos diferentes períodos de consolidação em diferentes ossos.
· Matriz óssea
· Componentes inorgânicos: carbonato de cálcio, minerais (60 a 70%), que permitem capacidade de suportar altas energias;
· Componentes orgânicos: colágeno tipo I, água (255 a 30%);
· Osso esponjoso: maior capacidade de resistir a deformação.
· Trabéculas íntegras são mais resistentes a suportar cargas;
· Osso mais poroso deixa o osso mais frágil, muito comum em idosos ou em fraturas de colo de fêmur. 
· As trabéculas são formadas mediantes as linhas de carga exercidas no osso. Triângulo de Ward é o local no centro do colo do fêmur que é mais crítico, com menor densidade óssea, onde comumente acontece as fraturas.
· Fraturas
	É a quebra estrutural na continuidade de um osso, uma placa epifisária ou superfície articular, junto com a perda da capacidade do osso de transmitir a carga durante o movimento por perda da integridade estrutural. Ocorre por uma carga em excesso imposta ao osso, excedendo sua capacidade elástica de deformação.
	O politrauma é uma situação decorrente de lesões múltiplas, com reações sistêmicas sequenciais que podem levar à falha ou disfunção de órgãos ou sistemas vitais não diretamente lesados pelo trauma.
· Classificação das fraturas
	Podem ser identificadas por questões como o local (diáfise, epífise, intraarticular), a extensão (completa ou incompleta), a configuração (transversa, oblíqua ou cominutiva), pela relação com fragmentos (com ou sem desvio) e se é aberta ou fechada.
· Osteossíntese
	Segue dois princípios:
· Estabilidade absoluta: é aquele tipo de osteossíntese em que não existe movimento no foco da fratura até a consolidação. Ela se dá de forma direta, isto é, não há formação de tecido algum intermediário (tecidos de granulação, fibroso ou cartilaginoso). Não há formação de calo periosteal. É uma condição artificial, promovida por tratamento cirúrgico, em que não há a necessidade de formação de calo ósseo imobilizador do sítio fraturário, pois ele já estará rigidamente fixado. É denominada consolidação óssea direta ou primária.
		Ela é feita com placas e parafusos, havendo um contato direto e íntimo entre os segmentos fraturados. O processo depende basicamente da reabsorção osteoclástica e formação osteoblástica de osso novo. Usam-se dispositivos e proteção contra estresse.
· Estabilidade relativa: todo tratamento que aceita e permite algum movimento no foco da fratura até a consolidação final. Nessa, a consolidação se dá por várias etapas, incluindo a formação de calo ósseo. Ela é denominada consolidação óssea indireta ou secundária.
		Há uma imobilização, como o uso de gesso e fixadores externos, mas não há compressão dos fragmentos. 
· Fases da consolidação óssea
· Inflamatória
	1 ou 2 semanas. Com formação do hematoma, tem aumento de vascularização, invasão de células inflamatórias (neutrófilos, macrófagos, fagócitos) e ação de osteoclastos eliminando tecido necrosado, preparando para a fase reparativa.
· Reparativa
	Pode durar meses. Tem-se a resolução do hematoma, que é envolvido por condroblastos e fibroblastos (criando-se o tecido intermediário) que depositam matriz para o calo ósseo, formando um calo mole (tecido cartilaginoso e fibroso), sendo, em seguida, mineralizado por osteoblastos, formando um calo duro. O osso nessa fase ainda é imaturo e não deve ser submetido a estresse.
· Remodelagem
	Meses a anos. Tem-se intensa atividade osteoclástica e osteoblástica, com substituição do osso reticulado, desorganizado e imaturo por osso lamelar, organizado e maduro. Radiograficamente a fratura não é mais visualizada.

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