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1 João Pedro Ricardo | p3, medicina- UFAL EXCITAÇÃO E CONTRAÇÃO DO MÚSCULO LISO MÚSCULO LISO – GENERALIDADES Em relação ao músculo estriado esquelético (MEE), o musculo liso (ML) apresenta fibras menores – é mais fino e mais curto. Apesar disso, a mesma força de atração dos filamentos de actina e miosina para gerar a contração do MEE também atua no ML, cujas fibras tem arranjos diferentes! O MÚSCULO LISO VARIA DE ÓRGÃO PARA ÓRGÃO: O músculo liso varia de acordo com o órgão em que se localiza nos seguintes aspectos: 1. Dimensões físicas 2. Organização em feixes ou folhetos 3. Resposta a diferentes tipos de estímulos 4. Características de inervação 5. Função TIPOS DE MÚSCULO LISO MÚSCULO LISO MULTIUNITÁRIO • Possui várias fibras “separadas” e que se contraem de forma independente. Ex.: músculos piloeretores (levantadores de pelo) e músculo da íris. MÚSCULO LISO UNITÁRIO | DE UNIDADE ÚNICA | SINCICIAL OU VISCERAL • Representa um conjunto de várias fibras unidas cuja contração acontece de forma conjunta, ao mesmo tempo. Ex.: arteríolas, metarteríolas, capilares sanguíneos e intestino. MECANISMO CONTRÁTIL BASE QUÍMICA • O músculo liso contém actina e miosina, no entanto, não possui o complexo de troponina, que está presente no MEE. o No lugar, possui outra proteína acessória, a calmodulina. • O processo contrátil nesse músculo é ativado, ainda, por meio de íons Ca²+ e ATP (usado em menor quantidade, visto que o ML “economiza” energia em relação ao MEE). BASE FÍSICA O músculo liso não tem à disposição estriada dos filamentos de actina e do MEE. Ele possui corpos densos (conexões) e, por meio deles, a força de contração é transmitida de célula a célula. • Os corpos densos possuem função semelhante à dos discos Z e se localizam/se ligam a o Membrana celular o Outros, ao interior da célula o Ou ainda na membrana das células adjacentes, conectadas por pontes de proteína intercelular. CONTRAÇÃO DO MÚSCULO LISO EM COMPARAÇÃO COM A CONTRAÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO 1. Baixa frequência de ciclos das pontes cruzadas de miosina porque a contração é lenta/menos veloz. 2. Baixa energia necessária para manter a contração do ML, ou seja, menos ATP utilizado. 3. Lentidão da contração e do relaxamento do tecido muscular liso total → começa devagar → aumenta e atinge a contração máxima → relaxa lentamente. 4. A força máxima da contração costuma ser maior no músculo liso. 5. O mecanismo de trava facilita a manutenção prolongada das contrações do músculo liso. 6. Estresse-relaxamento do músculo liso. REGULAÇÃO DA CONTRAÇÃO PELOS ÍONS CA++ 2 João Pedro Ricardo | p3, medicina- UFAL Vale relembrar que o músculo liso não possui o complexo troponina. Ao invés disso, ele possui uma outra proteína reguladora: a calmodulina. A contração desse musculo então ocorre pela combinação dessa proteína com o cálcio. CALMODULINA: tem como função ativar as pontes cruzadas da miosina. Funciona da seguinte forma: 1. Os íons Ca²+ se ligam a calmodulina formando um complexo, o complexo cálcio-calmodulina. 2. O complexo cálcio-calmodulina em seguida se une a miosina e ativa a enzima miosina-quinase (MLCK – miosina quinase de cadeia leve), do tipo fosforilativa, que dá um fosfato para cada cabeça de miosina. 3. Uma das cadeias leves de cada cabeça de miosina é fosforilada em resposta a enzima – sem a fosforilação a conexão da cabeça com os pontos ativos não ocorre. CONTROLES NERVOSO E HORMONAL DA CONTRAÇÃO DO MÚSCULO LISO ➔ O músculo liso, diferente do músculo estriado esquelético, pode ser estimulado a contrair-se por múltiplos tipos de sinais pois possui muitos tipos de receptores que podem iniciar o processo contrátil e outros que inibem sua contração. Os principais tipos de sinais são: 1. Sinais nervosos 2. Estímulo hormonal 3. Estiramento do músculo JUNÇÕES NEUROMUSCULARES DO MÚSCULO LISO | ANATOMIA FISIOLÓGICA DAS JUNÇÕES NEUROMUSCULARES DO MÚSCULO LISO De modo geral, no músculo liso há presença de: • Varicosidades • Junções neuromusculares (no ML unitário) → A inervação desse tipo de músculo se dá por meio de fibras nervosas autônomas (SNA) – vale lembrar que a do MEE é realizada pelo SNS. • Neurotransmissores como Acetilcolina e Norepinefrina atuam no estimulo a contração e ao relaxamento do ML. o Em situações em que há estímulo por parte acetilcolina, há desestímulo por parte da norepinefrina e vice-versa. o Ou seja: esses neurotransmissores possuem ações opostas e quem decide qual será a ação realizada/permitida por cada um desses neurotransmissores são os receptores de sinais presentes nas células musculares lisas. POTENCIAIS DE MEMBRANA E POTENCIAIS DE AÇÃO DO MÚSCULO LISO POTENCIAL DE MEMBRANA: Em repouso (normal), o potencial intracelular é cerca de -50 a -60mV. POTENCIAIS DE AÇÃO DO MÚSCULO LISO UNITÁRIO: Pode acontecer de duas formas: 1. Potenciais de ponta 2. Potenciais de ação com platôs POTENCIAIS DE ONDA LENTA (MARCA-PASSO): • Comuns no intestino 3 João Pedro Ricardo | p3, medicina- UFAL OS CANAIS DE CÁLCIO SÃO IMPORTANTES NA GERAÇÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO NO ML • No ML, existem mais canais de Ca²+ controlados por voltagem do que no MEE. Os canais de cálcio se abrem muito mais lentamente que os canais de sódio e permanecem por tempo muito maior. → Assim, o cálcio possui duas tarefas de uma só vez: 1. Geração de potencial de ação 2. Atuação discreta no mecanismo contrátil Quando o ML visceral unitário é estriado o suficiente, usualmente são gerados potenciais de ação espontâneos. Eles resultam da/de: • Diminuição da negatividade do potencial de membrana, causada pelo próprio estiramento. • Potenciais de onda lenta normais. FATORES ESTIMULADORES NÃO NERVOSOS E NÃO ASSOCIADOS AO POTENCIAL DE AÇÃO 1. Fatores químicos teciduais locais | controle por feedback, que causa vasodilatação a. O2: vasodilatação b. CO2 e H+: vasodilatação. 2. Vários hormônios a. Norepinefrina, epinefrina, acetilcolina, angiotensina, endotelina, oxitocina, vasopressina, serotonina e histamina. i. Se contraem ou inibem a contração – depende do tipo de receptor presente na membrana celular muscular.
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