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Mandado de Injunção e Ação por Omissão

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1 
 
 
 
 2 
AULA 8: MANDADO DE INJUNÇÃO E AÇÃO POR OMISSÃO 3 
INTRODUÇÃO 3 
CONTEÚDO 4 
NEOCONSTITUCIONALISMO, ATIVISMO JUDICIAL E JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA 4 
COMPARAÇÃO ENTRE A ADO E O MANDADO DE INJUNÇÃO 10 
ATIVIDADE PROPOSTA 18 
REFERÊNCIAS 19 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 19 
CHAVES DE RESPOSTA 24 
ATIVIDADE PROPOSTA 24 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 25 
 
 
 
 
 3 
Introdução 
Como já amplamente estudado no nosso curso, a dogmática constitucional 
brasileira sofreu grandes transformações voltadas para a superação do antigo 
sistema fechado de regras jurídicas, característico do positivismo normativista 
e com o objetivo maior de atribuir normatividade aos princípios 
constitucionais, consolidando a visão positivista de um sistema aberto de 
regras e princípios. Sem nenhuma dúvida, a formação de uma nova 
hermenêutica constitucional foi construída com base no princípio da dignidade 
da pessoa humana. É nesse sentido que desponta a relevância do ativismo 
judicial como elemento nuclear da normatividade dos direitos fundamentais 
em geral e da dignidade da pessoa humana em particular. Portanto, nesta 
aula, temos a pretensão de investigar as diferenças entre os institutos do 
mandado de injunção e da ação direta de inconstitucionalidade por omissão 
não se confundem. Muito embora sejam figuras jurídicas voltadas para o 
combate à falta de norma reguladora que torna inviável o exercício de direitos 
fundamentais, o mandado de injunção e a ação de inconstitucionalidade por 
omissão apresentam natureza jurídica diversa, daí a importância de examiná-
los com maiores detalhes. 
 
Sendo assim, é objetivo desta aula: 
1. Diferenciar os conceitos de judicialização da política e ativismo judicial, 
bem como identificar a nova posição concretista do STF em sede de 
mandado de injunção, comparando-a com a ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão. 
 
 
 4 
Conteúdo 
Neoconstitucionalismo, Ativismo Judicial e Judicialização da 
Política 
As transformações paradigmáticas que o direito constitucional contemporâneo 
vem sofrendo devido ao declínio do positivismo jurídico exigem cada vez mais 
uma nova teorização acerca da eficácia das normas constitucionais. Com 
efeito, em tempos de neoconstitucionalismo, a aferição da eficácia 
constitucional não pode ficar alheia à viragem hermenêutica que patrocina a 
reaproximação entre o direito e a ética. 
 
Isto significa dizer por outras palavras que a valoração da plena efetividade 
da Constituição deve ser feita a partir das fórmulas hermenêuticas avançadas 
do direito pós-positivo. Como bem destaca Luís Roberto Barroso in verbis: 
 
A dogmática jurídica brasileira sofreu, nos últimos anos, o impacto 
de um conjunto novo e denso de ideias, identificadas sob o rótulo 
genérico de pós-positivismo ou principialismo. Trata-se de um 
esforço de superação do legalismo estrito, característico do 
positivismo normativista, sem recorrer às categorias metafísicas do 
jusnaturalismo. Nele se incluem a atribuição de normatividade aos 
princípios e a definição de suas relações com valores e regras; a 
reabilitação da argumentação jurídica; a formação de uma nova 
hermenêutica constitucional; e o desenvolvimento de uma teoria 
dos direitos fundamentais edificada sob a ideia de dignidade da 
pessoa humana. 
 
(Para uma visão completa acerca do neoconstitucionalismo e da 
nova dogmática pós-positivista, vide BARROSO, Luís Roberto. O 
começo da história. A nova interpretação constitucional e o papel 
dos princípios no direito brasileiro. In: Temas de Direito 
Constitucional. Tomo III. Rio de Janeiro, Renovar, 2005.) 
 
É por isso que esta última aula tem o objetivo de reconhecer esta nova teoria 
pós-positivista da eficácia da Constituição, uma nova forma de pensar a 
 
 5 
aplicabilidade da Constituição enquanto norma jurídica. O que se pretende, 
com rigor, é trazer pontos de reflexão que projetem a ideia-força de que as 
normas constitucionais são normas jurídicas, logo comandos normativos 
habilitados para gerar sozinhos direitos subjetivos ao cidadão comum, 
independentemente de sua classificação como regras ou princípios, normas 
programáticas ou não, normas de eficácia limitada ou não. 
 
Não cabe mais aqui, portanto, aquela vetusta exegese de que princípios 
constitucionais não são normas jurídicas, mas, sim, comandos morais que 
vinculam apenas a atividade legiferante do poder constituinte derivado 
reformador. Urge, pois, deslocar para o centro de debates da eficácia 
constitucional a capacidade da Carta Magna de produzir seus efeitos jurídicos, 
sem subordinação à lei regulamentadora ou a qualquer outro empecilho 
jurídico-político. 
 
Destarte, a construção de uma nova teoria da eficácia constitucional deve ser 
erigida sob os influxos da superação da velha dogmática positivista, cujo 
legalismo estrito desqualificava a eficácia positiva dos princípios 
constitucionais, das normas de eficácia limitada e das normas programáticas. 
Por eficácia positiva deve-se entender a capacidade de produzir diretamente 
os efeitos jurídicos no mundo dos fatos, em consonância com o fim 
constitucional para o qual foram concebidos, sem necessidade de 
intermediação de quem quer que seja. É a chamada eficácia social ou 
efetividade, que assegura direitos públicos subjetivos, quer sejam políticos, 
individuais, sociais ou difusos, ainda que se reconheça que, em determinadas 
hipóteses, tal produção de efeitos fique restrita ao conteúdo jurídico mínimo 
da norma, ao seu núcleo essencial intangível. 
 
Ou seja, há que se reconhecer, de outra banda, que as normas programáticas 
e as normas de eficácia limitada, insculpidas sob a forma de princípios, têm, 
sim, um espectro normativo dentro do qual o poder judiciário deve 
reconhecer a esfera discricionária do legislador/administrador democrático. 
 
 6 
Dentro dessa área normativa, não cabe a criação jurisprudencial do direito, 
isto é, o magistrado não pode legislar positivamente, sem o grave risco de 
violar a separação de poderes. Tal espaço normativo pode ser denominado de 
área metajurisdicional, no qual não estará o juiz autorizado a criar direito, 
sem grave violação ao princípio do Estado Democrático de Direito e da 
separação de poderes. Nesta área metajurisdicional, o ativismo judicial fica 
desprovido de legitimidade democrática. 
 
No entanto, não se pode confundir o reconhecimento desta área normativa 
com a falsa assertiva de que os princípios, as normas programáticas e as 
normas de eficácia limitada são enunciados normativos dotados de eficácia 
meramente negativa, vale dizer, um tipo de eficácia paralisante que se 
concretiza no plano da validade jurídica, impedindo que mandamentos 
infraconstitucionais se oponham ao conteúdo da Constituição, mas que não 
alcançam jamais o plano da eficácia social ou efetividade, sem a necessária 
intervenção superveniente do legislador democrático. 
 
Refutamos veementemente este tipo de intelecção, porque reconhecê-la seria 
negar o conceito de núcleo essencial das normas constitucionais, 
notadamente, dos direitos fundamentais. Com efeito, como pretendemos 
demonstrar ao longo desta aula, toda e qualquer norma constitucional, 
independentemente de sua estrutura semântica (regra ou princípio, norma de 
eficácia limitada ou norma programática) tem a qualidade de produzir seus 
efeitos jurídicos na seara fática, ainda que tal produção seja restrita ao cerne 
constitucional intangível, ao minimum normativo inexpugnável, para o qual o 
poder judiciário tem o dever constitucional de garantir. Não se trata, 
portanto, de construção dogmática simplista ou reducionista, do tipo “se é 
norma principal é norma de eficácia meramente negativa”. 
 
Ao revés, a questão é muito mais complexa do que isso e envolve temas 
sensíveis do direito constitucional contemporâneo, tais como: 
 
 
 7 
 A investigação das teorias absoluta erelativa do núcleo essencial dos 
direitos fundamentais; 
 
 A colisão e a ponderação de bens jurídicos, igual e constitucionalmente 
garantidos; 
 
 O fenômeno da “judicialização da política” em cujo cerne está o debate 
em torno do ativismo judicial e da separação de poderes no âmbito do 
hodierno estado Democrático de Direito. 
 
Conheça agora os elementos teóricos da ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão 
 
A ação direta de inconstitucionalidade por omissão é um dos mecanismos que 
desencadeiam o controle de constitucionalidade por omissão do Estado, 
colocando-se ao lado do mandado de injunção e da arguição de 
descumprimento de preceito fundamental. 
 
É importante destacar que esse instrumento processual desencadeia um 
controle abstrato do comportamento estatal, não se vinculando, assim, à 
solução de casos concretos. O objetivo, portanto, de quem se vale da ADO é 
propiciar a preservação da supremacia constitucional em plano abstrato. 
 
A Constituição da República cuida da ação direta de inconstitucionalidade por 
omissão no seu art. 103, § 2.°, que tem a seguinte dicção: “Declarada a 
inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma 
constitucional, será dada ciência ao poder competente para a adoção das 
providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para 
fazê-lo em trinta dias.” 
 
A ação direta de inconstitucionalidade por omissão não se tem como objeto 
uma norma, pois a caracterização dessa espécie de inconstitucionalidade 
 
 8 
pressupõe justamente a falta dessa norma. Assim, o objeto de impugnação é 
o comportamento omissivo do Estado, que deixa de atuar no sentido de 
cumprir a Constituição. 
 
Da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se extrai a conclusão de que a 
omissão inconstitucional se configura sempre que o Estado deixa de 
regulamentar normas constitucionais de eficácia limitada. 
 
O raciocínio é o seguinte: as normas constitucionais de eficácia limitada só 
produzem efeitos integrais quando regulamentadas pela legislação 
infraconstitucional, de modo que o Estado fica incumbido do dever 
constitucional de editar essas normas regulamentadoras. Descumprido esse 
dever, configura-se a omissão inconstitucional, abrindo-se espaço para a 
utilização desse mecanismo de controle de constitucionalidade do 
comportamento estatal. 
 
Há hipóteses de inconstitucionalidade por omissão parcial. Isso ocorre quando 
o Estado edita a norma regulamentadora do dispositivo constitucional de 
eficácia limitada, mas o faz de forma defeituosa. Esse defeito pode consistir 
em implementação parcial do comando constitucional para todos ou, de outra 
forma, em implementação integral do dispositivo apenas para uma parcela 
das pessoas que mereceriam a contemplação normativa. 
 
Em qualquer dos casos, embora haja uma norma regulamentadora do 
dispositivo constitucional – portando, assim, um vício – é de se ver que não é 
ela, sequer nessa hipótese, o objeto da impugnação na ADO. Mesmo nesse 
caso, o objeto de impugnação continua sendo a falta da regulamentação, de 
modo que a eventual procedência do pedido não implicará em declaração de 
nulidade da produção legislativa defeituosa. 
 
Lembre-se de que as normas constitucionais programáticas não desafiam a 
chamada inconstitucionalidade por omissão, pois ao contrário do que vem 
 
 9 
afirmando parcela considerável da doutrina, não são espécies de normas de 
eficácia limitada e não obrigam o Estado a alcançar as metas nelas 
contempladas. 
 
Como se viu anteriormente, as normas programáticas somente obrigam o 
Estado a não rumar em sentido oposto à diretriz traçada em seu texto. De 
modo que a sua violação pressupõe um comportamento ativo – embora 
retrógrado – do Estado. 
 
Então, o descumprimento das normas programáticas se dá sempre por ação; 
não por omissão. 
 
Embora não se tenha aqui a possibilidade de pronunciamento de 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, tem-se 
entendido que apenas o plenário do Supremo Tribunal Federal poderia 
apreciar a ação direta de inconstitucionalidade por omissão. Até porque a 
ADO é uma espécie de ação direta de inconstitucionalidade. 
 
A decisão do STF em sede de ação direta de inconstitucionalidade por 
omissão não é dotada, de regra, de qualquer eficácia prática, como a própria 
Constituição já adianta no seu art. 103, § 2.°. 
 
Lá está dito que o Poder competente será cientificado de que está em mora, 
sem que daí decorra a imposição coercitiva de produção legislativa. Significa 
que a procedência da ADO tem um efeito meramente psicológico, 
funcionando como um sutil “puxão de orelhas”. 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
O quadro abaixo destaca bem tais efeitos. 
Efeitos da ADO 
 
Artigo 103, § 2°. da Constituição de 1988: 
“Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva 
norma constitucional, será dada ciência ao poder competente para a adoção 
das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para 
fazê-lo em trinta dias.” 
 
A Constituição previu uma hipótese em que a decisão do STF poderia ser no 
sentido de fixar o prazo de trinta dias para que o órgão administrativo 
encarregado de dar aplicabilidade à norma constitucional de eficácia limitada 
tomasse as providências cabíveis. O estranho dessa parte do § 2.° do art. 103 
da CRFB/88 está no seguinte: como poderia a regulamentação de norma 
constitucional de eficácia limitada ficar a cargo de órgão administrativo se 
essa tarefa é do Poder Legislativo no exercício regular da função legislativa? 
 
Comparação Entre a ADO e o Mandado de Injunção 
A constituição de 1988 prevê no seu artigo 5º inciso LXXI que: “Conceder-se-
á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne 
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”. 
 
Leia o texto acerca da nova lei do mandado de injunção: 
 
O mandado de injunção encontra previsão legal no art. 5º, inciso LXXI, da 
CRFB/88, que estabelece que será concedido “sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania”. 
 
 11 
Por mais paradoxal que possa parecer, chegando mesmo a atingir laivos de 
ironia, é forçoso reconhecer que o remédio concebido pelo legislador 
constitucional para combater o veneno da síndrome da inefetividade foi desse 
próprio veneno uma das principais vítimas, uma vez que foram necessários 
quase 28 anos para que o remédio tivesse capacidade de controlar o veneno 
para o qual foi engendrado. 
 
Durante todo esse período de quase 28 anos, como acabamos de examinar, 
restou ao Supremo Tribunal Federal a tarefa de fixar jurisprudência oscilante 
e não unânime com relação aos efeitos das decisões judiciais, em sede de 
mandado de injunção, daí as diversas posições divergentes sobre a atribuição 
de efeitos erga omnes ou não (posição geral ou individual); possibilidade de 
suprir ou não a omissão inconstitucional (posição concretista ou não 
concretista) e a legitimidade democrática de o Poder Judiciário estabelecer ou 
não um prazo para que o legislador democrático editasse a lei faltante 
(posição intermediária com diferentes prazos assinados). 
 
De tudo se vê, por conseguinte, que a Lei nº 13.300/16, que regula o 
mandado de injunção, veio estabelecer as condições de possibilidade para a 
consolidação do ativismo judicial, revestindo-o de legalidade e, também, de 
legitimidade democrática, sem ferir a separação de poderes e garantindo a 
força normativa da Constituição, dentro do escopo de um verdadeiro Estado 
Democrático de Direito. 
 
Tal lei regula – com precisão – os efeitos da decisão, em sede de MI. Na 
elaboração da sua sentença, nos termos doart. 8º, o magistrado deve, 
reconhecido o estado de mora legislativa, deferir a injunção para: a) 
determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma 
regulamentadora; b) estabelecer as condições em que se dará o exercício dos 
direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as 
condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a 
exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. 
 
 12 
Já o parágrafo único desse mesmo artigo estabelece que será dispensada a 
determinação de prazo razoável quando comprovado que o impetrado deixou 
de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a 
edição da norma. No entanto, observe, com atenção, que o exercício do 
direito do impetrante não pode ficar aguardando a edição da norma faltante 
durante o prazo determinado pelo juiz, na medida em que, nos termos do art. 
9º, caberá ao próprio magistrado estabelecer provisoriamente as condições 
em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas 
constitucionalmente garantidos. 
 
Logicamente que o juiz pode indeferir o mandado de injunção, porém se a 
decisão for pelo reconhecimento do estado de mora, a decisão terá eficácia 
subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma 
regulamentadora. 
 
Com rigor, poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à 
decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da 
liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração. 
 
Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos 
casos análogos por decisão monocrática do relator. O indeferimento do 
pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da impetração 
fundada em outros elementos probatórios. 
 
Nos termos do art. 10, sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão 
poderá ser revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobrevierem 
relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de direito. 
 
Em conclusão, observe, com atenção, que o direito pátrio, em prol da 
garantia da eficácia positiva ou simétrica de direitos fundamentais, concedeu 
poderes normativos momentâneos aos juízes e tribunais, sem desrespeito, 
nem ao Poder Legislativo e nem ao princípio da separação de poderes. 
 
 13 
 
Nesses casos de estado de mora, caberá ao Poder Judiciário fazer cumprir a 
força normativa da Constituição, a partir de um ativismo judicial proporcional 
garantidor do núcleo essencial desses direitos ameaçados pela omissão 
inconstitucional do legislador democrático. Assim sendo, verificada a mora 
legislativa, caberá ao Juiz supri-la provisoriamente, com efeitos inter partes e 
sem invadir a esfera discricionária da atuação legislativa. Com isso, o direito 
pátrio busca dar equilíbrio e harmonia aos Poderes do Estado, sem deixar 
ocorrer o esvaziamento do conteúdo jurídico mínimo do rol jusfundamental do 
cidadão comum. 
 
Com efeito, uma das grandes vantagens do iter processual trazido pela lei do 
mandado de injunção é a garantia, ainda que subjetiva, dos direitos 
fundamentais, evitando dessarte liminares de conteúdo divergente no âmbito 
do Poder Judiciário. 
 
Cf. GÓES, Guilherme Sandoval, MELLO, Cleyson de Moraes. Controle de 
constitucionalidade. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2016, p. 377-379. 
 
O mandado de injunção deve ser interposto perante o Supremo Tribunal 
Federal quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do 
Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, 
do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal 
de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio STF (art. 
102, I, q). 
 
Já nas hipóteses em que a elaboração da norma regulamentadora for 
atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta 
ou indireta, excetuados os casos de competência do STF e dos órgãos da 
Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal 
(art. 105, I, h), o mandado de injunção será interposto perante o Superior 
Tribunal de Justiça. 
 
 14 
 
Por fim, o art. 121, § 4º, inciso V da Carta Magna prevê a competência do 
Tribunal Superior Eleitoral para julgar, em grau de recurso, o mandado de 
injunção que tiver sido denegado pelo Tribunal Regional Eleitoral. 
 
Apesar de não estar expressamente previsto na Constituição Federal, grande 
parte da doutrina admite o mandado de injunção coletivo, sendo 
reconhecidamente legítima a possibilidade de associação de classe 
devidamente constituída impetrar o instrumento coletivo. Os particulares não 
têm legitimidade para figurar no polo passivo no processo injuncional, uma 
vez que não lhes compete legislar ou expedir normas regulamentadoras 
necessárias ao direito impetrante. Assim sendo, não é possível o litisconsórcio 
passivo (nem necessário, nem facultativo) entre particulares e pessoas 
estatais. 
 
A jurisprudência do STF é pacífica no que tange à impossibilidade da 
concessão de medida liminar por ser imprópria ao mandado de injunção. Pelo 
princípio da simetria constitucional, é permitido aos Estados-membros 
estabelecerem em suas respectivas Constituições Estaduais o órgão 
competente para o processo e julgamento de mandados de injunção contra 
omissão legislativa estadual. 
 
Com relação aos efeitos do mandado de injunção, podemos dizer que os 
mesmos dependem da posição majoritária adotada no STF, ou seja, uma 
posição concretista ou uma posição não concretista. 
 
Pela primeira, o poder judiciário, ao acolher o mandado de injunção, deve, 
além de declarar a omissão legislativa ou administrativa, emitir decisão 
constitutiva para atender o caso concreto suscitado pelo impetrante, 
independentemente de qualquer regulamentação. 
 
 
 15 
Em sentido totalmente diferente, a posição não concretista que defende a 
tese de que no julgamento do mandado de injunção não deve haver criação 
jurisprudencial do direito ainda que dentro de um caso concreto, mas apenas 
comunicar a mora inconstitucional para que o Poder competente emita a 
norma faltante. 
 
Na visão de Alexandre de Moraes (ob.cit.p. 177), a posição concretista será 
dita geral quando a decisão for erga omnes; da mesma forma será 
denominada individual quando seus efeitos cingirem-se às partes do caso 
concreto (inter partes); será dita direta quando regular o caso concreto 
independentemente de regulamentação e será dita intermediária quando 
assinar prazo para a elaboração da norma faltante, regulando em seguida o 
caso concreto se persistir a omissão legislativa. 
 
Os institutos do mandado de injunção e da ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão não se confundem. Em comum tão 
somente a falta de norma reguladora que torne inviável o exercício de direitos 
e liberdades constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania. 
 
A ação de inconstitucionalidade por omissão somente pode ser proposta pelos 
entes arrolados no art. 103 da Constituição, ao passo que o mandado de 
injunção pode ser impetrado por qualquer pessoa que acredite ter seu direito 
subjetivo prejudicado por falta de norma regulamentadora. Os efeitos da ação 
de inconstitucionalidade por omissão são erga omnes, enquanto no mandado 
de injunção são inter partes. 
 
Entretanto, observe, com acuidade analítica, que a posição adotada pelo STF 
até o julgamento do MI 708 e do MI 712 fazia com que os efeitos do 
mandado de injunção fossem os mesmos da ação de inconstitucionalidade 
por omissão, tal qual previsto no art. 103, § 2º da Constituição, anulando por 
completo a diferença entre institutos tão diversos. 
 
 16 
 
Controverte-se assim acerca da natureza do provimento que emana da 
injunção: para uma parte da doutrina e da jurisprudência, trata-se de 
provimento declaratório,com comunicação do órgão responsável, da 
caracterização da demora na prestação legislativa; há quem, por outra parte, 
entenda que se trata de ação mandamental, sendo que pelo descumprimento 
da decisão poderia caracterizar-se crime de desobediência (TAVARES, André 
Ramos. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007. p. 909-
910). 
 
Luís Roberto Barroso destaca como a melhor orientação aquela que identifica 
no provimento judicial na espécie uma natureza constitutiva, devendo o juiz 
criar norma regulamentadora para o caso concreto, com eficácia inter partes, 
e aplicá-la, atendendo, quando seja o caso, à pretensão veiculada, só se 
verificando este caráter constitutivo no plano da criação da normatividade 
ausente, pois o mandado de injunção teria nítida função instrumental; uma 
vez suprida a ausência da norma, caberá ao órgão julgador fazê-la incidir, 
sem ausência de continuidade, com vistas à resolução da situação concreta 
que lhe foi submetida (BARROSO, Luís Roberto. O controle de 
constitucionalidade no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 
123-124). 
 
Quanto às diversas correntes doutrinárias e jurisprudenciais sobre os efeitos 
da decisão no mandado de injunção, estas podem ser sintetizadas nos 
seguintes grupos, a partir da sistematização de Pedro Lenza (LENZA, Pedro. 
Direito constitucional esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 654): 
 
 Posição concretista geral: através da normatividade geral, o STF 
legisla no caso concreto, produzindo a decisão efeitos erga omnes até 
que sobrevenha norma integrativa pelo Poder Legislativo; 
 
 
 17 
 Posição concretista individual direta: a decisão, implementando o 
direito, valerá somente para o autor do mandado de injunção, 
diretamente; 
 
 Posição concretista individual intermediária: julgado procedente 
o mandado de injunção, o Poder Judiciário fixa ao Poder Legislativo 
prazo para elaborar a norma regulamentadora. Findo o prazo e 
permanecendo a inércia do Poder Legislativo, o autor passa a ter 
assegurado o direito. Foi a posição adotada pelo STF no MI 232. 
 
 Posição não concretista: predominante por muito tempo no STF 
desde o MI 107-0/DF, neste entendimento se consagra que a decisão 
apenas decreta a mora do poder omisso, reconhecendo-se 
formalmente a sua inércia. Na prática, equipara o objeto do mandado 
de injunção e da ação direta de inconstitucionalidade por omissão. 
 
A partir do julgamento dos mandados de injunção 670, 708 e 712 no STF, 
todos referentes à regulamentação do direito de greve no serviço público, 
tendo em vista a inexistência até aqui de lei regulamentando o art. 37, VII, 
da Constituição Federal, o STF mudou seu entendimento da posição não 
concretista para a consagração da posição ou teoria concretista geral. 
 
Finalmente, convém salientar a lição de Celso Ribeiro Bastos quando afirma 
que o cabimento do mandado de injunção pressupõe a existência de um 
direito subjetivo concedido em abstrato pela Constituição, cuja fruição está a 
depender de norma regulamentadora. Diferente é a situação quando a 
Constituição outorga expectativa de direito, e, portanto, a norma faltante se 
presta a transformar essa mera expectativa de direito em direito subjetivo. 
Nesse caso, não cabe mandado de injunção e sim ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão (CF, art. 103, § 2º). Ademais, vale lembrar 
que a tutela do mandado de injunção alcança todos os direitos subsumidos 
 
 18 
debaixo do título II da Constituição, aí incluídos obviamente os direitos de 
nacionalidade, políticos e sociais. 
 
ADIN POR OMISSÃO E MANDADO DE 
INJUNÇÃO
Quadro 
Geral 
de 
Posições
Posição 
Concretista
(doutrina)
Posição 
Não
concretista
Geral
Individual
Direta
Intermediária
(Min. Néri Silveira)
Corrente predominante no STF
até pouco tempo atrás.
Não regula o caso concreto,
apenas comunica a mora,
igualando os efeitos da ADIN
por omissão e do Mandado de
Injunção.
 
 
Atividade Proposta 
O Secretário da Receita Federal se omitiu do dever de adotar providência de 
índole administrativa de natureza constitucional. Seguindo este entendimento, 
o Partido Político oposicionista PJTF com representação na Câmara Legislativa 
do DF ajuizou no STF uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 
cujo pedido consistia na concessão de medida cautelar e no mérito a 
declaração da inconstitucionalidade da omissão. 
 
Responda: 
a) O mencionado partido teria legitimidade para a propositura da ADO? 
b) Omissão de índole administrativa pode ser objeto de ADO? 
c) O Supremo Tribunal poderia conceder a medida cautelar em sede de 
ADO? 
 
 
 19 
Referências 
BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito 
brasileiro. Exposição sistemática da doutrina e análise crítica da 
jurisprudência. Rio de Janeiro: Saraiva, 2013. 
 
MENDES, Gilmar Ferreira. Jurisdição constitucional. O controle abstrato de 
normas no Brasil e na Alemanha. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
_____. Direitos fundamentais e controle de constitucionalidade. 
Estudos de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios de Fixação 
Questão 1 
 
 20 
Com o objetivo de incrementar a arrecadação tributária, projeto de lei 
estadual, de iniciativa parlamentar, cria uma gratificação de produtividade em 
favor dos Fiscais de Rendas que, no exercício de suas atribuições, alcancem 
metas previamente estabelecidas. O projeto é aprovado pela Assembleia 
Legislativa e, em seguida, encaminhado ao Governador do Estado, que o 
sanciona. Com base no cenário acima, assinale a única resposta correta. 
 
a) A lei estadual é compatível com a Constituição da República, desde que 
a Constituição do Estado não reserve à Chefia do Poder Executivo a 
iniciativa de leis que disponham sobre aumento de remuneração de 
servidores públicos estaduais. 
b) A lei estadual é constitucional, em que pese o vício de iniciativa, pois a 
sanção do Governador do Estado ao projeto de lei teve o condão de 
sanar o defeito de iniciativa. 
c) A lei estadual é formalmente inconstitucional, uma vez que são de 
iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que disponham 
sobre aumento de remuneração de servidores públicos da 
administração direta e autárquica estadual. 
d) A lei estadual é materialmente inconstitucional, uma vez que os 
projetos de lei de iniciativa dos Deputados Estaduais não se submetem 
à sanção do Governador do Estado, sob pena de ofensa à separação 
de poderes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 2 
 
 21 
Projeto de lei estadual de iniciativa parlamentar concede aumento de 
remuneração a servidores públicos estaduais da área da saúde e vem a ser 
convertido em lei após a sanção do Governador do Estado. A referida lei é: 
 
a) compatível com a Constituição da República, desde que a Constituição 
do Estado‐membro não reserve à Chefia do Poder Executivo a iniciativa 
de leis que disponham sobre aumento de remuneração de servidores 
públicos estaduais. 
b) constitucional, em que pese o vício de iniciativa, pois a sanção do 
Governador do Estado ao projeto de lei teve o condão de sanar o 
defeito de iniciativa. 
c) materialmente inconstitucional, uma vez que os projetos de lei de 
iniciativa dos Deputados Estaduais não se submetem à sanção do 
Governador do Estado, sob pena de ofensa à separação de poderes. 
d) formalmente inconstitucional, uma vez que são de iniciativa privativa 
do Governador do Estado as leis que disponham sobre aumento de 
remuneração de servidores públicos da administração direta e 
autárquica estadual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 3 
 
 22 
Sabendo-se que o sistema financeiro deverá ser regulado por lei 
complementar, nos termos do art. 192, da Constituição Federal, caso 
eventual lei ordinária venha a discipliná-lo, essa lei padecerá de: 
 
a) inconstitucionalidadeformal, não podendo ser controlada pelo 
Judiciário, pelo fato de a aprovação equivocada da lei ser matéria 
interna corporis do Poder Legislativo. 
b) inconstitucionalidade formal, podendo ser controlada pelo Judiciário, 
tanto pela via difusa, como pela via concentrada. 
c) inconstitucionalidade material, podendo ser controlada pelo Judiciário, 
apenas pela via difusa. 
d) inconstitucionalidade material, podendo ser controlada pelo Judiciário, 
apenas pela via concentrada, por ser norma de âmbito nacional. 
e) inconstitucionalidade formal e material, pois viola tanto o processo 
legislativo como também o princípio da predominância do interesse. 
 
Questão 4 
No que concerne ao controle de constitucionalidade, assinale a opção correta. 
 
a) Controle de constitucionalidade consiste na verificação da 
compatibilidade de qualquer norma infraconstitucional com a CF. 
b) Entre os pressupostos do controle de constitucionalidade, destacam-se 
a supremacia da CF e a rigidez constitucional. 
c) O controle concentrado de constitucionalidade origina-se do direito 
norte-americano, tendo sido empregado pela primeira vez no famoso 
caso Marbury versus Madison, em 1803. 
d) O controle concentrado de constitucionalidade permite que qualquer 
juiz ou tribunal declare a inconstitucionalidade de norma incompatível 
com a CF. 
 
 
Questão 5 
 
 23 
Uma lei ordinária expedida pela Câmara Legislativa do Espírito Santo 
determinou que os aprovados em concurso público para o provimento de 
cargos na administração estadual direta, dentro do número de vagas fixados 
no respectivo edital, deveriam ser nomeados no prazo máximo de 180 dias, 
contados da homologação do resultado do concurso. Nessa situação, a 
referida disposição: 
 
a) Apresenta inconstitucionalidade material. 
b) Apresenta inconstitucionalidade formal superveniente. 
c) Apresenta inconstitucionalidade formal orgânica. 
d) Não apresenta nenhum tipo de inconstitucionalidade. 
e) Inconstitucionalidade formal e material, pois viola tanto o processo 
legislativo como também conteúdo da constituição de 1988. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
Atividade Proposta 
Resposta: 
 
a) Não, o Art. 103 da Constituição exige que o partido político tenha 
representação no Congresso Nacional (Câmara dos Deputados ou 
Senado Federal). 
 
b) Sim. Nos termos do Art. 12-H da Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 
1999: Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância 
do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a 
adoção das providências necessárias. (Redação da Lei 12.063/09) § 1º 
Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências 
deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo 
razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em 
vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público 
envolvido. (Redação da Lei 12.063/09) Lei nº 9.868, de 10 de 
novembro de 1999. Dispõe sobre o processo e julgamento da ação 
direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de 
constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal 
 
c) Sim. Nos termos inovadores da Lei n° 12.063/09. Art. 12-F.: Em caso 
de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por 
decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto 
no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos 
órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que 
deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. (Redação da Lei 
12.063/09). 
 
 
 25 
§ 1º A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou 
do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na 
suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou 
ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. (Redação da Lei 
12.063/09). 
§ 2º O relator, julgando indispensável, ouvirá o Procurador-Geral da 
República, no prazo de 3 (três) dias. (Redação da Lei 12.063/09). 
 
§ 3º No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação 
oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos 
responsáveis pela omissão inconstitucional, na forma estabelecida no 
Regimento do Tribunal. (Redação da Lei 12.063/09) 
 
Exercícios de Fixação 
Questão 1 - C 
Justificativa: Trata-se de inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa. 
 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: Trata-se de inconstitucionalidade por vício de iniciativa (aplica-se 
o princípio da simetria). 
 
Questão 3 - B 
Justificativa: Trata-se de inconstitucionalidade formal objetiva, pois lei 
ordinária versou sobre matéria sob reserva de lei complementar. 
 
Questão 4 - B 
Justificativa: Como amplamente visto, a supremacia da CF e a rigidez 
constitucional são pressupostos do controle de constitucionalidade. 
 
Questão 5 - A 
 
 26 
Justificativa: A incompatibilidade material refere-se não ao processo 
legislativo, mas ao próprio conteúdo da norma, que deve harmonizar-se com 
os princípios formulados pelo constituinte, bem como os valores inseridos no 
mandamento constitucional positivado.

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