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Laura Ramires T6 1 BBPM IV - André CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS MEDULARES NEURÔNIOS DE AXÔNIO LONGO (TIPO I DE GOLGI) NEURÔNIOS RADICULARES →saem do SNC • Somáticos: coluna anterior, neurônios motores inferiores, divididos em alfa e gama • Viscerais: pré-ganglionares do SNA, T1-L2 (coluna lateral, simpática), S2-S4 parassimpática NEURÔNIOS ALFA • Grandes com axônio grosso • Fibras para contração muscular • Fibras extrafusais (fora dos fusos neuromusculares) • Neurônio alfa + fibras musculares = unidade motora NEURÔNIOS GAMA • Menores com axônios finos • Fibras eferentes gama • Inervação motora das fibras intrafusais • Recebem influência de centros supraespinais relacionados com atividade motora (voluntária) • Ativados juntamente com neurônios alfa (coativação alfa- gama) Laura Ramires T6 2 BBPM IV - André NEURÔNIOS CORDONAIS • Formam os funículos • Tomam direção ascendente e descendente (funículos) • Axônio pode passar ao funículo do mesmo lado (ipsilateral) ou do lado oposto (contralateral) a) Neurônios cordonais de projeção: - axônio longo que terminam fora da medula (cerebelo, tálamo, etc.) - vias ascendentes da medula b) Neurônios cordonais de associação - axônio ao entrar na substância branca bifurca (ascendente e descendente), terminam na substância cinzenta - lissauer’s tract - reflexos intersegmentares - fascículos próprios c) Neurônios que formam os fascículos próprios NEURÔNIOS DE AXÔNIOS CURTOS (INTERNEURÔNIOS/ INTERNUNCIAIS) • Axônios sempre permanecem na subst. cinzenta • Conexão entre fibras aferentes e eferentes (arco reflexo) • Recebem impulso do encéfalo (fisiologia medular) • Ex: células de Renshaw → inibem os neurônios motores, axônios recorrentes dos neurônios motores fazem sinapse com célula de renshaw, assim são capazes de se auto inibir LÂMINAS DA SUBSTÂNCIA CINZENTA LÂMINAS DE REXED Laura Ramires T6 3 BBPM IV - André COLUNA ANTERIOR: a) Núcleos do grupo medial - neurônios motores: musculatura axial b) Núcleos do grupo lateral - neurônios motores: musculatura apendicular • N. mediais: mm. proximais • N. laterais: mm. distais • N. posteriores: flexores • N. anteriores: extensores COLUNA POSTERIOR • Núcleo torácico ou dorsal de Clark (evidente na região torácica e lombar alta L1-L2) - propriocepção inconsciente e leva até o cerebelo → Propriocepção inconsciente e contém neurônios cordonais de projeção ao cerebelo → trato espino-cerebelar posterior • Substância gelatinosa: recebem fibras sensitivas que entram pela raiz dorsal e contém o portão da dor, que controla a entrada da sensibilidade dolorosa • Lâminas de I-IV: envolvidas com formação exteroceptiva • Lâminas V e VI: envolvidas com formação de propriocepção Laura Ramires T6 4 BBPM IV - André SUBSTÂNCIA BRANCA: VIAS ASCEDENTES • Informação proprioceptiva: relação com o próprio corpo humano ➔ Neurônio 1 conduz a informação para a ME. Se for uma informação proprioceptiva do tipo consciente essa informação não vai fazer sinapse direta na medula, vai trafegar e fazer sinapse no neurônio 2 que este no tronco encefálico. No TE, vai cruzar e ascender até o tálamo. No tálamo, há o neurônio 3 da via de propriocepção do tipo consciente. Assim, chega no córtex contralateral à entrada de informação • Informação exteroceptiva: fora do corpo (sensibilidade geral, dor, tato, temperatura) ➔ Entra pelo neurônio 1 (GÂNGLIO DA RAIZ DORSAL) e faz sinapse direta com o neurônio 2 (NA ME) que está na medula espinal. O axônio desse neurônio cruza o plano mediano e forma uma via espino-talâmica (começa na ME e vai finalizar no tálamo). O neurônio 3 está no TÁLAMO e vai até o córtex somatosensitivo do lado contralateral Todas as vias proprioceptivas e exteroceptivas obrigatoriamente cruzam o plano mediano. Só as fibras do tipo propriocepção do tipo inconsciente não cruzam o plano mediano, porque elas vão para o cerebelo INFORMAÇÃO SENSORIAL: • Sinapse com neurônio motor: arco reflexos • Sinapse com neurônios internunciais: arcos reflexos polissinapsiticos • Sinapse com neurônios cordonais de associação: arcos reflexos intersegmentares • Sinapse com neurônios pré-ganglionares: SNA • Sinapse com neurônios cordonais de projeção: vias ascendentes da medula VIAS ASCENDENTES • Ramo descendente (curto) trato dorsolateral • Ramo ascendente (longo) dão origem às fibras ascendentes Laura Ramires T6 5 BBPM IV - André • Fibras do grupo lateral: entram pela raiz posterior, mais finas e dirigem-se ao ápice da coluna posterior, terminam na coluna posterior da medula • Fibras do grupo medial: dirigem-se à face medial da coluna posterior, não terminam na medula ➔ As fibras do grupo medial vão formar os Fascículos grácil e cuneiforme e vão terminar nos núcleos grácil e cuneiforme que está no bulbo, onde encontra com neurônio 2 - Ramos ascendentes longos das fibras do grupo medial da raiz dorsal VIAS ASCENDENTES DO FUNÍCULO POSTERIOR FASCÍCULO GRÁCIL: • inicia-se no limite caudal da medula → presente em toda a medula espinal • termina no núcleo grácil (bulbo) • Impulsos do MMII e da metade inferior do tronco FASCÍCULO CUNEIFORME: • inicia-se na medula torácica alta → começa a partir de onde tem entrada de informações sobre os MMSS, da metade do tronco para cima • terminam no núcleo cuneiforme (bulbo) • impulsos dos MMSS e da metade superior do tronco • Ambos os fascículos trafegam informações que tem relação com: ➔ Propriocepção consciente (cinestesia) ➔ Tato discriminativo (epicrítico) – identificar um objeto com os olhos fechados ➔ Sensibilidade vibratória ➔ Esterognosia (objetos pelo tato) • Sulco intermédio posterior: separa o fascículo grácil e cuneiforme em secções acima de torácica alta • Organização somatotópica: VIA ASCENDENTE D FUNÍCULO ANTERIOR TRATO ESPINOTALÂMICO ANTERIOR • Neurônios cordonais de projeção da coluna posterior (VI- VIII) • cruzam o plano mediano na decussação branca (comissura braNca) e fletem-se cranialmente • Essas fibras terminam no tálamo • Informações de: Laura Ramires T6 6 BBPM IV - André ➔ Pressão e tato leve (tato protopático) ➔ Tato pouco discriminativo ➔ Dor não discriminativa A sensibilidade tátil tem duas vias: direta (funículo posterior) e outra cruza (funículo anterior) VIAS ASCENDENTES DO FUNÍCULO LATERAL TRATO ESPINOTALÂMICO LATERAL: NEOESPINOTALÂMICA • Neurônios cordonais de projeção (I-V) • Coluna posterior emitem axônios que cruzam o plano medial (comissura branca) • Terminam no tálamo • É a principal via de informação de temperatura e dor (aguda e localizada) • Junto trafegam as fibras espinorreticulares → chamada de paleoespinotalâmica (pouca organização somatotopica) ➔ Via espino-reticulo-talâmica: conduz informação de dor crônica e difusa (queimação), pouco específica • Juntos formam o sistema anterolateral TRATO ESPINOCEREBELAR POSTERIOR • Neurônios cordonais de projeção • Do núcleo torácico da coluna posterior emitem axônios que ganham o funículo lateral ipsilateral, não cruzam o plano mediano, fletindo-se formam o trato espinocerebelar posterior • Penetram o cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior • Antes de entrar no cerebelo mantém do mesmo lado (ipsilateral). Se a informação cruza antes de entrar no cerebelo, ela descruza antes de novo • Propriocepção inconsciente originados nos fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos (MMII e tronco) TRATO ESPIROCEREBELAR ANTERIOR • Neurônios cordonais de projeção (V-VII) • Situados na coluna posterior e na substância intermédia • Axônios que ganham o funículo lateral do mesmo lado ou do lado oposto• Penetram pelo pedúnculo cerebelar superior • Fibras cruzadas na medula tornam-se a cruzar no cerebelo = antes de entrar no cerebelo essa via descruza • Propriocepção inconsciente de órgãos neurotendinosos • Eventos da própria medula: o cerebelo é informado de quando os impulsos motores chegam à medula e qual a intensidade e eficácia • O núcleo torácico posterior ou núcleo dorsal de clark, que leva informações de propriocepção inconsciente de MMII e tronco, é encontrado de C8 até L2 • A informação sensitiva proprioceptiva inconsciente também entra dos membros superiores, mas ela não passa pela medula espinal. Ela vai acabar trafegando por uma via lateral, não vai entrar dentro da ME, como se ela estivesse seguindo o trato espinocerebelar. Vai seguir de forma paralela até chegar no bulbo onde há o núcleo Laura Ramires T6 7 BBPM IV - André cuneiforme acessório (propriocepção inconsciente MMSS e pescoço) que é uma extensão do núcleo torácico posterior, é como se fosse o núcleo torácico posterior do bulbo. Faz sinapse nesse núcleo do bulbo e envia informações para o cerebelo ipsilateral EXISTEM AINDA OUTRAS VIAS: • Existem vias que conduzem informações que influenciam a consciência → ativam ou inibem o córtex cerebral • Informações sensitivas dos órgãos cutâneos e proprioceptivos que invés de seguir por via espinocerebelares, vai seguir uma via espino-olivar. Isso que dizer que além das vias espino-cerebelares, há também a via oligo-cerebelar que também conduz informações para o cerebelo oriunda do núcleo olivar inferior • Informações aferentes para os reflexos espinovisuais que adentram a ME, fazem sinapse, axônio do neurônio 2 cruza o plano mediano e termina no TE (colículo superior) → via espinotectal → influencia os reflexos visuais SUBSTÂNCIA BRANCA: VIAS DESCENDENTES • Impulsos aos neurônios motores da coluna anterior • Motricidade voluntária da musculatura distal • Direta ou indireta (neurônios internuciais) SISTEMA LATERAL TRATO CORTICOESPINAL LATERAL • Origem: neurônios piramidais do córtex motor primário • Decussação das pirâmides • Motricidade voluntária é cruzada • Fibras que não se cruzam formam trato corticoespinal anterior (sistema anterior) • Liga-se aos neurônios motores laterais e que controlam a parte distal dos membros TRATO RUBROESPINAL • Liga-se aos neurônios motores laterais e que controlam a parte distal dos membros • Assemelha-se ao trato corticoespinal lateral • Número reduzido de fibras SISTEMA MEDIAL (MUSCULATURA PROXIMAL) TRATO CORTICOESPINAL ANTERIOR • Córtex cerebral • Motricidade voluntária axial e proximal dos membros superiores TRATO TETOESPINAL • Teto mesencefálico (colículos superiores) • Reflexos para estímulos visuais TRATO VESTIBULOESPINAL • Núcleos vestibulares Laura Ramires T6 8 BBPM IV - André TRATO RETICULOESPINAIS (PONTINOS E BULBARES) • Formação reticular • Equilíbrio e p ostura básica e antigravitária CASO CLÍNICO Estudante do sexo masculino de 20 anos de idade celebrou sua aprovação em uma prova tomando várias cervejas em uma festa. A caminho de casa, ele bateu de frente com seu automóvel contra um poste. Ao exame físico no pronto-socorro, constatou-se que ele sofrera fratura com luxação da nona vértebra torácica com sinais e sintomas de lesão grave da medula espinal. Ele apresentava paralisia do neurônio motor superior da perna esquerda. Ele também perdera a sensação musculoarticular da perna esquerda. Na avaliação da sensibilidade cutânea, ela tinha uma faixa de hiperestesia cutânea estendendo-se em volta da parede abdominal no lado esquerdo ao nível do umbigo. Logo abaixo da faixa, havia uma faixa estreita de anestesia e analgesia. No lado direito, havia analgesia total, termoanestesia e perda parcial da sensação tátil da pele da parede abdominal abaixo do nível do umbigo e envolvendo toda a perna direita. Usando seu conhecimento de neuroanatomia, defina o nível da medula espinal que foi lesionado. A medula espinal sofreu secção completa? Em caso contrário, em que lado ocorreu hemisseção? Explique as perdas sensitivas observadas no exame físico desse paciente. HEMISSEÇÃO DA MEDULA: BROWN SEQUARD SYNDROME • Interrupção dos principais tratos que percorrem uma metade da medula • Secção dos tratos que cruzam na medula→ sintomas do lado oposto ao lesado - perda da sensibilidade térmica e dolorosa até dois segmentos abaixo da lesão: interrupção das fibras espitotalâmicas alterais - ligeira diminuição do tato protopático e da pressão: comprometimento do trato espinotalâmico anterior, pouco comprometimento • Secção dos tratos que não cruzam na medula: sintomas do mesmo lado - perda da propriocepção consciente e do trato epicrítico: interrupção das fibras do grácil e cuneiforme - síndrome do neurônio motor superior: interrupção das fibras do trato corticoespinal lateral, paralisia espástica (sinal de babinski) Laura Ramires T6 9 BBPM IV - André TABES DORSALIS • Lesão das raízes dorsais • Divisão medial • Fascículos grácil e cuneiforme • Perda da propriocepção consciente • Perda da cinestesia (sentido de posição e movimento) • Perda do tato epicrítico (discriminação tátil) • Perda da sensibilidade vibratória e da esterognosia SIRINGOMIELIA (CAVIDADE NO CANAL CENTRAL) • Lesão da substância cinzenta intermedia central e da comissura branca • Interrompe as fibras que formam o TETL (cruzam a comissura branca) • Perda da sensibilidade térmica e dolorosa de ambos os lados • Sem prejuízo da propriocepção (funículo posterior) • Mínima deficiência de sensibilidade tátil • Dissociação sensitiva (perde sensibilidade térmica e mantém a tátil)
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