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DIREITOS HUMANOS
DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E 
A PROTEÇÃO DE GRUPOS VULNERÁVEIS
Livro Eletrônico
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Alice Rocha
Direitos Humanos na Constituição Federal e a Proteção de Grupos Vulneráveis
DIREITOS HUMANOS
Direitos Humanos na Constituição Federal e a Proteção de Grupos Vulneráveis .............3
1. Os Direitos Humanos na Constituição Federal de 1988 ................................................3
1.1. Noções Gerais ...........................................................................................................3
1.2. Evolução e Afirmação dos Direitos Humanos nas Constituições Brasileiras .............6
1.3. Fundamentos e Princípios de Proteção dos Direitos Humanos na CF/1988 ...............8
1.4. Tratamento Prioritário das Temáticas de Direitos Humanos ................................... 12
1.5. Status Normativo dos Tratados em Direitos Humanos ........................................... 15
1.6. Ações Afirmativas na Promoção dos Direitos Humanos ......................................... 19
1.7. Intervenção Federal ...............................................................................................22
1.8. Federalização dos Crimes por Violação dos Direitos Humanos ..............................22
1.9. Tratamento dos Quilombolas nos ADCT .................................................................27
2. A Defesa dos Direitos Humanos de Grupos Vulneráveis .......................................... 30
2.1. Deficientes ............................................................................................................ 30
2.2. Idosos ...................................................................................................................42
2.3. Mulheres ...............................................................................................................46
2.4. Crianças ................................................................................................................49
2.5. Índios ....................................................................................................................52
2.6. LGBT .....................................................................................................................56
2.7. Presos .................................................................................................................. 58
Questões de Concurso ................................................................................................. 60
Gabarito .......................................................................................................................79
Gabarito Comentado .................................................................................................... 80
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Direitos Humanos na Constituição Federal e a Proteção de Grupos Vulneráveis
DIREITOS HUMANOS
DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A 
PROTEÇÃO DE GRUPOS VULNERÁVEIS
Olá, aluno(a)! Animado(a) para nossa terceira e última aula?! Pois bem, conforme prome-
tido, desenvolvemos nosso curso em três partes, sendo a primeira relacionada com a base 
teórica essencial (aula 1) para a compreensão da aplicação desses preceitos no âmbito global 
e regional (aula 2) e o fechamento dessa concretização no âmbito nacional (aula 3).
No âmbito nacional, devemos analisar os direitos humanos em duas perspectivas. Primeiro 
vamos analisar as previsões constitucionais sobre a matéria e em seguida a proteção de grupos 
vulneráveis, que você como futuro advogado terá como clientes em potencial.
Professora, analisaremos todas as previsões constitucionais e todos os grupos vulneráveis? 
Claro que não! Parto do pressuposto de que esta matéria é complementar a outras como 
direito constitucional e direito penal. Pois bem, o foco será então partir das questões já cobra-
das pelas Exames da OAB para apresentar aos senhores dicas e rotas de estudo ok?!
Vale ressaltar que para acompanhar esta aula peço que os senhores tenham em mãos a 
lei seca para proceder a algumas marcações. Sugiro a construção de uma pasta de dispositi-
vos já cobrados pela banca. Isso servirá para sua revisão final e o ajudará na memorização de 
alguns deles.
Animados?! Então vamos lá, foca na lei seca, na resolução das questões e nas dicas!
1. Os DireitOs HumanOs na COnstituiçãO FeDeral De 1988
1.1. nOções Gerais
A Constituição Federal de 1988 (CF/1988) é considerada um marco jurídico na proteção dos 
direitos humanos. Esta Constituição foi estabelecida como um reflexo do processo evolutivo 
de afirmação dos Direitos Humanos no plano internacional, assumindo o Brasil a postura im-
portante de internalização desses preceitos como direitos fundamentais de sua Constituição.
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Direitos Humanos na Constituição Federal e a Proteção de Grupos Vulneráveis
DIREITOS HUMANOS
Considerada a Constituição Cidadã, a CF/1988 apresenta maior importância à pessoa em 
detrimento da propriedade, como reação ao período ditatorial e de exceção. Lembrando alguns 
preceitos básicos de nossa estrutura estatal:
Forma de governo: república (reflete a valorização da liberdade 
e igualdade; sendo representativa, temporária e participativa).
Forma de Estado: federação (com governo central – União, 
coordenada com governos regionais).
Regime de governo: democrático (sendo considerado pela 
ONU, o melhor regime para a defesa e proteção dos indivíduos 
de violações a seus direitos fundamentais).
O objetivo de nossa aula é trabalhar de modo focado, os principais pontos relacionados 
a defesa dos Direitos Humanos na CF/1988. Recomendo a leitura atenta dos dois primeiros 
Títulos da CF/1988, tendo em vista a cobrança recorrente dos mesmos. Atenção, o Título II 
chamado Dos Direitos e Garantias Fundamentais vai além do artigo 5º que só estabelece os 
direitos e deveres individuais e coletivos. Para facilitar a visualização:
Topografia da CF/1988
• TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais
• TÍTULO II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais
• CAPÍTULO I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
• CAPÍTULO II – Dos Direitos Sociais
• CAPÍTULO III – Da Nacionalidade
• CAPÍTULO IV – Dos Direitos Políticos
• CAPÍTULO V – Dos Partidos Políticos
Observe que os capítulos IV e V estão relacionados a direitos políticos, considerados de 
primeira geração. Pode ser que seu examinador vá além das disposições constitucionais nesta 
matéria, razão pela qual reforço a necessidade de resolver todas as questões do Exame. Veja 
esta questão de 2018 que trabalhou a questão partidária, mas com base na lei eleitoral:
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DIREITOS HUMANOS
QuestãO 1 (FGV/OAB UNIFICADO NACIONAL – XXVII EXAME/2018) Você, como 
advogado(a), representa um Fórum de Organizações Não Governamentais que atua na defesa 
da cidadaniaplena para as mulheres. Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral, 
existe, para a próxima eleição, um percentual bastante reduzido de candidatas à Câmara dos 
Deputados, na maioria esmagadora dos partidos políticos.
Sabendo que isso é a expressão de uma cultura machista, em que os partidos não estimulam 
a candidatura de mulheres, cabe a você explicar às organizações do Fórum que representa que 
a legislação brasileira determina que
a) todos os partidos e coligações devem reservar ao menos 50% de suas vagas para candida-
turas parlamentares para mulheres, sendo que, desse percentual, 30% devem ser destinadas a 
mulheres negras.
b) cada partido ou coligação deverá reservar, das vagas para candidaturas parlamentares que 
podem ser preenchidas pelos partidos políticos, o mínimo de 30% e o máximo de 70% para 
candidaturas de cada sexo.
c) os partidos devem registrar, no TSE, planos decenais em que são estabelecidas as estraté-
gias para o aumento gradativo da participação de mulheres tanto nas vagas para candidaturas 
parlamentares quanto nas próprias instâncias partidárias.
d) tanto os partidos quanto as coligações são livres para preencher a lista de candidaturas às 
eleições parlamentares, não havendo nenhum tipo de obrigação relativamente a uma eventual 
distribuição percentual das vagas conforme o sexo.
Letra b.
Alternativa correta é a B com base na Lei n. 9.504/1997 (Lei Eleitoral), com a redação dada pela 
Lei n. 12.034/2009 (minirreforma eleitoral), e que em seu art. 10, § 3º, que dispõe acerca das 
eleições proporcionais, estabelece:
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DIREITOS HUMANOS
Art. 10. Cada partido ou coligação poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câ-
mara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 150% (cento 
e cinquenta por cento) do número de lugares a preencher, salvo:
(...)
§ 3º Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação 
preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candi-
daturas de cada sexo.
Mas professora, se não conhecesse a literalidade da lei eleitoral, não iria acertar?
Realmente, esse é o tipo de questão que foge da curva, mas não da previsibilidade, visto 
que 2018 foi ano eleitoral! Entende a importância dos eventos e das atualizações que prepara-
mos para vocês?! Justamente para complementar com dicas de atualidade passível de cobran-
ça no Exame. Mas calma! Esse tipo de questão não é a regra e sim a exceção.
Dando continuidade, vamos trabalhar de modo específico os chamados mecanismos de 
proteção dos Direitos Humanos na CF/1988, mas antes vários relembrar a evolução do trata-
mento aos Direitos Humanos nas Constituições brasileiras.
1.2. evOluçãO e aFirmaçãO DOs DireitOs HumanOs nas COnstituições 
Brasileiras
A Constituição Federal de 1988 é um marco no processo de reconhecimentos dos Direitos 
Humanos na esfera constitucional. Todavia é muito importante analisarmos a evolução da 
afirmação desses direitos em nossas Constituições.
Direitos humanos estão diretamente relacionados com as condições socioeconômicas do 
Estado. No Brasil, a formação da sociedade se deu de modo segmentado e com grande desi-
gualdade. Isso persiste sendo fonte de violações, apesar de alguns avanços.
O Brasil foi colonizado por portugueses com um espírito mercantil propício a forma forma-
ção de classes e leis que garantiam mais privilégios a determinados grupos em detrimento de 
outros como índios e negros, que não eram considerados nem sujeito de direito à época.
Começando pela Constituição de 1824, tínhamos um governo monárquico, hereditário e 
representativo que valorizava em parte a liberdade do cidadão. Nesta constituição existiam 
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DIREITOS HUMANOS
previsões ao direito de liberdade, segurança, propriedade, igualdade, direitos sociais (saúde e 
educação), defesa indireta da vida pela abolição de penas cruéis, privacidade, direitos de na-
cionalidade, direitos de cidadania com voto censitário.
Em seguida veio a Constituição de 1891, que representou uma importante modificação 
jurídica e política com o estabelecimento da República Federativa, desvinculada da religião 
católica. Em seu texto havia previsões de instituição do habeas corpus, ampliação da liberda-
de, proibição da pena de morte, novos direitos sociais como direitos do trabalho e previdência, 
direitos de cidadania com abolição do voto censitário.
Dando continuidade, veio a Constituição de 1934, considerada um marco na evolução dos 
direitos humanos no brasil, com um título dedicado a disciplina (“Da Declaração de Direitos”), 
além de diversos direitos econômicos, sociais e culturais, com destaque para os direitos traba-
lhistas. Esta Constituição representou uma ampliação da liberdade com a extensão do voto a 
mulher, extensão de direitos sociais e sobretudo direito do trabalho.
Puxa professora, então a partir da Constituição de 1934 os Direitos Humanos foram cres-
cendo? Não, infelizmente veio a Constituição de 1937 que foi um retrocesso em relação aos 
direitos anteriores com a instituição da pena de morte, supressão da liberdade partidária, pos-
sibilidade de suspensão da imunidade parlamentar, prisão e exílio de opositores, além do esta-
belecimento de eleições indiretas. Para completar foram estabelecidas restrições à liberdade 
com censura e possibilidade de invasão de domicílio.
Isso durou alguns anos porque com a Constituição de 1946 foi restabelecido o Estado 
Democrático de Direito após a Era Vargas. A Constituição privilegiou direitos sociais, com refe-
rências ao princípio da “justiça social”. Trouxe a ampliação de direitos e garantias individuais: 
proteção positivada da vida, abolição da pena de morte, restabelecimento da liberdade, pro-
priedade vinculada ao bem-estar social, ampliação dos direitos sociais com proteção a família 
e maior estabilidade nas relações de trabalho.
Altos e baixos não é mesmo?! Pois bem, após o Golpe de 1964 e os diversos Atos Insti-
tucionais, veio a Constituição de 1967 e a emenda constitucional de 1969 como um novo re-
trocesso dos Direitos Humanos em função do regime ditatorial implementado. Este foi o pior 
período da história em relação a proteção de direitos humanos, com uma suspensão arbitrária 
de direitos e garantias constitucionais. Lembrando que a Constituição de 1969 foi ainda mais 
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restritiva com relação aos direitos humanos do que a de 1967 sendo o ápice das arbitrarieda-
des e do autoritarismo da ditadura militar no Brasil.
Veja que o Exame da OAB cobrou uma questão a partir desse conhecimentobásico:
QuestãO 2 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO V – PRIMEIRA  FASE/2011) As 
Constituições brasileiras se mostraram com avanços e retrocessos em relação aos direitos 
humanos. A esse respeito assinale a alternativa correta.
a) A Constituição de 1946 apresentou diversos retrocessos em relação aos direitos humanos, 
principalmente no tocante aos direitos sociais.
b) A Constituição de 1967 consolidou arbitrariedades decretadas nos Atos Institucionais, 
caracterizando diversos retrocessos em relação aos direitos humanos.
c) A Constituição de 1934 se revelou retrógrada ao ignorar normas de proteção social ao 
trabalhador.
d) A Constituição de 1969, mesmo incorporando as medidas dos Atos Institucionais, se revelou 
mais atenta aos direitos humanos que a Constituição de 1967.
Letra b.
Viu que com nosso resuminho você responderia facilmente esta questão?! Alternativa B está 
correta, pois lembre-se que nos altos e baixos dos Direitos Humanos em nossas Constituições, 
a de 1967 foi uma das que mais retrocederam na proteção desses direitos.
1.3. FunDamentOs e PrinCíPiOs De PrOteçãO DOs DireitOs HumanOs 
na CF/1988
Desde os primeiros artigos, o  constituinte já apresenta o posicionamento do Estado 
brasileiro na defesa e proteção dos Direitos Humanos. No artigo 1º são apresentados os 
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fundamentos da República Federativa do Brasil, que muitos memorizam pelo mnemônico: 
SoCiDiVaPlu. Veja:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Veja que o fundamento que nos interessa diretamente é o da dignidade da pessoa humana, 
considerada núcleo de irradiação dos direitos humanos. Todavia, os  demais fundamentos 
possuem uma conotação relacionada aos Direitos Humanos na medida em que:
• a soberania será defendida como poder político supremo, a  partir do qual o Estado 
poderá ser responsabilizado por eventuais violações desses direitos;
• a cidadania que representa a participação política dos indivíduos, inclusive no controle 
da implementação dos direitos e apresentação de novas demandas sociais;
• os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa busca conciliar os direitos sociais 
com a necessidade de crescimento econômico, estabelecendo, portanto, alguns limites 
ao mercado de trabalho;
• o pluralismo político na determinação do respeito a diversidade de opiniões dentro do 
preceito das liberdades clássicas.
Cuidado para não confundir os fundamentos do artigo 1º com os objetivos fundamentais 
do artigo 3º da CF/1988:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação.
Chamo a atenção para o fato de que todos esses objetivos têm ligação com a busca pela 
defesa e promoção dos Direitos Humanos, afinal, somente com um Estado desenvolvido e sem 
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DIREITOS HUMANOS
discriminação que poderemos alcançar a igualdade de oportunidades que levará a concreti-
zação da dignidade humana.
Os fundamentos e objetivos fundamentais de nossa República devem estar alinhados com 
a atuação do Brasil no âmbito internacional. Pois bem, o artigo 4º da CF/1988 menciona al-
guns dos princípios que orientam o Brasil em suas relações internacionais. Dentre eles está o 
inciso II que apresenta a “prevalência dos direitos humanos”, deixando clara posição brasileira 
de eventual sacrifício em observância aos Direitos Humanos. Veja que este princípio é inédito 
no histórico das Constituições brasileiras, demonstrando o reconhecimento e apoio do Brasil 
à humanização do Direito Internacional.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes 
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Chegamos ao artigo 5º da CF/1988! Todavia, não pretendo trabalhar com vocês todos os 
incisos deste artigo, visto que provavelmente já foi estudado na disciplina do Direito Constitu-
cional. Atenção, recomendo a leitura atenta desses incisos pois existe uma cobrança impor-
tante dos mesmos nos Exames da OAB. Observem essa questão:
QuestãO 3 (FGV/OAB UNIFICADO NACIONAL – XXI EXAME/2016) Maria é aluna do sexto 
período do curso de Direito. Por convicção filosófica e política se afirma feminista e é reconhe-
cida como militante de movimentos que denunciam o machismo e afirmam o feminismo como 
ideologia de gênero.
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DIREITOS HUMANOS
Após um confronto de ideias com um professor em sala de aula e de chamá-lo de machista, 
Maria é colocada pelo professor para fora de sala e, posteriormente, o mesmo não lhe dá a 
oportunidade de fazer a vista de sua prova para um eventual pedido de revisão da correção, 
o que é um direito previsto no regimento da instituição de ensino.
Em função do exposto, e com base na Constituição da República, assinale a afirmativa correta.
a) Maria foi privada de um direito por motivo de convicção filosófica ou política e, portanto, 
as autoridades competentes da instituição de ensino devem assegurar a ela o direito de ter 
vista de prova e, se for o caso, de pedir a revisão da correção.
b) Houve um debate livre e legítimo em sala de aula e a postura do professor pode ser conside-
rada “dura”, mas não implicou nenhum tipo de violação de direito de Maria.
c) Embora tenha havido um debate acerca de uma questão que envolve convicção filosófica ou 
política, não houve privação de direito já que a vista de prova e o eventual pedido de revisão da 
correção está contido apenas no regimento da instituição de ensino e não na legislação pátria.
d) A solução do impasse instaurado entre a aluna e o professor somente pode acontecer me-
diante o diálogo entre as duas partes, em que cada um considere seus eventuais excessos, 
uma vez que o que houve foi um mero desentendimento e não uma violação de direito por 
convicçãofilosófica ou política.
Letra a.
Conforme mencionado, esta questão encontra fundamento na literalidade do artigo 5º VIII da 
CF/1988:
ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou polí-
tica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir 
prestação alternativa, fixada em lei;
Gabarito então, letra A. Mas perceba que com bom senso e compreensão da razão de existir dos 
Direitos Humanos para concretização da dignidade humana, as demais alternativas poderiam 
ser eliminadas, não havendo limite normativo para a observância desses preceitos. Caberia 
inclusive um mandato de segurança!
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DIREITOS HUMANOS
Além disso, lembrem-se que os direitos e garantias individuais são apresentados como 
cláusulas pétreas:
Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.
O que nos interessa de modo mais específico são os parágrafos do artigo 5º que traz as 
especificidades do tratamento constitucional em relação aos Direitos Humanos.
1.4. tratamentO PriOritáriO Das temátiCas De DireitOs HumanOs
O foco que gostaria de dar está nos parágrafos do artigo 5º. Sugiro, portanto, que você grife 
com a cor mais importante e procedam a algumas marcações. Veja:
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
Este parágrafo é um clássico! Já estudado entre as características dos Direitos Humanos, 
ele reafirma a efetividade de tais preceitos, deixando claro que tais normas independem de 
outros atos normativos ou “vontade política” para serem aplicadas.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regi-
me e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa 
do Brasil seja parte.
Mais um ponto essencial! A lista de direitos e garantias do artigo 5º é meramente exem-
plificativa e não taxativa. Mais uma vez reforça o caráter aberto dos Direitos Humanos e reco-
nhece aos tratados internacionais sobre a matéria o status material de norma constitucional. 
Afinal, pelo conteúdo da norma, ela será constitucional, mas não passou pelo processo formal 
de incorporação na mesma. Até que veio a Emenda Constitucional n. 45/2004 e introduziu os 
parágrafos 3º e 4º.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
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DIREITOS HUMANOS
Este parágrafo oferecendo aos tratados em Direitos Humanos a possibilidade de serem 
além de materialmente constitucionais, pelo conteúdo da norma (§ 2º), formalmente consti-
tucionais, desde que aprovados com o mesmo quórum das emendas constitucionais. Como 
dica para memorização desse quórum de aprovação guardem:
Quórum EC = 2235
2 casas, 2 turnos, 3/5 dos votos.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifes-
tado adesão. (Crimes imprescritíveis e sem reserva)
Por fim, temos o parágrafo 4º que menciona a submissão do Brasil ao Tribunal Penal Inter-
nacional (TPI) estabelecido em 2002 a partir do Estatuto de Roma que prevê o julgamento de 
indivíduos por quatro tipos penais:
Crimes GHUGA
Crimes de guerra
Crimes contra a humanidade
Genocídio
Crime de agressão
Lembrando que o Estatuto de Roma amplia o rol de crimes imprescritíveis para além do 
crime de racismo e ação de grupos armados, civis ou militares, previstos nos incisos XLII e 
XLIV do artigo 5º. Além disso, o Estatuto não admite reservas, devendo o Brasil aceitar inclusi-
ve a pena de prisão perpétua prevista no Estatuto e vedada em sua Constituição.
Mas, professora, isso não seria inconstitucional?
Não! Visto que a pena será cumprida em jurisdição que admite tal pena. Vale ainda 
mencionar que brasileiro NATO pode ser entregue ao TPI!
Essa classificação de crimes imprescritíveis já foi cobrada em Exame da OAB, veja:
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QuestãO 4 (FGV/OAB UNIFICADO NACIONAL – IV EXAME/2011) Determinado congres-
sista é flagrado afirmando em entrevista pública que não se relaciona com pessoas de etnia 
diversa da sua e não permite que, no seu prédio residencial, onde atua como síndico, pessoas 
de etnia negra frequentem as áreas comuns, os elevadores sociais e a piscina do condomínio. 
Ciente desses atos, a ONG TudoAfro relaciona as pessoas prejudicadas e concita a represen-
tação para fins criminais com o intuito de coibir os atos descritos. À luz das normas constitu-
cionais e dos direitos humanos, é correto afirmar que
a) o crime de racismo é afiançável, sendo o valor fixado por decisão judicial.
b) o prazo de prescrição incidente sobre o crime de racismo é de vinte anos.
c) nos casos de crime de racismo, a pena cominada é de detenção.
d) o crime de racismo não está sujeito a prazo extintivo de prescrição.
Letra d.
Questão tranquila e baseada nos incisos do artigo 5º não é mesmo?! Gabarito letra D de acor-
do com o inciso XLII: “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito 
à pena de reclusão, nos termos da lei;”.
Deixo aqui pra vocês uma dica importante em relação a esses crimes inafiançáveis e 
imprescritíveis:
CUIDADO!
A partir dos incisos do artigo 5º:
XLII: “a prática do racismo constitui crime inafiançável e im-
prescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;”
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XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de 
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entor-
pecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como cri-
mes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os exe-
cutores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de 
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitu-
cional e o Estado Democrático;
TODOS os crimes mencionados nos incisosacima são ina-
fiançáveis, mas nem todos são imprescritíveis e suscetíveis 
de graça ou anistia. Veja a tabela:
RAÇÃO (Racismo e ação de grupos armados)
Inafiançáveis
Imprescritíveis
3T1H (Terrorismo, tráfico ilícito de entorpecentes, 
tortura e hediondos)
Inafiançáveis
Insuscetíveis de graça ou 
anistia
1.5. status nOrmativO DOs trataDOs em DireitOs HumanOs
Esse é um dos pontos mais cobrados não somente na OAB, mas em outros certames e 
concursos! Feita a análise dos parágrafos do artigo 5º, chamo a atenção para o entendimento 
jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal em relação ao status normativo dos tratados em 
Direitos Humanos. Você gosta de história?! Lá vem uma das boas!
Antes da Emenda Constitucional 45/2004, os  tratados em direitos humanos eram apli-
cados como norma infraconstitucional, mas com um reconhecimento de sua materialidade 
como norma constitucional. Todavia, com a Emenda, os tratados que foram sendo ratificados 
puderam ser incorporados como norma constitucional, formalmente falando.
Professora, muitos tratados foram incorporados como emenda constitucional?
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A resposta é não! Até hoje, só temos dois tratados incorporados como Emenda 
Constitucional:
• em 25 de agosto de 2009, o governo brasileiro, por meio do Decreto n. 6.949, promulgou 
a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Proto-
colo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007;
• em 8 de outubro de 2018, o governo brasileiro, por meio do Decreto n. 9.522, promul-
gou o Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às Pessoas 
Cegas, com Deficiência Visual ou com outras Dificuldades para Ter Acesso ao Texto 
Impresso, concluído no âmbito da Organização Mundial da Propriedade Intelectual 
(OMPI), celebrado em Marraqueche, em 28 de junho de 2013.
Professora, e como ficam os tratados ratificados antes da EC n. 45/2004? E os tratados pós-
-EC n. 45/2004 que não alcançaram o quórum de aprovação como emenda constitucional?
A resposta a estas questões veio da jurisprudência do STF no caso da “Prisão do Deposi-
tário Infiel”.
Desde 1977, o  STF, no julgamento do Recurso Extraordinário n.  80.004, firmou o enten-
dimento de que os tratados internacionais estão em paridade com a lei federal. Em 1995, 
o STF confirmou seu entendimento no julgamento de um habeas corpus em caso relativo à 
prisão civil de depositário infiel. O julgamento do HC n. 72.131-RJ tratou da interpretação do 
art. 7º do Pacto de São José da Costa Rica e de sua obrigatoriedade no ordenamento interno. 
Por votação não unânime, o STF decidiu que inexiste qualquer primazia hierárquico-normativa 
dos tratados internacionais sobre o direito positivo brasileiro.
Todavia, com a incorporação do §3º no art. 5º, que declarava que os tratados de direitos 
humanos aprovadas, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, seriam equivalentes às emendas à Constituição, o STF 
teve que rever seu posicionamento no julgamento do RE n. 466.343, em novembro de 2006.
Neste caso, o indivíduo estava preso, acusado de ser depositário infiel com base no art. 5º 
LXVII: “não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntá-
rio e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel”.
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Todavia, o  Brasil ratificou e internalizou em 1992 a Convenção Americana de Direitos 
Humanos ou Pacto de San José da Costa Rica que em seu artigo 7.7 prevê: “Ninguém deve ser 
detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente 
expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.”
E agora? O que deve prevalecer? O preceito constitucional ou a Convenção Americana?
Neste caso, a  Corte estabeleceu que tratados anteriores a 2004 possuem o status de 
supralegalidade ficando acima da lei ordinária, mas abaixo da Constituição Federal. Sendo 
assim, a prisão do depositário infiel, vedada pelo art. 7º do Pacto de San José, também deve ser 
proibida no ordenamento jurídico nacional. Em relação ao texto positivado na Constituição ele 
não foi modificado, porque a Convenção Americana não tem status de emenda constitucional, 
mas foi estabelecido um efeito paralisante, sendo mantido o texto, mas sem aplicabilidade. 
A questão sobre prisão civil de depositário infiel foi resolvida em dezembro de 2009 e veja um 
trecho do voto do Ministro Cezar Peluso que resume bem o entendimento da Corte:
Desde a adesão do Brasil, sem qualquer reserva, ao Pacto Internacional dos Direitos Civis 
e Políticos (art. 11) e à Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de San José 
da Costa Rica (art. 7º, 7), ambos no ano de 1992, não há mais base legal para prisão civil 
do depositário infiel, pois o caráter especial desses diplomas internacionais sobre direitos 
humanos lhes reserva lugar específico no ordenamento jurídico, estando abaixo da Consti-
tuição, porém acima da legislação interna. O status normativo supralegal dos tratados inter-
nacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil torna inaplicável a legislação infracons-
titucional com ele conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de adesão. (RE 466.343, 
Rel. Min. Cezar Peluso, voto do Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3-12-08, DJE de 5-6-09)
Após este caso o STF aprovou por unanimidade a Súmula Vinculante n. 25 que afirma: “É 
ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito”.
Posicionamento do STF em resumo:
• tratados em Direitos Humanos aprovados com quórum de emenda constitucional 
(2235): possuem status de emenda constitucional, no mesmo patamar hierárquico da 
Constituição Federal;
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• tratados em Direitos Humanos aprovados com quórum de norma infraconstitucional 
(maioria simples): possuem status de norma supralegal, em ponto intermediário, acima 
das leis, abaixo da Constituição Federal;
• demais tratados em geral: possuem status de norma infraconstitucional.
Vejamos aqui duas questões que cobraram esse ponto:
QuestãO 5 (FGV/OAB UNIFICADO NACIONAL – IV EXAME/2011) Em 2010, o Congresso 
Nacional aprovou por Decreto Legislativo a Convenção Internacional sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência. Essa convenção já foi aprovada na forma do artigo 5º, §  3º, da 
Constituição, sendo sua hierarquia normativa de
a) lei federal ordinária.
b) emenda constitucional.
c) lei complementar.
d) status supralegal.
Letra b.
Questão tranquilinha não é mesmo?! Afinal o enunciado já menciona que a Convençãofoi apro-
vada no quórum do art 5º par. 3º (2235), logo ela só poderá ser emenda constitucional, letra B
QuestãO 6 (FGV/OAB UNIFICADO NACIONAL – XIII EXAME/2014) Considere a seguinte in-
formação jurisprudencial: “Súmula Vinculante n. 25 do STF: É ilícita a prisão civil de depositário 
infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.” Os debates no STF que levaram à altera-
ção de sua própria jurisprudência e à adoção da Súmula acima consagraram a prevalência do 
Pacto de São José da Costa Rica e de sua proibição de prisão civil (Artigo 7º, item 7, do Pacto).
Assinale a opção que contém a tese majoritária que fundamentou a decisão do STF.
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a) A natureza supraconstitucional das Convenções de Direitos Humanos já que estas são uni-
versais e possuem força vinculante.
b) A natureza constitucional das Convenções de Direitos Humanos que no Brasil decorre do 
Artigo 5º, § 2º, da Constituição de 1988.
c) A natureza supralegal das Convenções de Direitos Humanos que faz com que elas sejam 
hierarquicamente superiores ao código civil e ao de processo civil.
d) A natureza de lei ordinária das Convenções de Direitos Humanos, considerando que lei 
posterior revoga lei anterior.
Letra c.
Mais uma questão que pede o conhecimento da jurisprudência do STF que estabelece justa-
mente que a natureza supralegal dos tratados em direitos humanos garante seu status abaixo 
da Constituição e acima das normas infraconstitucionais, portanto letra C.
1.6. ações aFirmativas na PrOmOçãO DOs DireitOs HumanOs
Importantes mecanismos de promoção dos Direitos Humanos são as ações afirmativas re-
alizadas pelo Estado buscando proteger grupos de pessoas que foram prejudicadas historica-
mente. As pessoas nascem iguais, mas ao longo da vida não possuem as mesmas oportunida-
des de gozo e fruição de direitos, aumentando as desigualdades sociais. Nesse aspecto faz-se 
necessário a implementação de uma discriminação positiva, que buscará a igualdade social de 
oportunidades e fruição dos Direitos Humanos. Como exemplo temos as cotas raciais e sociais.
A Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
Racial (1965) constitui um importante tratado internacional que busca o comprometimento 
dos Estados com o acesso de direitos independente da raça, cor ou nacionalidade. O Brasil 
estabeleceu a lei 12.288/10, conhecida como Estatuto da Igualdade Racial, seguindo estes 
preceitos internacionais. Este Estatuto é bastante cobrado, tendo em vista a importância do 
trabalho do advogado na defesa do instrumento. Veja esta questão:
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QuestãO 7 (FGV/OAB – EXAME DE ORDEM UNIFICADO – XXVIII – PRIMEIRA FASE/2019) 
Você foi procurada, como advogada, por um pequeno grupo de estudantes negros que cursa 
o terceiro ano do ensino médio em uma escola particular. Os estudantes relatam que se sen-
tem violados na sua cultura, porque os programas das disciplinas pertinentes não tratam de 
temas ligados à História da África e da população negra no Brasil. Indagam a você, como ad-
vogado(a), se a Escola não teria a obrigação de fazê-lo. Nesse caso, com base no Estatuto da 
Igualdade Racial, assinale a opção que apresenta a resposta correta a ser dada aos alunos.
a) O estudo de temas ligados à história da população negra na África e no Brasil e da cultura afro-
-brasileira é importante no sentido ético, mas não há obrigação legal das escolas nesse sentido.
b) As escolas públicas devem promover o estudo da História da África e da história da população 
negra no Brasil, mas esse dever não se estende aos estabelecimentos privados de ensino que 
possuem autonomia na definição de seus currículos.
c) A adoção de conteúdos referentes à cultura afro-brasileira, bem como aqueles referentes à 
história da população negra no Brasil, depende de determinação dos Conselhos de Educação, 
seja o Conselho Nacional, sejam os respectivos Conselhos Estaduais.
d) As escolas de ensino fundamental e médio devem promover o estudo da História da África 
e da história da população negra no Brasil, bem como da cultura afrobrasileira, o que deve 
ocorrer no âmbito de todo o currículo escolar.
Letra d.
Esta questão cobrou o conhecimento do artigo 11 da Lei n. 12.288/2010, Estatuto da Igual-
dade Racial:
Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, é obri-
gatório o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil, observado o 
disposto na Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
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§ 1º Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no âmbito 
de todo o currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, 
econômico, político e cultural do País.
Todavia, considera-se que mesmo sem conhecer tal literalidade, o candidato seria capaz de 
gabaritar por eliminação de alternativas que não estão alinhadas com a base teórica já estuda-
da. Afinal, a observância desses direitos é de todos, público ou privado, que possui aplicação 
imediata, não dependendo de decisões de Conselhos.
Vale lembrar três importantes conceitos do Estatuto da Igualdade Racial (art.  1º) que 
podem ser cobrados:
I – discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada 
em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o 
reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades 
fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida 
pública ou privada;
II – desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, 
serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou 
origem nacional ou étnica;
III – desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a 
distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais;
As ações afirmativas encontram fundamentos constitucionais sobretudo nos seguintes 
incisos já estudados e que devem ser marcados em sua Constituição:
• art. 1º, III – a dignidade da pessoa humana;
• art. 3º, IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, ida-
de e quaisquer outras formas de discriminação.
• art. 4º, II – prevalência dos direitos humanos;
• art. 5º, § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais 
em que a RepúblicaFederativa do Brasil seja parte.
Lembrando que tais medidas:
• NÃO podem ser permanentes, devem ser revistas periodicamente;
• NÃO significam discriminações vedadas no artigo 19 III da CF/1988: 
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É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
1.7. intervençãO FeDeral
Em tempos de flagrante violação de Direitos Humanos, temos a intervenção federal como 
importante mecanismo na defesa deles. Tal instrumento está previsto na Constituição:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I – manter a integridade nacional;
II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de 
força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos 
prazos estabelecidos em lei;
VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a 
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços 
públicos de saúde.
Intervenção federal deve ser entendida como uma exceção ao princípio de independência 
entre União, Estados e Distrito Federal. Para isso, considera-se o princípio da proporcionalidade 
que apresentará uma avaliação em relação a adequação, necessidade e proporcionalidade 
das medidas de intervenção. Lembrando que nestes casos as vantagens devem superar as 
desvantagens.
1.8. FeDeralizaçãO DOs Crimes POr viOlaçãO DOs DireitOs HumanOs
Este é um dos pontos mais cobrados nos Exames da OAB! Estamos falando dos requisitos 
para o Incidente de Deslocamento de Competência para a Justiça Federal (IDC). Veja a literali-
dade do artigo 109 V-A, § 5º:
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Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o  Procurador Geral da República, com a 
finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de 
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Jus-
tiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para 
a Justiça Federal.
A melhor forma de memorizar os requisitos para o IDC é pela proposição de questões:
1. Situação fática? Grave violação de direitos humanos.
2. Quem? Procurador Geral da República.
3. Para que? assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacio-
nais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte.
4. Onde? Superior Tribunal de Justiça.
5. Quando? em qualquer fase do inquérito ou processo.
Professora, mas para que esse deslocamento de competência?
O Brasil assumiu compromissos no âmbito internacional e caso descumpra poderá ser 
responsabilizado. Ou seja, em caso de violação de direitos humanos não será o estado ou o 
município responsabilizado e sim o Estado brasileiro. Sendo assim, se for verificado o perigo 
do tratamento da violação nos níveis estaduais ou municipais, tais processos ou investigações 
podem ser repassados para a competência federal que possui teoricamente meios mais efeti-
vos para fazê-los.
Veja cinco questões que já abordaram esse tema:
QuestãO 8 (FGV/OAB UNIFICADO NACIONAL – V EXAME/2011) No âmbito dos direitos 
humanos, a respeito do Incidente de Deslocamento de Competência, instituído pela Emenda 
Constitucional 45, assinale a alternativa correta.1
a) Para assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de 
direitos humanos de que o Brasil seja parte, o Procurador-Geral da República pode suscitar, 
1 Letra a.
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perante o Superior Tribunal de Justiça, incidente de deslocamento de competência para a 
Justiça Federal, nas hipóteses de graves violações aos direitos humanos.
b) O incidente de deslocamento de competência, embora garanta o cumprimento de obriga-
ções do Estado brasileiro em relação aos tratados internacionais de direitos humanos, não 
está relacionado com a razoável duração do processo para a consecução da finalidade de 
efetiva proteção dos direitos humanos.
c) Pelo incidente de deslocamento de competência, a Justiça Federal só julgaria os casos rela-
tivos aos direitos humanos após o Brasil ser responsabilizado internacionalmente.
d) O incidente de deslocamento de competência se efetiva contrariamente ao princípio do 
federalismo cooperativo por não obedecer à hierarquia de competência para julgamento dos 
crimes comuns, mesmo no âmbito de ferimento aos direitos humanos.
QuestãO 9 (FGV/OAB UNIFICADO NACIONAL – XII EXAME/2013) Segundo informações do 
Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), no Brasil, nos últimos 20 anos, 70% os casos de as-
sassinatos a jornalistas ficaram impunes. O CPJ contabilizou 23 assassinatos entre 1992 e 2012, 
sendo quatro ocorreram de janeiro a abril de 2012. Desse total, quatorze não foram punidos. Diante 
desse quadro, sindicatos de jornalistas de vários estados brasileiros propuseram à Secretaria de 
Direitos Humanos do Governo Federal a federalização da investigação desses crimes, porque, se-
gundo esses sindicatos, tais crimes caracterizam graves violações de Direitos Humanos.
Para que a investigação e o julgamento de tais violações sejam federalizados é necessário 
que fique demonstrado que se trata de grave violação de Direitos Humanos afirmados em 
Tratados internacionais, dos quais o Brasil seja parte e pode, por isso mesmo, responder diante 
de instâncias internacionais. Além disso, é preciso que2
a) os familiares das vítimas entrem com o pedido de incidente de deslocamento de competência 
perante o STJ que deve julgá-lo favoravelmente.
b) os familiares das vítimas entrem com um mandado de segurança perante o STF que deve 
julgá-lo favoravelmente.
c) as autoridades locais entrem com o pedido de incidente de deslocamento de competência 
perante o STJ que deve julgá-lo favoravelmente.
2 Letra d.
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d) o Procurador Geral da República entre com o pedido de incidente de deslocamento de com-
petência perante o STJ que deve julgá-lo favoravelmente.
QuestãO 10 (FGV/OAB UNIFICADO NACIONAL – XIV EXAME/2014) Em maio de 1996, 
o Brasil instituiu seu primeiro Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 1). Na Introdu-
ção do PNDH 2, adotado em maio de 2002, vem escrito o seguinte:
“Entre as principais medidas legislativas que resultaram de proposições do PNDH figuram... 
a transferência da justiça militar para a justiça comum dos crimes dolosos contra a vida prati-
cados por policiais militares (Lei n. 9.299/1996), que permitiu o indiciamento e o julgamento de 
policiais militares em casos de múltiplas e graves violações como os do Carandiru, Corumbiara 
e Eldorado dos Carajás; a tipificação do crime de tortura (Lei n. 9.455/1997), que constituiu 
marco referencial para o combate a essa prática criminosa no Brasil; e a construção da propos-
ta de reforma do Poder Judiciário, na qual se inclui, entre outras medidas destinadas a agilizar 
o processamento dos responsáveis por violações, a chamada ‘federalização’ dos crimes de 
direitos humanos.”
Em relação ao último ponto descrito, é correto dizer que a federalização contra os crimes de 
direitos humanos pode ocorrer apenas no seguinte caso:3
a) havendo indício de violação de direitos humanos previstos na legislação nacional ou nos 
tratados internacionais.
b) havendo grave violação de direitos humanos previstos nos tratados internacionais de direi-
tos humanos dos quais o Brasil seja parte.
c) havendo violação das leis protetivas dos direitos humanos, tais quais as leis citadas na In-
trodução do PNDH 2.
d) havendo grave violação dos direitos humanos previstos na Constituição Federal.
QuestãO 11 (FGV/OAB UNIFICADO NACIONAL – XVIII EXAME/2015) O STJ decidiu, no dia 
10/12/2014), que uma causa relativa à violação de Direitos Humanos deve passar da Justiça 
Estadual para a Justiça Federal, configurando o chamado Incidente de Deslocamento de Com-
petência. A causa trata do desaparecimento de três moradores de rua e da suspeita de tortura 
3 Letra b.
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contra um quarto indivíduo. Desde a promulgação da Emenda n. 45, em 2004, essa é a terceira 
vez que o STJ admite o Incidente de Deslocamento de Competência.
De acordo com o que está expressamente previsto na Constituição Federal, a finalidade desse 
Incidente é o de4
a) garantir o direito de acesso à Justiça.
b) assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de Direitos 
Humanos dos quais o Brasil seja parte.
c) combater a morosidade de órgãos da Administração Pública e do Poder Judiciário.
d) combater a corrupção em entes públicos dos Estados e do Distrito Federal.
QuestãO 12 (FGV/OAB UNIFICADO NACIONAL – XXVI EXAME/2018) No estado em que 
você reside há cerca de quinze anos, cinco homens foram assassinados por tiros disparados 
por pessoas encapuzadas. Houve uma alteração da cena do crime, sugerindo a mesma forma 
de atuação de outros assassinatos que vinham sendo praticados por um grupo de extermínio 
que contaria com a participação de policiais.
Na época, a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar os fatos, mas concluiu pela ausência 
de elementos suficientes de autoria, encaminhando os autos ao Ministério Público, que pediu 
o arquivamento do caso. A Justiça acolheu o pedido e alegou não haver informações sobre 
autoria, motivação ou envolvimento de policiais.
Segundo opinião de especialistas, a apuração policial do caso foi prematuramente interrompida. 
A Polícia Civil teria deixado de realizar diligências imprescindíveis à elucidação da autoria do 
episódio. Manter o arquivamento do inquérito, sem a investigação adequada, significaria rati-
ficar a atuação institucionalmente violenta de agentes de segurança pública e, consequente-
mente, referendar grave violação de direitos humanos.
Para a hipótese narrada, como advogado de uma instituição de direitos humanos, assinale a 
opção processual prevista pela Constituição da República.5
a) O MPF deve ingressar com ação diretamente no Supremo Tribunal Federal para assegurar 
o direito de acesso à justiça.
4 Letra b.
5 Letra c.
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b) O advogado deve apresentar pedido de avocatória no Superior Tribunal de Justiça, a fim de 
que se garanta a continuidade das investigações.
c) O Procurador Geral da República deve suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, 
incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.
d) O advogado deve ajuizar ação competente junto à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Letra c.
Observe que para a resolução das cinco questões o fundamento será o mesmo! A literalidade 
do art. 109 V-A, § 5º:
Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o  Procurador Geral da República, com a 
finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de 
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Jus-
tiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para 
a Justiça Federal.
Veja se você gabaritou as três, marcando A, D, B, B e C respectivamente.
1.9. tratamentO DOs QuilOmBOlas nOs aDCt
Por fim temos o artigo 68 dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) 
sobre a propriedade das terras ocupadas por comunidades quilombolas:
Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é 
reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
Professora? Quilombolas e Índios são a mesma coisa?
Claro que não! Inclusive existe uma diferença importante em relação a propriedade que 
cada um deles ocupa. No caso dos Índios, a propriedade ocupada continua sendo da União, 
conforme o artigo 20 XI da CF/1988. Já as comunidades dos quilombos possuem a proprie-
dade definitiva que deve ser reconhecida pelo Estado com a emissão dos títulos respectivos.
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Veja três questões sobre este ponto que seriam respondidas simplesmente pelo conheci-
mento da literalidade do artigo 68 ADCT:
QuestãO 13 (FGV/OAB UNIFICADO NACIONAL – VII EXAME/2012) A população do Qui-
lombo da Cachoeirae da Pedreira é surpreendida com o lançamento do “Centro de Lançamen-
to de Foguetes da Cachoeira e da Pedreira” e pelo consequente processo de desapropriação 
do local de moradia das populações tradicionais. Os quilombolas procuram o Governo Federal, 
que se recusa em conferir os títulos de propriedade definitiva para a comunidade. Segundo o 
Sistema Interamericano de Direitos Humanos, é correto afirmar:6
a) Como a questão versa sobre propriedade privada, questão não abordada pelo Pacto de São José 
da Costa Rica, a população do Quilombo da Cachoeira e da Pedreira terá sua petição inadmitida 
pela falta de cumprimento do requisito previsto na Convenção Americana de Direitos Humanos.
b) Como o caso em tela versa sobre o direito do Estado sobre o seu território, a Soberania 
do Estado prevalece, e a população do Quilombo da Cachoeira e da Pedreira terá sua peti-
ção inadmitida pela falta de cumprimento do requisito previsto na Convenção Americana de 
Direitos Humanos.
c) Como o caso versa sobre discriminação racial, a população do Quilombo da Cachoeira e 
da Pedreira deverá estar representada por uma entidade não governamental que seja reco-
nhecida em um ou mais Estados‐membros da Organização dos Estados Americanos, e que 
inclua em suas finalidades institucionais o combate ao racismo, para apresentar à Comissão 
Interamericana de Direitos Humanos a petição que contém denúncia ou queixa de violação da 
Convenção Americana de Direitos Humanos por um Estado‐parte.
d) Como a questão versa, também, sobre a proteção da família, a população do Quilombo da 
Cachoeira e da Pedreira poderá protocolar, diretamente por seus indivíduos ou representada 
por uma entidade não governamental que seja reconhecida em um ou mais Estados‐membros 
da Organização dos Estados Americanos, a petição que contém denúncia ou queixa de viola-
ção da Convenção Americana de Direitos Humanos por um Estado‐parte à Comissão Interame-
ricana de Direitos Humanos.
6 Letra d.
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QuestãO 14 (FGV/OAB UNIFICADO NACIONAL – XIV EXAME/2014) Em 2014, em pelo 
menos 24 Estados do Brasil, estavam cadastradas mais de 3.500 comunidades quilombolas. 
As comunidades quilombolas são grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, 
com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas e com ancestrali-
dade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.
O constituinte brasileiro reconheceu a identidade dos quilombolas e, especificamente, seu 
direito fundamental à7
a) expressão cultural e artística.
b) educação em escolas próprias.
c) prática religiosa e litúrgica conforme suas tradições.
d) propriedade definitiva das terras que estejam ocupando.
QuestãO 15 (FGV/OAB UNIFICADO NACIONAL – XXIV EXAME/2017) Você, como advoga-
da(o) que atua na defesa dos Direitos Humanos, foi chamada(o) para atuar em um caso em que 
há uma disputa pela terra entre produtores rurais e uma comunidade quilombola. Você sabe que, 
de acordo com o Decreto n. 4.887/2003 do Governo Federal, “consideram-se remanescentes das 
comunidades dos quilombos, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto atribuição, com 
trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ances-
tralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida”.
Em relação a essas pessoas remanescentes de quilombos, é correto dizer que a Constituição 
Federal de 1988
a) assegura o direito às suas tradições, mas não garante a propriedade da terra ocupada 
por elas.
b) prevê o direito à consulta aos quilombolas sempre que houver proposta oficial de explora-
ção de riquezas minerais de suas terras.
c) afirma o direito à posse da terra quando ocupada de boa fé por esses grupos.
d) reconhece a propriedade definitiva das terras que estejam ocupando, cabendo ao Estado a 
emissão dos títulos respectivos.
7 Letra d.
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Letra d.
Conseguiram responder? Tenho certeza que sim! E o gabarito é o mesmo para as três questões: 
letra D!
2. a DeFesa DOs DireitOs HumanOs De GruPOs vulneráveis
Conforme estudamos na aula passada, existem Convenções Gerais e especiais que ofe-
recem direitos específicos para grupos que em geral por razões históricas necessita de um 
tratamento diferenciado, sendo estabelecidas regras específicas para eles.
Quando abordamos as ações afirmativas abordamos o grupo específico protegido pelo 
Estatuto da Igualdade Racial, que merece estar entre as leis secas a serem estudadas pelos 
senhores. Além disso, no tópico anterior estudamos a situação específica das Comunidades 
Quilombolas que também possuem vulnerabilidade por razões históricas e necessidade de 
manutenção desses grupos. Nesta segunda parte vamos, portanto, trabalhar os demais gru-
pos cobrados nos Exames da OAB:
• deficientes;
• idosos;
• mulheres;
• crianças;
• índios;
• LGBT.
2.1. DeFiCientes
O grupo formado pelos deficientes é um dos que mais exigirá sua atuação como advogado 
na defesa dos Direitos Humanos. O reconhecimento da vulnerabilidade desse grupo está jus-
tamente na proteção especial que eles necessitam para concretizar os valores decorrentes de 
sua dignidade humana.
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Mas, professora, quem são os deficientes?
De acordo com a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 
de 2007 (art. 1º):
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, 
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua 
participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.
Fique muito atento(a) a este conceito pois ele está previsto em um dos dois tratados inter-
nalizados como Emenda Constitucional com o Dec. n. 6.946, de 2009. Chamo ainda a atenção 
dos senhores para a fase de defesa dos direitos dos deficientes relacionada a acessibilidade 
desses indivíduos. Por alguns anos, o viés estava na “cura” desses indivíduos. No entanto, hoje 
devemos aceitá-los como eles são e eliminar as barreiras que possam dificultar o acesso deles 
as mesmas oportunidades que as demais pessoas.
Inclusive, não é correto a utilização da terminologia “portador de deficiência”, visto que a 
deficiência não deve ser vista como uma capa que o indivíduo coloca e retira quando quiser. 
Todavia, como a maioria dos preceitos foi estabelecido antes da entrada desta nova fase, onde 
o mais importante é a acessibilidade de oportunidades de gozo de direitos a esses indivíduos, 
a maioria traz a terminologia ultrapassada.
A ConstituiçãoFederal de 1988 segue o mesmo entendimento da Convenção da ONU e 
convido os senhores a marcarem os seguintes artigos que podem ser cobrados:
• Art. 7º XXXI: “proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de 
admissão do trabalhador portador de deficiência;”
• Art. 37, VIII: “a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas 
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;”
• Art. 40, par. 4º, I: “É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a con-
cessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalva-
dos, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I portadores 
de deficiência;”
• Art. 203, IV e V: “A assistência social será prestada a quem dela necessitar, indepen-
dentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: IV – a habilitação 
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e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à 
vida comunitária; V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa por-
tadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.”
• Art. 208, III: “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: 
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencial-
mente na rede regular de ensino;”
• Art. 227, par. 2º: “A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifí-
cios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir 
acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.”
Além desses preceitos constitucionais, é importantíssimo marcar outras leis infraconstitu-
cionais sobretudo:
• Lei n. 10.048/2000: Dá prioridade de atendimento às pessoas com deficiência, os idosos 
com idade igual ou superior a 60 anos, as  gestantes, as  lactantes, as  pessoas com 
crianças de colo e os obesos.
Obs.: � Veja que o rol de prioridade vai além dos deficientes.
• Lei n. 10.098/2000: Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da 
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá 
outras providências.
Obs.: � Leitura atenta das definições do art. 2º.
Professora, quais outros artigos devo marcar?
Vamos resolver uma questão do Exame, e convido você a marcar os artigos que funda-
mentam a resolução da questão. Vamos fazer o seguinte: dê uma paradinha, pegue a Lei 
n. 10.098/2000 e proceda a leitura da lei seca. Feito isto vá para a questão. Preparado(a)?! 
Vamos lá!
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QuestãO 16 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO – VIII/2012) A Declaração Univer-
sal dos Direitos Humanos idealizou a figura do “ser humano livre”, caso fossem atendidos os 
elementos que criassem condições que permitissem que os indivíduos usufruíssem de direi-
tos econômicos, sociais e culturais, além dos civis e políticos. No Brasil, a Lei n. 10.098/2003 
criou mecanismos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência 
ou com mobilidade reduzida.
A respeito de tais disposições legais, as afirmativas a seguir estão corretas, à exceção de uma. 
Assinale-a.
a) A pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida é aquela que em caráter per-
manentemente, não temporário, tenha limitada sua capacidade de relacionar- se com o meio 
e de utilizá-lo.
b) O Programa Nacional de Acessibilidade dispõe de dotação orçamentária específica a fim de 
tratar de medidas de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade 
reduzida.
c) O Programa Nacional de Acessibilidade foi instituído no âmbito da Secretaria de Estado de 
Direitos Humanos do Ministério da Justiça.
d) Os edifícios de uso público, em que seja obrigatória a instalação de elevadores, devem aten-
der ao requisito de percurso acessível que una a edificação à via pública, exigindo-se o mesmo 
de edifícios de uso privado.
Letra a.
Primeiro detalhe importante é que o enunciado erra o ano da lei, percebeu? Professora então a 
questão tem que ser anulada. Não necessariamente, visto que o erro não está nas alternativas. 
Vamos então considerar que foi um erro de digitação e que a lei de referência é a 10.098/2000.
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Identificou o gabarito da questão? Cuidado hein, eles pedem alternativa incorreta e o candidato já 
gabarita pelo conhecimento da definição de deficiente que implica em mobilidade reduzida per-
manente ou temporariamente. Logo alternativa A é a incorreta e deve ser marcada. E as demais?
Vamos as marcações item a item!
a) Errada. A definição do art. 2º, III, de pessoa portadora deficiência ou com mobilidade reduzida 
é aquela que temporária ou permanentemente tem limitada sua capacidade de relacionar-se 
com o meio e de utilizá-lo.
b) Certa. Em conformidade com o art. 23:
A Administração Pública federal direta e indireta destinará, anualmente, dotação orçamentária para 
as adaptações, eliminações e supressões de barreiras arquitetônicas existentes nos edifícios de 
uso público de sua propriedade e naqueles que estejam sob sua administração ou uso.
c) Certa. Em conformidade com o art. 22:
É instituído, no âmbito da Secretaria de Estado de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, o Pro-
grama Nacional de Acessibilidade, com dotação orçamentária específica, cuja execução será disci-
plinada em regulamento.
d) Certa. Em conformidade com o art. 11: construção, ampliação ou reforma de edifícios pú-
blicos ou privados destinados ao uso coletivo deverão ser executadas de modo que sejam ou 
se tornem acessíveis às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. E no 
parágrafo único especifica:
Para os fins do disposto neste artigo, na construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou 
privados destinados ao uso coletivo deverão ser observados, pelo menos, os seguintes requisitos 
de acessibilidade:
II – pelo menos um dos acessos ao interior da edificação deverá estar livre de barreiras arquitetôni-
cas e de obstáculos que impeçam ou dificultem a acessibilidade de pessoa portadora de deficiência 
ou com mobilidade reduzida;
III – pelo menos um dos itinerários que comuniquem horizontal e verticalmente todas as dependên-
cias e serviços do edifício, entre si e com o exterior, deverá cumprir os requisitos de acessibilidade 
de que trata esta Lei.
A lei equipara edifícios públicos e privados e estabelece que as construções deverão ser aces-
síveis as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida tanto

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