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Diabetes mellitus Rodrigo Cavalcante de Albuquerque Reis- Odontologia UFPE ● Diversos hormônios estão envolvidos na regulação do metabolismo a longo prazo, porém são dependentes da secreção da insulina e glucagon (hormônios secretados pelo pâncreas) ● Neurônios autônomos terminam nas ilhotas; sistema nervoso influencia o metabolismo ● Células endócrinas do pâncreas são apenas 2% da massa total do mesmo; as ilhotas podem ser de 4 tipos: - células alfa (20%): secretam e produzem glucagon - células beta (¾): produzem insulina e um peptídeo (amilina) - células D: secretam somatostatina - células PP ou F: produzem polipeptídeo pancreático ● Insulina e glucagon atuam de maneira antagonista para manter a concentração de glicose plasmática dentro padrão - ambos hormônios se encontram presente no sangue, o importante é a proporção entre os dois hormônios - Insulina: presente no estado alimentado, facilitação da entrada de glicose nas células; estado anabólico do organismo e excesso serão estocados como glicogênio e gordura - Glucagon: estado de jejum, impedindo queda da concentração de glicose plasmática; utilização de glicogênio e intermediários não glicídicos para sintetizar glicose para liberação no sangue ● Diversos fatores podem influenciar tanto no aumento, quanto na inibição da secreção de insulina - Aumento na concentração de glicose plasmática: a concentração de glicose deve ser maior que 100mg/dL; chega nas células beta e captada pelo GLUT2; desencadeia o aumento do ATP - aumento da concentração de aminoácidos - efeitos antecipatórios dos hormônios gastrintestinais: secreção de insulina estimulada pelo GLP-1; alcançam as células beta-pancreáticas antes da absorção da primeira glicose; evita aumento súbito da concentração de glicose - atividade parassimpática: repouso/digestão - atividade simpática: inibição da secreção de insulina por meio da adrenalina e noradrenalina; desvio do metabolismo para gliconeogênese ● A insulina diminui a concentração de glicose plasmática de duas maneiras - aumenta o transporte de glicose na maiorias (mas não em todas) células sensíveis à insulina: tecido adiposo e músculo esquelético em repouso necessitam de insulina para captarem quantidades suficientes de glicose, sem a insulina ocorre a redução de transportadores GLUT4 (reciclagem de membrana); tecido muscular esquelético quando exercitado não necessita de insulina para entrada de glicose na célula, transportadores GLUT4 automaticamente vão para a membrana. Nos hepatócitos, a insulina insere glicose por meio da ativação da hexocinase e a atividade reversa do GLUT2; em situação de repouso o GLUT2 modula o transporte de glicose independente da insulina, funcionando então como um transportador de glicose para fora da membrana - aumenta a utilização e o armazenamento da glicose: intuito de garantir que o metabolismo vá em direção ao anabolismo; promove síntese de glicogênio, proteínas e gorduras ● A concentração baixa de glicose, diminui a secreção de insulina, aumentando os efeitos do glucagon sobre o metabolismo - função de prevenir a hipoglicemia - liberação do glucagon com concentração de glicose menor que 100mg/dL - tem fígado com alvo primário; glicogenólise e gliconeogênese - também pode ser estimulado por aminoácidos plasmáticos (caso de refeição com proteína pura) - caráter catabolico ● Patologia mais comum relacionada com o sistema pancreático endócrino é a diabetes mellitus, um conjunto de distúrbios metabólicos - caracterizado pela hiperglicemia - resultado da secreção inadequada de insulina ou resposta anormal da célula alvo - pode incluir lesões nos vasos sanguíneos, olhos, rins e sistema nervoso - pode ser causada por comida abundante, vida sedentária, sobrepeso e obesidade - conhecido como mal de urina; pode ser tipo I ou tipo II - glicemia em jejum de 8hrs entre 100 e 125 mg/dL caracteriza pré-diabetes; acima de 125 mg/dL é diabetes; concentração de glicose tende aumentar mesmo com absorção da mesma ( teste de tolerância oral à glicose) - mensuração da concentração sanguínea de glicose ou pelo teste de tolerância oral à glicose; testes não distinguem entre problema relacionado à síntese de insulina, liberação de insulina ou responsividade dos tecidos alvo DIABETES TIPO 1 ● deficiência de insulina em decorrência da destruição das células betas do pâncreas; pode ser considerada autoimune - ocorre em sujeitos geneticamente suscetíveis - precedido por uma infecção viral - desenvolve-se na infância; diabetes juvenil ● tratamentos regulares por injeção do hormônio insulina ● apresentam alterações fisiológicas de diferentes natureza, pois problemas relacionados à falta de insulina afeta todo o organismo - captação dos nutrientes do sangue e o metabolismo celular ficam diminuídos - células vão para o metabolismo no estado de jejum - metabolismo de proteínas: músculos degradam suas proteínas para fornecer substrato para a produção de ATP; aminoácidos são degradados em piruvato e lactato - metabolismo das gorduras: degradação da gordura armazenada; excesso de ácido graxo no fígado gera cetona (gera quadro de cetoacidose) obs: utilização de tecido muscular e adiposo para formação de ATP gera perda de tecido - metabolismo da glicose: glicose permanece no sangue, gerando hiperglicemia; fígado incapaz de metabolizar glicose inicia glicogenólise e gliconeogênese, aumentando significativamente a glicose no sangue obs: hiperglicemia diabética promove aumento da osmolaridade no sangue (hiperglicemia hiperosmótica), ocorre o estímulo do ADH como compensação - metabolismo do encéfalo: maior parte dos neurônios do encéfalo não são afetados, apenas aqueles que regulam o centro de saciedade; na ausência de glicose esse centro entende que o organismo está no estado de inanição, acarretando na polifagia (aumento da vontade de comer) - diurese osmótica e poliúria: hiperglicemia pode ultrapassar o limiar renal para glicose e a reabsorção torna-se saturada e alguns açúcares não são absorvidos sendo excretados na urina (glicosúria). Poliúria = alta produção de urina; diurese osmótica = perda de água pela urina pela não absorção de solutos - desidratação: causada pela diurese osmótica gera queda de pressão arterial (diminuição volume circulatório); liberação de vasopressina (causa sede) e compensação cardiovascular - acidose metabólica: aumento da ventilação, acidificação da urina e hipercalemia DIABETES TIPO II ● Inicialmente os níveis de insulina são normais ou até mesmo elevados, posteriormente se tornam deficientes de insulina (conhecida como diabetes resistente à insulina) ● possuem tanto tanto resistência à ação da insulina, quanto secreção da insulina diminuída; pode ocorrer insulina alta porém responsividade da célula diminuída ● geralmente apresentam níveis de glucagon elevado; células alfa do pâncreas necessitam de insulina para captar glicose - células alfa sem glicose = estímulo do glucagon - glucagon contribui para glicemia promovendo glicogenólise e gliconeogênese ● Apresentam diversas alterações fisiológicas - aterosclerose - alterações neurológicas - insuficiência renal - cegueira - óbitos por doenças cardiovasculares ● A utilização de fármacos para o tratamento do diabetes tipo 2 tem como objetivo: estimular a secreção de insulina por células beta-pancreáticas; reduzir a digestão ou a absorção de carboidratos pelo intestino; inibir a produção hepática de glicose; tornar os tecidos-alvo mais sensíveis e responsivos à insulina; promover uma maior excreção de glicose na urina
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