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PRIMEIROS SOCORROS HEMORRAGIAS HEMORRAGIA Hemorragia é a perda de sangue proveniente do rompimento de veias ou artérias, provocada por cortes, amputações, esmagamentos, fraturas, úlceras, tumores e outras situações; As hemorragias podem ser classificadas em arteriais e venosas e em internas e externas; A hemorragia abundante e não controlada pode causar a morte em 3 a 5 minutos. SANGRAMENTO VENOSO O sangue sai como fluxo contínuo e sem grande intensidade; SANGRAMENTO ARTERIAL Esguichos em ondas, que correspondem aos batimentos cardíacos, sendo precisa e digna de maior atenção; HEMORRAGIAS EXTERNAS São aquelas em que ocorre o derramamento de sangue para fora do corpo: cortes ou esmagamentos; HEMORRAGIAS INTERNAS O sangue se acumula dentro das cavidades do corpo. A hemorragia interna é provocada por ferimentos no fígado, baço, cérebro e demais órgãos; A classificação das hemorragias se dá de acordo com a quantidade de sangue perdida: Classe I: quando ocorre a perda de até 15% do volume sanguíneo; Classe II: quando ocorre a perda de 15% a 30% do volume sanguíneo; Classe III: quando ocorre a perda de 30% a 40% do volume sanguíneo; Classe IV: quando ocorre a perda maior ou igual a 40% do volume sanguíneo. SINAIS E SINTOMAS QUANDO SE PERDE DE 15% A 30% DE SANGUE DO ORGANISMO Ansiedade; Pulso fraco; Sede excessiva; Sudorese; Taquicardia; Respiração acelerada. QUANDO SE PERDE DE 30% A 40% DE SANGUE DO ORGANISMO Taquicardia; Semiconsciência; Estado de choque. QUANDO SE PERDE MAIS DE 50% DE SANGUE DO ORGANISMO Em casos como esse dificilmente a vítima ira sobreviver se não houver uma transfusão de sangue imediata. FATORES DETERMINANTES DA GRAVIDADE DE HEMORRAGIA Volume de sangue perdido A perda de pequeno volume em geral não produz efeitos evidentes, já a perda de 1,5L em adultos ou 200 ml em crianças pode ser extremamente grave, inclusive colocando a vida em risco. Calibre do vaso rompido O rompimento dos vasos principais do pescoço, tórax, abdômen e coxa provoca hemorragias severas, e a morte pode sobrevir em 1 a 3 minutos. Tipo de vaso lesado O sangramento arterial é considerado mais grave: as veias geralmente estão mais próximas da superfície do corpo do que as artérias, sendo de mais fácil acesso; O sangramento capilar é lento e, via de regra, coagula espontaneamente em 6 a 8 minutos; O processo de coagulação desencadeado em boa parte dos pequenos e médios sangramentos pode ser suficiente para controlar a hemorragia, e o coágulo formado age como uma rolha, impedindo a saída de sangue. Velocidade da perda de sangue A perda rápida de 1 litro de sangue pode colocar o indivíduo em risco de vida; Quando a perda de sangue é lenta, o organismo desenvolve mecanismos de compensação, suportando melhor a situação. HEMORRAGIA EXTERNA Tipo de sangramento visível, exterior ao corpo; Pode acontecer em camadas superficiais da pele por corte ou perfurações, ou mesmo atingindo áreas mais profundas através de aberturas ou orifícios gerados por traumas; Pode ser contida, usando as técnicas adequadas de primeiros socorros; Se não for prestado o atendimento adequado a vítima pode entrar em estado de choque; Quando não controlada pode causar a morte em 3 a 5 minutos. SINAIS E SINTOMAS Sangramento visível; Palidez de pele e mucosa; Nível de consciência variável decorrente da perda de sangue; COMO PROCEDER Comprimir o local usando pano limpo, manter a compressão até os cuidados definitivos; Se não houver possibilidade fratura elevar o membro que está sangrando; Não utilizar substancias estranhas para coibir o sangramento; Encaminhar para o atendimento médico. Se as medidas não forem suficientes, então deve-se comprimir a artéria afetada isso um pouco acima da lesão; Não usar torniquete: pode levar a amputação cirúrgica do membro, caso não seja afrouxado da maneira correta e no tempo certo. EPISTAXE As hemorragias nasais são muito comuns devido à grande quantidade de vasos sanguíneos no nariz; Deve se elevar a cabeça da vítima mantendo o tronco dela inclinado para a frente, para que não haja a deglutição de sangue; Comprimir as narinas que estão sangrando com os dedos; Não assoar; Aplicar gelo ou compressas frias; Caso o sangramento não cessar, deve se colocar um tampão de algodão ou gase, de maneira a preencher bem a cavidade nasal. HEMORRAGIA INTERNA Extravasamento de sangue para o interior do corpo; Geralmente precedido de histórico traumático no abdômen ou tórax, como socos, contusão de tórax no volante em acidente automobilístico e outros; Uma contusão ou fratura de costela pode lesar uma artéria pulmonar, evoluindo para hemorragia nos pulmões; No abdômen pode romper o baço, fígado, rins ou intestino fazendo-os sangrar internamente; Pode haver explosão de órgãos ocos como: estomago, bexiga e intestino. Pode ser oculta ou exteriorizar-se através de hematoma (mancha roxeada) na região da hemorragia; Costuma ser mais grave pelo fato de ser invisível na maioria dos casos, o que dificulta a identificação da dimensão e extensão das lesões. SINAIS E SINTOMAS Consciência variável a depender da intensidade e local de sangramento; Sangramento pela urina e ouvido; Palidez; Sede; Fratura de fêmur; Dor com rigidez abdominal; Vômitos ou tosse com sangue; Aumento dos batimentos cardíacos; Traumatismos ou ferimentos penetrantes no crânio, tórax e abdômen. COMO PROCEDER Acionar o atendimento especializado; Manter a vítima aquecida e deitada, acompanhando os sinais vitais; Afrouxar a peça de roupa que estiver apertada; Em caso de prótese dentaria, goma de mascar e alimento retirar da boca da vítima; Observar a respiração e batimentos cardíacos e se for necessário providenciar a reanimação ou respiração artificial. O QUE NÃO FAZER!!!! NÃO DAR ALIMENTO OU BEBIDA PARA A VÍTIMA UMA VEZ QUE ESTA PODE TORNA-SE INCONSCIENTE, VOMITAR E ASPIRAR O ALIMENTO OU ÁGUA; SE A VÍTIMA SE QUEIXAR DE SEDE, MOLHE UM LENÇO APENAS PARA UMEDECER A LÍNGUA; NÃO RETIRAR OBEJTOS INCRUSTADOS NO FERIMENTO COMO GRAVETOS, HASTES METÁLICAS (VERGALHÕES, FACAS). HEMATÊMESE Perda de sangue pela boca de origem gástrica; O sangue pode ser acompanhado de restos alimentares; Coloração pode variar entre vermelho vivo ou escuro (mediante a ação do suco gástrico), como borra de café; Comum em enfermidades como varizes do esôfago, úlcera, cirrose e esquistossomose; Outras causas frequentes: inflamações, ações mecânicas ou tóxicas (arsênico, sulfureto de carbono e mercúrio). SINAIS E SINTOMAS Antes de se exteriorizar: palidez, distensão abdominal, extremidades frias e úmidas, pulso rápido e fraco, hematoma na região estomacal; Sangue aparente: fraqueza, tontura, enjoo, náusea, vômitos com sangue escuro e desmaio. COMO PROCEDER Manter o acidentado em repouso em decúbito dorsal (ou lateral se tiver inconsciente), sem o uso de travesseiros; Suspender a ingestão de líquidos e alimentos; Aplicar bolsas de gelo ou compressas frias na área do estomago; Encaminhar o acidentado para atendimento especializado. HEMOPTISE Perda de sangue pelos pulmões por meio das vias respiratórias; Quando acontece o sangue flui pela boca, em pequena ou grande quantidade, com coloração vermelha viva, espumoso e precedido de tosse; Por ameaçar a vida da vítima de forma direta, a hemoptise pode representar um dos mais alarmantes sinais de emergência; Causas bronquiectasia, tuberculose, abcesso pulmonar, tumor pulmonar, estenose da válvula mitral, embolia pulmonar e traumatismo. SINAIS E SINTOMAS Palidez intensa; Sudorese; Expressão de ansiedade e angustia; Características do estado de choque. COMO PROCEDERTranquilizar a vítima; Deita-lo de lado para prevenção de sufocamento por sangue; Manter a vítima em repouso; Recomendar que não fale e nem faça esforço; Providenciar transporte de urgência para atendimento especializado. HEMOPTISE X HEMATÊMESE CHOQUE HIPOVOLÊMICO O estado de choque é caracterizado pela falta de circulação e de oxigenação dos tecidos do corpo, provocada pela diminuição do volume de sangue ou pela deficiência do sistema cardiovascular; Os processos normais do organismo sofrem alterações; Quando uma pessoa está em choque, as funções vitais vão diminuir e se as condições causadoras de choque não forem interrompidas e revertidas rapidamente, a vítima evolui para óbito; As principais causas são as hemorragias e queimaduras. Condição gravíssima onde identificação e atendimento fazem parte da abordagem primária da vítima; Uma vez que o estado de choque atinja certo nível de severidade, o paciente não será salvo; Todo o esforço será feito pela equipe de socorro que em seguida irá encaminhar a vítima para o atendimento médico; SINAIS E SINTOMAS O estado de choque se manifesta de diferentes formas; A vítima pode apresentar diversos sinais e sintomas ou apenas alguns deles, dependendo da intensidade em cada caso; Pele pálida, úmida, pegajosa e fria; Suor intenso na palma das mãos e testa; Cianose nas extremidades, orelhas, lábios e ponta dos dedos; Fraqueza geral; Pulso rápido e fraco; Sensação de frio, pele fria e calafrios; Respiração rápida, curta, irregular ou com muita dificuldade. Expressão de ansiedade ou olhar indiferente e profundo, com pupilas dilatadas, agitação; Medo; Sede intensa; Visão nublada; Náuseas e vômitos; Taquicardia; Baixa da PA; Perda total ou parcial da consciência; Respostas insatisfatórias a estímulos externos; Tonturas e calafrios. COMO PROCEDER Acalmar a vítima; Deitar a vítima de costas com as pernas elevadas (30 cm) e a cabeça virada para o lado (caso não houver suspeita de lesão na coluna); No caso de ferimentos no tórax que dificultem a respiração ou de ferimentos na cabeça, os membros inferiores não devem ser elevados; Afrouxar as peças de roupa para facilitar a respiração; Retirar qualquer objeto ou alimento que estiver na boca da vítima; No caso de inconsciência ou consciência com sangramento pela boca ou nariz deve-se colocar a vítima lateralizada (PLS) para evitar asfixia; A posição lateral de descanso é também conhecida como uma posição de descanso. Posição lateral de segurança (PLS) Deitar a vítima de barriga para cima; Se colocar ao lado da vítima e se ajoelhar de frente para ela; Flexionar a perna mais próxima, pegar a mão da vítima em seguida e posicionar sob as nádegas com a palma da mão virada para baixo; Com cuidado e vagarosamente virar a vítima para o lado em que estiver posicionado; Posicionar a cabeça da vítima de lado, de modo a facilitar a secreção pela cavidade oral, impedindo a aspiração para os pulmões; Fechar a mão da vítima e colocar sob o queixo ou cabeça da vítima para evitar que a face vire para baixo; Respiração: verificar quase que simultaneamente se a vítima respira. Deve-se estar preparado para iniciar a reanimação cardiopulmonar, caso a vítima pare de respirar. Pulso: enquanto as providências já indicadas anteriormente são executadas, é importante observar o pulso da vítima. No choque, o pulso da vítima apresenta- se rápido e fraco (Taquisfigmia). Conforto: dependendo do estado geral e da existência ou não de fratura, a vítima deverá ser deitada da melhor maneira possível. Isso significa observar se ela não está sentindo frio e perdendo calor. Se for preciso, a vítima deve ser agasalhada com cobertor ou algo semelhante, como uma lona ou casacos.
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