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Mariana Freitas – 3º semestre Habilidades Médicas 1 Sinais e Sintomas Alterações do apetite o Polifagia; Hiperorexia; Bulimia: Ocorre aumento o apetite o Inapetência; Anorexia: Ocorre diminuição do apetite o Pica, malácia ou alotriofagia é uma perversão alimentar que faz com que o paciente tenha vontade de comer substâncias que normalmente não são alimentos. Cavidade oral Dor na cavidade bucal: o Odontalgia: Dor de dente. Causada mais comumente por cáries. o Glossalgia: Dor na língua. Causada por glossites. Halitose: Odor bucal desagradável. Causada por higiene bucal deficiente. Esôfago Disfagia: Dificuldade de deglutição. o Disfagia orofaríngea: O alimento permanece na cavidade bucal após tentativa de deglutição. o Disfagia esofágica: O paciente tem sensação de parada do bolo alimentar no esôfago. Pode acontecer por obstrução de natureza orgânica, como também por alterações motoras. o Pseudodisfagia: O paciente apresenta desconforto com a descida do bolo alimentar quando comem apressadamente ou quando mastigam pouco. Odinofagia: Dor que surge com a ingestão de alimentos, sendo que essa dor se localiza atrás do esterno. Comumente associada à disfagia. Pirose: Azia ou queimor. Na maioria das vezes tem localização retroesternal, percebida a nível de apêndice xifoide. Ocorre quase sempre após refeições, sendo desencadeada por determinados alimentos como frituras, bebidas alcóolicas, café, frutas cítricas e etc. Dor esofágica: É uma dor espontânea, que se distingue da odinofagia por não depender do ato de ingerir, e pode ser causada por mudança no pH, atividade motora anormal e etc. Regurgitação: Retorno do alimento ou de secreções contidas no esôfago ou estômago à cavidade bucal. As causas podem ser mecânicas ou motoras. o Distúrbios mecânicos: Os mais comuns são estenoses, neoplasias, divertículo esofágico. o Distúrbios motores: Os mais comuns são megaesôfago chagásico e acalasia idiopática. Eructação: A deglutição de grande quantidade de ar constitui a aerofagia, comum de pacientes ansiosos. No megaesôfago, isso pode ser considerado um sintoma esofágico. Sialose (sialorreia ou ptialismo): Produção excessiva de secreção salivar. Observada em esofagopatias obstrutivas e em particular no megaesôfago chagásico. Mariana Freitas – 3º semestre Habilidades Médicas 2 Hematêmese: É vômito com sangue que caracteriza a hemorragia digestiva alta. A causa mais comum é de origem esofágica, que são as varizes do esôfago. Estômago Dor epigástrica: Pacientes com úlcera péptica apresentam dor visceral percebida na linha mediana, poucos centímetros abaixo do apêndice xifoide. Doenças neoplásicas ou inflamatórias causam dor na parte alta do estômago. Dispepsia: Conjunto de sintomas relacionados com a parte alta do abdome. Pode ser do tipo refluxo; úlcera e dismotilidade. Náuseas e vômitos: Portadores de úlcera gástrica ou duodenal e gastrites podem apresentar vômitos simultaneamente com a crise dolorosa. Os vômitos podem ser causados por síndrome dispéptica; gastrites; obstrução pilórica; hepatite; obstrução intestinal e etc. Intestino delgado Diarreia: Aumento do teor de líquido nas fezes e da quantidade de evacuações (mais de 3 por dia). Pode ser decorrente de: o Aumento da pressão osmótica do conteúdo intraluminal (diarreia osmótica) o Aumento da secreção de água e eletrólitos pela mucosa intestinal (diarreia secretora) o Aumento da permeabilidade da mucosa intestinal (diarreia exsudativa) o Alterações da motilidade do intestino delgado (diarreia motora) Pode ser classificada em: o Diarreia alta: Ocorre comprometimento do intestino delgado em si. Apresenta dejeções de grande volume; grande teor de líquido aparente; frequência moderadamente aumentada; contem restos de alimento ou a presença de gordura. o Diarreia baixa: Ocorre em comprometimento das porções mais distais do intestino grosso. A presenta maior número de evacuações, nas quais há pequena quantidade de fezes; contendo muco, pus ou sangue. Dor abdominal: Sintoma comum das doenças do intestino delgado. Distensão abdominal, flatulência e dispepsia: Sintomas indicativos de aumento do conteúdo gasoso do tubo digestivo. Hemorragia digestiva: Passagem de sangue do continente intravascular para a luz do tubo gastrintestinal, sendo eliminado então pelo vômito (hematêmese) ou por defecação (enterorragia e melena). Regiões do abdome O abdome pode ser dividido em 9 regiões, sendo estas: Mariana Freitas – 3º semestre Habilidades Médicas 3 Inspeção Para ser realizada é necessária boa iluminação, desnudamento da área corporal a ser analisada e conhecimento de suas características normais. Deve-se investigar: Circulação venosa colateral superficial Coloração da pele Presença de estrias Manchas hemorrágicas Distribuição dos pelos Presença de hérnias A forma e volume do abdome: Varia de acordo com a idade, sexo e estado de nutrição. Pode ser classificado em: o Abdome atípico ou normal: Sua principal característica morfológica é a simetria. o Abdome globoso ou protubente: Apresenta-se globalmente aumentado o Abdome em ventre batráquio: Quando o paciente está em decúbito dorsal, observa-se predomínio do diâmetro transversal sobre o anteroposterior o Abdome pendular ou ptótico: Quando o paciente está em pé, as vísceras pressionam a parte inferior abdominal, produzindo neste local uma protrusão. o Abdome em avental: Encontrado em pessoas com obesidade em grau elevado, sendo consequência do acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal o Abdome escavado: A parede abdominal encontra-se retraída Cicatriz umbilical: Normalmente apresenta forma plana ou levemente retraída. A protrusão dessa cicatriz indica a existência de hérnia ou acúmulo de líquido nessa região Abaulamentos: Torna o abdome assimétrico e irregular. Suas principais causas são: Hepatomegalia, esplenomegalia, útero gravídico, tumores do ovário e do útero, retenção urinária, tumores renais. Movimentos respiratórios: São encontrados 3 tipos de movimentos no abdome o Movimentos respiratórios: Em condições normais, sobretudo em indivíduos do sexo masculino observam-se movimentos respiratórios na porção superior do abdome, caracterizando respiração toracoabdominal e esses movimentos desaparecem em inflamações do peritônio, que acompanha rigidez da parede abdominal. o Pulsações: Podem ser observadas em pessoas magras e quase sempre refletem as pulsações da aorta abdominal. o Movimentos peristálticos visíveis: São também designados de ondas peristálticas. Em indivíduos magros são vistas sem alteração semiológica. Palpação O paciente deve estar em decúbito dorsal, utilizando- se a técnica de palpação com a mão espalmada. Palpação superficial: É o estudo da parede abdominal e das vísceras que podem alcançar a parede Mariana Freitas – 3º semestre Habilidades Médicas 4 o Sensibilidade: Consiste em palpar de leve ou apenas roçar a parede abdominal com objeto pontiagudo. o Resistência da parede abdominal: Faz- se cessar uma contração voluntária no paciente, de modo a conversar com ele, ou pedir que inspire fundo. o Continuidade da parede abdominal: Desloca-se a mão que palpa por toda a parede e ao encontrar uma área de menor resistência, tenta-se insinuar uma ou mais polpas digitais naquele local, e desse modo é possível reconhecer diástase ou hérnias. Palpação profunda: Investigam-se os órgãos contidos na cavidade abdominal e eventuais massas palpáveis ou tumorações. Em condições normais, não se consegue distinguir o estômago, o duodeno, o intestino delgado, as vias biliares e etc. O encontro de órgãos, massas palpáveis ou tumorações obriga o examinador a analisar as seguintes características: o Localização o Forma e volumeo Sensibilidade (dor) o Consistência o Mobilidade o Pulsatilidade Palpação do fígado: O paciente deve estar em decúbito dorsal. Palpa-se o hipocôndrio direito, flanco direito e o epigástrio, partindo do umbigo até a reborda costal. Palpação do baço: Procede-se da mesma maneira que examinou o fígado, mas agora examina-se o quadrante superior esquerdo. Palpação do ceco: Pode ser reconhecido com relativa facilidade na fossa ilíaca direita. Efetua-se a palpação deslizando-se a mão palpadora ao longo de uma linha que une a cicatriz umbilical à espinha ilíaca anterossuperior. Percussão O paciente deve estar em decúbito dorsal. Existem os seguintes sons no abdome: Som timpânico: Indica a presença de ar dentro de uma víscera oca. Em condições normais, é percebido em quase todo o abdome, porém é mais nítido na área de projeção do fundo do estômago (espaço de Traube). Som submaciço: Menor quantidade ar Som maciço: Ausência de ar, como se observa nas áreas de projeção do fígado, baço e útero gravídico. Ascite, tumores e cistos contendo líquido originam som maciço. Ausculta Oferece informações importantes a respeito da movimentação de gases e líquido no trato intestinal. Utiliza-se o estetoscópio com receptor de tambor ou diafragma, sendo que em condições normais ocorrem mais ou menos a cada 5 a 10 segundos ruídos de timbre agudo. Nos casos de diarreia e de oclusão intestinal, os ruídos hidroaéreos tornam-se mais intensos em função do aumento do peristaltismo e são denominados borborigmos. Mariana Freitas
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