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apostila economia

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FICHA CATALOGRÁFICA
FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ.
Núcleo de Educação a Distância; GUALASSI, Rodrigo Junior.
Economia. Rodrigo Junior Gualassi. Paranavaí - PR.: Fatecie, 2019. 91 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira da Silva.
UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2 Rua Candido Berthier Fortes, 2177, Centro Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102,
Saída para Nova Londrina Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.fatecie.edu.br
As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site ShutterStock
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AUTOR
)Prof. Esp. Rodrigo Jr. Gualassi
Possui pós-graduação em Gestão de Pessoas pelo Instituto Paranaense de Ensino de Maringá. Curso em andamento de especialização em EAD e Novas Tecnologias Edu- cacionais pela Unifatecie e membro do Conselho de Pesquisa e Extensão na Unifatecie. Graduado em processos gerenciais pela Unifatecie-Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná. Atualmente é professor de graduação na Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - Unifatecie e na Fapan-Faculdade de Paraíso do Norte, Paraná. Supervisor de tutoria na EaD Unifatecie. Professor conteudista/formador na EaD Unifatecie. Atuou como: Coordenador de pós-graduação na Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - Unifatecie; Professor de pós-graduação na Faculdade Alfa de Umuarama no estado do Paraná; Professor conteudista/formador na EaD - Unicesumar; Professor conteudista/formador na EaD - Uningá; Tutor de graduação na modalidade EaD do grupo Uninter; Professor conteudista/formador na VG assessoria - Maringá, Paraná. Trabalhou em departamento de recursos humanos em empresas de pequeno porte onde desenvolveu atividades envolvendo as áreas de planejamento estratégico, formalização de processos e desenvolvimento de equipes e resultados. Ministrou aulas em cursinhos preparatórios além de palestras e treinamentos no segmento empresarial. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Gestão de Pessoas. Colaborou como professor elaborador de itens do BNI-ENADE 2015 e, em 2018 como Revisor de Itens para o curso de processos gerenciais.
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APRESENTAÇÃO
 
DO
 
MATERIAL
)As empresas desempenham suas atividades de comércio, produção e serviços sob um contexto de comportamentos diferenciados dos consumidores, a existência da escassez de recursos, a falta ou excesso de demanda e oferta e a presença do estado regulamenta- do, incentivando e demandando. Desta forma a disciplina de economia torna-se necessária ao aluno por proporcionar condições de avaliar essa dinâmica de mercado e confrontar com a realidade da atividade empresarial onde atua.
Nesta nossa disciplina de economia contemplaremos na unidade I, os princípios da economia de forma que serão abordados os primórdios do pensamento econômico percor- rendo um caminho de correntes e pensamentos que levam até os tempos atuais.
Já na unidade II serão apresentados conceitos de economia, o problema econômico fundamental, os setores básicos da economia e os sistemas econômicos.
Na unidade III conceituaremos e contextualizaremos a microeconomia, compreen- deremos os tipos de análise microeconômica visando estabelecer a importância da apli- cação da sua análise. Conceituaremos e contextualizaremos demanda, oferta e equilíbrio de mercado com o objetivo de compreender demanda e oferta. Ao final da unidade III abordaremos os conceitos de teoria de mercado. Por fim, na unidade IV conceituaremos macroeconomia além de promover a compreensão dos objetivos da política macroeconô- mica. Apresentaremos os instrumentos de política macroeconômica e contextualizaremos os agregados macroeconômicos, além de conceituar e tipificar moeda e conceituar e com- preender a inflação.
Ao estudar este material esperamos capacitar o estudante a avaliar sistematicamen- te a atuação de todos os agentes econômicos que participam de um sistema econômico. Preparar o aluno para lidar com os conceitos e instrumentos básicos da teoria econômica, especialmente de Microeconomia, em que o administrador se baseia para tomar decisões empresariais, sobrelevando os aspectos das decisões dos agentes econômicos individuais: o consumidor e a firma, e como estes se relacionam nos mercados. Compreender a influên- cia do Estado sobre as empresas. Compreender as políticas e os impactos na demanda por meio da ampliação ou redução do crédito; moeda e inflação.
Aproveite seu material. Bons Estudos!
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SUMÁRIO
)UNIDADE I	6
Antecedentes Históricos da Economia
UNIDADE II	23
Introdução a Economia
UNIDADE III	42
Microeconomia
UNIDADE IV	66
Macroeconomia
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6
)
UNIDADE I
Antecedentes Históricos da Economia
Professor Esp. Rodrigo Jr. Gualassi
Plano de Estudo:
· PRECURSORES DA TEORIA ECONÔMICA
· MERCANTILISMO
· FISIOCRACIA
· LIBERALISMO
· TEORIA NEOCLÁSSICA
· TEORIA KEYNESIANA
· O PERÍODO RECENTE
Objetivos de Aprendizagem:
· Conceituar e contextualizar a história da economia.
· Compreender os períodos passados.
· Estabelecer a importância da história da economia para compreender o presente.
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INTRODUÇÃO
)Olá,
Este capítulo foi carinhosamente preparado para que você possa antes mesmo de ter contato com os assuntos econômicos mais próximos da nossa realidade, buscar compreender o porquê e como chegamos até aqui. Dessa forma passaremos cronologi- camente por períodos que remetem desde os primórdios da humanidade até os tempos atuais. Percorrendo por períodos como por exemplo na antiguidade quando percebidos alguns dos primeiros registros dos estudos econômicos a saber. É fato de que economia não é uma disciplina simples de se entendida, nem é nosso objetivo que você pense que é, por isso este material traz conteúdos de forma sucinta, considerando uma abordagem simples e objetiva acerca do que cada época passada gerou de conteúdo que possa hoje, ser amplamente estudado e além disso utilizado como base de uma ciência social que faz parte da vida de todos nós. Espero que goste.
Bons estudos!
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UNIDADE
 
I
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Antecedentes
 
Históricos
 
da
 
Economia
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Antecedentes
 
Históricos
 
da
 
Economia
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1 PRECURSORES DA TEORIA ECONÔMICA
Ao iniciar esse capítulo suponho que seja necessário esclarecer uma importante indagação: qual a necessidade de estudar sobre teoria da economia? Pensemos bem a esse respeito. Talvez você possa estar pensando que não existe necessidade, até mesmo porque poderia ser uma tremenda perda de tempo pesquisar algo que ocorreu a tanto tem- po, certo? Errado. Veja o que nos diz Nogami e Passos (2016, p. 7) acerca desse assunto:” como qualquer outra ciência, a Economia preocupa-se com a previsão e a explicação de fenômenos. Para tanto, utiliza-se de teorias. Em economia, construir teorias significa extrair conhecimentos sobre o funcionamento do sistema econômico”. E essas teorias servem como base para as próximas que poderão surgir.
Uma vez que entende-se a importância de tal pesquisa histórica, passamos a partir de agora então, aos fatos que merecem destaque ao longo do tempo.
Nunca é demais frisar que o objetivo do estudo da Ciência Econômica é analisar os problemas econômicos e formular soluções para resolvê-los, de forma a melhorar nossa qualidade de vida (VASCONCELLOS E GARCIA, 2008).
Alguns importantes períodos históricos podem ser associados a fatores econômi- cos, como exemplo disso, pode-se citar os ciclos do ouro eda cana-de-açúcar no Brasil, e a Revolução Industrial, a quebra da Bolsa de Nova York em 1929 e a crise do petróleo, que alteraram profundamente a história mundial. As próprias guerras e revoluções são permeadas por motivações que podem ter origens e interesses econômicos.
E para ajudar na compreensão da economia como a conhecemos hoje, o(a) convido
para olhar para o passado.
Antiguidade
Para iniciar nossos estudos sobre economia, se faz importante destacar que por um bom tempo, ela constituiu-se como um conjunto de preceitos ou de soluções adequadas a problemas particulares.
Como bem mencionado por Pinho et al (2017, p. 67) “na antiguidade grega, por exemplo, apareceram apenas algumas ideias econômicas fragmentárias em estudos filo- sóficos e políticos, mas sem o brilho dos trabalhos nos campos da filosofia, ética, política, mecânica ou geometria”. Sendo possível identificar tais correlações por exemplo conforme observados em Aristóteles, Platão e Xenofonte:
“Aristóteles (384-322 a.C.), em seus estudos sobre aspectos de administração privada e sobre finanças públicas. Também encontramos algumas considerações de ordem econômica nos escritos de Platão (427-347 a.C.) e de Xenofonte (440-335 a.C.), sendo que este último aparentemente cunhou o ter- mo economia (oikonomia), no sentido de gestão de bens privados” (VASCONCELLOS E GARCIA, 2008, p. 22).
Contudo, para Silva e Azevedo (2017, p. 17) “na antiguidade os estudos não apre- sentavam um padrão homogêneo ou sistemático das relações econômicas, não havendo contribuições consistentes para o surgimento da Teoria Econômica”. Por isso, nessa época tal atividade econômica associada ao homem era vista como parte da filosofia social, moral e ética, a qual deveria se orientar seguindo princípios gerais da ética, justiça e igualdade.
Rossetti (2016, p. 16) também destaca que “filósofos da Grécia Antiga, como Pla- tão e Aristóteles, e os escolásticos da Idade Média tenham explorado temas de conteúdo econômico”.
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Antecedentes
 
Históricos
 
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Históricos
 
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Economia
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2 MERCANTILISMO
O Mercantilismo (1450-1750) segundo Pinho et al (2017, p. 68) “imprimiu ao pen- samento econômico um cunho de arte empírica, de preceitos de administração pública que os governantes de- veriam usar para aumentar a riqueza da nação e do príncipe”.
Importantes transformações marcaram o início do Mercantilismo, destacando-se as seguintes:
· intelectuais — com o Renascimento e sua magnífica floração artística (Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, Rafael, Ticiano e outros) e literária, a laicização do pensa- mento, o retorno aos métodos de observação e de experiência, a difusão de novas ideias por meio da imprensa (Gutemberg imprimiu a primeira Bíblia em 1450) etc.;
· religiosas — trazidas principalmente pelo movimento da Reforma, em especial a implantada por Calvino e pelos puritanos anglo-saxões, que exaltavam o indi- vidualismo e a atividade econômica, condenavam a ociosidade, justificavam os empréstimos a juros, a busca do lucro, o sucesso nos negócios etc.;
· padrão de vida — marcadas pela reabilitação teológica da vida material em relação ao ascetismo e, consequentemente, pelo desejo de bem-estar, de alimentação re- quintada (com o uso de especiarias, do açúcar etc.), de habitações confortáveis e arejadas (que implicavam a necessidade de decoração dos interiores, com móveis trabalhados, quadros, tapeçarias, louças finas etc.), de viagens inter-regionais (que contribuíram para a propagação das novas maneiras de viver e de pensar) etc.;
· políticas — com o aparecimento do Estado Moderno, coordenador dos recursos materiais e humanos da nação, aglutinador das forças da nobreza, do clero, dos senhores feudais, da burguesia nascente etc.;
· transformações geográficas — decorrentes da ampliação dos “limites do mundo”, graças às grandes descobertas (sobretudo a bússola) e aos esforços para desen- volver a navegação (em especial dos soberanos portugueses, como o infante D. Henrique, o Navegador): Bartolomeu Dias dobrou o cabo das Tormentas (1487), Colombo desembarcou em Guanahani (1492), Vasco da Gama atingiu as Índias (1498), Cabral descobriu o Brasil (1500), Magalhães empreendeu, pela primeira vez, uma viagem de circum-navegação, concluída por seu lugar-tenente Sebastião del Cano (1514), Cortez conquistou o México (1519-1521), Pizarro dominou a terra dos Incas (1531) etc.;
· transformações econômicas — o afluxo à Europa de metais preciosos, provenientes do Novo Mundo, provocou o deslocamento do eixo econômico mundial: os grandes centros comerciais marítimos não mais se limitaram ao Mediterrâneo, estendendo- se também ao Atlântico e ao Mar do Norte (Londres, Amsterdã, Bordéus, Lisboa etc.). O aparecimento de interessantes ideias sobre a moeda possibilitou a elaboração da concepção metalista, base do Mercantilismo: o ouro e a prata passaram a ser considerados os mais perfeitos instrumentos de aquisição de riqueza (PINHO, 2017, p.19)
Vasconcellos e Garcia (2008) contribuem para a formação do nosso entendimento ressaltando que o surgimento da primeira escola econômica denominada mercantilismo pôde ser percebida a partir do século XVI, mesmo não apresentando um conjunto técnico homogêneo possuía algumas características importantes, como:
· Apresentava algumas preocupações explícitas sobre acumulação de riquezas de uma nação;
· Continha alguns princípios de como fomentar o comércio exterior e entesourar riquezas;
· Aparecem relatos mais elaborados da moeda em detrimento da grande impor- tância proveniente do acúmulo de metais.
· E foi a partir disso que a política mercantilista estimulou guerras, aqueceu o nacionalismo mantendo a forte presença do Estado no que tange os assuntos econômicos.
3 FISIOCRACIA – “REGRAS DA NATUREZA”
Surge como reação ao mercantilismo. Escola de pensamento francesa que elabo- rou trabalhos importantes. Sustentavam que a terra era a única fonte de riqueza e que havia um ordem natural que fazia com que o universo fosse regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, desejadas pela Proveniência Divina para a felicidade dos homens. Fisiocracia quer dizer “regras da natureza” e o trabalho de maior destaque obteve respalda- do em François Quesnay. Tableau Économique, sua obra de maior relevância.
Quesnay, foi o Primeiro a dividir a economia em setores, mostrando a relação entre eles. Está na origem do sistema de circulação monetária input-output criado no século XX (anos 1940) pelo economista russo, naturalizado norte-americano, Wassily Leontief , da Universidade de Harvard.
Para os fisiocratas, a riqueza consistia em bens produzidos com a ajuda da natu- reza em atividades econômicas como a lavoura, a pesca e a mineração. A agricultura era encorajada, pois só a terra tinha capacidade de multiplicar riqueza. Existia a exigência que as pessoas empenhadas no comércio e nas finanças fosse reduzidas ao menor número possível (VASCONCELLOS E GARCIA, 2008).
A Fisiocracia impôs-se principalmente como doutrina da ordem natural: o uni- verso é regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, deseja- das pela Providência Divina para a felicidade dos homens. Estes, por meio da razão, poderão descobrir essa ordem[...]Alguns autores consideram as teorias de Quesnay sobre o Estado e a sociedade meras reformulações da doutrina escolástica que satisfaziam aos nobres e à sociedade. Uns poucos chegam a destacar certa tendência teológica no pensamento de Quesnay, mas a maioria está de acordo em reconhecer a natureza puramente analítica ou científica de sua obra econômica (PINHO 2017, p. 71).
Silva e Azevedo (2017, p. 18) destacam que “acreditava--se em uma ordem natural que fazia com que o universo fosse regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e univer- sais, desejadas pela providência divina para a felicidade dos homens”. Desse modo os fisiocratas, consideravam que toda a vida permanece na dependência da produtividade do solo bruto e a capacidade naturalde renovação do meio ambiente.
4 LIBERALISMO
4.1. Adam Smith (1723-1790)
Teve como um dos seus maiores pensadores na figura de Adam Smith (1723- 1790). Considerado precursor da moderna teoria econômica, ou ainda, Smith é comumente conhecido como “pai” da economia.
A Riqueza das Nações (1976), sua obra, trata de questões econômicas que vão desde as leis do mercado e aspectos monetários até a distribuição do rendimento da terra, concluindo com um conjunto de recomendações políticas. “No qual defendia o liberalismo, ou seja, a livre concorrência e a desnecessidade do governo nas questões econômicas, o que ficou conhecido por laissez-faire, ou “deixar-fazer”, em francês” (SILVA E AZEVEDO, 2017, p. 18).
Em sua visão harmônica do mundo real, Smith entendia que a atuação da livre concorrência, sem qualquer interferência, levaria a sociedade ao crescimento econômico, como que guiada por uma mão invisível. Com Argumentos baseados na livre iniciativa, no laissez –faire considerava-se que a causa da riqueza das nações é o trabalho humano ou teoria do valor-trabalho. Divisão do trabalho, especialização em tarefas especificas (áreas) e daí como consequência Fator decisivo para aumento da produção (VASCONCELLOS E GARCIA, 2008).
Para Smith A Produtividade decorre da divisão de trabalho que por sua vez decorre da tendência inata da troca, que, finalmente é estimulada pela ampliação dos mercados. O papel do Estado na economia deveria corresponder apenas à proteção da sociedade contra eventuais ataques e à criação e à manutenção de obras e instituições necessárias, mas não à intervenção nas leis de mercado e, consequentemente, na prática econômica.
Embora a maioria dos autores tenha feito de Smith (1723-1790) o apologista da nascente classe industrial capitalista, a verdade é que ele se mostrava favorável aos operários e aos trabalhadores agrícolas, opondo-se aos privilé- gios e à proteção estatal que apoiavam o “sistema mercantil” (PINHO, 2017, p. 72).
David Ricardo (1772-1823)
Os temas presentes nas suas obras incluem a teoria do valor-trabalho na qual traça uma relação entre o trabalho e o seu respectivo valor monetário; a teoria da distribuição, que relaciona os lucro e os salários; o comércio internacional e temas monetários (VAS- CONCELLOS E GARCIA, 2008).
John Stuart Mill (1806-1873)
Morreu em 1873. Deixou-nos uma obra vasta que, ainda hoje, constitui excelente motivo de reflexão e cujo estudo é incontornável. Dela se destacam: Sistema de Lógica De- dutiva e Indutiva (1837), Princípios de Economia Política (1844), Sobre a Liberdade (1859), Considerações Sobre o Governo Representativo (1861), Utilitarismo (1863), Sujeição das Mulheres (1869) e Autobiografia (1873) (VASCONCELLOS E GARCIA, 2008).
Jean-Baptiste Say (1768-1832)
Tal como Smith, considera o “mercado” essencial. Segundo Say a produção reali- za-se através de 3 elementos: 1. o trabalho; 2. o capital;e, 3 agentes naturais (por agentes naturais entenda-se a terra, etc). Deu atenção especial ao empresário e ao lucro. Subor- dinou o problema do equilíbrio das trocas diretamente à produção, tornando-se conhecida sua concepção de que oferta cria a procura equivalente (VASCONCELLOS E GARCIA, 2008).
Thomas Malthus (1766-1834)
Economista inglês que elaborou uma teoria que afirmava que a população iria crescer tanto que seria impossível produzir alimentos suficientes para alimentar o grande número de pessoas no planeta. Dentre suas obras a principal foi o Princípio da População. Para Malthus a produção de alimentos crescia de forma aritmética, enquanto o crescimento populacional crescia de forma alarmante.
 (
REFLITA
Até
 
aqui,
 
me
 
dei
 
conta
 
que
 
a
 
economia:
Surgiu
 
no
 
período
 
da
 
antiguidade
 
com
 
os
 
primeiros
 
pensamentos
 
econômico
 
(Aristóteles, Platão e
 
Xenofonte);
Mercantilismo,
 
sendo
 
o
 
controle
 
do
 
estado
 
sua
 
principal
 
característica,
 
foco
 
na
 
riqueza
 
interna
 
(ouro
 
e
 
prata).
 
Menos
 
importações
 
e
 
mais
 
exportações
 
;
Fisiocracia,
 
(Quesnay):
 
Para
 
os
 
fisiocratas,
 
toda
 
a
 
vida
 
permanece
 
dependente
 
da
produtividade
 
do
 
solo
 
bruto
 
e
 
a
 
capacidade
 
do
 
meio
 
ambiente
 
natural
 
se
 
renovar;
Liberalismo,
 
a
 
livre
 
concorrência
 
e
 
a
 
desnecessidade
 
do
 
governo
 
nas
 
questões
econômicas,
 
o
 
que
 
ficou
 
conhecido
 
por
 
laissez-faire,
 
ou
 
“deixar-fazer”,
 
em
 
francês.
)
4.6. Karl Marx (1818-1883)
Para Pinho (2017, p.75) Marx “opôs-se aos processos analíticos dos clássicos e às suas conclusões, com base no que Lenin considerou a melhor criação da humanidade no século XIX”. Aqui podendo ser citado a filosofia alemã, a economia política inglesa e o socialismo francês”.
Vasconcellos e Garcia (2008, p. 29) salientam que a escola marxista “critica a abordagem pragmática da ciência econômica e propõe-se um enfoque analítico, em que a Economia interage com os fatos históricos e sociais”. Afirma que analisar questões econô- micas deixando de lado a observação de fatores históricos e sociais pode gerar uma visão distorcida da realidade. Em seu trabalho de maior relevância, a obra intitulada de O capital, Marx enfatiza a teoria do valor do trabalho analisando aspectos da economia com sua teo- ria referenciada. Para ele, o capital detém-se com a burguesia, classe social desenvolvida após o desaparecimento do sistema Feudal. Essa classe tem a apropriação dos meios de produção, cabendo a outra parte, classe social, intitulada de proletariado vender sua força de trabalho já que não possuem condições para produzirem aquilo que seria necessário para sua sobrevivência.
5 TEORIA NEOCLÁSSICA
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2008) essa corrente de pensamento teve início na década de 1870 e desenvolveu-se até as primeiras décadas do século XX.A crença na economia de mercado e em sua capacidade autorreguladora fez com que os teóricos econômicos não se preocupassem tanto com a política e o planejamento macroeconômi- cos. Foco nos aspectos microeconômicos.
O trabalho de maior destaque teve respaldo em Alfred Marshall e sua obra Princí- pios de economia (1890) - Teoria marginalista.
“Esses estudos privilegiavam aspectos microeconômicos, pois defendiam o Estado mínimo, devido à crença de autorregulação dos mercados, deixando de lado questões macroeconômicas ou políticas. Deste modo, as contribui- ções da era neoclássica se deram pelos estudos de redução de custos, da utilidade marginal (capacidade de satisfazer as necessidades humanas), a lei da oferta e da demanda, a formação de preços, entre outros” (SILVA E AZEVEDO,2017 p.19).
Outros teóricos importantes do período:
· William Jevons: com a Teoria da Utilidade Marginal;
· Léon Walras: com sua Teoria Geral do Equilíbrio (dos preços);
· Eugen Böhm-Bawerk: contribuições, especialmente à teoria do capital e do juro;
· Arthur Pigou: identificou situações em que a presença de “influências externas” na produção justificam a intervenção do Estado, para a provisão de bens ou de serviços.
6 TEORIA KEYNESIANA
Teve como maior precursor John Maynard Keynes (1883-1946) que utilizando de suas obras rompeu a tradição neoclássica, pois apresentaram um programa de ação do governo para a promover o pleno emprego (PINHO, 2017).
Sua obra, Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda(1936) causou um im- pacto revolucionário que tornou-se conhecido como a Revolução Keynesiana.
Para Keynes de acordo com Fernandes (2016, P. 20), “um dos fatores responsáveis pelo volume de emprego é o nível de produção nacional de uma economia, determinado pela demanda agregada ou efetiva de bens e serviços”.
Mostrou que a combinação das políticas econômicas da época não funcionava ade- quadamente dentro do novo contexto econômico. Um dos principais fatores responsáveis pelo volume de emprego é o nível de produção nacional de uma economia determinada por sua vez, pela demanda agregada ou efetiva. Invertendo a lei de Say onde a oferta cria sua própria procura. Para Keynes, numa economia em recessão, não existem forçasde auto ajustamento, por isso se torna necessário a intervenção do Estado por meio de uma política de gastos públicos.
Keynes utilizando de seus argumentos obteve uma forte influência na economia
dos países capitalistas.
Nesse período, houve desenvolvimento expressivo da teoria econômica. Por um lado, incorporaram-se os modelos por meio do instrumental estatístico e ma- temático, que ajudou a formalizar ainda mais a ciência econômica. Por outro, alguns economistas trabalharam na esteira de pesquisa aberta pela obra de Keynes. Debates teóricos sobre aspectos de seu trabalho duram até hoje, desta- cando-se três grupos: os monetaristas, os fiscalistas e os pós-keynesianos. Apesar de nenhum deles ter um pensamento homogêneo e todos terem pequenas diver- gências internas, é possível fazer algumas generalizações (VASCONCELLOS E GARCIA, 2008, p. 28).
Esse posicionamento teórico significa o fim da crença no laissez-faire como regula-
dor dos fluxos real e monetário da economia, e é chamado de princípio da demanda efetiva.
7 O PERÍODO RECENTE
Silva e Azevedo (2016) destaca que novas abordagens e teorias econômicas fo- ram criadas após o período Keynesiano. Essas por sua vez foram inspiradas nas diversas abordagens e teorias citadas anteriormente neste material. Hoje em dia é amplamente possível observar questões eu foram tratadas nos tópicos anteriores e que são levantadas, um exemplo disso é nível de intervenção do Estado nas economias, sem que se chegue a alguma conclusão concreta.
A economia vem apresentando algumas transformações, principalmente a partir dos anos 1970.
1. Existe uma consciência maior das limitações e possibilidades da teoria;
2. Avanço no conteúdo empírico da economia;
3. Consolidação das contribuições dos períodos anteriores.
Atualmente, a análise econômica engloba quase todos os aspectos da vida hu- mana, sendo considerável o impacto desses estudos na melhoria do padrão de vida e do bem-estar da sociedade. O controle e o planejamento macroeconômico permitem antecipar muitos problemas e evitar algumas flutuações desnecessárias na economia (VASCONCE- LLOS E GARCIA, 2008).
Na figura a seguir é possível visualizar de forma simplificada as principais correntes
do pensamento econômico ao longo da história.
Figura 1. Síntese: principais correntes do pensamento econômico.
Fonte: Rossetti (2016, p.36)
SAIBA MAIS
Este prêmio, oficialmente denominado “Prêmio do Banco da Suécia em Ciências Eco- nômicas em memória de Alfred Nobel”, é o único que não estava previsto no testamento do inventor sueco da dinamite.
O Nobel de Economia é oficialmente chamado de Prêmio Sveriges Riksbank em Ciên- cias Econômicas e foi estabelecido pelo banco central sueco nos anos 1960 em home- nagem a Nobel. A premiação não fazia parte dos prêmios originais, criados no testamen- to de Alfred Nobel, em 1895.
Veja Abaixo lista com os vencedores do Nobel de Economia do ano:
2018: William Nordhaus e Paul Romer (Estados Unidos), por integrar a mudança climá- tica e a inovação tecnológica no crescimento econômico.
2017: Richard Thaler (Estados Unidos), por sua pesquisa sobre as consequências dos mecanismos psicológicos e sociais nas decisões dos consumidores e dos investidores. 2016: Oliver Hart (Reino Unido/Estados Unidos) e Bengt Holmström (Finlândia), por suas contribuições à teoria dos contratos.
2015: Angus Deaton (Reino Unido/Estados Unidos) por seus estudos sobre “o consumo, a pobreza e o bem-estar”.
2014: Jean Tirole (França), por sua “análise do poder do mercado e de sua regulação”. 2013: Eugene Fama, Lars Peter Hansen e Robert Shiller (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre os mercados financeiros.
2012: Lloyd Shapley e Alvin Roth (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre a melhor maneira de adequar a oferta e a demanda em um mercado, com aplicações nas doa- ções de órgãos e na educação.
2011: Thomas Sargent e Christopher Sims (Estados Unidos), por trabalhos que permi- tem entender como acontecimentos imprevistos ou políticas programadas influenciam os indicadores macroeconômicos.
2010: Peter Diamond e Dale Mortensen (Estados Unidos), Christopher Pissarides (Chi- pre/Reino Unido), um trio que melhorou a análise dos mercados nos quais a oferta e a demanda têm dificuldades para se acoplar, especialmente no mercado de trabalho.
2009: Elinor Ostrom e Oliver Williamson (Estados Unidos), por seus trabalhos sepa- rados que mostram que a empresa e as associações de usuários são às vezes mais eficazes que o mercado.
Fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2018/10/08/interna_internacio- nal,995498/os-10-ultimos-vencedores-do-premio-nobel-de-economia.shtml
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CONSIDERAÇÕES
 
FINAIS
)Chegamos ao final deste capítulo. Nele acompanhamos a contribuição que cada período da história proporcionou para o entendimento atual da ciência econômica. Este capítulo foi especialmente preparado pensando na importância de fundamentar nossos estudos antes mesmo de abordar temas muito mais próximos da nossa realidade. Temas
muito mais específicos dentro do contexto econômico.
Como a economia faz parte da rotina dos indivíduos, é muito comum em muitos casos, até mesmo, motivados por questões políticas, que opiniões e vereditos sejam lança- dos ao vento desde salas de reuniões até as mesas dos bares, isso acontece mesmo sem nenhum entendimento dos motivos pelos quais o objeto da discussão ocorre da forma que ocorre. Nas discussões econômicas, muitas vezes a emoção fala mais alto que a razão.
Agora que você já sabe onde (provavelmente) e como tudo começou, poderá desfrutar dos próximos capítulos desse desafiante conteúdo. É importante lembrar que ler este material é sinal da sua busca por compreender os porquês e como chegamos até aqui. Por isso que passamos sucinta e cronologicamente por períodos que remetem desde a antiguidade até bem próximo dos tempos atuais, para que além de se situar você possa compreender de onde esses estudos originaram e como foram respaldados. Percorremos por períodos como por exemplo na civilização antiga de Platão, quando percebidos alguns dos primeiros registros dos estudos econômicos a saber, passamos pelo mercantilismo, expomos as principais teorias como a de Keynes, por exemplo.
E como mencionado no início desta unidade, é um fato de que economia realmente não é uma disciplina simples de se entendida, contudo acreditamos sinceramente que este material é uma grande porta de entrada para despertar seu interesse pelo tema que poderá obviamente ser muito mais enriquecido em estudos futuros.
 (
MATERIAL
 
COMPLEMENTAR
)
LIVRO
Título: Uma breve história da economia Autor: Niall Kishtainy
Editora: LPM editores
Sinopse: “Economia, finalmente acessível “Este livro é um tesouro para qualquer pessoa interessada em história, grandes ideias ou no papel que o pensamento econômico desempenhou em ambas por mais de dois mil anos”. - Charles Wheelan, autor de Economia nua e crua Todos os dias somos bombardeados com notícias sobre PIB, juros, investimentos, crédito, livre mercado, intervencionismo, capitalismo etc. Esses e outros conceitos permeiam boa parte da vida de todos nós, mas poucas são as pessoas que entendem o que está por trás deles e mesmo como funciona a economia. Neste livro fascinante, muito longe de ser acadêmico e também isento de termos técnicos, o economista e professor Niall Kishtainy apresenta em capítulos curtos ordenados cronologicamente como se deu o desenvolvimento da economia humana, da época das ca- vernas aos dias de hoje; e, paralelamente, desvenda o panorama das grandes ideias e reflexões que foram surgindo sobre a própria economia. Partindo de Platão na Grécia antiga, ele apresenta nomes-chave que incluem Adam Smith, David Ricardo, Alfred Marshall, Karl Marx, John Maynard Keynes, Milton Friedman, John Nash e muitos outros pensadores. São abordados episódios cruciais da história, como a invenção do dinheiro, a descoberta do Novo Mundo, a ascensão do capitalismo, as crises de 1929 e de 2008, bem como seus ensinamentos e legados. Esta magníficaobra ilumina as ideias, as forças e os dilemas econômicos que dão forma ao nosso universo, justamente num momento em que tais questões parecem prementes como nunca. Uma leitura que irá deliciar a todos que buscam entender os caminhos possíveis para se chegar num mundo em que mais pessoas possam viver bem.”
FILME
Título: Adeus, Lênin! Ano: 2003
Sinopse: Tendo como pano de fundo a queda do muro de Berlim, no ano de 1989 até o período da queda da União Soviética, em 1991, o filme, que combina humor e drama, narra todas as mu- danças pelas quais a Alemanha passou, ao longo desse momento histórico muito particular, bem como a transição, da Alemanha Oriental, rumo ao Capitalismo.
 (
23
)
UNIDADE II
Introdução a Economia
Professor Esp. Rodrigo Jr. Gualassi
Plano de Estudo:
· CONCEITOS DE ECONOMIA
· PROBLEMA ECONÔMICO FUNDAMENTAL
· SETORES BÁSICOS DA ECONOMIA
· SISTEMAS ECONÔMICOS
Objetivos de Aprendizagem:
· Conceituar e contextualizar a economia
· Compreender o problema econômico fundamental
· Estabelecer a importância do entendimento dos setores básicos da economia
· Diferenciar os sistemas econômicos
 (
INTRODUÇÃO
)Olá caro(a) aluno(a),
Na unidade anterior vimos os primórdios dos estudos econômicos. Passamos desde a antiguidade até o período atual, a importância desse estudo justifica-se a partir de agora, pois nesta unidade você verá sobre os conceitos de economia, o que é e qual sua importância. Outro fator importante que será exposto a seguir é relacionado ao problema econômico fundamental. Você sabe o que é escassez? Sabe quais são seus reflexos na sociedade? Se eu dissesse a você que provavelmente para estar estudando neste curso agora, antes você teve que fazer uma escolha, por exemplo, entre estudar ou comprar um carro, ou ainda sua decisão pôde ter sido entre financiar uma casa ou entrar na faculdade. Eu estaria errado? Se não, saiba que isso tem muito a ver com a economia, e suas contri- buições com ciência das escolhas.
Você verá também as contribuições dos setores básicos da economia além de poder a partir deste material distinguir os sistemas econômicos atuais.
Bons estudos!
 (
UNIDADE
 
II
Introdução a Economia
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28
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UNIDADE
 
II
Introdução a Economia
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41
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1 CONCEITOS DE ECONOMIA
Etimologicamente, a palavra ECONOMIA, vem do Grego: OIKOS = casa NOMOS
= norma, Lei. Assim: “OIKOSNOMOS”
· “Administração da casa”
· “Aquele que administra o lar”
· “Administração da coisa pública”
Economia é a ciência social que estuda a produção, a circulação e o consumo de bens e serviços que são utilizados para satisfazer as necessidades humanas. (VICECONTI E NEVES, 2013)
Para Nogami e Passos (2016) a economia é considerada como “uma ciência social justamente porque tais ciências estudam a forma como a sociedade se organiza e funciona. A partir de um determinado ponto de vista de que outras ciências sociais tais como o direito, a sociologia, a antropologia e a psicologia também estudam o funcionamento da sociedade, a economia por estudar comportamento humano interagindo com as organizações na sociedade também o pode ser reconhecida como ciência social.
Assim, de acordo com Vasconcellos (2015) “trata-se de uma ciência social, já que objetiva atender às necessidades humanas. Contudo, depende de restrições físicas, provocadas pela escassez de recursos produtivos ou fatores de produção”.
Esses fatores de produção são:
· mão de obra;
· capital;
· terra;
· matérias-primas.
De acordo com Rossetti (2016, p. 19) “a economia é um estudo da humanidade nas atividades correntes da vida; examina a ação individual e social em seus aspectos mais estreitamente ligados à obtenção e ao uso das condições materiais do bem-estar”.
Linhas básicas da teoria econômica
Nosso material tem como foco de estudo a análise das duas grandes áreas da Teoria Econômica:
1. MICROECONOMIA: é o ramo da Teoria Econômica que estuda o comporta- mento econômico das unidades individuais de decisão representados pelos consumidores, pelas empresas e pelos proprietários de recursos produtivos. As unidades individualizáveis da economia, como o consumidor e a empresa, consideradas isoladamente ou em agrupa- mentos definidos por critérios classificatórios (ROSSETTI, 2016, p. 40).
Figura 1. Compartimentos” usuais da economia: conexões entre principais segmentos
Fonte: Rossetti (2016)
2. MACROECONOMIA: é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcio- namento da economia como um todo, procurando identificar e medir as variáveis que determinam o volume da produção total, o nível de emprego e o nível geral de preços do sistema econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial. (VICECONTI E NEVES, 2013).
O principal objetivo da teoria econômica é analisar como são determinados os preços e as quantidades dos bens produzidos e dos fatores de produção existentes na economia (PINHO, 2017 p. 301).
2 PROBLEMA ECONÔMICO FUNDAMENTAL
Pinho et al (2017) ressalta que se todos tivessem uma renda maior, seria fácil imaginar que nem todos iriam gastar as mesmas proporções em consumo. Desse modo a caracteriza então como uma ciência não exata, em que se podem programar os resultados sem erros.
As necessidades humanas são infinitas ou ilimitadas. Os Fatores de produção (trabalho, capital e recursos naturais) são finitos ou limitados. É por esses motivos que a economia é conhecida também como a ciência da escassez ou das escolhas. Nunca é demais reafirmar que de forma sucinta a economia é a ciência da escassez.
Para Silva e Azevedo (2017, p. 39) “a escassez é derivada do termo latino excarpus,
que significa algo em pouca quantidade, que possui carência, falta ou insuficiência”.
 (
REFLITA
Suponha
 
“se
 
uma
 
quantidade
 
infinita
 
de
 
cada
 
bem
 
pudesse
 
ser
 
produzida,
 
se
 
os
 
desejos
 
humanos
 
pudessem
 
ser
 
completamente
 
satisfeitos,
 
não
 
importaria
 
que
 
uma
 
quantidade
 
excessiva
 
de
 
certo bem
 
fosse, de
 
fato,
 
produzida”
Fonte:
 
Pinho
 
et
 
al
 
(2017,
 
p.
 
10).
)
Após entender o significado e a importância da economia, cabe explicitar o objeto de análise da economia, ou seja, a variável “culpada” por todos os problemas econômicos: escassez.
Se os recursos não fossem escassos, não haveria ciências econômica. Mas o que é escassez? Qual o sentido da escassez na economia? Escassez é situação em que os recursos são limitados e podem ser utilizados de diferentes maneiras, de tal modo que devemos sacrificar uma coisa por outra. A escassez está relacionada ao tempo, dinheiro, espaço, matéria prima, empregos, etc. Ou seja, recursos limitados e necessidades ilimita- das!
A partir do problema da escassez, qualquer economia procura responder as se- guintes perguntas:
· O que e quanto produzir?
· Como produzir?
· Para quem produzir?
Veja o quadro a seguir:
Quadro 1. questões fundamentais sobre escassez.
	
	
O QUE E QUANTO PRODUZIR:
	A sociedade deve decidir se produz mais bens de consumo ou bens de ca- pital, ou, como num exemplo clássico: quer produzir mais canhões ou mais manteiga? em que quantidade? os re- cursos devem ser dirigidos para a pro- dução de mais bens de consumo, ou
bens de capital?
	
COMO PRODUZIR:
	Trata-se de uma questão de eficiência produtiva: serão utilizados métodos de produção capital-intensivos? ou mão de obra-intensivos? ou terra-intensi- vos? Essa decisão depende da dispo-
nibilidade de recursos de cada país.
	
PARA QUEM PRODUZIR:
	A sociedade deve decidir quais os se- tores que serão beneficiados na dis- tribuição do produto: trabalhadores, capitalistas ou proprietários da terra? agricultura ou indústria? mercado in- terno ou mercado externo? Região Sul ou Norte? Ou seja, trata-se de decidir como será distribuída a renda gerada
pela atividade econômica.
Fonte: Vasconcellos, (2015).
Lei da Demanda e da Oferta
Lei da Demanda: é a visão do consumidor, expressa a relação inversa existente entre a quantidade de um bem e seu preço. Quanto mais escasso for um bem, maiorserá o seu preço e a abundância ocorrerá o inverso.
Portanto: DEMANDA maior que a OFERTA = a tendência é o preço subir DEMANDA menor que a OFERTA = a tendência é o preço baixar
Por outro lado, a partir da visão do empresário/produtor a Lei da Oferta: estabelece uma relação direta entre os preços dos bens e a quantidade ofertada. Assim, quanto maior o preço, maior é a quantidade ofertada.
Agentes econômicos
São aqueles que agem sobre a economia. São pessoas de natureza física ou jurídi- ca que, por meio de suas ações, contribuem para o funcionamento do sistema econômico. Segundo Nogami e Passos (2016) são eles:
· as Famílias (ou unidades familiares);
· as Empresas (ou unidades produtivas);e,
· o Governo.
Acompanhe o quadro a seguir:
Quadro 2. Agentes econômicos
	
Famílias
	incluem todos os indivíduos e unidades familiares da economia e que, no papel de consumidores, adquirem os mais di- versos tipos de bens e serviços, objeti- vando o atendimento de suas necessi- dades de consumo. Por outro lado, as famílias, na qualidade de “proprietárias” dos recursos produtivos, fornecem às empresas os diver- sos fatores de pro- dução: Trabalho, Terra, Capital e Capa-
cidade Empresarial.
	são unidades encarregadas de produzir e/ou comercializar bens e serviços. A produção é realizada por meio da com- binação dos fatores produtivos adquiri- dos juntos às famílias. Tanto na aquisi- ção de recursos produtivos quanto na venda de seus produtos, as decisões das empresas são guiadas pelo objeti-
vo de se conseguir o máximo lucro.
	
Empresas
	
Governo
	por sua vez, inclui todas as organiza- ções que, direta ou indiretamente, estão sob o controle do Estado, nas suas es- feras federais, estaduais e municipais. Muitas vezes o governo intervém no sistema econômico atuando como em- presário e produ- zindo bens e serviços através de suas empresas estatais; em outras, age como compra- dor – quan- do, além de contratar serviços, adquire materiais, equipamentos etc. –, tendo em vista a realização de suas tarefas; outras vezes, ainda, o governo intervém no siste- ma econômico por meio de re- gulamentos e controles com a finalida- de de disciplinar a conduta dos demais
agentes econômicos.
Fonte: Nogami e Passos (2016, p.16)
3 SETORES BÁSICOS DA ECONOMIA
As atividades produtivas são divididas em três setores, são eles:
1. Setor primário: são atividades agrícolas, pecuárias e extrativas, sejam elas minerais animais ou vegetais.
2. Setor secundário: são atividades industriais, onde as matérias primas são trans-
formadas em produtos acabados, prontos para o consumidor final.
3. Setor terciário: este setor se diferencia dos outros pelo fato de seu produto não ser tangível, concreto, embora seja de grande importância no sistema econô- mico. É composto pelas unidades produtoras que prestam serviços, como as instituições financeiras, escolas, hospitais, transportes, comércio etc.
Veja o detalhamento no quadro 3.
Quadro 3. atividades produtivas
	ATIVIDADES PRIMÁRIAS DE PRODUÇÃO
	Lavouras
	Culturas permanentes. Culturas temporárias extensivas. Hor- ticultura. Floricultura.
	Produção animal
	Criação e abate de gado e aves. Pesca. Caça. Derivados da produção animal.
	Extração vegetal
	Produção florestal: silvicultura e reflorestamento para usos múltiplos. Extração de recursos florestais nativos.
	ATIVIDADES SECUNDÁRIAS DE PRODUÇÃO
	Indústria extrativa mineral
	Extração de minerais metálicos e não metálicos.
	
Indústria de transformação
	Transformação de minerais não metálicos. Siderurgia e meta- lurgia. Material eletroeletrônico e de comunicações. Material de transporte. Beneficiamento de madeira e mobiliário. Celu- lose, papel e papelão. Química. Produtos farmacêuticos e ve- terinários. Borracha. Produtos de matéria plástica. Produtos de higiene e limpeza. Têxtil, vestuário, calçados e artefatos de couro. Produtos alimentares. Bebidas. Fumo. Editorial e gráfica.
	Indústria da construção
	Obras públicas. Construções e edificações para fins residen- ciais e não residenciais.
	
Atividades semi-industriais
	Produção, transmissão e distribuição de energia elétrica. Gás encanado. Tratamento de esgotos. Potabilização e distribui- ção de água.
	ATIVIDADES TERCIÁRIAS DE PRODUÇÃO
	Comércio
	Comércio exterior. Comércios internos atacadista e varejista, subagrupados segundo grandes ramos.
	
Intermediação financeira
	Instituições reguladoras e de emissão monetária. Bancos co- merciais e de desenvolvimento. Sociedades de crédito, finan- ciamento e investimento. Seguros. Capitalização. Atividades complementares dos mercados monetário, financeiro, de ca- pitais e cambial.
	Transportes e comunicações
	Transportes aéreos, ferroviários, hidroviários e rodoviários. Comunicações. Telecomunicações.
	Governo
	Administração pública direta e autarquias, das diferentes es- feras de governo: central, estadual, municipal.
	
Outros serviços
	Assistência à saúde. Educação e cultura. Hospedagem e ali- mentação. Conservação e reparação de máquinas, veículos e equipamentos. Lazer. Atividades profissionais liberais.
Fonte: Rossetti (2016)
Bens e serviços
Os bens e serviços de acordo com Nogami e Passos (2016) são tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana.
Bens segundo Rossetti (2016, p. 126):
“é a denominação usual de produtos tangíveis, resultantes de atividades pri- márias e secundárias de produção. É a denominação genérica dos produtos que provêm das atividades agropecuárias e das diferentes categorias de ati- vidades industriais, de transformação e de construção.”
Por que os bens e serviços são procurados? Porque são úteis ou seja, atendem a necessidade humana
Os bens podem ser classificados, quanto a raridade, em:
· Livres: aqueles cuja a quantidade é ilimitada e podem ser obtidos sem nenhum esforço humano. Ex: Luz solar, ar, mar, etc.
· Econômicos: são escassos, tem valor de mercado e precisam de esforço huma- no para produzi-los. Ex: carro, computador, caneta, etc.
Os bens econômicos são classificados, quanto a natureza, em:
· Materiais: são tangíveis: consumo - e a eles podemos atribuir características como peso, altura etc. Ex: roupa, caderno; capital – equipamentos; intermediá- rios – Livro, borracha, etc.
· Imateriais ou serviços: são intangíveis: Ex: consulta médica, aula, os serviços de um advogado, os serviços de transporte, etc.
Os bens podem ser classificados também em: bens de consumo; bens de capital; bens finais; bens intermediários; bens privados e bens públicos.
Acompanhe o detalhamento no quadro a seguir.
Quadro 4. Outros bens: detalhamento
	
Bens de consumo
	São aqueles diretamente utilizados para a satisfação das necessidades humanas. Podem ser de uso não durável, ou seja, que desaparecem uma vez utiliza- dos (alimentos, cigarros, gasolina etc.), ou de uso du- rável, que tem como característica o fato de que podem ser usados por
muito tempo (moveis eletrodomésticos etc.).
	
Bens de capital
	(ou Bens de Produção), por sua vez, são aqueles que permitem produzir outros bens. São exemplos de Bens de Capital as maquinas, computa-
dores, equipamentos, instalações, edifícios etc.
	
Bens finais
	Tanto os Bens de Consumo quanto os Bens de Capital são classificados
como Bens Finais, uma vez que já́ passaram por todos os processos de
transformação possíveis, significando que estão acabados.
	
Bens intermediários
	São aqueles que ainda precisam ser transformados para atingir sua for- ma definitiva. A título de exemplo, podemos citar o fertilizante utilizado na produção de arroz, ou o aço, o vidro e a borracha utilizados na pro-
dução de carros.
	
Bens privados
	São os produzidos e possuídos privadamente. Como exemplo temos os
automóveis, aparelhos de televisão etc.
	
Bens públicos
	Referem-se ao conjunto de bens gerais fornecido pelo setor público:
educação, justiça, segurança, transportes etc.
Fonte: Nogami e Passos (2016, p. 11)
Fatores de produção
Para produzir bens e serviços são os fatores de produção ou recursos produtivos.
Mas o que são fatoresde produção?
São os elementos, limitados, utilizados no processo de fabricação dos mais va-
riados tipos de bens que irão satisfazer as necessidades humanas ilimitadas. Eles são “constituídos pelas dádivas da natureza, pela população economicamente mobilizável, pelas diferentes categorias de capital e pelas capacidades tecnológicas e empresarial”. (ROSSETTI, 2016 p. 65). Respectivamente, são as seguintes as denominações usuais desses recursos (como são classificados):
· Recursos naturais ou terra → é a origem de todo o processo produtivo. Ex: minerais, água, sol, etc;
· Trabalho → é a contribuição do ser humano na produção. Pode ser físico ou intelectual. Ex: Trabalho de um agricultor no campo ou uma consulta médica;
· Capital → são bens utilizados no processo produtivo. Ex: máquinas, construções, infraestrutura, etc…
· Tecnologia→ é constituída pelo conjunto de conhecimentos e habilidades que dão sustentação ao processo de produção. O quadro 4 demonstra em detalhes esse conjunto de conhecimentos e habilidades que se dá a denominação gené- rica de capacidade tecnológica.
Quadro 4. Capacidade tecnológica: conceito e tipologia.
Fonte: Rossetti (2016)
· Empresariedade → a mobilização, a interação e a combinação dos recursos fundamentais de produção pressupõem a existência de um quinto fator de alta relevância: a capacidade de empreendimento.
Curva de Transformação e o Custo de oportunidade
Como foi exposto anteriormente, a economia está ligada ao problema da escolha. Isso muito provavelmente não lhe era novidade, visto que muito provável ou certamente você já teve que escolher adquirir alguma coisa em relação à outra. E por que isso acontece mesmo? Vale lembrá-lo que para responder a essa questão basta se lembrar que os recursos são limitados e as necessidades ilimitadas.
Em outras palavras, é imposto às empresas uma escolha para a produção de di- versos tipos de bens.
Para ilustrar, será descrito a seguir uma breve situação hipotética:
a) Uma economia produz dois tipos de bens: X e Y;
b) A quantidade e qualidade dos recursos é fixa;
c) Existe pleno emprego;
d) A tecnologia é constante.
Essa Fronteira ou Curva de Possibilidades de Produção (CPP), também é cos- tumeiramente identificada como a Curva de Transformação, “é a fronteira máxima que a economia pode produzir, dados os recursos produtivos limitados e a tecnologia” (VASCON- CELLOS, 2015 p. 10). Através de sua analise será possível obter a percepção das alternati- vas de produção da sociedade, supondo os recursos disponíveis plenamente empregados.
A quantidade de cada bem que pode ser produzido dado a quantidade de fatores de produção disponíveis pode ser melhor acompanhado na tabela 1.
Tabela 1. Tabela representativa das possibilidades de produção.
	
BEM
	
QUANT. MAX. X
	
QUANTIDADES INTERMEDIÁRIAS
	
QUANT. MAX.
Y
	X
	0
	10
	15
	20
	30
	Y
	55
	45
	25
	5
	0
	PONTO
	A
	B
	C
	D
	E
Fonte: o autor.
A tabela pode ser representado no gráfico 1, como:
Gráfico 1. Curva de transformação ou possibilidades de produção.
Fonte: o autor.
Curva de transformação mostra a possibilidade de produzir bens dada uma certa quantidade de fatores de produção A situação anterior apresenta o custo de oportunidade, no qual as empresas deverão “abrir mão” da produção de um bem para produzir outro. Assim:
· Trata-se de uma curva das possibilidades de produção ou curva de transformação;
· No limite da curva (pontos A, B, C, D e E) algumas respostas para as possibilidades de produção poderão ser obtidas, tais como:
· representa o que melhor está cotado no mercado no momento.
· representa o sacrifício de escolher o que produzir dado a falta de espaço disponível para produzir vários produtos.
· Falta de tempo para produzir mais.
· Mudanças nos rumos estratégicos dos negócios. Etc.
Pode-se definir custo de oportunidade como todo sacrifício de se transferir os re- cursos de uma atividade para outra, ou seja, é a quantidade de um bem ou serviço a que se deve renunciar para obter outro.
4 SISTEMAS ECONÔMICOS
A forma de comprar e vender bens, os impostos que se paga, o tipo de máquina utilizados pelas empresas, etc variam de país para país.
Engloba todos os métodos pelos quais os recursos são alocados e os bens e ser-
viços distribuídos.
“Sistemas econômicos são arranjos historicamente constituídos, a partir dos quais os agentes econômicos são levados a empregar recursos e a interagir via produção, distribuição e uso dos produtos gerados, dentro de mecanis- mos institucionais de controle e de disciplina, que envolvem desde o emprego dos fatores produtivos até as formas de atuação, as funções e os limites de cada um dos agentes” (ROSSETTI, 2016, p. 141).
É formado por um conjunto de organizações que fazem com que os recursos es- cassos sejam utilizados para satisfazer as necessidades humanas. É composto por:
a) Estoque de fatores de produção;
b) Empresas;
c) Instituições;
Sistema Socialista
A base do socialismo é a propriedade coletiva ou estatal dos recursos produtivos. Estado toma todas as decisões. As indústrias são propriedade da sociedade como um todo. O controle da propriedade é mantido pelo Estado para, supostamente, o benefício da sociedade.
Para Rossetti (2016, p. 21) “o binômio produção-distribuição (entendendo-se dis- tribuição no sentido de processo distributivo ou, mais simplesmente, como repartição) é a base a partir da qual a perspectiva socialista construiu sua concepção”. Essa concepção é sobre a matéria de que se ocupa a economia.
Sistema capitalista
Para Comparato (2014) usando uma consagrada expressão de Gramsci, uma das principais justificativas desse sistema intitulado de capitalista, que foram apresentadas pelos seus intelectuais, sempre foi a de que, embora provocando necessariamente uma situação de desigualdade socioeconômica, ele é insuperável em matéria de produção de bens.
Algumas características do sistema capitalista:
· Fatores de produção, bens de consumo e dinheiro são propriedades privada;
· Controle da economia é via sistema de preços;
· Incentivo para a produção é o lucro;
· As empresas são competitivas;
· O papel do governo é limitado.
SAIBA MAIS
Qual a diferença entre comunismo e socialismo?
As expressões “comunismo” e “socialismo” recebem significados nem sempre muito precisos. Numa explicação bem resumida, daria para dizer que, segundo a teoria marxista, o socialismo é uma etapa para se chegar ao comunismo. Este, por sua vez, seria um sistema de organização da sociedade que substituiria o capitalismo, implicando o desaparecimento das classes sociais e do próprio Estado. “No socialismo, a sociedade controlaria a produção e a distribuição dos bens em sistema de igualdade e cooperação. Esse processo culminaria no comunismo, no qual todos os trabalhadores seriam os proprietários de seu trabalho e dos bens de produção”, diz a historiadora Cristina Meneguello, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Mas essas duas expressões também pode assumir outros significados. “Pode-se entender o socialismo, num sentido mais limitado, significando as correntes de pensamento que se opõem ao comunismo por defenderem a democracia. Em contraposição, o comunismo serviria de modelo para a construção de regimes autoritários”, afirma o historiador Alexandre Hecker, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Assis (SP).
Os especialistas são quase unânimes em afirmar que nunca houve um país comunista de fato. Alguns estudiosos vão mais longe e questionam até mesmo a existência de nações socialistas. “Os países ditos comunistas, como Cuba e China, são assim chamados por se inspirarem nas idéias marxistas. Contudo, para os críticos de esquerda, esses países sequer poderiam ser chamados de socialistas, por terem Estados fortes, nos quais uma burocracia ligada a um partido único exerce o poder em nome dos trabalhadores”, diz o sociólogo Marcelo Ridenti, também da Unicamp.
Logo após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), formou-se na Europa, sob liderança da União Soviética, um bloco de nações chamadas de comunistas. “Essespaíses tornaram-se ditaduras, promovendo perseguições contra dissidentes. A sociedade comunista, justa e harmônica, concebida por Marx, não foi alcançada”, afirma Cristina. Fonte: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-a-diferenca-entre-comunismo-e- socialismo-existiu-algum-pais-realmente-comunista/
 (
CONSIDERAÇÕES
 
FINAIS
)Aqui, encerramos mais uma unidade da nossa disciplina de economia. Neste ca- pítulo vimos os conceitos de economia, uma ciência social justamente porque tais ciências estudam a forma como a sociedade se organiza e funciona. objetiva atender às necessida- des humanas.
O estudo da economia segue duas linhas básicas teóricas: microeconomia que é o ramo da Teoria Econômica que estuda o comportamento econômico das unidades individuais de decisão representados e a macroeconomia, sendo que esta é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento da economia como um todo. A partir dessas distinções, a economia procura resolver um problema que fundamentalmente norteia toda sua base de estudos.
Vimos que as necessidades humanas são infinitas ou ilimitadas. Os Fatores de produção (trabalho, capital e recursos naturais) são finitos ou limitados. É por esses motivos que a economia é conhecida também como a ciência da escassez ou das escolhas. A partir do problema da escassez, qualquer economia procura responder as seguintes perguntas: o que e quanto produzir? como produzir? para quem produzir? A ação dos agentes eco- nômicos que são aqueles que agem sobre a economia, denominados como famílias (ou unidades familiares), empresas (ou unidades produtivas) e governo. Estudamos também sobre o setor primário: são atividades agrícolas, pecuárias e extrativas, sejam elas mine- rais animais ou vegetais; setor secundário: são atividades industriais, onde as matérias primas são transformadas em produtos acabados, prontos para o consumidor final; e, setor terciário: que se diferencia dos outros pelo fato de seu produto não ser tangível, concreto, embora seja de grande importância no sistema econômico.
Por fim, apresentamos os sistemas econômicos, arranjos historicamente constituí- dos, a partir dos quais os agentes econômicos são levados a empregar recursos e a interagir via produção, distribuição e uso dos produtos gerados, dentro de mecanismos institucionais de controle e de disciplina, que envolvem desde o emprego dos fatores produtivos até as formas de atuação, as funções e os limites de cada um dos agentes.
 (
MATERIAL
 
COMPLEMENTAR
)
LIVRO
· Título: Economia aplicada
· Autor: Antonio Carlos Pôrto Gonçalves
· Editora: FGV Editora
· Sinopse: O objetivo deste livro é oferecer ao leitor um conjunto de conceitos econômicos úteis e mostrar suas interações. A economia é uma ciência complexa, mas fundamental para a compreensão do ambiente onde as instituições privadas e governamentais atuam e o propósito aqui é o de facilitar esse entendimento. Os conceitos para a mensuração da produção (PIB e PNB), o estudo da moeda e dos mercados financeiros, as relações externas da economia, bem como as teorias e consequências da inflação são alguns dos tópicos abordados neste livro.
FILME/VÍDEO
· Título: Mad Max: Estrada da Fúria
· Ano: 2015
· Sinopse: Mad Max: Estrada da Fúria não venceu em seis ca- tegorias do Oscar de 2016 só por causa de suas cenas de ação bem feitas. A história se passa num cenário apocalíptico em que a raça humana quase foi extinta por causa de guerras nucleares. Água é um recurso tão raro que só os mais fortes e poderosos têm acesso, como o vilão Immortan Joe. “Nunca, meus amigos, fiquem viciados em água. Vocês sentirão muito a sua falta”, diz em uma cena. Apesar de ser um filme recente, Mad Max foi um trilogia estrelada por Mel Gibson nos anos 80.
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42
)
UNIDADE III
Microeconomia
Professor Esp. Rodrigo Jr. Gualassi
Plano de Estudo:
· MICROECONOMIA: CONCEITOS
· ANALISE MICROECONÔMICA
· APLICAÇÕES DA ANÁLISE MICROECONÔMICA
· DEMANDA E OFERTA DE MERCADO
· TEORIA DA PRODUÇÃO
· TEORIA DE MERCADO
Objetivos de Aprendizagem:
· Conceituar e contextualizar a microeconomia
· Compreender os tipos de análise microeconômica
· Estabelecer a importância da aplicação da análise microeconômica
· Conceituar e contextualizar demanda, oferta e equilíbrio de mercado
· Compreender demanda e oferta
· Conceituar e contextualizar teoria de mercado
 (
INTRODUÇÃO
)A partir desse momento faremos uma divisão em nosso estudo sobre economia. Nesta e na próxima unidade deste material abordaremos os assuntos ligados à micro e macroeconomia.
Aqui especificamente trataremos sobre a microeconomia e seus derivados. Você verá adiante os conceitos que norteiam o estudo microeconômico e entender os tipos de análise que circundam essa variável, bem como a aplicação de tal análise.
Vamos conceituar também demanda, oferta e equilíbrio de mercado e ver a im- portância estabelecida entre elas e obviamente compreender o que é demanda e o que é oferta, além de sua influência na economia.
Por fim, abordaremos as teorias de mercado.
Bons estudos!
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UNIDADE
 
III
 
Microeconomia
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1 MICROECONOMIA: CONCEITOS
A microeconomia é o ramo ligado a Teoria Econômica que estuda como se compor- ta economicamente as unidades individuais de decisão representados pelos consumidores, pelas empresas e pelos proprietários de recursos produtivos (VICECONTI; NEVES 2013).
Para Mankiw (2013, p. 28) “ microeconomia é o estudo de como as famílias e
empresas tomam decisões e de como elas interagem em mercados específicos”.
O estudo da microeconomia foca em analisar a formação de preços no mercado, ou seja, a interação entre os agentes econômicos, a empresa e o consumidor, por exemplo, e como estes interagem e decidem qual o preço e a quantidade de determinado bem ou serviço em mercados específicos” (VASCONCELLOS, 2015).
2 ANÁLISE MICROECONÔMICA
Pressupostos básicos
A hipótese coeteres paribus (ceteris paribus)
Ao empregar o uso de tal hipótese, está sendo afirmado que o foco de estudo é dirigido apenas àquele mercado, analisando-se o papel que a oferta e a demanda nele exercem, supondo que outras variáveis interfiram muito pouco, ou que não interfiram de maneira absoluta. Tudo o mais permanece constante. Isto significa que a validade das leis e dos modelos econômicos implica que sejam mantidos constantes todos os demais fatores que podem interferir nas magnitudes das variáveis sob observação. Rossetti (2016, p. 57) salienta que essa expressão “significa mantidos inalterados todos os demais fatores ou, então, permanecendo iguais todos os demais elementos”.
É exatamente a esta particularidade que os economistas se referem quando em- pregam a expressão latina ceteris paribus:
· Mantidos inalterados todos os demais fatores;
· Permanecendo iguais todos os demais fatores.
●
Objetivos da empresa
 (
SAIBA
 
MAIS
O
 
homo
 
economicus
 
é
 
o
 
homem
 
econômico
 
racional,
 
ou
 
seja,
 
aquele
 
indivíduo
 
que
 
iden-
 
tifica suas preferências e processa todas as informações disponíveis. Além disso, suas
 
escolhas são sempre consistentes e referendadas pelo uso da razão. Ainda de acordo
 
com a economia racional, esse
 homem é descrito como alguém que evita trabalho des-
 
necessário
 
usando
 
o
 
julgamento
 
racional.
 
Nesse
 
sentido,
 
ele
 
consegue
 
sempre
 
maximi-
 
zar sua riqueza. Finanças Comportamentais: Veja 6 truques da mente contra você Ou
 
seja, o 
homo economicus 
sempre analisa todos os custos de oportunidades envolvidos
 
na tomada de decisão. Então ele faz as escolhas mais acertadas e consequentemente
 
otimiza
 
seus resultados.
Fonte:
 
Suno
 
Research
 
em
 
https://www.sunoresearch.com.br/artigos/homo-economicus/
)A grande questão na microeconomia, reside na hipótese adotada quanto aos ob- jetivos da empresa produtora de bens e serviços. A análise tradicional supõe o princípio da racionalidade (homo economicus) segundo o qual o empresários sempre buscam a maximizaçãodo lucro total, otimizando a utilização dos recursos de que dispões.
Dessa corrente surgem conceitos de receita marginal, custo marginal e produtivida- de marginal ao invés de médias.
3 APLICAÇÕES DA ANÁLISE MICROECONÔMICA
Análise microeconômica ou ainda teoria dos preços é a parte do estudo dedicada em explorar, como parte da ciência econômica obviamente, como se determina o preço dos bens e serviços, ou seja, como eles são formados, também dos fatores de produção.
Essa análise preocupa-se em responder, também, algumas questões aparente- mente rotineiras, um exemplo delas é:
– porque, quando o preço de um bem se eleva, a quantidade demandada desse bem deve cair, ceteris paribus?
Analise microeconômica: empresas
De acordo com Rossetti (2016, p. 145) “as empresas são os agentes econômicos para os quais convergem os recursos disponíveis da economia, mobilizados para fins produ- tivos”. Do ponto de vista microeconômico as análises realizadas pelas empresas condizem com decisões que podem ser tomadas por elas a partir da análise da microeconomia, elas devem considerar, por exemplo:
· Políticas de preços da empresa;
· Previsões de demanda e faturamento;
· Previsões de custo de produção;
· Decisões ótimas de produção ( escolha da melhor alternativa);
· Avaliação e elaboração de projetos de investimento( custo-benefício);
· Politica de propaganda e publicidade;
· Localização da empresa;
· Diferenciação de mercados.
Analise microeconômica: política econômica
São decisões necessárias ao planejamento estratégico das empresas e à política e à programação econômica do setor público. Consistem:
· Avaliação de projetos de investimentos públicos;
· Efeitos de impostos sobre mercados específicos;
· Política de subsídios;
· Fixação de preços mínimos na agricultura;
· Fixação do salário mínimo;
· Controle de preços;
· Política salarial;
· Política de preços e tarifas públicas (água, luz e outras);
· Fixação de tarifas alfandegárias;
· Leis antitruste (defesa da concorrência).
Para Vasconcellos (2015, p.15) “as políticas econômicas governamentais (políticas salariais, políticas assistencialistas, gastos com educação etc.) influenciam direta e indire- tamente na mobilidade social”.
4 DEMANDA E OFERTA DE MERCADO
Conceito de Demanda
A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um determinado
bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo.
Demanda (ou procura) é a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir, num dado período, dada sua renda, seus gastos e o preço de mercado. Representa um desejo, um plano: o máximo a que o consumidor pode aspirar, dada sua renda e os preços no mercado (VASCONCELLOS 2015, p.31).
A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São elas: o preço do bem ou serviço, o preço de outros bens, a renda do consumidor e o gosto ou preferência do indivíduo. Para estudar-se a influência dessas variáveis utiliza-se a hipótese do coeteris paribus (Ceteris paribus), ou seja, considera-se cada uma dessas variáveis afetando separadamente as decisões do consumidor.
Demanda é o mesmo que quantidade demandada? Embora tendam a ser utilizados como sinônimo existe distinção entre demanda e quantidade demandada, esses termos têm significados diferentes.
Essa relação entre preço e quantidade demandada se aplica à maioria dos bens existentes na economia e, de fato, ela é tão universal que os econo- mis- tas a chamam lei da demanda: com tudo o mais mantido constante, quando o preço de um bem aumenta, a quantidade demandada deste diminui; quando o preço diminui, a quantidade demandada do bem aumenta (MANKIW 2013, p. 65).
Por demanda entende-se toda a escala ou curva que relaciona os possíveis preços a determinadas quantidades. Por quantidade demandada devemos entender um ponto específico da curva relacionando um preço a uma quantidade.
Gráfico 1. demanda ou quantidade demandada.
Fonte: o autor.
No gráfico 1 é possível perceber a relação entre demanda e quantidade demandada ao ponto de que por exemplo considerando o fator preço (céteris páribus) ao ponto de que se este subir a demanda/quantidade demandada tende a reduzir. A mesma regra se aplica quando inversamente analisado. A curva de demanda é negativamente inclinada, pois ao ponto de que o preço sobe as quantidades demandadas tendem a baixar ou conforme citado acima, analisando pelo ponto de vista de que se o preço baixar as quantidades procuradas tende a subir.
Conceito De Oferta
A oferta é conceituada como sendo as várias quantidades que os produtores de- sejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. “É a quantidade que os vendedores querem e podem vender” (MANKIW 2013, p. 71).
Da mesma maneira que foi exposto quando tratamos da demanda, a oferta depende de vários fatores. Dentre eles, destaca-se seu próprio preço, dos demais preços, do preço dos fatores de produção, das preferências do empresário e da tecnologia.
Para Silva e Azevedo (2017, p. 77) lei da oferta, “refere-se ao fato de que quanto mais elevado for o preço de um bem ou serviço, maior será a disposição do empresário em disponibilizar o seu produto para os consumidores, coeteris paribus”.
Gráfico 2. Oferta.
Fonte: o autor.
Equilíbrio de mercado
A interação das curvas de demanda e oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado.
Gráfico 2. Equilíbrio de mercado.
Fonte: o autor.
Na intersecção das curvas de oferta e demanda (ponto E) ou seja, ao se cruzarem, teremos o preço e a quantidade de equilíbrio, isto é, o preço e a quantidade que atendem
às aspirações, necessidades dos consumidores e dos produtores de forma simultânea.
Quando a quantidade ofertada estiver abaixo daquela de equilíbrio “PE” (A, por exemplo), teremos uma situação de escassez do produto. Haverá uma competição entre os consumidores, pois as quantidades procuradas serão maiores que as ofertadas. For- mar-se-ão filas, o que forçará a elevação de preços, até atingir-se o equilíbrio, quando as filas cessarão. Más se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio “PE” (B, por exemplo), haverá um excesso ou excedente de produção, um acúmulo de estoques não programado do produto, o que poderá provocar uma competição entre os produtores, conduzindo a uma redução dos preços, até que se atinja o ponto de equilíbrio (VASCONCELLOS 2015, p. 55) .
Dessa forma visando a equidade, o governo pode intervir na formação de preços no mercado através de:
1) Impostos;
2) Subsídios;
3) Tabelamento;
4) Fixação de preços mínimos;
5) Congelamentos de preços e salários; Etc.
Elasticidade
É possível explicar a elasticidade como o grau de reação de um produto à variação de, por exemplo, seu preço, isto é, a elasticidade demonstra uma relação entre o efeito nas quantidades demandadas ou ofertadas de determinado produto e as causas que o determina, sob a condição de coeteris/céteris paribus.
Para resumir podemos conceituar elasticidade com o grau de reação ou de sen- sibilidade de um bem ou serviço à variação de, seu preço, preço dos produtos substitutos ou complementares e renda do consumidor. “A elasticidade é uma medida do tamanho da resposta dos compradores e vendedores às mudanças das condições do mercado” (MANKIW 2013, p. 87).
Sua metodologia de cálculo parte da análise do quociente entre a variação percen- tual da quantidade em função da variação percentual de outra variável, que lhe provoque alguma mutação, como o preço do próprio bem ou serviço. Ela poderá ser calculada no ponto ou num intervalo ou arco.
4.4.1 Elasticidade-Preço da Demanda
Sua função é avaliar a reação da quantidade da demanda de um bem ou serviço em relação às variações em seu preço. Essa é a visão do quando considerado o lado do consumidor.
A elasticidade-preço da demanda pode ser definida “como sendo a relação entre a variação percentual na quantidade demandada e a variação percentual no preço” (VAS- CONCELLOS 2011 p. 8).
Algebricamente,a elasticidade-preço da demanda pode ser representada por:
∆ Q= Variação na quantidade demandada
∆ P= Variação no preço
Figura 1. A elasticidade-preço da procura
Fonte: Rossetti (2016, p. 432)
4.4.2.Elasticidade-Preço da Oferta
O mesmo raciocínio utilizado para a demanda também se aplica para a oferta, a figura 2 mostra perfeitamente essa relação de raciocínios. No entanto, neste caso que o resultado da elasticidade será positivo, pois a correlação entre preço e quantidade ofertada é direta.
Figura 1. A elasticidade-preço da procura
Fonte: Rossetti (2016, p. 433)
“A elasticidade-preço da oferta mede o quanto a quantidade ofertada res- ponde a mudanças no preço. A oferta de um bem é chamada elástica se a quantidade ofertada responde substancialmente a mudanças no preço. A oferta é chamada inelástica se a quantidade ofertada responde pouco a mu- danças no preço” (MANKIW 2013, p. 96).
Quanto maior o preço, maior a quantidade que o empresário estará disposto a ofertar, coeteris paribus.
5 TEORIA DA PRODUÇÃO
Conceito da Teoria da Produção
A Teoria da Produção preocupa-se com o lado da oferta do mercado, ou seja, com os produtores, que vão oferecer aos consumidores os bens e serviços por eles produzidos.
Produção é o processo pelo qual uma firma transforma os fatores de produ- ção adquiridos em produtos ou serviços para a venda no mercado. Assim, a firma é uma intermediária: compra insumos (inputs, fatores de produção), combina-os segundo um processo de produção escolhido e vende produtos (outputs) no mercado (VASCONCELLOS, 2015 p. 113)
Para que essa teoria seja melhor entendida, antes, devemos nos ater aos conceitos
de firma e posteriormente na definição da função de produção:
· Firma, ou empresa: Na Teoria da Produção, não há interesse em definir a em- presa do ponto de vista jurídico ou contábil. Portanto, aqui, a empresa será apenas uma unidade técnica de produção. Em decorrência, o empresário será o proprietário ou pessoa que administra a firma (SILVA; LUIZ, 2010).
Vasconcellos (2015, p. 143) destaca como objetivo proposto pelas firma a “maximi- zar lucros, maximizar participação no mercado, maximizar margem de rentabilidade sobre os custos etc”.
· Função de produção: que é uma relação técnica entre as quantidades empre- gadas dos fatores de produção e as quantidades produzidas do bem ou serviço, podendo ser representada pela expressão:
Q= f (K, L) em que:
Q= quantidade produzida do bem;
K= quantidade empregada de fator capital;
L= quantidade empregada de fator trabalho;
Essa expressão significa que a quantidade produzida do bem depende, ou “é função”, das quantidades empregadas dos fatores capital e trabalho. “No qual insumos tais como serviços de mão de obra, matéria-prima e serviços de bens de capital são transfor- mados em um produto final” (VASCONCELLOS; OLIVEIRA E BARBIERI, 2011, p. 147).
Lei dos Rendimentos Decrescentes
Um dos conceitos mais conhecidos entre os economistas, dentro da Teoria da Produção, é o da Lei ou Princípio dos Rendimentos Decrescentes, que trata sobre quando elevando-se a quantidade do fator variável, permanecendo fixa a quantidade dos demais fatores, a produção inicialmente aumentará as taxas crescentes; a seguir, depois de certa quantidade utilizada do fator variável, continuará a crescer, mas a taxas que tendem a cair continuando o incremento da utilização do fator variável, a produção total chegará a um máximo, para depois diminuir.
A Lei dos Rendimentos Decrescentes se refere a uma teoria que explica o motivo por aumentos nas quantidades produzidas serem cada vez menores em relação ao acréscimo de unidades produtivas no processo de produção de um bem ou serviço. A teoria defende que a eficiência produtiva diminui a cada novo fator de produção incrementado ao mesmo fator fixo (SILVA; FER- NANDES, 2017 p. 57).
Se considerarmos como exemplo dois fatores: terra (fixo) e mão-de-obra (variável) é possível verificar que, se várias combinações de terra e mão-de-obra forem utilizadas para produzir um item como o feijão e se a quantidade de terra for mantida constante, os aumentos da produção dependerão do aumento da mão-de-obra empregada na lavoura para sua efetiva produção.
Assim, a produção deste item aumentará até certo ponto e depois cairá, isto é, a maior quantidade de homens para trabalhar, associada à área constante de terra, permitirá que a produção cresça até um certo ponto (máximo) e depois passe a diminuir. Como a proporção entre os fatores fixo e variável vai se alterando, quando aumenta a produção, essa lei também é chamada de Lei das Proporções Variáveis.
Custo de Oportunidade
São os custos relacionados às oportunidades deixadas de lado por determinado indivíduo ou empresa, num espaço de tempo específico. Essa situação é mais fácil de ser verificada se tomarmos por base o exemplo de uma empresa que possua galpão próprio. Enquanto os contadores normalmente contabilizam o custo igual a zero na utilização desse galpão, mesmo que ele abrigue as máquinas da própria empresa, os economistas identifi- cam nessa situação uma possibilidade de ganho, pois o empresário poderia receber algum tipo de receita não operacional, caso ele alugasse esse galpão. Dessa forma, os aluguéis
não recebidos correspondem ao custo de oportunidade (VASCONCELLOS; OLIVEIRA E BARBIERI, 2011).
Custos Fixos e Variáveis
De acordo com Vasconcellos (2015, p. 127) “custos contábeis são aqueles nor- malmente lançados na contabilidade privada, ou seja, são custos explícitos, que sempre envolvem um dispêndio monetário”.
São os gastos efetivos contabilizados no balanço da empresa, que podem ser:
a) Custos Fixos: Ele independe da produção, não varia de acordo com seu volume e é representado por fatores fixos, como aluguel, IPTU etc. - ,que são denominados, con- tabilmente, custos indiretos.
b) Custos Variáveis: Esse custo depende da produção e varia de acordo com seu volume. É representado por fatores variáveis – como mão-de-obra, matéria-prima etc. – e são denominados, contabilmente, custos diretos.
Custos Médio e Marginal
Custo Total Médio: é o resultado do quociente do custo total pela quantidade total produzida, também conhecido como custo unitário.
Custo Marginal: Também denominado custo incremental, é o resultado da produção de uma unidade adicional de produto. Podemos calculá-lo pelo quociente da variação do custo total pela variação da quantidade total produzida. Sua ocorrência só é possível para o custo variável, uma vez que os custos fixos não variam em função da produção.
TABELA – Produção e custos de produção
Economias e Deseconomia de Escala
As economias de escala ocorrem quando a curva de custo total médio de longo prazo decresce com o aumento da produção, já as deseconomias de escalas ocorrem quando a curva de custo total médio se eleva com a produção (MANKIW, 2013)
Quanto às economias de escala podemos destacar três possíveis causas para sua ocorrência. São elas:
a) Economia de escala na fábrica – está ligada ao investimento no capital fixo e humano, trazendo ganhos provenientes da especialização, que, por sua vez, estão relacionados à produtividade dos fatores, ou seja, estão relacionados aos aumentos mais que proporcionais da capacidade produtiva em relação aos custos de produção. Também podemos ter o que chamamos de economias de escopo, que refletem os benefícios de menores custos ao se produzir dois ou mais produtos em conjunto em vez de separados.
b) Economia de escala no produto – está relacionada ao aumento da especialização dos fatores quando a produção de um único e específico produto, por exemplo a mão-de-obra, tende a se tornar cada vez mais qualificada para a elaboração de um produto por causa das repetidas vezes que lida com ele. Esse fato está ligado à curva de aprendizado, que se reflete diretamente nos custos.
c) Economia de escala ligada à empresa – são várias as vantagens que esse tipo de economia pode trazer, e dentre as mais importantes destacamos:
· Vantagens de produção e distribuição – quando

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