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06_Nocoes_Gerais_da_Igualdade_Racial_e_de_Genero

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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Embasa 
 
1. Constituição da República Federativa do Brasil (art. 1º, 3º, 4º e 5º). ................................................ 1 
 
2. Constituição do Estado da Bahia, (Cap. XXIII "Do Negro"). ........................................................... 10 
 
3. Lei federal no 12.288, de 20 de julho de 2010 (Estatuto da Igualdade Racial). .............................. 12 
 
4. Lei estadual nº 13.182, de 06 de junho de 2014 (Estatuto da Igualdade Racial e de Combate a 
Intolerância Religioso), regulamentada pelo Decreto estadual nº 15.353 de 08 de agosto de 2014. ...... 27 
 
5. Lei federal no 7.716, de 5 de janeiro de 1989, alterada pela Lei federal no 9.459 de 13 de maio de 
1997 (Tipificação dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor). ......................................... 44 
 
6. Decreto Federal no 65.810, de 08 de dezembro de 1969 (Convenção internacional sobre a 
eliminação de todas as formas de discriminação racial). ........................................................................ 49 
 
7. Decreto federal n o 4.377, de 13 de setembro de 2002 (Convenção sobre eliminação de todas as 
formas de discriminação contra a mulher). ............................................................................................. 61 
 
8. Lei federal no 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). ........................................... 71 
 
9. Código Penal Brasileiro (art. 140). ................................................................................................. 88 
 
10. Lei federal nº 9.455/1997 (Combate à Tortura). ........................................................................... 91 
 
11. Lei federal nº 2.889/56 (Combate ao Genocídio). ........................................................................ 97 
 
12. Lei federal no 7.437, de 20 de dezembro de 1985 (Lei Caó). ..................................................... 100 
 
13. Lei estadual no 10.549 de 28 de dezembro de 2006 (Cria a Secretaria de Promoção da Igualdade 
Racial); alterada pela Lei estadual no 12.212/2011. ............................................................................. 102 
 
14. Lei federal no 10.678 de 23 de maio de 2003 (Cria a Secretaria de Políticas de Promoção da 
Igualdade Racial da Presidência da República). ................................................................................... 108 
 
 
 
 
 
 
 
1302060 E-book gerado especialmente para LUZILANIA PEREIRA DA SILVA BARROS
 
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Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
 
 
1302060 E-book gerado especialmente para LUZILANIA PEREIRA DA SILVA BARROS
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
Dos Princípios Fundamentais 
 
A Constituição brasileira tem o seu Título I (artigos 1º ao 4º), integralmente dedicado aos “princípios 
fundamentais”, que são as regras informadoras de todo um sistema de normas, as diretrizes básicas do 
ordenamento constitucional brasileiro. São regras que contêm os mais importantes valores que informam 
a elaboração da Constituição da República Federativa do Brasil, e que por tal motivo merecem estudo 
aprofundado, por serem tema constante em provas de concursos. 
 
Vejamos a seguir os dispositivos exigidos: 
 
TÍTULO I 
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos 
ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
O artigo define a forma de Estado (Federativa) e a forma de Governo (República) em duas palavras 
“República Federativa”, “formada pela União indissolúvel” (nenhum ente pode pretender se separar), 
numa Federação não existe a hipótese de separação, “constitui em Estado Democrático de Direito”. Essa 
expressão traz em si a ideia do Estado formado a partir da vontade do povo, voltado para o povo e ao 
interesse do povo (o povo tem uma participação ativa, sempre com o respeito aos Direitos e garantias 
fundamentais), e tem por fundamentos: 
I - Soberania. Constitui um dos atributos do próprio Estado, pois não existe Estado sem soberania. 
Significa a supremacia do Estado brasileiro na ordem política interna e a independência na ordem política 
externa. 
II - Cidadania. O termo “cidadania” foi empregado em sentido amplo, abrangendo não só a titularidade 
de direitos políticos, mas também civis. Alcança tanto o exercício do direito de votar e ser votado como o 
efetivo exercício dos diversos direitos previstos na Constituição, tais como educação, saúde e trabalho. 
Cidadania, no conceito expresso por Hannah Arendt, o direito a ter direitos. 
III - Dignidade da pessoa humana. O valor dignidade da pessoa humana deve ser entendido como o 
absoluto respeito aos direitos fundamentais de todo ser humano, assegurando-se condições dignas de 
existência para todos. O ser humano é considerado pelo Estado brasileiro como um fim em si mesmo, 
jamais como meio para atingir outros objetivos. 
IV - Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. O trabalho e a livre iniciativa foram identificados 
como fundamentos da ordem econômica estabelecida no Brasil, ambos considerados indispensáveis para 
o adequado desenvolvimento do Estado brasileiro. Esses dois fatores revelam o modo de produção 
capitalista vigente. A Constituição pretende estabelecer um regime de harmonia entre capital e trabalho. 
V - Pluralismo político. O pluralismo político significa a livre formação de correntes políticas no País, 
permitindo a representação das diversas camadas da opinião pública em diferentes segmentos. Esse 
dispositivo constitucional veda a adoção de leis infraconstitucionais que estabeleçam um regime de 
1. Constituição da República Federativa do Brasil (art. 1º, 3º, 4º e 5º). 
1302060 E-book gerado especialmente para LUZILANIA PEREIRA DA SILVA BARROS
 
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partido único ou um sistema de bipartidarismo forçado ou que impeçam uma corrente política de se 
manifestar no País. 
 
(...) 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação. 
 
A nossa Constituição, quanto ao modelo, classifica-se como dirigente, pois estabelece metas que 
devem ser buscadas pelo Estado brasileiro, diretrizes que devem informaros programas de atuação 
governamental em todas as esferas do poder político. 
Atenção! Observa-se que os objetivos previstos neste artigo, não se confundem com os fundamentos 
estabelecidos no artigo 1º, tendo em vista que os fundamentos são princípios inerentes ao próprio Estado 
brasileiro, fazem parte de sua construção, já os objetivos fundamentais são as finalidades a serem 
alcançadas. 
Foram estabelecidos quatro objetivos fundamentais para a República Federativa do Brasil: I - 
construir uma sociedade livre, justa e solidária (consolidada nos princípios da liberdade, justiça e 
solidariedade); II - garantir o desenvolvimento nacional (em todos os sentidos, tanto econômico, como 
também social); III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais 
(redução e proteção contra as desigualdades entre os estados); IV - promover o bem de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (preocupação 
com a igualdade e a eliminação da discriminação). 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos 
seguintes princípios: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, 
social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações. 
 
Traz os princípios que regem o Brasil nas suas relações internacionais. A República Federativa do 
Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: independência nacional, 
prevalência dos direitos humanos, autodeterminação dos povos, não-intervenção, igualdade entre os 
Estados, defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, repúdio ao terrorismo e ao racismo, cooperação 
entre os povos para o progresso da humanidade, concessão de asilo político. A República Federativa do 
Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à 
formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
 
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos 
 
A Constituição de 1988 foi a primeira a estabelecer direitos não só de indivíduos, mas também de 
grupos sociais, os denominados direitos coletivos. As pessoas passaram a ser coletivamente 
consideradas. Por outro lado, pela primeira vez, junto com direitos foram estabelecidos expressamente 
deveres fundamentais. Tanto os agentes públicos como os indivíduos têm obrigações específicas, 
inclusive a de respeitar os direitos das demais pessoas que vivem na ordem social. 
 
 
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TÍTULO II 
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano 
material, moral ou à imagem; 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos 
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e 
militares de internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica 
ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a 
cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença; 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o 
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento 
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o 
dia, por determinação judicial; 
 
Durante o dia Durante a noite 
Consentimento do morador Consentimento do morador 
Caso de flagrante delito Caso de flagrante delito 
Desastre ou prestar socorro Desastre ou prestar socorro 
Determinação judicial -- 
 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que 
a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 
9.296, de 1996). 
 
A interceptação só pode ocorrer com ordem judicial, para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal, sob pena de constituir prova ilícita. 
 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer; 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando 
necessário ao exercício profissional; 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos 
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; 
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de 
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; 
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XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades 
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para 
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade 
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os 
casos previstos nesta Constituição; 
 
Desde que sejam obedecidos alguns requisitos o proprietário poderá ter subtraída a coisa de sua 
propriedade. São eles: 
- Necessidade pública; 
- Utilidade pública; 
- Interesse social; 
- Justa e prévia indenização; e 
- Indenização em dinheiro. 
 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade 
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, 
não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentesde sua atividade produtiva, 
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; 
 
Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel 
pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. 
 
Súmula 486-STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a 
terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da 
sua família. 
 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas 
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: 
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz 
humanas, inclusive nas atividades desportivas; 
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que 
participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e 
associativas; 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua 
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de 
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento 
tecnológico e econômico do País; 
XXX - é garantido o direito de herança; 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em 
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei 
pessoal do "de cujus"; 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade 
e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011). 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou 
abuso de poder; 
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b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento 
de situações de interesse pessoal; 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
 
- Direito adquirido: Direito que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo 
começo do exercício tenha termo prefixo ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem; 
- Ato jurídico perfeito: Ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou; 
- Coisa julgada: Decisão judicial de que não caiba mais recurso. 
 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
 
A lei penal produz efeitos a partir de sua entrada em vigor, não se admitindo sua retroatividade 
maléfica. Não pode retroagir, salvo se beneficiar o réu. 
 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de 
reclusão, nos termos da lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da 
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes 
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, 
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano 
e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra 
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do 
delito, a idade e o sexo do apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos 
durante o período de amamentação; 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, 
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
 
 
 
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Antes da naturalização Depois da naturalização 
- prática de crime comum -- 
-comprovado envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins 
-comprovado envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins. 
 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
 
Súmula Vinculante 5 do STF: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo 
disciplinar não ofende a Constituição. 
 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória; 
 
Até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, o acusado não pode ser considerado 
culpado. Cabe à acusação provar a sua culpa. A prisão, antes da condenação definitiva, só é possível 
em casos de flagrante delito ou por ordem fundamentada do juiz (preventiva ou temporária). 
 
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses 
previstas em lei; 
 
Atualmente, a Lei nº 12.037/2009, traz em seu artigo 3º, as hipóteses em que o civilmente 
identificado deverá proceder à identificação criminal. São elas: 
– o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; 
– o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; 
– o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; 
– a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade 
judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do 
Ministério Público ou da defesa; 
– constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; 
– o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento 
apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. 
 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo 
legal; 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atosprocessuais quando a defesa da intimidade 
ou o interesse social o exigirem; 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de 
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente 
militar, definidos em lei; 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente 
ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-
lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu 
interrogatório policial; 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, 
com ou sem fiança; 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento 
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; 
 
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Súmula Vinculante Nº 25 do STF: "É ilícito a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a 
modalidade do depósito". 
 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de 
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado 
por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder 
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne 
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
 
Durante muitos anos não houve uma lei regulamentando o procedimento do mandado de injunção, 
e por tal razão, aplicava-se, por analogia, as regras procedimentais do mandado de segurança. 
Contudo, após longa espera foi editada a Lei nº 13.300/2016, que disciplina o processo e o 
julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo. 
A grande consequência do mandado de injunção consiste na comunicação ao Poder Legislativo 
para que elabore a lei necessária ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais. 
 
LXXII - conceder-se-á "habeas-data": 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes 
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo; 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo 
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, 
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem 
insuficiência de recursos; 
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além 
do tempo fixado na sentença; 
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: 
a) o registro civil de nascimento; 
b) a certidão de óbito; 
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos 
necessários ao exercício da cidadania. (Regulamento). 
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do 
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do 
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
 
Cabe ressaltar que este parágrafo somente abrange os tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos. Assim, os demais tratados serão recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro 
com o caráter de lei ordinária. 
 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha 
manifestado adesão. 
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. 8 
O Brasil se submete à jurisdição do TPI (Tribunal Penal Internacional), criado pelo Estatuto de 
Roma em 17 de julho de 1998, o qual foi subscrito pelo Brasil e aprovado pelo Decreto Legislativo nº 
112/2002, tendo sua vigência apartes desde ano. Trata-se de instituição permanente, com jurisdição 
para julgar genocídio, crimes de guerra, contra a humanidade e de agressão, e cuja sede se encontra 
em Haia, na Holanda. Os crimes de competência desse Tribunal são imprescritíveis, dado que atentam 
contra a humanidade como um todo. 
 
Questões 
 
01. (PC/GO - Escrivão de Polícia Substituto - CESPE/2016) Assinale a opção que apresenta um dos 
fundamentos da República Federativa do Brasil previsto expressamente na Constituição Federal de 1988. 
(A) valores sociais do trabalho e da livre iniciativa 
(B) autodeterminação dos povos 
(C) igualdade entre os estados 
(D) erradicação da pobreza 
(E) solução pacífica dos conflitos 
 
02. (DPE/BA - Defensor Público - FCC/2016) De acordo com disposição expressa da Constituição 
Federal, a República Federativa do Brasil tem como fundamento 
(A) desenvolvimento nacional. 
(B) estado social de direito. 
(C) defesa da paz. 
(D) soberania. 
(E) prevalência dos direitos humanos. 
 
03. (IFF - Assistente de Administração - FCM/2016) NÃO é um dos objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil 
(A) garantir o desenvolvimento nacional. 
(B) construir uma sociedade livre, justa e solidária. 
(C) constituir uma supremacia perante os países da América Latina. 
(D) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. 
(E) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. 
 
04. (SEGEP/MA - Técnico da Receita Estadual - FCC/2016) NÃO consta entre os princípios que 
regem as relações internacionais da República Federativa do Brasil: 
(A) A defesa da paz. 
(B) O repúdio ao terrorismo e ao racismo. 
(C) A prevalência dos direitos humanos. 
(D) A redução das desigualdades regionais na América Latina. 
(E) A autodeterminação dos povos. 
 
05. (Prefeitura de Araguari/MG - Procurador Municipal - IADHED/2016) Assinale a alternativa que 
não corresponde a um princípio fundamental que rege a República Federativa do Brasil de 1988 nas 
relações internacionais, conforme disposição expressa no texto constitucional: 
(A) Independência nacional; 
(B) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
(C) Repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
(D) Defesa da paz. 
 
06. (Prefeitura de Chapecó/SC - Engenheiro de Trânsito - IOBV/2016) De acordo com o texto 
constitucional, é direito fundamental do cidadão: 
(A) A manifestação do pensamento, ainda que através do anonimato. 
(B) A liberdade de associação para fins lícitos, inclusive decaráter paramilitar. 
(C) Ser compelido a fazer ou deixar de fazer alguma coisa somente em virtude de lei. 
(D) Ser livre para expressar atividade intelectual e artística, mediante licença do Ministério da 
Educação e Cultura. 
 
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07. (Prefeitura de Valença/BA - Técnico Ambiental - AOCP/2016) Sobre os direitos fundamentais, 
assinale a alternativa correta. 
(A) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do 
morador, exceto apenas no caso de flagrante delito. 
(B) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei 
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. 
(C) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, não podendo a lei estabelecer qualquer 
requisito. 
(D) O homicídio constitui crime inafiançável e imprescritível. 
(E) No Brasil, não se admite pena de morte em hipótese alguma. 
 
08. (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário - FCC/2016) Sobre o disposto nos incisos do art. 5º da 
Constituição Federal, é INCORRETO afirmar que é 
(A) livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, desde que atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer. 
(B) permitido se reunir pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente 
de autorização ou prévio aviso, desde que a iniciativa não frustre outra reunião anteriormente convocada 
para o mesmo local. 
(C) livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença. 
(D) assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nos estabelecimentos 
penitenciários. 
(E) livre a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas, independentemente de 
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento. 
 
09. (IFF - Assistente de Administração - FCM/2016) Sobre os direitos constitucionais individuais e 
coletivos, 
(A) não há restrições para o direito de se reunir pacificamente, sem armas, em locais abertos ao 
público, independentemente de autorização. 
(B) o acesso à informação é garantido apenas aos cidadãos que estejam politicamente regulares com 
a administração pública, no âmbito federal, estadual e municipal. 
(C) no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, 
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. 
(D) apesar de aceito pela jurisprudência atual, não há dispositivo legal na Constituição Federal de 1988 
que preveja expressamente o direito à indenização por danos morais. 
(E) são assegurados a todos, comprovado o pagamento das respectivas taxas, o direito de petição aos 
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. 
 
10. (IFF - Administrador - FCM/2016) Sobre os direitos e as garantias fundamentais, previstos na 
Constituição Federal da República: 
(A) É assegurada a liberdade de crença, desde que o exercício de seus cultos religiosos seja realizado 
na forma da lei. 
(B) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença. 
(C) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, em caráter absoluto. 
(D) As entidades associativas, independentemente de autorização, têm legitimidade para representar 
seus filiados judicial ou extrajudicialmente. 
(E) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do 
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, a qualquer hora, por 
determinação judicial. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: A 
Nos termos do artigo 1º da CF/88, são fundamentos da República Federativa do Brasil: I - a soberania; 
II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
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02. Resposta: D 
Conforme art. 1º da CF/88: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais 
do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. 
 
03. Resposta: C 
Os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil estão previsto no art. 3º da CF/88, não 
estando entre eles o de constituir uma supremacia perante os países da América Latina. 
 
04. Resposta: D 
Considerando o que prevê o art. 4º da CF/88, não consta como um dos princípios que regem as 
relações internacionais do país a redução das desigualdades regionais na América Latina. Ademais, de 
acordo com o previsto no parágrafo único, do referido artigo, a República Federativa do Brasil buscará a 
integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma 
comunidade latino-americana de nações. 
 
05. Resposta: B 
Dentre os princípios fundamentais que regem as relações internacionais previstos no art. 4º da CF/88, 
não está inserido o previsto na alternativa “B”. Além disso, os valores sociais do trabalho e a livre inciativa 
são fundamentos da República Federativa do Brasil, previsto no art. 1º. 
 
06. Resposta: C 
A alternativa “A” está incorreta, porque é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o 
anonimato (art. 5º, IV); a “B” está incorreta, porque é plena a liberdade de associação para fins lícitos, 
vedada a de caráter paramilitar (art. 5º, XVII); a “D” está incorreta, pois é livre a expressão da atividade 
intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença (art. 5º, IX). 
Assim, resta somente como correta a alternativa “C”, que traz a redação do art.5º, II, da CF. 
 
07. Resposta: B 
É o que prevê o art. 5º, XII, da CF/88: “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual 
penal”. 
 
08. Resposta: B 
Conforme Art. 5°, XVI da CF/88: “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos 
ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.” 
 
09. Resposta: C 
Dispõe o art. 5º, inciso XXV, da CF/88: “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente 
poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano”. 
Esse dispositivo disciplina a requisição administrativa. 
 
10. Resposta: B 
A alternativa traz a redação do que prevê o inciso IX, do art. 5º, da CF/88: “é livre a expressão de 
atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. 
Este inciso tem por escopo a proteção da liberdade de expressão, sendo expressamente vedada a 
censura e a licença. 
 
 
 
Considerando que o Brasil é uma República Federativa, cada estado edita sua própria constituição 
estadual ficando obrigado, contudo, a observar o princípio da simetria constitucional devendo estar de 
acordo com o que prevê a Constituição Federal. 
2. Constituição do Estado da Bahia, (Cap. XXIII "Do Negro"). 
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. 11 
No passar dos anos a questão racial no Brasil tornou-se palco das atenções da sociedade e do Estado. 
O reconhecimento da existênciade racismo e desigualdades raciais no país, trouxe à tona as primeiras 
políticas públicas específicas para a população negra objetivando a superação deste quadro. 
Cabe destacar que tudo isso foi produto das denúncias e das reivindicações históricas e atuais do 
movimento negro e de setores progressistas da sociedade civil. 
 
Vamos acompanhar a seguir os dispositivos da Constituição do Estado da Bahia pertinentes 
ao tema: 
 
(...) 
CAPÍTULO XXIII 
Do Negro 
 
Art. 286. A sociedade baiana é cultural e historicamente marcada pela presença da comunidade afro-
brasileira, constituindo a prática do racismo crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão, 
nos termos da Constituição Federal. 
 
Art. 287. Com países que mantiverem política oficial de discriminação racial, o Estado não poderá: 
I – admitir participação, ainda que indireta, através de empresas neles sediadas, em qualquer processo 
licitatório da administração pública direta ou indireta; 
II – manter intercâmbio cultural ou desportivo, através de delegações oficiais. 
 
Art. 288. A rede estadual de ensino e os cursos de formação e aperfeiçoamento do servidor público 
civil e militar incluirão em seus programas disciplina que valorize a participação do negro na formação 
histórica da sociedade brasileira. 
 
Art. 289. Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de duas pessoas, será assegurada 
a inclusão de uma da raça negra. 
 
Art. 290. O Dia 20 de novembro será considerado, no calendário oficial, como Dia da Consciência 
Negra. 
 
Questões 
 
01. (SAEB/BA - Técnico de Registro de Comércio - IBFC/2015) Assinale a alternativa correta 
considerando as normas previstas no texto da Constituição do Estado da Bahia. 
(A) Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de três pessoas, será assegurada a 
inclusão de uma da raça negra. 
(B) Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de duas pessoas, será assegurada a 
inclusão de uma da raça negra. 
(C) Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de uma pessoa, será assegurada a 
inclusão de uma da raça negra. 
(D) Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de cinco pessoas, será assegurada a 
inclusão de três da raça negra. 
(E) Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de dez pessoas, será assegurada a 
inclusão da maioria delas da raça negra. 
 
02. Em relação ao capítulo XXIII “Do Negro” referente à Constituição Estadual da Bahia, analise as 
assertivas a seguir: 
I – A sociedade baiana é cultural e historicamente marcada pela presença da comunidade afro-
brasileira, constituído a prática do racismo crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de detenção, 
nos termos da Constituição Federal. 
II – A rede estadual e municipal de ensino e os cursos de formação e aperfeiçoamento do servidor 
público civil e militar incluirão em seus programas disciplina que valorize a participação do negro na 
formação histórica da sociedade brasileira. 
III – sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de duas pessoas, será assegurada a 
inclusão de uma da raça negra. 
 
Está correto o que se afirma APENAS em 
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. 12 
(A) I. 
(B) I e II 
(C) II e III 
(D) I, II e III 
(E) III. 
 
03. Segundo a Constituição Estadual da Bahia, o Estado poderá, com países que mantiverem política 
oficial de discriminação racial 
(A) manter intercâmbio cultural, através de delegações oficiais. 
(B) manter intercâmbio desportivo, através de delegações oficiais. 
(C) manter intercâmbio cultural ou desportivo, através de delegações não oficiais 
(D) admitir participação, ainda que indireta, através de empresas neles sediadas, em qualquer 
processo licitatório da Administração Pública direta. 
(E) admitir participação, ainda que indireta, através de empresas neles sediadas, em qualquer 
processo licitatório da Administração Pública indireta. 
 
04. Conforme disposto na Constituição Estadual da Bahia, será considerado, no calendário oficial, 
como Dia da Consciência Negra 
(A) o dia 20 de agosto 
(B) o dia 20 de setembro 
(C) o dia 20 de outubro 
(D) o dia 20 de novembro 
(E) o dia 20 de dezembro. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: B 
É o que dispõe o art. 289, da Constituição. 
 
02. Resposta: C 
A assertiva “I” está incorreta, pois a pena é de reclusão e não detenção. E, a assertiva “II” está 
incorreta, posto que a Constituição da Bahia vincula apenas a rede estadual de ensino, não incluindo a 
municipal. 
 
03. Resposta: C 
Prevê o art. 287, da Constituição Estadual da Bahia, que o Estado não poderá manter intercâmbio 
cultural ou desportivo, através de delegações oficiais, sendo assim permitido manter quando por meio de 
delegações não oficiais. 
 
04. Resposta: D 
Dispõe o art. 290, da Constituição Estadual da Bahia: “O Dia 20 de novembro será considerado, no 
calendário oficial, como Dia da Consciência Negra”. 
 
 
 
No Brasil, a Lei nº 12.288/2010, de autoria do Senador Paulo Paim, instituiu o Estatuto da Igualdade 
Racial. Com 65 artigos, a lei contempla áreas de educação, cultura, esporte, lazer, saúde, trabalho, defesa 
dos direitos das comunidades remanescentes de quilombos e proteção de religiões de matrizes africanas. 
Institui ainda penalidades de reclusão de até cinco anos para quem obstar, por preconceito, promoção 
funcional de pessoa negra no setor público e privado. 
A norma traz o importante conceito sobre discriminação racial que é definida como toda distinção, 
exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. A 
lei define ainda, entre outros conceitos, a desigualdade racial como toda situação injustificada de 
diferenciação de acesso ou fruição de bens, serviços e oportunidades nas áreas pública e privada em 
virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional e étnica. 
 
3. Lei federal no 12.288, de 20 de julho de 2010 (Estatuto da Igualdade 
Racial). 
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. 13 
Objetivo 
Segundo o artigo 1º, o Estatuto da Igualdade Racial tem por objetivo “combater a discriminação racial 
e as desigualdades raciais que atingem os afro-brasileiros, incluindo a dimensão racial nas políticas 
públicas desenvolvidas pelo Estado”. 
 
De acordo com o autor do projeto: 
“Não queremos a cultura afro-brasileira vista, sentida e experimentada somente nas práticas religiosas, 
música ou alimentação. Queremos a cultura do negro inserida nas escolas, no mercado de trabalho, nas 
universidades, pois o negro faz parte do povo brasileiro. Cultivar as raízes da nossa formação histórica 
evidentes na diversificação da composição étnica do povo é o caminho mais seguro para garantirmos a 
afirmação de nossa identidade nacional e preservarmos os valores culturais que conferem autenticidade 
e singularidade ao nosso país. É imprescindível que haja união entre as pessoas, povos, nacionalidades 
e culturas. Todos os esforços para combater as barreiras discriminatórias são subsídios concretos para 
a formação de um novo ser humano, capaz de elevar-se à altura de seu destino e evitar destruir a si 
mesmo.1” 
 
Para Calil Simão, coordenador e coautor da primeira obra jurídica sobre o tema: 
 
Com base no Estatuto da Igualdade Racial é possível exigir do Estado medidas concretas para 
atender um interesse individual ou coletivo, bem como pode um ente político exigir do outro a sua 
contribuição nos projetos e ações destinadas a combater a “discriminação racial” e as “desigualdades 
raciais” que atingem os afro-brasileiros. 
 
Desta forma, o argumento de alguns de que o Estatuto da Igualdade Racial é um texto de compromisso 
ou simplesmente sugestivo sem qualquer característica de coercitividade não procede, já que ele trata do 
dever do Estado, regulamentando a Constituição Federal e definindo qual a postura do Estado com 
relação à proteção e promoção dos interesses dos afro-brasileiros. 
Se a proteçãodos direitos fundamentais, a teor do § 2º do artigo 5º da Constituição Federal, tem 
aplicação imediata, podendo-se exigir do Estado, por meio do Poder Judiciário, o exercício de qualquer 
direito fundamental, independentemente de lei ou ato normativo infraconstitucional, o Estatuto da 
Igualdade Racial serve para delimitar e direcionar esse dever fazendo surgir ao Estado um dever 
comissivo específico, consequentemente, inaugurando sua responsabilidade em razão de uma omissão, 
bem como norteando a atuação do Poder Judiciário e dos titulares da proteção dos direitos difusos e 
coletivos. 
 
Orçamento 
A lei determina que, na execução de programas e ações constantes do Plano Plurianual (PPA) e do 
orçamento da União, deverão ser observadas as políticas públicas para promoção da igualdade e da 
inclusão social da população negra. Foi criado também o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade 
Racial (Sinapir), para facilitar a consecução das normas estabelecidas. 
De acordo com essa legislação, é dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de 
oportunidades a todos os brasileiros. Para facilitar a participação da população negra nas atividades 
econômicas, sociais, políticas e culturais do país, a lei institui o princípio da inclusão nas políticas públicas 
e a adoção de medidas governamentais para a superação das desigualdades étnicas decorrentes do 
preconceito e da discriminação. 
 
Saúde 
Na área da saúde, a lei determina acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde (SUS). 
No conjunto de ações de saúde voltadas à população negra, foram especificadas diretrizes, entre as quais 
a ampliação e fortalecimento da participação de lideranças dos movimentos sociais em defesa da saúde 
dessa população nas instâncias do SUS. Deve haver mais estudos e pesquisas sobre racismo e saúde 
da população negra, bem como melhoria da qualidade de informação do SUS para coleta e análise de 
dados sobre cor, etnia e gênero. 
Os moradores das comunidades remanescentes de quilombos são beneficiados por incentivos 
específicos para garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condições ambientais, saneamento 
básico e segurança alimentar. A lei determina também que o governo deve programar políticas públicas 
para garantir moradia à população negra que vive em favelas, cortiços e áreas urbanas subutilizadas. 
 
1 SIMÃO, Calil(Coord.). Estatuto da Igualdade Racial. Leme: J.H. Mizuno, 2011, p. 11. 
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. 14 
Educação 
Pela lei, os estabelecimentos de ensino fundamental e médio públicos e privados devem ministrar o 
estudo da história geral da África e da população negra no Brasil. Os cursos de pós-graduação podem 
criar incentivos a pesquisas e programas de estudo de temas referentes às relações étnicas, aos 
quilombos e a questões pertinentes à população negra. 
A lei trata ainda de direitos nas áreas de cultura, esporte e lazer da população negra, bem como do 
direito à liberdade de crença e de cultos religiosos. Nesse quesito, estabelece assistência religiosa aos 
praticantes de matrizes africanas internados em hospitais e outras instituições. 
 
Trabalho 
Igualdade de oportunidades no mercado de trabalho é outra área que deve receber atenção do poder 
público. Segundo a legislação, deve haver incentivos e adoção de medidas nesse setor, tais como crédito 
para a pequena produção e ações afirmativas (decisões especiais do governo para eliminar 
desigualdades) a mulheres negras. A lei determina também a realização de campanhas contra a 
marginalização e a adoção de programas para elevar a escolaridade e qualificação profissional de 
trabalhadores negros. 
O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) deve formular políticas, 
programas e projetos voltados para a inclusão da população negra no mercado de trabalho e orientar a 
destinação de recursos para seu financiamento. 
 
Mídia 
A produção veiculada pelos meios de comunicação deve valorizar a herança cultural e a participação 
da população negra na história do país. A produção de filmes e programas das emissoras de televisão 
deve também adotar a prática de conferir oportunidades de emprego para atores, figurantes e técnicos 
negros. A mesma regra se estende à produção de peças publicitárias. Tal norma só não se aplica quando 
se tratar de produção que aborde especificidades de grupos étnicos. 
 
Penalidades 
A Lei da Igualdade Racial acrescenta itens à Lei 7.716/89, que trata dos crimes resultantes de 
preconceito de raça ou de cor. Por essa lei, quem impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente 
habilitado, a qualquer cargo da administração direta ou indireta, bem como das concessionárias de 
serviços públicos, será punido com reclusão de dois a cinco anos. A Lei da Igualdade Racial acrescenta 
que terá a mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência 
nacional obstar a promoção funcional no setor público. 
A discriminação de raça, cor, bem como as práticas resultantes do preconceito de descendência, 
origem nacional ou étnica nas empresas privadas também são punidas com reclusão de dois a cinco 
anos. Outras práticas nesse setor, tais como negar equipamentos necessários ao empregado ou impedir 
a ascensão funcional por motivo de preconceito são igualmente punidas com esse período de reclusão. 
 
Vamos acompanhar em seguida a integra do que prevê a norma: 
 
LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010. 
 
Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis no 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 
de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e10.778, de 24 de novembro de 2003. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
 
TÍTULO I 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a 
efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e 
o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. 
Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se: 
I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em 
raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o 
reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades 
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. 15 
fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida 
pública ou privada; 
II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, 
serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem 
nacional ou étnica; 
III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a 
distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais; 
IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito 
cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam 
autodefinição análoga; 
V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas 
atribuições institucionais; 
VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa 
privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. 
 
Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a todo 
cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação na comunidade, 
especialmente nas atividades políticas, econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, 
defendendosua dignidade e seus valores religiosos e culturais. 
 
Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias 
fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como 
diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade 
étnica e o fortalecimento da identidade nacional brasileira. 
 
Art. 4o A participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na vida 
econômica, social, política e cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de: 
I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econômico e social; 
II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirmativa; 
III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o adequado enfrentamento e a superação 
das desigualdades étnicas decorrentes do preconceito e da discriminação étnica; 
IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate à discriminação étnica e às 
desigualdades étnicas em todas as suas manifestações individuais, institucionais e estruturais; 
V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e institucionais que impedem a representação 
da diversidade étnica nas esferas pública e privada; 
VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da sociedade civil direcionadas à promoção 
da igualdade de oportunidades e ao combate às desigualdades étnicas, inclusive mediante a 
implementação de incentivos e critérios de condicionamento e prioridade no acesso aos recursos 
públicos; 
VII - implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das desigualdades 
étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios de 
comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à Justiça, e outros. 
Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir-se-ão em políticas públicas destinadas a 
reparar as distorções e desigualdades sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, nas esferas 
pública e privada, durante o processo de formação social do País. 
 
Art. 5o Para a consecução dos objetivos desta Lei, é instituído o Sistema Nacional de Promoção da 
Igualdade Racial (Sinapir), conforme estabelecido no Título III. 
 
TÍTULO II 
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
CAPÍTULO I 
DO DIREITO À SAÚDE 
 
Art. 6o O direito à saúde da população negra será garantido pelo poder público mediante políticas 
universais, sociais e econômicas destinadas à redução do risco de doenças e de outros agravos. 
§ 1o O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde (SUS) para promoção, proteção e 
recuperação da saúde da população negra será de responsabilidade dos órgãos e instituições públicas 
federais, estaduais, distritais e municipais, da administração direta e indireta. 
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§ 2o O poder público garantirá que o segmento da população negra vinculado aos seguros privados de 
saúde seja tratado sem discriminação. 
 
Art. 7o O conjunto de ações de saúde voltadas à população negra constitui a Política Nacional de 
Saúde Integral da População Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo especificadas: 
I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças dos movimentos sociais em defesa da 
saúde da população negra nas instâncias de participação e controle social do SUS; 
II - produção de conhecimento científico e tecnológico em saúde da população negra; 
III - desenvolvimento de processos de informação, comunicação e educação para contribuir com a 
redução das vulnerabilidades da população negra. 
 
Art. 8o Constituem objetivos da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: 
I - a promoção da saúde integral da população negra, priorizando a redução das desigualdades étnicas 
e o combate à discriminação nas instituições e serviços do SUS; 
II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS no que tange à coleta, ao 
processamento e à análise dos dados desagregados por cor, etnia e gênero; 
III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racismo e saúde da população negra; 
IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos processos de formação e educação 
permanente dos trabalhadores da saúde; 
V - a inclusão da temática saúde da população negra nos processos de formação política das 
lideranças de movimentos sociais para o exercício da participação e controle social no SUS. 
Parágrafo único. Os moradores das comunidades de remanescentes de quilombos serão beneficiários 
de incentivos específicos para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condições 
ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e nutricional e na atenção integral à saúde. 
 
CAPÍTULO II 
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER 
Seção I 
Disposições Gerais 
 
Art. 9o A população negra tem direito a participar de atividades educacionais, culturais, esportivas e de 
lazer adequadas a seus interesses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio cultural de sua 
comunidade e da sociedade brasileira. 
 
Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9o, os governos federal, estaduais, distrital e municipais 
adotarão as seguintes providências: 
I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da população negra ao ensino gratuito e às 
atividades esportivas e de lazer; 
II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço para promoção social e cultural da 
população negra; 
III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive nas escolas, para que a solidariedade aos 
membros da população negra faça parte da cultura de toda a sociedade; 
IV - implementação de políticas públicas para o fortalecimento da juventude negra brasileira. 
 
Seção II 
Da Educação 
 
Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, é 
obrigatório o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil, observado o 
disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 
§ 1o Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no âmbito de 
todo o currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico, 
político e cultural do País. 
§ 2o O órgão competente do Poder Executivo fomentará a formação inicial e continuada de professores 
e a elaboração de material didático específico para o cumprimento do disposto no caput deste artigo. 
§ 3o Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos responsáveis pela educação incentivarão 
a participação de intelectuais e representantes do movimento negro para debater com os estudantes suas 
vivências relativas ao tema em comemoração. 
 
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Art. 12. Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à pesquisa e à pós-graduação poderão 
criar incentivos a pesquisas e a programas de estudo voltados para temas referentes às relações étnicas, 
aos quilombos e às questões pertinentes à população negra. 
 
Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos competentes, incentivará as instituições de 
ensino superior públicas e privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a: 
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos 
diversos programas de pós-graduação que desenvolvam temáticas de interesse da população negra; 
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de formação de professores temas que incluam 
valores concernentes à pluralidade étnica e cultural da sociedade brasileira; 
III - desenvolver programas de extensão universitária destinados a aproximar jovens negros de 
tecnologias avançadas, assegurado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os beneficiários; 
IV - estabelecer programas de cooperação técnica,nos estabelecimentos de ensino públicos, privados 
e comunitários, com as escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e ensino técnico, 
para a formação docente baseada em princípios de equidade, de tolerância e de respeito às diferenças 
étnicas. 
 
Art. 14. O poder público estimulará e apoiará ações socioeducacionais realizadas por entidades do 
movimento negro que desenvolvam atividades voltadas para a inclusão social, mediante cooperação 
técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros mecanismos. 
 
Art. 15. O poder público adotará programas de ação afirmativa. 
 
Art. 16. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos responsáveis pelas políticas de promoção da 
igualdade e de educação, acompanhará e avaliará os programas de que trata esta Seção. 
 
Seção III 
Da Cultura 
 
Art. 17. O poder público garantirá o reconhecimento das sociedades negras, clubes e outras formas 
de manifestação coletiva da população negra, com trajetória histórica comprovada, como patrimônio 
histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da Constituição Federal. 
 
Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos quilombos o direito à preservação 
de seus usos, costumes, tradições e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado. 
Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos sítios detentores de reminiscências históricas 
dos antigos quilombos, tombados nos termos do § 5o do art. 216 da Constituição Federal, receberá 
especial atenção do poder público. 
 
Art. 19. O poder público incentivará a celebração das personalidades e das datas comemorativas 
relacionadas à trajetória do samba e de outras manifestações culturais de matriz africana, bem como sua 
comemoração nas instituições de ensino públicas e privadas. 
 
Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da capoeira, em todas as suas modalidades, 
como bem de natureza imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos termos do art. 216 
da Constituição Federal. 
Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio dos atos normativos necessários, a 
preservação dos elementos formadores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais. 
 
Seção IV 
Do Esporte e Lazer 
 
Art. 21. O poder público fomentará o pleno acesso da população negra às práticas desportivas, 
consolidando o esporte e o lazer como direitos sociais. 
 
Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional, nos termos do art. 217 da 
Constituição Federal. 
§ 1o A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira se 
manifesta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território nacional. 
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§ 2o É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres 
tradicionais, pública e formalmente reconhecidos. 
 
CAPÍTULO III 
DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA E AO LIVRE EXERCÍCIO DOS 
CULTOS RELIGIOSOS 
 
Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos 
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. 
 
Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de 
matriz africana compreende: 
I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à religiosidade e a fundação e 
manutenção, por iniciativa privada, de lugares reservados para tais fins; 
II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com preceitos das respectivas religiões; 
III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de instituições beneficentes ligadas às 
respectivas convicções religiosas; 
IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de artigos e materiais religiosos adequados 
aos costumes e às práticas fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas vedadas por 
legislação específica; 
V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao exercício e à difusão das religiões de 
matriz africana; 
VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais e jurídicas de natureza privada para a 
manutenção das atividades religiosas e sociais das respectivas religiões; 
VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para divulgação das respectivas religiões; 
VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes e práticas 
de intolerância religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais. 
 
Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de matrizes africanas 
internados em hospitais ou em outras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles submetidos a 
pena privativa de liberdade. 
 
Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância com as 
religiões de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo de: 
I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a difusão de proposições, imagens ou 
abordagens que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na 
religiosidade de matrizes africanas; 
II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e outros bens de valor artístico e cultural, os 
monumentos, mananciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matrizes africanas; 
III - assegurar a participação proporcional de representantes das religiões de matrizes africanas, ao 
lado da representação das demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instâncias de 
deliberação vinculadas ao poder público. 
 
CAPÍTULO IV 
DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA 
Seção I 
Do Acesso à Terra 
 
Art. 27. O poder público elaborará e implementará políticas públicas capazes de promover o acesso 
da população negra à terra e às atividades produtivas no campo. 
 
Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da população negra no campo, 
o poder público promoverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrícola. 
 
Art. 29. Serão assegurados à população negra a assistência técnica rural, a simplificação do acesso 
ao crédito agrícola e o fortalecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da produção. 
 
Art. 30. O poder público promoverá a educação e a orientação profissional agrícola para os 
trabalhadores negros e as comunidades negras rurais. 
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Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é 
reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos. 
 
Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvolverá políticas públicas especiais voltadas para 
o desenvolvimento sustentável dos remanescentes das comunidades dos quilombos, respeitando as 
tradições de proteção ambiental das comunidades. 
 
Art. 33. Para fins de política agrícola, os remanescentes das comunidades dos quilombos receberão 
dos órgãos competentes tratamento especial diferenciado, assistência técnica e linhas especiais de 
financiamento público, destinados à realização de suas atividades produtivas e de infraestrutura. 
 
Art. 34. Os remanescentes das comunidades dos quilombos se beneficiarão de todas as iniciativas 
previstas nesta e em outras leis para a promoção da igualdade étnica. 
 
Seção II 
Da Moradia 
 
Art. 35. O poder público garantirá a implementação de políticas públicas para assegurar o direito à 
moradia adequada da população negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas subutilizadas, 
degradadas ou em processo de degradação, a fim de reintegrá-las à dinâmica urbana e promover 
melhorias no ambiente e na qualidade de vida. 
Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efeitosdesta Lei, inclui não apenas o 
provimento habitacional, mas também a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos 
comunitários associados à função habitacional, bem como a assistência técnica e jurídica para a 
construção, a reforma ou a regularização fundiária da habitação em área urbana. 
 
Art. 36. Os programas, projetos e outras ações governamentais realizadas no âmbito do Sistema 
Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), regulado pela Lei no 11.124, de 16 de junho de 2005, 
devem considerar as peculiaridades sociais, econômicas e culturais da população negra. 
Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estimularão e facilitarão a participação 
de organizações e movimentos representativos da população negra na composição dos conselhos 
constituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS). 
 
Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados, promoverão ações para viabilizar o acesso da 
população negra aos financiamentos habitacionais. 
 
CAPÍTULO V 
DO TRABALHO 
 
Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a inclusão da população negra no mercado de 
trabalho será de responsabilidade do poder público, observando-se: 
I - o instituído neste Estatuto; 
II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção Internacional sobre a Eliminação 
de Todas as Formas de Discriminação Racial, de 1965; 
III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção no 111, de 1958, da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT), que trata da discriminação no emprego e na profissão; 
IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo Brasil perante a comunidade internacional. 
 
Art. 39. O poder público promoverá ações que assegurem a igualdade de oportunidades no mercado 
de trabalho para a população negra, inclusive mediante a implementação de medidas visando à promoção 
da igualdade nas contratações do setor público e o incentivo à adoção de medidas similares nas empresas 
e organizações privadas. 
§ 1o A igualdade de oportunidades será lograda mediante a adoção de políticas e programas de 
formação profissional, de emprego e de geração de renda voltados para a população negra. 
§ 2o As ações visando a promover a igualdade de oportunidades na esfera da administração pública 
far-se-ão por meio de normas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação específica e em 
seus regulamentos. 
§ 3o O poder público estimulará, por meio de incentivos, a adoção de iguais medidas pelo setor privado. 
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§ 4o As ações de que trata o caput deste artigo assegurarão o princípio da proporcionalidade de gênero 
entre os beneficiários. 
§ 5o Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena produção, nos meios rural e urbano, com 
ações afirmativas para mulheres negras. 
§ 6o O poder público promoverá campanhas de sensibilização contra a marginalização da mulher negra 
no trabalho artístico e cultural. 
§ 7o O poder público promoverá ações com o objetivo de elevar a escolaridade e a qualificação 
profissional nos setores da economia que contem com alto índice de ocupação por trabalhadores negros 
de baixa escolarização. 
 
Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) formulará políticas, 
programas e projetos voltados para a inclusão da população negra no mercado de trabalho e orientará a 
destinação de recursos para seu financiamento. 
 
Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por meio de financiamento para constituição e 
ampliação de pequenas e médias empresas e de programas de geração de renda, contemplarão o 
estímulo à promoção de empresários negros. 
Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades voltadas ao turismo étnico com enfoque 
nos locais, monumentos e cidades que retratem a cultura, os usos e os costumes da população negra. 
 
Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar critérios para provimento de cargos em 
comissão e funções de confiança destinados a ampliar a participação de negros, buscando reproduzir a 
estrutura da distribuição étnica nacional ou, quando for o caso, estadual, observados os dados 
demográficos oficiais. 
 
CAPÍTULO VI 
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO 
 
Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação valorizará a herança cultural e a 
participação da população negra na história do País. 
 
Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados à veiculação pelas emissoras de televisão e 
em salas cinematográficas, deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de emprego para 
atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e qualquer discriminação de natureza política, 
ideológica, étnica ou artística. 
Parágrafo único. A exigência disposta no caput não se aplica aos filmes e programas que abordem 
especificidades de grupos étnicos determinados. 
 
Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas à veiculação pelas emissoras de 
televisão e em salas cinematográficas o disposto no art. 44. 
 
Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional, as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista federais deverão incluir cláusulas de participação 
de artistas negros nos contratos de realização de filmes, programas ou quaisquer outras peças de caráter 
publicitário. 
§ 1o Os órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão, nas especificações para contratação de 
serviços de consultoria, conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças publicitárias, 
a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades de emprego para as pessoas relacionadas com o 
projeto ou serviço contratado. 
§ 2o Entende-se por prática de iguais oportunidades de emprego o conjunto de medidas sistemáticas 
executadas com a finalidade de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe vinculada ao 
projeto ou serviço contratado. 
§ 3o A autoridade contratante poderá, se considerar necessário para garantir a prática de iguais 
oportunidades de emprego, requerer auditoria por órgão do poder público federal. 
§ 4o A exigência disposta no caput não se aplica às produções publicitárias quando abordarem 
especificidades de grupos étnicos determinados. 
 
 
 
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TÍTULO III 
DO SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL 
(SINAPIR) 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR 
 
Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) como forma de 
organização e de articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços destinados a 
superar as desigualdades étnicas existentes no País, prestados pelo poder público federal. 
§ 1o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão participar do Sinapir mediante adesão. 
§ 2o O poder público federal incentivará a sociedade e a iniciativa privada a participar do Sinapir. 
 
CAPÍTULO II 
DOS OBJETIVOS 
 
Art. 48. São objetivos do Sinapir: 
I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades sociais resultantes do racismo, inclusive 
mediante adoção de ações afirmativas; 
II - formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a integração 
social da população negra; 
III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital e 
municipais; 
IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade étnica; 
V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das ações 
afirmativas e o cumprimento das metas a serem estabelecidas. 
 
CAPÍTULO III 
DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA 
 
Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional de promoção da igualdade racial contendo 
as metas, princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional de Promoção da Igualdade 
Racial

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