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Sintese - Pamella Binda

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DISCIPLINA: LEGISLAÇÃO DE ENSINO
TAREFA - Recuperação Análise crítica
ALUNA: Pamella Nadia Binda
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/1996, de 20 de dezembro de 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 02 de Jul. 2021.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte. Brasília: MEC / SEF, 1998. 116 p.
METODOLOGIA do Ensino de Arte. Disponível em: https://www.arteducacao.pro.br/metodologia-do-ensino-de-arte.html. Acesso em: 02 de Jul. de 2021.
SANTA CATARINA. Governo de Estado. Proposta Curricular de Santa Catarina. Florianópolis: 1998.
Neste texto, busca-se realizar uma breve reflexão sobre o ensino de Artes no Ensino Fundamental, na Educação brasileira, bem como evidenciar as principais mudanças, tanto no âmbito da legislação, metodologia e nos fundamentos do ensino das artes nos dia de hoje.
O ensino das artes passou por grandes transformações ao longo da história, e até hoje sofre com mudanças significativas e deve continuar mudando com o tempo. Estas mudanças decorrem da realidade de nossa sociedade, suas características, potencialidades e suas necessidades da educação, como ocorre em qualquer outra área de estudo.
Essas mudanças que vem ocorrendo, fazem parte do processo de formação político, cultural e também envolve questões sociais, levando em conta os aspectos da arte, na história da educação brasileira.
Historicamente, no decorrer da década de 1961, houve o momento de criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que veio para definir e regularizar a organização da educação brasileira, com base nos princípios da Constituição Federal. A primeira LDB foi criada em 1961, seguida por uma versão em 1971, através da Lei 5.692/71, que vigorou até a promulgação da mais recente em 1996 (Lei 9.394). Através dela, o ensino fica dividido em níveis como a Educação Infantil, Ensino Fundamental que na lei antiga correspondia da 1ª ao 8ª serie, Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos e a Educação Profissional. O Ensino Fundamental, onde atualmente atuo como docente na área de artes, foi organizado em ciclos do desenvolvimento humano, sendo os ciclos 1, 2 e 3.
Na LDB 9.394/96, que segue vigente até os dias de hoje, o Ministério da Educação do Brasil, definiu alguns documentos para o currículo da educação do Ensino Básico. Dentre os principais estão o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, que atende educadores de crianças de 0 a 6 anos; Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental, sendo um para os 1º e 2º ciclos e outro para os 3º e 4º ciclos, sendo as diretrizes elaboradas para orientar os educadores por meio da normatização de alguns aspectos fundamentais para cada disciplina. Além disso, também trazem muitas melhorias no ensino da arte neste caso; e os Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio, com o intuito de sistematizar o ensino em todo território brasileiro.
A Lei 9.394/96, também aborda o ensino da arte como constituinte do componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos, onde essa disciplina na antiga Lei de 1971 era denominada de Educação Artística. A nova lei também passou a abordar as 4 modalidades artísticas e não somente as artes plásticas, como vinha sendo trabalhada anteriormente, passando a englobar as artes visuais como um todo, além da música, dança e teatro. Trata-se de um grande avanço de forma positiva na educação dos alunos, ampliando o seu repertorio artístico.
Como surgiu também essa nova demanda, precisou-se também de uma aprimoramento da formação docente, para atuar nas novas linguagens. Podemos considerar que na naquela época, nos anos 70, era tudo mais incerto e de modo insatisfatório buscava-se desenvolver atividades simples. Atualmente, há uma maior valorização dos conhecimentos específicos, necessitando que o professor busque aperfeiçoar cada uma das linguagem que estão presente no PCN de Arte.
Cada dia é um novo desafio para quem está dentro da sala de aula, visto a necessidade de abranger todas as modalidades, sendo obrigatória em todo o currículo do ensino fundamental, de forma ser significativo ao aluno, conforme preconiza a BNCC.
A Base nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento aplica-se exclusivamente à educação escolar, conforme está definido na LDB, Lei nº 9.394/96 e fundamentado nas Diretrizes Nacionais da Educação Básica (DCN) e das redes escolares dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e das propostas pedagógicas das instituições escolares. Por isso, a BNCC integra a política nacional da Educação Básica e visa contribuir para o alinhamento de outras políticas e ações, em âmbito federal, estadual e municipal, referentes à formação de professores, à avaliação, à elaboração de conteúdos educacionais e aos critérios para a oferta de infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento (BRASIL, 2017, p. 7-8).
Conforme a BNCC, o ensino da arte propõe o desenvolvimento de habilidades, competências e práticas voltadas ao percursos do fazer artístico, e a percepção da visão de mundo em sua complexidade, buscando a contextualização dos saberes e a inter-relação da cultura com a arte.
O documento norteador da BNCC está centrado nas quatro linguagens: a arte visual, dança, música e teatro, propondo uma abordagem da linguagem que articule as dimensões do conhecimento: a criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão. Também em sua estrutura, propõe 5 unidades temáticas para serem trabalhadas em sala de aula, cada uma com uma ênfase, dependendo do ano de escolarização, são elas: a arte visual, a dança, música, teatro e artes integradas.
Também na área da arte, temos os determinantes sociais que abrangem a prática educativa, e ao analisar mais profundamente, nos auxiliam a compreender o processo educacional que vem ocorrendo desde o século XIX, com diversos movimentos culturais relacionados a arte e a educação, desde a formação da Escola das Belas Artes no Rio de Janeiro, a Semana da Arte Moderna de 1922, a criação das universidades, a primeiras Bienais, movimentos culturais, tudo isso acompanhando o ensino artístico na educação formal brasileira.
Vale destacar também, a luta dos profissionais da educação pela obrigatoriedade do ensino da arte desde os anos 80, onde as novas concepções estéticas da arte contemporânea vem também aprimorando e modificando a docência em artes. Também podemos citar que as tendências pedagógicas foram demarcadas na concepção da arte até os dias atuais. Historicamente, o ensino primário tinha como o objetivo desenvolver habilidades técnicas e a racionalidade, onde somente as crianças de famílias com mais poder aquisitivo tinham aulas de música, bordado e pintura em suas casas.
No ensino primário, o desenho tinha por objetivo desenvolver também essas habilidades técnicas e o domínio da racionalidade. Nas famílias com mais recursos, por exemplo, as meninas permaneciam em suas casas, onde eram preparadas com aulas de música e bordado. Surgiu então, a tendência metodologia da pedagogia tradicional, onde predominou a técnica, traço, contorno e a repetição de modelos já pré-existentes. Até hoje, temos profissionais que seguem a pedagogia tradicional no ensino das artes, onde busca-se a repetição dos desenhos. 
Posteriormente, com a Pedagogia nova, conhecida como Movimento da Escola nova, onde passou a ter uma maior preocupação com os alunos de forma mais afetiva, buscando desenvolver a criatividade no aluno. Este movimento teve como principal objetivoa renovação do ensino, ganhando força na primeira metade do século XX.
Em meados de 1964, surge o importante trabalho de Paulo Freire, chamado de Pedagogia Libertadora, que repercuti como um método revolucionário na educação, ao entender que a educação tem um papel de transformar a sociedade. Para o ensino de artes, este método também foi muito significativo, buscando despertar uma consciência crítica da sociedade. 
A Metodologia Triangular, que atualmente possui a maior abrangência cultural, refere-se a um posicionamento teórico-metodológico de Ana Mae Barbosa, onde abrange o pedagógico integrador de três facetas do conhecimento em arte: o "fazer artístico", a "análise de obras artísticas" e a "história da arte". Assim sendo, ela propõe que, nas escolas, o ensino das artes não seja somente uma disciplina complementar, mas se torne uma ferramenta de aprendizagem para todas as disciplinas. Através deste método, surge a necessidade de educadores atualizados, para que os estudantes consigam atingir o máximo do desenvolvimento.
Assim sendo, os documentos e leis que norteiam a educação na arte, bem como a BNCC, em trechos que norteiam essa disciplina, são muitos importantes e marcantes na história da educação e trazem na sua trajetória muitos debates da comunidade. A arte, sem dúvidas cresceu ao longo do tempo, e com os momentos históricos e suas correntes são de suma importância para se tornar uma área do conhecimento obrigatório no país, deixando de ser vista como uma mera preparação técnica, passando a observar o fazer artístico do aluno, por meios das diferentes linguagens, buscando uma aprendizagem mais significativa.
Vale destacar que cada disciplina presente nos currículos escolares tem uma razão específica para ser contemplada, com objetivos que devem ser atingidos pelo aluno durante a sua formação. Por isso, é preciso deixar de lado a ideia de que a disciplina de Arte serve apenas para recreação ou passatempo. Se trabalhada e atribuída corretamente a cada faixa etária, com atividades e exercícios expressivos e estimulantes, conseguem aguçar os seus sentidos, incentivando-os a tornarem-se sujeitos criadores.

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