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DERRAME PLEURAL 23/08/2021 Fisiopatologia: - ANOTAÇÕES Pleura parietal a mais externa e a pleura visceral que recobre o pulmão Derrame pleural é o liquido que fica entre as pleuras, e esse derrame comprimi o pulmão e da dispneia. Dentro da pleura temos células mesenquimais que liberal glicoproteínas que são ricas de acido hialuronico, com isso impede que o pulmão e a parede torácica entrem em atrito. A pleura parietal tem nervos sensoriais, se tenho algo nela eu tenho dor (circulação central) Pleura visceral (circulação pulmonar) sem nervos sensíveis. A drenagem linfática cai na veia cava - desbalanço das forças de starling para acumular liquido. O derrame pleural acontece quando absorvemos menos do que produzimos. Aumento de pressão hidrostática diminuição a oncótica. Drenagem linficatica é absorvida pela pleura parietal. O espaço pleural permite que as pleuras se movimentem. Mecanismos que provocam o acumulo de liquido pleural: -Hipertensão arterial. - se tiver ventrículo esquerdo que tem que enfrentar um aumento de pressão, ele hipertrofia tem insuficiência mitral, volta para o átrio direito e circulação arterial. Do lado direito numa insuficiência triscuspide tenho edema e edema nas pleuras. -hipoalbuminemia: derrame pleural por acumulo de liquido. Sinal signorelli- percurssão da coluna Exsudato- no USG dentro do pulmão Liquido com proteína Aumento de liquido por pressão hidrostática ( transudato) Para saber se um derrame pleural é transudato ou exsudato? -Pseudoexsudato Transudato: icc e hipertensão arterial · Anatomia: -Células mesoteliais da pleura são ricas em microvilosidades com função de liberar glicoproteínas ricas em ácido hialurônico para diminuir o atrito entre o pulmão e a parede torácica -Pleura parietal cobre a superfície da parede torácica, diafragma e mediastino. -Suprida de sangue pela circulação sistêmica e contém nervos sensoriais -Pleura visceral cobre a superfície dos pulmões. Suprimento sanguíneo através da circulação pulmonar, sem nervos sensitivos -Pleuras separadas por 5 a 10 ml de líquido com baixa concentração de proteínas e valores pH e glicose iguais aos do sangue -Aumento da força hidrostática ou diminuição da pressão oncótica = transudato pobre em proteína. -Bloqueio de linfáticos ou efusão pelos capilares = exsudato -Alteração nas forças de reabsorção e formação do líquido pleural -> acúmulo de líquido pleural. · Definição de derrame pleural: Acúmulo de líquido entre pleura parietal e visceral. · Fisiopatologia: -Acumulo de liquido excessivo entre os folhetos parietal e visceral da pleura. -Presença fisiológica de 0,1-0,2ml/kg de liquido hiposmotico. -Produção: capilares da pleura parietal, -Absorção: canais linfáticos. -Ocorre quando absorção < produção: -Aumento da P hidrostática na circulação sistêmica. -Diminuição da pressão oncótica. -Aumento da permeabilidade capilar -Diminuição da pressão no espaço pleural -Diminuição da função linfática da pleura Principal função do espaço pleural: permitir o movimento entre pulmão e parede torácica. · Formação Líquido: -produzido nas duas pleuras com absorção na parietal -pressões de formação: PHidrostática / PEspaço Pleural / Poncótica · Espaço Pleural: -produz 15ml/ dia de líq -absorção de 300ml/ dia -produção de líq mantém p negativa · Mecanismos que provocam o acúmulo de líquido pleural: -Pressão hidrostática aumentada na circulação microvascular (IC) -Pressão oncótica diminuída na circulação microvascular (hipoalbuminemia grave) -Pressão diminuída no espaço pleural (colapso pulmonar) -Permeabilidade aumentada da circulação microvascular (pneumonia) -Drenagem linfática do espaço pleural comprometida (derrame maligno) -Movimento de líquido do espaço peritoneal (ascite) · Causas: -Transudato: aumento da pressão hidrostática, ICC, síndrome nefrotica. -Exsudato: encho de proteínas, malignidade, empiema, infecção. · DIAGNÓSTICO: -Anamnese e exame físico -Exame radiológico -Toracocentese e análise do líquido pleural -Biópsia pleural percutânea -Exploração da pleura · Anamnese e exame físico: Como investigar derrame pleural? História clínica: tosse, dispneia e dor ventilatório-dependente, emagrecimento, sudorese, febre e edema de MMII. -Dor unilateral e aguda e piora com a inspiração ou tosse. Pode irradiar para ombro, pescoço ou abdome. -Dispneia relaciona-se com o volume de líquido e com a pressão intratorácica. Exame físico: · Exame radiológico: Qual o primeiro exame a solicitar? 1. Radiografia de Tórax Incidências? Suspeita: deslocamento brusco e medial do ângulo costofrênico -PA: 300 ml -Decúbito lateral: 150ml OBS: Sinal do menisco: derrame na base do pulmão direito. · Como diferenciar derrame pleural de atelectasia? 2. USG de tórax: Avaliação da fase anatomopatológica do derrame pleural: Classe 1: efusão livre Classe 2: efusão com pouca septação Classe 3: efusão septada, espessa, com grumos Classe 4: efusão loculada, com múltiplos septos, “debris”, espessamento pleural e áreas de consolidação Classe 5: efusão loculada, com múltiplos septos e “debris”, espessamento pleural, saco empiemático definido, com encarceramento e áreas de necrose 3. Tomografia computadorizada de tórax. · Toracocentese e análise do líquido pleural: -Como determinar a etiologia do derrame pleural? Sempre iniciar por história e exame físico! IMPORTANTE: Toracocentese não é indicada em DP bilaterais em pacientes com IC. Quando devo solicitar a toracocentese: -Derrames de natureza indeterminada -Coleta de amostras para diagnóstico toracocentese diagnóstica -Finalidade terapêutica: drenagem de grandes volumes: alívio de dispneia e pleurodese para derrames recidivantes. Toracocentese Quando solicitar? -Derrames de natureza indeterminada -Coleta de amostras para diagnóstico -toracocentese diagnóstica -Finalidade terapêutica -drenagem de grandes volumes: alívio de dispneia -pleurodese para derrames recidivantes Como realizar a torocentese? Fins diagnósticos ou terapêuticos Contra-indicações relativas: -Diátese hemorrágica -Anticoagulação -Volume pequeno -Ventilação mecânica -Risco-benefício pequeno Qual quantidade de volume pode ser drenada com segurança? Volume máximo retirado < 1,5 L para evitar edema pulmonar de re-expansão Qual o próximo passo? Analise de amostra -Aparência do líquido pleural -Presença de pus: caracteriza o empiema -Aspecto leitoso: quilotórax Aparência do líquido pleural -Hemático: deve ser diferenciado entre hemotórax ou líquido apenas hemorrágico. --Dosar o hematócrito, que, se for superior a 50% do hematócrito do sangue, sugere hemotórax. Principais etiologias no hemotórax: traumáticas ou dissecção de aneurisma da aorta, enquanto os líquidos hemorrágicos que não são hemotórax são descritos nas neoplasias, na tuberculose e na embolia pulmonar. Aspecto do líquido Derrame sanguinolento: Traumatismo Malignidade Infarto pulmonar Aspecto do líquido Derrame branco: Sugere quilo, colesterol ou linfoma Líquido negro: aspergilose Amarelo-esverdeado : pleurisia reumatóide Odor pútrido: empiema anaeróbio Odor de amônia: urinotórax Exames laboratoriais Sangue Proteínas LDH Líquido pleural Proteínas LDH Celularidade total e diferencial Gram e microbiologia pH ADA Glicose Colesterol Triglicerídeos Amilase Hematócrito Citologia oncótica Marcadores tumorais Por que solicitar estes exames? EXSUDATO: TRANSUDATO PSEUDOEXSUDATO ICC tratada com diurético, cirrose hepática ou síndrome nefrótica Gradiente de albumina sérico-pleural < 1,2confirma exsudato EXSUDATO Outros critérios para exsudato Colesterol pleural > 60 mg/dL Relação de bilirrubina pleural-sérica > 0,6 TRANSUDATOS -Critérios de Light negativos -Normalmente é doença com repercussão sistêmica -Toracocentese não costuma fornecer diagnóstico específico Causas de Transudato O diagnóstico deve ser conduzido na direção de doenças que cursam com: -aumento da pressão hidrostática -diminuição da pressão oncótica -diminuição da pressão no espaço pleural ou comunicação com a cavidadeperitoneal Hidrotórax hepático Exsudatos -Pelo menos 1 critério de Light -Doença sistêmica ou restrita à pleura -Toracocentese fundamental para a maior parte dos diagnósticos Causas do Exsudato O derrame pleural é em geral consequência de processos infecciosos, inflamatórios ou neoplásicos da pleura e estudos mais detalhados do líquido serão indicados conforme a suspeita clínica. DIAGNÓSTICO -Anamnese e exame físico -Exame radiológico -Toracocentese e análise do líquido pleural -Biópsia pleural percutânea -Exploração da pleura Derrame pleural Abordagem diagnóstica Biópsia pleural percutânea Indicada em casos de derrame exsudativo não diagnosticado ( Tuberculose ( 75%) / neoplasia ( 60%)) Exploração da pleura Toracoscopia ( 85%) Biópsia pleural a céu aberto Causas comuns de derrame pleural na prática clínica Derrame pleural neoplásico -Característica do líquido pleural: exsudato linfocítico -Citologia oncótica positiva do líquido pleural: ± 60% (40-87%) dos casos: depende da extensão da doença, tipo histológico e habilidade do citologista -Marcadores tumorais podem aumentar o rendimento diagnóstico -Apresentação geralmente com dispneia e dor torácica -Derrames pleurais exsudativos volumosos induzem suspeita de etiologia maligna -Ca de pulmão é a causa mais comum de derrame pleural neoplásico, seguido pelo Ca de mama e linfomas -Em 5% a 10% dos casos sítio primário não é identificado Mesotelioma Câncer primário de pleura: exposição à amianto Tuberculose pleural -Forma mais comum de tuberculose extrapulmonar -Sintomas constitucionais (febre, sudorese, perda de peso) podem acompanhar o quadro clínico Líquido pleural: exsudadto linfocítico -BAAR positivo < 5% casos -Cultura positiva < 15% dos casos *-Escarro induzido positivo em 50% dos casos mesmo em pacientes sem alteração visível em campos pulmonares Sempre solicitar dosagem de adenosina deaminase (ADA) no líquido pleural quando suspeitar de tuberculose ADA>40 U/L permite o diagnóstico de TB pleural no nosso meio (país de alta prevalência) sem a identificação da micobatéria Falso-positivo: linfomas, artrite reumatoide,lúpus e empiema Embolia pulmonar -Líquido de aspecto sanguinolento -Exsudato neutrofílico = liberação de mediadores inflamatórios -20% transudato = aumento da pressão hidrostática capilar da pleura parietal -Derrame pleural unilateral e de pequeno volume -Dispneia em 70% casos (quadro agudo) -Característica do líquido pleural: exsudato sero-sanguinolento com predomínio de neutrófilos -Líquido pleural não elucida o diagnóstico na maioria dos casos -Solicitar angio-TC tórax para confirmar o diagnóstico Pleurite viral -Quadro clínico inespecífico e agudo ; dor torácica é bastante frequente -Causa presumida da maior parte dos exsudatos transitórios -Característica do líquido pleural: exsudato resolução em poucos dias a semanas