Buscar

Psicologia Social I - Introdução: Conceito, Métodos, Características e Aplicações (Aula 1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PSICOLOGIA SOCIAL I 
Aula 1 – Introdução à Psicologia Social: Conceito, Métodos, Características e Aplicações 
Conceito 
• A Psicologia Social é a ciência que estuda a forma como as pessoas se influenciam e se relacionam entre si. Em outras palavras, é uma 
ciência empírica procurando explicar o comportamento social do ser humano. De tal forma, a Psicologia Social, em contraste com a 
Sociologia, tem um foco de estudo mais individualista e uma metodologia mais experimentalista. 
 
Influência 
• Todos nós somos influenciados por outras pessoas. Muitas vezes nossos comportamentos, pensamentos e sentimentos são influenciados 
pela simples presença de alguém. Mesmo que a pessoa não se encontre fisicamente presente, ainda assim, podemos ser influenciados 
por ela. 
• É surpreendente como a expectativa em relação ao comportamento do outro (ou seus pensamentos ou sentimentos) pode igualmente 
modificar nossas ações. 
• Não podemos negar que todos nós contamos, nas nossas vidas, com a influencia de pessoas importantes e significativas, como os nossos 
pais e amigos. Assim, por exemplo, quando tentamos tomar decisões que, de alguma forma, os fariam sentir orgulho de nós, estamos 
sendo fortemente influenciados por eles. 
• “A maior parte da nossa vida é passada em contato com outras pessoas, seja por escolha, seja por imposição das circunstâncias . 
Relacionamo-nos com nossos familiares, com nossos amigos, com nossos colegas na escola e no trabalho, com as pessoas que nos 
prestam ou a quem prestamos serviços e, quando não podemos de todo evitar, com pessoas de quem não gostamos, e até com 
inimigos.” (Rodrigues, 2005, p. 9) 
 
Fenômenos Psicológicos 
• A partir dos relacionamentos com os outros, que vimos anteriormente, podemos observar uma grande variedade de fenômenos 
psicológicos, tais como: 
➢ Cooperação 
➢ Altruísmo 
➢ Agressão 
➢ Competição
• Todos estes fenômenos são objeto de estudo da Psicologia Social, principalmente o indivíduo em sociedade e não a sociedade 
propriamente dita. 
• O fato de sermos animais sociais que precisamos do relacionamento com o outro, faz com que nosso pensamento e comportamento 
sejam afetados por esta realidade. 
• Cabe à Psicologia Social estudar como este convívio acontece e quais são as leis gerais que o dirigem, assim como quais são as 
consequências deste processo de interação social dentro de uma sociedade com uma cultura, uma história e uma economia própria. 
• Dito isto podemos resumir como Rodrigues, Assmar e Jablonski afirmam: “Psicologia Social é o estudo científico da influência recíproca 
entre as pessoas (interação social) e do processo cognitivo gerado por esta interação (pensamento social).” (Rodrigues, 2000, p. 13) 
 
Interações Humanas 
• É importante ressaltar o que destaca os estudos das interações humanas realizados pela Psicologia Social, das afirmações sobre o 
comportamento social, feitas por filósofos, poetas e qualquer conhecimento proveniente do sentido comum, é que a Psicologia Social se 
fundamenta principalmente no método científico e não em meras impressões ou intuições. 
• As afirmações provenientes do sentido comum, embora possam ser verdadeiras, carecem de comprovação sistemática e não podem ser 
consideradas como conhecimento sólido e confiável. 
• “Método científico é toda atividade condicente à descoberta de um fato novo orientado pelo paradigma. 
• Teoria -> levantamento de hipóteses -> teste empírico das hipóteses levantadas -> análise de dados colhidos -> confirmação ou rejeição 
das hipóteses -> generalização” (Rodrigues et al., 2000, p.14)” 
 
 
 
Método Experimental 
• O psicólogo social, ao utilizar o método experimental, cria situações sociais para observar seus efeitos no comportamento do indivíduo. 
De tal forma, o conhecimento derivado da pesquisa científica, em Psicologia Social, pode ser aplicado no entendimento e na solução de 
problemas sociais específicos. No entanto, é uma importante perspectiva da qual podemos fundamentar diversas compreensões, mas 
sempre considerando não ser a única forma existente para explicar os fenômenos psicológicos e sociais. 
Passos para Psicologia Social 
• A Psicologia Social tem uma longa história, pois os seus interesses e fundamentos epistemológicos remetem a filósofos das civilizações 
clássicas que alimentaram as raízes da cultura ocidental. No entanto, considerando a Psicologia Social a partir da implementação de 
métodos e técnicas de pesquisa, entendemos esta área como caracteristicamente contemporânea. Vejamos: 
➢ 1989 – Os primeiros experimentos foram relatados. 
➢ 1924 – Publicação do primeiro texto. 
➢ 1930 – A Psicologia Social assumiu a forma que conhecemos hoje. 
➢ Pós 2ª Guerra Mundial – A Psicologia Social começou a se destacar como o campo significativo que é hoje, com a divulgação de 
um vasto volume de pesquisas. 
 
Características da Psicologia Social 
• Para entendermos melhor esse campo de conhecimento, vejamos as principais características da Psicologia Social, que destacam seu 
caráter científico e prático. Assim, teremos uma visão mais clara do seu objeto de estudo e como o mesmo é abordado. 
• Segundo Helmuth Krüger (1986), os aspectos mais característicos da Psicologia Social são sete: individualismo, experimentalismo, 
microteorização, etnocentrismo, pragmatismo (ou utilitarismo), cognitivismo e a-historicismo. 
 
Individualismo 
• O termo individualismo refere-se à orientação utilizada pelos psicólogos sociais ao determinar o objeto de pesquisa. Esta orientação 
dominante se evidencia no estudo de processos psicológicos individuais, relacionados com estímulos e situações sociais. 
• Aqui, se destaca não somente o fato de que cada caso é um caso, como entendemos também que o sujeito particular representa o seu 
principal objeto e fonte de estudo. 
• A Psicologia Social procura explicar porque, depois de anos de prisão política, uma pessoa exala amargura enquanto outra, como Nelson 
Mandela, da África do Sul, trata de seguir em frente e luta pela união de seu país. 
 
Experimentalismo 
• Em relação ao experimentalismo, podemos dizer que o uso da metodologia experimental permite confiar mais nos resultados obtidos, 
através de pesquisas em Psicologia Social. É, especialmente, desta forma, que a Psicologia Social se destaca principalmente do senso 
comum. Na verdade, as teorias não descrevem apenas o óbvio, elas muitas vezes oferecem uma nova percepção da condição humana. 
• Alguns autores como D. Myers (2000) afirmam que a Psicologia Social enfrenta duas críticas contraditórias: por um lado é considerada 
como trivial porque muitas vezes documenta o que parece ser óbvio; por outro lado, ela é vista como uma ciência perigosa porque o 
conhecimento que dela se deriva, pode ser usado para manipular as pessoas. 
• “Uma teoria de primeira classe prevê; uma teoria de segunda classe proíbe; e uma teoria de terceira classe explica depois do evento” 
(Aleksander I. Kitaigorodskii apud Myers, 2000, p. 8). Com esta citação queremos enfatizar que a Psicologia Social procura, na verdade, a 
construção de conhecimento sólido que nos permita estabelecer soluções confiáveis para situações reais e a possibilidade de realizar 
predições sobre as mesmas. Na verdade, o conhecido fenômeno do ‘eu sempre soube disso’ cria problemas para muitos psicólogos e 
estudantes de psicologia. Esse fenômeno consiste na falsa impressão de que as descobertas da psicologia, e especificamente de Psicologia 
Social, parecem uma simples questão do senso comum. Contudo, temos que entender que precisamos da ciência para nos auxiliar a 
diferenciar a realidade da ilusão, as previsões genuínas da fácil visão posterior, já que, como dizia Sherlock Holmes, “É fácil ser sábio 
depois do fato”. 
 
 
 
 
Microteorização 
• A microteorização é um outro aspecto importante da Psicologia Social contemporânea. Nesta ciência, como Krüger (1986) destaca, não é 
comum encontrar teorias abrangentes.Esta característica tal vez seja consequência de uma série de fatores, tais como, a falta de 
consenso entre especialistas em relação à imagem básica do homem; a particular dispersão temática da Psicologia Social; a infeliz falta de 
continuidade em muitos dos programas de pesquisa ou o abandono prematuro dos mesmos. 
• Os psicólogos sociais propõem teorias que organizam suas observações e indicam previsões práticas e hipóteses que podem ser testadas. 
Assim, ao estudarmos a natureza humana para descobrir os seus segredos, organizamos nossas ideias e descobertas em teorias. Por outro 
lado, as declarações feitas e aceitas sobre a realidade constituem os fatos. Portanto, as teorias são ideias que resumem e explicam os 
fatos. Desta forma, a ciência é feita de fatos que são organizados de forma sistemática e consistente para poder representar 
adequadamente a realidade. Mas as teorias não apenas resumem a realidade, elas também indicam previsões que podem e devem ser 
testadas, conhecidas como hipóteses. Então, estas hipóteses são a forma de testar as teorias nas quais são baseadas e dão direção à 
metodologia utilizada. Com esta característica, pretendemos ressaltar a orientação, predominantemente americana, imprimida nesta 
ciência. 
• O epicentro da Psicologia Social, segundo Michael Bond (1988) encontra-se nos Estados Unidos. Este caráter ocidental se evidencia no 
desenvolvimento de conceitos a partir de uma determinada tradição cultural e no estudo de temas que são particulares da dita 
sociedade. Desta característica derivam-se duas dificuldades. Em primeiro lugar, o etnocentrismo na Psicologia Social afeta a validade 
externa da sua produção científica, impedindo a derivação de hipóteses e teorias generalizáveis ao menos no plano transcultural. Em 
segundo lugar, o etnocentrismo leva à falta de entendimento, em outras sociedades fora, principalmente, dos Estados Unidos, dos 
conceitos, derivações teóricas, esclarecimentos e derivações práticas relacionados com processos psicossociais. 
• Já que as pesquisas básicas e aplicadas produzem o duplo resultado do esclarecimento e da tecnologia, os psicólogos sociais devem 
procurar sempre ser mobilizados pelas expectativas dos membros da sua sociedade. 
• Segundo Krüger, o ideal seria que: “(...) houvesse uma orientação que contemplasse o interesse científico pela obtenção de hipóteses e 
teorias psicossociológicas de aplicação transcultural, ao mesmo tempo que os recursos intelectuais e técnicos de que os psicólogos sociais 
são dotados viessem a ser colocados à disposição de projetos de desenvolvimento social” (Krüger, 1986, p. 7). Ou seja, deveria existir uma 
integração entre sua produção de conhecimento da Psicologia Social e o grupo sociocultural em cuja produção é fundamentada, de 
maneira que as diversas conclusões possam ser sempre contextualizadas e com derivações práticas significativas para a sociedade. 
• Concordamos com o grande cientista francês, Louis Pasteur, que afirma não existir tal coisa chamada de ciência aplicada, o que existe é a 
aplicação da ciência. Em outras palavras, o que a ciência faz é descobrir primeiro as leis que regem os fenômenos, constituindo objeto de 
seu estudo. 
• Seguidamente, procura aplicar esse conhecimento a situações da vida real. No entanto, a Psicologia Social, segundo Krüger, pode ser vista 
de forma diferente. Após entender os fenômenos estudados através da metodologia científica, o psicólogo social deve procurar como 
aplicar as suas descobertas científicas a problemas específicos de ordem prática. Esta característica é especialmente verificada, 
sobretudo, em períodos ou épocas de conflito social, momento no qual se evidencia um direcionamento mais utilitarista, no fomento da 
pesquisa, na maioria dos campos científicos. 
• “Na Psicologia Social, o cognitivismo insere-se na esteira deixada pela Teoria de Campo, de Kurt Lewin, bastando uma simples inspeção de 
manuais introdutórios para se alcançar uma ideia de sua marcante presença neste domínio científico” (Krüger, 1986, p. 7). 
• A realidade social é uma coisa que interpretamos de um modo subjetivo. Assim, as pessoas reagem de maneiras diferentes porque, em 
parte, pensamos de formas diversas. Além do mais, nossas convicções a respeito de nós mesmos são também particulares e importantes 
do jeito como nos relacionamos com os outros. Diversas teorias importantes, da Psicologia Social, podem ser caracterizadas desta forma. 
• Os psicólogos sociais estudam o processo cognitivo pelo qual formamos impressões sobre nós mesmos, em relação ao mundo social, 
onde vivemos, assim como sobre o ambiente social ao qual pertencemos. 
• A última característica da Psicologia Social, ressaltada por Krüger (1986), é o seu a-historicismo. Para o historicismo, todo comportamento 
deve ser revisado e entendido à luz de processos históricos de formação. Quando retiramos da história os fenômenos que estudamos, 
eles passam a ser fixados em categorias irremediáveis e imutáveis. Para o a-historicismo, o modo de realizar pesquisas deve fixar o 
objetivo principal na influência de estímulos e situações imediatas, relacionados diretamente com as manifestações comportamentais 
observadas. Em outras palavras, a preocupação do psicólogo social não é tanto a origem dos comportamentos apresentados, mas a sua 
correlação com circunstâncias observáveis. 
• Uma vez entendida a forma de trabalho e a maneira que a Psicologia Social tem de se aproximar ao seu objeto de estudo, ressaltaremos a 
variedade de aplicações e campos de trabalho desta ciência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicações da Psicologia Social 
• Vários são os setores nos quais podem ser aplicados os conhecimentos produzidos pelas pesquisas. Em geral, todas as situações que 
envolvem interação entre pessoas podem se beneficiar de achados da Psicologia Social. No entanto, os ensinamentos são muitas das 
vezes incorporados por outras áreas do saber e passam a ser utilizados em suas respectivas atividades sem fazer justiça à sua origem, já 
que não é dado o crédito merecido à Psicologia Social. 
• Em geral, os conhecimentos fornecidos servem de orientação no entendimento e na solução de problemas concretos que devem ser 
encarados com todas as suas particularidades, já que cada caso é um caso. Assim, podemos citar alguns setores em que encontramos 
importantes aplicações desta ciência. São eles:
➢ Educação 
➢ Direito 
➢ Saúde 
➢ Política
Exemplos Práticos da Psicologia Social 
• Os achados da Psicologia Social, nas áreas de cooperação e competição e de atribuição de causalidade, podem ser aplicados a s ituações 
concretas da atividade escolar. Afinal de contas, o ambiente escolar é rico em interações sociais. Professores interagem com os alunos, 
estes interagem entre si e toda a equipe de diretores, coordenadores, orientadores, psicólogos e professores além de outros funcionários 
precisam estar interagindo entre eles, continuamente. 
• Outro importante exemplo de relacionamento interpessoal é encontrado na relação médico – paciente, onde é obvio que a Psicologia 
Social tem muito para contribuir. Mas é importante destacar que a Psicologia Social não dita ao clínico como fazer uso dos conhecimentos 
psicossociais, em sua atividade, no consultório. 
• Acreditamos que um clínico possuindo o conhecimento, derivado das pesquisas da Psicologia Social, encontrará importantes 
considerações para sua atividade, em cada caso concreto, que faça parte da sua atividade profissional.

Outros materiais