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Tratamento-fisioterapeutico

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■ INTRODUÇÃO
A descrição mais antiga que se conhece de artroplastia de ombro data de 1893, quando o cirurgião 
francês Jules-Émily Péan (1830–1898) substituiu a articulação glenoumeral (AGU) comprometida 
pela tuberculose por uma prótese de platina e borracha.1 A partir daí, especialmente com o trabalho 
pioneiro do cirurgião norte-americano Charles S. Neer (1917–2011), durante as décadas de 1960 e 
1970, e de muitos outros clínicos e pesquisadores, os modelos dos implantes e as técnicas cirúrgicas 
para a substituição da articulação do ombro vêm evoluindo.2 
A artroplastia convencional de ombro tem mostrado excelentes resultados funcionais. No entanto, 
quando há osteoartrite glenoumeral avançada associada a um manguito rotador irreparável e 
incapacitante, o resultado funcional pode não ser tão bom.2 
Nesse cenário, uma das grandes evoluções foi o advento da prótese reversa, idealizada em 1985 
pelo cirurgião francês Paul-Marie Grammont (1940–2013)2 e instituída no Brasil desde 2007. A prótese 
reversa é uma prótese semiconstrita que se caracteriza por modificar a biomecânica fisiológica do 
ombro, pois proporciona uma inversão entre as superfícies articulares da cavidade glenoidal e da 
cabeça do úmero: a superfície umeral passa a ser côncava e a superfície glenoidal passa a ser convexa. 
Essa modificação proporcionada pela prótese reversa traz importantes consequências funcionais 
ao complexo do ombro. Ela está indicada em diversos casos, em especial naqueles que cursam 
com incapacidades relacionadas ao membro superior (MS) por causa da artropatia de manguito 
rotador com pseudoparalisia.
Este artigo aborda a Artroplastia Total Reversa de Ombro (ATRO) em seus fundamentos biomecânicos, 
os critérios de elegibilidade, as implicações dos acessos cirúrgicos deltopeitoral e superolateral no 
tratamento fisioterapêutico, as complicações pós-cirúrgicas mais comuns, as precauções de cada 
fase de progressão do tratamento fisioterapêutico, as formas seguras de progressão do tratamento 
fisioterapêutico e o retorno aos esportes e, ainda, o plano de tratamento fisioterapêutico pré e 
pós-cirúrgico.
DÂNGELO ALEXANDRE
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO 
EM ARTROPLASTIA TOTAL 
REVERSA DE OMBRO
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■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:
■ compreender os fundamentos biomecânicos da ATRO;
■ identificar os critérios de elegibilidade para a ATRO;
■ discutir as implicações dos acessos cirúrgicos deltopeitoral e superolateral para a ATRO no
tratamento fisioterapêutico pós-cirúrgico;
■ descrever e evitar/minimizar as complicações mais comuns no pós-cirúrgico de ATRO;
■ administrar os aspectos mais importantes do tratamento fisioterapêutico pré e pós-cirúrgico
em ATRO;
■ reconhecer as precauções de cada fase de progressão do tratamento fisioterapêutico
pós-cirúrgico em ATRO;
■ ordenar as formas seguras de progressão do tratamento fisioterapêutico pós-cirúrgico em ATRO;
■ refletir sobre o restabelecimento das atividades de vida diária (AVDs) e ocupacionais após a
ATRO e o retorno seguro aos esportes.
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■ ESQUEMA CONCEITUAL
Conclusão
Caso clínico
Retorno às atividades esportivas, 
ocupacionais e de vida diária
Avaliação radiológica
Desfechos pós-cirúrgicos
Complicações
Indicações
Desenhos e modelos de próteses
Artroplastia total reversa de ombro
Biomecânica aplicada do ombro 
sadio, com lesão de manguito 
rotador e com artroplastia total 
reversa de ombro
Biomecânica da abdução 
do ombro sadio
Biomecânica da abdução do 
ombro com lesão de manguito 
rotador
Biomecânica da abdução do 
ombro com artroplastia total 
reversa
Cirurgia
Pré-cirúrgico eletivo
Abordagens cirúrgicas
Pós-cirúrgico imediato
Tratamento fi sioterapêutico Objetivos do tratamento fi sioterapêutico pós-cirúrgico
Precauções
Critérios para progressão de fase
Tratamento fi sioterapêutico 
pós-cirúrgico
Pré-cirúrgico
Pós-cirúrgico
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■ ARTROPLASTIA TOTAL REVERSA DE OMBRO
Apesar de descrita há mais de três décadas, por muitos anos o uso da ATRO ficou restrito à Europa. 
Em 2003, a ATRO foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos e 
apenas em 2007 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil. Assim, apesar 
de crescente, a experiência atual com a prótese reversa permanece limitada.
Atualmente, há vários centros de registro de artroplastias no mundo que documentam os casos 
de próteses reversas. Para reflexão neste artigo, alguns deles foram selecionados com base em 
critérios como a disponibilidade do material e a presença de informações específicas sobre a ATRO.
A Figura 1 mostra a ATRO.
Esfera glenoide
Cúpula umeral
Haste umeral
Figura 1 — A ATRO.
Fonte: Adaptada de Lerner e colaboradores (2016).3
As artroplastias convencionais incluem as próteses parcial e total, e as artroplastias 
não convencionais incluem a prótese total reversa. A artroplastia primária é aquela 
realizada pela primeira vez na articulação em questão, enquanto a artroplastia de revisão 
é aquela realizada em uma articulação em que o procedimento primário já ocorreu. 
A artroplastia total é aquela em que são substituídos ambos os componentes umeral 
e glenoidal, enquanto a artroplastia parcial (hemiartroplastia) é aquela em que apenas 
um dos componentes é substituído. A ATRO é um tipo de artroplastia total do úmero.
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De acordo com o The New Zealand Joint Registry (NZOA),4 das 8.250 artroplastias de ombro realizadas 
na Nova Zelândia entre os anos 2000 e 2016, 3.328 (40,3%) foram artroplastias reversas. O italiano 
Register of Orthopaedic Prosthetic Implantology (Ripo)5 tem dados ainda mais expressivos, com 
registro de 3.683 (64,7%) artroplastias reversas entre todas as próteses de ombro realizadas de 
2008–2016. Em ambos os países, os números superaram aqueles de artroplastia total convencional. 
Dados semelhantes são exibidos pelo National Joint Registry (NJR),6 que compila os dados da 
Inglaterra, do País de Gales, da Irlanda do Norte e da Ilha do Homem, e também pelo Australian 
Orthopaedic Association National Joint Replacement Registry (AOANJRR),7 que computa os dados 
da Austrália. O número de artroplastias reversas continua aumentando nos últimos anos, inclusive, 
em muitos casos, superando o de artroplastias convencionais de ombro.
No Brasil, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), maior instituto de ortopedia e 
traumatologia da América Latina, é a instituição pública que mais realiza ATRO no país. Entre 2007 
e 2017, foram mais de 250 pacientes submetidos à ATRO apenas nesse instituto.8
■ BIOMECÂNICA APLICADA DO OMBRO SADIO,
COM LESÃO DE MANGUITO ROTADOR E
COM ARTROPLASTIA TOTAL REVERSA DE OMBRO
Neste tópico, será discutida a biomecânica aplicada do ombro sadio, com lesão de manguito rotador 
e com ATRO.
BIOMECÂNICA DA ABDUÇÃO DO OMBRO SADIO
No ombro sadio, o eixo de movimento localiza-se no centro da cabeça do úmero e parece 
permanecer relativamente fixo nessa posição ao longo da amplitude de movimento (ADM). Com 
o MS pendente ao lado do corpo, quando a linha de ação do músculo deltoide é desmembrada
em seus componentes de cisalhamento (direcionado superiormente) e de rotação (direcionado
lateralmente), percebe-se que o primeiro tende a tracionar o úmero superiormente, e o segundo
tende a abduzir o úmero e é muito maior. Assim, nessa posição, a maior parte da força de contração 
do deltoide tende a deslocar a cabeça do úmero superiormente eapenas uma pequena parte da
força tende a abduzir o ombro.9
Teoricamente, essa predominância de força direcionada superiormente no ombro sadio poderia 
gerar um impacto precoce da cabeça do úmero com o arco coracoacromial (acrômio e ligamento 
coracoacromial). Entretanto, tal força de cisalhamento superior do deltoide recebe uma força oposta, 
ação fundamental de parte do manguito rotador.9
Os músculos infraespinhal, subescapular e redondo menor têm, em conjunto, um componente de 
cisalhamento (direcionado inferiormente) que praticamente suplanta o componente de cisalhamento 
(direcionado superiormente) do deltoide. Além disso, seu componente de rotação (direcionado 
para a cavidade glenoidal) tende a abduzir o ombro e também a comprimir a cabeça do úmero na 
cavidade glenoidal.9
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A Figura 2 ilustra a biomecânica da abdução do ombro sadio. 
A Sem lesão
Fcs Frs
Frts
Frm
FcdFrd
Frt
Círculo maior = eixo de movimento do ombro; Frd = 
força resultante do deltoide; Fcd = força de cisalhamento 
do deltoide; Frtd = força de rotação do deltoide; Frs 
= força resultante do supraespinhal; Frts = força de 
rotação do supraespinhal; Fcs = força de cisalhamento 
do supraespinhal; Frm = força resultante do manguito 
(infraespinhal, subescapular e redondo menor).
Figura 2 — Biomecânica da abdução do ombro 
sadio mostrando os vetores de força dos músculos 
deltoide, supraespinhal e restante do manguito rotador 
(infraespinhal, subescapular e redondo menor). 
Fonte: Adaptada de arquivo de imagens do autor.
Apesar de o músculo supraespinhal também fazer parte do manguito rotador, a sua linha de ação 
tem um componente de cisalhamento superior, e não um componente de cisalhamento inferior, como 
é encontrado nos outros músculos do manguito. Dessa forma, o músculo supraespinhal não tem 
função em termos de superação da ação de cisalhamento superior da cabeça do úmero promovida 
pelo deltoide, mas, sim, de estabilidade e de mobilidade.9
O componente rotacional do músculo supraespinhal gera uma força compressiva ainda maior do 
que a dos outros músculos do manguito rotador para comprimir a cabeça do úmero na cavidade 
glenoidal e tem um braço de alavanca grande o suficiente para que seja um importante motor 
primário na abdução do ombro.9
O pequeno componente de cisalhamento superior presente no músculo supraespinhal é 
contrabalanceado pela ação da gravidade por causa do peso da parte livre do MS. Tais forças 
concorrentes (supraespinhal e gravidade) criam uma resultante de cisalhamento inferior da cabeça 
do úmero durante a abdução que impede o deslizamento superior da cabeça do úmero e inibe a 
potencial impactação subacromial.9 
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Qualquer ruptura da ação sinérgica das forças que atuam para a estabilidade dinâmica 
da AGU pode levar a centros variáveis de movimento da cabeça do úmero e a uma 
excessiva excursão da cabeça do úmero.
LEMBRAR
BIOMECÂNICA DA ABDUÇÃO DO OMBRO COM LESÃO DE MANGUITO ROTADOR
Na presença de lesão importante de manguito rotador, o componente de cisalhamento (direcionado 
inferiormente) dos músculos infraespinhal, subescapular e redondo menor que suplantaria o 
componente de cisalhamento (direcionado superiormente) do deltoide é, agora, insuficiente para 
tal ação. Dessa forma, há instabilidade no eixo de movimento e tendência ao deslocamento 
superior da cabeça do úmero, que favorece a impactação precoce da cabeça do úmero com o 
arco coracoacromial.10, 11
Esse mesmo deslizamento superior da cabeça do úmero reduz a relação comprimento–tensão do 
deltoide, tornando-o menos capaz de abduzir o ombro. Além disso, o papel dos músculos do manguito 
rotador na abdução do ombro e na estabilidade articular anterior e posterior está comprometido. 
O supraespinhal, que tem o tendão mais frequentemente lesionado dos músculos do manguito 
rotador, também se torna insuficiente para abduzir o ombro e estabilizar a AGU.10, 11 
A Figura 3 ilustra a biomecânica da abdução do ombro com lesão de manguito rotador.10, 11
B Ruptura do
manguito rotador 
Fcs Fr
Frts
Frm
FcdFrd
Frt
Círculo maior = eixo de movimento do ombro.
Figura 3 — Biomecânica da abdução do ombro com lesão 
de manguito rotador mostrando os menores vetores de 
força dos músculos deltoide, supraespinhal e restante do 
manguito rotador (infraespinhal, subescapular e redondo 
menor).
Fonte: Adaptada de arquivo de imagens do autor.
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Vale lembrar que, por causa da deficiência dos músculos do manguito rotador, pode haver substancial 
redução na ADM e na força de rotações medial e lateral (especialmente a última). Tais deficiências 
podem ser identificadas no pré-cirúrgico (por exemplo, pelo teste especial chamado sinal da cancela 
[lag sign]) e minimizadas cirurgicamente com a realização de transferências tendíneas associadas à 
ATRO, como as do redondo maior e do latíssimo do dorso, de forma a auxiliar na rotação lateral.10, 11
Em suma, nota-se que a deficiência do manguito rotador desequilibra as forças que mantêm 
estável o eixo de movimento do ombro, gerando um deslocamento anormal da cabeça do úmero, 
com instabilidade e potencial impacto subacromial.
BIOMECÂNICA DA ABDUÇÃO DO OMBRO COM ARTROPLASTIA TOTAL REVERSA
Embora dependa de fatores como o desenho/modelo da prótese e a posição em que é fixada, 
a ATRO, usualmente, faz com que o eixo de movimento do ombro esteja estável e se localize 
mais inferior e medial (dependendo da prótese, mais ou menos medial) em relação a um ombro 
sadio. Isso alonga o úmero, modifica a linha de ação do deltoide (torna-a mais lateral), restaura seu 
comprimento de repouso (com a adequada relação comprimento–tensão) e aumenta o seu braço 
de alavanca (com consequente maior torque, como único motor primário da abdução), de forma a 
tentar substituir os músculos do manguito rotador deficientes/ausentes na abdução do ombro.12, 13
Há de se destacar que, se, por um lado, um tensionamento insuficiente do deltoide pode originar 
instabilidade e menor capacidade de produção de força, por outro lado, um tensionamento excessivo 
pode originar dificuldades de adução do ombro, lesões musculares ou fratura do acrômio por estresse 
em uma fase mais tardia.12, 13
Apesar dessa posição do eixo de movimento gerar redução da relação comprimento–tensão 
(no caso, afrouxamento miotendíneo) dos rotadores laterais e a consequente redução da capacidade 
de tais músculos produzirem força (ação crítica para algumas atividades básicas e instrumentais de 
vida diária), ela também parece promover redução das forças de inclinação e de tensão na interface 
implante–osso da escápula, reduzindo o risco de soltura e aumentando a longevidade do implante.12, 13
O fato de o eixo de movimento ser mantido estável pelo desenho da prótese torna dispensável 
o componente de cisalhamento (direcionado inferiormente) do manguito rotador, que seria 
necessário para suplantar o componente de cisalhamento (direcionado superiormente)
do deltoide. Assim, a abdução do ombro pode ocorrer sem risco de aumento excessivo
da pressão no espaço subacromial.12, 13
A Figura 4 ilustra a biomecânica da abdução do ombro com artroplastia total reversa. Apesar dos 
resultados favoráveis, há estudos que relatam possíveis complicações (como o notching escapular) 
associadas a tal posicionamento do eixo de movimento ou mesmo ao maior tamanho da esfera 
articular glenoidal.12, 13
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C Total reversa do ombro
BAf
BApr
Círculo maior = eixo de movimento com a prótese 
reversa; X =eixo de movimento fisiológico; Baf = braço 
de alavanca fisiológico; Bapr = braço de alavanca com 
a prótese reversa.
Figura 4 — Biomecânica da abdução do ombro com 
artroplastia total reversa comparando o braço de alavanca 
de um ombro sadio e o braço de alavanca de um ombro 
com prótese reversa.
Fonte: Adaptada de arquivo de imagens do autor.
■ INDICAÇÕES
Os critérios de elegibilidade para a realização de ATRO devem ser acurados e precisos. A presença 
de ruptura extensa irreparável de manguito rotador associada à pseudoparalisia está presente 
em quase todas as indicações. 
A pseudoparalisia é a limitação de ADM não ocasionada por lesão de centros e/ou 
por vias neurais, mas por fatores como lesão musculoesquelética e/ou dor. No caso, 
a pseudoparalisia ocorre na presença de ruptura extensa do manguito rotador, com 
0º de elevação ativa, mas ADM completa de elevação passiva (usualmente, com 
deslizamento superior da cabeça do úmero) e dor eliminada com a injeção de lidocaína.
A pseudoparesia também envolve ruptura extensa do manguito rotador, ADM completa 
de elevação passiva (no caso, sem deslizamento superior da cabeça do úmero) e dor 
eliminada com a injeção do anestésico lidocaína, mas há elevação ativa de até 90º.
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De forma geral, na avaliação dos critérios de elegibilidade para a realização de ATRO, há ponderação 
sobre itens como funcionalidade, dor, aspectos radiográficos e resultados do tratamento 
conservador até o momento. A experiência clínica do profissional é fundamental para a escolha 
acertada. Além disso, as características, as necessidades, os valores e as preferências do paciente 
devem ser levados em consideração, como preconizado em saúde baseada em evidências. 
A funcionalidade é uma interação dinâmica entre os estados de saúde (doenças, 
perturbações, lesões, traumas) e os fatores contextuais (ambientais e pessoais). 
Ela inclui os aspectos integridade funcional por integridade estrutural, atividades e 
participações.
Alguns dos critérios de inclusão e de exclusão da realização de ATRO encontram-se no Quadro 1. 
Há de se destacar que tais critérios não são absolutos e podem variar de acordo com os aspectos 
citados anteriormente. De qualquer forma, o manguito rotador deficiente/ausente é um dos principais 
motivos de escolha da ATRO em detrimento da artroplastia total anatômica.
Quadro 1
CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE PARA A 
ARTROPLASTIA TOTAL REVERSA DE OMBRO
Critérios de Inclusão Critérios de Exclusão
■■ Lesão extensa irreparável de manguito rotador
(com pseudoparalisia) com ou sem osteoartrite
glenoumeral.
■■ Fratura proximal de úmero com um ou mais
fragmentos intermediários na qual não há qualquer
contato entre os fragmentos principais (chamadas 
fraturas complexas).
■■ Sequelas de fratura como pseudoartrose de úmero
proximal associada à lesão extensa irreparável de 
manguito rotador (com pseudoparalisia).
■■ Reconstrução após a remoção de tumor de úmero
proximal associada à lesão extensa irreparável de 
manguito rotador (com pseudoparalisia).
■■ Artrite reumatoide com lesão extensa irreparável 
de manguito rotador (com pseudoparalisia).
■■ Falha de uma artroplastia total anatômica de
ombro na qual a função do manguito rotador está 
deficiente ou ausente.
■■ Infecção em qualquer parte do corpo.
■■ Doenças metabólicas, doenças neurológicas,
doenças psiquiátricas, doenças cardiovasculares 
(DCVs) e/ou doenças pulmonares não compen-
sadas.
■■ Alta demanda de MS.
■■ Idade menor que 65 anos.
■■ Ausência de estoque ósseo da escápula e do
úmero que incapacitem a reconstrução.
■■ Músculo deltoide não funcional (especialmente,
as partes acromial e espinhal).
■■ Inabilidade para cumprir com as instruções do
pós-cirúrgico.
Fonte: Adaptado de Canale e colaboradores (2016);1 Frankle e colaboradores (2015);14 Dines e colaboradores (2017).15
Nos documentos avaliados, a maior parte dos indivíduos submetidos à ATRO apresentava como 
diagnóstico principal osteoartrite grave, lesão extensa irreparável de manguito rotador, artropatia 
de manguito rotador ou fratura proximal de úmero. 
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A artropatia de manguito rotador é conhecida pelo termo em inglês cuff tear 
arthropathy e definida como uma lesão extensa de manguito rotador com diversas 
alterações estruturais glenoumerais.
Por exemplo, as três principais etiologias para a ATRO registradas pelo australiano AOANJRR7 foram 
a osteoartrite glenoumeral (67%), a artropatia de manguito rotador (19,2%) e a fratura proximal 
de úmero (8,8%). Além disso, em todos os documentos avaliados, a média de idade no momento 
da cirurgia era maior que 67 anos (semelhante em homens e mulheres), com predominância do 
procedimento no sexo feminino.4–7, 12, 16 
Em uma das revisões sistemáticas,12 relatou-se que a ATRO foi realizada no ombro do lado 
dominante em 102 (70,3%) de 145 pacientes. Tais dados são similares à experiência clínica do 
autor deste artigo no Into. 
A Tabela 1 exibe as informações de idade média no momento da cirurgia e o sexo dos indivíduos 
submetidos à ATRO.
Tabela 1
IDADE MÉDIA NO MOMENTO DA CIRURGIA E SEXO DOS INDIVÍDUOS 
SUBMETIDOS À ARTROPLASTIA TOTAL REVERSA DE OMBRO
Estudo
National 
Joint 
Registry6
The New 
Zealand 
Joint 
Registry 4
Australian 
Orthopaedic 
Association 
National 
Joint 
Replacement 
Registry 7
Register of 
Orthopaedic 
Prosthetic 
Implantolo-
gy 5
Sevivas e 
colabora-
dores16
Petrillo e 
colabora-
dores12
Idade média
(em anos)
71,6
(67–79)
74,4±7,6
(35,6–96,8)
76±7,9
(14–102)
73
(31–100)
67,3
(58,8–72)
71,9±3,2
(34–95)
Sexo 
feminino
70%
(n=15.099)
64,4%
(n=3.238)
65,6%
(n=10.347)
77,1%
(n=2.840)
60,5%
(n=134)
68,5%
(n=271)
Fonte: Elaborada pelo autor.
■ DESENHOS E MODELOS DE PRÓTESES
As próteses de ombro podem ser constritas, semiconstritas ou não constritas. A constrição 
(bloqueio ou acoplamento) diz respeito ao quanto a prótese pode fornecer de estabilidade ao ombro 
em sua conformação própria, sem depender de estruturas musculoesqueléticas. A estabilidade 
inerente à prótese reduz da constrita para a não constrita.14
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Em relação aos componentes umeral e glenoidal, a maioria dos sistemas protéticos atuais de 
ombro é modular, com diversos diâmetros de esfera articular (glenosfera) e cúpula umeral, de forma 
a facilitar o restabelecimento articular. As hastes umerais, usualmente, são feitas de liga de cobalto 
e de cromo. A placa de base glenoidal (baseplate ou metaglena) é fixada à escápula com parafusos 
e, em seguida, a glenosfera é encaixada e fixada à metaglena. Em geral, os componentes umeral 
e glenoidal podem ser inseridos com a técnica de pressão (press-fit), mais comum, ou utilizando 
cimento ortopédico (habitualmente, o polimetilmetacrilato).1, 14, 15
No Into, têm sido usados um componente articular umeral de polietileno (plástico) e um 
componente articular glenoidal metálico, ambos fixados, preferencialmente, com técnica de 
pressão. O planejamento da cirurgia e a decisão sobre os componentes protéticos de ombro 
são ofícios exclusivamente médicos e não serão explorados neste artigo. 
É importante destacar que há um número expressivo de características anatômicas para o modelo 
de prótese que pode influenciar os desfechos pós-cirúrgicos da ATRO, como:12
■ o diâmetro da glenosfera;
■ os ângulos de torção (versão) e de inclinação (cervicodiafisário) do úmero;
■ os ângulos de torção e de inclinação da glenoide;
■ as áreas de superfície glenoidal e umeral;
■ os raios de curvatura glenoidal e umeral;
■ os deslocamentos (offsets) do úmero nos planos frontal e transversal.
Por exemplo, há evidências de que a prótesede ombro com menor ângulo de torção umeral 
(retroversão) leva a uma ADM substancialmente maior para a flexão e para a abdução de ombro, 
mas não para a rotação lateral com o braço em adução.12 
Esses dados e a experiência do autor deste artigo sugerem que a maior retroversão possibilita 
maior amplitude de rotação medial, mas menor de rotação lateral, enquanto a menor retroversão 
possibilita maior amplitude de rotação lateral e menor de rotação medial.
ATIVIDADES
1. Sobre as artroplastias, assinale a alternativa correta.
A) As artroplastias não convencionais incluem as próteses parcial e total, e as artroplastias 
convencionais incluem a prótese total reversa.
B) A artroplastia primária é a realizada pela primeira vez na articulação, e a artroplastia
de revisão é a realizada em uma articulação em que o procedimento primário já
ocorreu.
C) Na artroplastia total, o componente umeral é substituído, e na artroplastia parcial
(hemiartroplastia), apenas o componente e glenoidal é substituído.
D) A ATRO é um tipo de artroplastia parcial do úmero.
Resposta no final do artigo
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2. Sobre a pseudoparalisia, assinale a alternativa correta.
A) A pseudoparalisia é a limitação de ADM não ocasionada por lesão de centros e/ou
por vias neurais, mas por fatores como lesão musculoesquelética e/ou dor.
B) A pseudoparalisia refere-se à limitação de ADM ocasionada por lesão de centros e/
ou por vias neurais.
C) A pseudoparalisia é limitação de ADM ocasionada por lesão de centros, por vias
neurais e por fatores como lesão musculoesquelética e/ou dor.
D) A pseudoparalisia refere-se à limitação de ADM não ocasionada por lesão de centros
e/ou por vias neurais nem por lesão musculoesquelética, mas por dor.
Resposta no final do artigo
3. Sobre os critérios de elegibilidade para a ATRO, assinale a alternativa correta.
A) O manguito rotador deficiente/ausente é um critério absoluto de elegibilidade para a
ATRO.
B) O manguito rotador deficiente/ausente é um dos principais motivos de escolha da ATRO
em detrimento da artroplastia total anatômica, embora não haja critérios absolutos
de elegibilidade para a ATRO.
C) Os principais critérios de inclusão para ATRO são lesão extensa irreparável de manguito 
rotador (com pseudoparalisia), artrite reumatoide com lesão extensa irreparável de
manguito rotador (com pseudoparalisia) e a alta demanda de MS.
D) Os principais critérios de exclusão para ATRO são infecção em qualquer parte do
corpo, idade menor que 65 anos e falha de uma artroplastia total anatômica de ombro 
na qual a função do manguito rotador está deficiente ou ausente.
Resposta no final do artigo
4. Observe as afirmativas sobre os modelos de próteses do ombro.
I — A maioria dos sistemas protéticos atuais de ombro é modular em relação aos 
componentes umeral e glenoidal, com diversos diâmetros de esfera articular e 
cúpula umeral.
II — As hastes umerais, em geral, são feitas de polietileno.
III — Têm sido utilizados um componente articular umeral de polietileno (plástico) e um 
componente articular glenoidal metálico.
IV — Há evidências de que a prótese de ombro com menor ângulo de torção umeral 
proporciona uma ADM maior para a flexão e para a abdução de ombro, mas não 
para a rotação lateral com o braço em adução.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I, a III e a IV.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
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5. Sobre uma das repercussões das modificações biomecânicas promovidas pela prótese
reversa no complexo do ombro, assinale a alternativa correta.
A) Torna possível a atuação do manguito rotador.
B) Torna o músculo deltoide o único motor primário na abdução do ombro.
C) Reduz a relação comprimento-tensão do músculo deltoide.
D) Aumenta o braço de alavanca do manguito rotador.
Resposta no final do artigo
■ CIRURGIA
A grande maioria dos procedimentos de ATRO tem ocorrido em apenas um dos lados, mas há relatos 
de procedimentos bilaterais simultâneos (em estágio único) e não simultâneos (em dois estágios). 
Quando há necessidade de cirurgia em ambos os ombros, frequentemente, o procedimento é 
realizado em datas distintas. 
Dados do britânico NJR6 mostram que, dos 22.313 pacientes submetidos à artroplastias de ombro 
entre 2012 e 2016, apenas 20 (0,1%) realizaram o procedimento em ambos os lados na mesma 
data (cirurgia bilateral simultânea). Outros 1.275 (5,7%) pacientes realizaram o procedimento em 
ambos os lados em datas distintas (cirurgia unilateral não simultânea).
O neozelandês NZOA4 tem documentado apenas quatro casos (oito ombros) de artroplastia bilateral 
de ombro dentre os 8.250 procedimentos realizados. Em nenhum dos registros citados foram 
especificados os casos de artroplastia reversa de ombro bilateral.
PRÉ-CIRÚRGICO ELETIVO
Na cirurgia típica de ATRO, não há necessidade de internação pré-cirúrgica. No Into, o período 
pós-cirúrgico hospitalar rotineiro é de 2–4 dias para o controle de aspectos como dor e perturbações 
possíveis no sistema sensoriomotor e na marcha decorrentes da cirurgia.17 
No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2017, a média de permanência hospitalar 
nas 23 cirurgias registradas de ATRO realizadas foi de 4,8 dias, período inferior ao encontrado 
nas cirurgias de artroplastia total primária convencional de ombro (6,3 dias nas 245 cirurgias 
realizadas).17 Apesar dos dados citados, o cadastro de artroplastias no departamento de 
informática do SUS (DataSUS) ainda não parece contabilizar o real número de artroplastias 
reversas realizadas.
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ABORDAGENS CIRÚRGICAS
O ato cirúrgico em um procedimento unilateral de ATRO leva em torno de duas horas, a depender 
da experiência do cirurgião e de outros fatores diversos. As abordagens deltopeitoral e superolateral 
(transdeltoidea superior) são as mais usuais, especialmente a deltopeitoral.18 
No Into, o acesso deltopeitoral é o de escolha para quase todos os procedimentos de ATRO. 
Em determinados casos, um enxerto ósseo (usualmente obtido da própria cabeça umeral seccionada) 
pode ser usado na recomposição da glenoide. 
A Figura 5 exibe o acesso deltopeitoral da ATRO.
Local da incisão
M. peitoral maior
(rebatido)
Tendão do m. 
subescapular
Cápsula articular 
anterior
Cavidade glenoidal
M. subescapular (dividido)
Cápsula articular (aberta)
M. deltoide (rebatido)
Processo coracoide
Tendão conjunto
Face articular da cabeça 
do úmero
M. deltoide
(rebatido)
Cavidade 
articular
Cabeça 
do úmero
M. bíceps braquial
(cabeça longa)
M. bíceps braquial
(cabeça curta)
Artéria circunfl exa 
anterior do úmero
Tendão do m. 
bíceps braquial
M. peitoral maior
(rebatido)
Veia cefálica
Figura 5 — Acesso deltopeitoral da ATRO.
Em uma revisão sistemática sobre a ATRO,12 o acesso deltopeitoral foi utilizado em 272 (66,6%) 
procedimentos, e o acesso súperolateral, em 76 (18,6%). O neozelandês NZOA4 e o italiano Ripo5 
registraram valores ainda maiores, com 88% (n = 7.260) e 85% (n = 3.082) das cirurgias de ATRO 
realizadas por meio do acesso deltopeitoral, enquanto as restantes, por outros acessos, incluindo 
o superolateral.
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O acesso deltopeitoral expõe o ombro pelo intervalo deltopeitoral (espaço entre os músculos 
deltoide e peitoral maior). Em alguns pacientes com artropatia de manguito rotador, o músculo 
subescapular está parcialmente íntegro e deve ser preservado. O acesso superolateral expõe o 
ombro superiormente por meio do manguito rotador deficiente.
Algumasdas questões intracirúrgicas mais importantes para o tratamento fisioterapêutico 
pós-cirúrgico de ATRO incluem:
■ o tipo de acesso usado (deltopeitoral ou súperolateral);
■ qualidade óssea;
■ possíveis lesões intracirúrgicas (em especial, do nervo axilar, de seus ramos e da veia cefálica, que 
podem gerar, respectivamente, deficiência dos músculos deltoide/redondo menor, com distúrbio
de sensibilidade na região superolateral de ombro, e edema pós-cirúrgico maior e persistente);
■ o grau de tensionamento e de integridade dos músculos deltoide (inclusive, relacionado ao
aspecto anterior) e do manguito rotador (notadamente, dos músculos subescapular e redondo
menor), que podem necessitar de até seis semanas de limitação de tensões importantes, como 
contrações musculares e alongamentos mais vigorosos.
O Quadro 2 exibe as vantagens e as desvantagens dos acessos deltopeitoral e superolateral para 
a ATRO.
Quadro 2
VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ACESSOS 
CIRÚRGICOS DELTOPEITORAL E SUPEROLATERAL
Acesso Vantagens Desvantagens
Deltopeitoral
■■ Maior experiência dos cirurgiões com tal
acesso.
■■ Menor trauma à parte clavicular do músculo 
deltoide (ele é apenas retraído do terço
lateral da clavícula).
■■ Melhor acesso para a liberação capsular
inferior (procedimento habitualmente seguro 
e importante para a melhor restauração da
elevação do braço).
■■ Mais fácil extensão do acesso distal para a 
revisão ou a fixação intracirúrgica de fratura.
■■ Mais fácil extensão (caso necessário) para
o acesso anteromedial.
■■ Usual necessidade de completa desin-
serção e reparo (quando possível) do
músculo subescapular.
■■ Mais difícil exposição da cavidade
glenoidal em alguns casos.
Superolateral
■■ Mais fácil exposição da cavidade glenoidal.
■■ Ausência de desinserção e reparo do
músculo subescapular.
■■ Mais difícil ampliação do acesso distal 
caso surjam complicações intracirúr-
gicas.
■■ Trauma à parte clavicular do deltoide
pela necessidade de sua divisão e de
posterior reparo.
■■ Maior risco de lesão do nervo axilar (e/
ou de seus ramos) e/ou da veia cefálica,
por causa da secção citada do deltoide.
■■ Acesso limitado à cápsula inferior para 
a sua liberação.
Fonte: Adaptado de Canale e colaboradores (2016);1 Frankle e colaboradores (2015);14 Dines e colaboradores (2017).15
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Ainda na sala de cirurgia, antes do fechamento da incisão da ATRO, o cirurgião determina a 
ADM de ombro disponível, particularmente da elevação e das rotações lateral e medial de braço, 
de forma a não tensionar indevidamente os tecidos moles ou comprometer a estabilidade da AGU.
Vale ressaltar que tal tensão é de grande importância nos desfechos pós-cirúrgicos. 
Por exemplo, uma tensão excessiva no deltoide poderia favorecer a fratura de acrômio 
ou restringir desnecessariamente os movimentos do ombro. Essas informações são de 
grande valia para o tratamento pós-cirúrgico.
PÓS-CIRÚRGICO IMEDIATO
Após a ATRO, pode ser necessária a internação de idosos em unidade de terapia intensiva (UTI), 
de pessoas com necessidades especiais ou de pacientes com complicações intracirúrgicas. 
Na experiência no Into, a maioria dos pacientes submetidos à ATRO é encaminhada diretamente à 
enfermaria. Quando há dreno, ele é retirado com cerca de 24 horas após o procedimento cirúrgico. 
A troca de curativo após a ATRO é realizada em até 48 horas e na primeira revisão 
ambulatorial (comumente, em 5–7 dias após a cirurgia). A alta hospitalar ocorre 
baseada na estabilidade clínica do paciente e no aspecto radiográfico. A retirada de 
pontos cirúrgicos pode ocorrer com segurança a partir do 10º dia após a cirurgia.
LEMBRAR
Vale lembrar que não é incomum o paciente que passou por ATRO perceber que o MS submetido 
à cirurgia está mais longo do que o contralateral. Entretanto, ao contrário de casos semelhantes 
nos MMII, tal dismetria não gera qualquer incapacidade.
■ AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA
Os exames radiológicos mais utilizados em artroplastias de ombro são a tomografia computadorizada 
(TC) sem contraste e a radiografia simples. A TC é fundamental na avaliação pré-cirúrgica, para a 
demonstração do estoque ósseo e do padrão de desgaste glenoidais, mas também no pós-cirúrgico 
no caso de suspeita de afrouxamento e/ou de fratura periprotética.19 
A radiografia simples é a modalidade mais frequentemente utilizada e deve ser a primeira opção de 
exame para a avaliação de um paciente sintomático submetido à artroplastia de ombro.19 A avaliação 
radiográfica pré-cirúrgica é importante no contexto do diagnóstico, da decisão pelo tratamento e 
do planejamento cirúrgico. 
No período intracirúrgico em artroplastias de ombro, a fluoroscopia (técnica radiológica utilizada para 
obter imagens em tempo real de estruturas internas de um paciente; esse instrumental é também 
conhecido como intensificador de imagem) pode ser utilizada especialmente para a certificação de 
que a prótese está adequadamente posicionada. 
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Os parâmetros radiográficos pós-cirúrgicos são fundamentais para a avaliação de critérios 
prognósticos e de sinais de complicações como ossificação heterotópica, radiolucências (menores 
radiodensidades) glenoidal e umeral, fratura de acrômio por estresse, estabilidade dos componentes 
glenoidal e umeral, presença de notching escapular e luxação protética glenoumeral. As incidências 
radiográficas usualmente solicitadas após a cirurgia de ATRO incluem anteroposterior verdadeiro, 
perfil escapular em Y e axilar.1 
A Figura 6 mostra as radiografias simples após ATRO. A escolha das incidências varia de acordo 
com o objetivo e com a suspeita diagnóstica.
A B
Figura 6 — Radiografias simples após a ATRO.
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
■ DESFECHOS PÓS-CIRÚRGICOS
Em uma revisão sistemática,12 foram avaliados sete artigos primários, incluindo 408 ombros e 396 
indivíduos submetidos à ATRO por artropatia de manguito rotador. Em comparação com o período 
pré-cirúrgico, todos os desfechos analisados, incluindo dor, funcionalidade e qualidade de vida, 
obtiveram valores muito satisfatórios, com resultados estatisticamente significantes (resultado 
relevante do ponto de vista estatístico), e muitos também clinicamente importante (resultado 
relevante do ponto de vista do paciente), em desfechos com período médio de 35,3 ± 12,3 meses 
após a cirurgia. Foram encontrados apenas dois artigos científicos em populações brasileiras13,20 
com relatos de desfechos pós-cirúrgicos em ATRO. O período de seguimento dos estudos foi de 
44 (12–53) e 53 ± 21,4 meses.
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A Tabela 2 exibe os desfechos pós-cirúrgicos de ATRO dos estudos avaliados.
Tabela 2
DESFECHOS PÓS-CIRÚRGICOS DE 
ARTROPLASTIA TOTAL REVERSA DE OMBRO
Desfecho
Pontuações 
Pior e Melhor/ 
Amplitude de 
Movimento21
Estudo
Ombros 
Avaliados 
(percentual 
do total)
Pontuações/
Amplitude de 
Movimento 
Pré-Cirúrgicas
Pontuações/ 
Amplitude de 
Movimento 
Pós-Cirúrgicas
Flexão 160–180º
12 408(100%)
51º±13,2º
(34-66º)
124,4º±11,9º
(105,1–144º)
13 18(100%) 60º 150º
Abdução 170–180º
12 188(46,1%)
41,1º±5,7º
(36–49º)
115º±9,8º
(101,8–125º)
13 18(100%) 20º 60º
Rotação lateral 80–90º 13 18(100%) 20º 20º
Rotação medial 60–100º 13 18(100%) 13º 13º
Rotação lateral 
com o braço em 
adução
Não definido 12 408(100%)
17,1º±6,9º
(11–29º)
27,7º±13,8º
(13,9–51º)
Rotação lateral 
com o braço a 90º 
de abdução
Não definido 12 113(27,7%)
18,5º±0,7º
(18–19º)
47º±4,2º
(44–50º)
Escala visual de 
dor (EVA) 0–10 pontos
12 268(65,7%)
6,5±0,4
(6,3–7)
1,8±0,4
(1,4–2,2)
21 13(100%) 7,9±2,9 1±1,7
Escala visual de 
função 0–10 pontos 12
268
(65,7%)
3±1,7
(2,7–3,2)6,5±3,9
(6–7,1)
American Shoulder 
and Elbow 
Surgeons (ASES) 
Standardized 
Shoulder 
Assessment Form 
(total)
0–100 pontos
12 228(57,6%)
29,4±5,2
(24–34,3)
72,2±4,1
(68,2–76,1)
20 13(100%) 23,1±15 82,7±15
ASES (dor) 0–50 pontos 12 228(57,6%)
18,1±0,1
(18,1–18,2)
40±18,5
(38,7–41,3)
ASES (função) 0–50 pontos 12 228(57,6%)
15,7±0,6
(15,3–6,1)
31,8±14,8
(29,4–34,2)
(Continua)
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Desfecho
Pontuações 
Pior e Melhor/ 
Amplitude de 
Movimento21
Estudo
Ombros 
Avaliados 
(percentual 
do total)
Pontuações/
Amplitude de 
Movimento 
Pré-Cirúrgicas
Pontuações/ 
Amplitude de 
Movimento 
Pós-Cirúrgicas
Constant-Murley 
Score (CMS) 0–100 pontos
12 215(54,3%)
31,4±7,5
(24–41,4)
60,3±1,2
(59–61,8)
13 18(100%) 34 60
Subjective 
Shoulder Value 
(SSV)
0–100% 12 71(17,9%) 23% 76,9%
Oxford Shoulder 
Score (OSS) 0–48 pontos 12
68
(17,2%)
21,8±0,4
(21,5–22)
40,6±0,2
(40,5–40,8)
Modified-University 
of California at Los 
Angeles (Modified-
-Ucla) Shoulder
Rating Scale
0–35 pontos 12 68(17,2%)
15,2±0,1
(15,1–15,2)
26,9±0,8
(26,3–27,7)
36-Item Short Form
Health Survey
(SF-36) (físico)
0–100 pontos 12 60(15,2%) 31,8 41,6
SF-36 (mental) 0–100 pontos 12 60(15,2%) 36,8 47,4
12-Item Short-Form
Health Survey
(SF-12) (físico)
0–100 pontos 21 13(100%) 31,7±6,9 47,1±8,6
SF-12 (mental) 0–100 pontos 20 13(100%) 48±12,3 55,5±7,5
Shoulder Pain and 
Disability Index 
(Spadi)
100–0 pontos 12 36(9,1%) 77 34
Disabilities of the 
Arm, Shoulder 
and Hand (Dash) 
Questionnaire
100–0 pontos 12 68(17,2%) Não relatadas 32,2
Fonte: Elaborada pelo autor.
Um dos diagnósticos mais comuns em pacientes submetidos à ATRO é a artrite reumatoide. 
O australiano AOANJRR7 registra a artrite reumatoide como o quarto diagnóstico mais frequente 
(2%; n = 560). Na presença de artrite reumatoide, por conta da alta incidência de lesões de manguito 
rotador e de erosão da cavidade glenoidal, a artroplastia total anatômica de ombro é um procedimento 
delicado, podendo levar à baixa funcionalidade e à falha prematura. Nesse cenário, a ATRO tem se 
mostrado uma alternativa para melhores resultados. As duas revisões sistemáticas mais recentes 
encontradas sobre o assunto abordaram os desfechos após ATRO.22, 23
(Continuação)92
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Na primeira revisão sistemática citada sobre os desfechos após ATRO,22 foram identificados sete 
estudos incluindo 121 indivíduos (144 ombros) com diagnóstico de artrite reumatoide e submetidos 
à ATRO. A média de idade de todos os pacientes do estudo (incluindo todos os tipos de artroplastias 
de ombro) era de 64,6 (34–86) anos.
Em um seguimento médio de 46,9 (11,5–143) meses, 95% dos pacientes descreveram resultados 
excelentes ou satisfatórios. A ADM média de elevação do braço em cada estudo individual foi de, 
pelo menos, 115º. As taxas de cirurgia de revisão (5%), de infecção profunda (3,3%) e de soltura 
glenoidal sintomática (1,7%) não foram maiores do que para uma população de etiologias mistas, 
assim como as complicações.22
A segunda revisão sistemática sobre os desfechos após Atro23 avaliou cinco estudos incluindo 
100 ombros de indivíduos com diagnóstico de artrite reumatoide e submetidos à ATRO, dos quais 
87 foram acompanhados por uma média de 55,4 (36–84) meses. As principais medidas de desfecho 
empregadas, o CMS e o ASES, exibiram aumento médio clinicamente importante de pontuação 
após a cirurgia de 42,4 e 54 pontos, respectivamente. 
A ADM pós-cirúrgica média de elevação do braço na segunda revisão sistemática sobre os desfechos 
após Atro23 foi de 120,6º (aumento médio de 51º) e a ADM de abdução apresentou aumento médio 
de 58,5º, todos considerados clinicamente importantes. A taxa de eventos adversos foi de 31%, mas 
a grande maioria foi de menor gravidade. Assim, apesar das complicações, a ATRO parece ser uma 
opção de tratamento segura, eficaz e confiável em pacientes com artrite reumatoide, fornecendo 
melhora consistente em alguns dos principais desfechos.
Há uma grande variação no ganho funcional e de ADM após a ATRO. Assim, o prognóstico 
para tais desfechos deve ser definido individualmente para cada paciente, considerando 
os aspectos pré, intra e pós-cirúrgicos. 
Como parâmetro para a ADM funcional (amplitude mínima necessária para a realização confortável e 
efetiva de AVDs), um estudo24 investigou e descreveu a ADM necessária em 40 ombros (20 indivíduos 
jovens sadios) para completar com sucesso dez tarefas diárias baseadas nas seções de avaliação 
funcional dos instrumentos ASES, Penn Shoulder Score (PSS) e Simple Shoulder Test (SST). 
Para o membro dominante, a tarefa que exigiu a maior ADM de flexão foi colocar uma lata em uma 
prateleira acima da cabeça, para a extensão e a rotação medial foi fazer a higiene da parte média 
do dorso/retirar o sutiã, para a abdução foi posicionar a mão na parte posterior da cabeça com o 
cotovelo direcionado lateralmente, e para a adução horizontal e rotação lateral foi fazer a higiene 
da parte posterior do ombro oposto. Nota-se que a ADM integral não foi necessária para completar 
com sucesso tais tarefas.24
Uma outra revisão sistemática25 mostrou, ainda, que a proporção média ponderada de pacientes 
submetidos à ATRO capazes de fazer a sua própria higiene após a defecação foi de 92% (intervalo 
de confiança [IC] de 95%: 87–95%) após um mínimo de 12 meses de pós-cirúrgico, com apenas 
15 (8%; IC de 95%: 5–13%) indivíduos incapazes de realizar tal tarefa. Dessa forma, é fundamental 
que o paciente tenha ciência de que a ATRO visa, especialmente, minimizar as incapacidades 
relacionadas ao MS, mas não restaurar a sua articulação a um estado pré-mórbido.
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As ADMs funcionais para o ombro são:24
■ flexão: 120,7º± 1,5º;
■ extensão: 46,8º± 1,8º;
■ abdução: 127,3º± 2º;
■ adução horizontal: 115,8º± 2,2º;
■ rotação medial: 98,8º± 10º; e
■ rotação lateral: 61,3º± 2,3º
LEMBRAR
Uma importante questão diz respeito ao momento pelo qual esperar a maior recuperação após 
a ATRO. Uma revisão sistemática26 de nove artigos (n = 1.134) investigou tal assunto em relação 
a diversos desfechos, incluindo funcionalidade, qualidade de vida, dor e ADM. 
De acordo com os resultados do estudo,26 os pacientes submetidos à ATRO mostraram recuperação 
mais rápida nos primeiros três meses (estatisticamente significante) e, gradualmente, continuaram a 
sua recuperação até um ano após a cirurgia, quando os desfechos não mostraram mais alterações 
estatisticamente significantes. Apenas a ADM aumentou substancialmente após um ano de cirurgia. 
Tais dados podem auxiliar a guiar as orientações aos pacientes quanto às expectativas realistas 
de recuperação clínica, particularmente em relação ao período de tempo esperado de melhora de 
alguns dos desfechos.
■ COMPLICAÇÕES
A literatura relacionada às complicações da ATRO é bastante inconsistente no que diz respeito 
à terminologia e aos registros. Neste artigo, consideram-se complicações da ATRO todos os 
eventos intra e pós-cirúrgicos que podem afetar o resultado final da reabilitação. Em geral, dor 
desproporcional na região do ombro (inclusive ao repouso), declínio súbito da ADM e estado 
febril (ou febre) podem indicar alguma complicação. Essas são apenas algumas manifestações 
possíveis. O paciente e os profissionais de saúde devem estar atentos e qualquer suspeita deve 
ser imediatamente comunicada ao fisioterapeuta e ao médico.
A reabilitação engloba um conjunto de medidas, de ações e de serviços interdisciplinares 
orientados para desenvolver ou ampliar a capacidade funcional e o desempenho dos 
indivíduos, tendo como objetivo desenvolver potencialidades, talentos, habilidadese aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, profissionais e 
artísticas que contribuam para a conquista da autonomia e para a participação social 
em igualdade de condições e de oportunidades com as demais pessoas.
De acordo com o neozelandês NZOA,4 nas 401 revisões cirúrgicas realizadas em todos os 
tipos de próteses de ombro na Nova Zelândia, o tempo médio para a revisão da cirurgia foi de 
34,5 ± 35,3 (0–183) meses e o motivo mais frequente para todas as artroplastias (n = 8.250) foi a 
dor (n = 87; 21,7%). 
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Um achado importante foi que os pacientes com pontuação abaixo de 27/48 pontos (resultado 
classificado como ruim) no OSS no mês 6 mostraram risco cinco vezes maior de uma revisão 
nos primeiros dois anos em comparação a uma pessoa com resultado classificado bom 
(34–41/48 pontos). Não foram encontradas informações nesse documento sobre as etiologias das 
revisões nos casos específicos de ATRO. 
Entretanto, o britânico NJR6 e o australiano AOANJRR7 identificaram as informações sobre a ATRO. 
Segundo o NJR,6 das 1.041 artroplastias reversas realizadas, 11 (1,1%) necessitaram de revisão 
cirúrgica, com a instabilidade sendo a etiologia mais frequente. 
O AOANJRR7 documentou a instabilidade/luxação (35,4%; n = 206), a infecção (19,1%; n = 111) e 
a perda dos componentes protéticos (18,2%; n = 106) como as principais causas de revisão nas 
15.781 artroplastias reversas realizadas. Vale destacar ainda que a ATRO apresentou uma taxa de 
revisão maior em comparação à artroplastia total convencional nos primeiros três meses, embora, 
após esse período, tenha mostrado uma taxa menor.
As taxas de revisão foram até 6,2% maiores nas revisões sistemáticas consultadas12, 16 do que nos 
grandes centros de registro.4–7 Essa variação das taxas de revisão da ATRO pode ser explicada pelo 
fato de, muitas vezes, as cirurgias de ATRO computadas nos estudos primários serem realizadas 
por um único cirurgião ou em uma única instituição (ao contrário dos registros nacionais), e, ainda, 
com tamanhos amostrais relativamente pequenos.
Além dos dados dos grandes centros de registro, três revisões sistemáticas mais recentes sobre a 
revisão da ATRO também computaram informações sobre as complicações. A primeira12 abordou 
essa questão em 396 indivíduos (408 ombros) submetidos à ATRO por artropatia de manguito 
rotador. Os resultados mostraram complicações clínicas e radiográficas em 17,4% (n = 113) dos 
casos, com um total de 7,3% (n = 30) de cirurgias de revisão. 
A segunda revisão sistemática16 também avaliou as complicações e o fez em 266 ombros submetidos 
à ATRO por causa de lesão extensa irreparável de manguito rotador. A taxa de complicações variou 
entre os estudos individuais de 4,1 a 20% e as cirurgias de revisão de 1,4 a 8,3%. Não houve 
especificação da etiologia delas para a ATRO. 
A terceira revisão sistemática26 indicou uma taxa de complicações de 27,9% nos 392 casos avaliados, 
sendo 5,9% em até um ano (a luxação foi a mais comum: 1,3%). A revisão cirúrgica da ATRO 
foi necessária em 13,3% (n = 33) dos casos de complicações, sendo a infecção (4,4%; n = 11) 
a etiologia mais comum. Em 1,2% dos casos a revisão ocorreu em até um ano após a ATRO. 
Ainda sobre a necessidade de revisão cirúrgica, o britânico NJR registrou 11 (1,1%) casos em 
artroplastias reversas. Esses números são ainda considerados altos, especialmente quando 
confrontados com os de artroplastia total anatômica de ombro. Em nível de comparação, o próprio 
NJR6 computou 33 (3,3%) casos de revisão cirúrgica em 957 hemiartroplastias; 2 (25%) casos em 
8 artroplastias de revestimento (ressurfacing); e nenhum caso em 29 artroplastias totais anatômicas 
de ombro.
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A Tabela 3 exibe as taxas de revisão de ATRO nos estudos avaliados.
Tabela 3
TAXAS DE REVISÃO APÓS ARTROPLASTIA TOTAL REVERSA DE OMBRO
Estudo Percentual Total de Revisões
Artroplastias Totais Reversas 
de Ombro Realizadas
Petrillo e colaboradores12 7,3% 30 408
Sevivas e colaboradores16 4,5% 6 134
Australian Orthopaedic 
Association National Joint 
Replacement Registry7
3,7% 582 15.781
New Zealand Joint Registry4 2,5% 83 3.328
National Joint Registry6 1,1% 11 1.041
Fonte: Elaborada pelo autor.
A Tabela 4 mostra as principais complicações após a ATRO em duas revisões sistemáticas12, 16 e 
um registro nacional de dados.6 Por conta da já sinalizada inconsistência em relação à terminologia 
e aos registros, algumas complicações não são computadas ou o são em categorias distintas. Um 
exemplo é o notching escapular que, apesar de ter altos valores relatados (chegou a 31% em um 
estudo retrospectivo13), não aparece nos dados a seguir.
Tabela 4
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES APÓS A ARTROPLASTIA TOTAL 
REVERSA DE OMBRO
Complicações
Valores
Petrillo e 
colaboradores12
Cabarcas e 
colaboradores26
National Joint 
Registry6
Ossificação heterotópica 6,6% (n = 27) – –
Radiolucência glenoidal 2,9% (n = 12) – –
Fratura de acrômio por 
estresse 2,7% (n = 11) 1,5% (n = 6) –
Falha mecânica da 
prótese 2,4% (n = 10) – 0,2% (n = 2)
Soltura da placa de base 
glenoidal 2,2% (n = 9) 3,0% (n = 12) –
Luxação glenoumeral 1,2% (n = 5) 7,4% (n = 29) –
Infecção 0,9% (n = 4) 4,9% (n = 19) 0,2% (n = 2)
Instabilidade – – 0,6% (n = 6)
Lesão neural – 1,8% (n = 7) –
Total 17,4% (n = 17/408) 27,9% (n = 106/392) 3,3% (n = 32/957)
Fonte: Elaborada pelo autor.
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A trombose venosa (TV) é uma complicação rara após a artroplastia de ombro, mas é uma das 
mais graves. A TV pode ocasionar complicações tardias, como a chamada síndrome pós-trombótica 
(que inclui edema, varizes secundárias, dermatite ocre, dentre outros problemas), ou mesmo 
complicações agudas como a embolia pulmonar, que pode levar o paciente a óbito.
A TV consiste na formação aguda de trombos (coágulos) no sistema venoso superficial 
ou profundo, gerando oclusão venosa parcial ou total. A denominação TV profunda 
(TVP) é usada quando os trombos atingem o sistema venoso profundo, enquanto 
a expressão TV superficial (tromboflebite superficial) é utilizada quando as veias 
superficiais são acometidas.
Uma revisão sistemática recente27 estudou a TVP. Apesar de sua difícil identificação, por causa 
das baixas especificidade e incidência sintomática (de 0,06 a 0,56% nos estudos individuais), 
a clara identificação dos fatores de risco potenciais de TVP após artroplastias de ombro é complexa. 
Segundo o estudo sobre a TVP, os fatores que provavelmente colocam os pacientes em risco de 
complicações incluem27 prolongado tempo cirúrgico em decúbito lateral ou em posição de “cadeira 
de praia”, história de trauma (em particular, na cirurgia para fratura proximal de úmero), história 
prévia de TVP, desidratação, obesidade, idade avançada e uso de estrogênio. 
Os sinais e os sintomas de TVP podem incluir manifestações locais, como:27
■ empastamento muscular;
■ edema;
■ dor à palpação ao repouso e/ou ao movimento em MS;
■ aumento da temperatura cutânea;
■ dilatação de veias superficiais;
■ sensação de peso referida pelo paciente;
■ parestesia;
■ alterações vasomotoras e tróficas de pele (por exemplo, cianose dos dedos).
Caso o fisioterapeuta não tenha vivência no assunto, mas haja suspeita do diagnóstico 
de TVP, é importante a solicitação de parecer de um profissional experiente. 
Com relação ao tratamento da TVP, ele deve ocorrer imediatamente após o diagnóstico, para evitar 
maiores complicações. Manifestações como dispneia e dor no tórax podem ocorrer, e o paciente 
deve ser encaminhado imediatamente à emergência. A profilaxia química deve ser considerada 
em pacientes com fatoresde risco, mas ponderadas as possíveis complicações hemorrágicas. A 
profilaxia mecânica pode ser considerada universalmente em decorrência do seu baixo custo/benefício.
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De acordo com a estimativa do neozelandês NZOA,4 a probabilidade percentual cumulativa de 
mortalidade após a cirurgia eletiva primária unilateral de ATRO foi de:17
■ 0,27 (IC de 95%: 0,21–0,35) em 90 dias;
■ 1,32 (IC de 95%: 1,16–1,49) em um ano;
■ 3,36 (IC de 95%: 3,09–3,67) em dois anos;
■ 5,87 (IC de 95%: 5,45–6,32) em três anos;
■ 9,26 (IC de 95%: 8,57–10) em quatro anos.
Para as cirurgias eletivas e por trauma em conjunto, a faixa etária e o sexo com maior taxa de 
mortalidade em todos os momentos avaliados (90 dias e 1, 2, 3 e 4 anos) foi acima de 75 anos e 
o sexo masculino, respectivamente.17
No Brasil, no âmbito do SUS, apenas um (0,5% do total de 209 procedimentos) óbito relacionado 
à artroplastia não convencional de ombro foi registrado no período de 2008–2017. Esse percentual 
é semelhante ao da artroplastia total anatômica primária, que apresenta nove óbitos (0,5% do 
total de 1.783) registrados.17 Apesar de haver ciência de que as complicações após a ATRO são 
multicausais, tais resultados podem auxiliar na tomada de decisão clínica, de forma a prevenir 
algumas delas, como as luxações.
Vale registrar que a avaliação do tempo de sobrevivência (durabilidade) das próteses de ombro 
é complexa e os estudos são escassos. A percepção do autor deste artigo é de que, por causa dos 
constantes avanços em seus desenhos e modelos (com resultados equivalentes ou melhores), 
quando um estudo longitudinal obtém dados de médio e de longo prazos para a reflexão, tais 
próteses e os parâmetros cirúrgicos podem já estar ultrapassados.
No Into, a maioria dos pacientes submetidos à artroplastia total reversa não necessitou de revisão 
cirúrgica. Além disso, excluindo alguns aspectos que permitem pouco ou nenhum controle pós-
cirúrgico por pacientes e por profissionais de saúde, a longevidade e a integridade da prótese 
parecem estar mais relacionadas ao uso, e não ao tempo de cirurgia.
ATIVIDADES
6. Sobre uma vantagem e uma desvantagem do acesso deltopeitoral para a ATRO que 
influenciam no tratamento fisioterapêutico pós-cirúrgico, assinale a alternativa correta.
A) Uma vantagem é a ausência de desinserção e de reparo do músculo subescapular;
uma desvantagem é o trauma à parte clavicular do deltoide pela necessidade de sua 
divisão.
B) Uma vantagem é o menor trauma à parte clavicular do músculo deltoide; uma
desvantagem é a usual necessidade de completa desinserção e de reparo do músculo 
subescapular.
C) Uma vantagem é a maior experiência dos cirurgiões com tal acesso; uma desvantagem
é o maior risco de lesão do nervo axilar e/ou dos seus ramos.
D) Uma vantagem é o menor trauma à parte clavicular do músculo deltoide; uma
desvantagem é o maior risco de lesão da veia cefálica.
Resposta no final do artigo
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7. Sobre o pós-cirúrgico da ATRO, assinale a alternativa correta.
A) Quando há dreno, ele é retirado com cerca de 48 horas após o procedimento cirúrgico.
B) A troca de curativo após a ATRO é realizada em até 72 horas e na primeira revisão
ambulatorial (em geral, em 7–9 dias após a cirurgia).
C) A alta hospitalar ocorre baseada na estabilidade clínica do paciente e no aspecto
radiográfico.
D) A retirada de pontos cirúrgicos pode ocorrer com segurança a partir do 7º dia após
a cirurgia.
Resposta no final do artigo
8. Sobre a avaliação radiológica das artroplastias do ombro, assinale a alternativa
correta.
A) A TC é fundamental na avaliação pré-cirúrgica, para a demonstração do estoque
ósseo e do padrão de desgaste glenoidais, porém não se aplica no pós-cirúrgico.
B) A radiografia simples é a modalidade menos frequentemente utilizada e não deve ser
a primeira opção de exame para a avaliação de um paciente sintomático submetido
à artroplastia de ombro.
C) No período intracirúrgico em artroplastias de ombro, a fluoroscopia não deve ser utilizada,
em especial porque não auxilia na certificação de que prótese está adequadamente
posicionada.
D) As incidências radiográficas usualmente solicitadas após a cirurgia de ATRO incluem
anteroposterior verdadeiro, perfil escapular em Y e axilar.
Resposta no final do artigo
9. Sobre os desfechos pós-cirúrgicos de ATRO, segundo os principais estudos, marque 
V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) Os pacientes mostraram recuperação mais rápida nos primeiros três meses.
( ) Os pacientes mostraram recuperação em seis meses após a ATRO.
( ) Os pacientes continuam a sua recuperação gradual até um ano após a cirurgia.
( ) Apenas a ADM aumentou de forma substancial após um ano da ATRO.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — F — V — F
B) F — V — F — V
C) V — F — V — V
D) F — V — F — F
Resposta no final do artigo
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10. Sobre as possíveis complicações pós-cirúrgicas de ATRO, assinale a alternativa
correta
A) A dor desproporcional na região do ombro (inclusive ao repouso), o declínio súbito da 
ADM e o estado febril (ou febre), normalmente podem indicar alguma complicação
pós-cirúrgica.
B) A TV é uma complicação muito comum após a artroplastia de ombro, não sendo
grave.
C) A TV pode ocasionar complicações tardias, como a síndrome pós-trombótica, ou
agudas, como a embolia pulmonar, mas sem risco de levar o paciente a óbito.
D) A profilaxia química não deve ser considerada em pacientes com fatores de risco
para TVP, por causa das possíveis complicações hemorrágicas.
Resposta no final do artigo
11. Sobre o conceito de reabilitação, assinale a alternativa correta.
A) A reabilitação engloba um conjunto de medidas, de ações e de serviços interdisciplinares 
orientados para desenvolver ou ampliar a capacidade funcional e o desempenho dos 
indivíduos, tendo como objetivo desenvolver habilidades e aptidões físicas.
B) A reabilitação engloba um conjunto de medidas e de ações para desenvolver ou ampliar 
talentos, habilidades e aptidões cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais e
artísticas que contribuam para a conquista da autonomia.
C) A reabilitação engloba um conjunto de medidas, de ações e de serviços interdisciplinares 
orientados para desenvolver ou ampliar a capacidade funcional e o desempenho dos 
indivíduos, tendo como objetivo desenvolver potencialidades, profissionais para a
participação social em igualdade de condições e de oportunidades com as demais
pessoas.
D) A reabilitação engloba um conjunto de medidas, de ações e de serviços interdisciplinares
orientados para desenvolver ou ampliar a capacidade funcional e o desempenho dos 
indivíduos, tendo como objetivo desenvolver potencialidades, talentos, habilidades
e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, profissionais e
artísticas que contribuam para a conquista da autonomia e para a participação social 
em igualdade de condições e de oportunidades com as demais pessoas.
Resposta no final do artigo
12. Sobre a durabilidade das próteses de ombro, assinale a alternativa correta.
A) A longevidade e a integridade da prótese parecem estar mais relacionadas ao uso,
e não ao tempo de cirurgia.
B) A longevidade e a integridade da prótese parecem estar mais relacionadas ao tempo 
de cirurgia, e não ao uso.
C) A longevidade da prótese está ligada ao uso, e a integridade, ao tempo de cirurgia.
D) A integridade da prótese está ligada ao uso, e a longevidade, ao tempo de cirurgia.
Resposta no final do artigo
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■ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
A atuação de uma equipe multiprofissional não pode ser negligenciada e é indispensável para uma 
assistência integral do paciente submetido à ATRO. Cada uma das profissões da equipe de saúde, 
como Fisioterapia, Medicina, Enfermagem, Nutrição, Farmácia, Psicologia, Terapia Ocupacional e 
Serviço Social, tem funções exclusivas e privativas que devem ser respeitadas. 
A educação efetiva do paciente e a boa comunicação entre a equipe de saúde são a base 
de um programa efetivo e seguro, de forma a atender às necessidades individuais dos pacientes. 
É também fundamental uma abordagem que leve em consideração aspectos biológicos, psicológicos, 
sociais e espirituais (abordagem biopsicossocioespiritual).
Os aspectos biológicos incluem alterações em estruturas e em funções do corpo. 
Os aspectos psicológicos incluem ansiedade, depressão, catastrofização e 
cinesiofobia. Os aspectos sociais incluem finanças, cultura, trabalho e família. 
E os aspectos espirituais incluem emoções e convicções de natureza não material 
e que remetem a questões como significado e sentido da vida, não se limitando a 
qualquer tipo específico de crença ou de prática religiosa.
LEMBRAR
O fisioterapeuta precisa compreender uma série de fatores que pode afetar os componentes e a 
progressão do plano de tratamento pós-cirúrgico de ATRO. Tais fatores incluem:
■ o estado de saúde geral pré-cirúrgico do paciente;
■ o tipo de procedimento cirúrgico e de implante usado;
■ a qualidade óssea glenoidal e umeral;
■ a extensão da afecção pré, intra e pós-cirúrgica em ossos e em tecidos moles (especialmente,
o manguito rotador e o músculo deltoide);
■ a realização de reparo de manguito rotador ou tendões transferidos;
■ os aspectos psicossociais e espirituais do paciente;
■ as incapacidades pré-cirúrgicas relacionadas ao complexo do ombro;
■ a estabilidade dos componentes da prótese no momento da reconstrução cirúrgica.
Indivíduos com estilo de vida ativo normalmente exigirão maior reeducação para garantir a longevidade 
adequada da prótese de ombro, bem como para minimizar o risco de complicações.
O tratamento fisioterapêutico apresentado a seguir foi fundamentado em um número limitado de 
evidências científicas disponíveis e aliado à larga experiência do autor deste artigo no estudo e no 
tratamento de pacientes submetidos a artroplastias. A intenção é apenas fornecer ao fisioterapeuta 
uma diretriz de tratamento pós-cirúrgico e não ser um substituto para a tomada de decisão 
clínica sobre a progressão do paciente. 
Apesar do acompanhamento por toda a vida, o autor deste artigo sugere que o tratamento 
pós-cirúrgico formal de artroplastia dure de 4–6 meses e que se baseie na abordagem cirúrgica, 
no exame físico, no progresso individual e/ou no possível surgimento de complicações pós-cirúrgicas.
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PRÉ-CIRÚRGICO
Após a indicação de cirurgia do ombro, há dois aspectos principais na abordagem pré-cirúrgica: 
a educação do paciente e dos familiares e a avaliação do estado pré-cirúrgico. 
A educação do paciente e dos familiares deve ocorrer de forma multiprofissional, via demonstração, 
explicação, folheto/cartilha ou audiovisual, tanto durante uma sessão de instrução individual como 
durante uma reunião com um grupo de pacientes que planeja fazer cirurgias semelhantes. 
Para saber mais:
O Into habitualmente oferece cartilhas e folhetos multiprofissionais informativos aos pacientes 
submetidos às cirurgias, como é o caso da ATRO. Tais cartilhas são públicas e podem ser 
acessadas no site do próprio instituto (www.into.saude.gov.br).
Alguns dos aspectos que devem ser abordados pelo fisioterapeuta no período da pré-cirurgia de 
ombro estão exibidos no Quadro 3.
Quadro 3
ASPECTOS ABORDADOS NO PERÍODO PRÉ-CIRÚRGICO DE OMBRO
■■ Desempenho em AVDs, incluindo a necessidade de proporcionar facilitadores nos ambientes.
■■ Locomoção no hospital e no domicílio, em especial para a prevenção de quedas no pós-cirúrgico.
■■ Visão geral do tratamento fisioterapêutico pós-cirúrgico.
■■ Prevenção de lesões de pressão.
■■ Cuidados com a ferida cirúrgica.
■■ Gerenciamento da dor no hospital e no domicílio.
■■ Sinais e sintomas de complicações potenciais do tratamento cirúrgico e formas de abordá-las.
■■ Prevenção de TVP.
■■ Cuidados com o membro operado, inclusive as ações e as posições contraindicadas.
■■ Importância da adesão e do comprometimento com as orientações de toda a equipe de saúde, incluindo
o fisioterapeuta (p. ex., a realização do autotratamento domiciliar) e o médico (p. ex., a administração
dos medicamentos).
■■ Uso e cuidados com órteses de proteção para o MS operado ou órteses de locomoção utilizadas
previamente à cirurgia.
Fonte: Adaptado de Dines e colaboradores (2017);15 Kisner e colaboradores (2017).28
Os facilitadores dizem respeito às adaptações do ambiente que melhoram o desempenho 
de um indivíduo. Por exemplo, no caso de ATRO, as escadas com corrimões e as 
prateleiras baixas para objetos de uso diário.
A avaliação do estado pré-cirúrgico pelo fisioterapeuta deve focar no registro de funcionalidade 
e de incapacidade (funções e estruturas do corpo, atividades e participação), além de fatores 
contextuais (ambientais e pessoais). 
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Para saber mais:
Para uma maior compreensão dos termos funcionalidade e incapacidade, é altamente 
recomendada a leitura da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e 
Saúde e a reflexão sobre ela.23
A reflexão sobre os achados da avaliação pré-cirúrgica pode identificar as necessidades do paciente, 
as metas previstas e os resultados funcionais esperados da ATRO. Além dos aspectos citados 
anteriormente, sugere-se avaliar o seguinte:
1. Integridade da pele — avaliar a presença de cicatrizes de lesões ou de cirurgias anteriores,
especialmente nas regiões próximas ao ombro e que estejam restringindo a mobilidade cutânea
e a mobilidade subcutânea.
2. Postura — identificar qualquer anormalidade postural que possa afetar a ADM e a função
do complexo do ombro, como por exemplo a hipercifose torácica e a protração escapular.
Tal avaliação pode ser realizada por meio de observação, de simetrógrafo ou de biofotogrametria. 
3. ADM e integridade articular — deve-se medir a ADM ativa e passiva da AGU bilateralmente. Para
tal, recomenda-se o uso de goniômetro ou de inclinômetro. A estabilidade glenoumeral pode ser 
avaliada utilizando-se testes especiais com alto desempenho. Por exemplo, para a estabilidade 
anterior, sugerem-se o teste surpresa, que apresenta sensibilidade de 81,8% (69,1–90,9%) e
especificidade de 86,1% (72,1–94,7%); o teste de apreensão para luxação anterior do ombro,
com especificidade de 95,4% (93,3–97,8%); e o teste de relocação de Jobe, com especificidade
de 90,2% (86,8–93%).29
4. Desempenho muscular (controle, força e resistência à fadiga) — estimar a força muscular
do MS bilateralmente, estando ciente de que a dor afeta adversamente esse desfecho. Para tal, 
recomenda-se o uso da avaliação manual de força pela escala da Medical Research Council30 ou
de um dinamômetro manual. Verificar também o ritmo escapuloumeral e quaisquer anormalidades
durante o movimento. Tal avaliação pode ocorrer por meio de observação ou videometria.
5. Edema — de forma a avaliar a dimensão do edema pós-cirúrgico, pode-se utilizar métodos
como volumetria ou perimetria.
6. Dor — é um fenômeno complexo, de difíceis avaliação e quantificação, por ser subjetiva e
influenciada por crenças, atitudes e valores do fisioterapeuta e do paciente, além das limitações
do próprio instrumental. Há muitos instrumentos disponíveis que estimam, por exemplo, o tipo e a 
intensidade de dor percebida. Muitas síndromes dolorosas são descritas atualmente. A distinçãoentre os diferentes tipos de dor pode ser útil para o raciocínio clínico e para as consequentes
formulações de hipóteses diagnósticas e elaborações de tratamentos. Sugere-se a consulta
à International Association for the Study of Pain (Iasp) e às classificações internacionais
desenvolvidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como a Classificação Internacional
de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e a Classificação Estatística Internacional de
Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11). A intensidade da dor pode ser estimada 
com uma escala visual e deve ocorrer não somente em repouso, mas durante a execução
de atividades específicas relacionadas ao complexo do ombro. O fisioterapeuta deve, ainda,
considerar alguma disfunção neurodinâmica e realizar testes palpatórios, neurodinâmicos e de
diferenciação estrutural, interpretando os seus achados cinemáticos e sintomáticos.
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7. Funcionalidade e qualidade de vida — é fundamental a aplicação de instrumentos confiáveis e
válidos, inclusive em português do Brasil. No caso da funcionalidade, há o CMS-BR, o ASES, o SST, 
o Shoulder Rating Questionnaire (SRQ), o Dash Questionnaire, o Spadi, o PSS, o Modified-Ucla
Shoulder Rating Scale, dentre outros. Para a qualidade de vida, podem ser utilizados o SF-36
ou o SF-12. A escolha por quaisquer instrumentos deve levar em consideração aspectos como
os objetivos da avaliação e as características dos pacientes.
8. Análise da marcha — analisar as características da marcha e os tipos de órteses de locomoção 
e/ou de proteção usados no momento. Muitos pacientes que realizam a ATRO se locomovem com 
auxílio de bengala, muletas ou andador e/ou utilizam órteses de proteção em MMII. Observar
também se há dismetria de MMII, pois pode afetar indiretamente a integridade do complexo do
ombro.
O ritmo escapuloumeral é o movimento coordenado entre as articulações glenoumeral 
e escapulotorácica (por meio das articulações esternoclavicular e acromioclavicular), 
com razão entre os movimentos bastante variada na literatura, mas comumente aceita 
como de 2º : 1º.
PÓS-CIRÚRGICO
Um programa de tratamento bem planejado, composto de uma sequência cuidadosamente progredida 
de exercícios fisioterapêuticos funcionais, assim como a orientação constante ao paciente são 
fundamentais para o sucesso do tratamento pós-cirúrgico de ATRO. Além de aspectos funcionais, a 
avaliação de sinais vitais, incluindo pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória, 
temperatura corporal e o grau de dor percebida pode ser considerada antes e após o tratamento 
fisioterapêutico. 
O tratamento fisioterapêutico após a ATRO deve ser curto, porém frequente. A sugestão 
é que ocorra por 4–5 vezes ao dia nos primeiros dias (com possível redução gradual no 
decorrer das semanas), na presença ou não do fisioterapeuta, com um período adequado 
de repouso. 
Todos os procedimentos do tratamento fisioterapêutico após a ATRO devem estar especificados 
na ficha de avaliação (ou prontuário) do paciente, de forma que o fisioterapeuta possa registrar 
a evolução a cada consulta, mas deve também estar assinalado em um documento de posse do 
paciente, de forma que ele possa verificar em seu domicílio. A Fisioterapia Aquática pode ser uma 
excelente opção ao longo de todo o tratamento a partir da cicatrização completa da ferida cirúrgica.
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O autotratamento diário é fundamental para o integral restabelecimento funcional. Uma instrução 
efetiva do paciente para um programa de tratamento fisioterapêutico precisa incluir métodos para 
promover a adesão. Isso é particularmente desafiador quando o tratamento precisa ser executado 
por um período extenso de tempo, como é o caso do pós-cirúrgico de ATRO.31—35 
A aliança entre o fisioterapeuta e o paciente parece estar positivamente correlacionada à adesão 
ao tratamento e aos resultados. Os fatores determinantes nessa aliança têm sido objeto de estudo 
e incluem:31—35
■ as características do paciente (compreensão, motivação, autodisciplina, disponibilidade de tempo);
■ as condições ligadas ao estado de saúde do paciente (comorbidades, dor, incapacidades);
■ os aspectos interpessoais (comunicação eficaz, empatia, feedback positivo);
■ as variáveis do próprio tratamento (organização, complexidade, continuidade, duração,
disponibilidade de instrumentais).
Na experiência do autor deste artigo, há uma alta taxa de adesão ao tratamento fisioterapêutico 
após a ATRO quando são utilizadas estratégias como explorar crenças, atitudes e valores do 
paciente sobre os procedimentos, ajudar o paciente a identificar benefícios pessoais dos exercícios, 
explicar a importância de cada tarefa, manter o programa o mais breve possível, destacar os 
progressos específicos nos exercícios, identificar os obstáculos à adesão e, ainda, permitir que o 
paciente auxilie na escolha dos melhores momentos do dia e a forma mais prática e funcional para 
a realização do tratamento. 
O autor deste artigo considera que os resultados positivos do tratamento fisioterapêutico após a 
ATRO dependem muito mais da elaboração de um programa que realmente seja seguido pelo 
paciente e por sua família do que de um programa “ideal”.
Dependendo das particularidades do procedimento cirúrgico e das condições de ossos e de tecidos 
moles, o momento da progressão do tratamento pós-ATRO pode ser alterado. Por exemplo, um 
programa de tratamento pós-cirúrgico para um paciente submetido à transferência ou ao reparo 
tendíneo precisa ser progredido de forma mais lenta e cuidadosa para determinados movimentos e 
seus modos (passivo, isométrico, autoassistido/ativo-assistido, ativo-livre e ativo-resistido) do que 
nos casos sem transferências ou reparos. 
É importante frisar que o protocolo aqui apresentado para ATRO diz respeito a uma abordagem 
deltopeitoral, com ângulo de torção umeral de 10–20º e sem reparo do músculo subescapular. 
Em casos distintos, as devidas adaptações devem ser realizadas. Por exemplo, no caso de reparo 
do músculo subescapular, a rotação medial não deve ser realizada de qualquer modo, assim como 
a rotação lateral passiva além da posição neutra (ou até 10–20º) até o final da semana 6, de forma 
a não comprometer a cicatrização tecidual.
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Objetivos do tratamento fisioterapêutico pós-cirúrgico
Os objetivos do tratamento fisioterapêutico pós-cirúrgico de ATRO são divididos em quatro fASES:
■ fase I (fase de proteção) — tem início no dia da cirurgia e vai até o final da semana 6.
Os objetivos principais incluem (i) controle de dor e da inflamação; (ii) prevenção de infecção
da ferida cirúrgica, aumento da mobilidade cutânea e subcutânea, promoção da cicatrização
de ossos e de tecidos moles, e manutenção da integridade da prótese; (iii) aumento da ADM
passiva do ombro operado, respeitando os limites seguros; (iv) manutenção/restauração da ADM
ativa de coluna cervical, de coluna torácica, de cotovelo, de punho e de mão; (v) elucidação
de dúvidas do paciente e/ou da família sobre movimentos seguros, colocação e retirada da
órtese de proteção e vestimentas, programa de exercícios fisioterapêuticos e precauções ou
contraindicações; e (vi) desenvolvimento de independência com AVDs básicas e instrumentais
modificadas em função da cirurgia;
■ fase II (fase de início do movimento ativo) — tem início na semana 7 e vai até o final da
semana 12. Os objetivos principais incluem (i) controle de dor e de inflamação que ainda
estejam presentes; (ii) continuação da progressão segura de ADM (de forma ativa) e de força
muscular do complexo do ombro; (iii) manutenção de ADM de coluna cervical, coluna

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