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Exercícios Conceitos Básicos de Linguística - Turma E Professora: Elisa Battisti Aluna: Aldrie Rezende Semana 1: Diário Leia o capítulo "Linguagem, língua, linguística", de Margarida Petter (páginas 5 a 14), no manuscrito do livro "Introdução à linguística", organizado por J. L. Fiorin. Com suas palavras, registre brevemente aqui o que você aprendeu sobre (a) a importância de estudar a linguagem humana e (b) a distinção, feita nos estudos linguísticos, entre linguagem, língua, fala. Você também pode registrar aqui eventuais dúvidas surgidas na leitura desse trecho. a. O estudo da linguagem humana é importante, pois com ele conseguimos compreender melhor o objeto que usamos a vida toda, a linguagem em todos os seus tipos (verbal - não-verbal), suas origens e seus objetivos. b. A linguagem é um sistema de signos (ou símbolos) usados para a comunicação entre seres. A língua e a fala fazem parte da linguagem, a língua é exterior ao indivíduo, não sendo algo tão pessoal e impossível de ser mudada pelo falante, já que nela existem leis (estipuladas pelos membros da comunidade regional) a serem seguidas. A fala, diferentemente da língua, é um ato individual, produzida unicamente pelo falante e suas combinações usando o código da língua, ela é expressada por mecanismos psicofísicos (conhecimentos sobre a língua + atos fonéticos) sendo necessária a combinação destes dois elementos para que ela consiga ser realizada. Não há como separar estes dois elementos, visto que um depende do outro, para se produzir a fala se precisa da língua, mas sem fala o exercício da língua não existe. Semana 4: Wiki Ouça/leia o capítulo 29 do Libretto, intitulado "Norma", e considere também o artigo de Oushiro (2015), que você leu na semana anterior. Com base nessas leituras, escreva um pequeno texto (de 200 a 600 palavras ) em que você tome posição sobre a seguinte afirmação: "o exercício social da linguagem, nas diferentes práticas comunicativas, não existe sem normas." Use resultados de Oushiro (2015) para ilustrar/sustentar algumas de suas ideias. “O exercício social da linguagem, nas diferentes práticas comunicativas, não existe sem normas.” De fato, o exercício social da linguagem, nas diferentes práticas comunicativas, não existe sem normas, isso se deve ao fato de usarmos dialetos específicos em situações diversas. Durante a nossa vida, passamos por diversas situações e fases, o nosso dialeto é adaptado para cada situação em que estamos presentes. No dia-a-dia, usamos a linguagem coloquial, popularmente conhecida por ser informal e popular, esta contém gírias, estrangeirismos e o “jeito de falar” popular de nossa região, como o tu no Rio Grande do Sul, ou trem, usado para se referir a “coisa”, em Minas Gerais. Já em situações que exigem mais formalidades como uma apresentação pessoal, reuniões de trabalho, entre outros, é usada a norma culta, na qual é utilizada com o objetivo de se manter em um nível elevado de qualidade e próximo à norma padrão, este é o modo no qual nos é ensinado nas escolas e instituições de ensino. Ao se apresentar em uma entrevista de emprego ou até mesmo com familiares empregamos as normas, independente que seja a culta ou coloquial, então não é possível não utilizá-las, mesmo que muitas vezes não percebemos ao fazer uso delas. Com o objetivo de analisar esta situação a professora e linguista Lívia Oushiro fez um estudo com paulistanos com o objetivo de analisar as variações sociolinguística do português paulistano em diferentes palavras e frases e fazer com que os entrevistados verifiquem as resposta uns dos outros, nela os entrevistados que tinham menos escolaridade eram frequentemente relacionados às frases coloquiais e com “erros gramaticais”, mostrando também o preconceito linguístico. Semana 8: Diário Leia os capítulos IV e V da Introdução do livro Curso de Linguística Geral, de F. de Saussure (páginas 26 a 32). Se sentir necessidade, leia/ouça o capítulo 25 do Libretto ("Linguagem, língua, fala", p.75 a 80). Com suas palavras, registre brevemente aqui o que você aprendeu sobre (a) a distinção entre "língua" e "fala" na visão de Saussure; (b) qual das duas - linguística da língua e linguística da fala - seria, para ele, a linguística propriamente dita, e por quê. Você também pode registrar aqui eventuais dúvidas surgidas na leitura desse trecho. A. Segundo Saussure, a distinção entre língua e fala é que a fala possui uma manifestação individual, dependente da vontade do falante, momentânea e que fazendo parte de nós (seres humanos). Já a língua, segundo o mesmo, é mais social, homogênea e essencial, já que sem ela não falamos. B. Segundo Saussure: “O estudo da linguagem comporta, portanto, duas partes: uma, essencial, tem por objeto a língua, que é social em sua essência e independente do indivíduo; esse estudo é unicamente psíquico;” e também: “...a Lingüística propriamente dita, aquela cujo único objeto é a língua.”. Saussure diz que há uma interdependência entre a fala e a língua, já que um é um instrumento e a outra um produto, porém são distintas, fazendo com que a existência de uma não seja dependente da outra. Para o mesmo, a linguística propriamente dita seria a linguística da língua, pelo fato de que são necessárias regras para que a língua exista, por exemplo o sistema de regras existente na gramática. Semana 9: Fórum Os capítulos I, II e parte do III (p.79 a 103) da Primeira parte: Princípios gerais do livro Curso de Linguística Geral, de Ferdinand de Saussure, contêm o cerne do que se convencionou chamar Teoria do Signo saussuriana. Leia o trecho. Os capítulos 33, 2, 4, 28 e 9 do Libretto, nessa ordem, podem apoiá-lo/la na leitura. Neste fórum, sobre o trecho referido acima, você deve responder as seguintes perguntas, ilustrando as respostas com exemplos: (a) o que é signo linguístico, significante e significado? (b) em que consistem o arbitrário do signo e a linearidade do significante? (c) o que é mutável e imutável no signo linguístico? (d) o que é sincrônico e o que é diacrônico em qualquer língua? A. Para Saussure, signo linguístico é uma entidade de dupla face, sendo a associação de um conceito com uma imagem acústica. Os termos empregados aos signos linguísticos são psíquicos e caracterizados por uma associação de um significado e um significante. Significante: É a denominação da imagem acústica. Quando pensamos na palavra praia, nosso cérebro reconhece a sequência sonora presente em nossa lembrança e com isso, materializa uma chamada imagem sonora que é o significante. Significado: É o conceito do signo linguístico, quando escutamos a palavra praia, automaticamente pensamos em areias, ondas e sol, sendo o significado do signo de uma determinada palavra. B. A arbitrariedade do signo se baseia em dizer que o significante é imotivado, isto é, arbitrário em relação ao significado, não possuindo qualquer laço natural na realidade. Por exemplo: a ideia de “mar” não está ligada à sequência de sons “m-a-r” que serve-lhe de significante, poderia ser representada de modo diferente. No sentido da linearidade, sobre o significante, este conceito é desenvolvido no tempo e seus elementos se apresentam um após o outro. Desta forma, há uma evolução, que é alcançada atravésde uma linha temporal constante. C. Saussure afirma que "A qualquer época que remontemos, por mais antiga que seja, a língua aparece sempre como uma herança da época precedente." Assim, o signo tem essa capacidade imutável por ser considerado uma herança, mantendo-se estável devido a necessidade de comunicação da massa. O autor ainda acrescenta o fato do signo ser arbitrário, da quantidade de signos que é preciso para formar uma língua, da complexidade desse sistema e a resistência da inércia como características que afirmam essa imutabilidade. Porém, existe a característica mutável, também afetada pelo tempo. Esse tempo é o responsável pelo signo ser imutável e mutável. É essa continuidade do signo permite que ele mude. Saussure considera essa mutabilidade como uma mudança na relação entre significante e significado. D. Saussure diz que "é sincrônico tudo quanto se relacione com o aspecto estático [...], diacrônico tudo que diz respeito às evoluções”. Assim, é diacrônico todas as modificações que a língua sofre e sincrônico é todo o estado fixo da língua, é como ela se encontra em determinado espaço/tempo. Um exemplo de diacronia é o uso do hífen. Mini-saia, hoje sendo minissaia. Outro exemplo, são as palavras aquarium e piscina do latim. Aquário, para o brasileiro significa um tanque para peixes, enquanto piscina é um lugar onde nadamos, um reservatório de água; entretanto, para o significado em latim, temos aquarium como o lugar para nadar e piscina como o tanque de peixes. Semana 10: Wiki Leia os capítulos IV e V (p.130 a 147) da Segunda parte: Linguística sincrônica do livro Curso de Linguística Geral, de Ferdinand de Saussure. Se necessitar de apoio, ouça/leia o capítulo 34 do Libretto de CBL ("Valor linguístico", p.112 a 122). Com base na leitura, escreva um pequeno texto (de 200 a 600 palavras ) sobre valor linguístico, atendendo ao que segue: "a" é uma palavra (morfossintática) do português. Use-a para demonstrar a noção saussuriana de valor linguístico. Em sua demonstração, certifique-se de: (i) afirmar os diferentes valores da palavra "a" em português, ilustrando-os com exemplos; (ii) fornecer a definição de valor linguístico por Saussure; (iii) completar a definição saussuriana de valor linguístico explicando em que consistem as relações sintagmáticas e as relações associativas entre signos linguísticos. Use a palavra "a" e outros exemplos para ilustrar sua explicação sobre essas relações. Para Saussure, o valor linguístico é algo que está unido às unidades linguísticas. Ou seja, o valor das unidades linguísticas é estabelecido de acordo com o que está ao seu redor, no caso, o enunciado. O valor linguístico está relacionado com os significados, porque a partir dos seus enunciados é possível transmitir a sua ideia. Deste modo, o valor de uma frase é determinado por seu enunciado. Explicando melhor os valores linguísticos, Saussure apresenta-nos dois novos conceitos: as relações sintagmáticas e as relações associativas. A primeira consiste-se no discurso, e, deste modo, ao caráter linear da língua, onde cada palavra (unidade) é pronunciada em sequência. Por exemplo: “Eu fui para a casa da minha prima”. Ao pronunciarmos este enunciado, vemos que é impossível fazer a pronúncia de todas as palavras contidas nele ao mesmo tempo No que se refere às relações associativas, elas não estão relacionadas a conjuntura em si, porém estão presentes em nossa memória, uma vez que ficam armazenadas em nossa mente. Deste modo, podem ser relacionadas ou apresentadas por radicais, sufixos ou semelhança de significados, como “exercitar”, “treinar”, “praticar” e “desenvolver” ajustam-se a determinadas associações existente em nossa mente. A palavra “a”, que é morfossintática em nossa língua, pode servir de exemplo para as relações retratadas acima. Nas relações sigmáticas, temos os seguintes exemplos: “Eu a vi” e “A flor é bela”, nestas amostras, pronunciamos “a” em momentos diferentes das pronúncias de outras unidades contidas no enunciado. Deste modo, temos: “a mulher” e “a flor” demonstrando que refere-se à um pronome feminino. Outros modos de exemplificar os valores linguísticos da palavra “a” na língua portuguesa, são: “Eu fui à praia do Rosa no final de semana” e “A praça é quente”, nestes exemplos, a palavra “a” continua sendo a mesma, porém contendo diferentes valores. No primeiro exemplo exibido, temos “a” como um artigo definido mais uma preposição, dando-se assim a acentuação da unidade, sendo a “crase” atribuída nela. Já no segundo exemplo, a palavra “a” age como artigo definido. Semana 12: Wiki Leia a última parte do capítulo O estudo da gramática (página 25 a 36). No Libretto, especialmente nos capítulos 18 (Gramática universal) e 20 (Inatismo), você encontra temáticas afins. Escreva um texto curto (200 a 600 palavras) explicando o desempenho linguístico de crianças em fase de aquisição da linguagem (por volta dos dois anos de idade). Considere a hipótese inatista em linguística, a questão da pobreza de estímulo e a noção de Gramática Universal em sua explicação. Aquisição da Linguagem Sabe-se que o desempenho linguístico é o resultado do uso da nossa competência linguística para compor sentenças, sendo esta competência já inserida em nosso cérebro desde o nosso desenvolvimento embrionário. Considerando a hipótese inatista da linguística, toda a criança já está predisposta para falar qualquer língua, desde que seja do seu convívio, por já ter determinado desempenho, ou melhor, determinado “inatismo” desde sempre em sua mente humana, dada a sua dotação genética. Este inatismo é claro durante as suas experiências afetivas e sociais, quando a criança começa a falar suas primeiras palavras. É a partir destas vivências que devemos entrar no tema pobreza de estímulo, que, para os linguistas, é o rompimento entre a experiência e o conhecimento da criança em relação à língua a ser adquirida. Para os linguistas, quanto mais pobre for essa experiência com a língua natural da criança, maior será a sua capacidade inata. Podemos notar no texto, no diálogo entre as crianças e os pais, quando elas falam pronunciando algo de maneira errada, há a correção vinda por parte dos pais, como no diálogo em que a criança diz “Nobody don’t like me.” e o pai, por diversas vezes tenta o corrigir, com o objetivo de ensiná-lo da maneira correta, e tem, como resultado final, a frase “Oh! Nobody don’t likes me.” vindo do filho. Esta criança é um exemplo de pobreza de estímulo, porém isso não significa que não há uma tentativa de ensinar a frase do jeito correto para ele ou que ele não aprenda/tenha pouco “estímulo” ou não consiga pronunciar a frase “nobody likes me”, só quer dizer que os dados linguísticos ao seu redor ainda não fazem com que ele adquira a gramática adulta que estão tentando impor a ele. Esta capacidade inata da criança faz parte da Gramática Universal (GU), que é atribuída ao linguista Noam Chomsky, que nos diz que a linguagem faz parte do cérebro/mente humana por ser uma propriedade biológica universal inatat da humanidade, visto que nós humanos compartilhamos cargas genéticas semelhantes.Assim, a GU é como se fosse o início desta aquisição, ou seja, a gramática inicial que a criança nasce, não a imposta pela “norma-padrão”, que é vista como difícil até para adultos, mas que a mesma já possui geneticamente desde o ventre de sua mãe.
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