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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA, FILOLOGIA E TEORIA LITERÁRIA 
CURSO DE LETRAS 
 
Disciplina​: Conceitos Básicos de Linguística - LET 3371 
Professora: ​Elisa Batistti 
Aluno​: Aldrie Iasmin Machado Langassner Rezende 
 
Resenha do artigo científico 
Artigo escolhido: ​ESCOLA X LÍNGUA PADRÃO, IDEOLOGIA E PRECONCEITO 
LINGÜÍSTICO 
 
Este artigo, tem como objetivo trazer reflexões através das relações entre escola, 
língua-culta, ideologia e preconceito e busca mostrar como a escola tem se tornado um local 
de exclusão e descriminação, principalmente em relação às variedades linguísticas de seus 
alunos e como o uso da gramática normativa contribui para que sejam estabelecidas relações 
de desigualdade. 
 
Segundo a autora, a ideia de escrever este artigo surgiu após uma reflexão sobre as 
mudanças sofridas pela educação ao longo dos anos e sobre a angústia com a opressão vinda 
dos professores de Língua Portuguesa tendo, também, como objetivo pensar em uma possível 
solução para as situações de opressão sofridas diariamente nas escolas. Desde cedo é 
percebido que a escola favorece alunos mais privilegiados economicamente, um outro fator 
que reflete esta desigualdade é a diferença na fala, já que os alunos munidos de mais 
condições sociais também tinham o privilégio e o prestígio por sua norma culta na fala, 
enquanto os menos favorecidos, por virem de uma origem pobre, não tinham esta norma na 
fala e eram considerados menos capazes, inferiores. 
 
A autora complementa que como educadores, nosso objetivo é oferecer um ensino de 
qualidade a todos e, principalmente, aos que vêm de classes sociais menos favorecidas, lutar 
pela igualdade dentro da escola para que assim os educandos consigam interagir 
positivamente com o mundo exterior, fazendo o uso das aulas de língua portuguesa, que 
quando bem trabalhadas, podem contribuir para que este ideal seja concretizado. 
 
Muitas vezes, a linguagem é tratada como um conjunto de regras e exceções pela 
escola, ela também dá à língua padrão prioridade sobre as variedades linguísticas de seus 
alunos. A escola torna-se excludente neste ponto, pois a maior parte de seus educandos não 
têm acesso à variedade padrão, tornando a escola, um ambiente com o objetivo de ser um 
espaço de interação social, um local que privilegia as classes dominantes, contribuindo para 
que os alunos com mais dificuldades intelectuais e sociais continuem nesta posição ao invés 
de ajudá-lo. 
O dever do professor é mostrar que existem diversas variações linguísticas, inclusive 
de maior prestígio social, que deve ser estudada para que os alunos possam participar das 
relações sociais, mas é necessário que não haja a tentativa de apagamento desta variação que 
o aluno traz consigo, que deve ser valorizada e respeitada, para que se encaixe na 
norma-padrão nem por parte de si, nem por influências exteriores. 
A escola deve prover diversos e distintos conhecimentos e aprendizados, com o 
objetivo de propiciar um ensino de qualidades à seus discentes, respeitando e ampliando seus 
conhecimentos. Encaixa-se neste quesito a valorização de todas as variações linguísticas, já 
que valorizar somente a língua padrão faz com que a sala de aula deixe de ser um espaço de 
comunicação, interação e, principalmente, diverso, fazendo com que os alunos se sintam 
obrigados a se encaixarem nos moldes na sociedade para que sejam melhores vistos. 
Bagno (2001) diz que: “menosprezar, rebaixar, ridicularizar a língua ou a variedade 
da língua empregada por um ser humano equivale a menosprezá-lo, rebaixá-lo enquanto ser 
humano”. Os alunos mais atingidos com isso são os de classes menos favorecidas 
economicamente, que sentem na pele a ridicularização e se sentem como estranhos em sua 
própria língua, gerando incertezas, dúvidas e inseguranças acerca de si próprios por estarem 
distante do considerado correto. Estas situações faz com que muitos dos estudantes se 
formem no Ensino Médio sem conseguir redigir uma redação, já que a preocupação em 
“escrever certo” se torna tão grande que não sobra espaço para que haja um desenvolvimento 
sobre o tema, já que, ao invés das escolas proporcionar à seus alunos o desenvolvimento das 
competências, a mesma amplia relações desiguais entre professor (o que sabe) e aluno (o que 
não sabe), tornando a prática pedagógica autoritária. 
Para que haja uma mudança nesta situação, é necessário que a escola valorize todas as 
variantes linguísticas, não só a dos grupos sociais dominantes, a literatura de todas as classes 
e que haja uma valorização da cultura popular. Respeitar o discente é oferecer uma educação 
anti-racista, programas que valorizem todos os dialetos e culturas. 
Do modo atual, a língua padrão está desvinculada da realidade atual, já que muitas de 
suas expressões já caíram em desuso e não são mais consideradas corretas, se afastando cada 
vez mais da população atual e principalmente dos jovens. É necessário que haja uma 
mudança na língua e junto dela transformações social, já que a língua passou a ser 
subordinada à gramática normativa ao invés de a gramática normativa representar a língua 
usada na sociedade atual. 
É possível que a escola passe a contribuir profundamente para a libertação e formação 
do indivíduo, fazendo isso de forma que lute contra todas as discriminações, sociais, raciais, 
sexuais e também os relacionados à variações linguísticas. Deste modo, a escola 
proporcionará aos seus alunos condições de aprender, desvinculando-se dos interesses 
sociopolíticos das classes dominantes. 
O ensino na escola, hoje, deve ter como objetivo a emancipação dos indivíduos, 
dando oportunidade de seus alunos conhecerem a si, às outras realidades, a outras normas, 
etc. A escola deve promover ações que levem os discentes à criarem e desenvolverem seu 
senso e pensamento críticos. 
Também deve haver, por parte da escola, a valorização da cultura popular, pois é um 
ponto crucial na luta contra o preconceito e desigualdades, assim seria necessário que cada 
um respeitasse os gostos e origens alheias. A função do provessor, neste caso, seria 
intermediar ações para que fossem solucionados os problemas relatados pelos alunos durante 
as reflexões promovidas pela escola e evitar que estas atividades simplesmente terminem em 
discussões polêmicas sem fim profundo. 
 
 
A escolha do artigo 
A escolha deste artigo se deu por, durante minha jornada escolar, eu presenciar diversas vezes 
colegas sendo diminuídos por professores auto-intitulados “mais rígidos” por causa de sua 
fala, gírias e jeito de falar e só agora, entrando na universidade, eu conseguir estudar 
aprofundadamente sobre este assunto. 
 
 
Referências: 
SOBROZA, Lidiane. Escola X Língua Padrão, Ideologia e Preconceito Linguístico 
BAGNO, Marcos. Dramática da Língua Portuguesa: tradição gramatical, mídia & exclusão 
social. 2 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001.

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